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Aprender com a Nova

Revolução Humana

Resenha dos volumes da Nova Revolução humana feitas pelo Sr.


Hiromasa Ikeda

Dos volumes 1 a 27.


Volume 1
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 1
Brilhante caminho do kosen-rufu
Brasil Seikyo, Edição 2474, 06/07/2019, pág. 24-25 / Especial

Hiromasa ikeda
vice-presidente da SGI
No Prefácio do volume 1 da obra Nova Revolução Humana, o presidente
Ikeda descreve duas razões principais para escrevê-la:

Inspirei-me para escrever a Nova Revolução Humana — como


continuação da Revolução Humana —, em razão de o kosen-rufu ter
alcançado tamanho progresso mesmo depois do falecimento de meu
mestre; e esse fato serve como prova genuína de sua grandiosidade.
Além disso, para que a posteridade conheça a essência do Sr. Toda,
concluí que seria preciso registrar o caminho que seus discípulos e
sucessores seguiram.1

Para Ikeda sensei, redigir esse romance era parte do seu esforço como
discípulo para atestar a grandiosidade do seu mestre, Josei Toda, e
assegurar que o ideal dele perduraria pelo eterno futuro.
Enquanto a Revolução Humana começa com o capítulo intitulado
“Alvorada”, a Nova Revolução Humana inicia com o capítulo “Alvorecer”.
Embora tanto “Alvorada” quanto “Alvorecer” sejam expressões
relacionadas ao Sol, suas nuanças diferem ligeiramente.
“Alvorada” significa a primeira aparição da luz do dia, enquanto o
“alvorecer do sol” ocorre após a alvorada.
Na Revolução Humana, Ikeda sensei descreve como a luz do dia havia
surgido no coração do presidente Josei Toda. Ou seja, Toda sensei
percebeu que ele próprio era um bodisatva da terra e entrou em ação
com base nisso. O que vemos na Nova Revolução Humana é a maneira
como esse fato é herdado por seu discípulo Shin’ichi Yamamoto
(personagem que representa o presidente Ikeda, no romance), que
avança pelo [caminho do] kosen-rufu mundial com a vivacidade e o
ímpeto de um sol raiando.
O volume 1 dessa obra foi publicado pela primeira vez, em japonês, em
formato de livro em 2 de janeiro de 1998, no aniversário de 70 anos do
presidente Ikeda. Dois dias depois, a primeira parte de sua série de
ensaios “Reflexões sobre a Nova Revolução Humana” foi divulgada no
jornal Seikyo Shimbun. Nesse primeiro ensaio, Ikeda sensei reflete
sobre suas rea-
lizações nas décadas anteriores e estabelece metas e objetivos para o
próximo período de dez anos, além de delinear uma perspectiva:

Se tivesse de estabelecer o que eu teria realizado desde os 70 anos até


agora, junto com o que imagino para a próxima década, seria o
seguinte:
Até os 70 anos: o estabelecimento dos princípios de um novo
humanismo.
Até os 80 anos: a conclusão da base do kosen-rufu mundial.
A partir de então, de acordo com a Lei Mística e a natureza imperecível
da vida exposta no budismo, estou determinado a liderar o kosen-rufu
por toda a eternidade.2

No epílogo do volume 1, Ikeda sensei escreve: “Pretendo realizar meu


trabalho, falando e agindo, enquanto viver, e continuar escrevendo a
Nova Revolução Humana como se fosse meu testamento final”.3
Não consigo deixar de sentir que, ao escrever esse romance, ele buscou
registrar o espírito dos três presidentes para as futuras gerações, por
toda a eternidade.

Cada pessoa é um diamante bruto


Agora, gostaria de sugerir que estudássemos o volume 1 da Nova
Revolução Humana a partir de três perspectivas.
A primeira refere-se ao contexto histórico dos eventos descritos na
obra. Em 1960, ano em que Shin’ichi deu o primeiro passo em direção
ao kosen-rufu mundial, o mundo estava turbulento, assim como o
Japão.
Com o auge da Guerra Fria, a ameaça das armas nucleares se
intensificava em toda parte, enquanto internamente a opinião sobre a
emenda do Tratado de Cooperação Mútua e Segurança entre os Estados
Unidos e o Japão estava dividida. Nos Estados Unidos, a discriminação
racial era flagrante, ao passo que os imigrantes japoneses que
moravam no Brasil também enfrentavam inúmeras dificuldades. Então,
notamos que a orientação que Shin’ichi oferece nesse volume é
baseada no contexto do país ou do grupo social em questão.
A segunda perspectiva é o modo como a Nova Revolução Humana narra
a urgência de um movimento religioso global. Vemos no volume 1,
como Shin’ichi se esforça para encontrar formas de expandir o kosen-
rufu concretamente para o mundo inteiro, uma tarefa confiada a ele por
seu mestre, mesmo que os demais não compreendessem.
Em São Francisco, ele nomeia dois senhores, um dos quais nem sequer
era membro, para atuar como conselheiros de comunidade. Também
decide criar uma comunidade em Nevada [Estados Unidos] ao conhecer
um casal que viajara de lá para vê-lo. Com relação a essas
providências, o presidente Ikeda escreve:

Ele [Shin’ichi] não tomava nenhuma decisão ou agia por mero impulso
ou capricho. Até as decisões mais rápidas eram tomadas tendo como
foco o kosen-rufu e estavam imbuídas da firme determinação de
dedicar cada momento de sua vida a esse propósito. 4
Shin’ichi continua suas viagens pela paz, orando em seu coração nos
lugares que visitava, pela felicidade dos seus amigos e pe-
la prosperidade da localidade deles. “Estava determinado a impregnar o
solo da América com o seu daimoku, oferecendo orações por sua
prosperidade”.5
Essa oração sincera e seu imenso esforço de viajar para nove cidades,
em três países, durante um intervalo de 24 dias, resultaram na
fundação de dois distritos e dezessete comunidades, abrindo o caminho
para o desenvolvimento da Soka Gakkai como um movimento religioso
global.
A última perspectiva consiste em como a tarefa de realizar o kosen-
rufu no mundo inteiro se inicia com o encorajamento da pessoa que
está à nossa frente. Afinal, embora comunidades e distritos possam ser
fundados, são as pessoas que estão no coração da organização.
Em São Francisco, um líder japonês que acompanha Shin’ichi questiona
a falta de pessoas de valor, recebe a seguinte resposta:

Todos são indivíduos de grande capacidade que vão começar a brilhar a


partir de agora. Se perseverarem com fé sincera, o nome de cada um
deles ficará gravado na história do kosen-rufu como pioneiros.6

Para Shin’ichi, cada pessoa é um diamante bruto; ele sempre parte


desse ponto para buscar as tão preciosas pessoas e se dedica a
fomentar e desenvolver o potencial delas.
Durante a sua visita a Chicago [Estados Unidos], ele dialoga com um
grupo de mulheres que aguardavam pelo seu retorno no corredor do
hotel onde estava hospedado. Apesar de estarem com um aspecto
extenuado, Shin’ichi as incentiva sinceramente, vendo cada uma como
um buda.
Jamais devemos julgar uma pessoa por sua aparência ou posição
social. Além disso, independentemente de alguém praticar ou não o
Budismo Nichiren, devemos dedicar todo o nosso coração em cada
encontro e sempre nos esforçarmos para cultivar amizades. Essa é a
crença primordial que o comportamento de Shin’ichi incorpora, uma
atitude que acredito que cada um de nós precisa adotar.

O espírito de avançar
Em “Alvorecer”, o presidente Josei Toda brada: “Shin’ichi, viva! Você
precisa viver! Viva o máximo que puder e percorra o mundo!” 7
Na frase “percorra o mundo” (sekai ni iku, em japonês), o ideo-
grama chinês que Ikeda sensei usa para designar “percorra” tem o
matiz extraordinariamente ativo de “avançar com ousadia” ou “seguir
em frente” — não indica apenas a ação [de viajar ou percorrer] em si,
mas também o espírito dela.
O presidente Ikeda considerou o pedido para que “percorresse o
mundo” como ponto de partida de uma incessante jornada pela paz
com seu mestre. Quase no final do último capítulo do volume 1, ele
escreve: “Sua viagem estava chegando ao fim. No entanto, era apenas
o início de sua longa e interminável jornada para a paz”. 8
Na letra da Canção da Revolução Humana é utilizado o mesmo
ideograma empregado para designar a palavra “jornada”, citada na
frase anterior: “Avance, e eu avançarei também, / Apressados em meio
às tempestades de neve, avançamos corajosamente”. 9 Vamos também
avançar em uma interminável jornada para a paz, junto com nosso
mestre, estudando a Nova Revolução Humana.

Principais trechos
Um grandioso palácio de felicidade existe dentro de seu coração. A fé é
a chave para abrir a porta desse palácio.10 (Alvorecer)

Saber aproveitar a oportunidade tomando a iniciativa na hora certa é o


que define a vitória ou a derrota em uma batalha. Quando é necessário
incentivar um amigo, existe um momento certo que não deve ser
perdido.11 (Novo Mundo)

Em qualquer lugar que seja, o avanço do kosen-rufu depende de uma


única pessoa com a coragem de um leão para levantar-se. Não existirá
avanço nem desenvolvimento se não houver alguém determinado a
enfrentar intrepidamente os obstáculos e a assumir a responsabilidade
pelo kosen-rufu.12 (Outono Dourado)

Vejamos, por exemplo, um daqueles sinos de bronze gigantes de


templos que são muito comuns no Japão. O som do sino dependerá do
objeto que for usado para batê-lo. Se o sino for batido com toda a força
usando uma grande tora de madeira, o som produzido será certamente
muito forte. Agora, se for utilizado um palito de fósforo ou um hashi
para batê-lo, seu som será muito fraco, praticamente inaudível. Da
mesma forma, o Gohonzon para o qual oramos é dotado dos
imensuráveis poderes do Buda e da Lei. Porém, se os nossos poderes
da fé e da prática forem fracos como palitos de fósforo, não
conseguiremos obter os grandiosos benefícios. 13 (Raios Benevolentes)

No Budismo de Nichiren Daishonin a oração é originalmente um


juramento e sua essência é o kosen-rufu. Em outras palavras, essa
oração significa recitar daimoku com a seguinte determinação: “Eu vou
realizar o kosen-rufu do Brasil. Para isso, vou mostrar uma prova
irrefutável em meu local de trabalho evidenciando as minhas melhores
habilidades”. É assim que nossas orações devem ser. Com essa
disposição, precisamos estabelecer objetivos claros do que desejamos
realizar a cada dia, e orar e nos desafiar para concretizá-los. É dessa
séria determinação que surgem a sabedoria e a criatividade que levam
ao sucesso.14 (Desbravadores)

Todas as pessoas são desbravadoras que atravessam as fronteiras


desconhecidas da vida. Dessa forma, cabe apenas a cada um de nós
cultivar e desenvolver a própria vida. É preciso empunhar a enxada da
esperança, plantar as sementes da felicidade e perseverar com
tenacidade na prática da fé. As gotas de suor derramadas em prol do
kosen-rufu vão se tornar gemas de boa sorte que haverão de dignificar
a sua vida para sempre.15 (Desbravadores)

Resumo do conteúdo

Alvorecer
Em 2 de outubro de 1960, Shin’ichi Yamamoto parte para as Américas
do Norte e do Sul. Sua visita ao Havaí marca o primeiro passo de sua
jornada pelo kosen-rufu mundial.

Novo Mundo
Em São Francisco, Shin’ichi sugere três diretrizes, que se tornam um
solene juramento para os membros japoneses que vivem nos Estados
Unidos.
Outono Dourado
Em Chicago, Shin’ichi fica impressionado com a dura realidade da
discriminação racial. Ele também visita o Canadá.

Raios Benevolentes
São fundadas comunidades em Nova York e Washington, DC.

Desbravadores
Apesar da saúde debilitada, Shin’ichi visita o Brasil e funda o primeiro
distrito fora do Japão.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da


Soka Gakkai, edição de 31 de outubro de 2018.
Notas:
1. DAISAKU, Ikeda. Nova Revolução Humana, v. 1, p. 6. São Paulo:
Editora Brasil Seikyo, 2019. 2. BS, ed. 2.190, 10 ago. 2013, p. C2. 3.
Traduzido do japonês. IKEDA, Daisaku. Shin Ningen Kakumei [Nova
Revolução Humana], v. 1. (Tóquio: Seikyo Shimbunsha, 1998), p. 353.
4. DAISAKU, Ikeda. Nova Revolução Humana, v. 1, p. 101. São Paulo:
Editora Brasil Seikyo, 2019. 5. Ibidem, p. 153. 6. Ibidem, p. 109. 7.
Ibidem, p. 10. 8. Traduzido do japonês. IKEDA, Daisaku, Shin Ningen
Kakumei [Nova Revolução Humana], v. 1, p. 346. 9. Seikyo Shimbun,
31 out. 2018 10. DAISAKU, Ikeda, Nova Revolução Humana, v. 1, p.
45. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2019. 11. Ibidem, p. 94. 12.
Ibidem, p. 161. 13. Ibidem, p. 192. 14. Ibidem, p. 238. 15. Ibidem, p.
242.

Shin’ichi Yamamoto [pseudônimo de Daisaku Ikeda, presidente da


SGI], e comitiva rumo aos Estados Unidos, Canadá e Brasil
Volume 2
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 2
Liderar pelo exemplo
Brasil Seikyo, Edição 2480, 24/08/2019, pág. 14 / Especial

Hiromasa Ikeda
vice-presidente da sgi
Gostaria de sugerir três perspectivas para estudarmos o volume 2 da
Nova Revolução Humana.
A primeira delas consiste em como a Soka Gakkai, enquanto
organização, e seus líderes devem se comportar.
O volume 2 abarca o período da posse de Shin’ichi Yamamoto como
terceiro presidente, em 3 de maio de 1960, até dezembro daquele ano,
e descreve como ele incentiva os membros em todo o Japão. Podem ser
lidos detalhes de suas viagens pelo país, desde Hokkaido, ao norte, até
Okinawa, ao sul, tomando pessoalmente a iniciativa de oferecer
palavras de encorajamento a cada um dos membros. Como resultado
de seus extenuantes esforços, a organização se desenvolve de forma
incrível, com o número de distritos saltando de 61, antes de sua posse,
para 124, em todo o país, em apenas oito meses.
No primeiro capítulo, “Vanguarda”, Shin’ichi expressa sua grande
expectativa em relação ao desenvolvimento dos integrantes das
Divisões Masculina e Feminina de Jovens e da Divisão dos Estudantes.
Em seguida, no capítulo “Aprimoramento”, no qual consta a realização
da Segunda Convenção da Divisão Feminina, ele fala sobre a luta
contra os impasses experimentados durante a vida. As importantes
orientações que estabeleceu naquela época ainda hoje são importantes
para nós.
Em todo o volume 2, há uma ênfase em como a Soka Gakkai e seus
líderes devem se comportar, como pode ser visto, por exemplo, na
seguinte passagem do capítulo “Vanguarda”, na qual Shin’ichi enfatiza
a razão da organização — fortalecer a fé dos membros.
Para assentar uma sólida base para o kosen-rufu, no entanto, era
imperativo que estabelecessem mais distritos pelo país. A presença de
organizações locais aceleraria o progresso da fé, prática e estudo.
Também seria vital que contribuíssem para estimular o
desenvolvimento das pessoas, como o solo que nutre o crescimento de
árvores majestosas.

Ele também adverte sobre os perigos de os líderes perderem de vista o


verdadeiro propósito do movimento [Soka]:

Em cada momento se deve reconfirmar metas e objetivos, voltando


sempre ao ponto primordial, à razão da própria existência. Do
contrário, há o perigo de se atribuir suma importância à metodologia,
obliterando o objetivo original. Quando isso ocorre, mesmo um
movimento que outrora possa ter tido um crescimento espetacular verá
suas rodas girando em vão e, no fim, acabará parando.

O capítulo “Empenho Corajoso” esclarece que as funções da Soka


Gakkai não são posições de prestígio, mas de responsabilidade.
Shin’ichi também afirma: “Budismo é vitória ou derrota. É uma luta
constante contra os obstáculos”. E explica ser a oração confiante e a
determinação inabalável dos que ocupam funções de liderança a chave
para derrotar as maldades.
Em 1960, ano em que Shin’ichi tomou posse como terceiro presidente
da Soka Gakkai, a organização observou um rápido crescimento, com a
criação de diversos novos distritos. Muitos líderes de distrito
aprenderam a desempenhar suas funções tendo como modelo o
comportamento de Shin’ichi, sempre empenhado a proteger e a
incentivar os membros. Jamais devemos nos esquecer desse ponto
crucial.
Uma organização próspera é aquela cujos líderes se esforçam firme e
continuamente para melhorar e se desenvolver. Por outro lado, se os
líderes perderem sua paixão de atuar pelo kosen-rufu, a organização se
tornará burocrática. [Como descrito no capítulo “Estandarte do Povo”],
portanto, como líderes que atuam em prol do kosen-rufu, vamos gravar
em nosso coração a determinação de sermos sempre “pessoas
dedicadas, imbuídas de grande cordialidade e consideração, que se
doam abnegadamente”.

Pela pacificação da Terra


A segunda perspectiva é sobre como reagir aos desastres naturais. No
volume 2, há referência a dois desastres: o devastador terremoto
chileno que resultou no tsunami que atingiu a costa do Japão em maio
de 1960, e o tufão aterrador que atingiu a Baía de Ise, afetando
principalmente as províncias de Aichi e Mie, em setembro de 1959.
Após ouvir as notícias sobre o catastrófico terremoto no Chile, Shin’ichi
se levanta várias vezes durante a noite para checar as atualizações
pelo rádio, bastante preocupado com os danos que o terremoto infligiu
ao povo chileno, bem como sobre o impacto que o tsunami teria quando
atingisse o Japão.
De manhã, ele se apressa em ir à sede central da Soka Gakkai e envia
uma série de telegramas para as áreas atingidas, expressando suas
condolências e oferecendo incentivos às vítimas. Ele também envia os
líderes para as áreas mais afetadas e dá instruções para que um centro
de ação seja montado para coordenar as atividades de socorro.
Como as pessoas reagem em épocas de crise revela seu senso de
responsabilidade. Ao contrário da rápida resposta da Soka Gakkai, o
governo foi extremamente lento em agir. É essa experiência que
poderosamente desperta Shin’ichi para a necessidade de concretizar o
princípio de “estabelecer o ensinamento correto para a pacificação da
terra” — um princípio central do Budismo Nichiren.
O capítulo “Aprimoramento” também descreve as reações de Shin’ichi
ao devastador tufão que atingira a Baía de Ise um ano antes. Ele tomou
providências imediatas para os esforços de socorro e visitou as áreas
afetadas para encorajar os membros
Vocês sofreram um terrível desastre, mas seus companheiros de todo o
Japão estão enviando daimoku e orações pelo mais rápido
restabelecimento dos senhores. Este é um momento de provações.
Triunfem sobre esse obstáculo por meio da fé. (...)
Mesmo que a casa de vocês tenha sido destruída e seus bens,
arrastados pela água, contanto que a sua fé permaneça sólida,
conseguirão reconstruir a vida sem falta. Se perseverarem com firmeza
na fé voltarão a se reerguer infalivelmente.

O modo como Shin’ichi incentivou as vítimas e o socorro prestado pela


Soka Gakkai após esses desastres naturais são um modelo no qual
nossas atuais atividades de auxílio em desastres se baseiam.

Como o rei leão


A última perspectiva que gostaria de oferecer se refere à Soka Gakkai
como uma organização religiosa que está sempre ao lado do povo.
Este volume foi publicado no [jornal] Seikyo Shimbun entre junho e
dezembro de 1994, designado pela Soka Gakkai como “Ano da Glória
da Renascença Soka”. O tema começou a ser empregado em 1992,
logo após a Soka Gakkai alcançar sua independência espiritual da
Nichiren Shoshu, em novembro de 1991. Isso finalmente permitiu que
a organização abrisse as asas como um movimento religioso
verdadeiramente global.
Dado que esse era o contexto no qual o volume foi escrito, há várias
referências ao clero da Nichiren Shoshu. No capítulo “Aprimoramento”,
Shin’ichi faz uma palestra sobre os Vinte e Seis Artigos de Advertências
de Nikko Shonin,1 em um curso de aprimoramento de verão. Enquanto
falava, ele “expressava em seu íntimo a esperança e a oração de que
um dia o clero despertasse para os preceitos de Nikko Shonin” [para
estimar fortemente os praticantes que prezam a Lei mais do que sua
própria vida].
Além disso, no capítulo “Estandarte do Povo”, Shin’ichi afirma: “Caso
um dia venham a aparecer clérigos de má índole que menosprezem
esses membros [...] a Soka Gakkai seria forçada a combater
resolutamente tais indivíduos”. Seu profundo desejo era que os clérigos
da Nichiren Shoshu jamais se corrompessem e se tornassem
degenerados. E, no entanto, o clero impunha repetidamente sua
autoridade clerical com o objetivo de controlar e dominar os membros
da Soka Gakkai.
Temos de lutar resolutamente contra as forças malignas que
menosprezam e exploram os nossos membros; se não o fizermos, elas
destruirão nossa nobre organização dedicada ao kosen-rufu.
Em “Estandarte do Povo”, encontramos a passagem

A Soka Gakkai sempre se colocará ao lado do povo. Portanto, com


certeza enfrentará perseguições novamente no futuro. Conspirações
estarão nos aguardando para tentar nos enredar. O destino da Soka
Gakkai, porém, é lutar como o rei leão e triunfar em benefício da eterna
prosperidade do povo.

Em um discurso proferido em dezembro de 2000, Ikeda sensei


apresentou um novo ciclo de Sete Sinos, compartilhando sua
perspectiva da eterna vitória da Soka Gakkai nos séculos vindouros. 2
Com a consciência de que nosso mestre está contando conosco para
realizar sua grandiosa visão do futuro do kosen-rufu, vamos avançar
com o orgulho de que a Soka Gakkai permanecerá para sempre ao lado
do povo.

Principais trechos
Existe uma diferença entre seguidor e sucessor. Seguidores se
posicionam na retaguarda, em segurança, longe do combate real e
permanecem alienados no tocante às atribulações vinculadas ao ato de
desbravar um movimento. É provável que aqueles que meramente
seguem a liderança de outra pessoa não consigam cumprir a
responsabilidade exigida dos sucessores.
Um verdadeiro sucessor deve se colocar na vanguarda e hastear a
bandeira da vitória. (Vanguarda)

A família é um “jardim” na formação de seres humanos de grande valor


construído mediante esforços conjuntos de seus componentes. É um
oásis de tranquilidade e revitalização, que restaura a energia e o vigor
para se enfrentar um novo dia. Também pode ser descrito como o solo
no qual se cultiva o caráter humano. (Aprimoramento)
As visitas familiares e as orientações individuais são atividades que
consomem tempo e são quase invisíveis aos olhos dos outros, mas
servem para nutrir as “raízes” da fé. A árvore só consegue crescer em
direção ao céu e produzir galhos e folhas verdejantes quando suas
raízes se expandem profundamente no solo. (...) Mais ou menos da
mesma maneira, a fonte de todo progresso no âmbito do kosen-rufu
consiste em compartilhar dos sofrimentos dos membros, responder as
perguntas deles para livrá-los de quaisquer dúvidas, e possibilitar que
eles se empenhem na fé com alegria e cheios de convicção e
esperança. (Empenho Corajoso)

Assim como a velocidade de aproximação determina a potência de salto


do atleta, a vitória ou derrota nas atividades em prol do kosen-rufu são
definidas pelo rigor dos preparativos. No momento que o atleta se
lança no ar, o resultado já está praticamente definido. (Estandarte do
Povo)

Resumo do conteúdo

Vanguarda
Imediatamente após sua posse como terceiro presidente, Shin’ichi viaja
por todo o Japão, incluindo Okinawa, local que ainda não havia
retornado ao domínio do Japão, prometendo torná-la uma terra de paz
e felicidade.

Aprimoramento
Shin’ichi dedica-se à promoção de indivíduos indispensáveis ao kosen-
rufu. Ele profere orientações em aprimoramentos ao ar livre para as
Divisões Masculina e Feminina de Jovens (Grupos Suiko e Kayo) e
[promove] um curso de aprimoramento de verão.

Empenho Corajoso
Logo após retornar das Américas do Norte e do Sul, Shin’ichi participa
de reuniões de fundação de diversos distritos no Japão, incluindo
Chiba.
Estandarte do Povo
Shin’ichi faz viagens de orientações às regiões de Tohoku, Kyushu,
Kansai e Chugoku e discute a importância do ambiente familiar para a
educação.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da


Soka Gakkai, edição de 28 de novembro de 2018.
Notas:
1. Nikko Shonin (1246–1333): Discípulo e sucessor direto de Nichiren
Daishonin, e o único dos seis sacerdotes seniores a permanecer fiel ao
espírito de Daishonin. Os Vinte e Seis Artigos de Advertências exortam
os praticantes das futuras gerações a manter a pureza dos
ensinamentos de Nichiren Daishonin e esboçam o espírito fundamental
do princípio de fé, prática e estudo.
2. O vídeo desse discurso foi repetido na Reunião Nacional de Líderes
da Nova Era de novembro de 2018.
Volume 3
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 3
Estandarte da vitória humana
Brasil Seikyo, Edição 2484, 21/09/2019, pág. 14-15 / Especial

Hiromasa Ikeda

vice-presidente da SGI
A sincera determinação do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei
Toda, era promover o kosen-rufu da Ásia com base na predição de
Nichiren Daishonin sobre a transmissão do budismo para o oeste. 1 Toda
sensei confiou [essa missão] a Shin’ichi Yamamoto e a seus jovens
sucessores.
Ao estudar o volume 3 da Nova Revolução Humana, primeiro gostaria
de confirmar o significado desse prognóstico.
Na reunião de fundação da Divisão Masculina de Jovens, em 11 de julho
de 1951, Toda sensei declarou:
O kosen-rufu é a missão que preciso realizar sem falta (...). Nós
devemos propagar a grande Lei pura [do Nam-myoho-renge-kyo] não
apenas para a Coreia, a China ou a distante Índia, mas para os confins
da Terra. Esse é o decreto de Nichiren Daishonin.
Ele também expressou sua decisão de concretizar o kosen-rufu da Ásia
no poema:

Aos povos da Ásia


que oram por vislumbrar
a Lua
entre as frestas das nuvens,
enviamos, em vez disso,
a luz do Sol.

A coragem do presidente Josei Toda se tornou o juramento de Shin’ichi


Yamamoto. O volume 3 descreve cenas dos bastidores dos dez anos
após a reunião de fundação da Divisão Masculina de Jovens quando, em
janeiro de 1961, Shin’ichi parte em sua primeira viagem rumo aos
países asiáticos vizinhos do Japão — começando por Hong Kong e
incluindo Ceilão (atual Sri Lanka), Índia e Birmânia (atual Mianmar),
Tailândia e Camboja. Ele enfatiza que seu objetivo “era assinalar o
primeiro passo do retorno do budismo para o oeste conforme
profetizado por Nichiren Daishonin, para então abrir o caminho da
felicidade e da paz perene no Oriente”.

Em 4 de fevereiro de 1961 ocorre uma cerimônia em Bodh Gaya, 2


Índia, na qual uma placa com a inscrição “Kosen-rufu do Oriente” e
outros itens são enterrados. Durante a cerimônia, o poema de Toda
sensei ecoa no coração de Shin’ichi que, ao dar o primeiro passo em
direção ao kosen-rufu na região, faz o seguinte juramento:

Eu o farei! Eu o concretizarei sem falta! Se eu tombar no meio do


caminho, delegarei essa missão aos jovens, que são parte de mim. Que
surjam milhares e milhares de Shin’ichi Yamamoto!

Em essência, o capítulo “Retorno do Budismo para o Oeste” descreve a


sucessão de eventos:

1. Nichiren Daishonin prediz a transmissão do budismo para o oeste.


2. O presidente Josei Toda sela o juramento de concretizar o kosen-
rufu da Ásia.
3. Shin’ichi herda o juramento do seu mestre.
4. Ele [Shin’ichi] confia a conclusão [desse empreendimento] a
incontáveis jovens.

Com base nisso, vamos gravar em nosso coração o fato de que o


presidente Ikeda nos confiou a profunda missão de concretizar o
kosen-rufu na nova era.
Despertar para a nossa missão como bodisatvas da terra
O volume 3 também explica como compreender o tempo — o momento
oportuno — para o kosen-rufu. No capítulo “Índia”, Shin’ichi observa:
Mesmo a profecia de Daishonin poderá cair num mero idealismo se não
houver alguém para tentar concretizá-la. Penso ser um erro achar que
o kosen-rufu irá se realizar por si só e que basta ficar esperando. A
decisão e a grande convicção somadas a uma ação efetiva e séria de
seus sucessores contemporâneos são fundamentais para a realização
dessa profecia.
O kosen-rufu não será alcançado se simplesmente esperarmos por ele.
É por meio da força e da ação dos discípulos que despertaram para sua
missão como bodisatvas da terra que criamos o tempo para o kosen-
rufu.
Além disso, o volume 3 explora a forma de se promover o kosen-rufu.
No capítulo “Raios de Paz”, Shin’ichi descreve isso para dois membros
japoneses que o receberam na Tailândia, explicando:
Os esforços da Soka Gakkai em disseminar os ensinamentos de
Nichiren Daishonin não eram sustentados pelo poder do governo e nem
conduzidos pelo envio de missionários, mas na motivação interior das
pessoas comuns que despertavam para a fé e se erguiam com senso de
missão em sua comunidade ou país.
Shin’ichi empenha todos os seus esforços para encorajar cada membro
a se levantar e a abraçar sua missão. Uma dessas cenas está retratada
em seu incentivo à Ikuyo Oka, mãe de três filhos que mora em Hong
Kong. Seu marido (que havia sido transferido pela empresa para Hong
Kong) não era membro. Shin’ichi diz a ela:

Mais do que qualquer argumento, a conversão de familiares é decidida


pela comprovação real, principalmente no aspecto do desenvolvimento
humano. Tudo depende de a senhora se tornar uma boa mãe e esposa
prestativa.
Com os olhos mirando o futuro, Shin’ichi também encoraja uma das
filhas da Sra. Oka a despertar para a sua missão: “[Você] não veio para
cá [Hong Kong] por acaso, simplesmente por causa da transferência do
serviço de seu pai. Veio para concretizar a missão do kosen-rufu”.
Hong Kong, o primeiro destino das viagens de Shin’ichi pela paz na
Ásia, em 1961, foi a última localidade visitada em sua jornada pelo
mundo no século 20 (em dezembro de 2000). O capítulo “Juramento
Seigan” do volume 30 da Nova Revolução Humana também aborda esta
primeira visita a Hong Kong [em 1961] e descreve como se abriu um
magnífico caminho para o kosen-rufu no século 21, na Ásia e no
restante do mundo. No breve período de quarenta anos, o kosen-rufu
avançou rapidamente em Hong Kong devido aos extenuantes esforços
dos membros que fizeram do coração de Shin’ichi o seu próprio.

O propósito fundamental da Soka Gakkai


O capítulo “Índia” se refere a como o antigo rei indiano Ashoka (268–
232 a.E.C.) governou seu império. Shin’ichi contempla o motivo da
decisão do rei de não fazer do budismo uma religião estatal:

Acredito que, como governante, ele procurou realizar aquilo que hoje
chamamos de preservar a liberdade de pensamento e de crença (...),
presumo também que ele tenha tentado evitar com isso a eclosão de
uma guerra religiosa.

Ele ainda observa: “Esse direito [a liberdade religiosa] será sempre


defendido pela Soka Gakkai”. Em outras palavras, a missão social da
Soka Gakkai é lutar resolutamente contra qualquer opressão que viole
a liberdade de crença ou outros direitos humanos básicos, empregando
para isso o poder do diálogo.
O capítulo “O Buda” fornece uma descrição detalhada das perseguições
sofridas por Shakyamuni, que continuou pregando a Lei até o fim, sem
jamais se submeter às perseguições perpetradas pelos “seis mestres
não budistas”3 ou à traição de Devadatta.4
Nesse contexto, o capítulo esclarece que “os elos que unem através da
fé não estão baseados em interesses pessoais, mas na confiança
mútua”. Forjar escândalos têm sido uma tática frequente empregada
por aqueles que buscam destruir tais elos de confiança. Algumas das
“nove grandes perseguições” ou provações sofridas por Shakyamuni
também foram causadas por escândalos inventados.
Desde os tempos antigos, esse tem sido um método-padrão para atacar
as pessoas justas, empregando plataformas e boatos falsos na
tentativa de fazê-las cair em descrédito.
A publicação em série do capítulo “O Buda” no jornal Seikyo Shimbun
começou em abril de 1995. Antes disso, em março, a seita Aum
Shinrikyo (também conhecida como Aum Verdade Suprema) havia
cometido um ataque terrorista letal no metrô de Tóquio usando gás
sarin. Depois disso, houve amplo clamor na sociedade japonesa por
uma regulamentação mais rigorosa das instituições religiosas, o que
mais tarde levou a uma revisão da Lei das Associações Religiosas.
O capítulo “O Buda” tornou-se fonte de encorajamento para os
membros da Soka Gakkai que estavam preocupados com falsos
rumores e críticas que circulavam no rescaldo desse caso. Além disso,
sinto que ele também se destinava a servir como registro, em prol da
posteridade, dos traços típicos de uma perseguição religiosa.
No capítulo “Raios de Paz”, Shin’ichi afirma:
A missão religiosa dos budistas é essencialmente cumprir essa missão
social como seres humanos. Somente quando uma religião capacita as
pessoas a realizar esse propósito pode ser chamada de “religião viva”.
O budismo não é mero idealismo. Uma verdadeira religião é aquela que
permite que o estandarte da vitória humana seja hasteado bem alto em
meio à realidade do nosso mundo.
O propósito fundamental da Soka Gakkai consiste em concretizar o
ideal de Nichiren Daishonin de “estabelecer o ensinamento correto para
a pacificação da terra”, a realização da prosperidade social e da paz
para toda a humanidade. Vamos, portanto, nos engajar alegremente
em diálogos com um espírito amistoso, enquanto criamos uma rede de
felicidade em nossas comunidades.

Principais trechos

Por trás do desenvolvimento de uma pessoa de valor existe sempre a


figura dedicada de um veterano. Mesmo que não seja reconhecido, é o
verdadeiro benemérito e estará acumulando ilimitada boa sorte por
todas as existências. (Retorno do Budismo para o Oeste)

Talvez isso pareça uma ação muito modesta, porém acredito que o
diálogo sincero de pessoa a pessoa é o caminho direto para criar uma
correta concepção sobre a organização. (Índia)

O verdadeiro preceito não é aquele estabelecido fora de si, mas o que é


criado e evoluído no interior das pessoas. O espírito budista não se
encontra nos preceitos ou mandamentos criados por outros, mas nas
regras e disciplinas que cada um adota. (O Buda)

Quando o discípulo procura o seu mestre e decide atuar junto com ele,
a vibração da vida do mestre que vive pelo kosen-rufu também é
transmitida na vida do discípulo. (Raios de Paz)

Resumo do conteúdo

Retorno do Budismo para o Oeste


Em janeiro de 1961, Shin’ichi parte em uma viagem pelos países
asiáticos. Em Hong Kong, seu primeiro destino, estabelece o primeiro
distrito na Ásia fora do Japão.

Índia
Em 4 de fevereiro, Shin’ichi visita Bodh Gaya, na Índia, onde
Shakyamuni alcançou a iluminação, e enterra uma placa de granito
dedicada ao kosen-rufu da Ásia.

O Buda
Em Bodh Gaya, Shin’ichi reflete sobre a nobre vida de Shakyamuni
como uma pessoa comum.
Raios de Paz
Shin’ichi visita a Birmânia (atual Mianmar), onde seu irmão mais velho
perdera a vida na guerra.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de


26 de dezembro de 2018.
1. Nichiren Daishonin previu que o budismo, que originalmente se
propagou do oeste para o leste (da Índia para a China, a Coreia e o
Japão), retornaria à Índia e se difundiria pelo mundo, da mesma forma
que o sol nasce no leste e se move para o oeste. 2. Historicamente, é
conhecido como o local em que Shakyamuni alcançou a iluminação. 3.
Pensadores influentes da Índia durante a época de Shakyamuni, que
romperam abertamente com a tradição védica e desafiaram a
autoridade brâmane na ordem social hindu. Com inveja pelo
crescimento do número de discípulos de Shakyamuni, eles tramaram
para derrubá-lo, marcando o início de uma vida inteira de perseguições.
4. Primo de Shakyamuni que, a princípio, foi discípulo do Buda, mas
depois tornou-se inimigo deste. Ele é descrito como um homem
extremamente maldoso que tenta matar Shakyamuni e destruir a
Ordem budista.
Volume 4

Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 4


Dinâmico avanço em nossa vida
Brasil Seikyo, Edição 2488, 19/10/2019, pág. 14-15 / Especial

Hiromasa Ikeda
vice-presidente da SGI
O volume 4 do romance Nova Revolução Humana é ambientado em
1961, ano seguinte à posse de Shin’ichi Yamamoto como terceiro
presidente da Soka Gakkai, uma época em que o movimento pelo
kosen-rufu estava se desenvolvendo de forma dinâmica.

Em junho, já havia sido alcançada a meta de 2 milhões de famílias


praticantes do budismo. No entanto, é importante ter em mente que as
circunstâncias em que esses eventos se desenrolaram eram
extremamente desafiadoras.
Naquele momento, o processo judicial resultante do Incidente de Osaka
se aproximava de um estágio crítico. Em 3 de julho de 1957, Shin’ichi
havia sido preso sob a acusação de violação da lei eleitoral, o que, ao
final, provou-se que fora uma denúncia infundada. A ação judicial se
iniciou em outubro daquele ano, e seu desfecho parecia trágico — um
dos advogados de Shin’ichi disse que ele deveria se preparar para o
veredicto de “culpado”. Apesar de tudo, Shin’ichi continuou na liderança
do kosen-rufu.
Além disso, um número cada vez maior de afiliados da Soka Gakkai era
hostilizado e discriminado. O capítulo “Tempestade Primaveril” descreve
a ocorrência de incidentes dessa natureza em várias comunidades em
todo o Japão. Tudo supostamente baseado no fato de haver membros
que se recusavam a participar de cerimônias em templos ou em
santuários locais ou a fazer doações, mas a verdadeira razão era que
pessoas ligadas aos templos e santuários temiam que as atividades de
propagação da Soka Gakkai ameaçassem seus interesses pessoais.
Ao ouvir sobre esses incidentes, Shin’ichi incentiva:
Quando analisamos do ponto de vista da nossa longa vida, esses
incidentes [de ser condenado ao ostracismo] não passam de um fato
momentâneo. Serão, na verdade, como uma maravilhosa recordação
de nossa luta baseada na prática da fé.
Suas palavras se fundamentavam na convicção de que os membros
precisavam, mais que a compaixão de Shin’ichi, cultivar uma fé
inabalável para se manterem firmes diante de qualquer tempestade.Ele
acreditava que esse era o único caminho para a vitória perene. E
considerou esses sucessivos obstáculos como oportunidades para os
praticantes se desenvolverem como pessoas de forte fé que pudessem
enfrentar todo tipo de adversidade.
Vamos, nós também, desenvolver esse tipo de fé indomável à medida
que continuamos a avançar em nossa vida.

O alegre espírito de doação


No capítulo “Triunfo” encontramos uma explicação sobre o espírito que
está por trás das doações oferecidas no budismo. A expressão “[alegre]
espírito de doação” refere-se ao ato de fazer um sincero oferecimento
pela causa da Lei, sem buscar nada em troca.
O capítulo continua descrevendo um episódio dos sutras budistas sobre
um rico mercador chamado Sudatta, que faz uma oferenda sincera e
alegre. A história ilustra que tal oferecimento proveniente da fé pura é,
de fato, a mais genuína das oferendas e consiste em fonte de
abundante boa sorte.
O espírito de devoção em realizar a doação eleva o estado de vida e
proporciona imensuráveis benefícios, e isso, por sua vez, aprofunda a
convicção na prática budista.
Naquela época, muitos membros estavam com problemas financeiros e
de saúde. Embora a Soka Gakkai estivesse num estágio em que era
possível considerar grandes projetos, como a construção de centros
culturais em todo o país, Shin’ichi hesitava em pedir doações para
membros com dificuldades. Ele retorna ao Gosho para ressaltar o
verdadeiro significado das doações e depois de muito ponderar decide
dar a todos a oportunidade de contribuir financeiramente, selando o
seguinte juramento em seu coração:
Embora sejam pobres agora, não tenho dúvidas de que se tornarão
afortunados no futuro. Farei com que isso se realize. Devo louvar a
sinceridade de meus companheiros e lhes oferecer todo o meu
incentivo como se reverenciasse um buda.
Essas palavras demonstram o sentimento mais profundo do presidente
Ikeda em relação à questão das contribuições financeiras dos membros,
e até hoje esse espírito permanece no eixo da atitude da Soka Gakkai
no que diz respeito aos subsídios financeiros.
Da mesma forma, a abordagem atual da Soka Gakkai em relação ao
uso de tecnologia audiovisual é baseada numa passagem do capítulo
“Folhas Novas”, que descreve como a organização começou a produzir
filmes e documentários. Apreciando o potencial dos recursos
audiovisuais, Shin’ichi propõe que se produzam filmes para documentar
suas atividades. Ele também discorre sobre os planos com a equipe de
produção, sugerindo que, além de películas coloridas pudessem, um
dia, também dramatizar as experiências dos companheiros. Essa
perspectiva é a origem do atual Soka Channel VOD [Canal Soka de
vídeos on demand] no Japão.

