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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE ANGOLA

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE PSICOLOGIA

BEHAVIORISMO

Grupo nº 6

LUANDA, 2023
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE ANGOLA
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA

BEHAVIORISMO

Trabalho da cadeira de Psicologia


Comportamental sob tutoria da Professora Doutora
Maria da Encarnação Pimenta e seu assistente
Doutor Adão Octávio

INTEGRANTES DO GRUPO Nº6

100002258: Carla Constâncio


100029267: Eliseu de Carvalho
100028584: Esperança Fernandes
100028031: Francisca Zua
100028397: Olira Rafael

LUANDA, 2023
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 4
Conceitos chaves ........................................................................................................... 5
ORIGEM DO BEHAVIORISMO .................................................................................... 6
PRINCIPAIS CONCEITOS DO BEHAVIORISMO ...................................................... 6
Behaviorismo Metodológico ......................................................................................... 6
Behaviorismo Radical ................................................................................................... 7
REALISMO VERSUS PRAGMATISMO ....................................................................... 7
ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO ............................................. 9
Os reflexos e os comportamentos liberados ............................................................... 10
1. Condicionamento Respondente ou Reflexo ........................................................ 11
Aquisição .................................................................................................................... 12
Condicionamento Clássico: “O cão de Pavlov” ...................................................... 12
Condicionamento Clássico: “O pequeno Albert”.................................................... 13
2. Condicionamento Operante ................................................................................. 14
Reforçamento .............................................................................................................. 15
Modelagem ................................................................................................................. 16
CONTROLO DE ESTÍMULOS ..................................................................................... 16
Discriminação ............................................................................................................. 16
Generalização .............................................................................................................. 17
Comportamento Verbal e Linguagem ......................................................................... 17
EVOLUÇÃO E CULTURA ........................................................................................... 18
BEHAVIORISMO E SUA APLICAÇÃO ..................................................................... 19
NEOBEHAVIORISMO ................................................................................................. 21
1. A Teoria Cognitiva Social de Albert Bandura..................................................... 21
2. Aprendizagem Intencional de Edward C. Tolman .............................................. 22
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 24
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 25
INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objectivo abordar a temática Behaviorismo


relativamente a sua origem, seu conceito, seus percursores e suas etapas de
desenvolvimento até aos dias actuais.
O termo Behaviorismo foi inaugurado pelo americano John B. Watson, em
artigo publicado em 1913, que apresentava o título “Psicologia: como os behavioristas a
vêem”. Watson buscava a construção de uma Psicologia sem alma e sem mente, livre de
conceitos mentais e subjectivos, e que tivesse a capacidade de prever e controlar (Bock
et al., 1999).
A teoria behaviorista defende que é possível ajustar o comportamento humano e
animal a partir de estratégias de condicionamento de estímulos. Tal teoria desenvolveu-
se num contexto em que a Psicologia buscava a sua identidade como ciência,
desvinculando-se definitivamente da tradição filosófica, enfatizando assim o
comportamento em relação as variáveis do meio.
Como ponto fundamental à aprendizagem, o Behaviorismo muito contribuiu
para aquilo que é a aquisição da aprendizagem em contexto escolar e aos métodos mais
eficazes que guiariam o indivíduo durante este construto.
Portanto, o Behaviorismo dedica-se ao estudo das interações entre o indivíduo e
o ambiente, entre os processos que se interligam a aprendizagem e, finalmente, entre as
suas respostas e seus estímulos.

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Conceitos chaves
Os seguintes conceitos ou definições foram extraídos do Dicionário de
Psicologia, de Mesquita, R., & Duarte, F. (1996), e do livro “Sobre o Behaviorismo” de
B. F. Skinner, traduzido por M. P. Villalobos (2009).

1. Aprendizagem – aquisição de novos comportamentos ou conhecimentos,


resultante da necessidade psicológica ou fisiológica de adaptação ao meio.
2. Comportamento ou conduta – termo que designa a actividade global, ou seja,
é a resposta que um organismo dá, ou a sua sensação, perante a situação que a
suscita.
3. Condicionamento – conjunto de operações efectuadas no animal, ou no
homem, em que se associam estímulos a reacções do organismo, e que permitem
adquirir novo padrão de comportamento.
4. Contingência – aquisição de comportamento apropriado a um novo ambiente
durante o seu tempo de vida
5. Estímulo – qualquer forma de energia externa ou interna ao organismo, capaz
de exercitar um receptor sensorial susceptível de provocar uma reacção
específica no organismo.
6. Operante – acções que os animais iniciam, ou respostas voluntárias. Exemplo:
andar, dançar, sorrir, etc.
7. Respondente – são os actos desencadeados por eventos que imediatamente os
precedem. Exemplo: a contração das pupilas quando se liga uma luz forte.

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ORIGEM DO BEHAVIORISMO

A palavra Behaviorismo provém do inglês behavior que significa


“comportamento”. Segundo Mesquita & Duarte (1996, p. 26), o behaviorismo é uma
corrente da Psicologia científica também denominada comportamentalismo ou
condutismo que encara o comportamento como objecto de estudo e a observação como
método, não admitindo que a Psicologia se ocupe da consciência, nem que a
introspecção seja aceite como método.
Mesquita & Duarte (1996), autores anteriormente referenciados, citam que o
Behaviorismo nasceu nos EUA, no princípio do séc. XX, a partir das investigações de
Thorndike; mas foi Watson quem lançou as bases teóricas daquilo a que veio chamar-se
Revolução Behaviorista, pois Watson acreditava que todo o comportamento se podia
moldar sob o efeito do condicionamento.
A posição de Watson era considerada determinista e reducionista, assim sendo
ultrapassada pelos neobehavioristas como C. Hull, B. F. Skinner e E. Tolman, que
conservando as ideias de Watson, como a objectividade e a importância do meio, deram
continuidade às investigações onde o behaviorismo mais contributos deu a Psicologia:
Aprendizagem e Motivação. (ibid.)
O Behaviorismo dedica-se ao estudo das interacções entre o indivíduo e o
ambiente, entre as acções do indivíduo – suas respostas – e, o ambiente – as
estimulações (Bock et. al.,1999, p. 45). Na mesma linha de pensamento, Mesquita &
Duarte (1996) referem que de acordo com o esquema E – R: dado o estímulo (E), deve
predizer-se a resposta (R) e, inversamente, dada a resposta, deve especificar-se a
natureza do estímulo. Logo, o estímulo deve entender-se como uma fonte restrita que
actua num órgão sensorial e a resposta como uma reacção glandular ou muscular.
Conforme Ardila (2013), o artigo publicado por Watson, em 1913, tinha como
característica central a ênfase ao ambiente, embora tenha se referido em muitas ocasiões
a factores biológicos, e especialmente neurofisiológicos, em seus trabalhos com
animais, crianças e adultos.

