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CURSO DE PLANEJAMENTO PATRIMONIAL

MÓDULO 5

FERRAMENTAS ESTRUTURAIS
Fabiano Souza de Almeida
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Sumário

SEGUROS........................................................................................................................................2

CARTEIRAS ADMINISTRADAS ........................................................................................................6

CLUBES DE INVESTIMENTOS .........................................................................................................9

FUNDOS EXCLUSIVOS ................................................................................................................. 11

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FUNDOS DE PREVIDÊNCIA (PGBL E VGBL) ................................................................................. 15

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HOLDINGS ................................................................................................................................... 18

PLANEJAMENTO PATRIMONIAL INTERNACIONAL (PPI) ............................................................ 24

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SEGUROS
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RESUMO O seguro é uma ferramenta financeira que tem


como obje vo oferecer proteção contra riscos
diversos, sejam eles relacionados à saúde, vida,
patrimônio ou responsabilidades civis. Em termos
de planejamento patrimonial, a contratação de
seguros pode proporcionar bene cios
significa vos, incluindo a proteção de a vos,
vantagens sucessórias e potenciais bene cios
tributários.
CONSIDERAÇÕES
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O seguro de vida no planejamento sucessório é uma ferramenta estratégica que serve para garan r a
transmissão de valores financeiros aos beneficiários sem que estes tenham que enfrentar as tradicionais
burocracias e tributações envolvidas na transferência de bens após a morte de alguém. Abaixo, faremos

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uma análise detalhada de como o seguro de vida pode ser usado nesse contexto, com base nos pontos
mencionados no texto fornecido:

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O seguro de vida é um contrato pelo qual uma seguradora garante ao segurado, ou seus beneficiários, uma
determinada quan a em dinheiro (indenização) em caso de morte do segurado ou, em alguns casos, caso
ele sofra algum po de acidente pessoal que esteja coberto pela apólice.

BENEFÍCIOS DO SEGURO DE VIDA NO PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO


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Liberdade de escolha do valor segurado: O segurado tem a liberdade de determinar o valor pelo qual ele
quer ser segurado, sem limitações estabelecidas.

Possibilidade de múl plos seguros: Um indivíduo pode ter mais de um seguro de vida, seja na mesma
seguradora ou em diferentes, mul plicando assim os bene cios para seus beneficiários.

Proteção contra dívidas: Os valores oriundos do seguro de vida não podem ser u lizados para pagamento
de dívidas do falecido, protegendo assim o montante des nado aos beneficiários.

Proteção de A vos: Um dos principais bene cios de possuir uma apólice de seguro é a proteção contra
perdas inesperadas. Seja um imóvel, veículo, objeto de valor ou até mesmo a capacidade de gerar renda, os
seguros garantem que, na ocorrência de um evento coberto, o segurado seja compensado financeiramente,
minimizando impactos nega vos no patrimônio.

Agilidade na transferência: Como o valor do seguro não faz parte do espólio do falecido, não é necessário
realizar inventário ou par lha, o que acelera muito o processo de transferência dos valores aos beneficiários.

Planejamento Sucessório: Seguros de vida, em par cular, têm relevância no planejamento sucessório. A
indenização do seguro de vida não é considerada herança, portanto, não entra no inventário e é paga

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diretamente aos beneficiários, de forma ágil e sem a incidência do Imposto sobre Transmissão Causa Mor s
e Doação (ITCMD), que incide sobre heranças. Podendo ser pago a qualquer pessoa, herdeiro ou não.

Bene cios Tributários: Dependendo da modalidade, o seguro pode oferecer vantagens fiscais. Por exemplo,
no Brasil, os seguros de vida têm natureza indenizatória e, por isso, são isentos de imposto de renda e os
planos de previdência privada do po VGBL são tratados como seguros de vida para fins fiscais, assim sendo,
os valores aplicados não entram na base de cálculo do Imposto de Renda, embora os rendimentos sejam
tributados no momento do resgate. Os planos de previdência privada do po PGBL já não contam com essa
vantagem, sendo obrigatória a sua inclusão no monte a ser par lhado.

Flexibilidade na Designação de Beneficiários: Ao contrário de outros a vos, que são transferidos aos
herdeiros legais na ausência de testamento, o segurado tem flexibilidade para designar quem desejar como
beneficiário de sua apólice, independentemente de vínculo familiar.

Alteração de beneficiários: O segurado tem a flexibilidade de mudar os beneficiários do seguro sempre que
desejar.

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Diversificação de Inves mentos: Alguns seguros, como os de vida com componente de inves mento,
permitem que o tular diversifique seus inves mentos, optando por diferentes modalidades de fundos, de
acordo com seu perfil de risco, inclusive receber os valores em vida.

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Proteção contra Credores: Em algumas jurisdições, o valor de apólices de seguro de vida é protegido contra
credores. Isso significa que, em casos de endividamento ou falência, o valor da apólice não pode ser
acessado para pagar dívidas, garan ndo proteção adicional ao patrimônio.

Seguro Empresarial: O seguro de titularidade de empresas é uma ferramenta de planejamento patrimonial


que visa proteger os ativos de uma empresa contra riscos associados à mudança de propriedade e outros
desafios relacionados à titularidade. Ele pode ser uma solução eficaz para garantir a estabilidade e
continuidade dos negócios, trazendo implicações tributárias e sucessórias que podem ser vantajosas para
a empresa e seus proprietários.

Vantagem da proteção contra riscos: A principal vantagem do seguro de titularidade de empresas é


exatamente essa proteção contra riscos associados a disputas de propriedade, litígios e outras questões
legais que podem surgir. Em muitos casos, esses riscos podem ameaçar a estabilidade operacional da
empresa, levando a consequências financeiras significativas. Com o recebimento do seguro a empresa pode
pagar pelas quotas de sócio falecido, evitando custos no caso de constar do contrato que a sucessão não é
automática. Assim sendo, os sócios sobreviventes terão a segurança de saber que a ausência de um sócio
não irá colocar em risco a continuidade dos negócios.

Planejamento Sucessório Eficiente: O seguro pode ser estruturado de forma a garantir que a transferência
de propriedade da empresa para herdeiros ou outros beneficiários ocorra de maneira suave e eficaz,
minimizando disputas e conflitos familiares que possam surgir. Ao se planejar adequadamente, o seguro
de titularidade de empresas pode resultar em economias tributárias, evitando a dupla tributação ou
minimizando o impacto de impostos sobre transferências de propriedade ou heranças. No caso da morte
de um titular, o seguro pode fornecer liquidez para a empresa, permitindo que obrigações sejam cumpridas
e evitando a venda apressada de ativos. O seguro de titularidade pode ser adaptado às necessidades
específicas da empresa e de seus proprietários, permitindo que os termos sejam ajustados conforme as
circunstâncias.

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SEGURO DE VIDA NAS SOCIEDADES


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A utilização do seguro de vida por sociedades como ferramenta para garantir a continuidade dos negócios
em caso da falta de um sócio é uma prática conhecida como "seguro de homem-chave" ou "buy-sell
agreement" (acordo de compra e venda). A ideia é assegurar que a empresa tenha os recursos necessários
para superar a perda súbita de um sócio ou executivo vital e, também, para solucionar possíveis conflitos
relacionados à entrada de herdeiros na sociedade.