Sementes do crescimento
Durante o seu segundo ano como presidente, Shin’ichi concentrou
esforços no desenvolvimento da Divisão de Jovens, e o capítulo “Folhas
Novas” delineia vários passos essenciais para que os jovens possam
evidenciar seu potencial. Aqui, gostaria de comentar sobre três deles.
O primeiro é despertar para a missão. Mesmo antes de assumir
qualquer posição de liderança, Shin’ichi havia se empenhado em
concretizar os ideais do presidente Josei Toda, assumindo total
responsabilidade pela Soka Gakkai:
Ele [Shin’ichi] sempre assumia as questões da Gakkai como se fossem
de sua responsabilidade, procurando fazer do espírito de seu mestre o
seu próprio para agir sempre como discípulo de Josei Toda. (...) A
determinação de uma pessoa, embora invisível e sem forma, é na
realidade a semente do desenvolvimento.
O segundo passo consiste em decidir a quem ter como mestre. No
mesmo capítulo, há referência a um líder da Divisão dos Jovens de
Kyushu:
Ele atuava tendo como referência a pessoa de Shin’ichi como seu
mestre e como se estivesse na mesma posição que ele. Procurava viver
juntamente com o mestre e olhar para a mesma direção, e não como
uma pessoa que fazia parte de um todo olhando para o mestre.
De fato, a força motriz do crescimento é ter a sincera decisão de
sempre estar ao lado do mestre.
O terceiro passo é encontrar uma maneira de ter equilíbrio entre todos
os aspectos da vida, tanto no trabalho quanto nas atividades da
Gakkai. Shin’ichi incentiva um jovem que está com dificuldades para
participar das atividades por causa do seu atribulado horário de
trabalho dizendo:
Esforce-se na juventude de tal forma que tenha a convicção de ter feito
o melhor em tudo, tanto no trabalho como nas atividades. Isso irá se
constituir numa base muito importante para toda a vida.
Sem falta, o caminho para a vitória se abrirá quando a pessoa decidir
fazer o seu melhor em cada empreendimento, baseando suas ações
numa sincera oração.
Além de definir os pontos fundamentais para capacitar os jovens a
realizar seu potencial, o volume 4 também faz alusão às atitudes
daqueles que são responsáveis por cultivá-los.
O capítulo “Pacificação da Terra” descreve o raciocínio de Shin’ichi
enquanto ele se esforça para manter os jovens constantemente
motivados.
Ele descreve os três princípios observados por ele:
Shin’ichi sabia que o único caminho para conseguir isso seria não
perder de vista o seu mestre, que era a sua fonte de inspiração e o seu
ponto primordial, pois sem uma fonte não pode haver um grande rio.
Sabia também que ele próprio jamais deveria esquecer o espírito de
procura e de desafio para desenvolver a si mesmo, cultivando e polindo
sua capacidade. Certo de que o melhor caminho para os inspirar era
por meio de seu próprio exemplo, jurou agir de modo altruísta e
abnegado, devotando a vida pela felicidade de toda a humanidade.
Espero que aqueles de nós envolvidos na criação de jovens herdem
esse espírito de Shin’ichi.
No capítulo “Folhas Novas”, há também menção sobre uma líder da
Divisão Feminina de Kyushu, que falecera repentinamente em junho de
1961. Ela tinha o grande sonho de visitar a Europa para divulgar o
Budismo Nichiren. O capítulo “Grande Brilho” descreve que durante a
sua primeira viagem de orientações pelo continente europeu em
outubro daquele ano, Shin’ichi fez questão de comprar alguns pratos
decorativos para presentear os filhos dessa senhora. Ele observa aos
seus companheiros:
Muitos tendem a esquecer facilmente os falecidos. No entanto, eu
jamais poderei esquecer os companheiros que lutaram ao meu lado e
compartilharam comigo as dificuldades. Muito mais quando deixam
uma família. Pretendo apoiar essas famílias tanto quanto possível e
sempre estou orando pela sua felicidade.
A Soka Gakkai é o genuíno mundo do incentivo. Vamos abraçar esse
espírito do sensei e continuar a expandir nossa rede de esperança.

Principais trechos

O budismo é a suprema razão. Nós, como budistas, devemos nos


dispor a agir a todo o momento com uma correta civilidade.
(Tempestade Primaveril)
O mais importante para um jovem é não depreciar a si mesmo por sua
condição de vida, pois, haja o que houver, a prática da fé serve para
desenvolver de forma prazerosa a ilimitada potencialidade que existe
dentro de cada um. No momento em que pensarem que não servem
para nada, estarão tolhendo seus próprios potenciais. A chave para
abrir o futuro encontra-se no âmago da vida atual. (Triunfo)
Se sentirem que a vida está sofrida e angustiante, procurem criar
tempo para orar mesmo que seja por um curto momento. Assim, farão
emergir a energia para o desafio e poderão abrir um novo caminho.
Com o passar do tempo, atingirão uma condição de vida em que se
empenharão nas atividades em prol do kosen-rufu livres de quaisquer
impedimentos. (Folhas Novas)
O que constrói uma brilhante organização é o calor humano e a
consideração para com as pessoas. Com isso, elas se sentem
estimuladas e dispostas a se esforçar. (Pacificação da Terra)
A vida, apesar de parecer uma longa jornada, é relativamente curta. A
juventude, principalmente, é tão rápida como o piscar dos olhos. A
Gakkai está agora visando um grande desenvolvimento rumo ao futuro.
O tempo do kosen-rufu está chegando, e esse tempo é agora. (Grande
Brilho)

Resumo do conteúdo
Tempestade Primaveril
Shin’ichi participa das reuniões de fundação de diversos distritos em
todo o Japão.

Triunfo
Realiza-se a Convenção Geral da Soka Gakkai comemorativa do
primeiro aniversário da posse presidencial de Shin’ichi com a
participação de representantes dos Estados Unidos e do Brasil.

Folhas Novas
Convenções gerais da Divisão dos Jovens são realizadas em todo o
Japão.

Pacificação da Terra
Shin’ichi explana o tratado Estabelecer o Ensinamento Correto para a
Pacificação da Terra num curso de verão.

Grande Brilho
Shin’ichi parte para sua primeira jornada da paz pela Europa. Diante do
Muro de Berlim, promete dedicar sua vida pela causa da paz mundial.
Volume 5

Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 5


Manter firmes suas convicções

Brasil Seikyo, Edição 2492, 23/11/2019, pág. 14-15 / Especial

Os capítulos “Abrindo Caminho” e “Alegria” do volume 5 da Nova


Revolução Humana detalham a primeira visita de Shin’ichi Yamamoto
[pseudônimo de Daisaku Ikeda no romance] à Europa, em outubro de
1961. Foi de fato uma jornada pioneira, abrindo o portal para a paz e
plantando as sementes do humanismo.

Hiromasa Ikeda

vice-presidente da SGI
O movimento da SGI pelo kosen-rufu continua a se desenvolver de
forma dinâmica no mundo todo. Os membros da Europa, que
realizaram seu encontro anual em prol do kosen-rufu em janeiro, estão
fazendo grandes progressos sob o lema “Uma Europa com Sensei”,
tomando a liderança do nosso movimento mundial do kosen-rufu com
um ardente senso de sua missão como pioneiros.
Os capítulos “Abrindo Caminho” e “Alegria” do volume 5 da Nova
Revolução Humana detalham a primeira visita de Shin’ichi Yamamoto
[pseudônimo de Daisaku Ikeda no romance] à Europa, em outubro de
1961. Foi de fato uma jornada pioneira, abrindo o portal para a paz e
plantando as sementes do humanismo.
Diante do Portão de Brandemburgo, durante a sua visita à Alemanha
Ocidental, Shin’ichi havia firmado com determinação: “o Muro de Berlim
não mais existirá daqui a trinta anos”. No capítulo “Abrindo Caminho”,
um dos líderes da Soka Gakkai que o acompanhava pergunta se ele
tinha em mente algum plano específico para que isso ocorresse. Em
resposta, Shin’ichi fala sobre a importância de promover o diálogo e o
intercâmbio cultural e compartilha sua determinação de fazer isso
acontecer: “Sei que será uma longa e árdua jornada, mas abrirei o
caminho com perseverança visando os próximos vinte ou trinta anos.
(...) Esta é a minha convicção”. Em conformidade com essas palavras,
o presidente Ikeda buscou ativamente oportunidades de diálogo e
intercâmbios culturais no esforço para abrir o caminho do kosen-rufu na
Europa.
Em Colônia, durante um jantar com alguns empresários alemães,
Shin’ichi fala sobre o humanismo budista com base em Fausto, de
Goethe. Todos os envolvidos desfrutam uma troca calorosa e amigável,
conversando e cantando. Por meio dessa experiência, ele sentiu
profundamente o anseio do povo alemão pelos ensinamentos budistas,
confirmando sua convicção de que era realmente possível que as
pessoas transcendessem as diferenças de nacionalidade ou de cultura,
manifestando entendimento e empatia mútuos.
Na Itália, enquanto observa os prédios e ruas antigas de Roma,
Shin’ichi reflete:
Ele [Shin’ichi] pensou então na realização do kosen-rufu, cujo objetivo
é construir a “cidade eterna” no seio da humanidade. Esse grande
empreendimento não pode ser realizado da noite para o dia. Serão
precisos cem, duzentos, trezentos anos ou mais. Todavia, é uma tarefa
que a Soka Gakkai deverá realizar a todo o custo.
Durante essa viagem, ele também visita a Holanda, a França, o Reino
Unido, a Espanha, a Suíça e a Áustria. As perspectivas que ele
compartilha sobre o kosen-rufu em cada país, sempre se referindo à
história e à cultura específicas, tornaram-se inspiração e diretrizes
motivadoras para os membros da Europa.
Em suas viagens, ele dedica sua energia para encorajar os líderes
centrais. Eiji Kawasaki, que Shin’ichi acabara de nomear como um
contato central da Europa, pergunta o que ele deve fazer e como deve
cumprir com essa responsabilidade. Em resposta, Shin’ichi não sugere
nenhuma ação específica, com o objetivo de cultivar a iniciativa própria
e a independência de Kawasaki como líder:
É muito difícil ser pioneiro. Você tem que pensar em tudo sozinho e
depois fazer tudo sozinho. Você não tem mais ninguém para quem
confiar ou recorrer. Mas é isso que a torna tão gratificante e os
benefícios tão bons.
O capítulo “Alegria” também traz as seguintes palavras: “O que forma a
essência das atividades do kosen-rufu é a conscientização de cada
indivíduo”. Naturalmente, o debate e o consenso são importantes na
condução das atividades, mas vamos gravar em nosso coração que o
kosen-rufu começa quando um único indivíduo decide fazer da paz e da
felicidade, de si e dos outros, sua missão pessoal.

Partido Komei
O capítulo “Leão” descreve como foi formada a Aliança Política Komei,
predecessora do atual Partido Komei no Japão. Shin’ichi esclarece que
essa organização política deve ser um novo tipo de organismo político
dedicado à felicidade de todo o povo japonês, que servirá às pessoas
com um espírito de grande compaixão e que ele não deve existir em
benefício da Soka Gakkai.
Ele também compartilha com os representantes [políticos] suas
profundas expectativas para o novo partido:
Os senhores, como políticos, não precisam se preocupar em prestar
algum favor para a Soka Gakkai. Pelo contrário, sejam grandes políticos
que pensam seriamente na felicidade da população com planos para
cem anos para o nosso país e de mil anos para o bem do mundo.
Espero que prestem bons serviços para a população e sejam políticos
exemplares e admirados pelas pessoas. Sejam leões que protegem o
povo — esse é meu desejo e minha expectativa.
Sobre este ponto, gostaria de abordar dois importantes imperativos nos
quais se baseiam o apoio da Soka Gakkai ao Partido Komei no Japão. O
primeiro é vigiar de perto a política. Isso é algo que o presidente Josei
Toda enfatizou, de forma rigorosa, com base em sua forte convicção
como praticante do Budismo Nichiren e na obstinação de que as
pessoas comuns não podem sofrer devido a políticas corruptas. O
segundo imperativo consiste em permitir que todos os cidadãos do
Japão desenvolvam o bom senso em relação ao julgamento político e à
consciência política. Somente os políticos não determinam a qualidade
de um governo — os eleitores que os apoiam e os elegem são o fator
decisivo para influenciar o curso da governança.
No mesmo capítulo, Shin’ichi expande essa visão: “A verdadeira
reforma política acontece paralelamente ao grau de conscientização do
povo”. E ele continua: “A Soka Gakkai vem despertando e esclarecendo
a cidadania no coração de seus associados para que visualizem o rumo
da sociedade”.
De fato, os membros da Soka Gakkai no Japão mantiveram constante
diálogo para despertar cada indivíduo a se tornar um protagonista na
melhoria da sociedade. Este ano, novamente, os membros japoneses se
orgulham de tais esforços enquanto trabalham para promover ainda
mais o diálogo e demonstrar provas positivas em sua vida.

A fonte do humanismo
A última parte do capítulo “Leão” descreve os eventos de 25 de janeiro
de 1962, o dia em que Shin’ichi foi inocentado de todas as acusações
relacionadas ao Incidente de Osaka.
Em 3 de julho de 1957, ele foi preso sob a acusação de violação da lei
eleitoral, o que, ao final, provou-se ser totalmente infundado. O
julgamento se desdobrou num total de 84 sessões, arrastando-se
mesmo após a sua posse como terceiro presidente da Soka Gakkai em
3 de maio de 1960. Durante esse período, apesar de ter de comparecer
23 vezes ao tribunal, Shin’ichi manteve-se destemido, trabalhando
firmemente para abrir o caminho para o kosen-rufu mundial e para
construir as bases da Soka Gakkai de hoje.
Em uma mensagem para a conferência de representantes das divisões
realizada em janeiro deste ano, o presidente Ikeda lembrou que,
durante o julgamento, seus advogados lhe disseram para se preparar
para um veredicto de culpado. No entanto, alguns membros que
praticavam com ele desde a Divisão dos Jovens trabalhavam
incessantemente para provar quão injusta havia sido a investigação.
Isso também está registrado em detalhes no capítulo “O Julgamento”,
no volume 11, da Revolução Humana. Ele descreve como o juramento
de dedicar a vida à luta pelos direitos humanos começou a se enraizar
no coração de Shin’ichi como resultado dos desafios enfrentados em
Osaka. Esse juramento, afirma, “acabaria por se tornar a fonte de uma
nova correnteza do humanismo que se espalharia amplamente por todo
o mundo na forma do movimento da SGI”. Ele é a base do movimento
da SGI para a paz, cultura e educação, e acredito que herdar esse
juramento é a missão e a responsabilidade de todos os discípulos de
Ikeda sensei.

Principais trechos
Se cada associado ajudasse a ampliar a rede de convivência e de
benevolência em sua respectiva comunidade, o deserto humano da
sociedade moderna poderia ser transformado num oásis de calor
humano. (Abrindo Caminho)
O maior feito de um homem é criar e deixar outro que dá seguimento
ao seu empreendimento. (Alegria)
A questão crucial é o que vamos fazer para edificar o que o presidente
Josei Toda conquistou até então. Se a Soka Gakkai for destruída, não
será mais possível difundir o Budismo Nichiren. (...) Seja como for, não
há outra forma a não ser que os discípulos vençam em tudo
comprovando a grandeza dos seres humanos, e a suprema alegria da
crença religiosa é encontrada nesse triunfo. (Alegria)
As cortinas de uma nova era devem ser abertas com a própria luta e
esforço dos jovens. Em um palco preparado pelos outros, os jovens
jamais poderão atuar como autênticos líderes. Se pretendem liderar a
nova era, esse palco deve ser criado com as próprias mãos. (Vitória)
Na verdade, o poder existe para proteger o povo e não para prejudicar
e fazer sofrer cidadãos honestos. O povo é na realidade o protagonista
da sociedade e do Estado. É preciso combater o poder maligno que age
violando os direitos humanos. Eu declaro que essa é uma missão da
Gakkai. (Leão)

Resumo do conteúdo
Abrindo Caminho
Shin’ichi viaja da Alemanha para a França e para o Reino Unido.
Alegria
Em Viena, Shin’ichi presta uma homenagem à vida e às batalhas de
Beethoven. Em Roma, refletindo sobre a história do cristianismo, prevê
um futuro brilhante para a propagação da Lei Mística.
Vitória
Cem mil membros participam de uma convenção geral da Divisão
Masculina de Jovens (DMJ), enquanto 85 mil moças [também] se
reúnem para a convenção geral.
Leão
Em 17 de janeiro de 1962, a Aliança Política Komei é formada. Em 25
de janeiro, Shin’ichi é inocentado de todas as acusações feitas contra
ele relacionadas ao
Incidente de Osaka.
Volume 6
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 6
Fonte de inspiração

Brasil Seikyo, Edição 2496, 31/12/2019, pág. 22-23 / Especial


Hiromasa Ikeda
vice-presidente da SGI

Os dois primeiros capítulos do volume 6, “Terra do Tesouro” e “Longa


Jornada”, detalham as viagens de Shin’ichi Yamamoto para sete países
— Irã, Iraque, Turquia, Grécia, Egito, Paquistão e Tailândia — entre
janeiro e fevereiro de 1962. Um dos objetivos dessa visita era observar
a conjuntura religiosa nessas nações. Acredito que, no processo para
delinear sua perspectiva para o kosen-rufu mundial, tenha sido
extremamente importante para Shin’ichi explorar, em primeira mão, a
cultura e a história do Islã, que nasceu no Oriente Médio.
Em 30 de janeiro, Shin’ichi chega a Teerã, marcando seus primeiros
passos no Oriente Médio, com a determinação de abrir caminho para
uma paz duradoura e uma convivência harmoniosa entre todos os
povos por meio do poder do espírito humano. Embora ciente de que
essa seria uma jornada longa e árdua, ele está convencido de que é a
trilha que deve percorrer para cumprir sua missão. O capítulo “Longa
Jornada” termina com a seguinte reflexão:
O caminho do kosen-rufu é uma longa jornada. Por isso, é fundamental
dar cada passo com toda a firmeza, mantendo sempre acesa a chama
da coragem e da convicção.
Vamos todos gravar essas palavras no coração enquanto nos
esforçamos para fazer o kosen-rufu avançar em todo o mundo.
No Oriente Médio, Shin’ichi discute a importância de se promover a
compreensão intercultural e o diálogo entre as civilizações. Um dos
líderes da Divisão dos Jovens (DJ) que acompanha Shin’ichi comenta
que considera o Islã intransigente com relação à supremacia e à
infalibilidade absolutas de seu Deus e sugere que pode ser difícil
promover o diálogo inter-religioso com os muçulmanos. A esse
respeito, Shin’ichi responde que a solução pode estar em começar
focando a discussão nos problemas que todos compartilhamos como
seres humanos. Ele lembra as palavras do presidente Josei Toda:
Tudo se resolveria facilmente se os fundadores de religiões como
Nichiren Daishonin, Shakyamuni, Jesus Cristo e Maomé pudessem se
reunir e fazer uma conferência.
Ele então comenta:
A única forma é desenvolver o diálogo entre os contemporâneos de
cada religião, cada qual se identificando com o espírito de seus
fundadores.
Em outras palavras, o diálogo com base no respeito mútuo pela nossa
condição humana em comum é vital para aprofundar a compreensão
intercultural.
Durante o tempo em que esteve no Egito, Shin’ichi conhece um jovem
acadêmico e eles trocam opiniões sobre a natureza da civilização.
Quando perguntado se ele acha que existe uma causa comum para o
eventual declínio das civilizações antigas altamente desenvolvidas,
Shin’ichi afirma que, embora houvesse fatores particulares de cada
caso, em última análise, as causas do declínio de um Estado poderiam
ser sempre encontradas dentro do coração do seu povo. De fato, a
vontade humana desempenha papel poderoso na formação e
determinação das correntes da história. “Quando observamos a história
desse ângulo, podemos perceber que ela não é apenas um registro de
fatos do passado, mas um farol que ilumina o presente e o futuro em
relação ao modo de vida dos homens”.

O drama da revitalização
O ano de 1962 foi um período de aceleração dos esforços de
propagação pelos membros da Soka Gakkai.
Numa área da cidade de Fukuoka, havia uma favela conhecida pelos
moradores como Dokan, em referência aos tubos de esgoto
abandonados no local. Aqueles que ficaram desabrigados ou
desempregados após a guerra haviam se estabelecido ali, utilizando as
manilhas como moradia.
O capítulo “Aceleração” detalha como esses indivíduos que foram
marginalizados e deixados de lado pela sociedade japonesa tradicional
começaram a transformar sua vida por meio da prática do Budismo
Nichiren. Embora muitos dos residentes de Dokan sofram com
problemas de saúde, dificuldades financeiras e outras questões, abraçar
a fé no budismo lhes proporciona a luz da esperança e a coragem para
continuar vivendo. Eles experimentam diversos benefícios como
resultado de seus tenazes esforços com base na sabedoria e na
coragem que derivam da fé deles. Através do Seikyo Shimbun, a leitura
dos discursos que Shin’ichi profere em várias reuniões, junto com o
estudo das explanações [de Ikeda sensei] sobre os escritos de Nichiren
Daishonin, serve como uma poderosa fonte de inspiração para esses
membros, permitindo que aprendam o básico da fé.
Shin’ichi está sempre pensando naqueles que mais sofrem ou que estão
enfrentando a maior dificuldade. Ele incentiva uma líder da Divisão
Feminina (DF) a dar o melhor de si para apoiar os tão dedicados e
diligentes membros e a estar constantemente atenta ao bem-estar
deles, oferecendo-lhes apoio e incentivo irrestritos. O presidente
Yamamoto acrescenta que gostaria que ela se esforçasse para manter o
mesmo ritmo que ele: “Essa sintonia equivale à forte determinação de
assumir total responsabilidade pelo kosen-rufu”.
Valorizar e apoiar cada membro — eis o espírito primordial da Soka
Gakkai; nosso compromisso com o bem-estar dos nossos companheiros
é o que inspira a todos.

Um dinâmico espírito de procura


O capítulo “Jovens Águias” detalha como Shin’ichi inicia uma série de
explanações sobre o Registro dos Ensinamentos Transmitidos
Oralmente atendendo a um pedido dos membros da Divisão dos
Universitários (DUni). Seu desejo é que os jovens desenvolvam mentes
questionadoras, pois ele tem certeza de que, quanto mais eles estudam
os ensinamentos de Nichiren Daishonin e os comparam com outras
religiões e filosofias, mais se tornam conscientes do seu verdadeiro
valor. Ninguém estava mais consciente disso do que o próprio Shin’ichi.
Pela maneira como a vida dos fundadores das principais tradições
religiosas são descritas na Nova Revolução Humana (de Shakyamuni,
no capítulo “O Buda”, no volume 3; de Jesus, no capítulo “Alegria”, no
volume 5; e de Maomé, no capítulo “Terra do Tesouro”, no volume 6),
podemos notar que Shin’ichi está constantemente pensando em como
proporcionar o avanço do kosen-rufu em todo o mundo durante suas
viagens pela Índia, Europa e Oriente Médio.
O capítulo “Jovens Águias” também descreve a postura com a qual se
deve estudar os escritos de Nichiren Daishonin. A esse respeito,
gostaria de destacar dois pontos. Primeiro, devemos nos esforçar para
lê-los com fé. Shin’ichi fornece diretrizes rigorosas para os jovens sobre
isso:
Quando lemos o Gosho, devemos fazê-lo com a profunda convicção de
que esta é a verdade, a verdade absoluta — exatamente como está
escrito. Em outras palavras, devemos ler com fé, buscar com fé e
entender com fé. Talvez a filosofia ocidental possa iniciar com a dúvida,
porém, quando estudamos o budismo, devemos iniciar com a fé.
Em segundo lugar, devemos praticar em estrito acordo com os
ensinamentos de Nichiren Daishonin.
Devemos ler o Gosho com base no princípio de “corpo, boca e mente”.
Isso significa que devemos conduzir nossa vida de acordo com o Gosho,
expondo sua filosofia para outras pessoas e praticando seus
ensinamentos na vida real.
Shin’ichi convida os estudantes a despertarem para sua missão como
bodisatvas da terra e a serem proativos no estudo do budismo, em vez
de fazê-lo apenas por obrigação:
Mesmo quando estiverem participando das atividades ou orando ao
Gohonzon, o mais importante é a profunda determinação no âmago da
vida. Se a fé for apenas formal e superficial, arrastada pela rotina e
pela obrigação, não existirá a verdadeira alegria nem a iluminação.
Nosso dinâmico espírito de procura na fé é o que nos permite crescer e
obter alegria a partir da nossa prática budista.
A justiça da Soka Gakkai
O volume 6 foi publicado em série no jornal Seikyo Shimbun entre
setembro de 1996 e abril de 1997. Naquela época, a Soka Gakkai
estava sofrendo ataques por uma investida de falsos boatos e críticas.
No capítulo “Mares Tempestuosos”, Shin’ichi declara:
A questão é se temos ou não a coragem de lutar contra o mal. Essa
coragem é a expressão da seriedade e do brado da nossa própria vida.
Somente quando todos os membros se tornarem leões com o espírito
de levantar-se só, e bradarem pela justiça e pela verdade da Gakkai,
poderemos estabelecer o nosso triunfo.
O kosen-rufu é uma luta para demonstrar a justiça da Soka Gakkai por
meio do poder do diálogo. Que cada um de nós “reúna a coragem do
rei leão” (cf. CEND, v. II, p. 263) e brade, com o rugido de leão, pela
verdade e pela justiça da Soka Gakkai.

Principais trechos
O brilho eterno do sol é mantido pela incessante combustão de sua
energia. Viver pela missão é agir a todo instante com incessante
devoção de nossa energia. O esplendor do humanismo que surge dessa
ininterrupta chama da nossa ardente paixão desbravará o novo
amanhã de paz duradoura. (Terra do Tesouro)

Geralmente as pessoas tendem a se afastar das velhas amizades


quando encontram novas, ou não conseguem criar novos amigos
quando estão ligados às velhas amizades. Contudo, para criar um novo
mundo, é preciso prezar as pessoas e ampliar o relacionamento
humano. (Longa Jornada)

Em todo caso, uma vez que assumiram a responsabilidade como


líderes, devem abandonar qualquer vaidade ou ambição pessoal dentro
da organização. Pelo contrário, devem se firmar na determinação de
servir sinceramente ao bem-estar dos membros. Esse é o caminho a
seguir como dignos budistas. (Aceleração)

A verdadeira fé não é aquela que dependia da ajuda dos outros, e que


a felicidade deve ser conquistada com os próprios esforços. (...) A
condição básica para a felicidade, sejam quais forem as circunstâncias,
é o espírito imbatível de levantar-se só. (Mares Tempestuosos)
O kosen-rufu é semelhante à correnteza de um grande rio. Assim como
a confluência de dezenas de afluentes formam um grande rio, o kosen-
rufu necessita de valores humanos de talentos diversificados. Além
disso, deverá ser uma correnteza de águas límpidas. Mesmo que
amplie seu leito e se torne caudaloso, nunca deverá se transformar
num curso de águas turvas [estagnadas]. (Jovens Águias)

Resumo do conteúdo
Terra do Tesouro
Em janeiro de 1962, Shin’ichi parte para uma série de viagens pelo
exterior que abrange sete países, incluindo Irã e Iraque.
Longa Jornada
Ao refletir sobre a vida de Sócrates e o legado de Alexandre, o Grande,
Shin’ichi considera os desafios que o kosen-rufu enfrentará no futuro.
Aceleração
Uma região marginalizada de Fukuoka, conhecida como Dokan
(grandes manilhas utilizadas na canalização de esgotos), é
transformada pelos membros que revitalizam sua vida. O segundo
aniversário da posse de Shin’ichi é comemorado com uma dinâmica
campanha de propagação.
Mares Tempestuosos
Alguns sindicatos, sentindo-se ameaçados pelo sucesso da Aliança
Política Komei nas eleições para a Câmara Alta, perseguem os
membros da Gakkai.
Jovens Águias
Shin’ichi inicia uma série de explanações sobre o Registro dos
Ensinamentos Transmitidos Oralmente para representantes da Divisão
dos Universitários.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de


27 de março de 2019.
Volume 7
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 7

Promover a esperança
Brasil Seikyo, Edição 2500, 25/01/2020, pág. 22-23 / Especial
Hiromasa Ikeda
vice-presidente da SGI
O capítulo “Flor da Cultura”, do volume 7, do romance Nova Revolução
Humana, detalha os eventos que se sucederam em novembro de 1962,
quando a Soka Gakkai chegou ao marco de 3 milhões de famílias
praticantes [do budismo] no Japão e, assim, atingiu a meta que lhe foi
confiada pelo segundo presidente, Josei Toda.
Essa conquista pode ser atribuída ao juramento de Shin’ichi Yamamoto
de concretizar o desejo do seu mestre, bem como à obstinada
determinação e ao máximo esforço com os quais ele se engajou nessa
tarefa. De fato, logo que o objetivo é alcançado, Shin’ichi determina:
“Sou seu discípulo e haverei de realizar essa grande meta [3 milhões
de família em sete anos]. Por favor, fique tranquilo e me observe”. É
possível dizer que essa nova meta surgiu de uma profunda consciência
sobre a sua missão e de um senso de responsabilidade com relação ao
kosen-rufu.
No volume 30, o último da Nova Revolução Humana, o presidente
Ikeda declara: “O grande empreendimento do kosen-rufu não pode ser
concretizado em uma única geração. Ele só pode ser alcançado quando
houver a contínua transmissão do mestre para os discípulos e, então,
para sucessivos discípulos das gerações futuras” (BS, ed. 2.449, 31
dez. 2018, p. D1-D8).
Os pensamentos e os sentimentos de Shin’ichi por esses jovens
sucessores também estão descritos no volume 7. Ele enfatiza que, para
garantir o eterno fluxo do budismo, os jovens de cada sucessiva
geração precisam evidenciar os próprios meios mais eficazes para a
propagação dos ensinamentos e dos ideais [budistas] entre seus
contemporâneos. Para isso, ele participa de encontros esportivos e de
concursos de oratória organizados pela Divisão dos Jovens (DJ) e, em
um desses concursos, ele se dirige aos participantes:
O kosen-rufu é um empreendimento que deverá ser concretizado pelas
mãos dos jovens. Para se capacitarem a tal propósito, espero que (...)
conquistem com isso a grande convicção de que o Budismo de Nichiren
Daishonin é absoluto. (p. 240-241)
Trilhar o caminho de mestre e discípulo não significa simplesmente
seguir nosso mestre. Ao contrário, significa que os discípulos assumem
completamente o juramento do mestre, enquanto tomam as medidas
para alcançar esse compromisso compartilhado. Ou seja, concretizar o
juramento do mestre não depende de outra pessoa: cada um de nós,
individualmente, deve assumir total responsabilidade por sua
concretização. Vamos gravar em nosso coração que o caminho de
mestre e discípulo só ganha vida quando os discípulos herdam o
espírito de “levantar-se só”.

A chegada da primavera na história do kosen-rufu


Os capítulos “Broto” e “Primavera” detalham a segunda viagem de
Shin’ichi pelo mundo, realizada em janeiro de 1963. Dois anos se
passaram desde que ele visitara países e territórios na Europa e na Ásia
e três anos desde a sua primeira viagem aos Estados Unidos. Nessa
segunda excursão, ele está determinado a lançar as bases para o
desenvolvimento mundial do kosen-rufu para dali a dez, trinta ou
mesmo cem anos. Shin’ichi e três comitivas, cada uma composta por
líderes do Japão designados para diferentes regiões, viajam ao mesmo
tempo para apoiar e dar orientação aos membros estrangeiros.
Shin’ichi baseia sua orientação nessa perspectiva principal,
incentivando os membros sobre diversos assuntos, transmitindo-lhes os
princípios básicos da fé:
O kosen-rufu não pode ser desenvolvido de uma mesma maneira em
todos os países. É preciso conhecer a situação social, a cultura e os
costumes locais para que as atividades do kosen-rufu possam ser
promovidas da forma mais adequada. (p. 85)
Por exemplo, em relação à propagação, ele afirma:
Quero dizer a todos que a nossa atividade de propagação é um sublime
ato de benevolência que ensina às pessoas o mais correto modo de
vida, embasado no supremo ensino do budismo. Nossas ações visam,
acima de tudo, à felicidade de cada um. Por essa razão, quando
atuamos nesse sentido podemos criar boas amizades e um círculo de
confiança entre as pessoas. Além disso, a propagação do ensino é o
mais nobre exercício budista pelo qual podemos realizar a nossa
revolução humana. Isso é possível porque a propagação se inicia com o
ato de vencer a si mesmo, de superar a fraqueza interior e as
dificuldades imediatas da vida. (p. 89)
Ele também enfatiza a importância da união em prol de um único
propósito ao promovermos as atividades da Soka Gakkai e ressalta que
a fé sempre deve estar embasada na Lei. O objetivo de estudar o
Budismo Nichiren é outro dos tópicos que ele aborda:
— Alguns dos senhores devem pensar o seguinte: “Por que tenho de
estudar os complicados princípios do budismo? Não basta apenas
recitar daimoku e obter benefícios?”. Da mesma forma como se obtêm
grandes benefícios quando se pratica uma correta religião, surgem
também os obstáculos e as maldades. Nesses momentos de
dificuldades, se não tiverem um correto conhecimento do budismo,
acabarão criando dúvidas na prática da fé. (p. 102)
Quando Shin’ichi participou de reuniões de palestra no exterior durante
a viagem realizada anteriormente, alguns membros estavam tão
sobrecarregados de tristezas e dores da vida que nem sequer
conseguiram formular suas perguntas sem cair em lágrimas. Porém,
durante essa segunda visita, as perguntas se concentram, na sua
maioria, em como promover o kosen-rufu e emanam de um senso de
missão de propagar a Lei Mística. Ao observar isso, Shin’ichi começa a
sentir a chegada da primavera na história do kosen-rufu.
Nessa viagem, ele também dedica muita atenção à questão de como
garantir que o movimento do kosen-rufu seja enraizado na comunidade
[local] e na sociedade
de cada país. Sentindo que é necessário que a organização se torne
uma entidade com personalidade jurídica em cada país, ele começa a
tomar medidas concretas nesse sentido.
Além de apoiar e incentivar os membros, Shin’ichi também concentra
sua energia para desenvolver líderes [da organização] nesses vários
países. Na época, a maioria dos membros que residiam no exterior era
de japoneses que haviam emigrado devido ao trabalho ou ao
casamento. Mas, por exemplo, na Alemanha, havia um número
crescente de jovens japoneses que decidiram se mudar para o exterior
pela paixão de cumprir sua missão e de contribuir para o kosen-rufu em
todo o mundo.
Em Paris, Shin’ichi compartilha suas opiniões sobre cidadania global
com os líderes que o acompanham:
Creio que os associados da Gakkai são verdadeiramente cidadãos
globais. O ponto mais importante nessa identidade é promover a
felicidade das pessoas com base na correta filosofia, sendo respeitado
pelas ações como ser humano e deixando de lado o individualismo. (p.
157)
Ele pede aos membros da Soka Gakkai que vivam como cidadãos
globais no sentido mais verdadeiro.

Plantando as sementes da paz


As viagens internacionais de Shin’ichi ocorrem em um momento de
graves tensões da Guerra Fria, já que apenas alguns meses haviam se
passado desde a crise dos mísseis de Cuba, em outubro de 1962. Para
Shin’ichi, a crise reafirma a importância e a relevância de seus esforços
para dialogar com líderes mundiais.
Por volta desse período, ele recebe um convite para se reunir com o
presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy. Ao considerar quais
tópicos deveriam discutir, Shin’ichi decide compartilhar o espírito da
declaração do presidente Josei Toda, de 1957, clamando pela abolição
das armas nucleares, e propor uma retomada das negociações entre os
líderes americanos e soviéticos, bem como a realização de uma cúpula
global, na qual líderes de todas as nações se sentassem e falassem
francamente sobre a paz e sobre os problemas das armas nucleares.
Embora no fim a reunião com o presidente Kennedy jamais tenha
acontecido, vemos Shin’ichi travando amplo diálogo com diversos
líderes mundiais no momento seguinte. Então, ele descreve os pontos
básicos de como concretizar o ideal contido na declaração do seu
mestre:
— Em primeiro lugar, quero afirmar que a única ideologia capaz de
banir as armas nucleares é o Budismo de Nichiren Daishonin, que
defende o respeito absoluto à dignidade da vida. Tenho a plena
convicção de que não há outro caminho para extinguir essas armas a
não ser a ampla propagação da filosofia budista pelo mundo. Portanto,
quero declarar que esse resultado será possível quando estabelecermos
o respeito absoluto pela vida, erigindo uma fortaleza de paz dentro do
coração de cada pessoa. Em segundo, quero falar sobre os movimentos
que deveremos promover nesta jornada. A Oitava Conferência Mundial
contra Bombas Atômicas e de Hidrogênio, realizada recntemente,
terminou de forma desastrosa, em meio ao tumulto. Não podemos
esperar que conferências, transformadas em palco de interesses
políticos, consigam proibir as armas nucleares. De qualquer maneira, o
mais importante é o movimento de conscientização de cada cidadão,
deixando de lado os interesses políticos e ideológicos. Por mais que
nosso movimento de propagação do budismo, que ensina o caminho do
ser humano por meio do diálogo de pessoa a pessoa, pareça longo e
demorado, é o mais eficaz e o que banirá definitivamente o uso das
bombas atômicas. (p. 29-30)
Shin’ichi continuou a expor seu pensamento de forma vigorosa.
— Em terceiro lugar, espero que os jovens da Soka Gakkai, que
abraçaram a grandiosa filosofia de vida exposta no budismo,
desenvolvam-se brilhantemente como cidadãos e líderes em diversas
áreas da sociedade de forma a contribuir de maneira nobre para a
realização da paz do mundo e o bem-estar de toda a humanidade. Não
devemos nos apegar ao pensamento limitado de ser apenas integrante
de uma associação ou de um grupo religioso, isolando-nos dos demais.
Antes de tudo, devemos acalentar a firme convicção de que somos dig-
nos discípulos de Nichiren Daishonin e que, como tais, vamos lutar e
salvar a humanidade”. (p. 30)
Ao retornar para o Japão, Shin’ichi participa da reunião de líderes da
Divisão dos Jovens [em fevereiro].
O kosen-rufu é a mais nobre iniciativa de enriquecimento da
espiritualidade da humanidade e para se elevar ao máximo o estado de
vida de todas as pessoas. Vamos herdar o espírito de Shin’ichi e
expandir a rede de paz e felicidade no local em que estamos agora.

Principais trechos

O Sol queima a si próprio para fazer a Lua brilhar e iluminar o universo.


Da mesma forma, se existir uma única pessoa capaz de irradiar um
forte espírito de luta, sua coragem se expandirá e alcançará o coração
de inúmeras outras. Esta é a fórmula imutável para se promover a
façanha do kosen-rufu, um empreendimento nunca antes realizado na
história do budismo. (“Flor da Cultura”, p. 66)
O mundo concentrará cada vez mais a atenção no desenvolvimento da
Soka Gakkai. Por isso, é muito importante que todos recebam
benefícios. Por meio da comprovação da prática do budismo, tornem-se
felizes e contribuam para o bem-estar da sociedade. Os senhores são
todos representantes da Gakkai que vão escrever a própria história.
Uma vez que desafiarem a si mesmos, atuando com todo o empenho
como protagonistas no palco da vida, serão capazes de abrir uma nova
era em sua vida. Espero que cada um escreva a história do kosen-rufu.
(“Broto”, p. 80 e 81)
Quando resolvemos agir, o nosso coração se expande radiantemente.
Eu penso que o mesmo acontece na prática da fé. Se ficarmos sem
fazer nada, temendo as críticas, não poderemos transformar essa
circunstância. Contudo, se tomamos uma firme decisão de lutar com
toda a coragem, poderemos até transformar os inimigos em nossos
aliados. (“Primavera”, p. 160)
Josei Toda não confiava nas pessoas que decidiam da boca para fora.
Ele chegava a dizer que esses indivíduos eram contadores de
vantagem, vigaristas e hipócritas. Dizia que o verdadeiro leão era
aquele que cumpria a decisão avançando sempre por mais dura que
fosse a luta para comprová-la. Esta era a orientação do Sr. Toda e
também a sua benevolência em ensinar o peso da responsabilidade do
kosen-rufu para os discípulos. (“Leme”, p. 241)
Resumo do conteúdo

Flor da Cultura
A Soka Gakkai alcança 3 milhões de famílias, uma poderosa rede de
paz. Shin’ichi recebe um convite para se reunir com o então presidente
dos Estados Unidos, John F. Kennedy.

Broto
Em janeiro de 1963, Shin’ichi embarca em uma viagem pelo mundo. A
organização dos Estados Unidos se expande para três localidades
[Honolulu, Los Angeles e Nova York].

Primavera
Durante uma breve escala em Taiwan, no caminho de volta ao Japão,
visitando países e territórios da Europa e da Ásia, Shin’ichi incentiva os
membros de lá.

