Terminologia e Definições Recuperando EDOs Problema de valor inicial e de contorno

Equações de Maxwell
As equações diferenciais foram uma importante ferramenta na compreensão de uma
ampla gama de fenômenos presentes no mundo fı́sico. As equações de Maxwell, por
exemplo, são um importante sistema de equações diferenciais acopladas que,
juntamente com a lei de Lorentz fornecem uma explicação unificada para o
eletromagnetismo e para a teoria ondulatória da luz. Essas equações tem um impacto
gigantesco nos avanços tecnológicos da segunda revolução industrial. Estando
associada, por exemplo, ao desenvolvimento de radares, comunicação wi-fi e geradores
de energia de grande capacidade.

 Lei de Faraday-Lenz 
∂Ez ∂Ey ∂Ey ∂Ex ∂Ey ∂Ex ∂B
− , − , − =−
∂y ∂z ∂x ∂y ∂x ∂y ∂t
Lei de Gauss para o Magnetismo
∂Bx ∂By ∂Bz
+ + =0
∂x ∂y ∂z
 Lei de Ampère-Maxwell 
∂Bz ∂By ∂Bx ∂Bz ∂By ∂Bx ∂E
− , − , − = +J
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y ∂t
Lei de Gauss para a Eletricidade
∂Ex ∂Ey ∂Ez
+ + =ρ
∂x ∂y ∂z
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Lei de Gauss para a Eletricidade: Lei de Gauss para o Magnetismo:

∂B ∂Bx ∂By ∂Bz
− = + + =0
 ∂t  ∂x ∂y ∂z
∂Ez ∂Ey ∂Ey ∂Ex ∂Ey ∂Ex
− , − , −
∂y ∂z ∂x ∂y ∂x ∂y

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Lei de Faraday-Lenz: Lei de Gauss para a eletricidade:

∂E ∂Ex ∂Ey ∂Ez
+J = + + =ρ
∂t  ∂x ∂y ∂z
∂Bz ∂By ∂Bx ∂Bz ∂By ∂Bx
− , − , −
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y

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Definição 1.1
Uma Equação Diferencial é uma equação contendo derivadas de uma, ou mais, funções
incógnitas com respeito a uma ou mais variáveis independentes.

Comentário: As funções incógnitas também são chamadas de variáveis dependentes.

Exemplo 1.1
No caso da
 equação de Gauss para o magnetismo,
∂B ∂Ez ∂Ey ∂Ey ∂Ex ∂Ey ∂Ex
− = − , − , − temos:
∂t ∂y ∂z ∂x ∂y ∂x ∂y
a) Variáveis independentes: x, y, z e t.
b) Variáveis dependentes: Ex (x, y, z, t), Ey (x, y, z, t), Ez (x, y, z, t) e B(x, y, z, t).

Neste curso trataremos de um tipo especı́fico de equação diferencial (ED), as chamadas

equações diferenciais ordinárias. Portanto, um de nossos primeiros objetivos será
classificar as EDs de acordo com seu tipo.

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Classificação por Tipo

Definição 1.2
Uma equação diferencial ordinária (EDO) é uma equação que envolve uma variável
independente x, uma função incógnita (variável dependente) y(x) e suas derivadas.
Podendo ser escrita da seguinte forma (implı́cita):
 
F x, y(x), y ′ (x), y ′′ (x), . . . , y (n) (x) = 0

Exemplo 1.2
Exemplos de EDOs:

Definição 1.3
Uma Equação Diferencial Parcial (EDP) é uma equação que envolve as derivadas
parciais de uma ou mais variáveis dependentes (função incógnita).

Exemplo 1.3
Exemplos de EDOs:

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Classificação pela Ordem

Definição 1.4
A Ordem de uma equação diferencial é a ordem da derivada mais alta presente na
equação.