PRINCIPAIS CONCEITOS DO BEHAVIORISMO

A Psicologia Comportamental, refere Pimenta (2019), não possui um único


conjunto de teorias, seus estudos são debatidos por diversos autores, todavia, como
principais conceitos do Behaviorismo temos: o Behaviorismo metodológico,
influenciado pelo trabalho de John B. Watson, e o Behaviorismo radical, que foi
iniciado pelo psicólogo Burrhus Frederic Skinner.

Behaviorismo Metodológico

Esta corrente foi o ponto de partida do Behaviorismo, e como vimos, fundado


por John B. Watson, com base nas teorias sobre condicionamento do russo Ivan Pavlov.
Esta corrente opõe-se aos estudos relacionados à mente, pensamento e emoções e é
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baseado através de observação e experimentação. Defende ainda que o comportamento
pode ser previsível e controlado a partir de estímulos (Pimenta, 2019).
A mesma autora menciona que, na educação, a teoria comportamental de
Watson defende que o comportamento do indivíduo pode ser moldado e ajustado, capaz
de fazer com que a criança, por exemplo, tenha determinada formação de carácter ou
exerça qualquer profissão que escolha para ela. Como vimos, Watson baseou os seus
estudos às experiências de Ivan Pavlov, a partir do seu conhecido experimento “O cão
de Pavlov” que, doravante abordaremos.

Behaviorismo Radical

Refere Pimenta (2019), que o Behaviorismo Radical, opõe-se ao Behaviorismo


metodológico e, considera que os comportamentos observáveis são manifestações
externas de processos mentais invisíveis, como o autocontrolo, o pensamento, entre
outros. Porém, defende que é mais conveniente estudar os comportamentos observáveis.
Com isso, Skinner pretende dizer que as emoções não dão origem à nossa conduta, pois
também fazem parte do modo de agir. Ou seja, o comportamento não é consequência do
livre arbítrio, mas sim das consequências dos seus actos, sejam positivos ou negativos.
Skinner contribuiu grandemente com a criação do Condicionamento Operante,
um método de aprendizado que ocorre através de reforços (positivos ou negativos) e
punições. Segundo Pimenta (2019), o objectivo é entender a relação entre os
comportamentos de um animal ao seu ambiente.
Para o Behaviorismo radical, o comportamento não se refere apenas as acções
humanas mecânicas ou observáveis. Em seu livro, Introdução à Psicologia, Perrone &
Tridapali (2021), enunciam que em uma filosofia, ciência ou prática comportamental, o
termo “comportamento” se refere a toda e qualquer intenção humana com o contexto
em que está inserido (exemplo: correr, dormir, chorar, pensar, conversar, bocejar,
sonhar, amar, sentir e afins). Todo o comportamento ocorre por um motivo, por uma
função, e ter essa compreensão é justamente o objectivo do Behaviorismo Radical.
Os mesmos autores, acreditam que criar uma nomenclatura para padrões de
comportamento não é descobrir a sua origem. Não se pode dizer que um indivíduo
classificado como dependente químico usa substâncias simplesmente por ser
dependente químico, ou que um indivíduo classificado como depressivo está triste
porque tem depressão. Existiram variáveis causais que construíram este modus operandi
e estas variáveis que selecionam o comportamento, refere Tridapali (2021), podem ser
agrupadas em três níveis: o filogenético, o ontogenético e os factores culturais
abordados doravante.

REALISMO VERSUS PRAGMATISMO


Realismo
Segundo Baum (2006), enquanto visão de mundo, o realismo é tão difundido na
civilização ocidental que muitos o aceitam sem questionamentos. Ele representa a ideia

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de que as árvores, as rochas, as construções, as estrelas e as pessoas que nós vemos
estão lá realmente – que há um mundo real fora do sujeito que dá origem a nossas
experiências. Se, descreve Baum (2006), o sujeito der costas para uma árvore acredita
que, ao se virar, a verá novamente. O autor deduz que parece ser senso comum que a
árvore, suas percepções, pensamentos e sentimentos estão dentro de si. Essa noção,
aparentemente simples, envolve duas pressuposições: primeiro, esse mundo real parece
estar de algum modo lá fora, em contraste com a nossa experiência, que parece estar de
algum modo aqui dentro, ou seja, dentro de cada um. Segundo, nossas experiências são
experiências do mundo real; elas existem à parte do mundo propriamente dito.
A descrição do parágrafo anterior, descreve o autor, estaria próxima do ponto de
vista que os filósofos chamam de realismo ingénuo, que sustenta que a existência de um
objecto subsiste separadamente da nossa percepção dele. Uma vez que isso é parte da
visão do comportamento que se herda ao crescer na cultura ocidental, muitas vezes
chamada de psicologia popular, poderia chamar-se a isso de realismo popular.
Para Baum (2006), o realismo sustenta que há um mundo real fora de nós e que
esse mundo real externo dá origem a experiências internas em cada um de nós. O
mundo externo é considerado objectivo, enquanto o mundo da experiência interna é
considerado subjectivo.
Pragmatismo
O pragmatismo é uma concepção desenvolvida por diversos filósofos,
particularmente William James (1842-1910), durante a segunda metade do século XIX e
início do século XX. A noção fundamental do pragmatismo é de que a força da
investigação científica reside não tanto na descoberta da verdade sobre a maneira como
o universo objectivo funciona, mas no que ela nos permite fazer. O pragmatismo
concentra-se na tarefa de compreender as nossas experiências. Alguns dos estudos
realizados sobre o pragmatismo, influenciaram naquilo que foi a noção do behaviorismo
radical para B. F. Skinner, refere Baum (2006).

Behaviorismo Radical e Pragmatismo


O Behaviorismo contemporâneo, radical, baseia-se no pragmatismo. A resposta
que ele dá a pergunta “O que é ciência?” é a resposta de James e Mach: ciência é a
busca de descrições económicas e abrangentes da experiência natural humana. O
objectivo de uma ciência do comportamento é descrevê-lo em termos que o tornem
familiar e explicado. Aponta Baum (2006) que, seus métodos buscam ampliar nossa
experiência natural do comportamento através da observação precisa.
Os behavioristas radicais preferem o pragmatismo ao realismo porque o segundo
leva a uma visão dualista das pessoas, que é incompatível com uma ciência do
comportamento. Se o sujeito afirma que o mundo exterior é real, isso levanta a questão
“Se estou separado do mundo real, então onde eu estou?”. A resposta, de acordo com a
psicologia popular, é que o sujeito abriga um mundo interior, privado, em que
experimenta sensações, pensamentos e sentimentos. Somente seu corpo externo
pertence ao mundo exterior. Tal dualismo é, para o Behaviorismo radical, inaceitável
pois introduz mistérios “Como o eu interior ou a mente influencia o comportamento do
corpo?”. Uma resposta a essa questão nunca será obtida porque o eu interior é separado
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do mundo natural, e não há maneira de entendermos como coisas não-naturais podem
afectar eventos naturais. O Behaviorismo radical rejeita o dualismo entre mundo interior
e exterior e considera que a análise do comportamento lida com um só mundo e o
comportamento a ser encontrado nesse mesmo mundo único.
Para pragmatistas como William James e Ernst Mach, o processo de unificar
várias partes de nossa experiência é o que constitui a explicação. Na visão de Mach,
explica Baum (2006), falar de maneira eficaz sobre nossas experiências – isto é, a
comunicação – é exactamente o mesmo que explicar. Ele sustentava que, desde que
possamos falar sobre eventos em termos familiares, o evento estará explicado. A ciência
descobre apenas conceitos que tornam nossa experiência mais compreensível.

ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO

Segundo Villalobos (2009), várias críticas foram lançadas ao Behaviorismo


metodológico de Watson, pois dispunha-se de muito poucos factos relativos ao
comportamento – particularmente o comportamento humano e, para uma ciência a
escassez de factos é sempre um problema. Watson fazia junção a um suporte de factos
maior do que aqueles que era capaz de encontrar, factos estes relativos ao
comportamento, como os reflexos e os reflexos condicionados.
Todavia, o reflexo sugeria um tipo de causalidade mecânica
que não era incompatível com a concepção que o século XIX
tinha de uma máquina. A mesma impressão fora dada pelo
trabalho do filósofo Pavlov, publicado mais ou menos na
mesma época, e não foi corrigida pela psicologia do
estímulo-resposta, surgida nas três ou quatro décadas
seguintes. Watson destacou os resultados mais passíveis de
reprodução que pôde descobrir, e muitos deles foram obtidos
com animais – os ratos brancos da Psicologia animal e os
cães de Pavlov (Villalobos, 2009, p. 9).

Para Villalobos (2009), as críticas apontadas ao behaviorismo de Watson são


respondidas de forma eficaz por uma disciplina especial que recebeu o nome de Análise
Experimental do Comportamento. Skinner restaura a introspecção, mas não aquilo
que os filósofos e os psicólogos introspectivos acreditavam “esperar”, e suscita o
problema de quanto de nosso corpo podemos realmente observar. O Behaviorismo
Radical considera que um organismo se comporta de determinada maneira devido à sua
estrutura actual, mas a maior parte disso está fora do alcance da introspecção.
Embasado nessa crítica, refere Leonardi (2008), Skinner propõe um modelo
causal voltado para os eventos que são externos ao indivíduo. Segundo o autor, a
determinação de todos os processos comportamentais, inclusive dos comportamentos
encobertos (como pensamentos e sentimentos), está nas relações com o ambiente que
está fora do organismo, o que caracteriza o Behaviorismo Radical como uma
abordagem “externalista”.
Neste sentido, Skinner, referido por Leonardi (2008) designa o modelo de
causalidade do seu sistema psicológico de modo causal de selecção por consequências,

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elaborado a partir da teoria da evolução por selecção natural de Charles Darwin. A
formação e a transformação das diferentes espécies envolvem dois processos básicos: a
produção de variação aleatória dentro de populações e selecção ambiental de algumas
dessas variações.
Skinner adota o modelo selecionista darwiniano e amplia estes princípios para
explicar o comportamento. Para este, os repertórios comportamentais adquiridos na vida
de cada indivíduo e as diferentes práticas culturais existentes também são determinados
por processos de variação e selecção, logo na perspectiva behaviorista radical, o
comportamento humano é determinado por três níveis de variação e selecção – a
filogênese, a ontogênese e a cultura. O primeiro diz respeito ao conjunto de
características anatomofisiológicas do organismo, os padrões fixos de acção, a
sensibilidade a estímulos ambientais, a susceptibilidade a diferentes processos de
aprendizagem, mecanismos motivacionais, entre outros. O segundo refere-se à parte
significativa da aprendizagem pela qual o organismo é modificado e seu repertório
comportamental é construído. O terceiro é responsável pela evolução e manutenção dos
ambientes socioculturais, nos quais um indivíduo aprende com as práticas do grupo
(Leonardi, 2008, p. 2).
Para o próprio Skinner, traduzido por Villalobos (2009), o ambiente deu a sua
primeira grande contribuição durante a evolução das espécies, mas ele exerce um
diferente tipo de efeito – durante a vida do indivíduo, e a combinação dos dois efeitos
(ambiente e indivíduo) é o comportamento que observamos a dada altura. Logo, chega a
conclusão que se a dado momento o indivíduo e o ambiente se podem alterar/modificar,
logo o próprio comportamento pode ser modificado.
Qualquer informação disponível acerca de qualquer
uma das duas contribuições auxilia a previsão e o
controlo do comportamento humano e sua
interpretação na vida diária. Na medida em que um
dos dois possa ser alterado, o comportamento pode
ser modificado (ibid).

Refere Bock et. al (1999) que no início dos anos 30, na Universidade de Harvard
(Estados Unidos), Skinner começou o estudo do comportamento justamente pelo
comportamento respondente, que se tornara a unidade básica de análise, ou seja, o
fundamento para a descrição das intenções indivíduo-ambiente. O desenvolvimento
deste trabalho levou-o a teorizar o que viria a ser nova unidade de análise de sua
ciência: o comportamento operante.
Segundo Leonardi (2008), Skinner dá-nos luzes para que possamos compreender
estes comportamentos (condicionamentos respondente e operante) quando retrata os
reflexos e os comportamentos liberados por eles.

Os reflexos e os comportamentos liberados

Reflexo – um tipo de relação entre o comportamento e a estimulação


(Villalobos, 2009, p. 33).

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Traduzindo Skinner, segundo Villalobos (2009), tão logo se cunhou a palavra,
ela foi entendida como referindo-se à anatomia e à fisiologia subjacentes, mas estas são
ainda mal conhecidas. Um reflexo tem apenas força descritiva; não uma explicação.
Dizer que um bebé respira ou mama porque possui reflexos apropriados é simplesmente
dizer que respira ou mama presumivelmente porque evoluiu de maneira a poder fazê-lo.
Para Skinner, respirar e mamar implicam respostas ao ambiente, mas não devem, de
nenhuma forma, ser diferenciados do restante da respiração e da digestão.
Para Skinner o comportamento envolve usualmente o meio de maneira mais
complexa. Como exemplos bem conhecidos são encontrados em espécies inferiores. A
corte, o acasalamento, a construção de ninhos e os cuidados com as crias são coisas que
os organismos fazem e, mais uma vez, presume-se que fazem por causa da maneira por
que evoluíram. Geralmente a esse tipo de comportamento chamamos de instintivo, em
vez de reflexivo, porém, instintivo ou liberado, o comportamento é também mais
flexível do que reflexivo no adaptar-se a características adventícias do ambiente (ibid).

