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Sumário

1. Um pouco sobre sua vida.........................................................................................1


2. Breve explicação sobre o Behaviorismo...................................................................2
2.1. Personalidade.....................................................................................................2
2.2. Comportamento..................................................................................................3
2.3. Análise do comportamento.................................................................................3
2.4. Relação Fisiologia X Behaviorismo....................................................................6
2.5. Fatores negativos para o crescimento...............................................................7
2.6. Tipos de Comportamento...................................................................................8
Referências Bibliográficas...........................................................................................10
Anexo..........................................................................................................................11
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BURRHUS FREDERICK SKINNER (1904-1990)

1. UM POUCO SOBRE SUA VIDA

Em 1904 nasceu o principal psicólogo da corrente behaviorista, em


Susquehanna na Pensilvânia. Desde cedo Skinner mostrou grande interesse pelo
comportamento animal, lia sobre eles e colecionava tartarugas, cobras, lagartos,
sapos e esquilos listrados. Além de se interessar muito por invenções mecânicas, as
quais ele observava as modificações de comportamento que essas invenções
faziam. Quando jovem matriculou-se no Hamilton College de Nova York, formando-
se em inglês, onde aprendeu muita literatura e artes. Não foi aluno disciplinado,
rebelava-se quando tinha que se submeter a aprendizagens consideradas por ele,
como sendo desnecessárias e que não gostava, como hóquei sobre gelo e
basquete.

Skinner almejava ser escritor, por algum tempo escreveu na coluna


humorística do jornal local, mas teve sucessivos fracassos. Foi então que decidiu
fazer pós-graduação em Psicologia em Harvard.

Em 1936, após receber seu pH.D. e depois de ter trabalhado cinco anos na
faculdade de Medicina de Harvard, fazendo pesquisas com o sistema nervoso de
animais, Skinner foi trabalhar como professor na Universidade de Minessota (1936-
1945), lecionando Psicologia Experimental e Introdução à Psicologia. Após esses
nove anos em Minessota, resolveu aceitar o convite de chefiar o departamento de
Psicologia da Universidade de Indiana e três anos depois retornou a Harvard para
fazer invenções mecânicas, como a "caixa de ar" (um berço de vime mais
confortável, com ar-condicionado e temperatura controlada, no interior do qual era
colocada a criança para aprender por meio de reflexos condicionados). Sua segunda
filha ficou famosa por ter sido o primeiro bebê a ser criado dentro deste invento, uma
experiência criticada e reprovada por muitos de seus contemporâneos.

Skinner trabalhou duro até os 86 anos quando faleceu vítima de leucemia em


1990. Antes disso, sua vida foi marcada pelo recebimento de diversas menções
honrosas e aparições públicas, tendo sido capa de revistas famosas e participando
de programas de televisão, o que, sem dúvida, tornaram suas idéias muito populares
e conhecidas. No ano de sua morte foi agraciado pela Citação Presidencial por uma
Vida de contribuição à Psicologia da APA.

Apesar da natureza mecanicista de seu sistema, Skinner era um homem


humanitário, acreditava que a aplicação de seus princípios à sociedade poderia
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minimizar o sofrimento humano e aumentar as possibilidades do homem em


alcançar a satisfação e bem estar pessoais.
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2. BREVE EXPLICAÇÃO SOBRE O BEHAVIORISMO

O termo em inglês behavior significa comportamento, por isso é utilizado


Behaviorismo, ou então, Comportamentalismo, Teoria do Comportamento, Análise
do Comportamento, Análise Experimental do Comportamento ou Teoria
Comportamental.

O behaviorismo caracteriza-se por ser uma corrente que em psicologia e


filosofia evita tratar de conceitos mentais. Sua origem se deu com trabalhos dos
pesquisadores Ivan Pavlov e John Watson que buscavam princípios científicos para
explicarem o comportamento humano através da observação laboratorial.

Durante a primeira metade do século XX, o behaviorismo foi uma corrente


dominante, porém o quadro começou a declinar com o advento da ciência cognitiva,
a partir dos anos 50. Pois para muitos psicólogos e cognitivistas, não estava claro
que a fórmula "estímulo-resposta" pudesse ser aplicada a todo tipo de
comportamento humano.