Leme
Os membros da organização local oferecem apoio aos companheiros
presos em um trem fretado que ficou parado por causa de uma forte
nevasca. Em Taiwan, os membros enfrentam corajosamente as
perseguições.
Volume 8
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 8

Ser vitorioso em todas as questões


Brasil Seikyo, Edição 2504, 15/02/2020, pág. 14-15 / Caderno Especial

Hiromasa Ikeda
vice-presidente da SGI
Em maio de 1963, no terceiro aniversário da posse de Shin’ichi
Yamamoto como presidente da Soka Gakkai, foram criadas novas
regionais nas regiões de Chubu e de Hyogo. Com o acréscimo dessas
duas novas regionais, o número total subiu para 20, com 87 distritos
gerais e 463 distritos. Em setembro do mesmo ano, ficou pronto o
prédio da nova sede da Soka Gakkai em Shinanomachi, Tóquio. Foi um
período de desenvolvimento dinâmico tanto da organização como de
suas instalações.
No primeiro capítulo, “Expansão”, do volume 8, Shin’ichi sente
intensamente que deve construir uma base sólida para o kosen-rufu
mundial durante a sua existência e não gostaria de perder aquela
oportunidade de ouro de propagar o Budismo de Nichiren Daishonin.
Alicerçado pela determinação de preservar por toda a eternidade o
espírito dos seus predecessores — os presidentes Tsunesaburo
Makiguchi e Josei Toda —, que mesmo em face das perseguições
implacáveis dedicaram a vida à consolidação da paz e da felicidade para
toda a humanidade, ele se empenha incansavelmente para desenvolver
líderes com o coração transbordante do espírito da Soka Gakkai.
Portanto, conclama os líderes, em cada região do Japão, a despertar
para a missão e para o senso de responsabilidade pelo kosen-rufu e
instila uma nova determinação no coração de cada membro.
Certa ocasião, numa reunião com alguns diretores da Soka Gakkai,
Shin’ichi relembra uma orientação do seu mestre:
O presidente Josei Toda comentou naquele dia que as orientações não
estavam refletindo positivamente nos resultados das atividades. Disse
que o problema não estava nos membros, mas na consciência dos
líderes em relação à prática da fé e ao desenvolvimento como
responsáveis das respectivas organizações. Ele chegou a dizer que a
causa dessa situação estava nele próprio por ser o presidente e que
deveria se autoaprimorar. (p. 24)
Ao mesmo tempo em que descreve a própria luta de desafiar a si
mesmo para obter o desenvolvimento pessoal, Shin’ichi também solicita
aos diretores que compartilhem desse compromisso.
Num diálogo com alguns líderes da província de Hyogo, ele frisa a
importância de se criar a união:
Os veteranos devem procurar criar jovens valorosos e prezar suas
ideias e opiniões. Nossa organização consegue evidenciar sua
verdadeira força quando os jovens e os veteranos se unem e lutam em
harmonia visando um objetivo. (p. 33)
Posteriormente, durante uma visita a Amami Oshima, uma ilha remota
próxima à costa de Kyushu, ele discorre sobre os obstáculos que podem
impedir a concretização do kosen-rufu, concluindo:
O rigor das condições em que vivem atrapalham suas atividades. Mas,
o fator principal é a indolência no coração dos líderes. “Eu já fiz de tudo
em minha comunidade e é impossível um crescimento maior” ou “Não é
possível alcançar o objetivo que foi lançado” — se existir esse tipo de
pensamento nos líderes, não terão mais êxito em nenhuma atividade.
(p. 61)
Discute também a atitude correta para um líder, observando que “líder”
é outra maneira de designar “aquele que é responsável pelo kosen-
rufu”.
No capítulo “Espada Preciosa”, Shin’ichi devota-se de corpo e alma para
promover o desenvolvimento dos jovens, considerados por ele como a
“espada preciosa” na luta pelo kosen-rufu. No curso de aprimoramento
da Divisão Masculina de Jovens (DMJ), um rapaz lamenta o fato de
haver apenas um pequeno número de membros da DMJ em sua
localidade e a situa-
ção ser muito dura. Shin’ichi responde: “Se você é jovem, levante-se
só. Tudo mudará a partir dessa atitude” (p. 78).
Depois de compartilhar com os jovens as experiências vivenciadas por
ele na Campanha de Fevereiro de 1952, 1 Shin’ichi dirige-se ao rapaz e
diz: “Levante-se como um jovem orgulhoso por pertencer à Gakkai. Irei
acompanhar sua atuação” (p. 79). Ele tenta incutir nesses jovens a
compreensão de que a bravura do mestre diante de obstáculos e
perseguições reside no espírito de levantar-se só.

Fé destituída de dúvidas
No dia 1º de julho de 1963, Shin’ichi comparece a uma reunião de
líderes da Divisão Masculina de Jovens em Tóquio, onde anuncia que a
sétima cerimônia (sexto aniversário de falecimento) em memória de
Josei Toda, marcada para abril do ano seguinte, estabeleceria o início
da “fase essencial” do desenvolvimento da Soka Gakkai. Isso se refere
ao período em que o kosen-rufu se concretiza de forma efetiva, não em
conceito ou teoria, um período em que todas as áreas das atividades
humanas, entre elas, educação, arte, governo e finanças poderão
prosperar à plenitude. Trata-se da época em que os discípulos abrem
suas asas e alçam voo rumo à consolidação do kosen-rufu.
Shin’ichi esclarece que o fator fundamental para alcançar a vitória na
fase essencial é acreditar no Gohonzon com uma fé destituída de
dúvidas que fluísse como um rio cristalino, independentemente do que
pudesse acontecer, e assegurar que a Soka Gakkai sempre se
mantivesse como uma organização de fé pura e límpida.
O capítulo “Correnteza Pura” define a verdadeira natureza das funções
da maldade por meio da análise da conduta de indivíduos que se
aproveitaram da organização ou dos membros por vantagem pessoal e
abandonaram a fé. Eles habitualmente rotulam a Soka Gakkai e o
próprio Shin’ichi de “grandes vilões” e descrevem-se como vítimas que
batalham pela verdade e justiça. Assim operam os “demônios perversos
que se apossam dos outros”.
Forças da maldade buscam semear discórdia entre os praticantes e
causar problemas na organização devotada ao kosen-rufu. A reação aos
boatos mentirosos espalhados por aqueles que abandonaram a fé é
reflexo da condição de vida, do caráter e do conceito de humanismo de
cada um. Portanto, é importantíssimo não se deixar enganar e
reconhecer a verdadeira natureza das funções da maldade.
Esse capítulo detalha as consequências deploráveis enfrentadas por
aqueles que abandonaram a fé. Gravemos no coração a passagem
apresentada a seguir.
No capítulo “Grande Montanha”, do volume 30, da Nova Revolução
Humana, o presidente Ikeda cita as palavras de Toda sensei:
Nesta era dos Últimos Dias da Lei, a Soka Gakkai propagou a Lei para
toda essa multidão de pessoas e a salvou dos sofrimentos. Nos sutras
do futuro estará solenemente registrado o nome “Buda Soka Gakkai”.
Nesse mesmo capítulo, o presidente Ikeda aponta: “Nossa organização,
por ser o ‘Buda Soka Gakkai’, deve criar a eterna correnteza de
sucessores e continuar cumprindo sua grande missão pelo kosen-rufu” .
O kosen-rufu consiste numa batalha incessante e contínua entre o buda
e as funções da maldade. Portanto, mantenhamos uma fé pura por
mais que as tempestades de obstáculos e as forças da maldade
invistam contra nós.

A radiante ponte da amizade


O capítulo “Torrente” narra os acontecimentos de 1964, primeiro ano
da fase essencial, em que os membros da Coreia do Sul começam a
vivenciar sérios obstáculos no curso do kosen-rufu.
No início de janeiro, os jornais sul-coreanos subitamente passam a
publicar artigos contendo críticas à Soka Gakkai. A partir daí,
circunstâncias sociais adversas assolam o movimento pelo kosen-rufu
naquele país. No entanto, os membros sul-coreanos mantêm com
firmeza a prática budista, acreditando resolutamente que chegaria o dia
em que poderiam participar das atividades da Gakkai com total
liberdade. Cada membro se empenha com afinco para se tornar um
cidadão exemplar e expandir a rede de confiança por meio do esforço
voluntário para a melhoria de sua comunidade.
Shin’ichi recita daimoku todos os dias para que os membros da Coreia
do Sul trabalhem incansavelmente para construir uma ponte da
amizade e da confiança entre aquele país e o Japão pela promoção de
intercâmbios culturais e educacionais.
Mais de trinta anos depois, em maio de 1998, Shin’ichi recebe o título
de doutor honoris causa em filosofia da Universidade Kyung Hee, da
Coreia do Sul, e, no dia 18 de maio, realiza sua primeira visita à sede
da SGI-Coreia do Sul. O capítulo “Torrente” se encerra com esse
episódio, que assinala o triunfo dos membros sul-coreanos.
A publicação em série do capítulo “Torrente” no Seikyo Shimbun,
narrando a história do movimento pelo kosen-rufu na Coreia do Sul,
iniciou-se em 17 de julho de 1998. Era o aniversário da Campanha de
Osaka de 1957,2 na qual o presidente Ikeda bradou de forma inabalável
e indômita: “Aqueles que se empenham na fé com tenacidade
infalivelmente se sagrarão vitoriosos!”
Em maio de 1999, o presidente Ikeda partiu de Fukuoka, no Japão,
para a ilha de Jeju, na Coreia do Sul, e recebeu o título de doutor
honoris causa em língua coreana e literatura da Universidade Nacional
de Jeju. Na ocasião, manteve diálogo com Cho Moon Boo, presidente da
universidade, ampliando ainda mais a rede da paz. Além disso,
incentivou sinceramente os membros da ilha de Jeju nas sessões de
fotos comemorativas.
No início deste mês (maio de 2019), em parceria com a Universidade
Soka, a Universidade Nacional de Jeju realizou um simpósio celebrando
o 20º aniversário de outorga desse doutorado honorário. Hoje, a ponte
da amizade entre a Coreia do Sul e o Japão construída pelo presidente
Ikeda está se expandindo de maneira cada vez mais esplêndida.

Principais trechos

Se pretendem transformar as circunstâncias da vida, a única coisa a


questionar é se possuem espírito de luta e paixão pelo kosen-rufu tão
radiantes e ardentes como o Sol. (Expansão)

Os preparativos de uma reunião são naturalmente importantes. Porém,


a participação é quase sempre das mesmas pessoas, embora haja
muitos outros membros. Existe geralmente o dobro de integrantes em
cada localidade em relação às pessoas que comparecem nas reuniões.
Por isso, é preciso estender a assistência aos que estão distantes das
reuniões programando visitas para esses membros. Dessa forma, é
possível solidificar a Gakkai, expandi-la ainda mais e ampliar a
correnteza do kosen-rufu. Uma atividade não alcança o pleno sucesso
sem a promoção da orientação individual. (Espada Preciosa)

Mesmo assim, o debate pela justiça deve ser mantido a todo custo e é
essa disposição inabalável que moverá o coração das pessoas na luta
pela paz e felicidade. As pessoas que se empenham seriamente nesse
debate dignificam sua inabalável convicção. (Correnteza Pura)

Todos os tipos de atividades da Gakkai visam ao desenvolvimento de


seus integrantes na prática budista e ao avanço do kosen-rufu.
Perdendo-se de vista esses pontos fundamentais, perde-se também o
propósito de promover as atividades. (Correnteza Pura)

A organização é um mundo em que não existe nenhum tipo de


discriminação. Todos possuem o direito à felicidade, especialmente as
pessoas que mais sofrem. (Torrente)

Resumo do conteúdo

Expansão
Shin’ichi combate a tendência a um comportamento burocrático dentro
da organização. Ele visita Amami, uma das ilhas remotas do Japão,
assentando os alicerces para o desenvolvimento do kosen-rufu.

Espada Preciosa
Shin’ichi declara que a Soka Gakkai ingressará em sua “fase essencial”
em abril de 1964, por ocasião da sétima cerimônia em memória do
presidente Josei Toda. Ele se concentra em treinar os jovens, dando
início a uma série de explanações sobre as Cento e Seis Comparações.

Correnteza Pura
Um escândalo envolvendo alguns líderes da Soka Gakkai revela a
verdadeira natureza das funções da maldade que atuam para obstruir a
organização devotada a realizar o kosen-rufu.

Torrente
O mundo se abala com a notícia do assassinato do presidente John F.
Kennedy. Os membros da Coreia do Sul enfrentam perseguição das
autoridades, com a convicção resoluta de que o inverno sempre se
torna primavera.

Notas:
1. Campanha de Fevereiro: Em fevereiro de 1952, o presidente Ikeda,
na época consultor do Distrito Kamata de Tóquio, deu início a uma
dinâmica campanha de propagação. Junto com os membros de Kamata,
ele quebrou os recordes mensais anteriores de cerca de cem novas
famílias, convertendo 210 novas famílias ao Budismo Nichiren.
2. Campanha de Osaka: Manifestação realizada para protestar contra a
injusta detenção do presidente Ikeda, na época coordenador da
Secretaria da Divisão dos Jovens da Soka Gakkai, pela Procuradoria do
Distrito de Osaka por causa do Incidente de Osaka, no qual ele foi
acusado falsamente de violação da lei eleitoral. Eles se reuniram no
Ginásio Municipal de Nakanoshima em Osaka no dia 17 de julho de
1957, dia da libertação do presidente Ikeda, após duas semanas de
interrogatórios diante de autoridades.
Volume 9
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 9
Inabalável juramento

Brasil Seikyo, Edição 2508, 21/03/2020, pág. 14-15 / Especial


Hiromasa Ikeda
Vice-presidente da SGI

No primeiro capítulo do volume 9, intitulado “Nova Era”, da Nova


Revolução Humana, está registrada a decisão de Shin’ichi em iniciar a
obra Revolução Humana, em abril de 1964, na sétima cerimônia em
memória de Josei Toda. O último capítulo, “Expectativa do Povo”,
descreve a cena de quando ele começa efetivamente a redação do
romance em Okinawa, no dia 2 de dezembro de 1964.
Em “Expectativa do Povo”, Shin’ichi relembra os quatro marcos
determinantes que o levaram a documentar a vida do seu mestre.
O primeiro ocorreu três meses após ingressar na Soka Gakkai, quando,
profundamente inspirado por ter encontrado Josei Toda, a quem
descreve como “um grande líder”, decide deixar para a posteridade um
registro sobre a vida de seu estimado mestre. No decorrer dos anos,
conforme foi se empenhando de corpo e alma a lutar ao lado de Toda
sensei, essa ardente decisão se transformou num inabalável juramento.
O segundo traz a lembrança de Toda sensei mostrando-lhe um
manuscrito do seu romance, Revolução Humana, publicado em série no
Seikyo Shimbun sob o pseudônimo Myo Goku.
O terceiro fato marca a visita a Hokkaido, terra natal de Josei Toda, e,
o último, uma viagem a Karuizawa, província de Nagano, com Toda
sensei em agosto de 1957, apenas oito meses antes de ele falecer.
Esses quatro acontecimentos se deram entre 1947 e 1957, abrangendo
o período dos 19 aos 29 anos da vida de Daisaku Ikeda. No decorrer
desse intervalo de tempo, ele estudou sob os auspícios de Josei Toda e
avançou pelo verdadeiro caminho de mestre e discípulo. E acatou suas
orientações e instruções profundas e abrangentes como diretrizes
douradas e eternas não meramente para o momento presente, mas
para a época após a morte do seu mestre. Desse modo, estava
determinado a registrar as grandiosas realizações de Toda sensei,
incluindo todas as orientações que recebera dele, por meio do romance
Revolução Humana.
Shin’ichi estava plenamente ciente dos árduos desafios na tarefa de
publicar a série. No entanto, sentia-se repleto de alegria e senso de
missão por ser responsável por registrar fielmente a verdade sobre a
vida e o pensamento de Toda sensei.
Exatamente por esse juramento inabalável, hoje, nós também podemos
estudar e avançar pelo caminho Soka de mestre e discípulo.

A forte oração origina a sabedoria


Muitas cenas do capítulo “Jovens Herdeiros” se sobrepõem às minhas
próprias recordações de quando eu tinha a idade dos integrantes da
Divisão dos Estudantes (DE) Futuro. Na época, havia um número
crescente de membros da segunda geração da Soka Gakkai, entre eles
eu, e uma das principais questões consistia em como ensinar os
fundamentos da fé e da prática à geração mais nova.
Um relatório sobre os jovens [publicado pelo governo japonês em
1964] observou que a criminalidade juvenil estava se elevando
anualmente e que esse aumento era ainda mais expressivo na faixa
etária mais jovem.
Nesse contexto social, Shin’ichi reconhece claramente a importância de
promover o desenvolvimento dos jovens e considera ser missão da
Soka Gakkai demonstrar um exemplo positivo na sociedade. Com esse
intuito, estabelece a DE-Esperança e a DE-Herdeiro. Toma várias
providências para treinar e incentivar os preciosos jovens que arcarão
com a responsabilidade pelo futuro, declarando:

Se não plantarmos as sementes agora, não teremos árvores no


futuro. Plantar a semente no momento em que precisamos das
árvores já será tarde demais. Por isso, é preciso tomar as
providências na hora certa. Além disso, o momento mais
importante em que devemos focar toda a nossa atenção é o
período do plantio. Devemos verificar as condições do solo,
colocar fertilizantes, regar as sementes e cuidar para que
recebam os raios de sol adequadamente a fim de que
germinem e estendam suas raízes. Nesse sentido, devemos
concentrar nossos esforços até com certo exagero em relação
aos herdeiros nos próximos três ou quatro anos. Caso
contrário, teremos um fracasso no futuro do kosen-rufu. (p. 79)

Um líder da Divisão dos Jovens comenta: “Estou impressionado com


suas sugestões. Como o senhor consegue ter tantas ideias?” Shin’ichi
responde:

O segredo é muito simples. Tudo depende da seriedade. No meu caso,


estou pensando firmemente no século 21. Quando chegar esse tempo,
quem se encarregará do kosen-rufu e da paz do mundo? Quem
transmitirá o verdadeiro espírito da Gakkai? A única forma é delegar
essas tarefas para os atuais estudantes da DE-Herdeiro e DE-
Esperança. Para isso, precisamos desenvolvê-los como pessoas de
grande valor e líderes do futuro. Então, o que devemos fazer? Se
ficarmos de braços cruzados, as pessoas não crescerão. O importante é
estimulá-las com toda a nossa criatividade. E essa criatividade surge da
forte oração com o desejo de crescimento de todos. Quando oramos
dessa forma, pensamos com seriedade em como incentivá-los, em
como oferecer esperança, em como transmitir coragem. A
determinação com que oramos estimula nossa sabedoria e faz surgir
várias ideias. Podemos dizer que o senso de responsabilidade é a
intensidade dessa determinação. (p. 86)

Esse trecho reflete a atitude fundamental necessária, não apenas para


os líderes da Divisão dos Estudantes, mas para todos os líderes da Soka
Gakkai.
Numa reunião, Shin’ichi emite um apelo aos membros da DE-
Esperança, expressando-se de maneira concreta e de fácil compreensão
ao mesmo tempo:
Para tanto, é necessário que agora se dediquem com firmeza
na recitação do daimoku e nos estudos em primeiro lugar. Além
disso, jamais causem preocupação ou desilusão a seus pais.
Aperfeiçoem o caráter, esforcem-se para tirar melhores notas
na escola e procurem manter uma boa saúde. Criem também
uma sólida base para a revolução humana. (p. 96)

Com o olhar firmemente voltado para o futuro, Shin’ichi dedica-se a


estimular continuamente os jovens sucessores. Por mais que a época
possa mudar, gravemos em nosso coração que somente por meio desse
incentivo sincero e pleno conseguiremos transmitir a fé à geração mais
jovem.

Expansão vertical e horizontal


O volume 9 narra vários eventos que ocorreram no início da “era
essencial” do desenvolvimento da Soka Gakkai, como a criação dos
grupos hoje conhecidos como a Divisão dos Estudantes Futuro, para
gerar uma nova correnteza no movimento pelo kosen-rufu rumo ao
século 21.
No final do capítulo “Jovens Herdeiros”, presidente Ikeda escreve:

Com a fundação das DE-Herdeiro, DE-Esperança e DE-Futuro


como fontes de seres humanos de valor em prol do futuro, o
presidente Yamamoto criou a correnteza de herdeiros dos
ideais da Soka Gakkai em direção ao horizonte do século 21.
Shin’ichi também diz o seguinte a um líder central sobre o seu
compromisso de treinar a Divisão dos Estudantes Futuro: “Você
entenderá o que estou fazendo agora daqui a trinta ou
quarenta anos”.

O volume 9 foi editado em japonês em 11 de fevereiro de 2001, marco


do 101º aniversário de nascimento do presidente Josei Toda; e também
o primeiro volume da Nova Revolução Humana foi publicado como livro
no século 21. Naquela época, estávamos nos empenhando
vigorosamente no avanço do kosen-rufu, ampliando a “rede de paz e de
humanidade”. Estudar esse volume, em especial o capítulo “Expectativa
do Povo”, permitiu-nos ratificar a compreensão sobre a missão, como
praticantes budistas, de construir uma sociedade melhor.
Além disso, no dia 3 de maio de 2001, a Soka Gakkai lançou a segunda
série de “Sete Sinos”1 e iniciou o avanço rumo ao seu 100º aniversário
em 2030.

No capítulo “Esplendor”, Shin’ichi esclarece:

A rede do kosen-rufu deve se expandir tanto no sentido


horizontal como vertical. A expansão horizontal é a propagação
da compreensão sobre o budismo de amigo para amigo. A
vertical é a transmissão da fé de pai para filho, de uma geração
para a outra. Quero que vocês entendam que kosen-rufu se
propaga em dois sentidos: horizontal e vertical. O sentido
horizontal é o laço de compreensão do budismo que ampliamos
entre nossos amigos, e o vertical é a transmissão do budismo
de pais para filhos, para netos e para as sucessivas gerações.
Por mais que o kosen-rufu se amplie no sentido horizontal, essa
correnteza não fluirá no futuro se a prática da fé for
interrompida por uma única geração. A transmissão da prática
da fé de geração a geração é o caminho para eternizar o
movimento do kosen-rufu, assim como o ponto fundamental
para a prosperidade familiar e a de seus descendentes. A base
disso é a “prática da fé para criar a harmonia familiar”. (p. 147)

Conforme avançarmos rumo ao centenário de fundação da Soka


Gakkai, tanto a expansão vertical da disseminação da compreensão
sobre a Soka Gakkai entre nossos amigos e em nossa comunidade
como a expansão da transmissão da fé às gerações mais novas se
tornarão cada vez mais importantes.
Adiante, Shin’ichi ressalta:
O século 20 está sendo chamado de século de guerras e de
revoluções, mas, ao mesmo tempo, será certamente o século
do descortinar da revolução humana. Por essa razão, tenho a
convicção de que o século 20 ficará registrado na história como
prelúdio do esplendor da vida. E vocês são os heróis do kosen-
rufu. (p. 176)

Cabe a cada um de nós, sem exceção, tornar o século 21 um


resplandecente século da vida. Com a ardente alegria de possuirmos
uma missão tão profunda, desafiemos a nós mesmos na realização da
nossa revolução humana, ampliando nossa rede de paz e de
humanismo.

Principais trechos

Não há outra forma a não ser a sincera disposição de nos aproximar


das pessoas tomando a iniciativa de conversar com franqueza.
Devemos ser bons amigos de todos. Nunca devemos ser arrogantes,
prepotentes e autoritários. Outro ponto é ter sempre o sentimento de
agir pelo bem-estar das pessoas. Esse sentimento surge de nossa
oração. Quando agimos com esse sentimento, as pessoas abrem o
coração e tornam-se simpáticas conosco. (Nova Era, p. 56)

A crença numa correta religião cultiva nas crianças um rico coração e a


base do modo de vida como seres humanos. Por essa razão é
importante que elas pratiquem uma religião desde a infância. (Jovens
Herdeiros, p. 76)

Uma pessoa consciente da missão é forte. Quando toma essa


consciência, sua capacidade se desenvolve rapidamente. (Jovens
Herdeiros, p. 99)

A transmissão da prática da fé de geração a geração é o caminho para


eternizar o movimento pelo kosen-rufu, assim com o ponto
fundamental para a prosperidade familiar e a de seus descendentes. A
base disso é a “prática da fé para criar a harmonia familiar”.
(Esplendor, p. 147)

Toda a dificuldade enfrentada para o bem do budismo se transformará


em grande boa sorte e benefícios para a nossa própria vida. Por isso,
por mais penosa que seja, pensem da seguinte forma: “Estou criando
agora as causas para os benefícios e a boa sorte em minha vida”.
(Esplendor, p. 150)

O verdadeiro político não busca manipular o povo para alcançar


interesses próprios; é aquele que trabalha e devota a vida, prestando
serviços para o bem da população. (Expectativa do Povo, p. 239)

Resumo do conteúdo

Nova Era
Em maio de 1964, Shin’ichi visita a Austrália seguindo o itinerário de
uma viagem ao exterior, assinalando o primeiro passo na “era
essencial” da Soka Gakkai.

Jovens Herdeiros
Priorizando o desenvolvimento dos jovens da organização, a quem ele
denomina de “jovens fênix”, Shin’ichi estabelece a DE-Herdeiro e a DE-
Esperança e a DE-Futuro.

Esplendor
Shin’ichi faz sua primeira viagem ao Leste Europeu, observando com os
próprios olhos as contradições impostas por sistemas totalitaristas que
acarretam a opressão do povo.

Expectativa do Povo
Cria-se o Partido Komei. Shin’ichi começa a escrever o romance em
série Revolução Humana em Okinawa.

Nota:
1. “Sete Sinos”: A primeira série de “Sete Sinos” consistiu em sete
períodos consecutivos de sete anos no desenvolvimento da Soka
Gakkai, desde a fundação em 1930 até 1979. Em 3 de maio de 1958,
pouco depois da morte do presidente Josei Toda (em 2 de abril), o
presidente Ikeda, então coordenador da Secretaria da Divisão dos
Jovens da Soka Gakkai, apresentou essa ideia e anunciou metas para
os sete períodos subsequentes de sete anos. No dia 3 de maio de 1966,
ele mencionou uma nova série de “Sete Sinos”, visualizada por ele para
o século 21. Posteriormente, explicou-a de forma mais detalhada,
afirmando que ela se iniciaria em 3 de maio de 2001 e prosseguiria até
2050.

Fonte:
Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de
25 de junho de 2019.
Volume 10
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 10
Valorizar cada momento

Brasil Seikyo, Edição 2512, 18/04/2020, pág. 14-15 / Especial

HIROMASA IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI

No dia 20 de julho de 2019, o jornal Seikyo Shimbun publicou uma


fotografia do Centro Mundial Seikyo da Soka Gakkai, tirada pelo
presidente Ikeda. A conclusão das obras do centro, prevista para
novembro, assinalará o início de uma nova era para o Seikyo Shimbun.
[Nota do editor: O prédio foi inaugurado em 18 de novembro de 2019.
Para a cerimônia de inauguração, compareceram cerca de trezentos
representantes da SGI de 65 países, incluindo comitiva do Brasil.]
No capítulo “Castelo do Debate”, do volume 10, da Nova Revolução
Humana consta a seguinte passagem:

O kosen-rufu é uma batalha no campo do debate literário. Seu


avanço só será possível com argumentos convincentes sobre a
veracidade do budismo e da Soka Gakkai, que encorajam ao
mesmo tempo os companheiros que impulsionam esse nobre
empreendimento. A “arma” da cultura de paz é a força das
palavras que estimulam e promovem a mudança da vida de um
único indivíduo, chamada revolução humana. A palavra é vida,
luz, esperança. Haverei de falar e escrever com intensidade até
o momento em que se esgotar a fonte de energia da minha
vida. (p. 36)

Nossa “arma” nessa batalha sempre foi o Seikyo Shimbun.


O capítulo “Castelo do Debate” também descreve em detalhes como o
jornal se tornou uma publicação diária a partir de 15 de julho de 1965.
Até então, era um periódico de apenas oito páginas, produzido três
vezes por semana. Sua veiculação diária inicialmente estava
programada para começar em outubro, mas Shin’ichi [pseudônimo do
presidente Ikeda na obra] sugeriu antecipá-la, por constatar que a
periodicidade de somente três edições semanais não estava mais
acompanhando o ritmo de desenvolvimento veloz da organização.
O capítulo “Brisas da Felicidade” narra a história de um japonês,
membro da organização, que estava morando no México e tinha sido
nomeado líder havia pouco tempo. Na ausência de um veterano na fé
para lhe fornecer orientação, ele lia avidamente cada página do Seikyo
Shimbun que lhe enviavam do Japão. O capítulo seguinte, “Nova Rota”,
fala de um jovem japonês que, inspirado pelas atividades e pelos
relatos de experiência dos membros do exterior publicados no jornal,
decide devotar a vida à promoção do kosen-rufu mundial e se muda
para a Alemanha Ocidental. Desse modo, o Seikyo Shimbun havia se
tornado, de fato, fonte de inspiração impulsionando o desenvolvimento
do kosen-rufu.
Entretanto, desafios colossais se interpunham no caminho para a
produção de um jornal diário. Um dos problemas era como conseguir
assegurar um sistema de distribuição tranquilo e consistente. Contudo,
sob a liderança de Shin’ichi, cada membro da equipe envolvida no
projeto toma a firme decisão de fazê-lo dar certo e funcionar — mesmo
que isso significasse ter de fazer tudo sozinho — propiciando o êxito na
implementação da circulação do jornal diário.
Shin’ichi aproveita cada oportunidade para oferecer sugestões sobre o
rumo a ser seguido pelo Seikyo Shimbun no futuro. Em seus diálogos
com a diretoria, ele discorre sobre o significado, para o jornal, de
manter sua incomparável missão. E apresenta três diretrizes:
Em primeiro lugar, é um jornal dedicado ao kosen-rufu. (...)
Em segundo lugar, deve ajudar as pessoas a compreender o
ensinamento do budismo. (...) Em terceiro, deve ser uma
“carta de incentivo” que ofereça esperança e coragem aos
leitores. (p. 52)
Por volta da mesma época em que o Seikyo Shimbun passou a ser um
jornal diário no Japão, começavam a surgir seguidamente periódicos
locais das organizações da Soka Gakkai espalhadas pelo mundo todo.
Por meio dessas publicações, ideias equivocadas da sociedade a
respeito da Soka Gakkai foram sendo sanadas gradativamente.
No capítulo “Castelo do Debate”, Shin’ichi apontou: “O Seikyo Shimbun
deve ser a fonte geradora do nosso movimento filosófico, como
também o mais poderoso castelo do debate do mundo” (p. 42).
Acatando com seriedade essa concepção, correspondamos a ela
contribuindo ainda mais para o desenvolvimento e a promoção do
Seikyo Shimbun e de todas as publicações da organização.

Sabedoria para transmitir incentivos


Em agosto de 1965, Shin’ichi participa de uma série de cursos de
aprimoramento de verão, determinado a dar tudo de si para infundir
firmemente o espírito da Soka Gakkai no coração de seus
companheiros. Tendo ingressado na “fase essencial” do movimento pelo
kosen-rufu, ele sente que esse é o momento para a Soka Gakkai
desenvolver ainda mais suas atividades em diversos campos e trabalhar
para estabelecer o humanismo budista na sociedade.
O capítulo “Castelo do Debate” descreve de forma minuciosa os fatores
que exprimem o espírito da Soka Gakkai, entre os quais “ter a coragem
de descartar o superficial e buscar o profundo” e “devoção abnegada
pela propagação da Lei”.
Reconhecendo que o espírito da Soka Gakkai só pode ser transmitido
por intermédio da conduta pessoal, Shin’ichi prossegue empreendendo
ações em prol da kosen-rufu e se empenhando para encontrar maneiras
de estimular ainda mais seus companheiros a se levantar com alegria e
coragem. A sabedoria para oferecer incentivos, portanto, surge dessa
determinação sincera e passa a se manifestar de diferentes formas.
Por exemplo, por concluir que, para impulsionar um novo avanço na
“fase essencial do kosen-rufu”, seria fundamental inspirar os líderes de
distrito, Shin’ichi viaja pelo Japão para participar de reuniões para
líderes de distrito, dando tudo de si para encontrar e cumprimentar o
máximo de participantes possível. Entretanto, sua mão pouco a pouco
foi ficando vermelha e inchada, em decorrência dos apertos de mão, a
ponto de doer muito até para fazer uso de uma caneta para escrever.
Por conseguinte, pensa rapidamente em algum outro
modo de incentivar a todos e decide, em vez disso, tirar fotos
comemorativas com eles. Por meio dessas sessões de foto, Shin’ichi se
empenha para estreitar laços espirituais com dezenas de milhares de
membros.
O verdadeiro desejo de Shin’ichi sem dúvida era encorajar e trocar
apertos de mão com cada membro, sem exceção. Por esse motivo,
lançava-se de corpo e alma a incentivá-los mesmo no espaço de tempo
limitado de que dispunha em cada sessão. Estava determinado a
“acender as chamas eternas de dedicação, alegria e coragem no
coração de seus companheiros”, a infundir um valor duradouro em cada
momento.
Hoje, no Japão [e no mundo], temos acesso às gravações dos discursos
do presidente Ikeda do passado por meio de plataformas de vídeo on
demand. Seus discursos são formas de incentivo para nós emanadas de
sua decisão de proporcionar inspiração eterna a todo instante.
Portanto, depende da nossa postura como discípulos empregar o
incentivo do nosso mestre para impulsionar nossa própria revolução
humana ou considerá-los meramente como orientações oferecidas no
passado.

Fundação da Divisão Sênior


O capítulo “Coroa de Louros” narra com riqueza de detalhes a reunião
de fundação da Divisão Sênior (DS) que se deu no dia 5 de março de
1966. O movimento pelo kosen-rufu entrava agora na “fase essencial”,
na qual seria crucial cada um demonstrar a prova real com base no
princípio de que “fé equivale à vida diária”. A Divisão Sênior foi criada
fundamentada na ideia de que seria importante seus integrantes
desempenharem papel mais ativo em todas as esferas e, desse modo,
expandirem os círculos de confiança na sociedade.
Na ocasião, Shin’ichi salienta que, em benefício do desenvolvimento
contínuo do kosen-rufu, seria vital combinar a força da prudência com o
vigoroso espírito inovador juvenil. Afirma também que tanto a força dos
jovens, que turbina o desenvolvimento do kosen-rufu, como a
experiência e a sabedoria madura e abrangente dos membros da
Divisão Sênior são imprescindíveis.
Shin’ichi acrescenta ainda:
Quando a Divisão Sênior atuar dignamente, tanto os jovens
como as integrantes da Divisão Feminina vão se desenvolver de
forma brilhante. Seus sinceros incentivos refletirão na criação
de excelentes seres humanos de valor nas demais. (p. 258)

Embora 5 de março seja o dia do aniversário de fundação da DS, 24 de


agosto, data em que o presidente Ikeda ingressou na Soka Gakkai em
1947, foi designado “Dia da Divisão Sênior”.
O presidente Makiguchi converteu-se aos 57 anos, e o presidente Toda
tinha 45 quando se levantou sozinho para realizar o kosen-rufu após ser
libertado da prisão. Ambos estavam na faixa etária dos membros da
DS.
Creio que 24 de agosto tenha sido denominado “Dia da Divisão Sênior”
para assinalar a missão de seus integrantes de se espelhar na luta dos
três presidentes fundadores, empenhando-se para se tornar “pilares de
ouro do castelo Soka”.
Shin’ichi conclui seu discurso na reunião de fundação com as seguintes
palavras: “O desenvolvimento da Divisão Sênior contribuirá para a
solidez da Soka Gakkai e garantirá a eterna expansão do kosen-rufu”
(p. 262). De fato, considerando-se sua responsabilidade de garantir o
progresso perene da Soka Gakkai, a missão da DS é extremamente
profunda e nobre.

Principais trechos

O espírito de procura é como a raiz de uma planta — que


absorve os nutrientes da prática da fé e proporciona o
desenvolvimento de cada pessoa. Quanto mais forte for sua
raiz, mais exuberantes serão as flores da felicidade. (Castelo do
Debate, p. 67)

Uma pessoa que estabelece firme determinação de se dedicar


pelo kosen-rufu é forte. A partir desta determinação, emergem
a sabedoria, a força vital, o sucesso e a vitória na vida. (Brisas
da Felicidade, p. 106)

A determinação pode mover até o grande universo. Pelo


princípio da “simultaneidade de causa e efeito”, todos os
resultados estão contidos na determinação deste momento. Por
essa razão, não existe determinação da boca para fora. Ela
deve refletir a profunda oração e seriedade, como também se
cristalizar em ações concretas e produzir sem falta vitórias
efetivas. (Nova Rota, p. 172)

Prezar uma única pessoa, protegê-la e compartilhar dos seus


sofrimentos — eis o espírito da Soka Gakkai que se originou do
espírito do buda Nichiren Daishonin. Nele está contido o ponto
primordial do humanismo. (Coroa de Louros, p. 218)

Resumo do conteúdo

Castelo do Debate
A primeira parte da Nova Revolução Humana é publicada na edição do
Seikyo Shimbun de 1º de janeiro de 1965. O jornal torna-se diário a
partir de julho do mesmo ano.

Brisas da Felicidade
Shin’ichi viaja para Los Angeles pouco depois da erupção de distúrbios
desencadeados pela injustiça racial. Também vai pela primeira vez ao
México, para onde seu mestre, Josei Toda, sonhara ter viajado pouco
antes de morrer.
Nova Rota
Shin’ichi empenha-se para treinar pessoas valorosas na Europa. Na
Alemanha Ocidental, incentiva jovens que haviam se mudado do Japão
para lá.

Coroa de Louros
No dia 5 de março de 1966, é fundada a Divisão Sênior.
Volume 11
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 11

O brado pela verdade e justiça


Brasil Seikyo, Edição 2516, 16/05/2020, pág. 14-15 / Especial

HIROMASA IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI

No dia 8 de setembro de 2019, 1 foi finalizada a construção do Centro


Mundial Seikyo da Soka Gakkai, situado no complexo de edifícios da
sede da organização em Shinanomachi, Tóquio. A data assinala o
transcorrer de exatamente um ano desde a publicação da última parte
do volume final da Nova Revolução Humana.
Na entrada do prédio, há um monumento de pedra com uma placa na
qual consta uma dedicatória do presidente Ikeda, intitulada “Seikyo
Shimbun — Triunfo de Mestre e Discípulo”, com a data de 8 de setembro
e que se inicia com as seguintes palavras:
“O kosen-rufu é uma batalha de palavras. Sem a força das palavras
imbuídas de todo o sentimento de bradar pela verdade e justiça do
budismo não existe avanço Soka. Tenho certeza de que, deste local, o
rugido do leão da luta conjunta de mestre e discípulo será emitido por
toda a eternidade. Ser o rugido do leão da verdade e da justiça da luta
conjunta de mestre e discípulo — eis a nobre missão do Seikyo,
imutável desde a sua fundação”. O desenvolvimento da Soka Gakkai
depende do poder das palavras para transmitir com coragem a real
grandiosidade e legitimidade do Budismo Nichiren.
O capítulo “Luz do Alvorecer”, do volume 11, da Nova Revolução
Humana, retrata um episódio ocorrido em 1966, no qual Shin’ichi
Yamamoto conversa com um líder brasileiro sobre o que é necessário
para essa “batalha de palavras”:
“Observando a situação atual da Soka Gakkai no Brasil, é muito
importante desenvolver um trabalho de divulgação da verdade sobre
nossa organização. Além de escrever em nossos impressos, é
importante promover diálogos que toquem o coração das pessoas. É
uma batalha para esclarecer com sinceridade tudo sobre o budismo e a
Gakkai. E isso se torna possível quando ampliamos o círculo de
amizade e confiança à nossa volta”. (p. 51)
Portanto, em termos concretos, o kosen-rufu diz respeito a se
empenhar no diálogo de coração a coração e ampliar a compreensão
sobre a Soka Gakkai entre as pessoas por meio da aproximação e da
conexão com os outros.
Na dedicatória fixada no Centro Mundial Seikyo da Soka Gakkai, o
presidente Ikeda observa também que a mensagem do jornal em prol
do povo agora pode chegar, simultaneamente, aos leitores de todos os
cantos do globo. Isso graças às publicações coligadas ao Seikyo
Shimbun, que compartilham de sua missão de divulgar a luz da
sabedoria para o mundo.
No capítulo “Arando a Terra”, Shin’ichi sugere que o jornal da Soka
Gakkai no Peru seja denominado Peru Seikyo (p. 103). Atualmente
podemos encontrar mais de 80 publicações coligadas ao Seikyo
Shimbun em 50 países e territórios.
Nesta significativa época, concomitantemente à inauguração do Centro
Mundial Seikyo da Soka Gakkai no dia 18 de novembro, lancemo-nos
ao desafio pessoal de conversar individualmente sobre o budismo com
nossos amigos, utilizando o Seikyo Shimbun para nos auxiliar.

