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Resumo - Aspectos Fundame…

Amábily D. Kock Neves (202214499)


Ana de Macedo Viana (202211864)
Beatriz Rizzi Lippi (202214162)
Geisa Sabrina da Cunha (202206291)
Giovana de oliveira machado (202211507)
Henrique Torres Toffano (202211892)
Luis Gonzaga Pio Magalhaes Junior (202211371)
Melissa Gallo Spolon (202211530)
Tatiane Pereira Olioze (202205533)
Vitor Augusto Carvalho (202201557)

RESUMO
Aspectos Fundamentais
da Análise do Comportamento

Campinas
2023

Resumo - Aspectos Fundamentais da Análise do Comportamento

Com a finalidade de se compreender os aspectos básicos e fundamentais da Análise do


Comportamento, suas bases filosóficas, éticas, sua história e seus principais conceitos é

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necessário realizar uma retrospectiva a respeito do surgimento daquilo que viria a ser conhecido
como o Behaviorismo Radical de Burrhus Frederic Skinner, psicólogo, linguista e filósofo
americano que desenvolveu sua teoria a partir do Behaviorismo Clássico de John B. Watson. A
partir disso, dentro da disciplina de Psicologia, cresce e ganha notoriedade uma nova abordagem
e um novo método de lidar com o indivíduo, a Análise do Comportamento, utilizando de base
filosófica o behaviorismo radical de Skinner e sua conceituação de sujeito e de comportamento.

Durante o século XIX, a Psicologia começa a ganhar força como campo próprio de
estudo através dos estudos de Wilhelm Maximilian Wundt. Utilizando de métodos experimentais
clássicos em laboratório, o autor tinha como intuito estudar a experiência consciente imediata
sob condições controladas em laboratório, cujo principal aspecto estava relacionado aos
processos sensórios e de percepção básicos. Wundt também desenvolve uma noção de mente
humana, não a concebendo como estruturas de consciência estáticas, mas sim como unidades
ativas que organizam o conteúdo que recebem o tempo todo. A partir disso, surge seu interesse
pelo estudo da experiência imediata, em busca da introspecção, cuja definição se resume a
reflexões que o indivíduo faz sobre o que ocorre em seu íntimo, sobre suas experiências,
portanto, uma observação e descrição do conteúdo (pensamentos, sentimentos) da própria
mente.

Foi em 1913, que Watson, num movimento contrário ao de Wundt, publica o Manifesto
Behaviorista, “um conjunto de palestras publicadas em forma de artigo no qual defendeu o
abandono da introspecção e a adoção da observação direta do comportamento como o único
método possível para uma psicologia científica”, como destaca Bruno Angelo Strapasson em seu
artigo (2008). Com essa publicação, o manifesto se torna um marco com a possibilidade de
transformar a psicologia num método científico capaz de prever e controlar o comportamento,
com a possibilidade de grande aplicação prática.

Somente a partir da década de 1950, com o linguista Skinner, que o behaviorismo


começa a ser encarado de uma outra maneira. Skinner destaca a diferença fundamental entre a
ciência da análise do comportamento para a filosofia da ciência que a embasa, o Behaviorismo.
Como o próprio autor destaca em um de seus livros, “o behaviorismo não é a ciência do
comportamento humano, mas, sim, a filosofia dessa ciência” (Skinner, 1974/2003, p. 7, apud
Hübner e Moreira, 2012 p.2)

O Behaviorismo, como o próprio nome já diz (do inglês “comportamento”), é uma visão
sobre o mundo, sobre o homem e sobre o objeto de estudo para compreender as relações entre
homem e o mundo. Esse objeto de estudo é o comportamento, definido como a relação entre as
ações do homem e do ambiente em que ele se encontra, ou seja, comportamento como tudo

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aquilo que as pessoas fazem, pensam, sentem e dizem dado o contexto de vida e as
contingências daquilo que viveram a partir do meio em que estão inseridas. No entanto, o
behaviorismo de Skinner difere do behaviorismo clássico (ou metodológico) de Watson,
principalmente, naquilo que se refere ao mentalismo ou a introspecção, deixada de lado por
Watson, mas, não negada por Skinner, que a pensava a partir de marcadores conceituais, não
como método. Ou seja, entendia a introspecção através do seu campo de formação, a linguagem,
entendendo-a como um tipo de comportamento verbal, uma forma de observação e obtenção de
conhecimento sobre o próprio indivíduo. E, que a partir da linguagem, do discurso trazido pelo
paciente seria possível compreender as contingências e os comportamentos que formaram
aquele indivíduo enquanto sujeito. Então, ainda que não considere a introspecção como
essencial ao campo de estudo, não a nega e utiliza da linguística para a melhor compreensão do
sujeito enquanto tal.

Para Skinner, “os homens agem sobre o mundo e o modificam e, por sua vez, são
modificados pelas consequências de sua ação” (Skinner, 1957, p.1). É isso que vai definir o
behaviorismo radical e sua abordagem psicológica, a Análise do Comportamento. Para o
behaviorismo skinneriano, nós não somos livres para fazer nossas escolhas, mas sim, nossas
escolhas são baseadas em uma contingência de vivências que tivemos desde a nossa infância,
mediadas pelas relações sociais, pela cultura e pela sociedade ao qual estamos inseridos.

Então, o que é comportamento? Para Skinner, comportamento descreve uma relação


entre atividades do organismo (chamadas de resposta) e os eventos ambientais (chamados de
estímulos). Para o autor, o comportamento humano só pode ser descrito e explicado a partir das
relações que o constituem quanto à história que produziu tais relações. Portanto, deve ser
compreendido a partir da conjugação de variáveis atuantes em três diferentes níveis:
filogenética, ontogenética e cultural.