Exemplo 1.4

Classificação quanto a linearidade

Definição 1.5
a) Uma EDO de ordem n é Linear se pode ser escrita na forma:
n
X
pi (x)y (i) = q(x), (1)
i=0

onde pn (x) ̸≡ 0. Caso contrário, diremos que a EDO é não-linear .

b) Se q(x) = 0 para todo x ∈ I ⊂ R, a EDO é dita Linear Homogênea. Caso
contrário, diremos que a equação é Não-Homogênea.

Exemplo 1.5
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Exercı́cio 1.1
Classifique as equações diferenciais a seguir quanto a sua ordem e linearidade.

d3 y
a) y y ′′ − 2y ′ = x b) + y2 = 0
dx3
c) (y ′′′ )3 − 2xy = 0 d) x5 y ′ − sin(x)y = log(x)

Notações para derivada: Seja y = f (x) denotamos a derivada das seguintes

maneiras:
Comentário 1.1
• Notação de Lagrange: y ′ = f ′ , y ′′ = f ′′ , y ′′′ = f ′′′ ,. . . , y (n) = f (n) .
dy d f d2 y d2 f d3 y d3 f dn y dn f
• Notação de Leibniz: = , = , 3 = , ..., =
dx dx dx 2 2
dx dx dx 3 dx n dxn

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Exercı́cio 1.2
Em cada um dos itens a seguir, classifique as EDs quanto ao seu Tipo, Ordem e
Linearidade:
d2 y y d2 y dy
a) t2 + t + 2y = sin(t) b) (1 + y 2 ) +t + y = et
dt2 dt dt2 dt
d4 y d3 y d2 y d2 y dy
c) + 3 + 2 + 2 +y =1 d) + ty 2 = 0
dt4 dt dt dt dt
d3 y d3 y dy
e) + sin(t + y) = sin(t) f) +t + y cos2 (t) = t3
dt3 dt3 dt

Observação 1.1
Durante o curso vamos supor que toda EDO escrita na forma implı́cita
 
F x, y(x), y ′ (x), y ′′ (x), . . . , y (n) (x) = 0,

também pode ser escrita na forma

 
y n (x) = F x, y ′ (x), y ′′ (x), . . . , y (n−1) (x) .

onde F : Ω ⊂ Rn 7→ R e Ω é aberto.
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Observação 1.2
Assumindo algumas hipóteses bastante razoáveis, a equivalência entre as duas equações
pode ser garantida. Por exemplo, como consequência o Teorema da Função Implı́cita.

Exemplo 1.6
Considere as funções

F (x, u, z, w) = 10w + 2u − 6z − sin(x)

1
F(x, u, z) = − (2u − 6z − sin(x))
10
A EDO linear de segunda ordem

10y ′′ − 6y ′ + 2y = sin(x),

pode ser escrita das duas formas.

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A Solução de uma Equação Diferencial

Um dos nossos objetivos é encontrar soluções para equações diferenciais. Para isso,
vamos primeiramente estabelecer alguma terminologia sobre soluções.
Definição 1.6
Uma função ϕ : J → R, de classe C n (J, R) é chamada de solução para a EDO
 
y n (x) = F x, y ′ (x), y ′′ (x), . . . , y (n−1) (x) ,

no intervalo J ⊂ R, se:
 
i) Para todo x ∈ J, o vetor x, ϕ(x), ϕ′ (x), ϕ′′ (x), . . . , ϕ(n−1) (x) pertence ao domı́nio
da função F : Ω ⊂ R → R.
ii) Para todo x ∈ J, a função ϕ(x) satisfaz identicamente a EDO, isto é:
 
ϕn (x) = F x, ϕ′ (x), ϕ′′ (x), . . . , ϕ(n−1) (x) .

Exemplo 1.7
x4 dy √
Verifique se a função y = é solução da EDO linear = x y, no intervalo J = R.
16 dx
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Exemplo 1.8
Verifique se a função y = xex é solução da EDO linear y ′′ − 2y ′ + y = 0, no intervalo
J = R.