A força propulsora para mudar a época


O capítulo “Luz do Alvorecer” detalha a luta travada pelos membros do
Brasil que viviam sob a ditadura militar, num período em que
circulavam preconceitos e noções equivocadas sobre a Soka Gakkai na
sociedade. Para superar essa situação, Shin’ichi se dedica a encontrar e
dialogar com jornalistas no Brasil. Incentiva também os companheiros a
estabelecer uma base inabalável da fé em sua vida, dizendo:
[…] a luta contra as adversidades é o caminho direto para
aprimorarmos nossa capacidade; é um trampolim para a
realização da revolução humana. (p. 32)
Os membros brasileiros deram início às ações para conquistar a
confiança da sociedade. Com base no princípio de que tudo começa
com a sincera oração, os membros da Divisão Feminina (DF)
assumiram a liderança dessa empreitada. Neste capítulo, Shin’ichi
dirige as seguintes palavras a uma responsável pela Divisão Feminina:
A oração das mulheres e sua atuação arraigada na vida diária
são a força motriz capaz de mudar as circunstâncias de uma
época. A força das mulheres é como a força do solo. Quando o
solo se move, tudo que existe sobre ele também se movimenta.
(p. 51)

Essa líder, oriunda do Japão, persevera na recitação do daimoku a cada


dia com ardente determinação. Além disso, quase todo dia saía para
visitar membros da organização, percorrendo de 30 a 50 quilômetros
com uma lista de endereços na mão e, devido ao pouco conhecimento
da língua portuguesa, pedia informações sobre como chegar ao seu
destino. Mediante esforços corajosos e sinceros como esses,
começaram a surgir sucessivamente no Brasil pessoas determinadas a
se empenhar pelo kosen-rufu.
O compromisso compartilhado de todas as mulheres está expresso no
lema “Muito Mais Daimoku!”, que é a força motriz da BSGI. O espírito e
a luta dos pioneiros permanecem vivos até hoje.
O primeiro distrito da Soka Gakkai fora do Japão foi fundado no Brasil
durante a primeira visita de Shin’ichi ao país, em outubro de 1960.
Posteriormente, outros distritos foram fundados na América Latina em
países como Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e República Dominicana.
O capítulo “Arando a Terra” narra o desenvolvimento da Soka Gakkai
nesses países que, historicamente, não tinham nenhum vínculo com o
budismo.
No início, os membros em cada um desses países enfrentam uma série
de dificuldades e atribulações, descritas como “uma tarefa tão árdua
quanto arar uma terra inexplorada, árida e cheia de pedras para
cultivar nela um campo verdejante de felicidade” (p. 144). Contudo,
eles gradualmente conquistam a confiança da sociedade por meio de
suas contribuições como cidadãos exemplares.
O laço genuíno que haviam formado com Shin’ichi é a força motivadora
principal por trás de seus esforços. Quando os líderes do Japão visitam
a Argentina, Shin’ichi solicita-lhes que transmitam a seguinte
mensagem aos membros:
A Argentina e o Japão situam-se em faces opostas do globo
terrestre, porém não há distância entre nossos corações. Vocês
estão sempre em meu pensamento […]. (p. 118)

Jamais devemos nos esquecer dos intensos esforços de nossos


pioneiros e de sua ardente paixão, que emanava do laço de coração a
coração que haviam estabelecido com seu mestre. O espírito de mestre
e discípulo não se baseia em encontrar-se fisicamente com o mestre.
Mais do que isso, ele ganha vida quando o discípulo se empenha com
toda sinceridade para cumprir o juramento que compartilha com o
mestre em seu coração.

Assinalando o fim do século 20


O volume 11 foi veiculado em suplementos publicados diariamente no
Seikyo Shimbun no fim do século 20, de maio a dezembro de 2000. No
capítulo “Dinâmico Avanço”, Shin’ichi
descreve o século como “uma era de guerras e conflitos incessantes”, e
o capítulo “Contínuas Vitórias” apresenta uma narrativa sobre a Guerra
do Vietnã.
Por volta de 1966, a Guerra do Vietnã aparentemente havia se
transformado num atoleiro sem fim. Em janeiro daquele ano, durante
uma reunião da Divisão dos Estudantes Herdeiro da área metropolitana
de Tóquio, Shin’ichi fala sobre a guerra e sobre a necessidade urgente
de levá-la a termo. Ele retoma o assunto na reunião geral da Divisão
dos Jovens no mês de novembro e na reunião da Divisão dos
Estudantes em agosto de 1967. Mesmo prevendo que sofreria pressão
por parte dos políticos japoneses, que dançavam conforme a música
dos Estados Unidos, Shin’ichi prossegue apelando pela paz no Vietnã e
apresenta propostas para a resolução do conflito movido pela sua
sincera preocupação, pois “seu coração doía ao pensar que os jovens
eram os primeiros a perder a vida nos campos de batalha, que a maior
vítima era a população inocente” (p. 189).
As propostas de Shin’ichi suscitam uma grande reação nos integrantes
da Divisão dos Jovens dos Estados Unidos, uma vez que muitos deles
viam-se diante da possibilidade de serem convocados para a guerra ou
já eram militares de carreira. Convictos de que o budismo é um
ensinamento capaz de eliminar as guerras do mundo, estudam
avidamente os escritos de Nichiren Daishonin e as orientações de
Shin’ichi. Ao aprofundarem-se nos estudos, concluem:
[…] A reforma da vida é fundamental para assegurar a paz
perene. A revolução humana é realmente o caminho que
constrói a paz no coração das pessoas. (p. 201)

A resposta desses jovens demonstra claramente a postura essencial


dos praticantes budistas.
Em janeiro de 1973, Shin’ichi envia uma carta ao presidente dos
Estados Unidos apelando por um cessar-fogo. “Mais do que um apelo,
era uma carta de admoestação e também seu próprio desejo pela paz”
(p. 209), originado de sua irreprimível convicção de que “precisamos
transformar o século da guerra que testemunhamos no século 20 no
século da paz no 21”. Esse espírito certamente evoca a intenção de
Nichiren Daishonin ao enviar o escrito Estabelecer o Ensinamento para
a Pacificação da Terra advertindo o governo. No final do capítulo
“Dinâmico Avanço”, ao escrever sobre as perseguições sofridas por
Nichiren Daishonin, acredito que o presidente Ikeda expresse sua
determinação de transmitir e aplicar o espírito de Daishonin no século
21.
Impassíveis diante de qualquer tipo de adversidade, continuemos
avançando em exato acordo com o espírito de Nichiren Daishonin para
expandir ainda mais nosso movimento pelo kosen-rufu.

Principais trechos

Entretanto, não é fácil seguir pelo caminho da prática da fé. Teremos


de enfrentar noites de tempestades e superar muitas dificuldades.
Contudo, espero que os senhores não sejam derrotados. Não ser
derrotado também é prova de uma prática correta. (“Luz do Alvorecer”,
p. 44)
A consideração e a amizade com as pessoas iniciam-se com a oração,
que é a força que as une. (“Arando a Terra”, p. 103)
[Shin’ichi] sabia que o grandioso e sublime empreendimento do kosen-
rufu iniciava-se com uma única pessoa. Era preciso incentivar e apoiar
o jovem de todas as formas. (“Arando a Terra”, p. 113)
O espírito da Soka Gakkai é o espírito da benevolência com que as
pessoas se dedicam à paz mundial e à felicidade das demais. É também
a firme disposição de se levantar sozinho, desafiando corajosamente
todas as adversidades. É o espírito de justiça que não tolera nenhum
ato de maldade. (“Contínuas Vitórias”, p. 178)
Essa continuidade não significa fazer a mesma coisa que fizemos
ontem. Significa um novo despertar, um novo desafio a cada dia. A
prática da fé é uma luta contínua contra as maldades e buda é o nome
que se dá às pessoas que mantêm essa luta. É com essa disposição
que revelamos uma vida tão brilhante quanto o ouro. (“Dinâmico
Avanço”, p. 241)

Resumo do conteúdo

Luz do Alvorecer
Em março de 1966, Shin’ichi visita o Brasil. Sob rigorosa vigilância
policial, ele encoraja os membros a consolidar a confiança em meio à
sociedade, estabelecendo assim as bases para o kosen-rufu.

Arando a Terra
Shin’ichi viaja para o Peru e destaca o empenho dos membros em
outros quatro países sul-americanos, incluindo a Argentina.
Contínuas Vitórias
O Festival Cultural de Kansai é realizado, apesar do temporal. Shin’ichi
divulga uma proposta clamando pela paz no Vietnã.

Dinâmico Avanço
O Partido Komei obtém sucesso ao disputar pela primeira vez as
eleições para a Câmara Baixa. Em Niigata, Shin’ichi louva a vida de
Nichiren e sua perseverança diante das perseguições.

Nota:
1. O Centro Mundial Seikyo da Soka Gakkai, novo prédio do jornal
Seikyo Shimbun, foi inaugurado em 18 de novembro de 2019.

Fonte:
Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de
25 de setembro de 2019.
Volume 12
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 12
O alvorecer dos jovens
Brasil Seikyo, Edição 2520, 20/06/2020, pág. 14-15 / Especial

Hiromasa Ikeda
vice-presidente da SGI
O capítulo “Espírito Comunitário”, do volume 12, da Nova Revolução
Humana, oferece uma descrição detalhada do ambiente de apoio mútuo
existente entre os membros de Matsushiro, uma cidade da província de
Nagano, durante o conturbado período de terremotos contínuos que
começou em 1965 e perdurou por mais de cinco anos. Além do impacto
na infraestrutura da área, os terremotos causaram grandes danos
psicológicos aos habitantes. Apesar dessas condições, os membros de
Matsushiro persistem em seus esforços para expandir sua rede de apoio
e de encorajamento na comunidade.

Há poucas semanas, o tufão Hagibis 1 causou danos catastróficos pelo


país. Permitam-me aproveitar este momento e expressar minha
solidariedade àqueles que foram afetados pelo desastre. Estendamos
sinceras orações para que sua vida retorne à normalidade quanto antes
e pela mais breve reconstrução das áreas atingidas.
O volume 12 foi publicado em colunas diárias no Seikyo Shimbun a
partir da edição de 20 de abril de 2001, tornando-se o primeiro volume
a ser concluído no novo século. Os episódios diários foram
verdadeiramente essenciais na criação do ritmo de avanço do kosen-
rufu no século 21.
O capítulo “Esperança Renovada” narra pontos importantes da Reunião
Nacional de Líderes do dia 3 de maio de 1967, que celebrou o sétimo
aniversário da posse de Shin’ichi Yamamoto como terceiro presidente
da Soka Gakkai. Ele se dirige aos participantes da seguinte forma:
Os próximos sete anos representam a segunda fase de nossos
esforços para concretizar o kosen-rufu. Será um período ainda
mais significativo do que o iniciado com a fundação da Soka
Gakkai e durou até agora. Será a época de solidificar os
alicerces de nosso movimento, quando nossa vitória ou derrota
definitiva será determinada. (p. 15)

Ao longo dos sete anos subsequentes à posse de Shin’ichi, a


quantidade de membros da Soka Gakkai passou de 1,4 milhão de
famílias para 6,25 milhões, e o número de distritos também cresceu de
61 para impressionantes 3.393 somente no Japão. Nesse cenário de
rápido desenvolvimento, Shin’ichi oferece lemas para membros de cada
região. Para os membros em Shikoku, por exemplo, “Sejam
Reformadores, Construindo uma Terra da Felicidade” (p. 164), e para a
região de Tohoku, “Seja a Fortaleza de Pessoas Capazes” (Ibidem).
Hoje, esses lemas se tornaram emblemáticos, espelhando o espírito dos
membros de cada área e a honra e tradição do kosen-rufu nessas
regiões.
Em nosso movimento, os lemas servem para instilar nos membros um
senso de orgulho por sua comunidade e a importância de cumprir a
missão no local exato em que se encontram agora. Na conjuntura de
1967 — com a Gakkai almejando solidificar as bases do kosen-rufu por
meio de um avanço contínuo —, Shin’ichi volta a se concentrar na
promoção do kosen-rufu na localidade de cada um.
Em outubro, Shin’ichi se encontra com o conde Richard
Coudenhove Kalergi, um dos primeiros proponentes da União Europeia,
e mantém uma interlocução que se converte num diálogo entre
civilizações. Como narra o capítulo “A Dança da Vida”, “Shin’ichi estava
contente por dialogar com o conde. Considerava esse homem — que
buscava ansiosamente os meios para alcançar a paz mundial — um
verdadeiro companheiro” (p. 218).
Para ele, qualquer pessoa que tenha propósitos comuns e avance com
o mesmo espírito é um “verdadeiro companheiro”, não importando as
diferenças religiosas. Por serem fundamentados no genuíno respeito
pela outra pessoa, seus diálogos fazem eco nas profundezas do espírito
humano e resultam no estreitamento de sólidos laços de vida a vida
com cada pessoa.
O capítulo também retrata a convicção de Shin’ichi de que o
entendimento mútuo e a amizade podem ser criados somente por meio
de encontros face a face — tal é o poder do diálogo. A paz mundial se
inicia quando nos esforçamos para desenvolver a amizade com uma
única pessoa em nosso ambiente imediato. Nesse sentido, nosso
movimento que visa a expansão dos círculos de diálogo em nossa
comunidade local se reveste de um significado cada vez maior.

Fazer nosso o espírito de Shin’ichi


A tarefa de realizar o kosen-rufu é responsabilidade da Divisão dos
Jovens (DJ). Essa é a forte expectativa de Shin’ichi com relação
aos jovens.
No capítulo “Esperança Renovada”, ele compartilha quatro princípios
para se ter em mente no que tange ao desenvolvimento de jovens (p.
37):

1. Ter a firme determinação de apoiá-los para que se tornem


ainda melhores que nós, capacitando-os a desenvolver todo o
potencial deles.

2. Ajudá-los a conquistar plena compreensão de qual é o


pensamento e o comportamento básico de um líder do kosen-
rufu.

3. Confiar-lhes tarefas específicas, dando-lhes oportunidades de


liderar.

4. Estimulá-los a empregar as dificuldades como trampolim


para aprofundar a fé.

Esses quatro pontos englobam a fórmula universal para desenvolver a


Divisão dos Jovens da Soka Gakkai.

O volume 12 também está recheado de relatos detalhados sobre os


sinceros esforços de jovens que viviam no exterior, bem como as
dificuldades enfrentadas por alguns figurantes do Festival Cultural de
Tóquio realizado naquele ano. Não são apenas histórias do passado;
servem como incentivo para os jovens de hoje que podem estar
enfrentando circunstâncias semelhantes, seja por impasses no trabalho
ou questões de doença.
Shin’ichi clama aos jovens:
Cada um de vocês deve se empenhar com o espírito de
“levantar-se só”, sem ficar esperando pelo outro. […] Espero
que despertem para o papel como protagonistas do kosen-rufu
e que representem um corajoso drama de superação das
dificuldades no grandioso palco da vida como defensores da fé.
(p. 54 e 55)

Essas palavras também se direcionam aos jovens de hoje. Os


integrantes da Divisão dos Jovens da SGI de todo o mundo, liderada
pelos jovens da Bharat Soka Gakkai (SGI-Índia), estão agora
estudando a Nova Revolução Humana e se empenhando para fazer do
espírito de Shin’ichi Yamamoto o deles.
Em vez de contemplar os episódios do romance como algo distante de
nossa vida, vamos considerá-los como mensagens e incentivos
oferecidos a nós individualmente, e dar o máximo de nós para aplicá-
los. Esse espírito de procura será a fonte do nosso próprio
desenvolvimento.

Promover o espírito da fundação


O dia 18 de novembro deste ano [2019] marcará o 75º aniversário de
falecimento de Tsunesaburo Makiguchi, pai da educação Soka, que hoje
prossegue espalhando sua luz mundo afora. Por exemplo, em 2017, o
ensino médio foi agregado ao Colégio Soka do Brasil, o que o qualifica
como uma instituição K-12.2
O capítulo “Glorioso Futuro” narra o sentimento de Shin’ichi ao fundar
as escolas Soka no Japão, um ideal confiado a ele pelo seu mestre,
Josei Toda:
Como terceiro presidente da Soka Gakkai, Shin’ichi Yamamoto
considerava a fundação da Escola Soka — unidade de ensino
fundamental 2 e ensino médio — como sua batalha pessoal
para transmitir amplamente a retidão de seu predecessor,
Tsunesaburo Makiguchi, e provar a veracidade da filosofia
educacional deste grande homem. (p. 252)

O dia 18 de novembro, aniversário de falecimento de Makiguchi, é


designado o dia de fundação das escolas Soka no Japão, expressando o
juramento de Shin’ichi de herdar e promover a filosofia pedagógica do
presidente Makiguchi.
Shin’ichi tinha 40 anos quando a primeira escola Soka foi inaugurada
em Kodaira, Tóquio, em 1968. Os presidentes Tsunesaburo Makiguchi e
Josei Toda tinham 29 anos de diferença; a diferença de idade entre o
presidente Josei Toda e Shin’ichi Yamamoto era de 28 anos. Shin’ichi é
tomado de profunda emoção ante à constatação da surpreendente
coincidência de compartilhar praticamente a mesma diferença de idade
com os estudantes da primeira turma.
No Segundo Festival Glória realizado na escola, em 17 de julho de
1969, ele sugere um encontro futuro com os estudantes em 2001:
Vocês iniciarão o século 21 com mais ou menos a mesma idade
que tenho agora. Começarão o novo século no auge da vida.
[…] Não vamos permitir que ninguém seja derrotado no
caminho até esse objetivo. Espero que nessa ocasião todos
possamos nos reunir com boa saúde, realizando contribuições
significativas para o mundo. Todos os filhos do leão também
são leões. Assim, todas as pessoas que estudam na escola
Soka têm uma magnífica missão. A verdadeira glória na vida
está em cumprir nosso propósito de vida com nossa própria
capacidade. (p. 295 e 296)

Acatando com total seriedade as palavras de Shin’ichi, esses


estudantes avançam dinamicamente, a passos largos, rumo ao novo
século.
O capítulo “Glorioso Futuro” termina com a descrição dessa reunião, o
Encontro da Escola Soka do Século 21, realizada em setembro de 2001,
e foi publicado no Seikyo Shimbun apenas três meses após o evento ter
ocorrido.
Hoje, os graduados das escolas Soka contribuem de modo relevante em
vários campos da sociedade com uma atuação exemplar, como
médicos, advogados e contadores públicos certificados. As sementes da
educação Soka plantadas por Shin’ichi para concretizar os ideais dos
presidentes Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda estão agora exibindo
flores exuberantes no século 21.

Principais trechos

Todos possuem seu caminho na vida, que é único, e há tantas formas


de viver. Mas, independentemente de qual seja o caminho a seguir, se
nos dedicarmos à grandiosa missão do kosen-rufu, com certeza
manifestaremos nosso mais elevado potencial e teremos uma vida
vitoriosa. (“Esperança Renovada”, p. 36)

Se falharam no dia de ontem, então vençam hoje. Se forem derrotados


hoje, então vençam amanhã. E se venceram ontem e hoje,
certifiquem-se de continuar assim. (“Espírito Comunitário”, p. 128)

A cultura é a expressão máxima da natureza humana. Criar uma


brilhante cultura requer que o espírito e a vida das pessoas sejam
cultivados e também que seja fomentada uma rica humanidade. Esse é
o propósito da religião. (“A Dança da Vida”, p. 161)

A paz mundial não é algo que nós recebemos, mas sim que nós, seres
humanos, devemos criar por meio de nosso esforço e de nossa
sabedoria. É algo pelo qual devemos batalhar e conquistar. (“A Dança
da Vida”, p. 210)

O mais importante na juventude é desafiarem a si próprios e não se


reprimirem nem serem derrotados pela própria fraqueza. Por favor, não
se esqueçam de que autocontrole e não sucumbir a si próprio são as
chaves para a vitória. (“Glorioso Futuro”, p. 263)
Resumo do conteúdo

Esperança Renovada
Após celebrar vitoriosamente o sétimo aniversário de sua posse como
terceiro presidente da Soka Gakkai, Shin’ichi parte para uma viagem de
orientações pela Europa e pelos Estados Unidos.
Espírito Comunitário
Shin’ichi visita Matsushiro, província de Nagano, que vinha sofrendo
uma série de terremotos. Em seguida, visita Takayama, em Gifu.
A Dança da Vida
O Festival Cultural de Tóquio é realizado em outubro de 1967, com a
presença de Shin’ichi. Ele também mantém diálogo com o conde
Richard Coudenhove-Kalergi.
Glorioso Futuro
Em 8 de abril de 1968 é realizada em Tóquio a primeira cerimônia de
início de aulas das Escolas Soka de Ensino Fundamental 2 e Ensino
Médio.

Notas:
1. Nota do Editor: O tufão Hagibis, ou supertufão Hagibis, foi um
ciclone tropical de categoria 5 que passou pela região de Kanto no
Japão em 2019 e foi considerado o segundo ciclone tropical mais
intenso no mundo. As origens de Hagibis se deram a partir de uma
perturbação tropical localizada ao norte das Ilhas Marshall em 2 de
outubro. No dia seguinte, o Centro Conjunto de Avisos de Tufão (JTWC)
emitiu um alerta de formação de ciclone tropical. Sua formação
aconteceu em 4 de outubro de 2019, dissipando-se em 20 de outubro
do mesmo ano.
2. K–12 (pronuncia-se “k twelve”, “k through twelve”, ou “k to
twelve”), é uma expressão norte-americana para designar o intervalo,
em anos, abrangido pelo ensino fundamental e ensino médio na
educação dos Estados Unidos, que é similar aos graus escolares
públicos que precedem o ensino superior em países como Afeganistão,
Austrália, Canadá, Equador, China, Egito, Índia, Irã, Filipinas, Coreia do
Sul, Turquia. [Nota do editor: Em 6 de junho de 2018, o Colégio Soka
do Brasil foi certificado como uma escola internacional pelo
International
Baccalaureate (IB), organização sediada em Genebra, Suíça. Como
escola associada, oferece um currículo de dois anos chamado de IBDP,
ou programa de diploma IB, que complementa o currículo oficial do
MEC e confere ao aluno uma certificação de ensino médio internacional
que lhe possibilita oportunidades de admissão em universidades
estrangeiras].

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de


23 de outubro de 2019.
Volume 13
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 13

Orgulho e dinamismo

Brasil Seikyo, Edição 2524, 18/07/2020, pág. 14-15 / Especial

Hiromasa Ikeda
vice-presidente da SGI
No dia 5 de dezembro de 1974, durante a sua segunda visita à China, o
presidente Ikeda se reuniu com o primeiro-ministro chinês Zhou Enlai.
Este ano [2019] marca o 45º aniversário desse encontro.
O capítulo “Ponte Dourada”, do volume 13, da Nova Revolução
Humana, descreve o contexto histórico no qual Shin’ichi [pseudônimo
de Daisaku Ikeda na obra] anuncia sua proposta para a normalização
das relações diplomáticas entre Japão e China, no decorrer da 11ª
Convenção da Divisão dos Universitários da Soka Gakkai, em 8 de
setembro de 1968. Consolidar laços de amizade entre os dois países
também representava um meio para cumprir o juramento do seu
mestre, Josei Toda, o qual nutria um sentimento “intensamente forte e
profundo” em relação à Ásia e, em especial, à China. O presidente Josei
Toda certa vez compôs o seguinte poema expressando essa
determinação:

Aos povos da Ásia


que oram por vislumbrar a Lua
entre as frestas das nuvens,
enviemos, em vez disso,
a luz do Sol. (p. 12)

Antes da divulgação de sua proposta, Shin’ichi se encontrou com várias


personalidades da sociedade japonesa que devotaram a vida à melhoria
das relações sino-japonesas. Uma delas é o líder empresarial
Tatsunosuke Takasaki.
Shin’ichi e Takasaki se reúnem em setembro de 1963. Após emitir suas
observações sobre a situação na China, Takasaki solicita-lhe que atue
como uma força para a amizade entre os dois países. E em resposta a
isso, determinado a construir uma ponte dourada de laços bilaterais
duradouros, Shin’ichi declara: “Com certeza! Não se preocupe, eu
realizarei isso sem falta!” (p. 23).
Como o governo japonês da época havia adotado uma posição
antagônica em relação à China, Shin’ichi tinha plena ciência de que seu
apelo em defesa da amizade sino-japonesa seria alvo de duras críticas.
No entanto, mantendo-se firmemente fiel ao desejo de seu mestre e ao
anseio de todos aqueles que haviam se empenhado por essa causa, ele
decide se pronunciar sobre o assunto.
Inspirado pela proposta de Shin’ichi, Kenzo Matsumura, membro da
Direita Nacional do Japão [e proponente da restauração dos laços
bilaterais] lhe diz: “Ganhamos uma multidão de aliados (p. 58). (...)
Gostaria muito de apresentá-lo ao primeiro-ministro Zhou Enlai” (p.
64).
Desse modo, Takasaki e Matsumura, ambos com mais de 40 anos e
mais velhos que Shin’ichi, confiaram a ele o futuro das relações sino-
japonesas.
Esse capítulo também retrata que Shin’ichi reconhece que “o trabalho
tão significativo de construir uma ponte dourada de duradoura amizade
entre o Japão e a China não poderia ser realizado em uma única
geração” (p. 36). Por essa razão, ele opta especificamente por anunciar
sua proposta na convenção da Divisão dos Universitários, realizada em
8 de setembro, firmemente convicto de que, dentre aquelas fileiras,
surgiriam jovens que dedicariam a vida à concretização de seu ideal.
Até a presente data, o presidente Ikeda visitou a China dez vezes e
continua promovendo amplamente intercâmbios entre os jovens dos
dois países, bem como intercâmbios de âmbito cultural e educacional. A
inabalável ponte da paz e da amizade entre as duas nações hoje é um
testemunho de tais esforços.
O presidente Ikeda também recebeu distinções acadêmicas de várias
universidades e instituições chinesas. Aproximadamente quarenta
estabelecimentos de ensino superior daquele país criaram centros de
pesquisa sobre a filosofia e o pensamento de Daisaku Ikeda. Além
disso, a Universidade Soka do Japão mantém atualmente acordos de
parceria acadêmica com mais de sessenta universidades e instituições
da China.
A partir de março do ano que vem (este artigo foi publicado
originalmente em dezembro de 2019), a Associação de Concertos Min-
On promoverá uma turnê do grupo Shanghai Dance Theatre, que
exibirá o espetáculo Íbis de Crista em trinta cidades do Japão. E no
próximo outono, o Museu de Arte Fuji de Tóquio lançará uma nova
exposição apresentando a arte da antiga via comercial da Rota da
Seda. [Nota do editor: O projeto foi adiado em razão da pandemia do
coronavírus.]
Os laços de amizade entre a Divisão dos Jovens da Soka Gakkai e a
Federação dos Jovens da China remontam a 1985, e este ano [2019]
celebra o 40º aniversário do início dos intercâmbios entre a Divisão
Feminina e a Divisão Feminina de Jovens da Soka Gakkai e a Federação
Feminina da China.
Cabe aos membros da Divisão dos Jovens e da Divisão dos Estudantes
da Soka Gakkai fazer jus à grande missão e responsabilidade de
perpetuar essa ponte dourada que o presidente Ikeda se empenhou em
construir entre Japão e China.

Lembrança do Castelo Shuri, em Okinawa


O capítulo “Terra da Felicidade” apresenta detalhes sobre a visita [de
Shin’ichi Yamamoto] a Okinawa, em fevereiro de 1969. Questões
referentes à devolução de Okinawa, dos Estados Unidos para o Japão,
continuavam afligindo as ilhas na ocasião.
“Em última análise, se um lugar vai atingir a paz e a prosperidade
depende, exclusivamente, da determinação das pessoas que ali vivem.
(...) O segredo para construir uma terra de felicidade reside
inteiramente no desenvolvimento dos seres humanos” (p. 227).
É com esse espírito que Shin’ichi viaja para Okinawa, firmemente
decidido a “plantar fundo as raízes da fé forte e inabalável no coração
de cada membro” (p. 227). Durante a sua estada, realizou-se um
festival cultural com um elenco de mais de cem pessoas encenando
uma peça histórica, com noventa minutos de duração. A montagem
intitulada O Jovem Sho Hashi narra a saga do grande líder militar do
século 15 que unificou as ilhas Ryukyu (Okinawa) e ampliou o Castelo
de Shuri. Sentindo uma forte conexão entre o período tumultuado em
que Sho Hashi viveu e o sofrimento que eles experimentaram durante a
Segunda Guerra Mundial, os membros de Okinawa escolheram a
história de vida desse personagem para expressar sua determinação de
construir uma terra próspera e pacífica.
O Castelo de Shuri ardeu em chamas durante a horrenda Batalha de
Okinawa, na Segunda Guerra Mundial. As obras de reconstrução
iniciaram em 1989, e o salão principal e outros recintos foram
restaurados em 1992.
O capítulo “Terra da Felicidade” foi publicado em episódios diários no
jornal Seikyo Shimbun a partir de outubro de 2002, e imagino que, ao
redigi-lo, o presidente Ikeda recordou-se vividamente de sua visita ao
castelo no decorrer da viagem de orientações a Okinawa em fevereiro
de 1994.
O Castelo de Shuri não é apenas uma relíquia da história e cultura
locais, mas representa um símbolo de paz em Okinawa. Recentemente,
o salão principal foi destruído num incêndio. Quão doloroso isso deve
ter sido para as pessoas de lá! Oro sinceramente para que o Castelo de
Shuri recupere sua majestade e seja restaurado uma vez mais.

Planejamento é o segredo
O capítulo “Estrela Guia” destaca a importante tradição da reunião de
palestra dentro do nosso movimento: “Desde a época do presidente
Tsunesaburo Makiguchi, o coração da Soka Gakkai era encontrado
nesse fórum. A própria reunião de palestra havia sido o ponto de
partida para o movimento popular da organização” (p. 122).
Descreve a ação de Shin’ichi de tomar a iniciativa para revolucionar a
cultura das reuniões de palestra. Quando lhe perguntam qual o segredo
para se realizar uma reunião de palestra frutífera, ele declara que o
propósito dessa atividade é servir como um fórum para o diálogo e a
propagação do budismo, e também para transmitir coragem e
convicção aos membros por meio da orientação sincera na fé. Ele
salienta ainda que o sucesso de uma reunião de palestra depende
inteiramente da determinação e capacidade dos líderes responsáveis.
Shin’ichi aponta vários elementos fundamentais para o sucesso dessas
reuniões:

1. É fundamental que aqueles que tragam convidados recebam


a mais alta consideração. Pode haver momentos em que os
convidados não queiram praticar, mas seus amigos, desejando
sinceramente a felicidade deles, fazem de tudo para trazê-los a
uma reunião. Deixar de dar a esses membros a devida atenção
seria destruir sua sinceridade e dedicação. E nas ocasiões em
que não há convidados, quero que as figuras centrais
convoquem toda a sua sabedoria e tornem o encontro
verdadeiramente significativo, falando sinceramente aos
membros presentes e esclarecendo suas dúvidas e aliviando
suas preocupações.

2. Ao se prepararem para uma reunião, os líderes devem dividir


a responsabilidade de informar e encorajar os membros a
participarem da atividade, fazendo o possível para garantir cem
por cento de participação. O sucesso de uma reunião de
palestra não depende somente do que acontece durante o
evento em si, mas dos preparativos que o antecedem, inclusive
os esforços para incentivar a participação das pessoas.

3. É essencial que os responsáveis pela reunião de palestra


orem sinceramente ao Gohonzon para o pleno sucesso e
participem da reunião com inabalável decisão e confiança. Por
mais interessantes que sejam suas palavras ou apresentações,
se o líder não tiver uma fé convicta não conseguirá tocar o
coração dos participantes. Ou seja, aquele que não tem
convicção não está capacitado a ser líder.

4. Outro pré-requisito do líder é ter consideração pelos outros.


Mesmo em um debate aberto pode haver pessoas com
dificuldade de se expressar em público. O líder deve ter a
sensibilidade de perceber o que cada pessoa está sentindo.
Deve também ter sabedoria e benevolência para reagir
adequadamente a qualquer situação durante a reunião. Pode
haver ocasiões de algum participante estar alcoolizado e
incomodar os presentes, cabendo ao líder, nesses casos, ser
firme e pedir que se retire. Não podemos permitir que ninguém
nem nada perturbem o domínio puro da fé. Os líderes devem
ser resolutos e, ao mesmo tempo, agir com bom senso e
pensar na coletividade. Sobretudo, devem escolher
cuidadosamente as palavras.

5. É importante que os líderes tenham consideração e


manifestem gratidão sincera aos membros que oferecem suas
casas para reuniões, para que se sintam sempre felizes por
esse oferecimento. Também é importante que os líderes
agradeçam aos demais membros da família que vivem lá,
inclusive as crianças. Além disso, devem se certificar que
nenhum inconveniente seja causado aos vizinhos, por exemplo,
com estacionamento irregular, barulhos ou aglomeração de
bicicletas. Também é bom conversar com os vizinhos antes da
reunião e gentilmente avisá-los de que a mesma será realizada.
As reuniões de palestra devem ser eventos que todos
considerem revigorantes e agradáveis. (p. 125 e 126)

Em anos recentes, o Seikyo Shimbun publicou artigos sobre as


diferentes maneiras de se realizar reuniões de palestra nas várias
organizações da SGI ao redor do mundo. Zadankai, termo japonês que
designa “reunião de palestra”, também está se tornando familiar entre
os membros de todas as partes do globo. Shin’ichi afirma: “A Soka
Gakkai não existe em um lugar distante, ela se encontra justamente
nas reuniões de palestra. É por isso que o segredo para o
desenvolvimento da organização é o sucesso dessas reuniões” (p. 127).
Empenhando-nos para aprimorar a qualidade das reuniões de palestra
de nossa localidade, sigamos em frente com orgulho e dinamismo,
como membros da Soka Gakkai, uma organização que avança a passos
largos como religião mundial.
Principais trechos

As verdadeiras relações diplomáticas começam com vínculos


entre os seres humanos, com o intercâmbio humano. O
segredo é criar laços de confiança e amizade que unam as
pessoas. Afinal, são as pessoas que formam uma nação. (Ponte
Dourada)

O benefício de contribuir para o kosen-rufu oferecendo o lar


para a realização das atividades é ilimitado e imensurável e se
traduz em grande boa sorte que passa de uma geração a
outra” (p. 90). (Estrela Guia)

As mulheres têm sido sempre as maiores vítimas da guerra.


Enquanto a felicidade das mulheres for sacrificada, a paz da
humanidade nunca será alcançada. Quando as mulheres
brilham, elas lançam luz sobre suas casas, suas comunidades e
suas sociedades. É por isso que precisamos fazer do século 21
o século das mulheres, um tempo em que as mulheres
assumirão o papel central” (p. 121). (Estrela Guia)

O fato de nossos membros trabalharem juntos em amizade é


prova de que eles estão conseguindo fazer sua revolução
humana e transformar a vida num nível fundamental. Isso
porque pessoas egoístas, egocêntricas, arrogantes,
pretensiosas ou invejosas não conseguem se unir a outras
pessoas (p. 205). (Canto da Fortaleza)

Uma pessoa capaz deve ser forte. Talvez tenham um coração


puro e gentil, mas se forem fracos, não conseguirão trabalhar
para a paz ou felicidade dos outros. Portanto, espero que
encontrem algo em que realmente se superem. O importante é
procurar com todo o seu ser (p. 259). (Terra da Felicidade)

Resumo do conteúdo

Ponte Dourada
No dia 8 de setembro de 1968, Shin’ichi emite um apelo em defesa da
normalização das relações diplomáticas entre o Japão e a China durante
a 11ª Convenção da Divisão dos Universitários.
Estrela Guia
Em setembro de 1968, Shin’ichi viaja de avião para Asahikawa, em
Hokkaido, e, então, para Wakkanai, uma das cidades no extremo norte
do Japão.
Canto da Fortaleza
Em novembro, Shin’ichi faz sua segunda visita a Amami Oshima.
Festivais culturais são realizados em várias regiões do Japão.
Terra da Felicidade
Em 1969, Shin’ichi compõe um poema de ano-novo intitulado Ode à
Construção, dedicado a todos os membros. Em 15 de fevereiro, ele
viaja de avião para Okinawa.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de


23 de outubro de 2019.
Volume 14
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 14

Registrar a verdade
Brasil Seikyo, Edição 2528, 22/08/2020, pág. 14-15 / Especial

HIROMASA IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI

“Em meu coração arde a resoluta determinação de travar a batalha das


palavras. Este é o momento de construir um caminho radiante para o
kosen-rufu mundial (...). Registrar corretamente a verdade servirá
como um espelho cristalino para as pessoas do futuro”.
Essa foi a motivação que levou o presidente da SGI, Daisaku Ikeda, a
escrever a Nova Revolução Humana, compartilhada por ele num ensaio
de agosto de 2003, celebrando dez anos desde o início do trabalho de
redação do romance. E quinze anos depois, em agosto de 2018, ele
concluiu a série de trinta volumes, proporcionando-nos um registro do
resplandecente avanço do kosen-rufu no mundo todo.
O presidente Ikeda redigiu o ensaio citado enquanto elaborava o
capítulo “Rio Caudaloso”, do volume 14, que estava sendo publicado
diariamente no jornal Seikyo Shimbun na época. O capítulo começa
com uma descrição da Reunião Nacional de Líderes da Soka Gakkai de
3 de maio de 1970, comemorando o 10º aniversário da posse de
Shin’ichi Yamamoto [pseudônimo de Ikeda sensei na obra] como
terceiro presidente da organização.
Abril daquele ano marcou a passagem de doze anos desde a morte do
seu mestre, Josei Toda, e na cerimônia em memória dele, Shin’ichi
anunciou a expansão da Soka Gakkai, que alcançou 7,5 milhões de
famílias afiliadas. “A correnteza Soka estava enfim se expandindo,
deixando de ser um riacho para se tornar um rio caudaloso, seguindo
para o oceano da paz e felicidade para toda a humanidade” (p. 221).
Assim ele relata ao seu mestre, convicto de que haviam alcançado um
divisor de águas na história, na qual “as ondas do kosen-rufu estavam
se propagando amplamente e surgia um novo movimento encabeçado
pelas pessoas que despertava para os ideais humanísticos que estavam
surgindo” (p. 215).
Coincidindo com esse momento decisivo, houve o Incidente da
Liberdade de Expressão, controvérsia deflagrada naquele ano, quando a
Soka Gakkai precisou se defender de acusações difamatórias. Um
escritor japonês havia produzido um livro altamente crítico em relação
à organização, e ao ser exigido que o autor fundamentasse seu texto
na verdade, ele alegou que a Gakkai estava tentando obstruir a
liberdade de expressão e de imprensa. Vários partidos políticos e
religiosos usaram esse incidente como pretexto para criticar e atacar a
Soka Gakkai com ferocidade.
O capítulo “Vendaval” observa que, apesar de esse incidente constituir
a primeira grande provação enfrentada por Shin’ichi após se tornar
presidente, serviu para fortalecer ainda mais sua determinação de
edificar a Soka Gakkai como uma organização modelo para a
sociedade. Desse modo, ele converteu essa tempestuosa angústia num
trampolim para o desenvolvimento futuro da organização.
Quando reunimos coragem para enfrentar diretamente as dificuldades,
conseguimos transformar até mesmo ventos contrários que obstruem o
kosen-rufu a nosso favor. De fato, a verdadeira força da Gakkai tem
sido seu avanço contínuo com base no espírito de se manter firme
bravamente contra os ferozes ventos das adversidades.

Kosen-rufu como a jornada em si


Em meio ao redemoinho do Incidente da Liberdade de Expressão,
Shin’ichi continuou tomando medidas para consolidar o
desenvolvimento do kosen-rufu no século 21. Um desses passos foi a
reforma estrutural da organização, para atender às necessidades
variáveis da época. No decorrer do seu discurso na Reunião Nacional de
Líderes realizada em maio daquele ano, Shin’ichi apresentou uma nova
visão do kosen-rufu aos membros — que até então eles concebiam
como um objetivo finito —, ao declarar: “Kosen-rufu flui eternamente
sem jamais cessar, pois ele não é o destino final, mas sim a própria
jornada, o processo de dar vida ao budismo em meio à sociedade” (p.
223).
Ele conclamou os participantes a se empenhar com uma nova decisão,
visando conquistar a confiança e a compreensão da sociedade por meio
de suas atividades. Nesse sentido, anunciou a mudança da estrutura
organizacional da Soka Gakkai para um sistema de blocos baseada na
localização geográfica, permitindo que os membros formassem vínculos
mais estreitos com suas comunidades e, desse modo, contribuíssem
melhor para a sociedade como um todo.
Sob esse novo sistema, o grande desafio para a organização seriam as
relações humanas e como fortalecer os laços de amizade entre os
membros. Até então, a estrutura organizacional fundamentava-se nas
relações entre os novos membros e aqueles que os haviam introduzido
na prática. A despeito de onde morassem, os novos membros
pertenciam ao mesmo grupo da pessoa que os apresentou,
possibilitando que realizassem atividades juntos e aprofundassem laços
de solidariedade.
No entanto, para solucionar a crescente sensação de alienação entre as
pessoas na sociedade moderna, Shin’ichi acreditava ser “de vital
importância realizar a transição na estrutura e consolidar uma forte
rede de corações entre os membros da Soka Gakkai e as demais
pessoas que moravam numa mesma comunidade” (p. 230). A mudança
para a estrutura de blocos representou uma ação para estabelecer a
Soka Gakkai como uma organização aberta e disposta a interagir com a
coletividade e contribuir positivamente para o progresso futuro da
sociedade.
A principal preocupação de Shin’ichi no início dessa nova fase de
desenvolvimento era se os membros conseguiriam ou não modificar
fundamentalmente sua mentalidade em relação ao kosen-rufu, ou seja,
se seriam capazes de se levantar com a decisão de que cada um deles
está “sustentando o destino da Soka Gakkai e de que tem um
importante papel na propagação do kosen-rufu” (p. 232). O capítulo
revela ser essa consciência — de possuir o mesmo senso de
responsabilidade que Shin’ichi — “o fator que determina nosso fracasso
ou sucesso, nossa vitória ou derrota, em todas as atividades” (p. 233).
Compartilhar nossa história com o futuro
Outra medida decisiva adotada por Shin’ichi durante esse período
tumultuado foi se dedicar à criação de pessoas capazes, com foco
especial no incentivo à Divisão dos Estudantes. Ele estava convicto de
que caso perdesse o compromisso genuíno com a verdade e a justiça,
em vez de uma era de prosperidade do kosen-rufu, nós nos
depararíamos com uma era degenerada. Por essa razão, fez o seu
melhor para estimular os jovens a se tornar líderes centrais de sua
geração.
No curso de aprimoramento para representantes da Divisão dos
Estudantes realizado no Centro de Treinamento de Hakone, na
província de Kanagawa, Shin’ichi expôs o significado desse centro e sua
importância na história da organização. Embora alguns dos
participantes fossem estudantes do ensino fundamental, Shin’ichi os
considerava “futuros líderes do movimento pelo kosen-rufu” (p. 241), e
foi direto e franco com eles a respeito da verdadeira história da Soka
Gakkai. Respondeu a todas as perguntas e também discorreu sobre
como viver com plenitude. Certo de que, por mais jovens que fossem, o
ouviriam e corresponderiam a ele se lhes falasse com seriedade,
Shin’ichi se dedicou a plantar sementes no coração de cada um.
Ele prosseguiu se esforçando de corpo e alma para encorajar a Divisão
dos Estudantes, mesmo depois do encerramento do curso de
aprimoramento. Em dado momento, externou sua profunda expectativa
em relação a eles da seguinte forma:
“Cada um de vocês é um Shin’ichi Yamamoto, cada um de vocês é um
presidente. Vocês são meus representantes. Por favor, tornem-se
pessoas que possam dizer ‘Enquanto eu estiver aqui, vocês não têm
com o que se preocupar’” (p. 262).
Para Shin’ichi, o triunfo de seus discípulos é a “prova de sua
incontestável vitória” (p. 262). Hoje, esses jovens estão
desempenhando papel fundamental em diversos campos da sociedade.
Acredito que o presidente Ikeda tenha aberto o caminho para uma nova
era do kosen-rufu mundial cultivando pessoalmente os membros da
Divisão dos Estudantes como “valores humanos”. Agora, cabe a nós
assentar o caminho para os nossos próximos cinquenta ou mesmo cem
anos de desenvolvimento.
O capítulo “Vendaval” descreve uma reunião de líderes ocorrida na
província de Wakayama em dezembro de 1969, à qual Shin’ichi
compareceu apesar do seu estado febril. Recentemente, os membros
de Wakayama celebraram o 50º aniversário daquela reunião, nesse
exato local.
A Divisão dos Estudantes apresentou uma canção pela ocasião, e antes
do evento, enquanto ensaiavam, ouviram de familiares e dos membros
da Gakkai da comunidade local a história do kosen-rufu em Wakayama.
Eles lhes ensinaram a importância da fé e como era sublime ter um
mestre na vida.
O Ano do Avanço e dos Valores Humanos, 2020, reveste-se de
profunda relevância, pois celebramos o 60º aniversário da posse de
Ikeda sensei como terceiro presidente, bem como o 90º aniversário de
fundação da Soka Gakkai. O presidente Ikeda tem salientado que os
próximos dez anos que antecedem o centenário da organização se
revelam uma questão crucial para a humanidade. Compartilhemos o
espírito e compromisso do nosso mestre, empenhando-nos para
promover o desenvolvimento dos futuros líderes da Soka Gakkai e
assentar o caminho do kosen-rufu que perdure por várias gerações.