Foi desde Watson que o comportamento foi se modificando, nos dias atuais
não se entende comportamento como uma ação isolada de um indivíduo e sim sua
interação com o ambiente externo. Concretizando o arco-reflexo, sendo que o
ambiente é o estímulo e o indivíduo dará suas respostas de acordo com as
estimulações.

2.1. Personalidade

Personalidade para a psicologia refere-se a um conceito que descreve o


crescimento e o desenvolvimento do sistema psicológico da pessoa, ou melhor,
trata-se de um ajustamento do indivíduo com o meio em que ele vive e também de
sua interação com outras pessoas. Pode se dizer que personalidade é o conjunto de
características que nos diferenciam uma das outras, incluindo habilidades, atitudes,
crenças, emoções, desejos, etc.

A função da personalidade nas pessoas é nos adaptar de acordo com o


momento, ocasião e até mesmo outras pessoas, fazendo assim, com que nós
possamos ordenar e harmonizar as formas de comportamento e a nos relacionar
melhor com os outros.

A personalidade é resultante alguns fatores, estes fatores podem influenciar


na formação da nossa personalidade, mas não determina-la. Estas influências são: o
meio seja social, cultural ou religioso; a hereditariedade, que são os traços inatos; a
ação do ambiente externo; e por fim a socialização.

Estes fatores podem agir de forma direta ou indireta sobre o indivíduo, no


caso da hereditariedade, estes traços já são nos concedidos desde o nosso
nascimento, mas de nada adianta se fôssemos caracterizados de acordo com o
nosso código genético, por isso que sofremos influência do meio, das pessoas ao
nosso redor, da nossa própria experiência de vida.
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Desde cedo somos submetidos a regras, normas, leis e a grupos sociais


distintos, ou seja, irmãos gêmeos que são criados separadamente, eles não irão ter
a mesma formação psicológica, por mais que possuam o mesmo código genético,
eles solidificarão suas formações a partir de conclusões tiradas a partir do meio e
das pessoas quem vivem ao seu redor. Portanto pode-se notar que tanto a
hereditariedade quanto o ambiente exercem algum tipo de influência sobre a
formação da personalidade de cada pessoa.

2.2. Comportamento

2.2.1. Controle do comportamento

A procura pelo conhecimento pleno do comportamento é o objeto de estudo


de muitos psicólogos; o interesse de Skinner está no controle do comportamento,
através dos eventos observáveis, experimentais, por isso fazia muitas experiências
com animais para ter suas conclusões a respeito do comportamento humano,
atentando também para as ações mentais, já que estas são passíveis de
questionamentos públicos.

Diante isto, a mudança no ambiente pode manipular o comportamento dos


indivíduos, pois a nos dias de hoje nossa sociedade nos impõe vários padrões de
vivência para que nos enquadremos, sendo assim, somos "controlados" pelo mundo
que vivemos através de "imposições" e estímulos que influenciam e muito o
comportamento das pessoas em relação a determinadas situações cotidianas. No
entanto, podemos resumir nosso controle comportamental na seguinte frase de
Skinner – "Os homens agem sobre o mundo modificando-no e são, por sua vez
modificados pelas conseqüências de suas ações".

2.3. Análise do comportamento

2.3.1. Científica

A definição literária de comportamento é dada pela maneira de se comportar,


de reagir, procedimento, conduta. Apesar de estar certa esta definição, a palavra
comportamento abrange muito mais que, simplesmente uma maneira de agir. De
acordo com Skinner, podemos conceituar comportamento como sendo todas as
ações provenientes de um organismo. É mais exato dizermos que o comportamento
constitui, ou melhor, complementa o funcionamento do organismo que está engajado
a agir sobre ou manter relação com o mundo exterior. Portanto vimos que a
formação do indivíduo se dá através de antecedentes, como regras, normas,
instruções, que posteriormente se tornarão conseqüentes. Então cabe ressaltar, que
o comportamento está diretamente ligado ao conhecimento dos seres humanos em
relação as suas vivências diárias durante suas vidas.
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Diante disso, com base na teoria de Skinner, a análise do comportamento,


tem uma forte ligação com as atividades que envolvem uma relação entre classe de
estímulos e uma outra de respostas, denominada de controle de estímulos; de forma
que chamamos de estímulos qualquer evento ambiental que possa afetar e interferir
nas nossas condutas.