Seguro de Homem-Chave (Key Man Insurance): Esta modalidade de seguro é adquirida pela empresa para
proteger-se contra a perda financeira que poderia ocorrer se um sócio ou executivo-chave (aquele que tem
um impacto significativo nas operações e lucratividade da empresa) morresse ou ficasse incapacitado.
A empresa é a beneficiária da apólice e é ela quem paga os prêmios. Em caso de sinistro, a indenização é
paga à empresa, que pode usar o valor para superar a instabilidade financeira decorrente da perda desse
sócio ou executivo e, por exemplo, contratar um substituto.

Acordo de Compra e Venda (Buy-Sell Agreement) com seguro de vida: Trata-se de um contrato entre os
sócios no qual eles acordam que, no caso da morte de um deles, os sócios remanescentes terão o direito

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(ou a obrigação) de comprar a participação do sócio falecido. Para garantir que os sócios remanescentes
tenham os recursos para comprar essa participação, são adquiridas apólices de seguro de vida, onde cada
sócio é segurado e os beneficiários são os demais sócios ou a própria empresa. Em caso de falecimento de

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um sócio, a indenização do seguro é usada para comprar a participação desse sócio, garantindo a
continuidade dos negócios e evitando que os herdeiros assumam um papel ativo na gestão da empresa, a
menos que isso seja desejado.

Resolução de conflitos relacionados aos herdeiros: O Buy-Sell Agreement pode prever que os herdeiros
do sócio falecido recebam o valor equivalente à participação dele na empresa sem que eles,
necessariamente, se tornem sócios. Isso evita potenciais conflitos entre os herdeiros e os sócios
remanescentes. O acordo pode estabelecer os termos de avaliação da empresa e como será definido o valor
da participação do sócio falecido, proporcionando transparência e evitando litígios.

Vantagens de usar o seguro de vida nestes contextos: Proporciona liquidez quando a empresa mais
precisa, evitando que ativos da empresa sejam vendidos a fim de pagar aos herdeiros do sócio falecido.
Também estabiliza a empresa durante um período potencialmente tumultuado, garantindo que os negócios
continuem sem interrupções significativas e assegura que a empresa não caia nas mãos de terceiros
indesejados ou de herdeiros não preparados para a gestão do negócio.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
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Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002 - Título VI - Do Seguro.


Decreto-Lei nº 73/1966 - Dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros Privados.
Lei Complementar nº 126, de 2007 - Resseguro, retrocessão e sua intermediação.
Resoluções e circulares da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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"O Contrato de Seguro de acordo com o Código Civil" - Ernesto Tzirulnik.


"Seguro: Doutrina e Jurisprudência" - Ayrton Pimentel.
"Manual de Direito do Seguro" - Antonio Penteado Mendonça e Outros.
"Curso de Direito Empresarial - O novo regime jurídico-empresarial brasileiro" - Fábio Ulhoa Coelho.
Sites e publicações da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
"Planejamento Patrimonial: Família, Sucessão e Imposto de Renda" – Martinelli, Dante P.

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CARTEIRAS ADMINISTRADAS
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RESUMO As carteiras administradas de inves mentos são


uma ferramenta financeira que permite a um
inves dor delegar a gestão de seus a vos a um
profissional especializado. Essa modalidade de
inves mento proporciona personalização,
flexibilidade e acesso a uma ampla gama de
a vos, muitas vezes não disponíveis para o
inves dor comum.

CONSIDERAÇÕES
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Personalização e Flexibilidade: Uma das principais vantagens das carteiras administradas é a


personalização. Diferentemente dos fundos de inves mento, onde o gestor segue uma polí ca de

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inves mento predefinida, nas carteiras administradas, a estratégia é moldada de acordo com os obje vos,
perfil e necessidades individuais do inves dor, que pode ser pessoa sica ou pessoa jurídica.

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Diversificação de A vos: Com uma carteira administrada, o inves dor tem acesso a uma variedade mais
ampla de a vos, incluindo aqueles que talvez não es vessem ao seu alcance individualmente. Isso
possibilita uma diversificação mais efe va, potencialmente reduzindo riscos e aumentando retornos.

Gestão Profissional: Delegar a gestão de inves mentos a especialistas permite que o inves dor se beneficie
de conhecimento técnico, análise de mercado e ferramentas que, normalmente, só estariam disponíveis
para grandes ins tuições.

Implicações Tributárias: A tributação de carteiras administradas é a mesma que haveria no caso de o


próprio inves dor estar gerindo seus inves mentos, ou seja, na renda fixa segue a tabela regressiva do
Imposto de Renda para aplicações financeiras, variando conforme o prazo do inves mento e na renda
variável tributa de acordo com o po da operação e do a vo inves do.

Transparência: Uma boa gestora de carteiras administradas oferece relatórios detalhados e frequentes,
proporcionando ao inves dor clareza sobre a composição, desempenho e custos associados a seus
inves mentos.

UTILIZAÇÃO NAS EMPRESAS


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A utilização de uma carteira administrada por uma gestora profissional por parte de uma empresa tem
diversas motivações estratégicas e práticas. Aqui estão algumas das razões pelas quais as empresas optam
por esse caminho:

Expertise e Conhecimento Técnico: Gestoras profissionais contam com especialistas no mercado financeiro
que têm o know-how para analisar, selecionar e gerir ativos financeiros. Eles estão constantemente
estudando o mercado, identificando tendências, riscos e oportunidades, o que pode levar a melhores
retornos e gestão de risco mais eficiente.

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Diversificação: Uma gestora profissional pode construir e manter um portfólio diversificado para a
empresa, espalhando os investimentos em diferentes ativos e classes de ativos, reduzindo assim o risco
global do portfólio.

Foco no Core Business: Ao delegar a gestão da carteira de investimentos a especialistas, a empresa pode
manter seu foco principal em sua atividade-fim, ou seja, no core business, enquanto a gestora cuida da
saúde e crescimento do capital da empresa.

Acesso a Investimentos Exclusivos: Algumas gestoras têm acesso a oportunidades de investimento


exclusivas ou estruturadas que podem não estar facilmente disponíveis para investidores individuais ou
empresas sem o devido relacionamento ou escala.

Eficiência Operacional: A gestora cuida de todos os aspectos operacionais relacionados à carteira, como
compra e venda de ativos, reconciliação, relatórios, compliance, entre outros. Isso elimina a necessidade
de a empresa criar e manter uma equipe interna para essas funções.

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Acompanhamento Contínuo: Gestoras profissionais monitoram constantemente os mercados e a carteira,
fazendo ajustes conforme necessário. Seja em resposta a eventos de mercado, mudanças na economia ou
objetivos alterados da empresa, a gestora está preparada para agir rapidamente.

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Controle e Transparência: Embora a gestora tome decisões de investimento, a empresa ainda mantém
controle e supervisão sobre a carteira. Relatórios frequentes e reuniões periódicas garantem que a empresa
esteja a par do desempenho da carteira e das decisões tomadas.

Custo-benefício: Em muitos casos, o custo de ter uma carteira administrada por uma gestora profissional
pode ser menor do que o custo de manter uma equipe interna de especialistas em investimentos,
especialmente se considerarmos os potenciais retornos superiores que uma gestora pode trazer.

Redução de Conflitos de Interesse: Uma gestora independente geralmente tem como principal objetivo
maximizar o retorno para seus clientes. Ao contrário de instituições que oferecem seus próprios produtos
financeiros, uma gestora independente selecionará os investimentos que são mais adequados para os
objetivos da empresa, sem conflitos de interesse.