Principais trechos
A propagação é a força vital da religião; e a que não propaga seus
ensinamentos é uma religião morta (p. 10). (“Coragem e Sabedoria”)
A paz não se trata simplesmente da ausência de guerra, mas sim de
uma condição em que as pessoas se unem pela confiança mútua
transbordantes de alegria, energia e esperança (p. 97). (“Missão”)
O kosen-rufu é uma batalha para revitalizar todas as esferas da vida —
incluindo a literatura, a educação e a governança — em prol da
felicidade das pessoas
(p. 135). (“Missão”)
Ser uma pessoa descuidada ou distraída indica falta de
comprometimento em assumir total responsabilidade. Se somos sérios
e temos a determinação de não permitir falhas, seremos naturalmente
meticulosos (p. 148). (“Vendaval”)
Os passos dados para alcançar algo importante não são glamorosos. De
fato, na maior parte dos casos, eles ocorrem em silêncio e longe dos
holofotes. Mas esses esforços acumulados possuem a força para
transformar o mundo (p. 254). (“Rio Caudaloso”)

Resumo do conteúdo

Coragem e Sabedoria
Em meio à inquietação estudantil que tomava conta do Japão, Shin’ichi
apresenta várias propostas referentes ao futuro do movimento dos
estudantes e ao reconhecimento da educação como o quarto ramo do
governo. Os membros da Divisão dos Universitários lançam a Nova
Aliança Estudantil.
Missão
São fundados o Grupo Shirakaba (Enfermeiras) da Divisão Feminina de
Jovens e o Departamento Literário.
Vendaval
Em dezembro de 1969, Shin’ichi incentiva os membros de Kansai,
apesar de estar muito doente. O movimento do kosen-rufu continua se
expandindo a despeito da controvérsia deflagrada pelo Incidente da
Liberdade de Expressão.
Rio Caudaloso
O dia 3 de maio de 1970 assinala o 10º aniversário da presidência de
Shin’ichi. Uma nova estrutura organizacional centralizada em blocos
estabelece um novo palco do kosen-rufu. Em setembro, dá-se a
conclusão do novo prédio do Seikyo Shimbun.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de


25 de dezembro de 2019.
Volume 15
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 15
“Não sejam derrotados”
Brasil Seikyo, Edição 2532, 19/09/2020, pág. 14-15 / Especial

HIROMASA IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI

No capítulo “Florescimento”, do volume 15, da Nova Revolução


Humana, o presidente Ikeda destaca:

O traço que melhor distingue o Budismo Nichiren é o fato de


ser a religião do kosen-rufu. Em outras palavras, estimula seus
seguidores a trabalhar pelo bem-estar e pela paz de todos
propagando a Lei Mística (...). O Budismo Nichiren também é
uma religião que busca “estabelecer o ensinamento para a
pacificação da terra”. (p. 226)

“Estabelecer o ensinamento” refere-se ao ato de instilar a filosofia do


budismo no coração de cada pessoa, por meio do qual nos esforçamos
para concretizar a “pacificação da terra” — a paz e a prosperidade
social. Se “estabelecer o ensinamento” consiste na missão religiosa
daqueles que praticam este budismo, então a “pacificação da terra”
indica nossa missão social; só podemos considerar nossa missão
religiosa concluída quando a paz estiver consolidada na terra.
O capítulo “Revitalização” relata fatos referentes à Reunião Nacional de
Líderes de 3 de maio de 1970, na qual Shin’ichi Yamamoto declara que
o kosen-rufu constitui “um grande movimento cultural, que se
desenrola no vasto solo espiritual da Lei Mística”. Com Shin’ichi na
liderança, a Soka Gakkai promoveu um movimento para influenciar
positivamente a sociedade pelo poder humanístico da cultura, como um
meio de cumprir sua missão de concretizar a paz na terra.
O capítulo prossegue detalhando como Shin’ichi começa a escrever
poemas e a oferecê-lo aos membros em diversas ocasiões como forma
de incentivo. Para ele, poesia representa um modo de revelar o “grande
caminho da paz e da felicidade para todos” e prover uma perspectiva
budista do mundo e do ambiente natural. O capítulo “Florescimento”
também descreve os esforços de Shin’ichi para tirar fotos durante a sua
permanência em Hokkaido como mais uma forma de encorajar, louvar
e inspirar os membros, considerados por ele como porta -estandartes
— os protagonistas — da cultura humanística.
O renomado fotógrafo japonês Yoshikazu Shirakawa certa vez observou
que as imagens captadas pelo presidente Ikeda refletem
profundamente o sentimento sincero e puro de inspirar o maior número
de pessoas possível a se tornar felizes. De fato, um forte desejo de
incentivar os outros emana das fotografias produzidas por ele. O jornal
Seikyo Shimbun publica regularmente fotos tiradas pelo presidente
Ikeda acompanhadas de trechos de poemas e de textos de sua autoria.
Essa é a maneira encontrada por ele de exortar os companheiros: “Não
sejam derrotados! Sejam fortes! Avancem comigo!” (p. 245).

Propostas concretas
No outono de 1970, a Soka Gakkai empenha-se com intensa seriedade
às atividades voltadas para a promoção de uma cultura de genuíno
humanismo na sociedade. Na época, o povo japonês estava absorto
com as notícias sobre as doenças relacionadas com a poluição, itai-itai e
Minamata,1 que afligiam partes do país.
Shin’ichi passa a tratar da crescente gravidade da questão da poluição,
contribuindo com um ensaio intitulado “Japão, um Laboratório da
Poluição?” para uma importante revista mensal japonesa. Além disso,
redige texto sobre o assunto para a edição de outono da Toyo
Gakujutsu Kenkyu [Revista de Estudos Orientais] publicada pelo
Instituto de Filosofia Oriental, afiliado da Soka Gakkai. Nesses artigos,
ele discute a poluição da perspectiva de sua relação com a sociedade
humana como um todo. São considerados singulares por identificarem
as formas de raciocínio que acarretaram tal degradação e proporcionam
um direcionamento claro para a solução da questão.
No capítulo “Juramento Seigan”, do volume 30, Shin’ichi relembra que
Toda sensei frisou a importância de apresentar propostas concretas
para a paz da humanidade e, então, tomar a iniciativa de concretizá-
las. Ele apontou as seguintes razões para isso:

Mesmo que tais propostas não sejam aceitas e realizadas de


imediato, elas se tornam faíscas pelas quais se espalham as
chamas da paz. Teorias abstratas são sempre vazias e fúteis.
Mas propostas concretas se tornam “pilares” para sua
realização e “telhados” para proteger a humanidade. (Brasil
Seikyo, ed. 2.418, 5 maio 2018, p. D2)

Os artigos do presidente Ikeda sobre a poluição ambiental foram um


meio de pôr em prática a orientação do seu mestre [Josei Toda].
Também é com esse espírito que ele vem oferecendo propostas de paz
todos os anos em 26 de janeiro, Dia da SGI, desde 1983.
No esforço de materializar e implementar os ideais e as concepções
expressos pelo presidente Ikeda nessas propostas, a Divisão dos
Jovens (DJ) da Soka Gakkai lançou recentemente uma iniciativa
denominada Soka Global Action 2030 (Ação Global Soka 2030). O ano
2030 assinala o centenário da Soka Gakkai, além de representar o
ponto de chegada dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS). Rumo a esse marco, o programa Ação Global Soka 2030 se
devota a atividades para acelerar o ímpeto da abolição das armas
nucleares e a supressão das guerras e para fomentar a boa vontade e a
amizade na Ásia, ao lado da promoção dos ODS.
Na proposta de paz deste ano, o presidente Ikeda comenta essa nova
iniciativa em prol da paz, liderada pelos jovens, e manifesta a enorme
expectativa que nutre em relação a eles: “Tenho profunda confiança de
que, enquanto houver solidariedade entre os jovens, não haverá
impasses que não possamos ultrapassar” (Terceira Civilização, ed. 621,
maio 2020).
Os jovens detêm a chave para um futuro mais radiante. Como expressa
Ikeda sensei: “Quando o jovem age, a época toma um novo rumo. Os
jovens sempre detêm a chave para vencer batalhas decisivas que
mudam o curso da história” (p. 58). Oremos sinceramente para que a
Divisão dos Jovens seja capaz de empreender ações à sua realização
com total liberdade.

Cristalização do espírito de mestre e discípulo


O capítulo “Universidade Soka” narra o processo de desenvolvimento da
universidade, desde a sua inauguração até a formatura da primeira
turma.
Hoje, o portão principal e a torre central da instituição exibem
inscrições com ideogramas chineses que representam “Universidade
Soka” na caligrafia do presidente fundador da Soka Gakkai,
Tsunesaburo Makiguchi. A criação de um sistema escolar englobando o
nível universitário era o sonho de Makiguchi, uma concepção enunciada
por ele no Soka Kyoikugaku Taikei [Sistema Pedagógico de Criação de
Valor].
Herdando esse ideal, em novembro de 1950, em meio à terrível
circunstância pessoal de ter sido forçado a suspender as operações de
suas empresas, o presidente Josei Toda compartilha com Shin’ichi o
anseio de fundar a Universidade Soka. Shin’ichi acolheu o desejo
acalentado por seu mestre e o gravou no fundo do coração.
A Universidade Soka finalmente é inaugurada em 2 de abril de 1971 —
ano do 100º aniversário de nascimento do presidente Tsunesaburo
Makiguchi e data do falecimento do presidente Josei Toda. A fundação
da Universidade Soka representa, de fato, a “cristalização do espírito de
mestre e discípulo abrangendo três gerações”.
Num diálogo com alguns estudantes da primeira turma, Shin’ichi
expressa que, assim como ele, aqueles jovens são “os fundadores da
Universidade Soka” (p. 107). Acreditando firmemente nos estudantes,
depositando confiança no fato de que eles encarariam o desafio de
construir a universidade com a mesma consciência e senso de
responsabilidade que o fundador, ele se abstém deliberadamente de
realizar visitas oficiais. Na verdade, por respeito à autonomia da
universidade, Shin’ichi evitou participar do evento de inauguração e da
primeira cerimônia de ingresso, apesar da posição como fundador.
Somente em novembro, no Festival Universitário Soka, que se
converteu em sua primeira visita oficial ao campus, torna-se claro o
ideal daquela universidade permeada pelo transbordante amor do
fundador pelos estudantes como uma instituição centrada no aluno.
Além disso, em seu discurso na cerimônia de formatura da primeira
turma, Shin’ichi faz alusão ao princípio budista de que a “assembleia no
Pico da Águia ainda não se dispersou” (p. 213) e explica que, “embora
num certo plano nossos caminhos possam se separar, sempre
estaremos juntos” (Ibidem). Em seguida, propôs que os formandos
selassem o “juramento de viver com o espírito de sempre permanecer
ligados uns aos outros em seus corações” (Ibidem). Com essas
palavras gravadas na vida, os alunos graduados pela Universidade Soka
hoje desempenham papel ativo em vários campos da sociedade no
mundo inteiro.
A Universidade Soka celebrará seu 50º aniversário no próximo ano. Ela
foi selecionada para fazer parte do Top Global University Project, uma
iniciativa do Ministério da Educação, Cultura, Desporto, Ciência e
Tecnologia do Japão. Seus esforços ativos para promover os Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável (ODS) também obtiveram
reconhecimento e louvor de revistas acadêmicas, como a Times Higher
Education, do Reino Unido.
Desse e de vários outros modos, a missão da Universidade Soka
continua se ampliando à medida que a instituição se empenha para
abrir um caminho para a paz duradoura, cultivando excelentes cidadãos
dedicados a prestar contribuições positivas para a sociedade.

Principais trechos

O verdadeiro humanismo deve estimular a harmonia entre a


humanidade e a natureza ou, mais adequadamente, deve se alicerçar
no princípio de que a humanidade e seu ambiente são unos e
inseparáveis. (Revitalização, p. 23)

É o povo que muda os rumos da sociedade e da época. A história muda


quando o povo se torna sábio e se ergue como protagonista da
mudança. (Revitalização, p. 25)
Estudo e conquistas acadêmicas não devem ser meros instrumentos
para o progresso individual. Devem ser utilizados na busca de
felicidade para os outros, e o estudo universitário deve ser consagrado
a servir e a contribuir para a vida daqueles que não puderam
prosseguir nos estudos. (Universidade Soka, p. 96)

A educação se inicia com os professores. O caráter deles é a fonte da


criação de valores em que consiste a educação. Nesse sentido, os
professores são os formadores do ambiente educacional. (Universidade
Soka, p. 172)

Um cumprimento amistoso é como bater à porta do coração de outra


pessoa. O verdadeiro humanismo se encontra no calor de uma
saudação. (Florescimento, p. 252)

Resumo do conteúdo

Revitalização
Shin’ichi trata de problemas decorrentes da poluição ambiental como o
surto de intoxicação por mercúrio na área de Minamata, e incentiva as
pessoas afetadas. São realizados festivais culturais por todo o Japão.
Shin’ichi publica uma série de poemas, entre eles Ode à Juventude.

Universidade Soka
A Universidade Soka é inaugurada em abril de 1971. Shin’ichi participa
de vários festivais estudantis e revela um caminho para a educação
humanística.

Florescimento
Shin’ichi passa a tirar fotos para incentivar os membros. Laços de
amizade nascem em Kamakura e em Misaki, província de Kanagawa,
por meio de eventos comunitários. Shin’ichi e os membros locais
apoiam o trabalho de socorro aos participantes do Jamboree Mundial
Escoteiro, que foram atingidos por um tufão muito forte.

Nota:
1. Doenças itai-itai (dói-dói) e Minamata, relacionadas à contaminação
ambiental. Itai-itai (literalmente, “ai-ai”) era causada pela ingestão de
cádmio por meio de produtos agrícolas e água durante um longo
período, o que acarretava alterações no metabolismo de cálcio no
organismo e resultava em ossos fracos, malformados e fáceis de
quebrar. Alguns ossos se tornavam tão quebradiços que podiam
fraturar com um simples espirro.
Itai-itai também ocasionava extrema dor nas costas, nos ombros e nos
joelhos, fazendo as vítimas gritarem constantemente — daí o nome “ai-
ai”.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de


29 de janeiro de 2020.
Volume 16
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 16
Sólido juramento
Brasil Seikyo, Edição 2536, 17/10/2020, pág. 16-17 / Especial

HIROMASA IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI

No dia 11 de fevereiro de 2020, celebramos o 120º aniversário de


nascimento do segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda. Num
ensaio publicado na edição do Seikyo Shimbun de 7 de fevereiro deste
ano, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, escreveu que, ao se
encontrar e realizar diálogos com importantes pensadores da mesma
geração que Toda sensei nos últimos anos da vida deles, todos
expressavam a grande expectativa de que a SGI edificasse um futuro
repleto de esperança.
Vários diálogos do presidente Ikeda com acadêmicos e intelectuais
contemporâneos do seu mestre foram publicados em livro; entre os
quais, Direitos Humanos no Século 21, com o presidente da Academia
Brasileira de Letras, Austregésilo de Athayde; A Noite Clama pela
Alvorada, com o historiador de arte francês, René Huyghe; e A Lifelong
Quest for Peace [Busca Vitalícia pela Paz], com o Dr. Linus Pauling,
laureado duas vezes com o Prêmio Nobel, um de Química e outro da
Paz.
Logo no início de sua vasta jornada de diálogos, deram-se suas
interlocuções com um dos maiores historiadores do século 20, o
professor Arnold J. Toynbee [que ocorreram ao longo de dez dias em
Londres, em maio de 1972 e em maio de 1973]. Em março de 2020,
assinalam-se 45 anos desde que esse diálogo, intitulado Choose Life
(Escolha a Vida), foi publicado em japonês.
O capítulo “Diálogo”, do volume 16, do romance Nova Revolução
Humana, descreve de modo minucioso as conversas entre o Prof.
Toynbee e Shin’ichi Yamamoto [pseudônimo de Daisaku Ikeda na
obra]. A diferença etária entre Shin’ichi e Toynbee, que era quase dez
anos mais velho que o presidente Josei Toda, significava que tinham
idade para ser pai e filho. Shin’ichi aceita o convite para realizar um
diálogo com ele por sentir que “talvez Toynbee o tivesse escolhido
especificamente para transmitir-lhe seu legado espiritual para o século
21” (p. 102).
Shin’ichi reconhece a necessidade urgente de “esforços combinados das
mentes mais brilhantes do mundo” (Ibidem) para oferecer à
humanidade um caminho claro para a paz no período das três últimas
décadas do século 20.
Os diálogos abrangem ampla gama de temas, incluindo debates sobre o
papel da religião. Toynbee expressa sua opinião de que as ameaças à
existência humana só podem ser superadas por meio de “uma
revolução espiritual no âmbito do indivíduo” (p. 138), transmitindo a
grande esperança que ele deposita no movimento de revolução humana
promovido pela Soka Gakkai.
Em sua obra An Historian’s Approach to Religion [A Perspectiva de um
Historiador sobre a Religião], Toynbee discute as razões que
propiciaram a crescente disseminação do cristianismo no mundo todo.
Ele observa que a dedicação às necessidades das massas ajudou a
estabelecer uma base sólida nos anos iniciais da religião, o que, por sua
vez, acarretou sua rápida expansão.
Da mesma maneira, a base para a propagação mundial da Soka Gakkai
se assentava na infinidade de experiências dramáticas de pessoas
comuns, membros dos primórdios da organização que transformaram
radicalmente sua vida apesar de serem ridicularizados, tachados de
“bando de doentes e pobres”. Eles consideravam isso motivo de
máximo orgulho.
A devoção à felicidade das pessoas simples do povo é o compromisso
imutável da Soka Gakkai. Não importando quanto a época mude,
jamais devemos nos esquecer desse ponto fundamental.

Sempre pensando nos membros


‌Convictode que 1972 seria “um ano de extrema importância,
determinante para definir o rumo do fluxo magnificente do kosen-rufu
no futuro” (p. 10), Shin’ichi dedica todo o seu ser a encorajar os
membros. O capítulo “Coração e Alma” narra seus esforços.
No dia 2 de janeiro de 1972, ocorre a primeira convenção de vários
grupos universitários [abarcando estudantes e ex-alunos de
universidades específicas]. Constatando que a maioria dos participantes
estaria na faixa dos 50 anos no início do século 21, Shin’ichi solicita-
lhes que assumam a responsabilidade pelo desenvolvimento futuro do
kosen-rufu: “Confio o século 21 a vocês. Essa época será decisiva” (p.
27).
Em 15 de janeiro, ele participa de uma sessão de fotos comemorativa
no bairro de Shinjuku, Tóquio, a qual foi dividida em treze tomadas.
Entre cada uma delas, incentivava continuamente os membros da
Divisão Sênior, da Divisão Feminina e da Divisão dos Jovens. Ao se
dirigir aos jovens que festejavam o Dia da Maioridade, 1 ele declara:
“Não obstante o que aconteça, é importante que nunca abandonem sua
fé no Gohonzon nem deixem a Soka Gakkai. Eles são o caminho da
verdadeira felicidade” (p. 39).
Shin’ichi pensa o tempo todo no que poderia fazer para inspirar os
membros, ajudá-los a se tornar líderes capazes e dignos de confiança e
assegurar que, haja o que houver, eles continuem a trilhar o caminho
da felicidade absoluta sem jamais abandonar a fé. O espírito
fundamental no âmago de suas ações é a unicidade de mestre e
discípulo, pois a voz do presidente Josei Toda ecoa constantemente
dentro do seu coração. Como Ikeda sensei escreve: “Contanto que
consigamos manter o exemplo de nosso mestre vivo em nossos
corações, poderemos triunfar sobre nossas fraquezas pessoais” (p. 13).
Ao visitar Okinawa em janeiro de 1972, ele incentiva um dos líderes:
“Aqueles que trilham o caminho de mestre e discípulo do kosen-rufu
jamais se verão num impasse. Por experiência própria, concluí que,
quando seu espírito se une completamente com o seu mestre, uma
força ilimitada irrompe” (p. 45).
Shin’ichi dá tudo de si para gravar o espírito de mestre e discípulo no
coração de cada pessoa que encontra. Alinhando nosso coração com o
do Mestre, avancemos ao mesmo tempo em que mantemos “um
diálogo diário em nosso coração” (p. 44) com ele.
Benefício ilimitado e eterno

‌O capítulo “Esvoejar” registra a história do Grande Templo Primordial, 2


cuja construção foi finalizada em outubro de 1972. Com a conclusão
dessa obra, a Soka Gakkai ingressou na segunda etapa do movimento
pelo kosen-rufu.
Alguns anos antes, por ocasião da cerimônia de assentamento da pedra
fundamental [realizada em 12 de outubro de 1967], Shin’ichi selou o
juramento oficial, expressando sua profunda decisão em relação ao
kosen-rufu:

É vital que nós, os discípulos de Nichiren Daishonin nos Últimos


Dias da Lei, firmemos o sólido juramento de dedicar o máximo
de nosso empenho à propagação dos ensinamentos do budismo
dia após dia, mês após mês, e ano após ano com nossos olhos
sempre voltados para a concretização mais breve possível
desse objetivo. (p. 207)

No discurso que proferiu na cerimônia de conclusão [no dia 1º de


outubro de 1972], Shin’ichi reitera que o Grande Templo Primordial
[Sho-Hondo] não consistia num “símbolo de autoridade religiosa, mas
um prédio cuja existência era dedicada ao bem de todas as pessoas”
(p. 219). Ele acrescenta que constituiria “um palácio religioso do povo,
onde seriam oferecidas orações fundamentadas no respeito à dignidade
da vida” (p. 220). Em outras palavras, o Grande Templo Primordial fora
construído para o povo, e seu propósito fundamental era apenas e tão
somente a concretização do kosen-rufu.
Meros vinte e seis anos após a sua conclusão, o Grande Templo
Primordial foi demolido por Nikken Abe,3 pisoteando explicitamente a
sinceridade de 8 milhões de praticantes que haviam contribuído para a
sua construção. Embora o prédio não exista mais, o benefício e a boa
sorte acumulados pelos membros da Soka Gakkai que ofereceram
doações sinceramente serão “infinitos e perenes”.
O desenvolvimento atual da Soka Gakkai como uma organização
budista internacional representa uma prova desse fato. Em novembro
de 2013, foi concluído o Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-
rufu, em Shinanomachi, Tóquio. A dedicatória do presidente Ikeda no
monumento situado no saguão é a seguinte:

Esta sublime fortaleza, dedicada ao juramento conjunto de


mestre e discípulo, é um local para o oferecimento de
profundas orações pela concretização de um mundo pacífico,
por meio da propagação dos ensinamentos e ideais
humanísticos do Budismo Nichiren. Trata-se de um lugar para
renovar a decisão de sermos vitoriosos em conquistar nossa
revolução humana pessoal, intrépidos diante de todos os
obstáculos e desafios, e de ajudar os outros a fazerem o
mesmo.

O propósito do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu é que


os membros o visitem e orem pela paz mundial, pela sua própria
felicidade e segurança e dos outros, e também ratifiquem seu
juramento pelo kosen-rufu. Esse é o significado das cerimônias
realizadas lá.
Na mensagem enviada para a reunião comemorativa celebrando a
conclusão do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu [ocorrida
em 8 de novembro de 2013], o presidente Ikeda declarou: “O ‘grande
desejo do kosen-rufu’ e a ‘vida do estado de buda’ formam um único
corpo. Quando se vive em prol deste juramento, a pessoa se torna
ainda mais respeitável, ainda mais forte e ainda mais grandiosa”. 4
Independentemente da época, não há alegria ou honra maior para nós
do que ter uma existência alicerçada no juramento de lutar em união
ao lado do nosso mestre, da Soka Gakkai e dos nossos companheiros.

Principais trechos
Quando uma pessoa finalmente se levanta na fé, aqueles que mais se
alegram e recebem os maiores benefícios são os amigos delas, as
pessoas que cuidaram dela, oraram por ela e não pouparam esforços
para apoiá-la. (“Coração e Alma”, p. 20)
É importante ser otimista e enxergar o lado bom das coisas, avançando
constantemente. Há ocasiões em que, embora tenham orado por algo,
a situação não se desenrola como desejam. Lembrem-se, entretanto,
que sempre existe um motivo. No fim, sentirão realmente que tudo
ocorreu da melhor forma. (“Coração e Alma”, p. 32)

Qual o nosso maior tesouro, do qual podemos nos orgulhar no mundo


todo? É a Divisão Feminina. Em nenhum outro lugar se pode encontrar
um grupo de mulheres dedicadas à justiça e à felicidade das pessoas
que seja tão puro e tão forte. (“Coração e Alma”, p. 53)

Os ensinamentos que abraçamos se evidenciam por meio de nosso


caráter e nosso comportamento. O fato de o Budismo Nichiren ter se
tornado uma religião mundial e se propagado a nações de todo o globo
deve-se inteiramente ao comportamento e às ações daqueles que o
praticam. (“Diálogo”, p. 112)

Qualquer feito grandioso é a soma total de inúmeros passos muito bem


analisados, testados e comprovados, cada um deles executados à
perfeição. (“Esvoejar”, p. 211)

Resumo do conteúdo

Coração e Alma ‌
A partir do início de 1972, Shin’ichi se dedica a oferecer orientações a
universitários e membros de vários bairros de Tóquio, assim como para
membros de Okinawa e de outras províncias.

Diálogo ‌
Shin’ichi parte para uma viagem pela Europa e Estados Unidos. Em
maio, encontra-se com o historiador britânico Arnold J. Toynbee na
casa dele em Londres. O diálogo deles engloba diversos temas, como a
natureza da civilização e da religião, abrangendo cerca de 40 horas
num período de dois anos, sendo posteriormente publicado em inglês
com o título Choose Life (Escolha a Vida).

Esvoejar
Em julho, Shin’ichi encoraja membros de áreas assoladas por chuvas
torrenciais. Em 12 de outubro, concluem-se as obras do Grande Templo
Primordial (Sho-Hondo). Vinte e seis anos mais tarde, o prédio é
demolido por Nikken Abe, que reivindicava legitimidade como sumo
prelado da Nichiren Shoshu. ‌

Notas:
1. Dia da Maioridade: Feriado anual japonês para comemorar a
maioridade daqueles que completam 20 anos entre 2 de abril do ano
anterior e 1º de abril do ano corrente. Tradicionalmente celebrado no
dia 15 de janeiro, a partir do ano 2000, foi designado para a segunda
segunda-feira de janeiro.
2. Grande Templo Primordial (Sho-Hondo): Em outubro de 1972, ficou
pronto o Grande Templo Principal, conhecido como Grande Templo
Primordial (Sho-Hondo), no templo principal (Taiseki-ji) da Nichiren
Shoshu, na província de Shizuoka. O projeto de construir esse prédio
para servir como o supremo santuário indicado por Nichiren Daishonin
foi iniciado por Shin’ichi Yamamoto e custeado por doações de um
número incalculável de praticantes. Destinava-se a ser um imenso
edifício onde pessoas comuns poderiam se reunir para orar pela paz e
pela prosperidade de toda a humanidade. No mesmo mês de sua
conclusão, membros de todas as partes do mundo viajaram até o Sho-
Hondo para participar da magnífica cerimônia de inauguração.
3. Nikken Abe: Reivindicava legitimidade como o 67º sumo prelado da
Nichiren Shoshu.
4. Brasil Seikyo, ed. 2.203, 16 nov. 2013, p. A1.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de


26 de fevereiro de 2020.
Volume 17
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 17
Pessoas brilhantes
Brasil Seikyo, Edição 2540, 21/11/2020, pág. 14-15 / Especial

HIROMASA IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI
No dia 11 de março de 2020, exatos nove anos desde o terremoto de
Tohoku, o presidente Ikeda publicou um ensaio intitulado O Inverno
Sempre se Torna Primavera. No fim do texto, ele nos conclama a
gravar, mais uma vez, em nosso coração o famoso trecho do tratado de
Nichiren Daishonin, Abertura dos Olhos, que diz:
Eu e meus discípulos, ainda que ocorram vários obstáculos,
desde que não se crie a dúvida no coração, atingiremos
naturalmente o estado de buda. Não duvidem, mesmo que não
haja proteção dos céus. Não lamentem a ausência de
segurança e tranquilidade na vida presente. (CEND, v. I, p.
296)

Essa passagem também é citada no capítulo “Castelo do Povo”, do


volume 17, da Nova Revolução Humana, no qual participantes da
Reunião Nacional de Líderes da Soka Gakkai, realizada em abril de
1973, leem-na em voz alta, juntos. Na realidade, durante a reunião
nacional de líderes do mês anterior, Shin’ichi Yamamoto havia
apresentado o mesmo trecho ao declarar: “Esse é o verdadeiro
significado de fé. Gravem essas palavras nas profundezas de seu ser,
por toda a vida” (p. 192).
Hoje, mais ainda, diante dos desafios e das dificuldades imensos que o
mundo enfrenta, instilemos a convicção absoluta de Nichiren Daishonin
profundamente em nossa vida, orando com seriedade pela paz na
sociedade e pela felicidade da humanidade, e empreendamos ações por
motivação própria com sabedoria e compaixão.
O ano de 1973 assinalou o início pleno da segunda fase do kosen-rufu
[período no qual a sociedade passa a se harmonizar com os princípios
do budismo]. Designado “Ano do Estudo”, também foi considerado “Ano
dos Jovens”. Os esforços para estudar os ensinamentos de Nichiren
Daishonin e para aprofundar nossa compreensão sobre princípios
budistas são atitudes essenciais para um desenvolvimento dinâmico e
alegre. Isso, somado à ação entusiástica dos jovens assumindo seus
postos na linha de frente do nosso movimento, constitui o requisito
fundamental para promover o desenvolvimento do kosen-rufu em
qualquer época.
Certa ocasião, dirigindo-se aos representantes da Divisão Masculina de
Jovens (DMJ), Shin’ichi manifesta sua grande esperança em relação aos
jovens: “Sem essa determinação automotivada de agir, a pessoa não
pode se qualificar como um paladino do segundo capítulo do nosso
movimento ou da Soka Gakkai” (p. 76). As atividades em prol do
kosen-rufu não são obrigações, nem algo de que participamos de modo
passivo porque alguém nos recomendou a fazer. Em vez disso, o
importante é nos levantarmos e desafiarmos a nós mesmos com base
em nosso juramento. Exatamente por serem automotivadas, nossas
ações em prol do kosen-rufu nos permitem experimentar alegria
genuína e crescimento pessoal.
Shin’ichi inicia o ano canalizando suas energias para encorajar os
membros de Tóquio, o “baluarte central” onde se localiza a sede da
Soka Gakkai. Como descreve o capítulo “Campos Verdejantes”, em
seguida ele muda o foco, concentrando-se no fortalecimento da
organização em outras regiões e províncias do país. Shin’ichi tem clara
consciência da importância de cada região adotar uma abordagem mais
autônoma, desenvolvendo as próprias ideias e atividades de acordo
com as necessidades e condições locais. Com esse intuito, propõe a
instituição da nova posição de líder de província dentro da Soka Gakkai,
e em setembro de 1973, foram realizadas, em âmbito nacional, as
nomeações para essa função. A partir daí, cada província começa a
tomar medidas para promover o kosen-rufu de um modo capaz de
extrair e agregar os pontos fortes e as qualidades singulares delas.
Além disso, em maio de 1973, foi criada a Conferência Europeia da
Soka Gakkai, prenunciando o início da segunda etapa do kosen-rufu
mundial. A isso se seguiu a formação da Liga Pan-americana, em
agosto, e o Conselho Cultural Budista do Sudeste Asiático, em
dezembro. A Soka Gakkai Internacional foi, então, estabelecida dois
anos depois, em 26 de janeiro de 1975.
Por todas essas iniciativas no princípio da segunda fase do kosen-rufu,
Shin’ichi toma medidas importantes para impulsionar o movimento
tanto no contexto local como mundial. Com o tempo, as sementes
plantadas com base na determinação resoluta de fazer daquele um ano
decisivo germinaram de forma gloriosa.
Seguir o caminho de mestre e discípulo
Para assinalar o início da segunda etapa do kosen-rufu, a Divisão dos
Jovens (DJ) do Japão lança várias atividades, entre as quais uma
campanha nacional de coleta de assinaturas pela abolição das armas
nucleares. Quando um líder da DJ indaga o que eles deveriam ter em
mente naquele momento em que a Soka Gakkai estava começando a
implementar atividades abrangendo o público em geral e a sociedade
como um todo, Shin’ichi responde: “Seguir o caminho de mestre e
discípulo”
(p. 15). E ao dar continuidade, diz:
Incrementar um movimento que propague amplamente os
ideais do budismo na sociedade é como a força centrífuga.
Quanto mais intensa se tornar a força centrífuga, mais
importante será ter uma força centrípeta focada no budismo. E
o ponto central dessa força centrípeta é a unicidade mestre-
discípulo (p. 15).

Shin’ichi passa a descrever o laço de mestre e discípulo compartilhado


pelo presidente fundador da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi, e o
segundo presidente, Josei Toda, acrescentando: “Eu também me
dediquei de todo coração ao Sr. Toda para protegê-lo, cumprindo
minha missão como seu discípulo” (p. 22).
O volume 10 da Revolução Humana contém outra passagem
salientando a importância de se manter fiel ao caminho da unicidade de
mestre e discípulo. Nela, isso é explicado como o ato de o discípulo
compreender a intenção mais íntima do mestre e tomá-la para si, de tal
modo que pulse na vida do discípulo e se torne uma parte intuitiva de
suas ações, manifestando-a de forma espontânea. A passagem termina
com a seguinte observação: “Trata-se de um processo difícil que só
pode ser concluído por meio da forte fé”.
A Soka Gakkai atualmente envolve-se em ampla gama de atividades
para impulsionar a paz, a cultura e a educação, como a Soka Global
Action 2030, instaurada pela Divisão dos Jovens no Japão. Exatamente
por estarmos promovendo um movimento tão multifacetado, jamais
devemos nos esquecer do caminho fundamental de mestre e discípulo.
Além disso, o capítulo “Baluarte Central”, do volume 17, da Nova
Revolução Humana, retrata o caminho de mestre e discípulo como
“rigoroso e árduo” (p. 22), o que torna ainda imprescindível o
compromisso total de se empenhar na prática para si e para os outros.
Shin’ichi nunca interrompe o diálogo interno com o presidente Josei
Toda: “Estou sempre com o Sr. Toda em meu coração e me
perguntando o que ele faria em determinada situação, o que diria se
visse o que estou fazendo. O mestre é um modelo de conduta para a
vida toda” (p. 22).
Nós também podemos avançar a passos largos em nossa revolução
humana, conversando constantemente com o Mestre em nosso
coração.
O século das mulheres
Dirigindo-se a uma líder da Divisão Feminina de Jovens (DFJ) durante
uma reunião de líderes de divisões da Soka Gakkai no Dia de Ano-Novo
de 1973, Shin’ichi declara entusiasticamente: “O século 21 será o
século das mulheres” (p. 24).
Sua perspectiva é de que as mulheres “desempenhassem o seu papel
ao máximo, desenvolvessem suas habilidades e se engajassem
ativamente em assuntos culturais, políticos e sociais. Em outras
palavras, o ideal seria que se tornassem indivíduos completos com
ampla gama de talentos” (p. 86).
É essa convicção que o leva a estabelecer um sistema escolar em
Kansai, capaz de fornecer às mulheres uma educação que as habilitasse
a empreender ações com base em seu ardente anseio pela paz. E
desempenhar papéis fundamentais na sociedade tanto em âmbito
nacional como global. O capítulo “Esperança” segue narrando em
detalhes o lançamento do Colégio Feminino Soka, abarcando os ensinos
fundamental e médio (atual Colégio Soka de Kansai de ensino misto).
A maioria das primeiras estudantes a ingressar na escola de ensino
médio havia nascido em 1957, ano em que Shin’ichi fora detido e preso
sob falsas acusações no episódio que passou a ser conhecido como
Incidente de Osaka, ao passo que as primeiras calouras do ensino
fundamental 2 eram de 1960, ano de sua posse como terceiro
presidente da Soka Gakkai. Desse modo, Shin’ichi não podia deixar de
sentir um profundo laço cármico com aquelas turmas.
Na cerimônia de ingresso, ele profere um discurso como fundador da
escola, observando que, por meio dos esforços diários para viver de
acordo com seus ideais, as alunas infalivelmente construiriam tradições
maravilhosas que prosperariam e seriam transmitidas às gerações
futuras. Gravando essas palavras no coração, o firme empenho
daquelas primeiras levas de
estudantes ocasionou a criação de uma linda tradição escolar que, a
partir de então, tem sido passada para as sucessivas turmas.
Como é relatado posteriormente no capítulo “Juramento Seigan”, do
volume 30, em dezembro de 2000, durante a Reunião Nacional de
Líderes realizada em conjunto com a Convenção da Divisão Feminina de
Kansai para anunciar o alvorecer do século 21, Shin’ichi declara: “Seja
na sociedade, seja nas organizações, onde houver respeito e
valorização da mulher, haverá prosperidade” (Brasil Seikyo, ed. 2.449,
31 dez. 2018).
Não há dúvida alguma de que o manancial para tornar o século 21 o
“século da vida” no verdadeiro sentido se encontra na força das
mulheres e em sua imensa capacidade de amar a paz e prezar a vida
acima de tudo.
Principais trechos
Por mais profunda que seja a escuridão, quando o sol nasce, tudo se
banha de luz, pois ele está sempre resplandecendo. Haja o que houver,
seja sempre como o sol. (Baluarte Central, p. 55)
Empreender esforços é realizar nossa revolução humana. A alegria que
sentimos após o êxito é a maior de todas. (Baluarte Central, p. 73)
Nosso valor como ser humano é determinado pelo fato de vivermos
unicamente por nós mesmos ou labutarmos para possibilitar tanto a
nossa felicidade como a do próximo. (Esperança, p. 126)
Na vida sempre há dificuldades. O importante é construir um eu
invencível. O caminho direto para que isso ocorra é se dedicar ao
kosen-rufu cujo objetivo consiste na concretização da paz mundial e da
felicidade de toda a humanidade. Se despertarem para realizar o kosen-
rufu e se devotarem a esse fim, a grandiosa energia vital dos
bodisatvas da terra começa a se ativar no coração. Ela é poderosa e
invencível, eleva e amplia o estado de vida. (Castelo do Povo, p. 235)
A dúvida é a fonte da ilusão fundamental da vida, que o budismo
denomina escuridão fundamental. A hesitação gera ansiedade e nos
arrasta para o desespero. A fé, por sua vez, é a luta contra a dúvida
que reside em nosso coração. A força para vencer advém da recitação
do Nam-myoho-renge-kyo. O verdadeiro vencedor coloca a oração em
primeiro lugar. (Campos Verdejantes, p. 239)
Resumo do conteúdo
Baluarte Central
A partir do início de 1973, Shin’ichi concentra esforços para promover o
kosen-rufu em Tóquio, lar da sede da Soka Gakkai. Ele realiza sessões
de fotos comemorativas em
vários bairros, além de fundar grupos fraternos (Kyodai-kai).
Esperança
No dia 11 de abril, Shin’ichi participa da cerimônia de ingresso do
Colégio Feminino Soka de Kansai (ensinos fundamental e médio).
Castelo do Povo
Shin’ichi visita novamente os bairros Arakawa, Sumida, Ota e Toshima,
em Tó-
quio — que eram locais de grande significado para ele na juventude. No
dia 8 de maio, parte para uma viagem à Europa.
Campos Verdejantes
Shin’ichi visita membros das províncias de Fukui e Gifu, incentivando-os
a desenvolver um estado de vida tão vasto como os campos
verdejantes que tornam a região muito conhecida.
Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de
25 de março de 2020.
Volume 18
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 18

Bússola para vencer


Brasil Seikyo, Edição 2544, 19/12/2020, pág. 22/23 / Especial

HIROMASA IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI

O capítulo “Avanço”, do volume 18, da Nova Revolução Humana,


retrata como a crise do petróleo de 1973 abalou o Japão e o mundo. Os
preços dos combustíveis dispararam por causa da guerra entre uma
coalizão de nações árabes e Israel em outubro daquele ano, fazendo o
Japão — e, na realidade, o mundo inteiro — entrar em recessão. No
Japão, as pessoas corriam às compras movidas pelo pânico, e houve
severa escassez de produtos.
Mencionando o escrito de Nichiren Daishonin, Admoestação a
Hachiman, Shin’ichi Yamamoto faz uma reflexão sobre a causa
fundamental do caos e da confusão na sociedade [numa reunião
nacional de líderes da Soka Gakkai ocorrida em novembro daquele
ano], declarando que as ações das pessoas são um resultado direto do
estilo de vida materialista voltado unicamente para a obtenção de
máxima conveniência e conforto.
Citando o trecho “Se houver praticantes do Sutra do Lótus no Japão,
ele [o grande bodisatva Hachiman] deve fixar sua morada onde eles
estiverem” (WND, v. II, p. 936), Shin’ichi afirma que, por meio da
nossa prática budista, podemos, de fato, ativar as funções protetoras
do universo e prossegue dizendo:

O essencial, porém, é que nos alicercemos solidamente na


recitação do Nam-myoho-renge-kyo e jamais nos esqueçamos
de nossa missão de concretizar o kosen- rufu, reunindo toda
força e sabedoria e nos empenhando ao máximo para encontrar
uma maneira de avançar. (p. 212)
Na atualidade, o mundo enfrenta uma situação de emergência sem
precedentes na forma de uma pandemia da Covid-19 causada pelo
coronavírus. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres,
descreveu-a como a crise mais desafiadora que o mundo já enfrentou
desde a Segunda Guerra Mundial. Muitos de nossos companheiros,
membros da organização, especialmente aqueles que se dedicam à
área da saúde, estão se empenhando com todas as suas forças para
proteger suas comunidades na linha de frente de combate a essa crise.
Para prestar apoio a esses esforços, a Divisão dos Jovens (DJ) do Japão
está dando suporte ao movimento mundial #StayHome (Fique em
Casa, em tradução livre), instando as pessoas a se absterem de sair
sem que haja um motivo essencial ou urgente. A publicação de bate-
papos on-line entre líderes da Divisão dos Jovens e integrantes do
Departamento de Saúde da Soka Gakkai sobre a Covid-19 no Japão e
acerca de como as pessoas poderão navegar pelas águas turbulentas
deste período de incertezas também gerou uma resposta positiva. 1 Eles
também lançaram o projeto colaborativo on-line Utatsuku, com o
objetivo de utilizar o poder da música para inspirar esperança em face
das adversidades.2
Quase no fim do volume 18, o capítulo “Voo Dinâmico” relata que, em
meio ao tumulto econômico em andamento no mundo todo, os
membros do Japão participam dos gongyokais de Ano-Novo em sua
localidade no início de 1974, firmando a resoluta decisão de que aquele
“era o momento exato em que deveriam se levantar como budistas e
injetar esperança, coragem e vitalidade na comunidade” (p. 224). De
fato, nossa fé e prática budista nos propiciam a força para transformar
qualquer adversidade num trampolim para um novo avanço.