Com base nisso, a análise científica do comportamento começa pelo


isolamento das partes simples de um evento complexo de modo que esta parte
possa ser mais bem compreendida diante desses fatores.

Portanto a personalidade do indivíduo "muda" de acordo com as exigências


de diferentes situações, ou melhor, destacamos alguns aspectos de nossa
personalidade de acordo com o momento que estamos vivenciando, como no caso
de nos comportarmos dentro de uma igreja, em uma entrevista de emprego, em uma
festa, com os amigos.

2.3.2. Experimental

O Behaviorismo de Skinner influenciou e ainda tem influenciado psicólogos


norte-americanos que por sua vez tem influenciado os brasileiros. Seu método de
estudo ficou conhecido como behaviorismo radical, o qual tem como objetivo uma
filosofia de Ciência do comportamento por meio da análise experimental do
comportamento. A base de seu método está na formulação do comportamento
operante, que necessita do comportamento reflexo ou respondente.

2.3.3. Caixa de Skinner

Uma caixa de Skinner é um equipamento simples, para estudar psicologia de


um rato ou de uma pomba. É uma caixa com chaves introduzidas numa das
paredes, as quais a pomba pode operar dando bicadas. Há também um aparelho de
alimentação (ou de recompensas) que é eletricamente operado. Os dois estão
conectados de tal modo, que a bicada da pomba tem alguma influência sobre o
aparelho de alimentação. No caso mais simples, toda vez que a pomba dá uma
bicada na chave, ela ganha comida. As pombas aprendem rapidamente a tarefa. O
mesmo acontece com ratos e, em caixas de Skinner reforçadas e adequadamente
aumentadas, com os porcos.

Sabemos que a ligação causal entre a bicada na chave e a alimentação é


gerada por um aparelho elétrico, mas a pomba não sabe. O aparelho pode ser
preparado para que, em vez de cada bicada ser recompensada, apenas uma em
dez bicadas receba recompensas. Isso pode significar literalmente a cada dez
bicadas. Ou, com um arranjo diferente do aparelho, pode significar que em média
uma em dez bicadas recebe recompensas, mas em qualquer dada ocasião o
número exato de bicadas exigido é determinado aleatoriamente.
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As pombas e os ratos aprendem a pressionar chaves mesmo que, em nossa


opinião, fosse preciso ser um bom estatístico para detectar a relação entre causa e
efeito. Podem ser treinados para um programa em que apenas uma proporção muito
pequena de bicadas seja recompensada. É interessante observar que os hábitos
aprendidos quando as bicadas são apenas ocasionalmente recompensadas
apresentam maior duração que os hábitos aprendidos quando todas as bicadas são
recompensadas: a pomba é desencorajada menos rapidamente quando o
mecanismo de recompensas é totalmente desligado.

Skinner fundou uma grande escola de pesquisa usando caixas de Skinner


para todos os tipos de finalidades detalhadas. Depois, em 1948, ele tentou uma
genial variante da técnica padrão. Cortou completamente o elo causal entre o
comportamento e a recompensa. Preparou o aparelho para recompensar a pomba
de tempos em tempos, não importava o que o pássaro fizesse. Agora, o que os
pássaros precisavam realmente fazer era só pousar e esperar a recompensa. Mas
na realidade, não foi isso o que fizeram. Pelo contrário, em seis dentre oito casos,
eles desenvolveram (exatamente como se estivessem aprendendo um hábito
recompensado) o que Skinner chamou de comportamento supersticioso. Em que
isso precisamente consistia, variava de pomba para pomba. Um dos pássaros girava
como um pião, dando duas ou três voltas no sentido anti-horário, no intervalo entre
as recompensas. Outro pássaro repetidamente lançava a cabeça na direção de um
determinado canto no alto da caixa. Um terceiro exibia um comportamento de atirar-
se para o alto, como se estivesse levantando uma cortina invisível com a cabeça.
Dois deles desenvolveram independentemente o hábito rítmico do "balanço do
pêndulo", oscilando a cabeça e o corpo de um lado para o outro. Eventualmente,
este último hábito deve ter se assemelhado bastante à dança de namoro de algumas
aves-do-paraíso. Skinner usou a palavra superstição porque os pássaros se
comportavam como se achassem que o seu movimento habitual tivesse uma
influência causal sobre o mecanismo de recompensa, quando na verdade isso não
ocorria.