1. Condicionamento Respondente ou Reflexo


As contingências de sobrevivência – realização de comportamentos reforçadores
em prol da nossa sobrevivência, como o acasalamento, procura pelo alimento,
protecção, - não podem produzir comportamento útil se o meio mudar substancialmente
a cada geração, mas certos mecanismos evoluíram por meio dos quais o indivíduo
adquire comportamento apropriado a um novo ambiente durante seu tempo de vida, cita
Villalobos (2009).
O comportamento clássico (reflexo ou respondente) é o que usualmente
chamamos de “não-voluntário” e inclui as respostas que são eliciadas por estímulos
antecedentes do ambiente. Como exemplo, podemos citar a contração das pupilas
quando uma luz forte incide sobre os olhos, a salivação provocada por uma gota de
limão colocada na ponta da língua, o arrepio da pele quando um ar frio nos atinge, etc
(Bock et. al, 1999, p. 59). Ademais, as reacções emocionais imediatas como a raiva, o
medo ou a alegria.
O respondente não se define nem pelo estímulo nem pela resposta, mas sim pela
relação entre ambos. Essa relação é representada pelo paradigma S-R em que S denota o
termo estímulo e o R, resposta (Leonardi & Nico, 2012).
Tendo em vista que a resposta é causada pelo evento ambiental antecedente, diz-
se que o estímulo elicia a resposta ou que ele é um eliciador, ao passo que a resposta é
eliciada pelo estímulo. Aqui o verbo eliciar é utilizado para explicitar que o estímulo
“força” a resposta e que o organismo apenas responde a estímulos de seu meio (ibid).
Leonardi & Nico (2012) explicam que as relações respondentes podem ser
divididas em duas categorias: incondicionadas e condicionadas. As incondicionadas
referem-se aquelas que não dependeram da experiência pessoal do sujeito; trata-se
daquelas relacionadas à origem filogenética, ao passo que as condicionadas são aquelas

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que se estabeleceram a partir da experiência daquele sujeito, constituindo-se, portanto,
em sua história ontogenética.
Para que um estímulo proceda uma resposta, aponta Davidoff (2001), ocorrem
os seguintes processos:
Estímulo incondicionado (EI) é um estímulo eliciador que produz um
respondente automaticamente. Como exemplo, o alimento dentro da boca é um estímulo
incondicionado para a salivação.
Resposta incondicionada (RI) é o respondente produzido automaticamente
pelo estímulo incondicionado. Como exemplo, o alimento dentro da boca produz
salivação.
Estímulo neutro (EN) é qualquer evento, objecto ou experiência que não elicia
a resposta incondicionada até que o condicionamento seja iniciado. O estímulo neutro
tem de ser emparelhado ao estímulo incondicionado para que ocorra o condicionamento.
Imaginemos que o soar de uma campainha ocorra diariamente ao meio-dia, segundos
antes de você almoçar. O barulho é um estímulo neutro porque não evoca inicialmente a
salivação.
Depois que o estímulo neutro é associado ao estímulo incondicionado
(ocasionalmente uma vez, geralmente muitas vezes), ele desencadeia uma reacção
similar a incondicionada que é chamada de Resposta condicionada (RC). A resposta
condicionada é menos intensa e menos completa do que a resposta incondicionada. Se
todos os dias a campainha precede rigorosamente o almoço, ela própria, ao soar, passará
a estimular uma pequena quantidade de salivação. Assim que o estímulo neutro tiver
começado a produzir a resposta condicionada, seu nome muda para estímulo
condicionado (EC).

Aquisição

O emparelhamento do estímulo neutro com o estímulo incondicionado (em


geral, repetidamente) até que apareça uma resposta condicionada, é chamado de
aquisição ou treinamento de aquisição. Segundo Davidoff (2001), a sincronização dos
dois estímulos é importante. São usados dois procedimentos durante sincronização: (1)
apresentar o estímulo neutro ao mesmo tempo que é apresentado o estímulo
incondicionado; (2) introduzir o estímulo neutro em poucos segundos antes do estímulo
incondicionado, logo ambos os procedimentos resultam em uma resposta condicionada
consistentemente.
Condicionamento Clássico: “O cão de Pavlov”

No decurso de seu estudo da fisiologia das secrecções digestivas em cães,


Pavlov, descreve Davidoff (2001), notou que os animais salivavam diante de outros
estímulos além do alimento, como quando viam a pessoa que os alimentava e quando
ouviam os passos dessa pessoa. A princípio, eram inoportunas as inexplicáveis
salivações; mas progressivamente, foram chamando a atenção de Pavlov. Ele e os seus

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colegas estabeleceram uma versão simplificada da situação que produzira as peculiares
salivações.
Antes de iniciar os estudos, cita Davidoff (2001), Pavlov e seus colegas realizam
uma pequena incisão, geralmente na face do animal, para que o ducto salivar pudesse
ser transplantado para a parte externa. Os animais eram colocados em uma bancada,
presos. Após acostumarem-se à situação, suas reacções salivares a uma mistura de
biscoito com carne na boca (estímulo incondicionado) e a um estímulo neutro
(geralmente um som) eram medidas. Os animais salivavam consideravelmente quando
recebiam alimento e muito pouco quando confrontados com um som.
A partir daí os testes de condicionamento eram iniciados. O som tocava e – em
geral, simultaneamente ou alguns segundos depois – um prato de alimento era dado ao
cão. Foram repetidas várias sessões, refere Davidoff (2001), o que mais tarde levou os
cães a efectivamente, salivarem depois de ouvir o som da campainha.
Segundo Pavlov, refere o mesmo autor, os reflexos inatos são apenas uma
pequena fracção de todo o comportamento. Muitas respostas precisam de ser adquiridas
e este acredita que estivesse a estudar as leis da mente. Assim, embora a reacção a um
incêndio seja inata, Pavlov acredita que as respostas a palavras como “quente” ou
“fogo” precisam ser aprendidas, logo espera explicar todo o conhecimento e acção
humana com base ao modelo de condicionamento clássico.
Condicionamento Clássico: “O pequeno Albert”

Watson e Rosalise Rayner, desejavam verificar se uma criança pequena poderia


aprender medos por meio do condicionamento respondente. Refere Davidoff (2001) que
apesar de hesitarem acerca da condução de tal estudo, Watson e Rayner acreditavam
que os medos “surgiriam de qualquer forma assim que a criança deixasse o ambiente
protegido do berçário para ir para o ambiente tumultuoso do lar”. Acreditavam também
que teriam a oportunidade de eliminar quaisquer medos que fossem condicionados.
Os dois selecionaram um bebé chamado Albert. Este foi escolhido
principalmente porque parecia muito calmo e tinha aproximadamente 11 meses quando
os seus medos foram testados. O menino, parecia não ter medo de ratos, coelhos e
outros animais. A única coisa que atemorizava era o som inesperado de um martelo
batendo em uma barra de aço atrás de suas costas. Um rato branco foi retirado de uma
cesta e oferecido ao menino. Primeiramente a sua reacção foi de pegar o animal e, em
seguida, um dos investigadores bateu na barra de aço com o martelo atrás do menino e
este cai. Quando mais uma vez tenta pegar o rato, a barra de aço foi mais uma vez
atingida pelo martelo e a reacção do menino foi cair e chorar. Quando o experimento foi
repetido por várias vezes, o bebé começou a sentir medo do rato mesmo antes do som
alto ser reproduzido.
Outros experimentos semelhantes foram submetidos ao pequeno Albert, o que
fez com que passasse de um bebé muito tranquilo e calmo a um bebé com ansiedade e
episódios de angústia. Isso mostrou que o bebé havia aprendido a associar a sua

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resposta, o medo que sentia e o choro provocado, a um outro estímulo que antes não lhe
causava medo.

