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fatores causais e que modelariam o comportamento para as condições externas. São elas que
modelam e mantém o comportamento do ser humano. Ao fazer esta virada nos afastamos do
mal definido e remoto para o observável e o manipulável. (Conf SKINNER, in ULRICH. 1966.
p. 19).
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O CONDICIONAMENTO OPERANTE
Skinner se deu conta de que nem todos os comportamentos são reações ou respostas a
estímulos (ou seus substitutos) que originalmente impelem um organismo a dar uma resposta ou
desempenhar um comportamento. Em outros termos, não são respostas a estímulos que fazem
com que elas sejam dadas automaticamente. Por exemplo, não há nada que faça uma criança
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empurrar ou puxar uma porta para abrí-la. Mas automatizamos isso e quando estamos dentro da
sala puxamos a porta ao acionar o trinco (para sair) e estando fora, a empurramos (para entrar).
Mas você, certamente já deu com o nariz em alguma porta onde isso era invertido?! Então, neste
caso modificamos nossa ação (R: resposta) diante de tal porta (S: estímulo) e assim evitamos um
estímulo gerado em função da consequência (que no caso é desagradável). Todavia para efetuar
essa modificação na resposta, foi necessário desempenahr a ação e experimentar o efeito.
O que Skinner enfatiza é que muitos, senão a maioria dos comportamentos que
fazemos cotidianamente não iniciou como uma reação a um estímulo (C. Respondente), mas
foram efetuados eventualmente ou em função de necessidades de adaptação ao meio, que exige
respostas novas. O que faz com que sejam mantidos e repetidos são as conseqüências que se
seguem à resposta ou os estímulos então experimentados. O fato de que as respostas são
desempenhadas com regularidade se deve ao reforço. O reforço pode ser positivo ou negativo.
Se você prender um gato ou um passarinho numa gaiola pela primeira vez ele não tenta
sair pela portinhola, mas arranha em toda parte. Depois de algumas semanas uma caturrita tenta
até abrir a portinha da gaiola. E. Thorndike realizou diversos experimentos com gatos. Ele
colocava um gato faminto numa gaiola que possuía um dispositivo que, ao ser tocado, abria a
portinhola. Nas primeiras vezes em que era posto aí ele se debatia e arranhava em qualquer parte
das grades. Acidentalmente acionava o dispositivo. Após umas 5 a 7 vezes em que era recolocado
(variando de um animal para outro) diminuía, gradativamente, o tempo para sair. Após umas 15 a
20 reintroduções ele simplesmente se virava, acionava o dispositivo alcançando o alimento posto
do lado de fora. Ele passou a agir (R) somente no estímulo (S) que leva ao efeito, pois associou a
R ao S em função do efeito (ou reforço nos termos de Skinner). Repare que no início o
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dispositivo não respresenta algo diferenciado (S) e nem possuía o gato uma ação (comportamento
ou resposta) dirigida (R) para o mesmo. Isso passou a existir em função das consequências desta
ação. Thorndike falava da lei do efeito, ou seja, a estabilização de uma R diante de um S em
função do êxito. (No caso, as tentativas fracassadas são abandonadas e as bem sucedidas são
mantidas). Mas Skinner traduziu essa lei pelo reforço.
A resposta (i.é; a ação dirigida ao dispositivo) é um comportamente novo no repertório
do animal e foi associada a um estímulo que também psssou a ter significado em função do que
experimentou após o desempenho. Skinner denomina isso de reforço. Em outros termos, o
comportamento inédito; é adquirido e desepenhado diante de um estímulo que também é novo.
Ao contrário do concicionamento clássico (Pavlov) ele não é baseado (no início não há )em uma
relação S -- R já existente, ou seja, de natureza biológica. Mas ela será estabelecida em função do
reforço.
Com essa conceitualização Skinner abre a psicologia para o processo social o que é
tipico no ser humano, ou seja, comportamentos que não são determinados pela natureza mas,
devidos à influência ambiental. Assim, ao mostrar como se pode intervir para condicionar
comportamentos novos e desejados, a tese dos watsonianos (behavioristas que segue o
pensamento de J. Watson) de que qualquer resposta possível pode ser relacionada com
qualquer estímulo (Conf. BIGGE, 1984. p. 57). é por ele, sustentada e ampliada. A partir disso
imaginou ser possível modelar uma sociedade planejada. (Conf. SKINNER, in ULRICH. 1966. p.
16).
TIPOS DE COMPORTAMENTO
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a - Comportamento Respondente:
b - Comportamento Operante:
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inclui tudo o que fazemos e que tem efeito no mundo exterior ou opera nele. São atos
iniciados pelo organismo: abrir uma porta ou torneira, ligar um aparelho, andar, senta numa
cadeira, dançar, escrever, tomar cerveja, sorrir, estudar, etc. Estes atos são influenciados
pelas suas conseqüências. Não se pode saber apriori, qual estímulo provocará a emissão de
uma determinada resposta. O comportamento operante é controlado por suas conseqüências –
estímulos de reforço - que se seguem à emissão do comportamento.
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A maior parte dos comportamentos do cotidiano das pessoas é reforçada por suas
conseqüências externas ou extrínsecas. (O comportamento operante á mais frequente pois ele
traz consigo consequências que acabam sendo refoçadoras).
EXTINÇÃO E ESQUECIMENTO
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APRENDIZAGEM E CONDICIONAMENTO
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ENCADEAMENTO
Nossos comportamentos habituais sempre constituem respostas a estímulos, que
adquirimos ao longo da vida. Passamos de um comportamento a outro dentro de um
fluxo contínuo com variadas estimulações. Os nossos atos parecem ser uma seqüência em
progresso contínuo, onde uma resposta leva a outra de forma sucessiva. Ocorre que muitas
respostas emitidas produzem ou alteram as variáveis que controlam a resposta sucessiva.