As pombas supersticiosas de Skinner estavam se comportando como


estatísticos, mas estatísticos que tinham chegado a conclusões errôneas. Estavam
alerta à possibilidade de ligações entre os acontecimentos no seu mundo,
especialmente entre as recompensas que desejavam e as ações que tinham
capacidade de empreender. Um hábito, como impelir a cabeça para o alto num
canto da gaiola, começou por acaso. O pássaro realizava esse movimento minutos
antes de o mecanismo de recompensa entrar em ação. É bastante compreensível
que o pássaro tenha desenvolvido a hipótese especulativa de que havia uma ligação
entre os dois acontecimentos.

Um erro chamado de "falso negativo", consiste em deixar de detectar um


efeito quando ele realmente existe. Um erro "falso positivo", ao contrário, consiste
em concluir que algo está realmente acontecendo, quando na verdade não existe
nada senão aleatoriedade.

As pombas supersticiosas de Skinner cometiam erros falsos positivos. Não


havia nenhum padrão em seu mundo que ligasse verdadeiramente as suas ações
aos resultados do mecanismo de recompensa. Mas elas se comportavam como se
tivessem detectado esse padrão.
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Uma pomba "achava" (ou se comportava como se achasse) que dar passos
para a esquerda faria funcionar o mecanismo de recompensa. Outra "achava" que
atirar a cabeça para um canto tinha o mesmo efeito benéfico. As duas estavam
cometendo erros falsos positivos. Um erro falso negativo é cometido por uma pomba
que nunca percebe que dar uma bicada na chave produz alimentos se a luz
vermelha estiver acesa, mas que uma bicada com a luz azul acesa causa uma
punição, desligando o mecanismo por dez minutos. Há um padrão esperando por
ser detectado no pequeno mundo da caixa de Skinner, porém nossa pomba não o
detecta.

Rato na caixa de Skinner

Figura detalhada do funcionamento da Caixa

2.4. Relação Fisiologia X Behaviorismo

Ao longo da história, a mente tem sido justificada por intermédio de uma


mistura de argumentos anatômicos, físicos e sentimentais. Esse tipo de fisiologia
ingênua persiste até nossos dias na tentativa de descrever um sistema nervoso
conceitual que procura explicar um comportamento mental que já é pressuposto sem
maiores explicações. Essa postura é justamente acusada de circular, ou arbitrária.

O sistema nervoso apresenta dificuldades de compreensão muito maior que


uma abordagem comportamental. Para Skinner, o conhecimento preciso da ação
ainda está longe de ser obtido pela fisiologia.
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A manipulação do comportamento é mais eficaz quando há o controle do


ambiente, do que quando é feita uma intervenção direta no aparelho fisiológico.
Somente um ambiente social melhor poderá livrar o ser humano das guerras, crimes
e pressões econômicas.

A fisiologia procura controlar o comportamento desde o esclarecimento dos


processos físicos internos de uma pessoa. Nessa análise, uma compreensão
importante será dada quando se perceber que tais processos são históricos. Essa
ciência mostrará como o organismo é afetado pelas contingências de reforço,
tornando mais completa a explicação behaviorista da ação humana. A auto-
observação de indivíduo contribui para essa perspectiva na medida em que se
admite as condições corporais formadoras do comportamento, ao longo do tempo.
Ela serviria para ressalvar a importância da análise histórica que fornece a teoria
evolutiva desse tipo de sistema fisiológico. Todo conhecimento adquirido por essa
introspecção virá da observação de estímulos e respostas, sem relação direta com o
sistema nervoso que lhe serve de mediação.

O estudo do sistema nervoso é importante para o entendimento dos


processos de pensamento, desde que estes sejam tidos por processos
comportamentais e não metáforas questionáveis sobre o funcionamento interno da
mente.

2.5. Fatores negativos para o crescimento

2.5.1. Punição

A punição não capacita uma pessoa a aprender qual é o melhor


comportamento para uma dada situação e sim o impede de uma real aprendizagem.
Comportamentos punidos não desaparecem e sim, na maioria dos casos, voltam
ligados ou afloram outros tipos de comportamentos.