Compliance e Regulamentação: Gestoras profissionais são regulamentadas por órgãos competentes e têm
padrões rigorosos de compliance. Isso garante que os investimentos e estratégias adotadas estejam em
conformidade com as regulamentações aplicáveis.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
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Instrução CVM nº 558, de 2015: Regulamenta a a vidade de administração de carteiras de tulos e valores
mobiliários.
Lei nº 11.033/2004: Trata da tributação dos rendimentos produzidos por tulos e valores mobiliários.
Instrução Norma va 1.585. de 2015: Regulamenta a tributação dos inves mentos no Brasil e no Exterior.

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REFERÊNCIAS
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"Inves mentos: Como Administrar Melhor Seu Dinheiro" – Mauro Halfeld.


"O Inves dor Inteligente" – Benjamin Graham.
"Administração de Carteiras de Títulos de Renda Fixa" – Alexandre Assaf Neto.
"Manual de Administração de Carteiras de Inves mentos" – ANBIMA.
"Mercado Financeiro: Produtos e Serviços" – Eduardo Fortuna.

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CLUBES DE INVESTIMENTOS
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RESUMO O clube de inves mentos é uma ferramenta que


permite a inves dores se reunirem para inves r
cole vamente, aproveitando-se de uma gestão
profissionalizada e da possibilidade de diversificar
aplicações com menor capital inicial.
CONSIDERAÇÕES
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Democratização do Acesso: Os clubes de investimentos proporcionam a investidores com menor capital a


chance de acessar uma diversificação de ativos que, individualmente, poderiam ser inacessíveis. Ao reunir
recursos de vários investidores, o clube pode alavancar o potencial de diversificação e retorno.

Gestão Profissionalizada: Embora muitos clubes possam ser geridos pelos próprios membros, a
possibilidade de contratar uma gestão profissionalizada é um grande atrativo. Isso possibilita aos
investidores se beneficiarem de expertise e estratégias mais sofisticadas.

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Flexibilidade e Personalização: Diferente de fundos de investimento, os clubes permitem que seus
membros tenham uma palavra mais ativa na definição da estratégia de investimento, alinhando-a melhor

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com as expectativas do grupo.

Implicações Tributárias: O clube de investimentos possui um tratamento tributário específico. Os


rendimentos auferidos são tributados apenas no momento do resgate na alíquota de 15%, da mesma forma
que fundos de investimentos em ações.

Planejamento Sucessório: Em relação ao planejamento sucessório, os clubes de investimentos podem ser


uma ferramenta adicional. Por serem constituídos por cotas, é possível realizar a transferência dessas cotas
a herdeiros, por meio de doação, testamento ou herança.

Limitações e Riscos: É importante observar que os clubes de investimento possuem um limite de 50


membros e, geralmente, são voltados para investidores que possuem certo grau de familiaridade entre si.
Além disso, a concentração em ativos de renda variável é obrigatoriamente de, no mínimo, 67% do portfólio
do clube. Mas o ponto mais importante de se lembrar, para um planejamento patrimonial eficiente, é que
os clubes de investimentos não podem ter sócios pessoa jurídica, ou seja, não se pode aportar cotas de
clubes em empresas.

EMPRESAS NÃO PODEM SER SÓCIAS DE CLUBES DE INVESTIMENTOS.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
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Instrução CVM nº 494, de 2011


Instrução CVM nº 555, de 2014
Instrução Norma va 1.585. de 2015

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REFERÊNCIAS
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"Guia Suno Clubes de Investimento" – Tiago Reis e Jean Tosetto.


"Clubes de Investimento: Tudo que você precisa saber para criar e participar" – ANBIMA.
"Investindo em Ações: Os primeiros passos" – Eduardo Matsura.
"Valuation: Como Avaliar as Empresas e Escolher as Melhores Ações" – Aswath Damodaran.
"Mercado Financeiro: Produtos e Serviços" – Eduardo Fortuna.

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FUNDOS EXCLUSIVOS
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RESUMO Fundos exclusivos, abertos e fechados são


modalidades dis ntas de fundos de inves mento
que possibilitam diferentes graus de
personalização, liquidez e horizonte de
inves mento. Cada po tem suas vantagens e
caracterís cas tributárias e sucessórias, sendo
essenciais no planejamento patrimonial para
alcançar obje vos específicos.
CONSIDERAÇÕES
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Fundos Exclusivos: São fundos criados para um único cotista ou grupo familiar. Oferecem grande
personalização em relação à estratégia de investimento, sendo muitas vezes utilizados por famílias mais
abastadas para otimizar a gestão e a sucessão patrimonial. Eles podem ser do tipo aberto ou fechado.

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Fundos Exclusivos Abertos: São fundos que permitem a entrada e saída de cotistas a qualquer
momento. Proporcionam maior liquidez em comparação aos fundos fechados e são uma escolha

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popular entre os investidores em geral. Tributariamente, possuem recolhimento de "come-cotas"
semestral, que é uma antecipação do Imposto de Renda sobre os rendimentos.

Fundos Exclusivos Fechados: Estes fundos têm prazo determinado de duração e não permitem a
entrada e saída de cotistas após o período inicial de captação. São comuns em estratégias de
investimento que demandam um horizonte de tempo mais extenso, como no private equity e no
planejamento patrimonial de longo prazo. Tributariamente, não sofrem com o "come-cotas", o que pode
otimizar o retorno no longo prazo.

Implicações Sucessórias: Fundos, por sua natureza, são divididos em cotas. Os fundos exclusivos são
especialmente úteis para centralizar a gestão patrimonial de uma família e os fundos exclusivos fechados
permitem a doação com reservas de usufrutos e outros instrumentos sucessórios, sendo uma opção a
mais na hora do planejamento sucessório.

Transparência e Governança: Os fundos de investimento no Brasil são regulados pela CVM e têm
obrigações claras de transparência e relato. Isso oferece uma camada adicional de segurança e
confiabilidade para os investidores, garantindo que as estratégias e riscos estejam bem delineados e
fiscalizadas por auditores e com responsabilização dos gestores e administradores desses fundos sobre
malversação de fundos.

Diversificação e Acesso: Os fundos de investimento proporcionam acesso a uma ampla gama de ativos
e estratégias, muitos dos quais podem ser inacessíveis para investidores individuais. Isso permite uma
diversificação mais robusta do portfólio, reduzindo riscos e potencializando retornos.

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Fundo Exclusivo Empresarial: A criação de um fundo exclusivo por uma empresa para gerir seus
investimentos oferece diversas vantagens, adaptadas às necessidades específicas e estratégias de longo
prazo dessa empresa.

Personalização da Estratégia de Investimento: Com um fundo exclusivo, a empresa tem a flexibilidade


de definir sua própria estratégia de investimento. Em vez de se adaptar às estratégias pré-definidas de
fundos abertos disponíveis no mercado, a empresa pode escolher os ativos que melhor se alinham às
suas metas e ao seu perfil de risco.

Otimização Tributária: Dependendo da estrutura jurídica e fiscal do país em questão, um fundo


exclusivo pode proporcionar vantagens tributárias. A consolidação de vários investimentos sob um único
veículo pode simplificar o cálculo e o pagamento de impostos, e em algumas jurisdições, a estruturação
apropriada pode resultar em eficiências fiscais.

