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19 de Março de 2024

Lei regulamenta notificação


obrigatória em casos de maus-
tratos a crianças
O projeto de lei propõe acabar com a subnotificação
de casos de violência contra crianças e adolescentes
Publicado por Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso há 8 anos

Está em tramitação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso


(ALMT), o Projeto de Lei 292/2016 para regulamentar a notifi-
cação compulsória obrigatória de casos de maus-tratos a crian-
ças e adolescentes menores de 18 anos ou pessoas com deficiên-
cia. A Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adoles-
cente (ECA) já obrigam a notificação de casos suspeitos ou con-
firmados, porém a subnotificação de casos ainda é uma reali-
dade que dificulta a prevenção e o combate a este tipo de
violência.

De acordo com a proposta do deputado Gilmar Fabris (PSD), ór-


gãos públicos das áreas de saúde, educação e segurança pública
ficam obrigados a notificar os casos suspeitos ou identificados
de maus-tratos. Os profissionais que atuam como médicos, pro-
fessores ou em delegacias ficariam responsáveis por notificar o
Conselho Tutelar, com cópia à Vara da Infância e ao Ministério
Público do Estado nos casos identificados durante o trabalho.

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O deputado estadual Gilmar Fabris defende a regulamentação
da lei por três razões que considera "básicas" à sociedade mo-
derna: “Primeiro, garantir a proteção das crianças e adolescen-
tes. Segundo, para que obrigue o Estado a adotar e implantar es-
tratégias e medidas que tornem a notificação uma prática aos
envolvidos. Outro motivo é tornar mais reais os números sobre
a violência contra crianças e adolescentes, permitindo ações
mais eficientes do poder público”.

Segundo o deputado, no Brasil, os números não correspondem


com a realidade, justamente devido à falta de notificação. “E as
estatísticas reais são fundamentais para a implantação de políti-
cas públicas que cheguem a todas as camadas da sociedade e
que efetivamente promovam a proteção de nossas crianças e jo-
vens, que ainda hoje sofrem muita violência, dentro e fora de
casa”, concluiu.

O coordenador da Promotoria da Infância e da Juventude, José


Antônio Borges, afirma que a prática já é adotada, principal-
mente em hospitais e escolas, que informam os casos identifica-
dos para seja aberta uma investigação. Porém, segundo o pro-
motor, é por meio dos conselhos tutelares e do Disque 100 que a
maioria das denúncias é feita.

A conselheira tutelar Josiane Fabrício Cunha, que atua no 4º


Conselho em Cuiabá, afirma que quanto mais mecanismos de
denúncia houver, melhor se torna a atuação dos órgãos compe-
tentes na prevenção e no combate. Em sua unidade, uma média
de 60 denúncias são recebida por mês, porém nem todas são
confirmadas. “Há casos em que as denúncias são feitas como
forma de atingir os responsáveis pela criança, mas, indepen-
dente do resultado, todas são apuradas”.

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Quando o conselho tutelar recebe um relato de violência ou
maus-tratos, os conselheiros levantam os dados da família para
entrar em contato com os denunciados e os convocam para uma
audiência. A partir desta conversa, o conselheiro identifica se é
ou não o caso de ir para a delegacia e para o Instituto Médico
Legal (IML) para elaboração de boletim de ocorrência e exame
de corpo de delito, respectivamente. Nos casos de denúncia de
abuso sexual, independente da avaliação do conselho, o menor é
encaminhado para exame. Espancamento, abuso sexual e maus-
tratos, como abandono de menor e situação de vulnerabilidade,
estão entre as violências mais comuns notificadas.

Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/lei-regulamenta-notificacao-obrigatoria-


em-casos-de-maus-tratos-a-criancas/392457949

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