Como exemplos podemos citar é a prisão. Este método de punição por meio
de retirar os infratores das leis da sociedade "civilizada" se mostra muito ineficiente,
a vida lá dentro não ensina um novo modo de se comportar mais adequado e sim
faz com que, sendo expostos a um ambiente conturbado e repleto de
comportamentos criminosos só faz com que, ao sair os presos tem sua liberdade
exposta ao ambiente de tentações e ele poderá voltar a repetir os mesmo tipos de
comportamentos que o puseram na prisão. Punir ações leva à suspensão temporária
da resposta sem alterar a motivação.

Outro bom exemplo é a punição dos infratores das leis de trânsito, as


punições de modo geral, são apenas com pagamentos de multas, o que faz com que
não haja uma reeducação dos motoristas e pedestres.

Skinner afirma que a punição não satisfaz às exigências de longo alcance da


pessoa que está punindo, nem beneficia a pessoa que recebe a punição, apenas faz
com que, o sujeito punido se revolte e dessa forma sim, pode vir a mudar seu
comportamento de forma pior.
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2.6. Tipos de Comportamento

2.6.1. Condicionamento Respondente

O organismo responde automaticamente a um estímulo, Pavlov descobriu que


o comportamento respondente pode ser condicionado. Seu experimento clássico
reuniu um estímulo neutro, uma campainha, toda vez que chega alimento para o cão
essa campainha é soada. O cão geralmente saliva quando a comida lhe é mostrada,
Plavov demonstrou que após algumas exposições à comida junto com o som da
campainha, o cão ao ouvir somente o som da campainha, começa a salivar. O cão
desta forma foi condicionado de modo a responder a um estímulo que previamente
não provocava nenhuma resposta. Este efeito pode ser visto nos humanos também.
Quando entramos num restaurante ou ouvimos o som da campainha do jantar logo
nos dá aquela água na boca. O condicionamento respondente é facilmente
aprendido e manifestado.

Obs: Grande parte da publicidade é baseada neste fato.

2.6.2. Condicionamento Operante

O comportamento operante é controlado pelas conseqüências, inclui todos os


movimentos de um organismo. Então se refere à interação sujeito-ambiente, que é
conhecida como relação fundamental, a relação entre a ação do indivíduo. Assim
agimos sobre o mundo em função das conseqüências criadas pela nossa ação,
como por exemplo, trabalhar. Trabalhamos na maioria das vezes, porque estamos
interessados na conseqüência, remuneração no final do mês. No caso do rato na
caixa de Skinner também, ele começou a esbarrar na barra porque ele percebeu que
aquilo lhe dava recompensa, água e sendo desta forma que ele foi induzido a fazer
aquilo por conseqüência que receberia algo por ter feito.

2.6.3. Reforçamento

Um reforço é qualquer estímulo que aumenta a probabilidade de uma


resposta. Eles podem ser classificados como: positivos e negativos;

Reforços positivos: são todos eventos que incentivam um comportamento ou


resposta desejada.

Reforços negativos: são todos eventos que reduz ou elimina um


comportamento ou uma resposta, ou seja, é a retirada de algo indesejável. "Os
esforços adversos constituem aquilo que os organismos fazem".

Exemplos: positivo, é o caso do ratinho que pressionava a barra com o


objetivo de conseguir um pouco de água pra consumir.
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Negativo, dessa vez o rato toma choques, mas ao pressionar a barra os


impulsos elétricos cessam, desta forma, a freqüência da quantidade de pressões
exercidas sobre a barra tende a aumentar.

Para Skinner, os esforços positivos e negativos têm como objetivo controlar


os comportamentos, sendo compreendido como condicionado por combinação de
reforços positivos e negativos.

Os reforços podem ser considerados Primários (água, alimento, afeto);


Secundários (dinheiro, pois não tem nenhum valor de recompensa em si); ou
Generalizados (aprovação social).

2.6.4. Homem Autônomo

Esta ficção explanatória é descrita por Skinner, como um "agente secreto",


uma pessoa interior movida por vagas forças internas independentes das
contingências comportamentais.