Seikyo Shimbun: uma bússola num mundo turbulento


Neste momento em que as atividades da Soka Gakkai se encontram
limitadas em virtude das restrições emergenciais implementadas para
prevenir a disseminação do coronavírus no Japão, o Seikyo Shimbun
está desempenhando um papel ainda maior em nos ligar e nos manter
juntos. No ensaio Fortaleza do Jornalismo da Afirmação da Vida,
publicado em 20 de abril, o presidente Ikeda salienta: “O Seikyo
Shimbun tem a missão monumental de transmitir a sabedoria para
transformar veneno em remédio e criar valor”. Afirma também que o
jornal deve exercer um papel de liderança na produção de artigos que
encorajem, empoderem e “unam o coração das pessoas para que
possam superar os desafios que enfrentam”.
No capítulo “O Rugido do Leão”, Shin’ichi estabelece diretrizes para o
Seikyo e oferece orientação para as pessoas envolvidas em sua
publicação. Numa reunião nacional de correspondentes Seikyo,
realizada em 3 de maio de 1973, ele lembra aos repórteres que nunca
devem tratar os leitores como anônimos desconhecidos, mas como
queridos amigos, solicitando-lhes que “atendessem com flexibilidade às
necessidades dos leitores” (p. 55), compartilhando das alegrias deles
quando eles estivessem felizes, proporcionando incentivos quando
estivessem tristes, auxiliando-os a voltar aos trilhos quando estivessem
confusos e protegendo-os quando estivessem se sentindo fracos.
Desse modo, o volume 18 revela que nosso mestre teve participação
direta na fundação e no desenvolvimento do Seikyo Shimbun.
Setembro passado [2019], o presidente Ikeda visitou o recém-
concluído Centro Mundial Seikyo da Soka Gakkai em Shinanomachi,
Tóquio, registrando uma nova página nos anais da história do
periódico, que em 20 de abril celebrou seu 69º aniversário. Um
monumento de pedra que fica na entrada do Centro Mundial Seikyo
ostenta uma dedicatória oferecida pelo presidente Ikeda, com os
seguintes dizeres:

Da perspectiva do budismo, o Seikyo Shimbun possui uma


missão profunda e solene. Estou convicto de que o rugido de
leão da luta conjunta de mestre e discípulo unidos por um
propósito comum emanará eternamente a partir desta “grande
fortaleza da escrita.

Nesta época de grande incerteza e ansiedade, espero que o Seikyo


continue a atuar como uma “bússola para guiar as pessoas num mundo
turbulento” (p. 160), e cumpra sua missão como um jornal
verdadeiramente humanístico fazendo ecoar o rugido de leão de mestre
poderoso, intrépido e repleto de esperança de mestre e discípulo.
Reciprocidade
A ética da reciprocidade — sentir gratidão pela bondade demonstrada a
nós e demonstrá-la ao outro — constitui uma norma social amplamente
aceita por todos.
Daishonin escreve: “Então, o que podemos dizer das pessoas que estão
se devotando ao budismo? Com certeza, elas não devem se esquecer
das dívidas de gratidão que têm para com seus pais, seus mestres e
sua nação” (CEND, v. I. p. 722).
Embora não possamos escolher nossos pais ou o país onde nascemos,
temos a opção de buscar e decidir quem será nosso mestre.
O capítulo “Gratidão ao Mestre” narra histórias e lutas dos membros da
Soka Gakkai que escolheram Shin’ichi como mestre da vida. Entre eles,
incluem-se os membros do grupo de treinamento da Divisão Masculina
de Jovens (DMJ) — Shiraito-kai, 3 criado em 1968, que mantinha
sessões de orientação e de incentivos com ele periodicamente, com o
coração repleto de ardente espírito de procura de aprender com o
Mestre.
Também há o relato de uma integrante da Divisão Feminina de Jovens
(DFJ) da província de Tottori, que desafia a si mesma a fim de
participar de um número de dança para um festival da Soka Gakkai
realizado na região de San’in, em 1973. Ela ensaia os passos da dança
Senhoritas Peras, a qual celebra as frutas que tornaram Tottori famosa,
apesar da deficiência física provocada pela paralisia infantil, e se
apresenta lindamente com “profunda gratidão ao presidente Yamamoto
por tê-la ajudado a perceber sua missão pessoal” (p. 142).
Esse capítulo também ilustra o empenho do próprio Shin’ichi em saldar
a dívida de gratidão que ele possui com seu mestre, Josei Toda. Após a
sua nomeação como terceiro presidente da Soka Gakkai em maio de
1960, ele visita a terra natal de Toda sensei, a Vila Atsuta, em
Hokkaido. Os membros da organização daquela localidade
testemunham em primeira mão a profundidade da dedicação de
Shin’ichi e resolvem corresponder de forma condigna. Decidem
proteger, como representantes dele, a terra natal de Josei Toda e
começar a promover o kosen-rufu na vila com seriedade, alinhando o
coração com o do mestre, indagando constantemente a si mesmos o
que o presidente Yamamoto faria em cada situação.
Os esforços diários consistentes dos membros de Atsuta resultam na
construção de laços de confiança sólidos e amplos em relação à Soka
Gakkai, a ponto de, em setembro de 1973, eles conseguirem convidar
Shin’ichi para um evento comunitário promovido pelos moradores de lá.
Antes do ensejo, Shin’ichi também doou livros a escolas e bibliotecas
locais, dando continuidade à tradição que havia iniciado junto com seu
mestre quando ele estava vivo. O desenvolvimento do kosen-rufu em
Atsuta pode ser considerado um testemunho das ações empreendidas
tanto por Shin’ichi como pelos membros locais para saldar a dívida de
gratidão com seus mestres.
O capítulo “Gratidão ao Mestre” esclarece:

Aqueles que sempre têm o mestre no coração ao enfrentar as


batalhas da vida são fortes. Quando assumimos para nós o
resoluto compromisso do mestre em relação ao kosen-rufu,
podemos evidenciar a mesma condição de vida que a dele e
revelar um potencial infinito. (p. 111)

O caminho da unicidade de mestre e discípulo é o espírito fundamental


da Soka Gakkai; é o cabo de segurança do kosen-rufu. Ao longo da
vida toda, o presidente Ikeda manteve-se firme em suas ações para
saldar sua dívida de gratidão com o presidente Josei Toda.
Em essência, saldar a dívida de gratidão com o mestre significa, assim
como consta nesse capítulo, os discípulos se desenvolverem “a ponto
de ultrapassarem seus mestres, devotando-se com seriedade em prol
da Lei e trabalhando para a melhoria da sociedade”. Gravando
solidamente no coração o espírito dos três presidentes fundadores,
permaneçamos fiéis ao caminho de mestre e discípulo e vivamos com o
orgulho de sermos discípulos do presidente Ikeda.
Principais trechos
Quando reconhecemos nossas limitações e imperfeições e começamos
a realizar esforços compenetrados para suplantá-las, elas passam a
brilhar como pontos positivos. (“O Rugido do Leão”, p. 14)

Permanecer como um espectador passivo, que só fica do lado


reclamando é uma atitude destrutiva. A menos que se levantem e
tomem a iniciativa, não se poderá esperar que cresçam como pessoas e
contribuam para o kosen-rufu. (“O Rugido do Leão”, p. 78)

Problemas estão sempre presentes na vida. Entretanto, se recitarem


com toda seriedade e sinceridade quando a situação parecer
desafiadora ou dolorosa, essas dificuldades se converterão em
nutrientes para o seu crescimento e servirão como um trampolim para
o seu progresso. (“Gratidão ao Mestre”, p. 97)

Não podemos pedir para os outros que o transformem [nosso carma]


para nós. Somente por meio da fé ́ sincera e fervorosa poderemos
extinguir as nuvens da ignorância fundamental e fazer o sol do estado
de buda se elevar radiantemente em nosso coração. (“Avanço”, p. 172)

A fé genuína é, na realidade, a força propulsora para todos os nossos


empreendimentos. Ela nos permite ativar nosso poder interior, que
nenhuma dificuldade é capaz de derrotar, e nos fortalece como
indivíduos. (“Avanço”, p. 178)

O progresso do kosen-rufu não depende das circunstâncias. Contanto


que haja membros repletos de alegria, convicção e senso de missão, o
grande caminho do avanço sempre se abrirá. (“Voo Dinâmico”, p. 259)
Resumo do conteúdo

O Rugido do Leão
No verão de 1973, o romance de Shin’ichi Revolução Humana é
adaptado para o cinema. Ele oferece, pessoalmente, treinamento para
os jornalistas do Seikyo Shimbun.

Gratidão ao Mestre
Shin’ichi participa de cursos de aprimoramento e, depois, visita
Hokkaido, terra natal do seu mestre, para incentivar os membros da
localidade. Na sequência, realiza uma viagem de orientações
percorrendo as províncias de Saitama, Shimane e Tottori e, em
novembro, Tochigi.

Avanço
Shin’ichi realiza uma viagem de orientações para Shikoku. Em Tóquio,
incentiva membros que estavam travando uma árdua batalha em meio
à recessão.

Voo Dinâmico
Em 1974, Shin’ichi incentiva membros da Divisão dos Jovens de Kyushu
que estavam se empenhando para ser bem-sucedidos na vida diária.
Ele visita a Universidade de Hong Kong e a Universidade Chinesa de
Hong Kong.

Notas:
1. Disponível em: http://www.sokayouth.jp/stayhomepj/en/. Acesso
em 11 dez, 2020.
2. Disponível em: https://youtu.be/KqwrUbiVGjM. Acesso em 11 dez,
2020.
3. Grupo Shiraito: Grupo da Divisão Masculina de Jovens, cujo nome se
deve às Cataratas de Shiraito (Fios Brancos), localizada perto do
templo principal, na cidade de Fujinomiya, prefeitura de Shizuoka.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de


22 de abril de 2020.
Volume 19
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 19
Arco-íris da esperança
Brasil Seikyo, Edição 2548, 30/01/2021, pág. 24e25 / Especial

HIROMASA IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI

O capítulo “Arco-íris da Esperança”, do volume 19, da Nova Revolução


Humana, narra a primeira visita de Shin’ichi Yamamoto à província de
Okinawa após a devolução da ilha ao Japão pelos Estados Unidos [em
maio de 1972; a visita de Shin’ichi ocorreu em fevereiro de 1974].
Tendo superado os preconceitos profundamente arraigados e a falta de
compreen-
são em relação à Soka Gakkai, os membros de Okinawa vinham
promovendo o movimento pelo kosen-rufu de forma vigorosa cada qual
em sua comunidade. Além da ilha principal de Okinawa, Shin’ichi
visitou as ilhas periféricas, com o intuito de acender a “chama da
inspiração no coração de cada membro de Okinawa, que os
impulsionaria ao crescimento dinâmico” (p. 10).
Como se desejassem celebrar o sólido laço entre Shin’ichi e os
membros de Okinawa, arco-íris adornaram o céu durante cada uma de
suas visitas às ilhas de Ishigaki e de Miyako, bem como à cidade de
Nago na ilha principal. Ele se vale desses momentos em que os arco-íris
pontuam o céu como uma linda obra-prima para incentivar os
membros:

Por mais intensa que seja a escuridão, por mais fustigantes que
sejam as rajadas de ventos, peço-lhes que mantenham no
coração o arco-íris da esperança e avancem com disposição
inabalável. O arco-íris é um símbolo de esperança, ideais e
nobres intenções. E a fé é a fonte de todos esses fatores. (p.
81)
Quando nos deparamos, principalmente, com tempos difíceis, devemos
nos agarrar ao arco-íris dentro do nosso coração ao mesmo tempo em
que criamos um “arco-íris da esperança” no coração dos outros — essa
é a sinceridade de Okinawa e o espírito Soka.
Em maio deste ano [2020], o “arco-íris do incentivo” Soka exibiu suas
cores de forma ainda mais radiante, dissipando a escuridão que a
sociedade ora enfrenta.
Visando o 3 de Maio, Dia da Soka Gakkai, a Divisão dos Jovens (DJ)
lançou um projeto colaborativo para a composição de canções
denominado Utatsukuru. A partir do desejo da Divisão dos Jovens de
encontrar um modo de inspirar a esperança em meio à pandemia da
Covid-19, eles se conectaram virtualmente com participantes de
diferentes países e gerações para criar uma nova canção com o nome
de Step Forward.1
A letra expressa o desejo comum dos jovens de construir o arco-íris da
esperança no coração das pessoas:

We don’t need the rain

For tomorrow to blossom

The hope for the future is in

you and me

Não precisamos da chuva

Para que o amanhã floresça

A esperança do futuro está

em você e em mim2

De 5 de maio a 30 de junho, 3 a Divisão dos Estudantes do Japão foi


estimulada a participar do projeto intitulado Rainbow Challenge Toward
2030 [Desafio Arco-íris Rumo a 2030]. Como as crianças atualmente
estão passando a maior parte do tempo em casa, o projeto manifesta o
ensejo de que se desenvolvam de forma mais ampla assumindo sete
desafios. Um deles é descobrir mais sobre a história da família no que
se refere à fé. Trata-se de uma grande oportunidade para os pais
compartilharem com os filhos momentos pessoais decisivos para a
compreensão da relação de mestre e discípulo e a crônica familiar das
atividades em prol do kosen-rufu.
No capítulo “Arco-íris da Esperança”, Shin’ichi discorre sobre o esforço
necessário para estimular a vida das crianças:

É nos envolvendo ativamente na vida dos nossos filhos,


cultivando-os com muito carinho e atenção e dando o máximo
de nós para lhes ensinar o que eles necessitam saber que eles
crescem. Pais que negligenciarem esse aspecto crucial da
criação dos filhos só colherão o que plantaram. (p. 40)

O desenvolvimento futuro do kosen-rufu começa com a edificação de


um arco-íris de sucessores Soka em nossa família.

Século 21 — o século da vida


O volume 19, da Nova Revolução Humana, também relata em detalhes
visitas de Shin’ichi a várias instituições de ensino estrangeiras como a
Universidade do Panamá, a Universidade Nacional de San Marcos no
Peru e a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), movido
pela convicção de que universidades são a base de uma nação e
intercâmbios acadêmicos com universidades do mundo se
“converteriam numa caudalosa e perene torrente de paz e cultura” (p.
97).
No dia 1º de abril de 1974, na UCLA, Shin’ichi profere sua primeira
palestra oficial numa universidade fora do Japão. Nesse discurso
histórico, intitulado “Rumo ao Século 21”, Shin’ichi declara que o “o
século 21 deveria ser o século da vida, o século em que a vida deveria
ser valorizada o máximo” (p. 166).
Fundamentadas na filosofia de vida budista, suas palavras destacam
sua caracterização da natureza essencial da civilização contemporânea
como se fosse governada pelos desejos e apegos, e proveem
importantes diretrizes para toda a humanidade em seu enfrentamento
dos imensos desafios do século 21.
Como discípulos do presidente Ikeda, acatemos com profunda
seriedade o fato de que a força propulsora de seu empenho no
intercâmbio educacional sempre foi seu sentimento de orgulho de ter se
graduado na “Universidade Toda”, onde recebeu uma educação ampla e
extensa diretamente do presidente Josei Toda.
No capítulo “Luz do Sol”, durante um diálogo com representantes da
Divisão dos Jovens dos Estados Unidos, Shin’ichi declara: “Posso
afirmar que a Universidade Toda era a melhor universidade do mundo.
Acredito que, como aluno exemplar dessa instituição, tenho a
responsabilidade de demonstrar amplamente esse fato” (p. 205).
Antes de proferir sua palestra na UCLA, Shin’ichi diz ao presidente Josei
Toda em seu coração: “Hoje, como seu representante, (...) promulgarei
nossa filosofia Soka ao mundo. Por favor, observe seu discípulo em
ação” (p. 162).
Por meio de suas ações incessantes, Shin’ichi se empenha em
demonstrar que a Universidade Toda — uma universidade sem um
único prédio — era de fato “a melhor universidade do mundo” (p. 205).
Esses esforços, que se baseiam no desejo sincero de enaltecer o seu
mestre, frutificaram e resultaram em um total de 32 convites para
proferir palestras e a outorga de 396 graus e títulos honorários por
parte de universidades e instituições do mundo todo.
Este ano assinala o 70º aniversário desde que as aulas na Universidade
Toda se iniciaram e, neste mês, também se comemora o 45º
aniversário da outorga do primeiro doutorado honorário ao presidente
Ikeda pela Universidade Estatal de Moscou.
“Ao mencionar o fato de ser discípulo de Josei Toda, um incomparável
orgulho e alegria transpareciam em Shin’ichi” (p. 100). De fato, a maior
fonte de coragem e alegria reside em nossas ações para promover as
magníficas realizações do nosso mestre.
A relevância do projeto da publicação antiguerra

Em novembro de 1972, na Reunião Nacional de Líderes da Soka


Gakkai, Shin’ichi clamou aos jovens:

Os povos de todas as nações do mundo têm o direito de viver.


Este é o momento para que surja um movimento de pessoas
conscientes desse direito inerente. Conto com a Divisão dos
Jovens para tomar a iniciativa de criar esse movimento. (p.
225)

Esse discurso inspirou os jovens a lançar um projeto de publicação


antiguerra. Os membros da Divisão dos Jovens de Okinawa foram os
primeiros a desenvolver um plano para implementá-lo, e adotaram uma
resolução na Convenção da DJ de Okinawa, em maio de 1973, que
incluía um projeto de publicação de relatos de pessoas que vivenciaram
experiências de guerra.
Durante a sua visita a Okinawa em fevereiro de 1974, Shin’ichi
ofereceu sugestões ao coordenador do comitê de publicações
antiguerra da Divisão do Jovens de Okinawa, frisando que se a filosofia
budista se tornar “parte efetiva da vida dos líderes mundiais e das
pessoas de todos os recantos, as guerras deixarão de existir, e
problemas como pobreza, fome, doenças e violações dos direitos
humanos não permanecerão mais sem solução” (p. 249).
Salienta também que o direito à vida deve ser sustentado por uma
sólida filosofia e que o budismo ensina o princípio fundamental da
inviolabilidade da vida.
Em junho daquele ano, a DJ de Okinawa lançou Uchikudakareshi
Urumajima [Urumajima Dilacerada pela Guerra]4 como o primeiro
volume das publicações antiguerra da Divisão dos Jovens da Soka
Gakkai. Posteriormente, o projeto estendeu-se para Hiroshima,
Nagasaki e para outras províncias do Japão.
Desde a declaração do presidente Josei Toda em defesa da abolição das
armas nucleares em 1957, são os integrantes da Divisão dos Jovens
que vêm gerando uma onda crescente de atividades fundamentadas no
humanismo budista para concretizar o ideal do seu mestre.
Exemplo disso pode ser observado numa declaração apresentada à
Divisão do Jovens da SGI-Estados Unidos pelo Conselho do Condado de
Allegheny na Pensilvânia [em 2008] em reconhecimento à contribuição
social prestada pela organização, citando o fato de que, junto com o
presidente Ikeda, os jovens da SGI possuem a missão e a
responsabilidade de estabelecer uma filosofia humanística na
sociedade.
Cuidemos com carinho da Divisão dos Jovens que detém tão grandiosa
missão e ampliemos a rede de apoio e de incentivo liderada pelos
jovens. Essa é a maneira concreta de pôr em prática a seguinte
orientação do nosso mestre: “O grande empreendimento da
concretização da paz só poderá ser efetuado se os jovens da geração
mais nova se levantarem. Para construir a paz perene, os jovens e o
potencial que eles abrigam devem ser cultivados (p. 252)

Principais trechos

Os reflexos da política e da economia são sempre muito evidentes na


vida cotidiana do povo. A verdade não se encontra nos comentários dos
intelectuais e dos críticos, mas no testemunho dos cidadãos comuns.
(“Arco-íris da Esperança”, p. 12)

Circunstâncias e condições mudam constantemente. A época muda,


assim como as perspectivas e sentimentos das pessoas. Para assegurar
que nosso movimento pelo kosen-rufu continue avançando, devemos
iniciar, de forma consistente, novos desafios. (“Arco-íris da Esperança”,
p. 13)

Desperdiçar tempo é desperdiçar vida. A criação de valor se inicia com


o uso eficaz do tempo. (“Canção do Triunfo”, p. 93)
Prezar as pessoas e acender a luz da coragem e do senso de missão no
coração delas, capacitá-las a evidenciar a felicidade genuína do interior
de sua vida — esse é o grandioso caminho do kosen-rufu. (“Canção do
Triunfo”, p. 126)

Kosen-rufu é outro nome para a concretização da paz perene. Os


esforços para a reconstrução da Soka Gakkai no rescaldo da Segunda
Guerra Mundial derivavam-se da determinação resoluta de Josei Toda
de erradicar as guerras. Desse modo, orar e lutar pela paz consistem
no espírito essencial da Soka Gakkai. (“Luz do Sol”, p. 213)

Aquilo que aprendemos em cada encontro e acontecimento é muito


importante. Nossa capacidade de sentir empatia pelos outros começa
com a aptidão para imaginar o sofrimento deles. A consideração pelos
demais é a materialização da capacidade de nos colocarmos no lugar
do outro. (“Torre de Tesouro”, p. 282)

Resumo do conteúdo

Arco-íris da Esperança
Em fevereiro de 1974, Shin’ichi viaja para Okinawa pela primeira vez
após as ilhas terem sido devolvidas para a administração japonesa. Ele
visita as ilhas de Ishigaki e de Miyako, bem como a cidade de Nago ao
norte de Okinawa.
Canção do Triunfo
Shin’ichi viaja para três países das Américas do Norte, Central e do Sul.
No Panamá, encontra-se com o presidente Demetrio Basilio Lakas. No
Peru, promove intercâmbios culturais e educacionais.

Luz do Sol
Shin’ichi profere sua primeira palestra internacional na Universidade da
Califórnia em Los Angeles (UCLA). Participa de várias reuniões, entre as
quais a Convenção Geral da América, e concentra-se em treinar os
jovens.

Torre de Tesouro
A Divisão dos Jovens de Okinawa, Hiroshima, Nagasaki e outras
províncias publicam depoimentos de experiências vividas durante a
Segunda Guerra Mundial, totalizando oitenta volumes e criando ondas
de inspiração pelo país. Shin’ichi participa de uma reunião de palestra
realizada para membros com deficiência visual

Notas:
1. Disponível em: https://youtu.be/KqwrUbiVGjM.
2. Em tradução livre.
3. Esse artigo foi publicado no Seikyo Shimbun, edição de 27 de maio
de 2020.
4. Urumajima: Antigo nome das ilhas de Okinawa.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de


27 de maio de 2020 .
Volume 20
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 20

Força para o diálogo


Brasil Seikyo, Edição 2552, 20/02/2021, pág. 14-15 / Especial

HIROMASA IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI
O volume 20, da Nova Revolução Humana, retrata a primeira viagem
de Shin’ichi Yamamoto à China e à União Soviética, seguida de sua
segunda visita à China, todas elas ocorridas em 1974, no decorrer de
um período de seis meses. Esse volume mostra como a Soka Gakkai,
organização religiosa fundamentada no Budismo Nichiren, conseguiu
manter diálogo com a China e com a União Soviética, países de
ideologia marxista-leninista que nega o valor da religião.
Na época, as relações internacionais estavam cada vez mais
complexas: as tensões da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a
União Soviética permaneciam elevadas, ao passo que a China e a União
Soviética atracavam-se por conflitos ideológicos.
Diante desse cenário, em 1968, Shin’ichi havia apresentado uma
proposta para a normalização das relações diplomáticas entre Japão e
China. Essa iniciativa se baseava em sua convicção de que a amizade
sino-japonesa ajudaria a amenizar as tensões entre Leste e Oeste que
vinham se desenrolando na Ásia e, no futuro, levariam à solução das
tensões em âmbito mundial.
Shin’ichi enfrentou uma enxurrada de críticas em virtude dessa
proposta, alguns chegando a questionar por que um líder religioso
deveria “vestir a gravata vermelha” (p. 13). No entanto, ele se
manteve inabalável em sua convicção de que não se pode lutar
realmente pela paz a menos que esteja disposto a assumir todos os
riscos envolvidos. De sua parte, o compromisso com a tarefa de
melhorar as relações entre os dois países era incondicional.
A Soka Gakkai e os ardentes esforços de Shin’ichi pela paz atraíram a
atenção dos líderes chineses e dos soviéticos. Seu plano de visitar
esses países ganhou forma em dezembro de 1973 e se concretizou no
ano seguinte. O propósito da viagem não era promover o budismo em
países soviéticos, tampouco se envolver em negociações políticas.
Antes, buscava dar os primei ros passos para direcionar um mundo que
estava dividido em blocos antagônicos rumo à harmonia e à paz. Como
budista, seu maior objetivo era ajudar a unir um mundo despedaçado
por interesses e ideologias nacionais.
Shin’ichi acreditava realmente que, “independentemente do sistema
social ou político do país em que vivemos, somos todos seres humanos
que nutrem o desejo comum de paz e prosperidade para todos os
concidadãos” (p. 52). Respondendo às perguntas sobre a razão de sua
visita àqueles países socialistas, ele declarou: “Vou para me encontrar
com pessoas (...) Estou realizando essa viagem para construir pontes
de amizade unindo o coração das pessoas” (p. 130). Suas sólidas
convicções é que o motivavam a manter diálogos em prol da paz com a
China e a União Soviética.
Estender a mão para o outro lado
Em maio de 1974, Shin’ichi parte para sua primeira viagem à China,
com a decisão no coração de se tornar “uma ponte da amizade” (p.
129) ligando a China e a União Soviética. Essa determinação se
fortalece por meio dos vários encontros que ele tem com pessoas dos
dois países.
Por exemplo, quando esteve numa escola de ensino fundamental em
Pequim, testemunhou alunos cavando uma trincheira profunda para a
construção de classes subterrâneas e se preparando para um eventual
ataque soviético. Lembrando-se imediatamente dos abrigos antiaéreos
que foram escavados por toda a sua vizinhança durante a Segunda
Guerra Mundial, decide, no fundo do coração, fazer tudo o que puder
para prevenir hostilidades entre os países. Em outro episódio, durante a
sua primeira viagem à União Soviética em setembro daquele ano,
Shin’ichi conhece um museu na entrada para o memorial no cemitério
em Leningrado (atual São Petersburgo) e expressa repúdio e
indignação pela perversidade da guerra.
Por manifestar empatia pelo sofrimento devastador suportado pelas
pessoas comuns dos dois países, sente-se impelido a realizar diálogos,
um após outro, com líderes chineses e soviéticos, entre eles o primeiro-
ministro chinês Zhou Enlai, além de educadores, intelectuais e jovens.
Pouco a pouco, a harmonia da compreensão mútua que transcende
estruturas sociais e políticas começa a repercutir na vastidão daquelas
terras.
Durante a primeira visita de Shin’ichi à China, um representante da
Associação da Amizade Sino-Japonesa lhe assegura: “Acredito que a
China jamais invadirá outro país” (p. 48). Posteriormente, numa
interlocução com o primeiro-ministro soviético Aleksey Kosygin,
Shin’ichi emite sua honesta impressão sobre a visita à China, e a
resposta de Kosygin é a seguinte: “Sinta-se à vontade para informar
aos líderes da China que a União Soviética não atacará o país deles” (p.
213).
Quando esteve na China pela segunda vez, em dezembro de 1974,
Shin’ichi transmite a mensagem de Kosygin a várias autoridades
chinesas, entre as quais o vice-primeiro-ministro Deng Xiaoping, que
atuava como uma ponte entre os dois países. No capítulo “Construindo
Pontes”, Shin’ ichi pondera: “Quando expressamos a verdade
corajosamente, conseguimos abrir a porta do coração dos outros e
permitimos que a luz do espírito resplandeça intensamente. É assim
que se cultivam sementes de confiança” (p. 163).
De fato, a postura de Shin’ichi de manter um diálogo franco e sincero
ajudou a abrir os corações que estavam fechados, criando uma via para
a confiança.
O escritor e comentarista político Masaru Sato abordou recentemente a
diplomacia alicerçada no diálogo adotada pelo presidente Ikeda numa
série intitulada “Estudos sobre Daisaku Ikeda”, a qual está sendo
veiculada na revista semanal japonesa AERA. Na edição de 22 de
junho, ele expressa que, quando revolucionários políticos esbarram
num muro, fazem o que podem para derrubá-lo. O presidente Ikeda,
contudo, estende a mão para os que se encontram do outro lado do
muro e os convida a dialogar. Por meio do diálogo, tenta criar aliados e
cultivar a compreensão entre aqueles que mantêm posições e
perspectivas diferentes.
Realmente, a despeito das diferenças, Ikeda sensei persistiu em
construir redes de paz e de humanismo com pessoas de diversos os
estilos de vida. Quando buscamos o diálogo, removemos todas as
barreiras e fronteiras entre nós.
Um trabalho de paciência e persistência
Ao contrário das expectativas de Shin’ichi, as relações sino-soviéticas
continuaram a se deteriorar após a sua primeira visita a cada um dos
países. Apesar de seus esforços não produzirem frutos de imediato,
Shin’ichi recusa-se a abandoná-los. Afinal, como expõe o volume 16,
ciente da crescente tensão entre Estados Unidos e União Soviética e
entre China e União Soviética, o professor Arnold J. Toynbee, maior
historiador britânico do século 20, confiara a Shin’ichi a tarefa de
dialogar com todos os líderes desses países, com a esperança de que,
assim, um dia isso possibilitaria o diálogo entre eles.
Depois de retornar de sua primeira viagem à China e à União Soviética,
Shin’ichi continua a edificar e a aprofundar o diálogo com líderes de
ambos os países. Quando autoridades chinesas lhe solicitam que se
abstenha o máximo de visitar a União Soviética para não pôr em risco
seus esforços para fortalecer a amizade sino-japonesa, sua resposta é:
“Amo a China. Ela é muito preciosa para mim. Ao mesmo tempo, amo
todas as pessoas. Toda a humanidade é preciosa” (p. 270).
Guiado por sua crença na natureza de buda que reside dentro das
pessoas, e convicto de que, no âmbito mais fundamental, todas
desejam a paz, Shin’ichi se mantém firme no caminho do diálogo.
Dezesseis anos mais tarde, esses esforços para servir de ponte entre
China e União Soviética finalmente começam a prosperar. Em maio de
1989, ocorre, de fato, uma reunião entre o secretário-geral do Partido
Comunista da União Soviética, Mikhail Gorbachev, e o presidente da
Comissão Militar Central e governante da China, Deng Xiaoping, e eles
anunciam a normalização das relações bilaterais. Shin’ichi fica muito
feliz com a notícia.
Nem toda flor que se planta desabrocha imediatamente. Mas, com
convicção ferrenha e ação persistente, nossos ardentes esforços com
certeza frutificarão. Como enuncia o capítulo “Laços de Confiança”,
“Grandes conquistas são obtidas mediante o acúmulo constante de
várias pequenas e inconspícuas ações” (p. 276).
Esse capítulo também contém a seguinte decisão do nosso mestre: “O
kosen-rufu representa a materialização da felicidade da humanidade e
da paz mundial. Como budista, continuarei trabalhando de corpo e alma
para atingir esse objetivo” (p. 273).
Mantenhamos acesa no coração a poderosa chama desse mesmo
ardente senso de missão ao nos empenhar para abrir amplamente o
caminho da paz mundial

Principais trechos
O senhor está absolutamente certo. O trabalho abnegado em prol do
povo e da sociedade é o espírito dos bodisatvas, o espírito do Buda; é a
essência dos praticantes budistas. Sem ação, não há budismo.
(“Caminho da Amizade”, p. 60)

Prezar e preservar a vida são regras de ouro universais para a própria


sobrevivência da humanidade. (“Caminho da Amizade”, p. 95)

O relacionamento entre as nações no contexto político e econômico


muitas vezes sofre interrupções e descarrilamentos em virtude de
interesses nacionais. Por essa razão, Shin’ichi continuava frisando a
importância de amplos intercâmbios culturais, educacionais e
acadêmicos no âmbito privado, para se estabelecer a paz e a amizade
bilaterais. (“Construindo Pontes”, p. 121)

O budismo, que expõe que todas as pessoas possuem a natureza de


buda dentro de si, também é um ensinamento sobre a soberania do
povo. E o movimento da Soka Gakkai em prol do kosen-rufu designa-se
a consolidar um mundo no qual os cidadãos do povo sejam os
verdadeiros soberanos e possam viver uma vida feliz e realizada.
(“Construindo Pontes”, p. 158)

O mundo é um só, e a raça humana também. Um estender a mão para


o outro e todos trabalharem juntos são uma inevitabilidade histórica.
(“Construindo Pontes”, p. 183)

A sinceridade tem o poder de tocar o coração das pessoas de uma


maneira que transcende fronteiras nacionais. Sinceridade é o que une
as pessoas. (“Laços de Confiança”, p. 245)

Resumo do conteúdo

Caminho da Amizade
No dia 30 de maio de 1974, Shin’ichi visita a China pela primeira vez e,
durante a sua estada, encontra-se com o vice-primeiro-ministro Li
Xiannian.

Construindo Pontes
No dia 8 de setembro, Shin’ichi faz sua primeira viagem à
União Soviética e, nesse ensejo, encontra-se com o gigante literário
Mikhail A. Sholokhov e com o primeiro-ministro Aleksey Kosygin.

Laços de Confiança
No dia 2 de dezembro, Shin’ichi viaja novamente para a China e, no dia
5, encontra-se com o primeiro-ministro Zhou Enlai. Em seguida, parte
para os Estados Unidos e entrega ao secretário- geral das Nações
Unidas mais de 10 milhões de assinaturas clamando pela abolição das
armas nucleares coletadas pela Divisão dos Jovens da Soka Gakkai.
Além disso, mantém diálogo em prol da paz com o secretário de Estado
Henry Kissinger.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de


24 de junho de 2020.
Volume 21
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 21

Broto da esperança
Brasil Seikyo, Edição 2556, 20/03/2021, pág. 14-15 / Especial

HIROMASA IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI
O capítulo “SGI”, do volume 21, da Nova Revolução Humana, oferece
uma descrição detalhada sobre a formação da Soka Gakkai
Internacional (SGI) e o espírito que embasa sua fundação. A
organização foi instituída em 26 de janeiro de 1975, durante a Primeira
Conferência para a Paz Mundial, realizada em Guam.
Inicialmente, a única afiliada da Soka Gakkai prevista para ser
estabelecida naquele dia era a Liga Internacional de Budistas (LIB),
uma organização mundial em prol da paz destinada a prover assistência
e apoio mútuo a membros que residiam fora do Japão, auxiliando-os a
se manter em estreita comunicação, e coordenar atividades em sintonia
com o progresso contínuo do movimento da Soka Gakkai ao redor do
mundo. Seu foco eram aspectos operacionais da expansão
internacional.
Durante os preparativos para a criação da LIB, porém, tornou-se
evidente para líderes e representantes nacionais que seria necessária,
também, outra organização — que mais tarde se transformou na SGI —
capaz de oferecer aos membros uma orientação sólida na fé. Eles
sentiam que os aspectos operacionais de suas respectivas organizações
poderiam ser geridos por meio da troca de informação entre si, ao
passo que para promover de fato o kosen-rufu mundial seria
decididamente essencial haver um mestre com quem pudessem
aprender sobre a fé e sobre o espírito da Soka Gakkai. E desejavam
intensamente que Shin’ichi Yamamoto atuasse como líder central dessa
entidade internacional.
Após cuidadosa reflexão, Shin’ichi finalmente decide aceitar a
solicitação deles.
O compromisso conjunto de mestre e discípulo — cujo exemplo
verificamos na ardorosa dedicação de Shin’ichi à criação de
pessoas realmente conscientes e capacitadas a trabalhar em
prol da paz e da felicidade da humanidade, combinada com o
desejo ardente dos membros do mundo todo de buscar seu
mestre no budismo — ocasionou o nascimento da Soka Gakkai
Internacional. (p. 29)

Hoje o mundo está sendo açoitado por tempestades de adversidades e,


agora, mais que nunca, é hora de cada um de nós ratificar mais uma
vez o espírito fundamental da SGI e empreender esforços ainda
maiores para fortalecer o laço de mestre e discípulo dentro da nossa
vida.
O capítulo “SGI” retrata nossa organização como uma “rede que une
pessoas de todo o mundo por meio dos laços comuns de ‘diferentes em
corpo, unos em mente’. Ela resplandece como luminoso farol para a paz
mundial” (p. 81). Mantendo-nos fiéis a essas palavras, empreendamos
esforços ainda maiores para estreitar nossos laços de união com os
companheiros do mundo inteiro e prossigamos com nosso avanço.

