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Sinais de Dislexia
Desde o pré-escolar que alguns sinais e sintomas podem oferecer pistas de que a criança é
disléxica. Eles nã o sã o suficientes para se fechar um diagnó stico, mas vale prestar atençã o
aos seguintes aspetos (Almeida, n/d):
Causas
As causas exatas da dislexia ainda nã o estã o completamente claras, contudo estudos com
neuroimagem demonstram que há diferenças no desenvolvimento e funcionamento
cerebral. Também há forte indicativo de componente genético, uma vez que os estudos
clínicos indicam que mais de 50% das crianças com dislexia tem pais e irmã os com o
mesmo transtorno. Assim sendo, a presença de pai ou irmã o com dislexia aumenta a
probabilidade de ocorrência do transtorno (Mello, 2018).
Investigadores mencionam as mutaçõ es de alguns cromossomas como causa desta
perturbaçã o, nomeadamente nos cromossomas 6 e 15 (Salles et al., 2004) e, mais
recentemente, no cromossoma 2 (Cruz, 2009, citado por Cancela, 2014).
Há ainda autores que referem que a dislexia tem maior prevalência em indivíduos do sexo
masculino do que em indivíduos do sexo feminino, com uma proporçã o variável entre 3 a 6
meninos para 1 menina (Morais,1977 cit. in Cruz, 2009; Torres & Fernandéz, 2001 e
Moura, 2011, citados por Cancela, 2014).
Outros estudos neurobioló gicos puseram enfoque na existência de alteraçõ es neuro -
anató micas e sua relaçã o com a dislexia, dando como exemplo, a relaçã o estabelecida entre
transtornos na leitura e lesõ es na porçã o esquerda da circunvoluçã o angular (Síndrome de
Gerstman), assimetrias entre os hemisférios cerebrais, anomalias da arquitetura celular da
á rea de Wernicke e défices no funcionamento do cerebelo. Neste contexto e tendo
subjacentes os estudos recentes e de relevo nesta á rea (Beaton, 2002; Bishop, 2002;
Nicolson & Fawcett, 2000) sugerem a existência de um défice no funcionamento do
cerebelo como hipó tese explicativa da dislexia (Cancela, 2014).
Implicações na aprendizagem
A escola e os pais devem estar preparados para dar o apoio necessá rio à criança disléxica
para que ela nã o desanime e desista de aprender a ler e a escrever. As dificuldades de
aprendizagem sã o complexas, nã o sendo fá ceis de diagnosticar e muitas vezes sã o
confundidos com outras deficiências. Portanto, os professores devem ter em isto
consideraçã o ao elaborar as suas metodologias de ensino e devem atentar para os
seguintes aspetos em relaçã o à s crianças com dificuldades de aprendizagem: apresentam
um quociente intelectual (QI) normal; as suas dificuldades nã o têm relaçã o com o
ambiente e com as suas emoçõ es ou atraso intelectual; e o seu rendimento é baixo em
relaçã o a algumas á reas da aprendizagem, ainda que nem sempre se estendam a todas
(Viana, 2020).
Para os estudiosos o tratamento adequado para crianças disléxicas é baseado no ensino
multissensorial - o fó nico – e algumas estratégias e doses só lidas de apoio e
acompanhamento com o intuito de criar um ambiente que ajudará o aluno a controlar a
sua ansiedade, a encarar riscos, a enfrentar os seus medos e a nã o sentir vergonha da sua
dificuldade de aprendizagem (Viana, 2020).
Nesta luta, onde professores e alunos se unem a fim de encontrar soluçõ es, a escola tem a
sua parte a cumprir, atendendo os interesses da família, com reformulaçõ es nos currículos,
proporcionando etapas de reciclagem didá ticas aos professores, além de adequar
calendá rios, sistema de avaliaçõ es junto aos alunos no critério de seleçã o e localizaçã o. As
famílias de crianças com dificuldades de aprendizagem, devem procurar formas de ajudá -
las a potencializar as suas habilidades, cujas podem de alguma forma compensar as suas
dificuldades. Neste sentido, as famílias devem ser um verdadeiro apoio emocional para a
pessoa com dificuldades. Estas crianças enfrentam frustraçõ es frequentes, sobretudo na
escola. Assim, a família deve ser um apoio constante que a ajude a controlar e superar as
suas crises (Viana, 2020).
Estratégias de intervenção
Segundo Cancela (2014), deve iniciar-se a intervençã o através do tratamento em
habilidades específicas deficitá rias, nomeadamente: motivar a criança para as tarefas
escolares, proporcionar experiências gratificantes relacionadas com as á reas deficitá rias,
ajudar os alunos a perceberem os seus problemas de maneira resolú vel e mudar as crenças
iniciais (por exemplo, “nã o sei, nã o consigo fazer”), antes ou ao mesmo tempo que se
avança na intervençã o.
Domingues e Marchesan (2004), citados por Pinto (2015) apresentam sugestõ es para
auxiliar a criança com dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita, que
consideramos pertinente. Assim:
Referências
Almeida. M., (n/d). Dislexia. Psicologia.com.pt – O Portal dos Psicó logos. Consultado em
https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0217.pdf
Cancela, A., (2014). As implicaçõ es da dislexia no processo de aprendizagem na perspetiva
dos professores do 1º Ciclo do Ensino Bá sico. Dissertaçã o de Mestrado.
Universidade Fernando Pessoa – Porto.
Mello, A, (2018). DISLEXIA: Métodos e Técnicas para auxiliar o aluno disléxico no Contexto
Escolar. Dissertaçã o de Mestrado. Universidade Fernando Pessoa – Porto.
Pinto, C., (2015). Dislexia – A uniã o faz a força. Dissertaçã o de Mestrado. Instituto Superior
de Educaçã o e Ciências.
Teles, P., (2004). Dislexia: Como identificar! Como intervir? Revista Portuguesa de Clínica
Geral. [Em linha]. Disponível em < http://pt.scribd.com/doc/2683714/-Dislexia-
como-Identificar-e-Intervir>. [Consultado em 06/02/2024].
Viana, M., (2020). Implicaçõ es da dislexia no processo de ensino/aprendizagem
Implications of dyslexia in the teaching/learning process. Brazilian Journal of
Development. 6. 71956-71971. 10.34117/bjdv6n9-589. DOI:10.34117/bjdv6n9-
589