Observação 1.3
a) Solução Trivial: Note que y = 0 também é solução das EDO’s acima.
b) Soluções para ED’s sempre existem?
c) Caso uma ED possua solução, quantas outras podem haver?
d) Se uma ED possui solução, como podemos obtê-las?

Definição 1.7  
Considere a EDO y n (x) = F x, y ′ (x), y ′′ (x), . . . , y (n−1) (x) .
a) Uma solução na forma y = f (x) é chamada de Solução Explı́cita da EDO.
b) Dizemos que a relação G(x, y) = 0 é uma Solução Implı́cita, se ela define uma ou
mais soluções explı́citas para a EDO.

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Exercı́cio 1.3
a) As soluções do exemplo anterior são de que tipo?
b) Verifique que a relação G(x, y) = x2 + y 2 − 25 = 0 é uma solução implı́cita da ED
dy x
=− ,
dx y
no intervalo J = (−5, 5).

Definição 1.8
a) Uma Solução Geral da EDO de ordem n,
 
F x, y(x), y ′ (x), y ′′ (x), . . . , y (n) (x) = 0,

em J é uma função a n-parâmetros

Φ(x, c1 , c2 , . . . , cn )

n-vezes diferenciável, definida em J, que satisfaz a EDO para cada

(c1 , c2 , . . . , cn ) ∈ Rn .
b) Uma Solução Particular é uma solução que pode ser deduzida atribuindo-se
constantes especı́ficas (c∗1 , c∗2 , . . . , c∗n ) na solução geral.
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Exemplo 1.9
Mostre que a função Φ(x, c1 , c2 ) = c1 cos(4x) + c2 sin(4x) é uma solução geral para a
EDO y ′′ + 16y = 0. Dê exemplos de soluções particulares.

Definição 1.9
Chamamos de Solução Singular em I, uma solução que não pode ser deduzida por uma
escolha de parâmetros da solução geral.

Exemplo 1.10
Considere a EDO xy ′ − 4y = 0. Mostre que Φ(x, c) = cx4 é sua a solução geral, e que a
função (
−x4 , se x < 0,
y(x) =
x4 , se x ≥ 0,
é uma solução singular.

Comentário 1.2
O gráfico de uma solução de uma EDO é chamado de Curva Integral.

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Recuperando a equação diferencial dada uma solução

Existe um método especı́fico que é bem útil para nos familiarizar com o tipo de solução
que podemos esperar para certas equações diferenciais. Nessa seção, vamos começar
com uma relação que contenha constantes arbitrárias. Ao eliminar essas constantes,
chegaremos a uma equação diferencial que deu origem à relação inicial. É como se
começássemos com a resposta e descobrı́ssemos a pergunta.
Nosso objetivo aqui é encontrar, para cada caso, a equação diferencial que possua as
seguintes caracterı́sticas:
(a) Ordem igual ao número de constantes arbitrárias na relação inicial.
(b) Consistente com a relação inicial.
(c) Livre de constantes arbitrárias.

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Exemplo 2.1
Recupere a equação diferencial cuja a solução é

y = c1 e−2x + c2 e3x .

Dica: elimine as duas constantes, c1 e c2 , derivando a relação duas vezes.

Exemplo 2.2
Recupere a equação diferencial cuja solução é

(x − a)2 + y 2 = a2 .

Dica: elimine a constante a derivando a expressão e substituindo a relação original.

Exemplo 2.3
Recupere a equação diferencial cuja solução é

x = B cos(ωt + α)

Dica: elimine B e α derivando a relação duas vezes.

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Exemplo 2.4
Recupere a equação diferencial cuja solução é

cxy + c2 x + 4 = 0.

Dica: elimine c derivando a relação uma vez.

