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RESUMO
Aspectos Fundamentais
da Análise do Comportamento
Campinas
2023
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necessário realizar uma retrospectiva a respeito do surgimento daquilo que viria a ser conhecido
como o Behaviorismo Radical de Burrhus Frederic Skinner, psicólogo, linguista e filósofo
americano que desenvolveu sua teoria a partir do Behaviorismo Clássico de John B. Watson. A
partir disso, dentro da disciplina de Psicologia, cresce e ganha notoriedade uma nova abordagem
e um novo método de lidar com o indivíduo, a Análise do Comportamento, utilizando de base
filosófica o behaviorismo radical de Skinner e sua conceituação de sujeito e de comportamento.
Durante o século XIX, a Psicologia começa a ganhar força como campo próprio de
estudo através dos estudos de Wilhelm Maximilian Wundt. Utilizando de métodos experimentais
clássicos em laboratório, o autor tinha como intuito estudar a experiência consciente imediata
sob condições controladas em laboratório, cujo principal aspecto estava relacionado aos
processos sensórios e de percepção básicos. Wundt também desenvolve uma noção de mente
humana, não a concebendo como estruturas de consciência estáticas, mas sim como unidades
ativas que organizam o conteúdo que recebem o tempo todo. A partir disso, surge seu interesse
pelo estudo da experiência imediata, em busca da introspecção, cuja definição se resume a
reflexões que o indivíduo faz sobre o que ocorre em seu íntimo, sobre suas experiências,
portanto, uma observação e descrição do conteúdo (pensamentos, sentimentos) da própria
mente.
Foi em 1913, que Watson, num movimento contrário ao de Wundt, publica o Manifesto
Behaviorista, “um conjunto de palestras publicadas em forma de artigo no qual defendeu o
abandono da introspecção e a adoção da observação direta do comportamento como o único
método possível para uma psicologia científica”, como destaca Bruno Angelo Strapasson em seu
artigo (2008). Com essa publicação, o manifesto se torna um marco com a possibilidade de
transformar a psicologia num método científico capaz de prever e controlar o comportamento,
com a possibilidade de grande aplicação prática.
O Behaviorismo, como o próprio nome já diz (do inglês “comportamento”), é uma visão
sobre o mundo, sobre o homem e sobre o objeto de estudo para compreender as relações entre
homem e o mundo. Esse objeto de estudo é o comportamento, definido como a relação entre as
ações do homem e do ambiente em que ele se encontra, ou seja, comportamento como tudo
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aquilo que as pessoas fazem, pensam, sentem e dizem dado o contexto de vida e as
contingências daquilo que viveram a partir do meio em que estão inseridas. No entanto, o
behaviorismo de Skinner difere do behaviorismo clássico (ou metodológico) de Watson,
principalmente, naquilo que se refere ao mentalismo ou a introspecção, deixada de lado por
Watson, mas, não negada por Skinner, que a pensava a partir de marcadores conceituais, não
como método. Ou seja, entendia a introspecção através do seu campo de formação, a linguagem,
entendendo-a como um tipo de comportamento verbal, uma forma de observação e obtenção de
conhecimento sobre o próprio indivíduo. E, que a partir da linguagem, do discurso trazido pelo
paciente seria possível compreender as contingências e os comportamentos que formaram
aquele indivíduo enquanto sujeito. Então, ainda que não considere a introspecção como
essencial ao campo de estudo, não a nega e utiliza da linguística para a melhor compreensão do
sujeito enquanto tal.
Para Skinner, “os homens agem sobre o mundo e o modificam e, por sua vez, são
modificados pelas consequências de sua ação” (Skinner, 1957, p.1). É isso que vai definir o
behaviorismo radical e sua abordagem psicológica, a Análise do Comportamento. Para o
behaviorismo skinneriano, nós não somos livres para fazer nossas escolhas, mas sim, nossas
escolhas são baseadas em uma contingência de vivências que tivemos desde a nossa infância,
mediadas pelas relações sociais, pela cultura e pela sociedade ao qual estamos inseridos.
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Ademais, o comportamento tem relação direta com o ambiente, sendo o resultado da
interação entre o estímulo e a resposta do organismo ao estímulo. Entretanto, o que é
considerado o ambiente, para a Análise do Comportamento? Ambiente é o termo utilizado para
definir as situações nas quais o “responder” ocorre, assim como as situações que passam a
existir após o “responder”, ou seja, as respostas subsequentes. Não é limitado apenas pelo
espaço físico, ou ainda, a família. Ambiente é tudo aquilo que está presente no contexto do qual
uma resposta ocorre e as consequências que dela decorrem. Importante compreender que para
análise do comportamento, objetos que fazem parte do ambiente mas que não são um estímulo
para nós (não o tempo todo, pelo menos) não são considerados “ambiente”.
Para Skinner, o ambiente inclui tudo aquilo ao qual o sujeito interage e como percebe
essa interação e como o seu próprio organismo reage a elas (o ambiente interno). Esse ponto é
fundamental, pois, duas pessoas dentro do mesmo ambiente podem perceber as coisas de
diferentes maneiras e reagir a elas diferentemente. Essa interação é mútua e promove mudanças
tanto no ambiente quanto no sujeito.
As variáveis físicas que constituem o ambiente de uma pessoa são chamadas estímulos
(S). De modo mais específico, estímulos são pessoas, objetos e eventos que atuam sobre um
indivíduo, influenciando seus receptores de sensação que podem afetar o comportamento. Por
exemplo, o professor, os alunos e os móveis na sala de aula são, todos, potenciais estímulos para
um estudante no contexto da sala de aula. Assim, no conceito de ambiente estão inseridos os
estímulos antecedentes (S’) e os subsequentes à resposta (S’’).
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A relação entre estímulo e resposta é central para entender como os organismos
interagem conforme seu ambiente e como aprendem com essas interações. É importante
ressaltar que as respostas podem variar de acordo com o organismo, seu estado atual, suas
experiências passadas e o contexto em que o estímulo é apresentado. Devemos considerar que
quanto maior a intensidade do estímulo, maior a magnitude da resposta, e em muitos casos, a
relação entre estímulo e resposta pode ser modificada e condicionada.
Referências:
Dittrich, Alexandre, & Abib, José Antônio Damásio. O sistema ético skinneriano e
consequências para a prática dos analistas do comportamento. Psicologia: Reflexão E Crítica,
17(3), 427–433, 2004. https://doi.org/10.1590/S0102-79722004000300014
Hübner, Maria Martha Costa & Moreira, Márcio Borges. Fundamentos de psicologia:
Temas clássicos da psicologia sob a ótica da análise do comportamento. Rio de Janeiro, RJ,
Guanabara Koogan, 2012
Martin, Garry; Pear, Joseph. Modificação de comportamento: o que é e como fazer. 10ª
edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
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