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HIDROGEOLOGIA AMBIENTAL

Módulo 1

Aula 2
Por: Decio Tubbs Filho –

Dep. Geociências UFRuralRJ


Assuntos abordados nessa aula
 Definição de aquíferos;

 Classificação quanto a porosidade e a pressão

 Casos especiais

 Principais aquíferos do mundo, do Brasil e do Estado do


Rio de Janeiro;

 Função dos aquíferos;

 Relação entre água subterrânea e a superficial


ÁGUA SUBTERRÂNEA

 ÁGUA PRESENTE NO SUBSOLO, OCUPANDO OS


INTERSTÍCIOS GRANULARES, FRATURAS,
FALHAS GEOLÓGICAS OU CANAIS EXISTENTES
NOS DIFERENTES SISTEMAS GEOLÓGICOS, SOB
CONDIÇÕES DE ESCOAMENTO.

 OBDECENDO AOS PRINCÍPIOS DA HIDRÁULICA!!!!!

 (“água gravídica” que flui por gravidade)

 E COM CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS, FÍSICAS E


BIOLÓGICAS DEFINIDAS
AQÜÍFERO
Do Latin “conduzir água”

É uma Formação Geológica com a

Capacidade de Armazenar e Transmitir

Volumes Consideráveis de Água, Permitindo

a Utilização pela Sociedade


Outras formações
Aquitarde: formação semi permeável

Aquiclude (acludere ): armazena mas não


transmite

Aqüífugo (fugere): impermeável


Fonte: Groundwater in Our Water Cycle (2020)
DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DA ÁGUA NO SUB-SOLO

Vadosa do Latin “vadosus” Freático do Grego “ phear” + atos =


= “raso” “um poço”
Fonte: Groundwater in Our Water Cycle (2020)
Classificação dos Aqüíferos

(Quanto a pressão nos seus limites)

 Aqüífero Livre ou Freático

 Aqüífero Confinado

 Aqüífero Suspenso
AQÜÍFEROS e CAMADAS CONFINANTES
DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DA
ÁGUA NO SUB-SOLO

Zona Não Saturada ou


Vadosa
Infiltração

Aqüífero

Superfície Freática

Zona Saturada
Fluxo Subterrâneo
Poço artesiano jorrante –
São João da Barra - RJ

Fonte: DRM Fonte:ANA


Poço artesiano
jorrante
Vale do Gurguéia
Piauí
Aqüífero Suspenso (empoleirado)
Classificação dos Aqüíferos,
quanto à porosidade

 1.GRANULARES ou POROSO: porosidade


intersticial primária – areias fluviais e dunas,
arenitos,

 2.FISSURAIS OU FRATURADOS: porosidade


secundária de fraturas – granitos, gnáisses,
quartzitos

 3.CÁRSTICOS: porosidade secundária formada


em cavidades ou fraturas, (dissolução química
de calcários e dolomitos – formação de
cavernas com água)
Rochas como Aqüíferos
Aquífero Poroso (Dunas -
Lençóis - Maranhenses) )
Aquíferos fraturados
Aquíferos Cársticos
Lago Azul – Bonito - MS
Casos Especiais

 Nível da água em diferentes superfícies do


terreno;

 Áreas de recarga e descarga

 Fontes e Surgências, Minas d´água;

 Áreas úmidas (pântanos e brejos)

 Níveis da água em rochas fraturadas;


CONTORNO DA SUPERFÍCIE FREÁTICA
E A PERMEABILIDADE

MEIO POUCO PERMEÁVEL


SUPERFÍCIE FREÁTICA DE CONTORNO MAIS
SIMILAR À MORFOLOGIA DO TERRENO

MEIO MUITO POUCO PERMEÁVEL


CONTORNO DA SUPERFÍCIE FREÁTICA
BEM CONFORME À MORFOLOGIA DO
TERRENO

MEIO BEM PERMEÁVEL


SUPERFÍCIE FREÁTICA MAIS
APLAINADA
FONTE: CUSTÓDIO, 1976
Nível da Água em Aqüíferos Fraturados

NA

NA NA
NA
AREAS DE RECARGA E DESCARGA

 Áreas de Recarga:
Tipo do Aqüífero
(Confinado x Livre)

 Áreas de Descarga:
Coleções Hídricas Superficiais
Fontes e Minas d’água
Lagoas, Lagos, Lagunas
Brejos, Pântanos, Áreas Úmidas, Alagados, Veredas, Olhos
d’água,
Tipos de Áreas de Recarga de Aqüíferos

Fonte: Cleary 1989


FONTES E SURGÊNCIAS

 SÃO ÁREAS DE DESCARGA!!!


 FONTE: é uma descarga concentrada de água subterrânea que aflora
a superfície do terreno fluindo de forma rápida e contínua!!
Toda Fonte (nascente) corresponde a uma manifestação em superfície
da água subterrânea,
 Fonte ⇒ Pontual, Linear ou Difusa
Concentrada , Pontual: Olho d’água

 Difusa, linear: espraiada, vereda

SURGÊNCIA (Seepage) é a lenta ascensão da água subterrânea (da


superfície freática), podendo formar uma área úmida, um brejo , evaporar
ou formar, temporariamente (efêmeras), pequenos filetes de água .