Exercı́cio 2.1
Para cada item abaixo, encontre a equação diferencial correspondente a solução
apresentada.

a) y 2 = 4ax b) y = ax2 + bx + c
c) y = c1 + c2 e3x d) y = 4 + c1 e3x
e) y = c1 + c2 e−4x f) y = c1 ex + c2 e−x
x −x
g) y = x + c1 e + c2 e g) y = c1 e2x + c2 e3x
h) y = x2 + c1 e2x + c2 e3x i) y = c1 ex + c2 xex
j) y = Ae2x + Bxe2x l) y = c1 e2x cos 3x + c2 e2x sin 3x
m) y = c1 eax cos bx + c2 eax sin bx n) 3x2 − xy 2 = c
o) xy 2 − 1 = cy p) cx2 + x + y 2 = 0
q) x = A sin(t + β) r) y = cx + c2 + 1 16/27
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A Equação diferencial de uma Famı́lias de Curvas

Uma equação envolvendo um parâmetro, assim como uma ou ambas as coordenadas de
um ponto em um plano, pode representar uma famı́lia de curvas, sendo uma curva
correspondente a cada valor do parâmetro. Por exemplo, a equação
(x − c)2 + (y − c)2 = 2c2 ,
ou
x2 + y 2 − 2c(x + y) = 0,
pode ser interpretada como a equação de uma famı́lia de cı́rculos, cada um tendo seu
centro na linha y = x e passando pelo ponto de origem. A Figura a seguir mostra
vários elementos, ou membros, dessa famı́lia.
Family of Curves: (x - c)^2 + (y - c)^22 = 2 c^2
10

-5

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-10
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Exemplo 2.5
Encontre as equações diferenciais para as seguintes famı́lias de curvas:
a) Famı́lia de parábolas passando pela origem.
b) Famı́lia de cı́rculos com centro no eixo y.

Family of Curves: y = c x ^2 Family of Curves: (x)^2 + (y - c)^22 = r ^2

1.0 10

0.5 5

0.0 0

-0.5 -5

-1.0 -10
-1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 -10 -5 0 5 10
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Exercı́cio 2.2
Para cada item a seguir encontre a equação diferencial da famı́lia de curvas
correspondentes:
a) Famı́lia de retas passando pela origem.
b) Famı́lia de retas passando no ponto (2, 5).
c) Cı́rculos centrados na origem.
d) Cı́rculos de raio 10 e centro no eixo x.
e) Parábolas com vértice na origem, e eixo de simetria paralelo ao eixo y com
distância focal igual a 8.

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Problemas de Valor Inicial

Um problema de valor inicial é uma classe de problemas cuja a dinâmica está
determinada pela derivada de função incógnita e as derivadas de ordem mais baixas
avaliadas em um dado valor x0 .
Definição 3.1
Para uma EDO de ordem n o problema
′ n

F (x, y, y , . . . , y ) = 0





 y(x0 ) = y0
y ′ (x0 ) = y1




 y ′′ (x0 ) = y2


 ..



 .
 n−1
y (x0 ) = yn−1

é chamado de Problema de valor inicial (PVI). Os valores especı́ficos

y(x0 ) = y0 , y ′ (x0 ) = y1 , y ′′ (x0 ) = y2 , . . . , y n−1 (x0 ) = yn−1 ,

são chamados de condições iniciais.

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Mathematica
3

-1

-2

-3 21/27
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Note que no caso de uma EDO Linear de segunda ordem temos em geral, o seguinte
PVI 
′′ ′
a2 (x)y + a1 (x)y + a0 (x) − q(x) = 0,

y(x0 ) = y0
 ′

y (x0 ) = y1
Uma solução para este PVI é uma função que satisfaça a equação diferencial em um
intervalo I contendo x0 , cujo gráfico passa pelo ponto (x0 , y0 ) com inclinação igual a
y ′ (x0 ) = y1 .
VER FIGURA.
Comentário 3.1
A reta tangente que passa pela curva y = f (x), no ponto p(x0 , y0 ) com inclinação
f ′ (x0 ), é dada por
y = y0 + f ′ (x0 )(x − x0 ).