A pesquisa de Skinner demonstrou que se não planejarmos certos tipos de


experiência de aprendizagem, a forma das curvas resultantes será a mesma para
pombas, ratos, macacos e crianças. Estes experimentos postulavam a inexistência
de maiores diferenças entre seres humanos e de outras espécies.

2.6.5. Liberdade

É um outro rótulo atribuído ao comportamento pelo qual desconhecemos suas


causas. Milton Erickson demonstrou que através da hipnose, sujeitos podem
produzir vários tipos de sintomas psicopatológicos. Quando o indivíduo entra em
transe, Erickson fazia sugestões pós-hipnóticas, das quais, o sujeito levava adiante,
porém ele não se lembrava do verdadeiro motivo pelo qual ele tinha este
comportamento, e assim inventa um monte de explicações. Em cada caso se fosse
feito, apenas o comportamento dele poderia concluir que ele estava agindo por
vontade própria e não pelos efeitos hipnóticos. Skinner sugere que o "sentimento de
liberdade" não é liberdade, mais do que isto, acredita que as mais expressivas
formas de controle são aquelas que reforçam o "sentimento de liberdade".

2.6.6. Criatividade

Exemplo de utilização de rótulos metafísicos para esquivar o fato de não


conhecermos as causas específicas de um dado comportamento. Skinner
menospreza as opiniões de artistas criativos que sustentam o fato de que seus
trabalhos são espontâneos e surgirem de fontes além da experiência vital do artista.
A hipnose, a eficiência da propaganda e do marketing mostra claramente que um
indivíduo não tem consciência de seu próprio comportamento.
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2.6.7. Recompensa

Recompensar respostas corretas melhora a aprendizagem. É eficaz no


controle aversivo, já que, estas recompensas são dados com algum objetivo,
controlando assim o comportamento humano.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Teoria da Personalidade – J. Fadman

BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de Filosofia; trad. Desidério Murcho et al. - Rio


de Janeiro: Zahar, 1997.

SKINNER, F.B. Sobre o Behaviorismo; trad. Mª da P. Villalobos. - São Paulo: Cultrix,


1988.

Notas

1. Veja SKINNER, F.B. Sobre o Behaviorismo, cap. 1, pp. 13-16.


2. Veja SKINNER, F.B. Op. Cit., idem, pp. 16-18.
3. Veja SKINNER, F.B. Idem, ibdem, pp. 18-20.
4. Veja SKINNER, F.B. Ibdem, ibdem, pp. 20-22.
5. Veja SKINNER, F.B. Ibdem, cap. 13, p. 177.
6. Veja SKINNER, F.B. Ibdem, idem, pp.178-180.
7. Veja SKINNER, F.B. Ibdem, ibdem, pp.180-183.
8. Veja SKINNER, F.B. Ibdem, ibdem, pp.183-184.
Veja SKINNER, F.B. Ibdem, ibdem, pp.184-185.
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ANEXO

O PROBLEMA DA "SINA" DA LIBERDADE NA OBRA DE FREUD E


SKINNER DAVI CHARLES GOMES*

O compromisso apologético da igreja não é apenas defensivo, mas inclui


também importantes aspectos positivos e ostensivos nos quais a fé cristã é
promulgada através da demonstração de que o pensamento não cristão será
sempre incoerente e, em última instância, falho. Quer seja na defesa do evangelho
contra os ataques seculares ou na investida intencional do apologeta contra o
pensamento anticristão, é crucial que se trabalhe com uma prática e uma
argumentação transcendental, ou seja, demonstrando a "impossibilidade do
contrário." Isto significa que o apologeta cristão não toma sua fé como suposição ou
proposta a ser examinada e comparada com o pensamento secular, mas toma-a
como pressuposto sem o qual toda argumentação, todo raciocínio e todo
comportamento termina em incongruências, antinomias e auto-negação. Neste
sentido, todo cristão que anseia por uma apologética verdadeiramente cristã deverá
ter em mente um senso claro e correto daquilo que Agostinho expressou quando
disse: "Fecisti nos ad Te et inquietum est cor nostrum, donec requiescat in Te." O
apologeta cristão pressupõe esta verdade não só para si, mas também para os que
negam o cristianismo e não só com respeito a anseios subjetivos, mas também
anseios intelectuais.