Acontecimentos envolvendo a publicação do volume 21


A partir de 1º de fevereiro, poucos dias após a SGI ter sido fundada,
um importante jornal japonês começou a publicar em série uma
coletânea de ensaios autobiográficos do presidente Ikeda intitulada
Watakushi no Rirekisho [Minhas Recordações], que foi lançada em
forma de livro na primavera daquele ano. Esses artigos, que
expressavam o ardente apelo do presidente Ikeda em defesa da paz
com base em sua experiência de vida, foram bem recebidos pelos
leitores. Revelavam como sua jornada de vida fora dedicada à
edificação da paz duradoura no mundo, encorajando pessoas de todos
os lugares a se empenhar por sua revolução humana.
No capítulo “SGI”, Shin’ichi solicita aos participantes da Primeira
Conferência para a Paz Mundial procedentes de 51 países e territórios
que se unam a ele para selar o seguinte juramento: “O sol do Budismo
Nichiren começou a despontar no horizonte. Em vez de buscarem
aclamação ou glória pessoal, espero que dediquem sua nobre vida a
plantar as sementes da paz da Lei Mística no mundo todo. Farei o
mesmo” (p. 38).
Desde essa reunião, que representou o ponto de partida da SGI, o
presidente Ikeda continuou tomando a iniciativa de estreitar laços de
amizade com pessoas de todos os estilos de vida e estratos sociais do
mundo inteiro.
Depois disso, o movimento global pelo kosen-rufu ampliou-se em ritmo
acelerado. Em 2008, ano em que o volume 21 começou a ser publicado
no Seikyo Shimbun,
a organização abarcava 190 países e territórios, estabelecendo um
importante marco em seu desenvolvimento. Esse também foi o ano em
que o presidente Ikeda comemorou seu 80º aniversário. Num ensaio
publicado em 1998, no qual ele define o que deseja alcançar nas
décadas seguintes, o presidente Ikeda escreve: “Aos 80 anos: a
conclusão das bases para o kosen-rufu mundial”. Isso converteu-se, de
fato, em realidade.
A partir de setembro de 2007, as reuniões nacionais de líderes da
Divisão dos Jovens da Soka Gakkai ganharam um novo significado:
passaram a ser realizadas com o espírito de ensejar o segundo ato do
kosen-rufu. Esse fato estava intimamente ligado à fundação do Ikeda
Kayo Kai, grupo de treinamento da Divisão Feminina de Jovens da SGI,
no dia 16 de março de 2008. O volume 21, que estava sendo veiculado
no Seikyo Shimbun na época, apresenta valiosas diretrizes para
aqueles que promovem o kosen-rufu nesse segundo ato — ou seja, a
importância de permanecer fiel ao caminho da unicidade de mestre e
discípulo por toda a vida. Nesse volume, verificamos passagens como:
“Nossa união baseia-se, de um lado, no laço inquebrantável de mestre
e discípulo que se dedicam ao kosen-rufu” (p. 79), e “Devemos manter
um espírito de procura ativo e extrair aprendizados por meio de um
mestre” (p. 194).
No volume 10, da Revolução Humana, há uma passagem que explica
que, somente quando o discípulo compreende a intenção do mestre e a
assimila como parte do seu próprio ser, de modo que pulse na vida do
discípulo e se manifeste espontaneamente em suas ações, se pode
afirmar que o laço de mestre e discípulo se apurou a ponto de eles se
tornarem realmente um só. A relação entre mestre e discípulo é
definida inteiramente pela atitude do discípulo; as realizações do
mestre pelo kosen-rufu mundial só evidenciam seu brilho quando os
discípulos são proativos e tomam a iniciativa pessoal de promover o
avanço do movimento.
Diálogo para construir a rede humana do bem
“No exercício do diálogo, coragem e convicção são imprescindíveis. O
primeiro passo consiste em decidir que manterá o diálogo, e, então, é
necessário reservar tempo para isso” (p. 110). Apesar de sua agenda
atribulada, esse espírito enunciado no capítulo “Diplomacia do Povo”
capacitou Shin’ichi a se encontrar e a realizar diálogos expressivos com
tantos líderes e pensadores de relevo mundial, como o vice-primeiro-
ministro chinês Deng Xiaoping; o príncipe cambojano Norodom
Sihanouk; o Dr. Aurelio Peccei, cofundador do Clube de Roma;
Valentina Tereshkova, a primeira mulher a viajar para o espaço; o
primeiro-ministro soviético Aleksey Kosygin; e o ex-primeiro-ministro
japonês Eisaku Sato.
A qualidade de um diálogo não depende de sua duração, mas da
amplitude da intenção e determinação que inserimos nele. Por isso, a
coragem e a convicção são tão essenciais.
O que se destaca nesse capítulo são os sinceros esforços de Shin’ichi
para fazer o que estiver ao seu alcance para incentivar a pessoa que se
encontra diante dele. Num episódio emocionante, ele decide se tornar
fiador dos cinco primeiros alunos chineses a estudar na Universidade
Soka, prometendo realizar tudo o que puder para assegurar que
nenhum deles tenha uma experiência decepcionante. Vendo Shin’ichi
acolher os alunos chineses como preciosos membros de sua própria
família, o corpo docente e os demais estudantes também se
comprometem a tratá-los com o mesmo carinho e preocupação.
Um trecho do capítulo “Ressonância” expressa: “A Soka Gakkai
promove um movimento que almeja abrir esses corações que se
fecharam e iluminá-los com a luz da esperança e da coragem por meio
do fortalecimento do diálogo, consolidando, assim, uma rede humana
do bem” (p. 200).
Construir essa rede humana do bem constitui o propósito dos nossos
esforços para dialogar.
O mesmo capítulo também contém a seguinte passagem: “A Soka
Gakkai dedica-se à concretização do kosen-rufu, um objetivo que, de
certa perspectiva, poderia ser descrito como o processo de construção
de uma sociedade alicerçada no encorajamento mútuo” (p. 200).
Enquanto nos empenhamos para criar um novo normal em meio à
pandemia da Covid-19 que continua persistindo — e, sobretudo, por
não podermos nos encontrar com os outros pessoalmente — talvez
consideremos extremamente difícil estender a mão para os demais e
incentivá-los da maneira como fazíamos antes. No entanto, em vez de
focar em um meio ou em uma estratégia específica para superar a
barreira de não poder nos encontrar diretamente, dediquemo-nos a
fortalecer nossa determinação pessoal de edificar uma sociedade
alicerçada no encorajamento mútuo, independentemente das
circunstâncias.
Os membros da Divisão dos Jovens estão fazendo bom uso das
plataformas on-line para realizar reuniões e prover incentivos mútuos.
Muitos dos nossos companheiros da organização, entre eles integrantes
da Divisão Sênior, também estão desafiando a si mesmos para criar
novos hábitos, novas formas de incentivar, mediante cartas e
telefonemas. Em um ensaio recente, o presidente Ikeda enalteceu tais
esforços, dizendo: “Não há limite para o valor que podemos criar”.
No capítulo “Ressonância”, encontramos estas palavras:

Como podemos inspirar e incentivar os membros que estão


sobrecarregados de sofrimentos e preocupações? Como
podemos mudar a perspectiva deles da escuridão para a luz, do
desespero para a esperança, da derrota para a vitória? Um
autêntico líder do kosen-rufu é aquele que consegue fazer isso.
(p. 229)

Tenhamos de fato a convicção de que nossos esforços para oferecer


incentivos podem realmente transformar a condição de vida das
pessoas, tirando-as do sofrimento e proporcionando-lhes esperança!
Principais trechos
Por mais adversas que possam ser as circunstâncias no presente, se
continuarmos semeando assiduamente o kosen-rufu, um dia essas
sementes florescerão sem falta — ou melhor, nossa decisão deve ser a
de garantir que isso aconteça. Devemos orar fervorosamente e
aguardar com paciência o momento certo, além de nos esforçar para
que esse dia chegue. (“SGI”, p. 46)

Avançar juntos em união harmoniosa representa, em si, o triunfo de


cada um sobre o egoísmo, pois não se pode construir união entre
aqueles que são egocêntricos e pouco colaborativos. (“SGI”, p. 80)

A árvore da amizade não crescerá tornando-se alta e robusta se a


plantinha for negligenciada depois de um único encontro. Assim como
os brotos precisam de água, fertilizante e cuidado paciente para
crescer, a amizade é cultivada por meio de constante sinceridade e
persistência. (“Diplomacia do Povo”, p. 125)

Para nós, a base da oração é sempre o kosen-rufu. E o daimoku que se


origina da determinação de contribuir para o kosen-rufu produz
benefícios imensuráveis e ilimitados. (“Ressonância”, p. 226)

Pessoas dotadas de autêntico humanismo expressam gratidão aos


outros de maneira direta e pura. Não pode haver humanismo sem
gratidão ou sem expressão de sentimento. (“Coroa de Joias”, p. 285)
Resumo do conteúdo
SGI
No dia 26 de janeiro de 1975, representantes de 51 países e territórios
reúnem-se em Guam para fundar a Soka Gakkai Internacional. Shin’ichi
Yamamoto é aclamado presidente.
Diplomacia do Povo
No Japão, Shin’ichi se encontra com o ex-primeiro-ministro Eisaku
Sato. Em sua terceira viagem à China, mantém diálogos com o vice-
primeiro-ministro Deng Xiaoping e com o príncipe do Camboja,
Norodom Sihanouk.

Ressonância
Depois de participar de uma reunião comemorativa do 15º aniversário
de sua posse como presidente da Soka Gakkai, Shin’ichi visita a
Europa, onde mantém diálogo com Aurelio Peccei, André Malraux e
René Huyghe.

Coroa de Joias
Durante a sua segunda visita à União Soviética, Shin’ichi recebe o título
de doutor honorário da Universidade Estatal de Moscou e profere uma
palestra comemorativa. Ele se encontra novamente com o primeiro-
ministro Aleksey N. Kosygin.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de


22 de julho de 2020.
Volume 22
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 22
Chave para a vitória

Brasil Seikyo, Edição 2560, 17/04/2021, pág. 14-15 / Aprender com a


Nova Revolução Humana

HIROMASA IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI
No dia 6 de agosto (de 2020), data que assinalou a passagem de 75
anos desde o lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima, o Seikyo
Shimbun publicou uma entrevista com Keiko Ogura, diretora do
Intérpretes de Hiroshima pela Paz. Nela, a Srta. Ogura,
uma hibakusha, que na época do bombardeio tinha 8 anos, conta que
houve mais duas ocasiões em sua vida nas quais ela experimentara
sensações similares de medo e de apreensão: o acidente na usina
nuclear de Fukushima em março de 2011 e a atual pandemia da Covid-
19. Ela salienta ainda que o espírito de Hiroshima — de jamais parar de
lutar pela paz — se estende além da abolição das armas nucleares,
abrangendo o amplo empenho contra tudo aquilo que imponha uma
ameaça ao direito inviolável da humanidade à vida. Nesse sentido, ela
solicita aos leitores que deem um novo passo adiante.
Uma razão fundamental para estudarmos a Nova Revolução Humana é
o fato de nos ajudar a herdar um forte compromisso com a paz,
alicerçado numa perspectiva histórica por meio da qual jamais nos
esquecemos do que ocorreu há 75 anos, de modo que possamos de
fato abrir o caminho de uma nova era para a humanidade.
O volume 22 narra eventos ocorridos em 1975, ano do 30º aniversário
do lançamento das bombas atômicas sobre o Japão e o fim da guerra.
Com a sólida determinação de mudar o rumo da história e converter o
século 21 em um “século de paz, humanidade e glória; um século sem
guerras, um século de vida”, Shin’ichi Yamamoto viaja extensivamente
ao Havaí, a Hiroshima e a outros lugares para encorajar os membros
Nos preparativos para a convenção nacional de líderes, realizada em
Hiroshima em novembro daquele ano, ele promove vários progressos
audaciosos em prol da paz. Durante um período de dezoito meses, a
partir de maio de 1974, faz três visitas à China e duas à União
Soviética, num esforço para construir pontes de amizade entre o Japão
e esses países por meio de intercâmbios nos âmbitos da paz, cultura e
educação. Em 26 de janeiro de 1975, também foi estabelecida a SGI
(Soka Gakkai Internacional). Dirigindo-se aos membros da Divisão dos
Jovens de Hiroshima, ele descreve o propósito por trás dessas ações:
“Para mim, visitar Hiroshima é algo indissociável da luta pela paz. Faz
parte do meu juramento como discípulo do meu mestre, Josei Toda” (p.
270).
O que impelia Shin’ichi era o ardente desejo de corresponder ao seu
mestre, segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, que travara
uma luta de corpo e alma pela paz até o último momento de sua vida.
O presidente Josei Toda, na verdade, havia tido um desmaio na manhã
de uma viagem de orientações marcada para Hiroshima, em novembro
de 1957, e não pôde realizá-la. Poucos meses antes, em 8 de
setembro, ele proferira sua histórica Declaração pela Abolição das
Armas Nucleares, e em novembro planejava discursar numa reunião no
Memorial da Paz de Hiroshima (atualmente conhecido como Museu
Memorial da Paz de Hiroshima) para suscitar uma nova onda em prol
da paz. No entanto, o presidente Josei Toda, que se encontrava
enfermo e cada dia mais debilitado, sofreu um desmaio na manhã de
sua partida. Por essa razão, Shin’ichi, plenamente ciente do forte
sentimento de seu mestre em relação a Hiroshima, sentia que não
poderia pôr os pés na região sem ter alcançado um sólido histórico
pessoal de ações pela paz.
Conforme expõe o capítulo [“Correntezas”], os membros da localidade
“sentiam que o espírito de Hiroshima era o espírito da paz, e que isso
era sinônimo de espírito da Soka Gakkai. Portanto, consideravam
missão sua criar uma correnteza rumo à paz mundial” (p. 115).
O presidente Ikeda escolheu o dia 6 de agosto, data em que a bomba
atômica foi lançada sobre Hiroshima, não apenas para iniciar, mas
também para finalizar a redação da Nova Revolução Humana. Acredito
que essa seja uma expressão do seu juramento como discípulo de
herdar o ardente anseio do seu mestre pela paz e transmiti-la para as
gerações mais novas, assegurando que o espírito de Toda sensei
perdure longinquamente no futuro.
Líderes mundiais reconhecem os esforços do presidente Ikeda por ele
ter se revelado consistentemente um pioneiro em empreender ações
efetivas para a paz. Em última análise, nossas ações concretas são o
que mais importa. O caminho para a paz não existe em algum lugar
distante. Assim como Shin’ichi está convicto de que “o caminho para
acender a chama da paz em nosso mundo turbulento reside em
interagir com os outros de ser humano para ser humano” (p. 41), nós
também podemos dar um primeiro passo criando laços de amizade com
as pessoas bem diante de nós, em nossa respectiva comunidade e
ambiente de trabalho.

Espírito de procura
Em agosto deste ano (2020), celebramos 73 anos desde que o
presidente Ikeda se encontrou com o presidente Josei Toda pela
primeira vez, acontecimento que mudaria o curso de sua vida. Desde
essa ocasião, ele continuou difundindo amplamente o espírito e as
realizações do seu mestre. No capítulo “Novo Século”, constatamos o
seguinte trecho:

“Ao tornarmos as conquistas do nosso mestre amplamente


conhecidas pelo público, esclarecemos o ponto inicial de nosso
movimento, pois os objetivos de que buscamos estão
incorporados nos ensinamentos e na vida do nosso mestre (p.
25).

Dessa maneira, contanto que os discípulos retornem aos ensinamentos


do seu mestre e continuem aprendendo a partir do modo como ele
viveu, nunca perderão de vista o caminho correto a seguir. No mesmo
capítulo, Shin’ichi descreve seu sentimento em relação ao seu mestre
ao escritor japonês Yasushi Inoue: “Josei Toda continua a viver no meu
coração, onde, às vezes, ele observa em silêncio o que faço e, outras,
me dá conselhos sem palavras. Nossa vida se fundira. Respiramos
juntos1 (p. 49).
Em resposta, o Sr. Inoue observa que a relação mestre e discípulo
parece ser um tipo especial de laço humano que não depende do fato
de os indivíduos terem se conhecido pessoalmente.
Segundo o Sutra do Lótus, “As pessoas que ouviram a Lei habitaram
aqui e ali, em várias terras do buda, renascendo constantemente em
companhia de seus mestres”.2,3 No budismo, mestres e discípulos
compartilham de vínculos eternos por todas as três existências —
passado, presente e futuro. Eles são inseparáveis. O que importa,
então, é o espírito de procura dos discípulos, a que extensão os
discípulos mantêm o espírito do mestre ardendo intensamente no
coração enquanto avançam juntos por uma causa comum.
Quando os membros da Divisão dos Jovens solicitam a Shin’ichi que
lhes fale sobre o presidente Josei Toda, com quem nunca haviam se
encontrado, ele os encoraja:

Quase todas as orientações de Toda sensei estão publicadas e


também já falei sobre ele a vocês várias vezes. Creio que seria
uma ideia melhor todos vocês pensarem nos ensinamentos dele
por si sós e chegassem às próprias conclusões sobre ele e a
“unicidade de mestre e discípulo” da Soka Gakkai. (p. 26)

Não consigo deixar de sentir que este significativo ano, que assinala o
60º aniversário da posse de Ikeda sensei como terceiro presidente da
Soka Gakkai, constitui o ensejo para aqueles que se consideram seus
discípulos empreenderem esforços ainda maiores para aprender com o
Mestre e transmitir o coração dele aos outros.

Rumo à Convenção Mundial dos Jovens


No capítulo “Tesouro da Vida”, Shin’ichi discorre sobre a missão
essencial da religião, salientando que o papel da Soka Gakkai numa
época de grande mudança e turbulência consiste em “prover a cada
indivíduo uma fonte de vitalidade interior e instilar em cada pessoa a
capacidade de ajudar a redirecionar a sociedade para um rumo estável,
sólido e positivo” (p. 287). A função da Gakkai de ajudar a conduzir a
sociedade para um rumo seguro nunca foi tão relevante quanto hoje,
levando-se em conta a dimensão a que a ansiedade se tornou a
condição predominante do mundo diante da presente pandemia e de
uma série de eventos climáticos extremos
Pode haver ocasiões em que tudo o que gostaríamos é de fugir da
tarefa diante de nós. Nesses momentos, lembremo-nos de que “O
espírito do Budismo Nichiren consiste em assumir para si a luta sincera
para resolver os grandes temas que a sociedade enfrenta, baseando-se
na perspectiva budista” (p. 133), a partir da nossa perspectiva
inigualável como budistas; contanto que prossigamos encarando os
desafios diante de nós, abriremos infalivelmente o caminho para um
futuro promissor.
Com o objetivo celebrar o 60º aniversário da magna data de 2 de
outubro, Dia da Paz Mundial da Soka Gakkai, com a mais robusta união
de jovens que o mundo já presenciou, a Divisão dos Jovens realizará
uma Convenção Mundial on-line [atividade realizada em setembro de
2020. Leia na ed. 2.534, 3 out. 2020]. Visando esse dia, eles estão se
esforçando sinceramente para estender apoio aos outros e expandir o
círculo de amizades, mesmo em meio à crise da Covid-19 e às
inúmeras adversidades que cada um enfrenta.
No capítulo “Alto-Mar”, verificamos que o presidente Josei Toda
costumava dizer sempre a Shin’ichi:

Provavelmente, ainda levará duzentos anos para a sociedade


apreciar o real valor da Soka Gakkai. Somos uma organização
sem precedentes em toda a história da humanidade, e é por
isso que ninguém entende quão maravilhosos somos nós. (p.
217)

Estou convicto de que a vindoura Convenção Mundial dos Jovens —


uma cerimônia histórica do juramento conjunto de mestre e discípulo —
representará um passo poderoso na construção de uma nova história
para o kosen-rufu mundial à medida que avançamos rumo ao
centenário da Soka Gakkai em 2030, e além, rumo ao nosso 200º
aniversário. Para tanto, prossigamos inspirando e encorajando os
jovens sucessores do nosso movimento e, juntos, construamos uma
magnífica rede de união solidária de jovens em nossa comunidade
local.
Principais trechos
A unicidade de mestre e discípulo não é mera formalidade, algo da
boca para fora — ela só existe quando os discípulos têm
constantemente o mestre no coração. A autodisciplina e a autonomia
originam-se do fato de termos o mestre no coração. (“Novo Século”, p.
14)
Ao se deparar com um beco sem saída, o melhor a fazer é retornar ao
ponto inicial. Para os praticantes do Budismo Nichiren, isso significa
recitar Nam-myoho-renge-kyo. Como a Lei Mística é a Lei fundamental
do universo, orações que invocam a Lei Mística têm o poder de fazer
qualquer coisa acontecer. (“Correntezas”, p. 104)

O espírito da SGI consiste em cada um se tornar um bom cidadão e a


consciência de sua comunidade e país. Isso atua como uma força
propulsora para edificar a paz e prosperidade da sociedade e a
felicidade de todas as pessoas. (“Correntezas”, p. 142)

Descobrir pessoas capazes exige que se aperfeiçoe a habilidade de


identificar os pontos fortes dos outros. Para tanto, a pessoa precisa ter
a humildade de vencer sua própria arrogância e estar disposta a
aprender com os outros — que consiste nada mais nada menos que na
luta para realizar a própria revolução humana. (“Alto-Mar”, p. 225)

O papel da Soka Gakkai, bem como sua responsabilidade social, é


devotar-se a uma luta espiritual, nas profundezas do nosso ser, contra
forças externas como a violência e a opressão política e econômica,
que depreciam a dignidade e o valor da vida humana. (“Tesouro da
Vida”, p. 287)
Resumo do conteúdo
Novo Século
O diálogo de Shin’ichi com o romancista Yasushi Inoue e o empresário e
industrial Konosuke Matsushita é serializado e, então, publicado em
forma de livro.
Correntezas
A Convenção Blue Hawaii é realizada no Havaí em conjunto com a
Convenção Nacional dos Estados Unidos da América, com a presença de
vários convidados ilustres, entre os quais o governador. Encontro dos
valores budistas de tolerância e compaixão com o espírito aloha.
Alto-Mar
Shin’ichi incentiva os membros do Hato-kai (Grupo Alto-Mar), que
trabalham no mar por longos períodos. Ele também se concentra em
encorajar jovens entre elas membros da Divisão Feminina e estudantes
universitárias e integrantes do Seishun-kai (Grupo Primavera da
Juventude).
Tesouro da Vida
Shin’ichi participa de uma convenção do Departamento de Médicos.
Também comparece à Reunião Nacional de Líderes da Soka Gakkai em
Hiroshima e visita Kure pela primeira vez.

Notas:
1. Consulte: IKEDA, Daisaku; INOUE, Yasushi. Letters of Four Seasons,
p. 34.
2. The Lotus Sutra and Its Opening and Closing Sutras, cap. 7, p. 178.
3. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora
Brasil Seikyo, v. II, p. 405, 2017.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de


26 de agosto de 2020.
Volume 23
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 23
Despertar para a sua missão
Brasil Seikyo, Edição 2564, 15/05/2021, pág. 14-15 / Aprender com a
Nova Revolução Humana

HIROMASA IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI
No dia 26 de agosto deste ano [2020], após intervalo de quase seis
meses, realizou-se a 46ª Reunião Nacional de Líderes da Soka Gakkai
da Nova Era do Kosen-rufu Mundial, no Auditório do Grande Juramento
pelo Kosen-rufu, em Tóquio. Em sua mensagem para a ocasião [leia no
Brasil Seikyo, ed. 2.530,5 set. 2020], o presidente Ikeda recorda que o
segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, e o presidente
fundador, Tsunesaburo Makiguchi, foram presos pelo governo
militarista da época da guerra por se recusarem a comprometer suas
convicções religiosas. E, também, como isso levou Toda sensei a
despertar para sua identidade de bodisatva da terra durante o período
de encarceramento.
O presidente Ikeda declara: “A Soka Gakkai nada mais é que a fileira
de bodisatvas da terra convocados por essa forte determinação de
mestre e discípulo”.
Na mesma mensagem, ele também reitera que a década do 90º
aniversário da Soka Gakkai ao seu centenário em 2030 será crucial e
que devemos estar ainda mais determinados a “ocasionar uma forte
mudança no destino de toda a humanidade”. Em seguida, salienta que
a Convenção Mundial dos Jovens de 27 de setembro assinalará “o
esperançoso início da extensa jornada de mestre e discípulo”. [leia no
BS, ed. 2.534, 3 out. 2020]
Essa Reunião Nacional de Líderes também testemunhou o lançamento
de uma nova canção composta pelos jovens da Soka Gakkai, intitulada
Eterna Jornada com Sensei [Eternal Journey with Sensei (The Song of
Our Vow)]. Inspirada na Nova Revolução Humana, a letra expressa o
juramento conjunto dos discípulos de levar adiante de forma incessante
o espírito de revolução humana e a decisão do mestre condensada no
romance.
A tradição de entoar canções da Soka Gakkai sempre fez parte de
nosso movimento para promover o avanço do kosen-rufu, e o capítulo
“Coragem”, do volume 23, da Nova Revolução Humana apresenta uma
descrição detalhada da composição da Canção da Revolução Humana
(p. 188) em 1976. Aquele ano foi marcado pelo 20º aniversário da
Manifestação de
Osaka1 — ponto inicial da luta de Shin’ichi Yamamoto pela justiça e
pelos direitos humanos — e ele decide compor uma nova canção que
não apenas capte a essência do espírito e da filosofia da Soka Gakkai,
mas também incite a coragem no coração dos membros, uma canção
que desperte neles “o empoderamento para superarmos até obstáculos
mais intimidadores” (p. 188-189).
O capítulo mostra como Shin’ichi empenha-se ao máximo para
encontrar a melhor forma de transmitir, com a letra da canção, o
momento do despertar de seu mestre na prisão durante a guerra. Ele a
escreve e reescreve várias e várias vezes, buscando exprimir esse
momento de profundo despertar espiritual que constitui a pedra
fundamental da convicção da Soka Gakkai, organização que avança em
total consonância com o desejo do Buda. Tal empenho resultou nos
seguintes versos da segunda estrofe: “Se somos realmente bodisatvas
da terra, / então, temos uma missão a cumprir neste mundo” (p. 223).
Assim como a Canção da Revolução Humana tornou-se uma poderosa
força propulsora do movimento pela revolução humana, estou convicto
de que a nova canção da Divisão dos Jovens também gerará um grande
impulso para a concretização do kosen-rufu mundial e motivará os
jovens em seu avanço.

Um retrospecto dos dez anos desde o capítulo “Empenho


Resoluto”
O capítulo “Empenho Resoluto” foi serializado no Seikyo Shimbun de
junho a agosto de 2010, ano do 50º aniversário da posse de Ikeda
sensei como terceiro presidente e 80º aniversário de fundação da Soka
Gakkai. A primeira parte foi publicada na edição de 3 de junho, mesma
data em que foi realizada a reunião nacional de líderes mensal.
Na véspera da atividade, o presidente Ikeda afirmou que era a hora de
os membros assumirem
a total responsabilidade pela Soka Gakkai, um momento crucial que
determinaria o futuro da organização e que, a partir de então, não
deveríamos mais esperar por suas instruções. Em seguida, na
mensagem lida para os participantes na reunião, ele frisa:

Agora é hora dar os toques finais em minha obra e deixar tudo


para vocês. (...) Quando os discípulos se levantam com um
compromisso ainda mais profundo em relação à sua missão,
em resposta a orientação e instrução que receberam do
mestre, isto gera um novo e dinâmico impulso para o progresso
e vitória, abrindo o caminho para um futuro radiante.

As palavras que abrem o capítulo “Empenho Resoluto” publicado no


jornal daquela manhã expressam: “A sociedade e a época estão em
constante mutação. A Soka Gakkai ingressou em uma nova era com
novos centros culturais, e um fluxo ininterrupto de novos indivíduos
capazes” (p. 225). Na sequência, descreve como, em agosto de 1976,
Shin’ichi informa a um membro da Divisão dos Jovens de Osaka que
infelizmente ele não poderia comparecer ao Festival Cultural de Kansai
que eles realizariam:

Chegou a hora de meus discípulos se levantarem. (...) Peço-


lhes que trabalhem juntos vigorosamente para que o festival
seja uma explosão de alegria, maior ainda do que se eu
estivesse lá. Se puderem fazer isso, significará que são
discípulos legítimos. Estarei zelando por vocês. (p. 266)

Nos anos seguintes, vimos como o presidente Ikeda prosseguiu


empreendendo intensos esforços para concluir todos os 30 volumes da
Nova Revolução Humana. O volume 24 começou a ser serializado em
1º de outubro de 2010, com o capítulo “Ode às Mães”, e a última parte
do volume final foi publicada no dia 8 de setembro de 2018.
No posfácio,2 ele escreve:

Meu profundo desejo é que os membros da Soka Gakkai façam


da conclusão do romance Nova Revolução Humana um novo
ponto de partida, levantando-se como “Shin’ichi Yamamoto”, e
escrevam sua própria história brilhante da revolução humana,
empenhando-se pela felicidade dos amigos por meio de
ininterruptas ações indomáveis.

Pode-se dizer que esses dez anos desde que “Empenho Resoluto” foi
escrito consistiram num período no qual nos esforçamos para revelar
nosso potencial como discípulos capazes de incentivar os outros com o
mesmo coração do Mestre, em vez de simplesmente esperar os
incentivos dele.
Hoje, estamos enfrentando uma época repleta de grandes mudanças na
sociedade. Exatamente por estarmos em meio a tempos turbulentos
como estes, desafiemo-nos a seguir em frente como “Shin’ichi
Yamamoto” e realizemos nossa revolução humana individual todos os
dias.

O início da educação Soka


Embora 18 de novembro de 1930, data da publicação da obra Soka
Kyoikugaku Taikei (Sistema Pedagógico de Criação de Valor) seja
celebrado como o dia da fundação da Soka Gakkai, o capítulo “O
Futuro” faz questão de destacar que também assinala o início da
educação Soka. O ano de 1976 assistiu ao dinâmico desenvolvimento
do mundo da educação Soka: com o estabelecimento da Escola de
Educação Infantil Soka (p. 9) e da Divisão de Ensino por
Correspondência da Universidade Soka (p. 116), seu alcance hoje se
expandiu ao abranger programas de educação para a primeira infância
e educação a distância.
No capítulo “Luz do Saber”, lemos sobre o forte desejo dos presidentes
Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda de oferecer oportunidades de
ensino a distância. Os dois haviam implementado programas de curso
por correspondência. No entanto, ambos foram forçados a encerrá-los;
Makiguchi sensei, em virtude da recessão que se seguiu à Guerra
Russo-Japonesa, e Toda sensei, por causa do período de inflação
galopante após a Segunda Guerra Mundial. A formação da Divisão de
Ensino por Correspondência constituiu, portanto, um esforço da parte
de Shin’ichi para tornar o sonho deles realidade — tanto o ideal de
Makiguchi sensei de uma educação a serviço da felicidade das pessoas
como o anseio de Toda sensei de tornar a educação acessível a todos.
Por ter cursado ciências políticas e economia à noite na Taisei Gakuin
(atual Universidade Fuji de Tóquio), Shin’ichi conhecia muito bem os
desafios envolvidos na educação a distância. Na esperança de que os
estudantes dessa nova divisão viessem a iluminar a vida deles e a
sociedade com a busca do saber, Shin’ichi oferece a eles o princípio
norteador de se tornarem “a luz do saber” (p. 97). Além disso,
referindo-se aos estudantes do período noturno como seus preciosos
sucessores, declara: “Com o orgulho de seguirem meus passos e de
trilharem o verdadeiro caminho de mestre e discípulo, os estudantes do
período noturno devem se esforçar ao máximo e se aperfeiçoar” (p.
159).
Este ano, por causa da pandemia da Covid-19, a Divisão de Educação
por Correspondência da Universidade Soka ministrou todas as suas
aulas de verão de forma on-line pela primeira vez. Participaram delas
alunos do Japão e de dezoito países e territórios, registrando uma nova
página na história da divisão.
No momento em que assinalamos o 90º aniversário da publicação do
Sistema Pedagógico de Criação de Valor, a esplêndida luz da educação
Soka irradia intensamente seu brilho por todo o mundo.

Principais trechos
Sempre existem novos desafios. Hoje nunca é igual a ontem. Por isso é
tão importante ter paixão, coragem e ação para encarar esses desafios.
O esforço infatigável para solucionar um desafio mediante o processo
de tentativa e erro, com o intuito de descobrir o melhor caminho para
fazer algo, acaba se cristalizando como uma expe-
riência muito valiosa. (“O Futuro”, p. 15)
A vida é, em si, um processo de aprendizagem, e aprender enquanto
vivermos é o caminho para uma vida plenamente humana. (“Luz do
Saber”, p. 83)

Quais são os atributos essenciais para ser uma pessoa capaz no século
21? Uma mente altamente culta, coragem e humanismo burilados por
meio de adversidades. (“Coragem”, p. 162)

Aqueles que mais se esforçam são os que mais crescem. Os que


suportam o carma adverso também possuem a mais nobre missão.
(“Coragem”, p. 167)

Os integrantes da Divisão Sênior são fortes. São os pilares de ouro da


família, da sociedade e da Soka Gakkai. E o esforço dos membros da
Divisão Sênior é um fator decisivo na luta pela vitória do kosen-rufu.
(“Empenho Resoluto”, p. 279)

Resumo do conteúdo

O Futuro
A Escola de Educação Infantil Soka de Sapporo é inaugurada em 16 de
abril de 1976 em Hokkaido, lugar com o qual os presidentes
Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda possuíam forte ligação.

Luz do Saber
A Divisão de Ensino por Correspondência é estabelecida na
Universidade Soka. Shin’ichi encontra-se com os alunos e os incentiva.

Coragem
O Hisho-kai (grupo de estudantes do período noturno) obtém
progressos dinâmicos. A Canção da Revolução Humana é apresentada
pela primeira vez.

Empenho Resoluto
Shin’ichi participa de seminários e cursos de aprimoramento de verão
num esforço para incentivar os membros da Divisão dos Jovens.

Notas:
1. Manifestação de Osaka: Uma manifestação da Soka Gakkai realizada
para protestar contra a detenção injusta do presidente Ikeda, que na
época exercia a função de chefe da Secretaria da Divisão dos Jovens,
pela Promotoria Distrital de Osaka sob a acusação de violações à lei
eleitoral em uma eleição suplementar da Câmara dos Conselheiros
realizada em Osaka no início daquele ano. Foi marcada para o Ginásio
Municipal de Nakanoshima, em Osaka, no dia 17 de julho de 1957, data
da libertação do presidente Ikeda após passar duas semanas sendo
interrogado pelas autoridades. No fim do processo judicial, que se
arrastou por mais de quatro anos, ele foi totalmente inocentado de
todas as acusações.
2. IKEDA, Daisaku. Nova Revolução Humana. São Paulo: Editora Brasil
Seikyo, v. 30-II, p. 359, 2020.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de


23 de setembro de 2020.
Volume 24
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 24
Ânimo e alegria
Brasil Seikyo, Edição 2568, 19/06/2021, pág. 14-15 / Aprender com a
Nova Revolução Humana

HIROMASA IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI

Com o sentimento de celebrar a passagem do 18 de Novembro, Dia da


Fundação da Soka Gakkai, as integrantes do Grupo Byakuren [grupo
Cerejeira, no Brasil] estão se empenhando atualmente na “Campanha
de Celebração”, aqui no Japão, empreendendo redobrados esforços
para manter contato com as amigas e expandir a rede de incentivos.
Numa mensagem comemorativa enviada para as reuniões on-line do
grupo, o presidente Ikeda expressa:

A despeito do que aconteça, continuem avançando com ânimo


e alegria e ampliem seus círculos de amizade, iluminando este
século da Nova Revolução Humana com um coração tão puro
como a flor de lótus branca e uma vida transbordante de
máxima boa sorte.

O capítulo “Proteção Plena”, do volume 24, da Nova Revolução


Humana, contém orientações valiosas para os membros da Divisão dos
Jovens (DJ) que fazem parte desses grupos de treinamento, os quais
também incluem o Sokahan e o Gajokai, ajudando-os a compreender o
espírito subjacente a essas atividades. Embora esses grupos tenham
sido formados durante diferentes períodos da história da Soka Gakkai e
sob circunstâncias variadas, eles buscam incutir nos jovens o espírito
de se empenhar na prática budista com a firme convicção de que os
budas e bodisatvas e, de fato, todas as funções protetoras do universo
estão plenamente cientes de seus esforços.
Em outras palavras, sejam ou não nossas ações reconhecidas pelos
outros, os esforços que realizamos em prol do kosen-rufu, sem dúvida,
se manifestarão em forma de boa sorte e benefícios na vida. Esse fato
é descrito de maneira sucinta por Shin’ichi para o Grupo Byakuren:

Enquanto limpam,
seus atos irradiam o brilho
do estado de buda. [p. 113]

No dia 1º de outubro deste ano (2020), representantes do Byakuren do


Japão e Cerejeira do Brasil [leia mais no Brasil Seikyo, ed. 2.535, 10
out. 2020, p. 11] promoveram uma reunião conjunta on-line, na qual
ratificaram a importância da iniciativa pessoal em qualquer
empreendimento, bem como o espírito de se dedicar com a convicção
de que os budas e bodisatvas estão cientes das nossas ações, conforme
expõe o capítulo “Proteção Plena”. É animador ver como esses valores
budistas estão ganhando raízes na vida dos membros da Divisão dos
Jovens do mundo todo.
No capítulo “Farol”, encontramos relatos de esforços sinceros de
membros pertencentes a grupos da Soka Gakkai que abarcavam
executivos, moradores de conjuntos habitacionais e comunidades
agrícolas e pesqueiras do Japão, estabelecidos em outubro de 1973. Na
época, o mundo havia entrado numa recessão global desencadeada
pelo conflito no Oriente Médio e a subsequente crise do petróleo. Muitos
países também estavam sofrendo severa escassez de alimentos em
decorrência de eventos climáticos extremos. Em meio a essas
circunstâncias adversas, a Soka Gakkai anunciou seu tema anual para
1974 como “Ano da Sociedade” [p. 234], que foi acolhido com total
receptividade pelos membros, orgulhosos e convictos de sua missão
como praticantes budistas de enfrentar os desafios da sociedade de
cabeça erguida, encontrar soluções e transmitir coragem aos outros.
Eles viriam a expandir imensamente sua rede de confiança no ambiente
de trabalho e comunidade. Independentemente da época, o trabalho de
tornar o budismo relevante e aplicável à sociedade faz parte da nossa
missão, e empenhar-nos em nossa revolução humana individual reside
no âmago desse processo.
Movimento e estudo budista Soka
No tocante ao papel do estudo de budismo, o capítulo “Proteção Plena”
salienta:

O estudo deve ser alicerçado na vida diária e servir como um


guia para a ação. O estudo torna-se uma força revitalizadora
quando proporciona segurança e autoconfiança em relação à
capacidade para superar as dificuldades e tribulações da vida.
[p. 130]

Shin’ichi tinha total consciência da necessidade de reposicionar os


ensinamentos de Nichiren Daishonin de modo que cada princípio fosse
compreendido sob o prisma de uma religião que existe em benefício
das pessoas. Esse passo, reconhecia ele, seria crucial para tornar os
ensinamentos mais acessíveis para as pessoas ao redor do mundo. Para
fortalecer o movimento de estudo budista promovido pela Soka Gakkai,
ele propõe que 1977 seja denominado “Ano do Estudo” [p. 105], e
inicia o ano com uma preleção especial sobre a história do budismo na
Convenção do Departamento de Estudo, no dia 15 de janeiro, em
Osaka.
Na explanação, ele discorre sobre as atribuições originais do clero e dos
leigos e declara que, na época atual, é a Soka Gakkai que está
desempenhando as funções de ambas as partes. Acrescenta também
que, com base na doutrina budista e no propósito original imputado aos
templos budistas, os prédios da Soka Gakkai podem ser considerados
“templos da atua-
lidade”, no sentido de exercerem as mesmas funções.
No capítulo “Justiça”, do volume 27, da Nova Revolução Humana,
tomamos conhecimento de que um grupo de reverendos da Nichiren
Shoshu interpreta essa preleção como uma crítica de Shin’ichi em
relação a eles, e a utiliza como munição contra a Soka Gakkai.
Na edição da revista japonesa AERA, de 12 de outubro de 2020, em sua
série de artigos intitulada “Estudos sobre Daisaku Ikeda”, publicada
semanalmente, o escritor japonês Masaru Sato discute esse assunto,
observando que um grupo de reverendos da Nichiren Shoshu começou
a atacar a Soka Gakkai em 1977, suscitando mais controvérsias entre
os dois lados. Ele pondera que os conflitos decorreram da diferença
fundamental de perspectiva: o clero se considerando superior aos
adeptos leigos, e a Soka Gakkai rejeitando tal hierarquia e defendendo
a ideia de religião a serviço das pessoas comuns. Sato conclui que a
separação da Gakkai do clero era, portanto, inevitável para que
avançasse, de fato, como um movimento religioso global.
Acredito que o fator determinante para o desenvolvimento da Soka
Gakkai internacionalmente tenha sido nossa consistente ênfase na
religião a serviço da humanidade e nossos esforços para tornar os
ensinamentos budistas relevantes e aplicáveis à vida presente.
Hoje, nosso movimento de estudo budista transformou-se numa força
realmente robusta em todo o mundo. A série de explanações do
presidente Ikeda sobre os escritos de Nichiren Daishonin “Budismo Sol
— Iluminando o Mundo” é estudada pelos membros das organizações
constituintes da SGI e atua como uma força propulsora de progresso.
De fato, a filosofia do Budismo Nichiren pulsa vibrantemente na vida de
membros comuns da Soka Gakkai como uma filosofia sólida e infalível.
Nunca nos esqueçamos de que esse é um resultado dos esforços
intensos de Ikeda sensei ao longo dos anos, com base em sua
convicção de que “O budismo, como uma filosofia de esperança que
atendia às necessidades da época, deveria ser restabelecido na
sociedade moderna” [p. 168].

União entre líderes


No dia 18 de outubro, participei de uma reunião de palestra on-line
organizada pelos membros do Distrito Girassol, da Ilha de Shodoshima,
província de Kagawa. Esse encontro virtual — a primeira tentativa deles
desse tipo — foi repleto de alegria, pois muitos que não tinham
conseguido estar presentes em reuniões antes puderam tomar parte
nela. Por trás do sucesso da atividade estavam os esforços dos líderes
de distrito e de outros que prestaram apoio. Mantendo estreita
comunicação entre si e seguindo rigorosamente os protocolos de
prevenção ao contágio [pelo coronavírus], eles foram ao encontro de
cada membro, visitando a casa dele e oferecendo incentivos.
No capítulo “Educação Humanística”, constatamos que uma das
diretrizes de atividades para 1977 consistia em fortalecer os blocos da
organização (equivalentes aos atuais distritos). Com esse intuito,
Shin’ichi concentra-se nessa unidade da linha de frente da organização
e encoraja os líderes desse nível. “O mais importante é a união entre
esses líderes” [p. 171], expressa ele, salientando que os líderes devem
se empenhar juntos e estimula cada membro. Acrescenta também:

Quero que sejam os meus representantes, conversem com


eles, ouçam seus problemas, unam as forças deles, inspire-os e
incentive-os calorosamente. Pensem no que eu faria, como
presidente da Soka Gakkai, como os encorajaria, e, então,
esforcem-se para me superar nesse sentido [p. 172]

Shin’ichi reitera várias vezes a importância do incentivo. Quando


falamos em fortalecer cada distrito, o que realmente importa é
encorajar cada membro sem exceção, pois “O coração humano é o que
move tudo” [p. 173].
O presidente Ikeda conclui seu editorial para a edição do
Daibyakurenge de outubro de 2020 com este breve poema:

Incentivo, a luz preciosa


iluminando um cantinho
do mundo,
assegurará que
o espírito dos bodisatvas
da terra
perdure pelo eterno futuro.