Confidencialidade: Um fundo exclusivo proporciona um nível mais elevado de confidencialidade em


relação aos investimentos da empresa. Ao contrário dos fundos abertos, que geralmente divulgam suas
posições e estratégias, um fundo exclusivo pode manter a privacidade de suas alocações e

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movimentações de ativos.

Eficiência Operacional: Centralizar a gestão de investimentos em um único veículo pode trazer

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economias de escala e eficiência operacional. Há menos necessidade de monitorar e gerenciar múltiplos
relacionamentos, documentações e reportes que seriam necessários se a empresa estivesse investindo
em diversos fundos ou ativos separadamente.

Alinhamento de Interesses: Em um fundo exclusivo, a gestão é totalmente alinhada aos interesses da


empresa. Não há conflitos de interesse que podem surgir em fundos abertos, onde as decisões de
investimento podem ser influenciadas pelas necessidades e desejos de múltiplos cotistas.

Flexibilidade de Liquidez: Enquanto fundos abertos podem ter restrições sobre resgates, como períodos
de carência ou limites de saída, um fundo exclusivo oferece à empresa maior controle sobre a liquidez
de seus investimentos. A empresa pode definir as regras de resgate que melhor atendam às suas
necessidades de fluxo de caixa e horizonte de investimento.

UTILIZAÇÃO POR EMPRESAS


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A criação de um fundo exclusivo de inves mentos é uma decisão estratégica que deve ser tomada após
análise cuidadosa das necessidades, caracterís cas e obje vos de uma empresa. A ideia de um fundo
exclusivo é que ele é cons tuído para um único co sta, que é a própria empresa (ou grupo econômico).

Customização: O fundo exclusivo permite que a polí ca de inves mento seja totalmente adaptada às
necessidades e obje vos da empresa. Por exemplo, se a empresa deseja preservar o capital e gerar renda
estável, ela pode optar por uma estratégia conservadora. Se ela es ver disposta a assumir mais riscos
em busca de maior retorno, pode adotar uma abordagem mais agressiva.

Gestão de Liquidez: O fundo pode ser estruturado para gerenciar o fluxo de caixa da empresa, inves ndo
em a vos que se alinham com as necessidades de liquidez da empresa.

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Governança e Controle: Com um fundo exclusivo, a empresa tem total controle sobre a gestão do fundo,
o que pode ser benéfico em termos de alinhamento com a estratégia corpora va.

Redução de Custos: Dependendo da escala de inves mento, um fundo exclusivo pode resultar em
economias de custo em relação a taxas de administração e gestão quando comparado a fundos abertos.

Custos Iniciais: Cons tuir um fundo requer custos iniciais, como taxas legais, de administração e de
auditoria. Se o montante a ser inves do não for significa vo, esses custos podem não ser jus ficáveis.

Quando é interessante para a empresa: Quando a empresa tem um montante significa vo para inves r
e os bene cios (como eficiência fiscal, personalização da estratégia de inves mento e redução de custos)
superam os custos e desafios de cons tuir e gerir o fundo. Outro ponto é quando a empresa deseja
maior controle e governança sobre seus inves mentos ou quando a empresa busca estratégias de
inves mento ou classes de a vos específicas que não estão prontamente disponíveis em fundos de
mercado.

Quando não seria interessante: Quando o montante a ser inves do é rela vamente pequeno e os custos

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e complexidades associadas à criação e gestão do fundo não são jus ficáveis, quando a empresa não
tem a exper se ou a infraestrutura para gerir o fundo de forma eficaz e não deseja terceirizar essa gestão
ou quando os produtos disponíveis no mercado atendem às necessidades de inves mento da empresa

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a um custo menor e com menos complexidade.

Tributação dos Rendimentos: O principal tributo incidente sobre os rendimentos dos fundos de
inves mento é o Imposto sobre a Renda Re do na Fonte (IRRF). A forma como este imposto é calculado
e re do depende do po de fundo e do prazo médio de permanência dos tulos da carteira:
1. Fundos de Curto Prazo: Aqueles cuja carteira de tulos tem prazo médio igual ou inferior a 365
dias. A alíquota é de 22,5% para aplicações man das até 180 dias e 20% para aplicações
man das por um prazo maior.
2. Fundos de Longo Prazo: Aqueles cuja carteira de tulos tem prazo médio superior a 365 dias. As
alíquotas variam: 22,5% (até 180 dias), 20% (181 a 360 dias), 17,5% (361 a 720 dias) e 15% (acima
de 720 dias).

Tributação sobre Ganho de Capital: Ganhos de capital referem-se ao lucro ob do na venda de uma cota
de um fundo por um valor superior ao de sua aquisição. Nesse caso, a empresa paga o Imposto de Renda
sobre o Ganho de Capital. Para empresas, a alíquota é de 15% sobre o ganho.

Come-Cotas: O come-cotas é uma antecipação do Imposto de Renda devido pelos co stas, e ocorre
semestralmente (em maio e novembro). A alíquota depende do po de fundo, se de curto prazo (20%)
ou longo prazo (15%), conforme descrito acima. Em vez de o inves dor pagar o imposto em dinheiro, é
feita uma redução no número de cotas que ele possui no fundo, equivalente ao valor devido de IR.

Tributação na Amor zação ou Resgate de Cotas: No momento do resgate ou amor zação de cotas,
ocorre a incidência do IR sobre a diferença posi va entre o valor de resgate e o custo de aquisição das
cotas. A alíquota aplicada seguirá as regras para fundos de curto ou longo prazo, dependendo da
classificação do fundo e do período da aplicação.

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LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
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Lei nº 6.385/1976 (Lei do Mercado de Valores Mobiliários).


Instrução CVM nº 555/2014 (Fundos de Inves mento).
Lei nº 11.033/2004 (Tributação sobre ganho de capital).
Instrução Norma va RFB nº 1.888/2019 (Declaração de operações com criptoa vos).
Instrução Normativa RFB nº 1.585/2015 (Tributação sobre Investimentos no Brasil e no Exterior).

REFERÊNCIAS
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FORTUNA, Eduardo. "Mercado Financeiro – Produtos e Serviços". Editora Qualitymark.


MELLAGI FILHO, Armando; ISHIKAWA, Sérgio. "Mercado Financeiro e de Capitais". Editora Atlas.
SILVA, José Luiz Osório da. "Previdência Privada: Aspectos Tributários, Contábeis e Atuariais". Editora
Quar er La n.
FRANCO, Gustavo H. B. "Reforma Monetária e Financeira". Editora Zahar.

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"Manual de Fundos de Investimento" – ANBIMA.

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FUNDOS DE PREVIDÊNCIA (PGBL E VGBL)


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RESUMO Os fundos de previdência privada, como PGBL e


VGBL, são instrumentos financeiros projetados
para complementar a aposentadoria. Eles
apresentam caracterís cas dis ntas em termos
de tributação e são indicados para diferentes
perfis de inves dores. Além de seu propósito
principal de garan r uma renda futura, esses
fundos possuem vantagens tributárias e de
sucessão patrimonial que os tornam atra vos no
contexto do planejamento patrimonial.

CONSIDERAÇÕES

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Vantagens de Fundos de Previdência: O principal obje vo de inves r em um fundo de previdência é garan r


uma renda futura ou complementar a aposentadoria. Além disso, oferecem uma forma de disciplina

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financeira, uma vez que os aportes podem ser programados mensalmente, e a longo prazo, os rendimentos
compostos podem gerar um acúmulo significa vo de recursos.