2. Condicionamento Operante
Segundo Villalobos (2009) e traduzindo Skinner, o condicionamento operante é
o processo por via do qual uma pessoa chega a haver-se eficazmente com um novo
ambiente. As coisas no mundo exterior como comida e água, contacto sexual e fuga a
danos são crucias para a sobrevivência do indivíduo e da espécie e, por isso, qualquer
comportamento que as produza tem valor de sobrevivência. São descritos
informalmente, segundo Perrone & Tridapali (2021), como “voluntários”, envolvendo
mais a musculatura estriada, processos de linguagem, pensamento, interacção social,
entre outros.
Citam Bock et. al (1999) que, segundo Keller, o comportamento operante inclui
todos os movimentos de um organismo dos quais se possa dizer que, em algum
momento, têm efeito sobre ou fazem algo ao mundo ao redor. O comportamento
operante opera sobre o mundo, quer directa ou indirectamente. A leitura que se faz de
um livro, escrever uma carta, chamar um táxi com um gesto de mão, tocar um
instrumento, etc, tudo isso é definido como um comportamento operante do indivíduo.
O ser humano e a espécie animal lutam todos os dias para que possam
sobreviver, logo, diante de uma situação externa (ambiente), qualquer comportamento
que estes produzam condiz doravante com uma questão de sobrevivência. Villalobos
(2009) refere que através do processo de condicionamento operante, o comportamento
que apresente este tipo de consequência tem mais probabilidade de ocorrer, pois diz-se
que o comportamento é fortalecido por suas consequências e por tal razão as próprias
consequências são chamadas de “reforços”. Aqui o reforço, fazem menção Perrone &
Tridapali (2021), diz respeito as consequências que gratificam e fortalecem o
comportamento, aumentando a probabilidade de que este ocorra novamente em
contextos semelhantes.
O princípio básico do condicionamento operante, segundo Davidoff (2001), é
simples. Se um comportamento operante é repetidamente seguido de resultados
agradáveis ao aprendiz, o acto tende a ser desempenhado com maior frequência sob
condições similares. Se, entretanto, o comportamento for geralmente seguido de
consequências desagradáveis, tende a ser repetido com menor frequência sob
circunstâncias semelhantes.
O comportamento operante refere-se à interação sujeito-ambiente. Nessa
interação, chama-se de relação fundamental à relação entre a acção do indivíduo
(emissão da resposta) e as consequências. É considerada fundamental porque o
organismo se comporta (emitindo qualquer resposta), sua acção produz uma alternação
ambiental (uma consequência) que, por sua vez, retroage sobre o sujeito, alterando a
probabilidade futura de ocorrência. Assim, agimos ou operamos sobre o mundo em
função das consequências criadas pela nossa acção.

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Reforçamento

Chamamos de reforço a toda consequência que, seguindo uma resposta, altera a


probabilidade futura de ocorrência dessa resposta. Ele pode ser positivo – todo o evento
que aumenta a probabilidade futura da resposta que o produz; ou negativo – todo o
evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o remove ou atenua. No
reforço negativo, a expressão “negativo, refere-se, segundo Davidoff (2001), ao facto de
que a consequência foi removida ou atenuada.
Os psicólogos, referem Bock et. al (1999), fazem distinção entre dois processos
importantes: a esquiva e a fuga.
A esquiva, descrevem Bock et. al (1999), é um processo no qual os estímulos
aversivos condicionados e incondicionados estão separados por um intervalo de tempo
apreciável, permitindo que o indivíduo execute um comportamento que previna a
ocorrência ou reduza a magnitude do segundo estímulo. Ou seja, complementa Davidoff
(2001) que, durante o condicionamento de esquiva, os operantes são fortalecidos porque
adiam ou evitam algo que o organismo antecipa como desagradável.
Vários são os exemplos quotidianos, segundo este último autor, como quando os
estudantes estudam para evitar notas vermelhas; quando se coloca o cinto de segurança
antes de ligar o carro para evitar o som da campainha-lembrete; em situações em que a
criança obedece aos pais para não apanhar. Da mesma forma, muitos adultos
cumpridores das leis agem desse modo para evitar acidentes, multas e prisão.
Na fuga, o comportamento reforçado é aquele que termina com um estímulo
aversivo já em andamento. A diferença é sutil. Os operantes são fortalecidos porque
fazem cessar algum evento ocorrente que o organismo considera desagradável. Davidoff
(2001), descreve os hábitos como tapar os ouvidos durante tempestades com trovão,
afastar o telemóvel do ouvido para evitar conversas telefónicas desagradáveis e limpar
salas desarrumadas para não ouvir mais os ralhetes de alguém são exemplos comuns de
condicionamento de fuga
Extinção, definem Bock et. al (1999), é um processo no qual uma resposta deixa
abruptamente de ser reforçada. Como consequência, a resposta diminuirá de frequência
e até mesmo poderá deixar de ser emitida. O tempo necessário para que a resposta deixe
de ser emitida dependerá da história e do valor do reforço envolvido. Este processo
ocorre tanto no condicionamento respondente como no operante.
Na vida quotidiana, as pessoas frequentemente aprendem operantes
(acções/respostas) que são extintos quando não são reforçados. Davidoff (2001) lembra
que, muitas crianças pequenas, são ensinadas a comportar-se educadamente. Os pais
elogiam os filhos pelo uso de palavras como “por favor” e “obrigado”. Se, mais tarde, as
boas maneiras da criança deixarem completamente de ser elogiadas, poderão
desaparecer.

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A punição é outro procedimento importante que envolve a consequência de uma
resposta quando há apresentação de um estímulo aversivo ou remoção de um reforçador
positivo presente. Os psicólogos a definem como sendo um evento que ocorre quando –
e somente quando – um operante é enfraquecido pela consequência que o sucede
(Davidoff, 2001, p. 118).

Modelagem
Pessoas (e outros animais) aprendem novas respostas operantes por uma
estratégia de reforçamento positivo chamada de modelagem, ou método de
aproximações sucessivas.
Os pais às vezes usam intuitivamente a modelagem para ensinar seus filhos mais
novos. Exemplifica Davidoff (2001) o acto de andar, uma actividade que não precisa ser
treinada, mas que o é frequentemente.