“É no distrito que cumpriremos nosso juramento pelo kosen-rufu” — com


esse espírito, dediquemo-nos, cada um de nós, a incentivar os outros,
fazendo nossos distritos resplandecerem como a luz da esperança de
nossas comunidades.

Principais trechos

Não há distinção entre amigos e inimigos no coração de uma mãe


compassiva que ama seus filhos. Esse é o ponto primordial do amor à
humanidade e da paz. (“Ode às Mães”, p. 38)

Compreender algo na teoria não significa necessariamente ser capaz de


realizá-lo de modo efetivo. Durante um desastre ou acidente, muitas
vezes as pessoas sabem o que deveriam fazer, mas não conseguem
agir. Treinamento prático, repetido até que se obtenha o domínio
pleno, prepara melhor a pessoa para agir em momentos críticos.
Treinamento incute o aprendizado no corpo e na vida da pessoa.
(“Proteção Plena”, p. 125)

As reuniões de palestra são o “grande solo” da Soka Gakkai. Quando


esse solo é bem cultivado e nutrido, árvores se desenvolvem, flores
desabrocham e frutos amadurecem. (“Educação Humanística”, p. 165)

A Soka Gakkai é o local para se promover a educação humanística,


ensinando às pessoas como se aprimorar, viver de modo genuinamente
humano e trabalhar pelo bem da sociedade. (“Educação Humanística”,
p. 171)

A luz da sabedoria e convicção rompe as trevas da apatia e resignação


que paira sobre a época. Cada um precisa se tornar um farol que
ilumine sua comunidade com a luz da revitaliza ção e mostrar o melhor
rumo que a sociedade deve seguir. Essa é a missão dos membros da
Soka Gakkai. (“Farol”, p. 302)
Resumo do conteúdo

Ode às Mães
Em agosto de 1976, a canção “Mãe” é concluída. Shin’ichi compartilha
lembranças preciosas de sua mãe.

Proteção Plena
Shin’ichi dedica-se a capacitar membros do Gajokai, Sokahan e
Byakuren (grupos de bastidores). Ele dá início a uma série de preleções
sobre os escritos de Nichiren, começando com O Verdadeiro Aspectos
de Todos os Fenômenos.

Educação Humanística
Shin’ichi participa de várias reuniões de líderes da Soka Gakkai de
localidade. O departamento educacional promove diversos encontros,
entre os quais uma grande convenção na qual os professores
compartilharam experiências em primeira mão.

Farol
Em vigorosos gongyokais, Shin’ichi oferece orientações para grupos de
executivos, moradores de conjuntos habitacionais e comunidades
agrícolas e pesqueiras.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de


28 de outubro de 2020.
Volume 25
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 25
Os próximos dez anos
Brasil Seikyo, Edição 2572, 17/07/2021, pág. 14-15 / Aprender com a
Nova Revolução Humana

HIROMASA IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI

No dia 18 de novembro deste ano [2020] em que festejamos o 90º


aniversário de fundação, assinalamos o início da década para a
construção de uma nova Soka Gakkai repleta de vigor juvenil, rumo ao
nosso centenário em 2030.
O tema designado pela Soka Gakkai para 2021, o primeiro desse
importantíssimo período de dez anos, foi “Ano da Esperança e da
Vitória”. Nesse significativo ano, não celebraremos apenas os 55 anos
da instituição da Divisão Sênior (DS) em 5 de março e os setenta anos
de fundação da Divisão Feminina (DF) em 10 de junho, mas também o
70º aniversário da Divisão Masculina de Jovens (DMJ) e da Divisão
Feminina de Jovens (DFJ), em 11 e 19 de julho, respectivamente. E
ainda vamos comemorar os 65 da Campanha de Osaka e da Campanha
de Yamaguchi, marcos dourados da nossa história, por meio das das
quais o presidente Ikeda abriu amplamente o caminho para a expansão
do kosen-rufu.
Discorrendo sobre a relevância dessas datas comemorativas no capítulo
“Fortaleza de Pessoas Capazes”, do volume 25, da Nova Revolução
Humana, Shin’ichi Yamamoto afirma:

O propósito das datas comemorativas na Soka Gakkai é


ratificar nosso compromisso em relação ao kosen-rufu e firmar
um juramento conjunto de dar uma nova partida. (...) Nossa
história e nossas datas comemorativas só têm significado se as
convertermos em fontes de pujança no presente [p. 276].
Construímos nosso movimento pelo kosen-rufu no ritmo do empenho
para progredir e alcançar nossos objetivos rumo a 3 de maio, Dia da
Soka Gakkai, e a 18 de novembro, Dia da Fundação da Soka Gakkai, a
cada ano. O intuito de celebrar datas comemorativas como essas não
consiste simplesmente em refletir sobre a nossa história. Como
assinalam uma nova partida rumo ao futuro, o importante é utilizá-las
para gerar impulso — firmar um juramento e iniciar um novo desafio
em nossa vida.
O volume 25 descreve em detalhes as viagens de Shin’ichi para
incentivar os membros nas províncias de Fukushima, Yamaguchi,
Fukuoka, Saga e Kumamoto, em 1977, com a determinação de
estabelecer “a base da fé firme e duradoura no coração de cada
membro” [p. 91]. Na época, o movimento pelo kosen-rufu entrava
numa nova fase com a inauguração de novos centros da Soka Gakkai
em várias províncias e bairros do Japão, e as visitas de Shin’ichi a
esses locais se tornaram um momento significativo na relação de
mestre e discípulo para os membros que viviam nessas áreas.
Aprender sobre o espírito de mestre e discípulo que se encontra
incrustado nessas significativas datas e ocasiões e traduzi-lo em ação
converte-se na força propulsora para criarmos um magnífico drama que
perdurará pela posteridade.
A Divisão dos Jovens (DJ) do Japão [e do Brasil também] lançou uma
nova campanha: “Geração da Nova Revolução Humana” [alicerçada em
aprender sobre o espírito do mestre por meio do estudo do romance].
Essa atividade se estenderá de 18 de novembro de 2020 a 18 de
novembro de 2023.
Visando o centenário da Soka Gakkai, incorporemos em nosso ser o
coração do mestre que permeia a Nova Revolução Humana e criemos a
“história mais maravilhosa”1 que, com certeza, inspirará gerações no
futuro.
A radiância da vida
Em julho de 2011, anunciou-se na 50ª Reunião Nacional de Líderes da
Soka Gakkai que a serialização de “Luz da Felicidade”, primeiro capítulo
do volume 25 da Nova Revolução Humana, começaria em setembro
daquele ano, seis meses após o terremoto seguido de tsunami que
assolou Tohoku no dia 11 de março. Na mensagem enviada para a
reunião, o presidente Ikeda manifestou a intenção de dedicar o capítulo
aos membros de Tohoku, que se encontravam em meio à reconstrução
de sua vida e comunidade:

Junto de todos os meus vitoriosos companheiros de Tohoku,


quero proclamar uma vez mais ao mundo, e em prol da
posteridade, que nossa determinação de jamais sermos
vencidos irradia a grandiosa luz da felicidade — uma luz que
infalivelmente se propagará ampla e longinquamente com um
brilho cada vez maior!

O capítulo “Luz da Felicidade” inicia-se com os versos:

Chegou a primavera!
Chegou a primavera
do renascimento! [p. 9]

Prosseguindo, narra de forma minuciosa a visita de Shin’ichi à província


de Fukushima, em Tohoku, no dia 11 de março de 1977. No dia
seguinte, 12 de março, numa reunião de líderes representantes no
recém-inaugurado Centro Cultural de Fukushima, ele afirma aos
presentes:

Como membros e defensores da Soka Gakkai, devemos ter


abundante convicção em nossa fé, transbordante energia vital e
possuir a ardente disposição de enfrentar quaisquer desafios da
vida que possam surgir em nosso caminho. Em outras palavras,
é essencial nos nutrirmos de energia e ter uma vida realmente
resplandecente. Uma vida que emana brilho ilumina a
escuridão. Essa é a luz da felicidade. [p. 75]

Imagino a imensa esperança e força que essas palavras de


encorajamento transmitiram aos leitores de Tohoku, cuja vida foi
devastada pelo terremoto e pelo tsunami.
O próximo ano marcará dez anos desde o desastre e a publicação do
capítulo “Luz da Felicidade” no Seikyo Shimbun. Nele, Shin’ichi também
frisa que tomar parte nas atividades da Soka Gakkai nos permite
lapidar nossa vida:

A prática budista nos dias de hoje está incorporada nas


atividades da organização. As atividades da Soka Gakkai
iluminam o caminho da felicidade absoluta, transformando a
vida das pessoas, edificando uma sociedade próspera e
estabelecendo a paz mundial. [p. 70]

Com relação à nossa missão, ele também declara que nossa fé e


prática budistas é que possibilitam “que nos levantemos resolutamente
e continuemos perseverando por mais que o sofrimento nos assole” [p.
86], e é isso que significa viver como bodisatvas da terra e genuínos
membros da Soka Gakkai.
Agora, mais que nunca, no momento em que o mundo se engalfinha
com os desafios impostos pela pandemia do coronavírus, acatemos com
seriedade a orientação contida nesse capítulo. Com o orgulho de
sermos membros da Soka Gakkai, sigamos em frente e incentivemos os
outros, iluminando o mundo com a luz da felicidade.

Diretrizes para promover o desenvolvimento dos jovens


Como explana o volume 25, kosen-rufu não é um ponto especial a ser
alcançado; é o próprio fluxo. Elucidando mais a fundo a questão,
Shin’ichi aponta:

A próxima onda do kosen-rufu só poderá ser gerada pelos


jovens. E sucessivas gerações devem ampliar o tamanho
dessas ondas e expandir o kosen-rufu. Esse esforço contínuo é
o que concebemos como kosen-rufu. [p. 85]
Esse volume é repleto de importantes diretrizes sobre o papel e a
missão dos jovens no tocante ao kosen-rufu, bem como os fatores
fundamentais para desenvolver os jovens.
Os membros da Divisão dos Jovens são preciosos sucessores da Soka
Gakkai. São, todos, “valores humanos” capazes incumbidos da missão
de fazer nosso movimento crescer e prosperar como nunca. No capítulo
“Luz da Felicidade”, durante um diálogo informal com alguns líderes,
Shin’ichi confidencia que realmente gostaria que os jovens adquirissem
a força e capacidade de apresentar esta prática para os outros e
propagar este budismo. A menos que os jovens sejam estimulados a se
desenvolver e se tornar grandes campeões da propagação, observa ele,
não haverá futuro para a Gakkai.
Por meio dos relatos das atividades de propagação, como a campanha
dos “10 por grupo”, do Distrito Bunkyo, ou a Campanha de Yamaguchi,
verificamos que o segredo para romper nossas aparentes limitações
para expandir a organização não é nada mais nada menos que a luta
conjunta de mestre e discípulo.
No capítulo “Brisa Suave” consta: “Oferecer encorajamentos e
compartilhar o budismo dependem de se conectar com a outra pessoa
no âmbito mais profundo” [p. 217].
Esse é o espírito fundamental de todas as nossas atividades budistas.
A despeito da época, a existência da Soka Gakkai sempre dependerá da
comunicação de coração a coração, do modo como uma vida inspira
outra.
“A única forma de fazer o kosen-rufu progredir é ter a disposição de ir a
qualquer lugar pelo bem das pessoas, compartilhar o budismo com elas
e incentivá-las de todo o coração” [p. 37].
O volume 25 também esclarece três pontos importantes para os
membros da Divisão dos Jovens cumprirem sua missão como
sucessores:

1. Acumular experiências para aprofundar a convicção na fé.


2. Empenhar-se no estudo do budismo para compreender como
viver bem com base nos princípios budistas.

3. Fortalecer os laços de mestre e discípulo, estreitando a


amizade e a solidariedade com os companheiros da
organização.

O capítulo “Luta Conjunta” contém o seguinte trecho: “As atividades em


prol do kosen-rufu devem se basear na compreensão de que a época
muda, e que os métodos práticos efetivos precisam ser projetados para
atender à necessidade dos tempos” [p. 95].
Em consonância com essa orientação, e tomando todas as precauções
necessárias, a Divisão Masculina de Jovens do Japão está realizando
reuniões especiais para compartilhar experiências na fé e transmitir
coragem às pessoas à sua volta. Ao mesmo tempo em que se dedicam
a se encorajar mutuamente como irmãs Kayo, as integrantes da
Divisão Feminina de Jovens do Japão também estão lançando uma
nova campanha de diálogo individual (de dezembro de 2020 a janeiro
de 2021) para conceder esperança a todos ao seu redor. Recorrendo a
sua sabedoria e criatividade, essas iniciativas concebidas pela Divisão
dos Jovens constituem, de fato, uma eficaz e prática resposta à época.
Saudando o 90º aniversário de fundação da Soka Gakkai em 18 de
novembro deste ano (2020), o presidente Ikeda compôs o seguinte
poema:

Jovens leões, transbordantes


da alegria
de bodisatvas da terra
do tempo sem início,
vencem e seguem adiante
de forma pujante,
transformando o grande mal
em grande bem.
Louvando e estimulando os sinceros esforços dos nossos preciosos
“jovens leões”, “avancemos em sólida união como discípulos do
presidente Ikeda e abramos triunfalmente o caminho para
emocionantes histórias de esperança e de vitória.

Principais trechos
Aqueles que pensam unicamente em sua própria felicidade tornam-se
ansiosos e fracos, ao passo que aqueles que decidem viver em prol do
kosen-rufu e cultivam uma fé profundamente arraigada desenvolvem
um espírito amplo e resiliente. (“Luz da Felicidade”, p. 73)

Além disso, o rumo de nossa vida é influenciado por nossa boa sorte.
Para acumular boa sorte, é importante ter gratidão. (“Luz da
Felicidade”, p. 80)

Quanto mais caminhamos, mais caminhos são criados. Quanto mais


falamos, mais sementes de esperança plantamos. Não devemos nos
deixar impedir pelas dificuldades. Todos os nossos incansáveis esforços
se tornarão resplandecentes joias de boa sorte. (“Luta Conjunta”, p. 89)

A magnitude das realizações de um veterano pode ser mensurada pelo


reflexo delas nos mais novos. Quando os veteranos reclamam da
imaturidade ou incompetência dos mais novos, na verdade só estão
demonstrando sua própria falta de capacidade e responsabilidade.
(“Luta Conjunta”, p. 131)

O kosen-rufu inicia-se exatamente com esse esforço de despertar e


promover o desenvolvimento das pessoas, encorajando-as uma após a
outra. (“Brisa Suave”, p. 247)

Superar os esforços do mestre é a marca de um verdadeiro discípulo. A


chave para a perpetuação eterna da Lei é promover o avanço do kosen-
rufu ainda mais amplamente do que o seu mestre o fez durante a sua
liderança. (“Fortaleza de Pessoas Capazes”, p. 273)
Resumo do conteúdo

Luz da Felicidade
No dia 11 de março de 1977, Shin’ichi participa de um encontro
comemorativo da inauguração do Centro Cultural de Fukushima, em
Tohoku.
Luta Conjunta
Com a determinação de lançar uma nova Campanha de Yamaguchi,
Shin’ichi visita novamente a localidade e oferece orientações a
membros pioneiros sobre como desfrutar plenamente os capítulos finais
da vida.
Brisa Suave
Shin’ichi visita Kita-Kyushu e Saga para incentivar os jovens.
Fortaleza de Pessoas Capazes
Shin’ichi realiza diálogos com membros em Kumamoto, Kyushu.

Nota:
1. Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin. São Paulo: Editora
Brasil Seikyo, v. I, p. 522, 2014.

Fonte:
Publicado no Seikyo Shimbun de 25 de novembro de 2020.
Volume 26
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 26
Vença com plenitude
Brasil Seikyo, Edição 2576, 21/08/2021, pág. 14-15 / Aprender com a
Nova Revolução Humana

HIROMASA-IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI

O volume 26, da Nova Revolução Humana, inicia-se com a visita de


Shin’ichi Yamamoto, em setembro de 1977, à Vila Atsuta (atual bairro
de Atsuta, na cidade de Ishikari), em Hokkaido, terra natal do seu
mestre, segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda. Lá, a Soka
Gakkai havia construído o Cemitério Parque Memorial Toda, cujo nome
representava um tributo a ele, e Shin’ichi comparece à cerimônia de
inauguração no dia 2 de outubro.
A ideia de estabelecer um parque memorial originou-se de um
comentário que o presidente Josei Toda fez certa ocasião: “Não seria
maravilhoso se houvesse um lugar onde pudéssemos descansar
tranquilamente com nossos companheiros quando chegasse o nosso
fim?” [p. 23].
Shin’ichi observou que, à luz do princípio da unicidade da vida e da
morte, essas palavras também expressavam a determinação de Toda
sensei de novamente renascer e lutar pelo kosen-rufu ao lado de seus
companheiros. Dessa perspectiva, o parque memorial poderia ser
considerado um símbolo da jornada eterna do kosen-rufu e de mestre e
discípulo. Numa reunião comemorativa, Shin’ichi, que havia gravado no
coração as palavras do seu mestre e se empenhado para torná-las
realidade, declara: “Não seria exagero afirmar que, com isso, a base da
Soka Gakkai foi estabelecida solidamente” [p. 24].
Ao mesmo tempo em que a organização estava assentando firmemente
os alicerces do kosen-rufu, um grupo de reverendos da Nichiren Shoshu
tramava abrir uma fenda na relação de vida entre Shin’ichi e os
membros. Em 1977, houve vários indícios que antecederam ao episódio
que ficaria conhecido como a primeira problemática do clero.
Quando a Soka Gakkai lançou a segunda fase do kosen-rufu no outono
de 1972, começou a construir as próprias sedes regionais, ao passo que
antes priorizava a construção e doação de templos em apoio ao clero
da Nichiren Shoshu. Foi mais ou menos nessa época que a organização
implementou também um novo e ambicioso movimento de estudo para
promover ainda mais o Budismo Nichiren ao redor do mundo.
Um grupo de reverendos da Nichiren Shoshu interpretou erroneamente
esses sinceros empreendimentos. Encarando-os como uma tentativa de
se tornar independente do clero, começaram a criticar de forma
implacável a Soka Gakkai em vários eventos do templo por volta de
1977. Apesar disso, Shin’ichi deu o máximo de si para se reconciliar
com eles com base em seu sincero desejo de manter a relação
harmoniosa entre o clero e o laicado.
É diante desse cenário que Shin’ichi se dirige aos participantes da
cerimônia de inauguração do Cemitério Parque Memorial Toda, dizendo-
lhes: “Meus amigos, aconteça o que acontecer, não fiquem surpresos
nem amedrontados. Serei seu teto e seu quebra-mar nas tempestades
mais ferozes” [p. 47].
Pulsava intensamente dentro dele a determinação inabalável de
proteger os companheiros não importando que obstáculos pudessem
surgir.
Com Shin’ichi se aproximando do seu aniversário de 50 anos [em 2 de
janeiro de 1978], os capítulos “Estandarte da Lei” e “Líderes Audazes”,
do volume 26, também contêm descrições de suas reflexões sobre o
significado desse marco na vida de uma pessoa. Nichiren Daishonin
estava com 50 anos1 quando sofreu a Perseguição de Tatsunokuchi e
foi exilado na Ilha de Sado.

Ao trazer à lembrança a condição de vida audaz de Nichiren


Daishonin, Shin’ichi firmou um profundo e solene juramento.
Agora, aos 50 anos, com o início do novo sistema de distritos
da Soka Gakkai naquela segunda fase do kosen-rufu, assumiria
o desafio de “abandonar o transitório e revelar o verdadeiro”
em sua própria vida, bem como na Soka Gakkai, num nível
inédito e profundo. [p. 182-183]

O capítulo “Líderes Audazes” esclarece que, para nós, o desafio de


“abandonar o transitório e revelar a verdadeiro” refere-se a fazer do
kosen-rufu — a concretização da felicidade para todas as pessoas —
nosso supremo propósito e missão na vida e realizar essa prática
corajosa na vida diária, conscientes da nossa identidade como
bodisatvas da terra.

Ações básicas imprescindíveis aos líderes


Na Reunião Nacional de Líderes de Ano-Novo de 1978, anunciou-se a
implementação do novo sistema de distrito para a segunda fase do
kosen-rufu [p. 95]. Isso assinalou uma revigorada partida para a
organização, com a conversão dos blocos ampliados em distritos e os
líderes das quatro divisões da antiga estrutura assumindo como líderes
de distrito. Levando em conta esse novo sistema e a natureza
crescentemente multidimensional das atividades da Soka Gakkai,
Shin’ichi salienta ser ainda mais importante para as pessoas em
posição de liderança “permanecerem fiéis aos fundamentos básicos”.
Ele oferece três diretrizes referentes às ações básicas imprescindíveis
aos líderes.
A primeira consiste em priorizar orientações individuais.
Calculo que, agora, se ofereçam quatro vezes mais orientações nas
reuniões do que orientações individuais. Entretanto, se estabelecerem o
objetivo de inverter essa proporção, poderão desenvolver um número
muito maior de pessoas capacitadas e construirão uma organização
mais forte. E acima de tudo, vocês próprios poderão crescer como
líderes. [p. 184]
A segunda, em fazer o “espírito de shakubuku” — desejo de
compartilhar o budismo com os outros —arder intensamente em toda a
organização. Shin’ichi ansiava que os líderes de distrito das quatro
divisões assumissem a liderança das atividades em completa
consonância com o espírito dele.
A terceira, em considerar o distrito a “sede da Gakkai” na comunidade
e promover e estabelecer os ensinamentos do budismo em sua
localidade com esse senso de consciência.

Na opinião de Shin’ichi, o distrito detinha a mesma responsabilidade e


missão que a sede.
Em janeiro [2021], demos a partida do ano com a realização da
Primeira Reunião Nacional de Líderes e do Primeiro Encontro de Líderes
da Divisão dos Jovens da década que antecede nosso centenário em
2030. Devido à pandemia da Covid-19, as maneiras pelas quais nos
reuníamos e incentivávamos nossos companheiros se diversificaram,
contribuindo para a aceleração de uma nova onda do kosen-rufu
mundial. Embora nosso movimento sempre necessite se adaptar às
mudanças da época, o espírito fundamental das atividades não deve se
alterar. Agora, neste período crítico, é mais vital ainda que busquemos
estudar e abraçar o espírito da Soka Gakkai por meio da Nova
Revolução Humana e participar diligentemente das atividades.
Assim como o volume 26 reitera, “Para revitalizar a organização e
promover o kosen-rufu em nossa comunidade, é essencial haver uma
mudança de postura” [p. 105], a atitude subjacente ou a determinação
resoluta que atuam como força propulsora do nosso avanço. Pôr em
prática as diretrizes estabelecidas pelo Mestre, nosso empenho
contínuo nesse processo é o que nos permite construir uma sólida base
para abrir uma nova era do kosen-rufu.

Fatores essenciais para os anos conclusivos


Um dos principais temas desse volume é como coroar os anos
conclusivos da vida com plenitude e realização. No capítulo “Atsuta”,
Shin’ichi frisa que “Como a vida é eterna, a velhice não é simplesmente
um período para ficar aguardando o fim. É uma etapa para darmos os
retoques finais nesta vida e nos prepararmos para a próxima” [p. 66].
Ele expõe que as condições essenciais para isso, tanto no âmbito de
nossa vida pessoal como que se refere a assegurar as bases do kosen-
rufu, são:
“Primeira: Façam da própria revolução humana a base de suas
atividades”. Aprimorar a vida e fazer sua personalidade brilhar
é a maior prova real deste budismo. “Segunda: Valorizem a
comunidade, estabeleçam fortes vínculos de confiança com os
vizinhos e empreendam esforços contínuos para estreitar laços
de amizade”. Expandir nosso grupo de amigos e conquistar a
confiança de muitos outros significa ampliar a rede de pessoas
que possuem uma ligação com o Budismo Nichiren. “Terceira:
Transmitam a fé aos familiares”. O fluxo eterno do kosen-rufu e
a felicidade e prosperidade duradouras de sua família no futuro
dependem da transmissão de sua fé aos filhos e netos,
sobrinhos e sobrinhas etc. Gostaria de salientar que, se
seguirem essas diretrizes, conseguirão estabelecer alicerces
sólidos para o kosen-rufu em Hokkaido. [p. 82]

No capítulo “Avanço Intrépido”, por meio do relato da campanha de


orientações de verão de Shin’ichi em 1957, observamos também que
ele se devotou de corpo e alma para apoiar o empreendimento
conclusivo da vida do seu mestre: alcançar 750 mil famílias associadas
à Soka Gakkai. Naquele ano, finalmente se tornou possível avistar no
horizonte a conquista desse objetivo. Determinado a garantir a vitória
do seu mestre, em agosto, Shin’ichi, que era responsável pelo bairro de
Arakawa, em Tóquio, passou a incentivar os membros e abriu caminho
para o aumento de 10% no número de membros — mais de duzentas
novas famílias — numa única semana.
Ele descreve sua motivação, na época, da seguinte maneira:

A batalha conclusiva da vida do mestre consiste em assegurar


que os discípulos estejam obtendo grandiosas vitórias. Como
discípulos, portanto, é importante que evidenciemos provas
reais para que possamos declarar com orgulho ao mestre: “Eu
venci!”. Isso é unicidade de mestre e discípulo. Por ter tomado
tal decisão, pude dar vazão à minha força total, e assim,
consegui manifestar coragem e sabedoria. [p. 290-291]

A genuína união entre mestre e discípulo não poderá se consolidar se o


discípulo adotar uma postura passiva.
“Em outras palavras, depende do fato de o discípulo estudar
profundamente e assimilar as orientações do mestre, alcançando
vitórias em prol da felicidade de outras pessoas e do desenvolvimento
do kosen-rufu” [p. 304].
Gravando esse espírito em nosso coração, empenhemo-nos para
alcançar a vitória na vida.

Principais trechos

Quando nosso espírito se esfacela, as sementes da esperança se


estragam e não conseguem germinar. A esperança nasce no solo de
um espírito forte e engenhoso; não se encontra fora de nós. (“Atsuta”,
p. 10)

Humanismo não consiste num modo de vida especial; é simples ato de


ter empatia pelas pessoas — estender a mão e encorajar aqueles que
estão se empenhando arduamente ou sofrendo e compartilhar da
alegria daqueles que estão felizes. (“Estandarte da Lei”, p. 141)

Como seguidores do Budismo Nichiren, nossa prática começa e termina


com a recitação sincera ao Gohonzon. Sem recitar Nam-myoho-renge-
kyo, não pode haver vitória real em nossos esforços. (“Líderes
Audazes”, p. 186)

A continuidade é importante na fé, mas não quer dizer se contentar


simplesmente em fazer o mesmo que ontem. Isso é apenas força do
hábito. O significado real de continuidade na fé consiste em instigar a si
próprio a assumir desafios dia após dia, com renovada determinação,
conforme o espírito do poema de Whitman. Gostaria que se
lembrassem de que a chave da revolução humana e da vitória na vida
reside em fazer de cada dia um novo início e uma nova vitória.
(“Avanço Intrépido”, p. 310-311)
Resumo do conteúdo

Atsuta
Em outubro de 1977, é inaugurado em Hokkaido o primeiro cemitério
parque memorial da Soka Gakkai.

Estandarte da Lei
Em janeiro de 1978, anuncia-se uma nova estrutura de distrito para a
segunda fase do movimento pelo kosen-rufu.

Líderes Audazes
No dia 19 de janeiro, Shin’ichi visita o Centro de Treinamento de
Shikoku. No dia 25, participa de reunião comemorativa de líderes em
Nara.
Avanço Intrépido
No dia 27 de janeiro, Shin’ichi participa da reunião inaugural do Distrito
Honan, em Suginami, Tóquio. No dia 18, comparece à Reunião Nacional
de Líderes da Soka Gakkai no Centro Cultural de Tachikawa, e, no dia
seguinte, incentiva membros da Divisão Masculina de Jovens da região
de Shin’etsu.

Nota:
1. No método de contagem tradicional japonês, considera-se que a
pessoa tenha 1 ano no dia de seu nascimento.

Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de


24 de fevereiro de 2021.
Volume 27
Aprender com a Nova Revolução Humana | volume 27
Novos passos, novas esperanças
Brasil Seikyo, Edição 2580, 18/09/2021, pág. 14-15 / Aprender com a
Nova Revolução Humana

HIROMASA IKEDA
VICE-PRESIDENTE DA SGI

O capítulo “Justiça”, do volume 27, da Nova Revolução Humana, foi


serializado no Seikyo Shimbun de janeiro a março de 2014, pouco após
a conclusão do Auditório do Grande Juramento pelo Kosen-rufu, em
novembro de 2013. O tema designado pela SGI para 2014 foi “Ano do
Descortinar da Nova Era do Kosen-rufu Mundial” e esse capítulo
esclarece que, no início dessa fase, seria crucial manter em mente o
seguinte:

Shin’ichi Yamamoto tinha consciência de que somente


mantendo vivo no coração dos membros a devoção abnegada à
propagação da Lei demonstrada por Makiguchi sensei e por
Toda sensei o espírito fundamental da Soka Gakkai seria
transmitido às gerações futuras e a pura correnteza do kosen-
rufu se intensificaria, tornando-se um poderoso rio. Uma
religião em que não há a transmissão de seu espírito
fundamental invariavelmente se torna rígida, ritualista e
autoritária; perde sua alma, entra em declínio e desaparece.
[p. 99]

Nesse capítulo, verificamos que esse nobre espírito foi abraçado pelos
três presidentes fundadores da Soka Gakkai — Tsunesaburo Makiguchi,
Josei Toda e Daisaku Ikeda. Creio que, para a Soka Gakkai dar mais
um grande salto avante como movimento religioso mundial, o mais
importante seja nós herdarmos esse espírito e o pusermos em prática
no cotidiano.
Quando o primeiro presidente Makiguchi se converteu ao Budismo
Nichiren, em 1928, “buscou retornar às origens dos ensinamentos de
Nichiren Daishonin e trilhar o grandioso caminho de um discípulo
genuíno, exatamente de acordo com o espírito do Buda” [p. 102], em
vez de meramente efetuar a prática da Nichiren Shoshu, que havia
resvalado para a formalidade e se tornado ritualista como as demais
escolas budistas de longa data no Japão.
Em meio à Segunda Guerra Mundial, o clero da Nichiren Shoshu,
temendo ser perseguido pelas autoridades militaristas [que se
empenhava em unir o país em torno do xintoísmo estatal para apoiar
os esforços de guerra], concordou em aceitar um talismã xintoísta.
Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda foram terminantemente contrários,
o que, subsequentemente, acarretou a detenção deles e a morte de
Makiguchi na prisão, encerrando sua nobre vida de dedicação abnegada
à propagação da Lei.
Determinado a dar continuidade ao compromisso do seu mestre com o
kosen-rufu, o presidente Josei Toda lançou-se à reconstrução da
organização leiga após ser libertado da prisão [em 3 de julho de 1945].
Apesar de continuar apoiando e protegendo a Nichiren Shoshu, ele
tinha consciência do fato de que uma tendência indesejável de
menosprezar os leigos persistia no clero e posicionou-se resolutamente
contra tais sacerdotes.
Com o mesmo espírito que seu mestre, Shin’ichi Yamamoto também
deu o máximo de si para amparar e assistir à Nichiren Shoshu, por
vezes dizendo o que era necessário para manter as relações
harmoniosas entre o laicado e o clero. Muitos integrantes do clero da
Nichiren Shoshu, porém, ressentiam-se dos conselhos de Shin’ichi
sobre o comportamento apropriado e aceitável dos reverendos, e
persistia uma postura de superioridade predominante por parte deles.
O antagonismo do clero em relação à Soka Gakkai torna-se exacerbado
em virtude da manobra secreta de um advogado, envolvido tanto com
a organização quanto com o clero, chamado Tomomasa Yamawaki, cuja
intenção era controlar a Gakkai às escondidas. Por volta de 1976 em
diante, ele começou a espalhar boatos incendiários entre alguns
reverendos, que, manipulados por esses rumores, passaram a difamar
e a atacar reiteradamente a Soka Gakkai.
Em resposta a essas investidas, Shin’ichi considerou “ser imprescindível
ajudar cada membro da Soka Gakkai a estabelecer uma fé profunda e
inabalável e assimilar o espírito de mestre e discípulo Soka de se
dedicar à missão de realizar o kosen-rufu” [p. 142].
Decidido a não deixar uma única pessoa para trás, canaliza sua energia
para oferecer incentivos, viajando para oito regiões fora de Tóquio
entre janeiro e maio de 1978, com o intuito de se reunir com os
membros. Em junho, visita Hokkaido, a nona região de sua jornada de
orientações naquele ano. Durante a sua permanência de dezesseis dias,
percorre a ilha posando para fotos comemorativas com
aproximadamente 5 mil membros e se encontrando com mais de 20 mil
no total.
Aprender com o espírito descrito no capítulo “Justiça” não é relevante
apenas para nós que praticamos o budismo hoje, neste ensejo em que
assinalamos o 30º aniversário da conquista da independência espiritual
da Nichiren Shoshu [em novembro de 1991]; representa o ponto inicial
e o espírito fundamental da Soka Gakkai para o qual as futuras
gerações sempre devem retornar.

Nossa família Soka de Tohoku


Em maio de 1978, durante uma viagem para visitar a recém-construída
Sede Regional da Paz da Soka Gakkai de Tohoku (posteriormente
denominada Sede Regional da Paz de Aoba), em Tohoku, província de
Miyagi, Shin’ichi externa às pessoas que o acompanhavam seu
sentimento de respeito e de admiração pelos membros da região
nordeste:

A Soka Gakkai de Tohoku ficou realmente forte. Cada vez que


enfrentavam duras provações, como tsunami do Chile ou danos
causados pelo intenso frio, os companheiros da região de
Tohoku sempre superavam as adversidades e aumentavam
ainda mais seu vigor pelo movimento pelo kosen-rufu. Aí se
encontra o porquê da força dos companheiros de Tohoku. (...)
[p. 285]
Shin’ichi observara que os membros de Tohoku lutaram corajosamente
em prol do kosen-rufu desde os primórdios da Soka Gakkai. No capítulo
“Espírito de Procura”, afirma que eles demonstraram a suprema prova
real da fé na forma de “tesouro do coração”, comprovando a verdadeira
força do Budismo Nichiren. Com certeza, isso também vale para os
sólidos esforços diários empreendidos por eles na reconstrução da
comunidade desde o terremoto seguido de tsunami, em março de
2011.
No dia 7 de março deste ano [2021], nossa família Soka de Tohoku
realizou a convenção “Laços de Esperança” celebrando setenta anos
desde o início do kosen-rufu na região, bem como os dez anos de
recuperação para restaurar a luz da felicidade em sua terra natal. O
encontro se deu no Centro Cultural de Tohoku, com transmissão ao
vivo para 147 locais de todas as seis províncias da região, e contou
com a participação de cerca de 10 mil membros. Os laços dourados
eternos que eles estabeleceram, tanto com o mestre quanto entre si,
resplandecem como fonte de esperança para o mundo.
No ensaio “Irradie o Brilho da Revolução Humana: A Luz da Felicidade
do Triunfo Humano”, veiculado na edição do Seikyo Shimbun de 11 de
março de 2021, assinalando exatos dez anos desde a terrível tragédia,
o presidente Ikeda expressa sua enorme esperança e expectativa em
relação aos membros de lá. Ele escreve: “A força subjacente do povo
de Tohoku, tão poderosa diante da adversidade, é a energia propulsora
para a criação de valor que propiciará uma nova era”. Acrescenta
também que, no âmbito de nossos esforços para fazer deste o século
da vida e o século da revolução humana, “A nossa amada família Soka
de Tohoku desempenhará papel vital na consolidação dos alicerces do
nosso movimento”. Com esse incentivo no coração, nossos
companheiros de Tohoku deram uma nova e vigorosa partida [leia no
Brasil Seikyo, ed. 2.559, 10 abr. 2021].
No capítulo “Espírito de Procura”, também há um episódio em que
Shin’ichi encoraja os líderes das seis províncias conclamando-os a
visualizar dali a dez anos e a escalar com ele as montanhas do kosen-
rufu. “A partir de uma nova caminhada nasce uma nova esperança” [p.
307], observa.
Estou certo de que os esforços monumentais realizados por nossos
companheiros de Tohoku para devolver a luz da felicidade à região
continuarão brilhando cada vez mais intensamente na década vindoura
conforme avançamos rumo ao centenário da Soka Gakkai, em 2030.

Uma nova era para a educação Soka


A Escola Soka de Ensino Fundamental [de Tóquio] foi inaugurada em
abril de 1978. No capítulo “Novos Brotos”, Shin’ichi declara que, com a
fundação da escola, “Estamos agora penetrando na segunda etapa de
desenvolvimento desse processo” [p. 25] da educação Soka. Em meio à
sua atarefada agenda, reserva tempo para visitar a escola como
fundador dela, para incentivar alunos e funcionários. Seu sentimento
em relação aos alunos e graduados Soka traduz-se nessas palavras:

Shin’ichi também se considerava ligado, como um só corpo, à


Escola Soka de Ensino Fundamental 1 de Tóquio e às outras
escolas que compunham o sistema escolar Soka. O aumento do
número de alunos Soka matriculados atualmente e as
atividades dos graduados na sociedade lhe proporcionavam
verdadeira razão de viver. [p. 77]

Na primeira cerimônia de formatura da Escola Soka de Ensino


Fundamental 1 de Tóquio, ocorrida em março de 1982, ele encoraja os
estudantes: “Enquanto viverem, nunca se esqueçam da palavra ‘paz’.
Sempre ponderando sobre o que poderão fazer em benefício da paz,
dediquem-se ao máximo para desenvolver suas aptidões. Este é o meu
desejo” [p. 84-85].
Em 16 de março deste ano, a escola realizou a sua 40ª cerimônia de
formatura. Na mensagem aos formandos, o presidente Ikeda declara
ardentemente que, como fundador, considera a sua vida e a dos
estudantes “unas e inseparáveis por toda a eternidade”. Sua constante
atenção a todos os que estudaram nas instituições Soka permanece
inalterada.
Este ano celebramos o 50º aniversário da Universidade no dia 2 de abril
e o 20º aniversário da Universidade Soka da América (SUA), em Aliso
Viejo, no dia 3 de maio. Também houve recentemente o anúncio de
que a Escola Soka Internacional da Malásia deverá ser inaugurada em
2023. Avista-se no horizonte o dia em que graduados dessa instituição
prosseguirão seus estudos na Universidade Soka ou na Universidade
Soka da América. Trata-se, de fato, do “início de uma era na qual a
educação Soka demonstrará seu verdadeiro valor”.

Principais trechos

O objetivo da educação não é apenas transmitir conhecimento, mas


ajudar os estudantes a obter meios de pensar por si mesmos e a pôr
em prática, de maneira positiva, o conhecimento adquirido. (“Novos
Brotos”, p. 30)

Reconhecendo a dívida de gratidão que temos com os outros,


aprendemos a ter humanidade. Saldar essa dívida de gratidão constitui
o ponto inicial de uma vida realmente honrada. (“Novos Brotos”, p. 40)

Aqueles que abraçam e compartilham a Lei Mística com os outros são


pessoas de ação que se empenham de acordo com os ensinamentos de
Nichiren Daishonin. Elas demonstram provas reais, erguendo alto a
bandeira do kosen-rufu. (“Justiça”, p. 92)

A verdadeira natureza dos que abandonam a fé é de covardia e


passividade. (“Justiça”, p. 175)

Afastar-se da Soka Gakkai ou abandonar a fé com medo de que


ocorram esses tipos de situações é justamente a ação dessa maldade.
Em conclusão, é a covardia. (“Batalha Feroz”, p. 234)

De uma perspectiva de longo prazo, seria um erro pensar que a


prosperidade atual permanecerá imutável no decorrer do século 21. Em
minha opinião, estamos destinados a enfrentar um período de sérias
mudanças, em que seremos forçados a reconsiderar a própria natureza
da nossa sociedade e da civilização. A única maneira de garantir um
futuro auspicioso é nos dedicar árdua e assiduamente à formação de
pessoas com uma filosofia profunda e uma visão ampla, que possam
contribuir para a humanidade e para a paz mundial. (“Novos Brotos”, p.
47-48)

Resumo do conteúdo

Novos Brotos
No dia 9 de abril de 1978, a Escola Soka de Ensino Fundamental 1
realiza sua primeira cerimônia de ingresso. A Escola Soka de Ensino
Fundamental 1 de Kansai é fundada em abril de 1982.

Justiça
Embora a Soka Gakkai se empenhe na prática correta do Budismo
Nichiren, alguns reverendos da Nichiren Shoshu desferem ataques
contra a organização. Num festival de corais realizado em várias partes
do país, os membros dão voz à verdade e à justiça Soka.

Batalha Feroz
Em maio de 1978, Shin’ichi viaja extensivamente para incentivar os
membros de Tóquio, Kagoshima, Fukuoka, Yamaguchi e Hiroshima.

Espírito de Procura
Shin’ichi visita Tohoku e Hokkaido para cultivar “valores humanos”.
Traduzido do Seikyo Shimbun, jornal diário da Soka Gakkai, edição de
24 de março de 2021.

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