Exemplo 3.1
Verifique que a função y = 3e2x + e−2x − 3x é solução para o PVI

′′
y − 4y − 12x = 0,

y(0) = 4
 ′

y (0) = 1
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Exemplo 3.2
1
Verifique que a função f (x) = sin(4x) é uma solução para o PVI
4

′′
y + 16y = 0,

y(0) = 0
 ′

y (0) = 1

Exemplo 3.3
Verifique que, para qualquer valor de c, a função f (x) = cx2 + x + 3 é uma solução para
o PVI 
2 ′′ ′
x y − 2xy + 2y − 6 = 0,

y(0) = 3
 ′

y (0) = 1.

Comentário 3.2
Note que este PVI tem várias soluções possı́veis. Isto ocorre porque o coeficiente
a2 (x) = x2 , se anula em x = 0, isto é a2 (0) = 0. Note que as equações diferenciais
forma tomadas justamente neste ponto x0 = 0.
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Problemas de Valor de Contorno

Outro tipo importante de problema é quando não conhecemos o valor das derivadas de
ordem mais baixas de uma EDO no mesmo ponto x0 . Neste caso, podemos formular
outro tipo de problema onde a função incógnita e os valores de suas derivadas mais
baixas são conhecidos em pontos diferentes.
Definição 3.2
Dada uma equação diferencial de ordem n, chamamos de Problema de valor de
contorno (PVC) o seguinte problema

F (x, y, y ′ , . . . , y n ) = 0,







 y(x0 ) = y0 ,

y(x1 ) = y1 ,



 y(x2 ) = y2 ,


 ..



 .

y(xn−1 ) = yn−1 .

Os valores especı́ficos

y(x0 ) = y0 , y(x1 ) = y1 , y(x2 ) = y2 , . . . , y(xn−1 ) = yn−1 ,

são chamados de condições de contorno.

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Comentário 3.3
Note que no caso de uma EDO linear de segundai ordem terı́amos

′′ ′
a2 (x)y + a1 (x)y + a0 (x)y − q(x) = 0,

y(x0 ) = y0

y(x1 ) = y1


Uma solução para o PVC é uma função que satisfaz a equação diferencial e um intervalo
I ⊂ R contendo x0 e x1 , cujo gráfico passa pelos pontos (x0 , y(x0 )) e (x1 , y(x1 )).
VER FIGURA.

Exemplo 3.4
Verifique que a função f (x) = 3x2 − 6x + 3 é solução do PVC

2 ′′ ′
x y − 2xy + 2y − 6 = 0,

y(1) = 0

y(2) = 3


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Comentário 3.4
De modo geral, podemos admitir outra formas de condições de contorno para um PVC.
Por exemplo, uma equação diferencial de segunda ordem admite condições de contorno
na forma:

α1 y(x0 ) + β1 y ′ (x0 ) = γ1 ,
α2 y(x1 ) + β2 y ′ (x1 ) = γ2 .

Por exemplo, algumas condições de contorno para o PVC podem ser:

Uma caracterı́stica que aumenta a complexidade do estudo de PVC’s, quando

comparados a PVI’s, é que mesmo com condições de contorno estabelecidas o PVC
pode ter:
i) várias soluções,
ii) uma única solução,
iii) nenhuma solução.

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Exemplo 3.5
Verifique que existe uma sub-famı́lia ϕ(x, c1 , c2 ) = c1 cos(4x) + c2 sin(4x) que é solução
para o PVC 
′′
y + 16y = 0,


y(0)
 = 0
y π = 0


2

Exemplo 3.6 Exemplo 3.7

Mostre que o mesmo PVC, com as Mostre que o mesmo PVC, com
condições de contorno: condições de contorno:
( (
y(0)
 π=0 y(0)
 π=0
y =0 y =1
8 2
tem uma única solução. não tem solução.

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