CONTROLO DE ESTÍMULOS

Quando a frequência ou a forma da resposta é diferente sob estímulos diferentes,


diz-se que o comportamento está sob controlo de estímulos. Se o motorista, segundo
Bock et. al (1999) para ou acelera o carro no cruzamento de ruas onde há semáforo que
ora está verde, ora vermelho, sabemos que o comportamento de dirigir está sob controlo
dos estímulos. Explica Baum (2006) que, o estímulo aqui significa “contexto” e
controlo significa “mudar a frequência ou a probabilidade de uma ou mais actividades”.
Controlo de estímulo significa que um estímulo exerce controlo sobre o comportamento
– que o comportamento muda em sua presença. Desta feita, dois processos importantes
devem ser apresentados durante o controlo de estímulos: a discriminação e a
generalização.

Discriminação

Diz-se que se desenvolveu uma discriminação de estímulos quando uma


resposta se mantém na presença de um estímulo, mas sofre certo grau de extinção na
presença de outro. Sempre que este estímulo for apresentado e a resposta emitida,
haverá reforço. Explica Davidoff (2001) que este estímulo se refere ao facto de que as
respostas reforçadas em um ambiente não se propagam por todas as situações similares
porque não são reforçadas em todas as situações similares. Assim, o motorista do carro
vai parar o veículo quando o semáforo estiver vermelho, logo, esperamos que para ele, o
semáforo vermelho tenha se tornado um estímulo discriminativo para a emissão do
comportamento de parar.
Toda a discriminação resulta de uma história. Se não foi aprendida, resulta de
uma história evolutiva. Se a discriminação é aprendida, ela provém de uma história de
reforço. Vou a uma loja quando tenho dinheiro, e não quando estou sem dinheiro
porque ir à loja foi reforçado quando eu tinha dinheiro e não foi reforçado quando eu
não tinha. Em geral, explica Baum (2006), uma actividade ocorre na presença de um
estímulo discriminativo porque é reforçada em um contexto.

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Generalização

Para Bock et. al (1999), na generalização de estímulos, um estímulo adquire


controlo sobre uma resposta devido ao esforço na resposta de um estímulo similar, mas
diferente. Frequentemente, a generalização depende de elementos comuns a dois ou
mais estímulos.
O princípio da generalização é fundamental quando pensamos na aprendizagem
escolar. Nós aprendemos na escola alguns conceitos básicos, como fazer contas e
escrever. Graças à generalização, podemos transferir esses aprendizados para diferentes
situações, como dar ou receber troco, escrever uma carta para alguém distante, aplicar
conceitos da Física para consertar aparelhos electrodomésticos e afins.
Na vida quotidiana, também aprendemos a nos comportar em diferentes
situações sociais, dada a nossa capacidade de generalização no aprendizado de regras e
normas sociais.

Comportamento Verbal e Linguagem

Baum (2006) explica que o Comportamento Verbal é um tipo de comportamento


operante, que exige a presença de outra pessoa para ser reforçado. Essa outra pessoa,
que reforça o comportamento verbal do falante, é o ouvinte e ambos têm de pertencer à
mesma comunidade verbal – devem ser capazes de revezar os papéis.
Comportamento verbal é um exemplo de comunicação, que é uma situação em
que o comportamento de um organismo cria estímulos que modificam o comportamento
de outro. Como outros comportamentos operantes, o comportamento verbal é explicado
por suas consequências e seu contexto. As consequências são resultado das acções do
ouvinte, que é a parte principal do contexto.
O nosso comportamento, vem responder às verbalizações ouvidas dos outros
como contextos verbais ou estímulos discriminativos verbais. Discriminamos entre
vocalizações e ruídos, e entre uma vocalização e outra. As nossas acções como ouvintes
provêem reforço para as verbalizações dos falantes a nossa volta.
Comportamento verbal é diferente de linguagem. O comportamento verbal,
segundo Baum (2006), compreende eventos concretos; é comportamento, enquanto a
linguagem é uma abstração. Explica Skinner, traduzido por Villalobos (2009) que a
linguagem tem um carácter de coisa, algo que a pessoa adquire e possui.
A maneira de uma pessoa falar depende das práticas da comunidade verbal a que
pertence. Diferentes comunidades verbais modelam e mantêm línguas diferentes no
mesmo falante, o qual possui então repertórios diferentes que exercem efeitos
semelhantes em ouvintes diferentes (Villalobos, 2009, p. 80).

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EVOLUÇÃO E CULTURA

Antes da década de 1970, a maioria dos antropólogos definia cultura em termos


de abstrações, tais como conjunto de valores e crenças compartilhados. Uma excepção
notável a essa postura era a do antropólogo Marvim Harris, que definia cultura em
termos de costumes compartilhados (comportamento). Assim como Harris, Skinner
definiu a cultura concretamente ao indicar as prácticas, tanto verbais como não-verbais
que um grupo poderia compartilhar (Baum, 2006, p. 257).
Para Skinner, traduzido por Villalobos (2009), como um conjunto de
contingências de reforço mantidos por um grupo, possivelmente formuladas por meio
de regras ou leis, a cultura tem uma condição física bem definida; uma existência
contínua para além das vidas dos membros do grupo; um padrão que se altera à medida
que certas práticas forem acrescentadas, descartadas ou modificadas; e, sobretudo,
poder. Uma cultura assim definida controla o comportamento dos membros do grupo
que a pratica. O aspecto mais importante de uma cultura é o de que ela evolui e, para
Baum (2006), um requisito para a existência de cultura é a existência da sociedade. Uma
verdadeira sociedade inclui a cooperação – comportamento altruísta que beneficia
outros, a curto prazo, e beneficia o altruísta a longo prazo. Um segundo requisito para a
existência de cultura é a capacidade dos membros do grupo de aprender uns com os
outros, pois essa é a maneira pela qual os traços culturais são transmitidos.