Implicações Tributárias: Uma das grandes vantagens do Plano Gerador de Bene cio Livre (PGBL) é que ele
permite deduzir as contribuições da base de cálculo do Imposto de Renda até o limite de 12% da renda
bruta anual, beneficiando quem faz a declaração completa. No momento do resgate ou recebimento da
renda, o imposto incide sobre o total (principal + rendimentos). Já o Vida Gerador de Bene cio Livre (VGBL)
é mais adequado para quem faz a declaração simplificada, pois não permite dedução, mas o imposto, no
momento do resgate, incide apenas sobre os rendimentos.

Sucessão Patrimonial: Os fundos de previdência privada do po VGBL possuem a vantagem de não entrar
em inventário. Em caso de falecimento do tular, os beneficiários indicados recebem os valores sem a
necessidade de um processo judicial, proporcionando rapidez e evitando os custos associados ao inventário.
Já o po PGBL é considerado inves mento e não seguro, por isso é acrescentado ao monte para fins de
par lha e inventário.

Diversificação e Flexibilidade: Os fundos de previdência oferecem diferentes opções de inves mento,


permi ndo ao inves dor escolher de acordo com seu perfil e obje vos. Além disso, é possível fazer
portabilidade entre fundos, ou seja, transferir recursos de um fundo de previdência para outro ou de uma
corretora/banco para outra corretora/banco sem custo e sem passar por carência, tendo apenas um prazo
mínimo de 60 dias para que se possa fazer outra portabilidade.

Opções de Tributação: Os inves dores podem escolher entre duas tabelas de imposto: regressiva ou
progressiva. A regressiva é interessante para quem pensa em longo prazo, pois as alíquotas diminuem com
o tempo, chegando a 10% após 10 anos. A progressiva segue a tabela do IR podendo chegar a 27,5%.

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Segurança: As en dades de previdência são reguladas e fiscalizadas pela Superintendência de Seguros


Privados (SUSEP), garan ndo uma camada adicional de segurança ao inves dor.

Empresa como Patrocinadora: Uma empresa pode patrocinar um plano de previdência privada para seus
sócios e empregados. Esse plano é chamado de "plano empresarial" e é uma forma de a empresa oferecer
um bene cio adicional aos seus colaboradores. Em muitos casos, a empresa contribui com uma certa
quan a para o plano, e o empregado também faz suas contribuições. Essa é uma prá ca comum em grandes
empresas como parte de seus pacotes de bene cios.

Empresa como Ins tuidora: Associações, sindicatos ou en dades de classe podem ins tuir planos de
previdência privada para seus associados. Esse po de plano é chamado de "plano ins tuído". Embora não
seja uma empresa no sen do tradicional, uma en dade pode, assim, oferecer a previdência como um
bene cio adicional para seus membros.

Empresa como Titular ou Beneficiária: Diretamente, uma empresa não pode ser tular de um plano de
previdência privada na forma como um indivíduo pode. Da mesma forma, uma empresa não pode ser listada
como beneficiária no sen do tradicional de receber bene cios de previdência após o falecimento do tular.

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No entanto, em situações de planos empresariais, os bene cios são, em úl ma análise, des nados aos
empregados ou seus beneficiários designados, e não à empresa em si.

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IMPACTO TRIBUTÁRIO NA PF X EMPRESAS
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Os fundos de previdência privada no Brasil estão segmentados principalmente em duas categorias: PGBL
(Plano Gerador de Bene cio Livre) e VGBL (Vida Gerador de Bene cio Livre). Ambos são regulamentados
por diversas legislações, sendo a Lei nº 11.053/2004 uma das mais relevantes no que diz respeito à
tributação. Já a Lei nº 109/2001 estabelece o regime de previdência complementar.

PGBL:

Dedução: Os aportes feitos ao PGBL podem ser deduzidos do Imposto de Renda até o limite de 12% da
renda bruta anual tributável, desde que o contribuinte também contribua para o Regime Geral de
Previdência Social (INSS) ou para algum regime próprio de previdência.

Tributação no Resgate: A tributação incide sobre todo o montante (contribuições + rendimentos). Existem
dois regimes de tributação:
1. Tabela Regressiva: As alíquotas de IR variam de 35% (para resgates com até 2 anos) a 10% (para
resgates após 10 anos).
2. Tabela Progressiva: Segue a tabela do IR anual, podendo chegar a 27,5%.

VGBL:

Dedução: Não permite dedução da base de cálculo do IR.

Tributação no Resgate: A tributação incide apenas sobre os rendimentos. Assim como no PGBL, o VGBL
pode adotar a tabela regressiva ou progressiva para a tributação.

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Pessoa Jurídica:

PGBL e VGBL: Empresas que optam pelo Lucro Real podem deduzir as contribuições feitas em nome de seus
funcionários e dirigentes em planos corpora vos de PGBL até o limite de 20% da folha de salários. Para o
VGBL, não há bene cio fiscal em relação às contribuições.

Tributação: Se a empresa resgatar valores de planos de previdência (seja PGBL ou VGBL) que ela contratou
para seus colaboradores, haverá incidência de Imposto de Renda com base na tabela regressiva.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
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Lei Complementar nº 109 de 29 de Maio de 2001.


Lei nº 11.053, de 2004.

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REFERÊNCIAS
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"Previdência Privada: Guia Prá co para Planejar sua Aposentadoria" de Fábio Henrique de Sousa Coelho.
"Planejamento Financeiro Pessoal e Gestão do Patrimônio" de Fábio Gallo Garcia.
"Previdência Complementar no Brasil" de Adacir Reis e outros.
Site oficial da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) para informações atualizadas e norma vos
sobre o tema.

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HOLDINGS
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RESUMO
A classificação das holdings em pura, mista e
patrimonial refere-se à natureza das a vidades e
dos a vos que cada uma dessas estruturas detém
e administra. Essa categorização é essencial para
compreender o propósito e as operações de cada
po de holding.
CONSIDERAÇÕES
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Introdução às Holdings: Holdings são entidades corporativas criadas principalmente para adquirir, possuir
e gerenciar participações societárias, bens e direitos. No Brasil, muitas famílias e empresas utilizam
estruturas de holding como ferramenta estratégica para consolidar a gestão patrimonial, facilitar processos
sucessórios e otimizar a tributação.

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Tipos de Holdings: As holdings podem ser classificadas em dois grandes grupos: as holdings puras e as
holdings mistas. As holdings puras são aquelas constituídas com o principal objetivo de centralizar e
administrar participações societárias em outras empresas. Elas não possuem atividades operacionais

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próprias, atuando essencialmente como gestoras de investimentos em participações. Já as holdings mistas
combinam a gestão de participações societárias com atividades operacionais próprias, ou seja, além de
possuir participações em outras empresas, elas também desenvolvem atividades empresariais
diretamente.

Proteção Patrimonial: Uma das vantagens mais significativas da constituição de uma holding é a proteção
patrimonial. Ativos importantes, como propriedades e participações em empresas, são transferidos para a
holding, protegendo-os de eventuais riscos associados às atividades operacionais de empresas individuais
ou a eventuais litígios pessoais dos sócios.

Planejamento Sucessório: A estruturação de uma holding é frequentemente utilizada para simplificar


processos sucessórios. Por meio dela, a divisão de bens entre herdeiros pode ser facilitada, já que a
transmissão se concentra nas quotas ou ações da holding. Isso pode evitar disputas familiares e assegurar
a continuidade da gestão dos negócios.