A filogenética diz respeito à história evolutiva da espécie, suas contingências de


sobrevivência responsáveis pela seleção natural e que preparam o organismo para reagir ao
ambiente. A ontogenética diz respeito ao desenvolvimento ou história de vida de um organismo
individual, ou seja, as contingências de reforçamento responsáveis pelos repertórios adquiridos
pelos membros dessa espécie. E, por fim, a cultural está relacionada com as contingências
especiais mantidas por um evoluído ambiente social, ou seja, são as imposições e formas de
sociabilidade de determinada sociedade e cultura específica. As causas de um comportamento,
não, necessariamente se devem a uma situação atual, imediata ao comportamento demonstrado,
mas sim à combinação desses três fatores historicamente desenvolvidos.

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Ademais, o comportamento tem relação direta com o ambiente, sendo o resultado da
interação entre o estímulo e a resposta do organismo ao estímulo. Entretanto, o que é
considerado o ambiente, para a Análise do Comportamento? Ambiente é o termo utilizado para
definir as situações nas quais o “responder” ocorre, assim como as situações que passam a
existir após o “responder”, ou seja, as respostas subsequentes. Não é limitado apenas pelo
espaço físico, ou ainda, a família. Ambiente é tudo aquilo que está presente no contexto do qual
uma resposta ocorre e as consequências que dela decorrem. Importante compreender que para
análise do comportamento, objetos que fazem parte do ambiente mas que não são um estímulo
para nós (não o tempo todo, pelo menos) não são considerados “ambiente”.

Para Skinner, o ambiente inclui tudo aquilo ao qual o sujeito interage e como percebe
essa interação e como o seu próprio organismo reage a elas (o ambiente interno). Esse ponto é
fundamental, pois, duas pessoas dentro do mesmo ambiente podem perceber as coisas de
diferentes maneiras e reagir a elas diferentemente. Essa interação é mútua e promove mudanças
tanto no ambiente quanto no sujeito.

As variáveis físicas que constituem o ambiente de uma pessoa são chamadas estímulos
(S). De modo mais específico, estímulos são pessoas, objetos e eventos que atuam sobre um
indivíduo, influenciando seus receptores de sensação que podem afetar o comportamento. Por
exemplo, o professor, os alunos e os móveis na sala de aula são, todos, potenciais estímulos para
um estudante no contexto da sala de aula. Assim, no conceito de ambiente estão inseridos os
estímulos antecedentes (S’) e os subsequentes à resposta (S’’).

Qualquer alteração no organismo produzida e exibida por uma alteração específica no


ambiente é chamada de resposta (R), em outras palavras é a resposta a um estímulo (S). Isso
ocorre em diversos contextos, desde o comportamento humano até reações biológicas como os
reflexos. Dando um exemplo em termos de comportamento humano, quando alguém recebe uma
ordem ou um pedido (um estímulo), pode responder realizando a tarefa solicitada (a resposta).

Na linguagem cotidiana, utilizamos o termo reflexo como um conjunto de habilidades ou


capacidades de um organismo. Dizemos que uma pessoa tem bons reflexos quando consegue
executar certas ações de forma bem-sucedida e rápida, como desviar de um soco no rosto, por
exemplo. Em psicologia, quando falamos sobre comportamento reflexo, o termo reflexo não se
refere a capacidades ou habilidades, mas, sim, a uma relação entre uma ação e o que aconteceu
antes dela. Neste caso, o que o indivíduo fez é chamado de resposta, e o que aconteceu antes da
resposta – e a produziu – é chamado de estímulo. Reflexo, portanto, é uma relação entre um
estímulo e uma resposta, é um tipo específico de interação entre um organismo e seu ambiente.

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A relação entre estímulo e resposta é central para entender como os organismos
interagem conforme seu ambiente e como aprendem com essas interações. É importante
ressaltar que as respostas podem variar de acordo com o organismo, seu estado atual, suas
experiências passadas e o contexto em que o estímulo é apresentado. Devemos considerar que
quanto maior a intensidade do estímulo, maior a magnitude da resposta, e em muitos casos, a
relação entre estímulo e resposta pode ser modificada e condicionada.

Como podemos definir o comportamento reflexo em termos de contingências estímulo-


resposta?

As contingências são modos de descrever como ambiente e organismo interagem de


forma condicional. Uma contingência é definida como uma descrição de relações condicionais
entre eventos, isto é, relações do tipo: se..., então... Por exemplo, se uma luz forte incide sobre a
retina (estímulo), então ocorre a contração da pupila (resposta). Dessa forma, podemos dizer que
uma relação reflexa é uma relação de contingência.

Referências:

Dittrich, Alexandre, & Abib, José Antônio Damásio. O sistema ético skinneriano e
consequências para a prática dos analistas do comportamento. Psicologia: Reflexão E Crítica,
17(3), 427–433, 2004. https://doi.org/10.1590/S0102-79722004000300014

Hübner, Maria Martha Costa & Moreira, Márcio Borges. Fundamentos de psicologia:
Temas clássicos da psicologia sob a ótica da análise do comportamento. Rio de Janeiro, RJ,
Guanabara Koogan, 2012

Martin, Garry; Pear, Joseph. Modificação de comportamento: o que é e como fazer. 10ª
edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

Moreira, Márcio Borges; Medeiros, Carlos Augusto. Princípios básicos de análise do


comportamento. 2ª edição. São Paulo: Editora Artmed, 2019.

Strapasson, Bruno Angelo John B. Watson, o cuidado psicológico do infante e da


criança: possíveis consequências para o movimento behaviorista. Fractal: Revista De Psicologia,
20(2), 629–636, 2008. https://doi.org/10.1590/S1984-02922008000200023

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