O Eu e os Outros
Em seu trabalho, Dentello (2009) refere que Skinner inicialmente sintetiza
alguns factos principais a respeito do eu. Primeiro, que é comum o eu ser usado como
uma causa hipotética das actividades de um indivíduo, um agente interior que inicia e
determina o comportamento. Em segundo lugar, que o eu é distinto do organismo: este
comporta-se, aquele dirige a forma, intensidade e ocasião dos comportamentos.
Finalmente, que mais de um eu seria necessário para explicar os diferentes
comportamentos de um organismo (ideia de personalidades distintas ou de múltiplos
aspectos de uma subjectividade que interagem na mente e cujo resultado se reflete nas
actividades do indivíduo).
O eu representa algo relacionado ao que um indivíduo faz, e esse algo, deve ser
determinado por condições distintas do organismo. Para Skinner, descreve o mesmo
autor, o eu é um termo que se refere a um modo de acção comum, identificado a
subdivisões topográficas do comportamento. Essas divisões podem mostrar-se
distintamente em diferentes situações, determinadas por estímulos discriminativos,
privações, condições emocionais ou efeitos de drogas. Logo, é comum observar, em um
mesmo indivíduo, “personalidades” muito diferentes quando ele está num culto
religioso ou num estádio de futebol, quando está há algum tempo sem comer, quando
está comovido ou enfurecido, quando está bêbado ou sóbrio. Tal conduta se expressa
porque o ambiente não é o mesmo, então não se pode esperar que o sujeito mantenha a
mesma identidade ao longo do tempo.
Numa análise behaviorista, segundo Villalobos (2009), conhecer outra pessoa é
simplesmente conhecer o que ela faz, fez ou fará, bem como a dotação genética e os
ambientes passados e presentes que explicam por que ela o faz. Cada pessoa é única,
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portanto o conhecimento de outrem é limitado pela acessibilidade, não pela natureza dos
factos. Compreendemos outras pessoas mesmo sem empreender uma acção, e a mera
percepção de outrem deve ser incluída entre nossas respostas a ele. Tudo isso depende
muito do que os outros fazem do que daquilo que sentem ou dizem sentir.
Aprendizagem por observação
Davidoff (2001) descreve que a modificação de comportamento de forma
relativamente permanente, em consequência da observação das acções de um terceiro, é
conhecida como aprendizagem por observação (modelagem, imitação ou aprendizagem
social). Os organismos simples e complexos aprendem pela observação. Até mesmo os
recém-nascidos imitam, sugerindo uma propensão inata.
Albert Bandura, descreve a mesma autora, acredita que qualquer coisa que possa
ser aprendida directamente pode também ser aprendida pela observação de outros. A
aprendizagem por observação vai além da mímica ou da imitação. Em muitos casos, as
pessoas extraem ideias gerais, o que lhes permite ir muito além daquilo que vêem e
ouvem.
A aprendizagem por observação apresenta quatro fases (Davidoff, 2001, p. 131):
1 – Aquisição: o aprendiz observa o modelo e reconhece as características distintivas de
sua conduta.
2 – Retenção: as respostas do modelo são activamente armazenadas na memória.
3 – Desempenho: se o aprendiz aceita o comportamento do modelo como apropriado e
passível de levar a consequência por ele valorizadas, o aprendiz o reproduz.
4 – Consequência: a conduta do aprendiz resulta em consequências que virão fortalecê-
la ou enfraquecê-la. Ou seja, ocorre o condicionamento operante.
Assim como os condicionamentos operante e respondente, a aprendizagem por
observação é usada deliberadamente na modificação do comportamento. Envolve
sempre algum tipo de actividade cognitiva.

BEHAVIORISMO E SUA APLICAÇÃO

Aprendizagem Comportamental
Por aprendizagem comportamental, segundo Davidoff (2001), os psicólogos
entendem uma mudança comportamental relativamente duradoura, ensejada pela
experiência. Em função do que lhes ocorre, os aprendizes adquirem novas associações,
informações, insights, habilidades, hábitos e afins.
Este tipo de aprendizagem é o elemento central de todos os ramos da Psicologia,
aponta a mesma autora. É por isso que todos os animais passam grande parte do tempo
aprendendo. Quanto mais complexo o animal, mais expressivamente a aprendizagem
contribui para sua modelagem. Da mesma forma, quanto mais complicada a resposta,
maior a propensão de a aprendizagem ter influenciado sua natureza.

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Educação
A vida académica exige dos seus gestores e professores atenção constante ao
ambiente e aos comportamentos que nele gostariam de ver com frequência. Na maioria
das vezes, trata-se de uma questão de planeamento elementar e do querer fazer.
Facilitando a análise, Domene (2010), elege um comportamento visível a todos – ler – e
tenta mostrar com um behaviorista lidaria com ele. Em que medida, questiona o referido
autor, a escola facilita e reforça esse comportamento do aluno.
Domene (2010) ressalva que, a biblioteca é um ambiente para o comportamento
de leitura, logo questiona quais seriam as características físicas e sociais desse ambiente
que aumentariam a probabilidade de o aluno ler. Começando pela quantidade de livros
disponíveis para o aluno e observando o que acontece quando este se dirige a biblioteca
e não encontra o desejado, ele entende que se deveria ter em mente que todas as
iniciativas não atendidas são comportamentos não reforçados que tendem à diminuição
da iniciativa desse mesmo aluno voltando à biblioteca para ler.
O livro e a biblioteca são ambientes físicos que afetam o comportamento do
leitor, mas os funcionários da biblioteca também são ambientes para o comportamento
de ler dos alunos – sabendo o que fazem e como o fazem, como tratam os leitores.
Ler é um comportamento social que requer reforçadores sociais constantes.
Depois de bem estabelecidos, é possível um leitor nutrir-se dos reforçadores
automáticos gerados pelo próprio texto. Entretanto, não sabemos o quanto extenso seria
o comportamento humano se absolutamente não pudéssemos compartilhar o que lemos
com o outro. Na escola, notadamente o reforçador para a leitura, aponta Domene
(2010), é a nota, um reforçador arbitrário de alcance restrito. Geralmente, o aluno para
de ler quando não houver mais consequência da nota. Apesar desse reforçador ser
natural, muitas vezes na escola, o aluno aprende a ler e continua a ler para escapar das
ameaças do sistema.

Relação Ensino – Aprendizagem


Quando se quer avaliar se o objectivo do ensino é atingido, deve-se centrar nas
respostas emitidas (comportamentos). Os aspectos internos, cita Vaisbih (2021), são
abandonados como explicação da não aprendizagem. Nesta perspectiva é dito que o
desinteresse não tem relação com a aprendizagem, pois não a proporcionam. Nesse
caso, há necessidade de mudanças nas condições ambientais.
De um modo geral, Vaisbih (2021) afirma que “um bom ensino exige que o
professor planeje as actividades dos educandos especificando o que eles deverão fazer,
havendo revisão e avaliação das actividades”.
A autora refere que Skinner considera que nem sempre o aluno aprende
“fazendo”. Apenas o fazer não fará com que ele aprenda um comportamento e não eleva
a probabilidade de ocorrência desta resposta emitida. Ressalta a autora que se o aluno
não aprende, possivelmente o modo como este aprende não foi compreendido pelo
responsável pelo ensino. Logo, numa abordagem comportamental, os reforços são

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essenciais para que ocorra a aprendizagem e, isso cabe a quem ensina, pois, ensinar é
facilitar a aprendizagem.