Otimização Tributária: No Brasil, a formação de uma holding pode proporcionar vantagens fiscais,
dependendo da natureza dos ativos e da estrutura escolhida. Por exemplo, certos tipos de receitas, como
dividendos recebidos por uma holding, podem ser isentos de Imposto de Renda, contribuindo para uma
gestão tributária mais eficiente.

Centralização da Gestão: Holdings permitem uma gestão centralizada de diversos ativos e negócios. Isso
facilita a tomada de decisão, proporciona uma visão consolidada do patrimônio e permite uma
administração mais unificada, com políticas e estratégias alinhadas.

Flexibilidade e Liquidez: Uma holding bem estruturada pode proporcionar maior flexibilidade no que tange
à venda de ativos, aquisições ou mesmo reestruturações societárias. Além disso, ao separamos ativos
operacionais de ativos de investimento, pode-se alcançar uma liquidez mais adequada para cada tipo de
negócio.

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HOLDING NA LEI BRASILEIRA


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Atividade Econômica: Segundo os artigos 2, parágrafo 3º e artigo 981, ambos do Código Civil Brasileiro de
2002 (CCB/02), o conceito de empresa tangencia a atividade econômica fim, desenvolvida por esta. Toda
sociedade necessita ou “deveria” buscar um fim econômico. O fim econômico se traduz no objeto social. A
atividade econômica prevista no Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE). O Objeto social
previsto no CCB/2002 e na Lei das Sociedades Anônimas (LSA) tem que visar fins lucrativos, finalidade
econômica. Ou seja, é elemento essencial da sociedade o fim lucrativo (finalidade econômica).

A LSA Permitiu que uma PJ, popularizada como holding, tivesse como finalidade econômica a participação
no capital de outras PJs com finalidade de gestão ou controle, traduzida no objeto social através do 6462-
0/00 - Holdings de instituições não financeiras.

No CNAE 6463-8/00 - Outras sociedades de participação, exceto holdings - muito útil nos planejamentos
patrimoniais sucessórios, a finalidade econômica assume o objetivo de participar no capital de outras PJs
sem o intuito de controle. Deve ser usado quando a empresa pretende investir em ações em bolsas de
valores, já que ações são pequenas participações em outras empresas.

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Importantíssimo compreender, de uma forma ampla as finalidades de um adequado planejamento
patrimonial sucessório, seja ele familiar ou empresarial. Fazer um planejamento patrimonial é organizar,

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suceder e segregar riscos, tudo dentro de uma única estratégia e não é o mesmo que montar uma holding
simplesmente, o planejamento patrimonial engloba todas aquelas etapas, ou seja, precisa organizar o
patrimônio, resolver o processo sucessório e segregar os riscos que esse patrimônio possa correr ao longo
do tempo.

BLINDAGEM PATRIMONIAL
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Muitas famílias procuram um especialista em holdings para blindar o seu patrimônio quando já é muito
tarde para se ter a segurança necessária a esse tipo de proteção. O planejamento com holding sendo feito
em momento inadequado, quando o patrimônio já está em risco, por exemplo, quando a pessoa física já
está com problemas faceando, quase alcançando os seus bens. A proteção existe no seu grau máximo
quando as estruturas de proteção são criadas muito antes de qualquer problema aparecer no horizonte
dessa família.

Alguns pontos são importantes de serem lembrados e uma família que participe desse processo precisa ter:
a) uma melhor compreensão de que na criação da holding a família está na essência apenas trocando
a qualidade dos bens que possui:
(i) Sai da PF – conjunto de bens diversos e heterogêneos; e
(ii) Entra na PF – bens homogêneos (quotas).
b) que quando uma Pessoa Jurídica (PJ), devedora principal de uma obrigação, possui como garantidor
pessoal do crédito a figura do próprio sócio, garantia fidejussória, essa garantia permitirá
expropriação, a penhora das quotas, para satisfazer o crédito cobrado. E nesse caso nem sequer é
preciso o instituto da desconsideração para que a execução atinja o patrimônio pessoal da PF: ela
é a garantidora pessoal;

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c) que no planejamento robusto intergerações é oportuno organizar layouts que segreguem os ativos
de risco, mantendo estes na geração atual e migrando o acervo patrimonial sem risco para gerações
seguintes. A fim de maximizar as proteções ao patrimônio da família;
d) que a não formalização dos atos registrais de transferência patrimonial para as PJs, comumente
conhecido como registro tardio coloca em risco todo o processo.

PARTICULARIDADE DE UMA HOLDING


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1. Em uma holding existe a possibilidade de compensação de prejuízo de um Cadastro Nacional de


Pessoa Jurídica (CNPJ) que está́ na Holding com o lucro de outro CNPJ que também esteja sob o
mesmo “guarda-chuva” de um grupo econômico.

2. Os herdeiros menores de idade podem ser sócios da Holding. Porém, deverão ser devidamente
representados por ambos os pais no contrato social de constituição quando possuírem menos de
16 anos. Nos casos em que possuam entre 16 e 18 anos podem ser assistidos pelos pais;

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3. O instituidor/administrador da Holding Patrimonial pode retirar, mensalmente, o título de pró-
labore. Trata-se de uma remuneração específica para os administradores, e não para todos os

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sócios. Se o sócio não for administrador, só existem 2 maneiras de recebimento não vistas como
remuneratórias: dividendos ou Juros sobre Capital Próprio (JCP). É sempre importante verificar os
impactos financeiros sobre o pró-labore (IRPF/ INSS);

4. A Lei determina que cônjuges casados sob o regime da comunhão universal ou separação
obrigatória de bens não figurem ao mesmo tempo no quadro societário de uma Holding Patrimonial
Familiar. Discute-se a possibilidade de se estabelecer um condomínio (copropriedade) de quotas
entre os cônjuges;

5. Aplicação supletiva das regras das SAs nas LTDAs, de conformidade com o artigo 1053, parágrafo
único do CCB/02, em regra, a depender do tipo de sociedade da LTDA (de capital ou de pessoas), é
sadio que esteja expresso no contrato social essa previsão supletiva. Contudo, na ausência desta
previsão, será entendido como uma aplicação implícita supletiva a simples utilização de
mecanismos particularidades das SAs no contrato social ou acordo de quotistas da LTDA.

FALÁCIAS SOBRE HOLDING


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O planejamento patrimonial pode se valer de um CNPJ que ficará sem atividade econômica, sem fazer nada,
em estado de inércia? A resposta está no art. 81 da Lei 9.430/96:
Art. 81. As inscrições no CNPJ serão declaradas inaptas, nos termos e nas condições definidos pela
Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, quando a pessoa jurídica:
I - Deixar de apresentar obrigações acessórias, por, no mínimo, 90 (noventa) dias a contar da omissão;
II - Não comprovar a origem, a disponibilidade e a efetiva transferência, se for o caso, dos recursos
empregados em operações de comércio exterior;
III - For inexistente de fato, assim considerada a entidade que:

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a) não dispuser de patrimônio ou de capacidade operacional necessários à realização de seu objeto,


inclusive a que não comprovar o capital social integralizado;
(....)