Temos, então, o que denominamos encadeamento.
A maioria dos comportamentos humanos ocorre em cadeia: Uma resposta torna-se
o estímulo para a seguinte. Trata-se de uma seqüência de estímulos discriminativos e respostas
na qual cada resposta produz uma mudança no meio, a qual atua como um estímulo
(discriminativo) para a resposta seguinte. Ex. Vestir uma calça em etapas sucessivas: Pegar a
calça adequadamente, por os pés, puxá-la, etc. Inicialmente cada etapa é reforçada e
finalmente o conjunto do ato.
DIFERENCIAÇÃO DE RESPOSTA
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MODELAGEM
A modelagem ou método de aproximação sucessiva é usado para a aprendizagem
de novas respostas operantes. A modelagem de comportamentos consiste no reforçamento
diferenciado de respostas que se aproximam de um comportamento final desejado. O
procedimento inicia com uma resposta inicial que está relacionada ao comportamento
terminal em pelo menos uma dimensão significativa. Sucessiva e gradualmente se avança no
reforço daquelas respostas que se aproximam mais e abandonando-se as anteriores, até chegar
ao comportamento terminal que estará então condicionado. Na modelagem ou método de
aproximação sucessiva, cada comportamento intermediário reforçado pode ser considerado
um elo de uma cadeia que tem uma única função: progredir para alcançar a resposta final.
Vejamos um exemplo de modelagem. Skinner ensinava um pombo a caminhar
traçando um 8. Naturalmente um pombo não anda fazendo percursos com esta forma. Para
iniciar o processo de condicioná-lo a dar esta forma de resposta é preciso iniciar reforçando
respostas dele que tenham alguma coisa a ver com um semicírculo e depois seguir reforçando
o que se direciona para completar um 8, mas, não reforçar os passos que se desviam.
A modelagem é um processo mais abrangente que a diferenciação de resposta. Na
modelagem, a diferenciação de resposta é em geral um objetivo intermediário. Depois que
uma resposta, dentre várias, foi estabelecida, passa-se a reforçar uma outra que se aproxima
mais da resposta final escolhida.
GENERALIZAÇÃO E DISCRIMINAÇÃO
No reforçamento de comportamentos desejados e na modelação ainda podem ser
empregados dois outros procedimentos, a generalização e a discriminação.
As respostas fortalecidas por meio de reforçamentos realizadas em um conjunto de
circunstâncias tendem a espalhar-se ou generalizar-se para situações semelhantes.
Havendo semelhança no ambiente pode ocorrer a generalização. O comportamento pode ser
desempenhado neste ambiente devido às semelhanças com as circunstâncias em que a
resposta foi estabelecida. A generalização se deve às propriedades comuns que os estímulos
apresentam entre si. Por exemplo: Se a mãe recompensava o filho quando lhe prestava
atenção, é muito provável que assim se comporte diante da professora. Se um estudante teve
sucesso ao expor um trabalho, é muito provável que também se saia bem ao expor sua
opinião em uma assembléia de estudantes. Na generalização de estímulo acontece uma
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Quando há dois ou mais estímulos muito semelhantes entre si, ocorre, geralmente,
uma considerável generalização entre eles. Neste caso o comportamento discriminativo é mais
difícil de ser estabelecido. Havendo uma grande diferença entre os estímulos,
provavelmente haverá uma mínima generalização entre eles. Entretanto, a discriminação
será facilmente estabelecida.
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situações de maneira que as respostas dadas pelo sujeito sejam reforçadas. Desde que a
aquisição é a dimensão importante da aprendizagem uma escala de reforçamento contínuo
deve ser empregada. Os reforços devem se aplicados imediatamente tendo assim sua
probabilidade de ocorrência aumentada. (Conf. ISAACSON. 1965. p. 270).
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substituído pela máquina que responde imediatamente. Com a máquina o aluno emite a sua
resposta e recebe imediatamente a confirmação do seu êxito. A vantagem das máquinas
está no fato de que elas respondem mais rapidamente do que as situações naturais do dia-a-
dia.
O professor não seria substituído. Ele permaneceria como orientador dos alunos.
Ele ficaria livre de corrigir muitos exercícios e de repetições dos conteúdos. Com o uso da
máquina, ainda seria tirado dele o aspecto aversivo de controle da resposta de estudar (do
aluno) e, disporia de muito mais tempo para se aprofundar na sua área.
À Primeira vista pode parecer que nesse ensino programado tudo ocorra em função
do professor. O professor arranja de um modo mais eficiente as situações de reforço do que o
ambiente naturalmente providenciaria. Ele corrige as infrequências e elimina estímulos
conflitantes, enfim corrige as deficiências usuais. No entanto, os alunos, embora não esteja
previsto interagirem em atividades, eles não deixam de constituir um ambiente reciprocamente
influenciador. As realizações elevadas de uma criança que se sobressai são reforçadoras. Mas
quando sempre são as mesmas e ainda recebem muita atenção por isso em detrimento das
outras que não atingem o mesmo nível, isso pode com o passar do tempo ser adverso para as
demais. Assim, o que o professor propõe como reforço pode afetar os alunos entre si, como
por exemplo, estimular a concorrência pode oportunizar efeitos adversos. Reforçar
exageradamente os melhores resultados pode parecer depreciativo para aquele que não se sai
tão bem. Um aluno é premiado pelo sucesso e isso pode ser aversivo para outro, de modo que
pode criar uma situação estimuladora desfavorável para a aprendizagem. (Conf. BIGGE, M.
1964. p. 137).
A QUESTÃO DA PUNIÇÃO
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