O Behaviorismo e as Organizações
Eventos reforçadores são consequências que tendo sido produzida pelo
comportamento, aumentam a probabilidade e a frequência do mesmo ocorrer
novamente, sob determinadas situações. Para Alencar (2008), em uma organização, o
indivíduo trabalha porque necessita prover a si próprio, e talvez à sua família, água,
alimento, calor, reforçadores primários, secundários, generalizações e afins, ou ainda,
seguir a filosofia da empresa, que no mundo corporativo é conhecido como “cultura
organizacional”, que define o que a empresa valoriza, motivo pelo qual a empresa é
criada.
O mesmo refere que uma organização interessada em motivação de pessoal,
deve manejar intervenções em todos os níveis de determinantes do comportamento
(ontogenético, filogenético e cultural), de modo a promover e manter comportamentos
de seus funcionários, por meio de recompensas e punições. Além do reforço, outro
princípio importante é o da modelagem, que defende que comportamentos desejados
podem ser aprendidos por meio da observação e imitação de modelos.
Para a plataforma Planejamento Estratégico (2023), o Behaviorismo nas
organizações tem diversas aplicações práticas, uma delas é a gestão de desempenho, que
busca alinhar o comportamento dos colaboradores aos objectivos por meio de
feedbacks, metas e recompensas. Outra aplicação é a gestão de mudanças, que busca
entender como as pessoas reagem e se adaptam a mudanças organizacionais e como
esse processo pode ser facilitado e, por último na selecção e treinamento de
colaboradores, buscando identificar e desenvolver as competências comportamentais
necessárias para o sucesso da organização.
Apesar da sua aplicação em contextos organizacionais, a mesma plataforma
salienta que é importante considerar, segundo, suas limitações e críticas, como a visão
reducionista do comportamento humano e a abordagem manipuladora, em busca de
controlar o comportamento dos colaboradores em prol dos interesses da organização,
sem levar em consideração as suas necessidades e aspirações individuais.

NEOBEHAVIORISMO

1. A Teoria Cognitiva Social de Albert Bandura


A teoria cognitiva social é o nome com o qual Albert Bandura designou e
desenvolveu a partir da chamada teoria de aprendizagem social defendida pelos
neobehavioristas (Azevedo, 1997, p. 1).
Na sua última formulação, refere o mesmo autor, a teoria cognitiva social
estabelece uma ponte entre as teorias pré-cognitivas e as teorias cognitivas. Bandura foi-
se afastando mais do comportamentalismo ortodoxo vindo a incluir na sua teoria
elementos relacionados com o processamento de informações, autocontrolo e

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autodirecção de pensamentos e acções. Esta aproximação das teorias cognitivas justifica
a inclusão do adjectivo cognitivo na designação da sua teoria, que assim se separa
definitivamente dos paradigmas puramente comportamentais.
A teoria assenta-se nalguns pontos básicos como (a) a explicação dos processos
de agência humana no quadro da reciprocidade triádica, (b) a distinção entre
aprendizagem por forma atuante e por forma vicariante, (c) a teorização da modelação,
(d) a reformulação do conceito de reforço e (e) o papel da percepção de autoeficácia na
motivação do comportamento (ibid):
A Reciprocidade Triádica – postula interacções recíprocas entre os factores
pessoais (dimensões afectivas e cognitivas da personalidade), os comportamentos e as
variáveis ambientais.
A Aprendizagem de Forma Atuante e Vicariante – postula que na
aprendizagem atuante o sujeito aprende fazendo, isto é, aprende experimentando as
consequências das suas acções e recebendo a influência das suas consequências
designadas como reforço. Na aprendizagem vicariante, o sujeito aprende observando o
desempenho de modelos quer por observação directa quer através de leituras ou de
outros instrumentos mediadores.
A Teorização da Modelação – postula que o observador, exposto a um modelo,
pode ter o seu comportamento afectado de três maneiras diferentes tais como: por
aprendizagem observacional de um novo comportamento, por facilitação de um
comportamento anteriormente aprendido (a modelação serve de indução para que o
observador se comporte de determinada maneira) e, por inibição ou desinibição de um
comportamento anteriormente aprendido.
Na Reformulação do Conceito de Reforço, Bandura aceita o conceito
comportamentalista do reforço como determinante parcial do comportamento, mas
confere um significado especial a esta palavra. O reforço é identificado com as
consequências do comportamento, sabendo que as consequências do passado
influenciam o comportamento futuro em virtude dos valores de informação e de
incentivo que veiculam. Ou seja, o reforço mantém eficácia na medida em que as
consequências do comportamento são geradoras de expectativas.
Por outro lado, a Teoria Cognitiva Social defende que a Percepção de
Autoeficácia juntamente com a percepção de autocontrolo têm um papel importante na
motivação e no desempenho. A autoeficácia influencia o dispêndio de esforço, a
persistência e a aprendizagem.

2. Aprendizagem Intencional de Edward C. Tolman


Tolman propôs um behaviorismo intencional ou finalizado, em que a
aprendizagem não é mecânica, mas feita em função de objectivos pessoais (intenções);
envolvendo significados e cognições (Universidade de Coimbra, 2006).

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No entanto, continuou a defender o estudo do comportamento objectivo. Sob
influência do gestaltismo, propõe uma perspectiva globalizante do comportamento. As
representações e organizações perceptivas (mapas cognitivos) vão além dos
condicionamentos, das tentativas e erros e dos reforços.
Relativamente aos reforços, Tolman considera que estes não são indispensáveis:
as recompensas orientam apenas para a utilização das aprendizagens latentes
(previamente obtidas, memorizadas) e têm um valor essencialmente informativo,
sinalizador (ibid).

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CONCLUSÃO

O Behaviorismo é uma grande escola da Psicologia que tem como base de


estudo o comportamento animal e do indivíduo, determinado pelo meio externo. Watson
e B. F. Skinner, grandes teóricos do Behaviorismo tiveram como base de seus
experimentos e formulações, os estudos realizados por Pavlov – através de reflexos
condicionados e, Darwin – pelo processo de selecção natural, onde estes concluíram que
todo o comportamento pode ser moldado, modificado, mensurável em função dos
estímulos presentes em seu contexto.
Ao longo deste trabalho, percebemos que o Behaviorismo é, na realidade, a
prática quotidiana de todo indivíduo, deste modo, em todos as facetas da nossa vida ele
é aplicado, desde a educação, a aprendizagem, as práticas organizacionais e nas relações
sociais.
Assim como toda a ciência, o Comportamentalismo sofreu diversas críticas,
principalmente aos postulados de Watson pois estes limitavam o indivíduo somente aos
estímulos condicionados, ignorando os processos cognitivos e afetivos.
Portanto, o estudo do comportamento pode ajudar a melhorar o aprendizado ou
motivação ao estudo, trabalho e em diversos ambientes, através de sistemas de
recompensas, reforços e de observações comportamentais.

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BIBLIOGRAFIA

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Ardila, R. (2013). J. B. Watson, a psicologia experimental e o condutismo 100 anos
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Behaviorismo: guia completo sobre a Psicologia Comportamental - Vittude
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