Dos muitos temas que o pensamento secular procura decifrar, o tema da


liberdade humana se mostra particularmente interessante, pois, de forma clara, este
tema só tem sentido último dentro dos pressupostos cristãos. Toda vez que a
liberdade humana é considerada sem referência ao Criador, ou seja,
autonomamente, ela sofre uma "sina," pois termina por negar-se. Da mesma forma,
toda vez que o tema da liberdade é negado, descobre-se um apelo secreto a uma
liberdade ainda mais autônoma. Como Ulisses, o herói grego, tentando navegar
entre Cila e Caribdis, o pensador não cristão se vê dividido entre reinterpretar o
mundo de forma a eliminar Deus, e assim destruir as bases para atribuir ao homem
um valor transcendente e um fundamento para a liberdade, ou então procurar
preservar o valor humano e a liberdade, mas destruindo seu prospecto de uma
ciência que explica o universo sem referência transcendental. O problema é que, por
estar separado de Deus e envolvido num processo inevitável de "supressão da
verdade" (Rm 1.18-27), o não cristão, e mesmo muitos cristãos, terão dificuldade de
perceber o paradoxo envolvido no discurso secular sobre a liberdade humana. É
aqui que o trabalho apologético ostensivo é imprescindível: Como demonstrar a
"sina" da liberdade no pensamento secular?

Seria imprudente tentar provar a "sina" da liberdade no pensamento secular


em poucas páginas; talvez seja mais frutífero limitar-se a um objeto mais específico
que ilustre a problemática toda. A liberdade como um tema dentro da literatura
psicoterapêutica moderna apresenta solo fértil para um trabalho apologético de
ataque, pois o desenvolvimento da idéia de liberdade em tal contexto é
palingenésico, evolutivo do ideal da liberdade dentro do contexto geral do
pensamento moderno.
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Este fato se dá especialmente como resultado inevitável da tensão entre dois


ideais humanísticos herdados pelo pensamento psicológico moderno: o "ideal de
ciência" (no contínuo Descartes-Hobbes-Leibniz-Locke-Hume), no qual o homem era
visto como determinado por fatores externos ao seu "ego" (um espectador e
observador daquilo que determina sua existência),  e o "ideal de personalidade"
(Rousseau-Kant-Fichte-Schelling-Hegel-Feuerbach), que em contrapartida buscou
bases para liberdade, dignidade e valor na autodeterminação humana — uma
autonomia que transcendesse todas as constrições materiais e o âmbito dos
fenômenos.

Essa tensão é patente na obra de Sigmund Freud (1859-1939), cuja


metapsicologia postula o drama humano como o conflito entre contingências
(externas e internas) e o ego sôfrego, numa dialética epistemológica que é ao
mesmo tempo cientificista e humanista. Esta mesma tensão permeia a maioria das
teorias metapsicológicas subseqüentes e é notavelmente manifesta, ainda que
profundamente transformada, no comportamentismo ou behaviorismo de Burrhus
Frederick Skinner (1904-1990), cuja proposta é o desenvolvimento de uma técnica
de manipulação do comportamento comparável em poder e precisão às tecnologias
físicas e biológicas, e que envolve a negação de conceitos como liberdade,
bondade, dignidade, valor pessoal, autonomia e autodeterminação. 

No interesse de explorar a "sina" da liberdade tomando como microcosmo o


tratamento que este tema central recebe na literatura psicoterapêutica moderna,
Freud e Skinner se apresentam como excelentes representantes. Como cada um
deles, ostensivamente ou secretamente, tenta preservar o ideal de autonomia
humana e conciliá-lo com uma visão científica determinista? O conceito de liberdade
é paradoxal e se autodestrói em qualquer estrutura que tome o homem abstraído de
sua relação com Deus, seu Criador. Ao observar a "sina" desse conceito na
metapsicologia de Freud e Skinner descobre-se a história da constante luta e
eventual impossibilidade de salvaguardar um lugar para a liberdade humana e, ao
mesmo tempo, de desenvolver uma "ciência" sobre a natureza humana. Tal história
tem como subtexto o constante retorno da rebeldia e idolatria do homem
supostamente autônomo.

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