Obs: Áreas c/ dificuldade de escoamento, planas argilosas


contato de camadas permeáveis c/ impermeáveis
Fontes e Minas D’ Água

Fonte: Fetter, 1994


Classificação das Nascentes
 Nascentes fixas, que são tipos que não sofrem variações
de posição, podendo ser formadas por fraturas
saturadas de água;
 Nascentes móveis são nascentes que se movem de
montante a jusante e são controladas pela saturação
provocada pela oscilação do nível hidrostático;
 Nascentes pontuais, onde a água surge por um único
ponto, como fontes, olhos d’água e condutos
preferenciais de fluxo;
 Nascentes difusas ocorrem quando o solo ou regolito
ficam saturados e liberam água quase que igualmente
ao longo do percurso do canal;
Classificação das Nascentes
 Pseudonascentes são fluxos d’água que desaparecem
em um ponto da calha e reaparecem a jusante, em
forma de nascente, porém a nascente real se encontra à
montante

 Meinzer (1927) propõe a classificação de acordo com a


descarga média das nascentes , podendo classifica-las
por magnitudes de primeira a oitava ordem, variando
de mais de 10 m³/s até menos de 10 ml/s.

 Fetter (1994): Nascentes de depressão; Nascentes de


contato; Nascentes de falha ou de junta; Nascentes
cársticas
Fontes em Contato Rocha / Solo / Fratura

Voguel (2006)
Áreas Úmidas (Pântanos, Brejos)

Situação em 21/09/2007. Situação em 17/10/2007. Situação em 31/10/2007.

Situação em 27/12/2007. Situação em 09/01/2008. Situação em 15/01/2008.

Situação em 08/02/2008. Situação em 23/02/2008. Situação em 29/02/2008.


FUNÇÃO DOS AQÜÍFEROS

TRANSPORTE ⇒ de zonas de recarga (artificial ou natural) para


zonas aqüíferas de explotação excessiva

MANTENEDORA ⇒ manter o fluxo de base dos rios

DEPURADORA e CONSERVAÇÃO AMBIENTAL ⇒ capacidade de


depuração e diluição de contaminantes. Capacidade filtrante e de
depuração hidrogeoquímica e bio-geoquímica, seja de modo natural ou artificial.

ESTRATÉGICA ⇒ é reserva estratégica natural para épocas de pouca


ou nenhuma chuva

ENERGÉTICA ⇒ em regiões c/ geotermalismo, utilização do gradiente


geotérmico de águas subterrâneas para geração de energia elétrica ou
termal
FUNÇÃO DOS AQÜÍFEROS

SUPRIMENTO DE ÁGUA: fonte de produção de água para a sociedade

ESTOCAGEM DE ÁGUA E REGULARIZAÇÃO DOS MANANCIAIS:


Recarga natural de águas pluviais de infiltração,
seja através de recarga artificial –
e fornecer a vazão de base dos córregos/rios
durante a estiagem/período de recessão –
seja por descarga natural, seja por descarga
artificial através bombeamento de poços e/ou de
estruturas de captação ou drenagem, para a
manutenção da vazão de base dos mananciais de
superfície;
Relação Água Subterrânea / Superficial
Rios Efluente e Influentes
Rio Ganhador / Perdedor

variações geográficas
variações sazonais
 Rio sem conexão com  Rios Efêmeros
a água superficial  Rios intermitentes
 Rios Temporários
Possíveis relações ao longo de um mesmo rio
Entrada de Água Subterrânea
contaminada com metais,
“Rio Efluente” neste ponto

Trecho do mesmo rio sem


conexão hidráulica (??)
Rio Ganhador e Perdedor
(Efluente e Influente)

Perdedor

Perpendicular

Ganhador

Paralelo

Atenção !!! Variações da Geologia


Vilmond e Tubbs, 2007
Interferências na relação
água subterrânea / superficial
Relação da Água Doce / Salgada
LEI DE GHYBEN –
HERZBERG

 Onde,
 Z (ou H) é a Profundidade da Interface Água Doce – Salgada, abaixo do
nível do mar no local (x,y),
 h é elevação da superfície freática (potenciométrica ou ainda
piezométrica), acima do nível do mar no ponto (x,y),
 ρf (ρw), é a densidade da água doce,

 ρs é a densidade da água salgada.


LEI DE GHYBEN – HERZBERG
 H = ρf (ρw) x h = 40 h
ρs

 “EM UM AQÜÍFERO COSTEIRO, A


PROFUNDIDADE DA INTERFACE ÁGUA
(SUBTERRÂNEA) DOCE – SALGADA (MAR), É DE
APROXIMADAMENTE 40 X A PROFUNDIDADE
DA ÁGUA SUBTERRÂNEA ACIMA DO NÍVEL
MÉDIO DO MAR”

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