Enquanto é comum se pedir a isenção do ITBI no aporte de imóveis na holding, em função da imunidade
definida na Constituição Federal, alguns tribunais entendem que a falta de atividade econômica (inércia da
empresa) e, consequentemente, a falta essencial de receita operacional, seria motivo razoável para
suspender o benefício da imunidade do ITBI, visto que a imunidade do ITBI é condicional, sujeita à condição
resolutória. Para estes tribunais não basta constar formalmente como objeto social da pessoa jurídica certa
atividade econômica, mas imprescindível exercê-la efetivamente, colidindo com a inatividade da empresa
com o conceito basilar da imunidade - "atividade preponderante". A ausência de receita operacional na
verdade impossibilita, segundo a jurisprudência, a concessão da imunidade, sob pena de desvio de
finalidade da regra imunizante, que tem por objetivo justamente fomentar a atividade econômica.

O Superior Tribunal Federal (STF) possui o entendimento de que a hermenêutica constitucional das
imunidades tributárias deve ser teleológica, privilegiando o propósito da norma, a razão que lhe dá sentido,

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de modo que "a interpretação há de ser restritiva, atentando sempre para o escopo pretendido pelo
legislador" (STF, RE 566259 – ago/2010).

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Precedentes que exigem a atividade econômica:
1) AREsp 1.543.794/RS – fev/2020
2) AREsp 1.682.791/RS – fev/2021
3) AREsp 1.853.006/GO – out/2021
4) AREsp 1675017/PR – mar/2022
5) ARE 1378663/PR – mai/2022

Existe um precedente admitindo a inatividade econômica (AREsp 2044199/RS - mai/2022), ocorre que, em
nenhum momento, nenhuma legislação aplicável à matéria fez quaisquer restrições à concessão da
imunidade na hipótese de a empresa não ter obtido receita operacional alguma no período de aferição,
como é possível verificar pela leitura dos dispositivos supracitados.

Não deveria ser possível afastar a imunidade tributária em razão da ausência de receita operacional no
período de aferição pelo Fisco. É estarrecedor que, através de simples analogia, o Município exija um
histórico de exercício de atividade econômica para uma empresa recém-criada, para fins de análise fiscal e
análise de atividade preponderante, como pressuposto para restringir uma garantia constitucional, em
evidente violação ao art. 108, § 1°, do CTN. Com efeito, se não há receita operacional, evidente que a pessoa
jurídica não se enquadra na exceção feita pela legislação, pois não auferiu receitas provenientes de
atividade de compra e venda de bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.
Afinal, existem situações em que uma empresa será criada e só começará a ter receita passado período de
3 ou 4 anos (como por exemplo, empresas que trabalhem com incorporação imobiliária).

DIFERENÇAS ENTRE OS TIPOS


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Propósito e Estratégia: Enquanto a holding pura é comumente utilizada como instrumento de controle,

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proteção patrimonial e planejamento sucessório, a holding mista é uma ferramenta mais versátil, que
permite à empresa mãe não apenas gerenciar suas participações, mas também diversificar suas fontes de
receita através de atividades operacionais diretas.

Complexidade Operacional: Por sua natureza, as holdings mistas tendem a ser mais complexas do ponto
de vista operacional. Isso porque, além de gerir as participações em outras empresas, elas também se
envolvem em processos comerciais, industriais, ou de prestação de serviços, necessitando de uma estrutura
organizacional mais robusta. As holdings puras, por outro lado, são mais simplificadas, focando na gestão
estratégica das empresas nas quais possuem participação.

Implicações Tributárias: Ambos os tipos de holdings podem oferecer vantagens fiscais, mas as nuances
diferem. A holding pura, ao focar no recebimento de dividendos das empresas nas quais investe, pode se
beneficiar da isenção de Imposto de Renda sobre esses dividendos no Brasil. Já a holding mista, por ter
operações próprias, pode ter oportunidades de planejamento tributário associadas a essas atividades, mas
também enfrenta os desafios tributários inerentes a elas.

Risco e Exposição: A holding mista, ao realizar atividades operacionais, pode estar exposta a maiores riscos

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relacionados a essas operações, seja no âmbito comercial, regulatório ou trabalhista. A holding pura, ao se
limitar à gestão de participações, tende a ter um perfil de risco reduzido, uma vez que os riscos operacionais
são assumidos pelas empresas nas quais detém participação.

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Flexibilidade na Gestão: As holdings puras proporcionam uma maior flexibilidade na realocação de recursos
entre as empresas investidas, facilitando estratégias de investimento e desinvestimento. Por outro lado, as
holdings mistas, ao combinar gestão de participações com atividades operacionais, podem necessitar de
um equilíbrio mais cuidadoso entre os investimentos diretos e aqueles realizados nas empresas coligadas
ou controladas.

HOLDING PATRIMONIAL FAMILIAR


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Conceito de Holding Patrimonial Familiar: A holding patrimonial familiar é uma empresa cujo principal
objetivo é a administração, centralização e proteção do patrimônio de uma família. Ela pode abranger
imóveis, participações societárias, ativos financeiros, obras de arte, entre outros. Essa holding não é criada
para exercer atividades empresariais no sentido tradicional, mas sim para gerenciar e proteger o patrimônio
consolidado.

Propósitos Centrais: Os principais motivos para a criação de uma holding patrimonial familiar no Brasil são
a gestão centralizada do patrimônio, o planejamento sucessório, a potencial otimização fiscal e a proteção
patrimonial contra possíveis riscos associados a atividades empresariais ou litígios.

Planejamento Sucessório: Uma das principais vantagens de uma holding patrimonial familiar é facilitar o
processo de sucessão. Ao transferir os bens para a holding, o patriarca ou matriarca da família pode
estabelecer regras claras de sucessão, evitando conflitos futuros. A transmissão de quotas ou ações da
holding é geralmente mais simples e menos onerosa do que a transferência direta de diversos bens e
direitos.

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Proteção Patrimonial: A holding permite uma separação entre o patrimônio pessoal dos membros da
família e o patrimônio empresarial. Assim, eventuais problemas financeiros, dívidas ou litígios relacionados
a atividades empresariais de um membro da família não afetariam diretamente os bens contidos na holding.

Otimização Tributária: Apesar de o ordenamento jurídico brasileiro não permitir empresas que funcionem
meramente como "cofres", a estruturação adequada da holding pode oferecer benefícios fiscais, como a
possibilidade de isenção sobre dividendos recebidos e a redução de tributos incidentes na transferência de
bens e direitos.

Gestão e Governança: Ao centralizar o patrimônio, a holding facilita sua gestão e permite estabelecer
regras claras de governança. Isso contribui para decisões mais eficientes, alinhadas aos interesses
familiares, e promove a transparência nas relações entre os membros da família.

Aspecto Legal: Conforme mencionado, o ordenamento jurídico brasileiro não contempla a figura de uma
empresa como mero "cofre". Portanto, a holding patrimonial familiar, mesmo focada na gestão de bens,
deve ter uma atividade empresarial, mesmo que esta seja a administração de imóveis próprios. Isso requer
uma atenção especial na sua constituição e operação, assegurando que esteja em conformidade com as

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exigências legais e fiscais.

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LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
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Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/2002) - trata da parte geral das sociedades.
Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/1976).

REFERÊNCIAS
_________________________________________________________________________________________________________________________________

COELHO, Fábio Ulhoa. "Manual de Direito Comercial". Editora Saraiva.


REQUIÃO, Rubens. "Curso de Direito Comercial". Editora Saraiva.
OLIVEIRA, Júlio M. de; CHINAIT, Paulo. "Planejamento Patrimonial, Tributário e Sucessório". Editora
Quartier Latin.
"Holding Familiar e Suas Vantagens: Planejamento Jurídico e Econômico do Patrimônio e da Sucessão
Familiar", de Fábio Pereira da Silva.
"Manual das Sociedades Anônimas", de Modesto Carvalhosa.

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PLANEJAMENTO PATRIMONIAL INTERNACIONAL (PPI)


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RESUMO O Planejamento Patrimonial Internacional é mais


uma ferramenta que temos à nossa disposição
para atendermos aos anseios e às necessidades
dos clientes. Engloba a montagem de estruturas
que ultrapassam fronteiras, dando garan as e
segurança de hedge cambial, proteção
patrimonial e economia tributária.
CONSIDERAÇÕES
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Conceito do Planejamento Patrimonial Internacional: O Planejamento Patrimonial Internacional (PPI)


refere-se à estratégia de organizar, proteger e administrar a vos localizados em diferentes jurisdições ao
redor do mundo. Essa abordagem considera diferenças legais, tributárias e regulatórias entre países,
visando o mizar a gestão do patrimônio, minimizar riscos e aproveitar oportunidades disponíveis em
diferentes regiões.

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Obje vos do PPI: O PPI serve a vários propósitos. Entre eles, estão a diversificação de inves mentos em
diferentes mercados, a proteção patrimonial contra riscos locais (como instabilidades polí cas ou

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econômicas), a o mização fiscal através da exploração de regimes tributários mais favoráveis, e o
planejamento sucessório, facilitando a transferência de bens entre gerações em diferentes países.

Funcionamento: O PPI começa com a iden ficação e avaliação dos a vos do indivíduo ou família em
diferentes países. Em seguida, com base nas metas e obje vos definidos, são traçadas estratégias que
envolvem a reestruturação, a transferência, ou a diversificação desses a vos. Isso pode envolver a criação
de en dades legais, a abertura de contas bancárias no exterior, ou a realocação de a vos para jurisdições
específicas.

Ferramentas e Estruturas Comuns: Existem várias ferramentas e estruturas que podem ser u lizadas no
PPI, dependendo dos obje vos desejados. Trusts, fundações, sociedades de responsabilidade limitada e
empresas offshore são apenas alguns dos mecanismos disponíveis. A escolha dependerá das necessidades
específicas, do po de a vo envolvido, e da legislação das jurisdições consideradas.

Trusts: Os Trusts são amplamente u lizados no PPI, especialmente para a proteção patrimonial e o
planejamento sucessório. Em um Trust, o fundador (se lor) transfere a vos para um trustee, que administra
esses a vos em bene cio de um ou mais beneficiários. A principal vantagem é que os a vos, uma vez
transferidos para o Trust, geralmente ficam protegidos contra credores e são tratados separadamente do
patrimônio pessoal do fundador.

Empresas Offshore: As empresas offshore são en dades corpora vas estabelecidas em jurisdições com
regimes fiscais favoráveis. Elas podem ser usadas para gerenciar inves mentos, propriedades e outras
a vidades comerciais em escala internacional, permi ndo uma gestão eficiente e, muitas vezes, bene cios
fiscais.

Considerações Jurídicas e Tributárias: O PPI exige um profundo entendimento das legislações locais e
internacionais. Algumas jurisdições podem oferecer bene cios fiscais para atrair inves mentos
estrangeiros, enquanto outras podem ter regras rigorosas para evitar a evasão fiscal. Além disso, é crucial

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estar ciente dos acordos de troca de informações entre países, bem como das inicia vas globais de combate
à evasão fiscal.

FERRAMENTAS DE PPI
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Trusts: Uma das estruturas mais comuns, o trust permite que um indivíduo (o "se lor" ou ins tuidor)
transfira a vos para um administrador (o "trustee"), que irá geri-los em bene cio de determinados
beneficiários. Essa ferramenta é especialmente popular em jurisdições de common law e pode servir para
proteção patrimonial, planejamento sucessório e o mização fiscal.

Fundações Privadas: Semelhantes aos Trusts em alguns aspectos, as fundações são en dades legais
independentes que possuem seus próprios a vos e podem ser usadas para finalidades semelhantes às dos
Trusts, mas são frequentemente estabelecidas em jurisdições de civil law.

Empresas Offshore: Estas são sociedades cons tuídas em jurisdições com regimes fiscais favoráveis,
geralmente sem a vidade comercial significa va no país de incorporação. São amplamente u lizadas para

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a gestão de inves mentos, propriedades, direitos de propriedade intelectual e outras a vidades.

Contratos de Seguro: Em algumas situações, produtos de seguros internacionais podem ser usados como

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veículos de inves mento e proteção patrimonial, aproveitando-se dos bene cios fiscais e regulatórios de
certas jurisdições.

Acordos de Previdência Privada: Estes são planos de previdência estabelecidos em jurisdições estrangeiras,
que podem oferecer bene cios fiscais e de proteção patrimonial.

Contas Bancárias Internacionais: A abertura de contas em jurisdições estrangeiras pode ser uma estratégia
simples, mas eficaz, para diversificar o risco, proteger a vos e aproveitar oportunidades de inves mento.

Veículos de Inves mento Cole vo: Estes incluem fundos mútuos, fundos de hedge e outros veículos de
inves mento cole vo sediados em jurisdições offshore, que podem oferecer bene cios fiscais e de
diversificação.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
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Legislação Interna de Países: Cada país tem suas próprias leis que regulamentam a propriedade e
transferência de ativos, impostos sobre doações, sucessões, renda e ganhos de capital, além de regras de
transparência e divulgação.

Tratados de Dupla Tributação: Estes tratados são acordos bilaterais que evitam a dupla tributação de renda
e capital. São essenciais para determinar como os ativos e rendimentos são tributados quando há
envolvimento de mais de uma jurisdição.

Convenções Internacionais: Existem diversas convenções que podem impactar o PPI, como a Convenção
sobre a Cobrança Internacional de Alimentos para Crianças e Outros Membros da Família.

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Legislação de Controle de Câmbio: Em alguns países, existem restrições ao movimento de capital para fora
do país, o que pode afetar o planejamento patrimonial.

Regulamentos de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e Conformidade: Globalmente, há uma tendência


crescente de exigir transparência e divulgação para combater a evasão fiscal, lavagem de dinheiro e
financiamento do terrorismo.

REFERÊNCIAS
_________________________________________________________________________________________________________________________________

"Private Wealth Management: The Complete Reference for the Personal Financial Planner" - G. Victor
Hallman e Jerry S. Rosenbloom. Esse livro oferece uma visão ampla sobre gestão de patrimônio e abrange
aspectos do planejamento patrimonial internacional.
"International Estate Planning: A Reference Guide" - Jerome R. Hess. Este é um guia prático que aborda
diversos aspectos do planejamento patrimonial internacional, incluindo trusts, fundações e regimes fiscais

Fabiano Souza de Almeida


em várias jurisdições.
"International Trust Laws" - Paolo Panico. O livro aborda leis, práticas e princípios associados ao uso de
trusts em um contexto internacional.

91090881053
"Private Client Tax: Jurisdictional Comparisons" - John Rhodes e Nicole Aubin-Parvu. Esta obra compara leis
fiscais para indivíduos em diversas jurisdições, oferecendo uma visão sobre planejamento tributário
internacional.

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