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Desde meados do século XIX, os historiadores maçônicos buscam as origens do

movimento em uma série de documentos semelhantes conhecidos como Manuscritos


Maçônicos, que datam de cerca de 1425[1], até o início do século XVIII. Aludindo ao
pertencimento a uma loja de pedreiros operativos, eles o relacionam a uma história
mitologizada, aos deveres de suas notas e à maneira pela qual os juramentos de
fidelidade devem ser tomados ao ingressar.[2] O século XV também vê a primeira
evidência de rito cerimonial.[3]

Não há um mecanismo claro pelo qual essas organizações profissionais se tornaram as


lojas maçônicas de hoje. Os primeiros rituais e senhas conhecidos, desde lojas
operacionais na virada do século XVII a XVIII, mostram continuidade de rituais
desenvolvidos no final do século XVIII por maçons aceitos ou "especulativos", como
aqueles membros que não praticavam o ofício físico passaram a ser gradualmente
conhecidos.[4] As atas da loja de Edimburgo (Capela de Maria) nº 1 na Escócia mostram
uma continuidade de uma loja operativa em 1598 para uma loja especulativa moderna.[5]
Ela tem a reputação de ser a loja maçônica mais antiga do mundo.[6]

Alternativamente, Thomas De Quincey em seu trabalho intitulado Rosicrucians and


Freemasonry propôs a teoria que sugeria que a maçonaria era possivelmente uma
consequência do rosacrucianismo. A teoria também foi postulada em 1803 pelo professor
alemão J. G. Buhle.[7][8]

A primeira Grande Loja, a "Grande Loja de Londres e Westminster" (mais tarde


denominada "Grande Loja da Inglaterra"), foi fundada no dia de São João, 24 de junho de
1717,[9] quando quatro lojas de Londres se reuniram para um jantar conjunto. Muitas
lojas inglesas aderiram ao novo órgão regulador, que entrou em um período de auto-
publicidade e expansão. No entanto, muitas lojas não quiseram endossar as mudanças
feitas no ritual pelos chamados "modernos" e algumas delas formaram uma Grande Loja
rival em 17 de julho de 1751, que eles chamaram de "Grande Loja Antiga da Inglaterra".
Essas duas Grandes Lojas disputavam a supremacia até que os modernos prometeram
voltar ao ritual antigo. Eles se uniram em 27 de dezembro de 1813 para formar a Grande
Loja Unida da Inglaterra (UGLE).[10][11]

A Grande Loja da Irlanda e a Grande Loja da Escócia foram formadas em 1725 e 1736,
respectivamente, embora nenhuma das duas tenha convencido todas as lojas existentes
em seus países a se unirem por muitos anos.[
A Igreja Católica historicamente já se opôs de forma radical à maçonaria, devido aos
princípios supostamente anticristãos, libertários e humanistas maçônicos. O primeiro
documento católico que condenava a maçonaria data de 28 de abril de 1738. Trata-se da
bula do Papa Clemente XII, denominada In Eminenti Apostolatus Specula.[48] Após essa
primeira condenação, surgiram mais de 20 outras. O papa Leão XIII foi um dos mais
ferrenhos opositores dessa sociedade secreta, a qual designou de Reino de Satanás em
1884,[49] e sua última condenação data de 1902, na encíclica Annum Ingressi,
endereçada a todos os bispos do mundo em que alarmava da necessidade urgente de
combater a maçonaria, opondo radicalmente esta sociedade secreta ao catolicismo.

CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ

DECLARAÇÃO SOBRE A MAÇONARIA

Foi perguntado se mudou o parecer da Igreja a respeito da maçonaria pelo facto que no
novo Código de Direito Canónico ela não vem expressamente mencionada como no
Código anterior.

Esta Sagrada CongregaçAo quer responder que tal circunstância é devida a um critério
redaccional seguido também quanto às outras associações igualmente não
mencionadas, uma vez que estão compreendidas em categorias mais amplas.

Permanece portanto imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações


maçónicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a
doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que
pertencem às associações maçónicas estão em estado de pecado grave e não podem
aproximar-se da Sagrada Comunhão.

Não compete às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das


associações maçónicas com um juízo que implique derrogação de quanto foi acima
estabelecido, e isto segundo a mente da Declaração desta Sagrada Congregação, de 17
de Fevereiro de 1981 (cf. AAS 73, 1981, p. 240-241).

O Sumo Pontífice João Paulo II, durante a Audiência concedida ao subscrito Cardeal
Prefeito, aprovou a presente Declaração, decidida na reunião ordinária desta Sagrada
Congregação, e ordenou a sua publicação.

Roma, da Sede da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, 26 de Novembro de 1983.


Joseph Card. RATZINGER Prefeito

+ Fr. Jérôme Hamer, O.P. Secretário

Precisamente considerando todos estes elementos a Declaração da S. Congregação


afirma que a inscrição nas associações maçónicas “está proibida pela Igreja” e os fiéis
que nelas se inscreverem “estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se
da Sagrada Comunhão”.

Com esta última expressão, a S. Congregação indica aos fiéis que tal inscrição constitui
objectivamente um pecado grave e, precisando que os aderentes a uma associação
maçónica não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão, ela quer iluminar a
consciência dos fiéis sobre uma grave consequência que lhes advém da sua adesão a
uma loja maçónica.

A S. Congregação declara por fim que “não compete às autoridades eclesiásticas locais
pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçónicas, com um juízo que
implique derrogação de quanto acima estabelecido”. A este propósito o texto faz também
referência à Declaração de 17 de Fevereiro de 1981 , a qual já reservava à Sé
Apostólica todo o pronunciamento sobre a natureza destas associações que tivesse
implicado derrogações da lei canónica então em vigor (cân. 2335).

Do mesmo modo o novo documento emitido pela S.C.D.F. em Novembro de 1983, exprime
idênticas intenções de reserva relativamente a pronunciamentos que divergissem do juízo
aqui formulado sobre a inconciliabilidade dos princípios da maçonaria com a fé católica,
sobre a gravidade do acto de se inscrever numa loja e sobre a consequência que daí
deriva para se aproximar da Sagrada Comunhão. Esta disposição indica que, apesar da
diversidade que pode subsistir entre as obediências maçónicas, em particular na sua
atitude declarada para com a Igreja, a Sé Apostólica nota-lhes alguns princípios comuns,
que requerem uma mesma avaliação por parte de todas as autoridades eclesiásticas.

Ao fazer esta Declaração, a S.C.D.F. não entendeu desconhecer os esforços realizados


por aqueles que, com a devida autorização deste Dicastério, procuraram estabelecer um
diálogo com representantes da Maçonaria. Mas, desde o momento que havia a
possibilidade de se difundir entre os fiéis a errada opinião de que a adesão a uma loja
maçónica já era lícita, ela considerou ser seu dever dar-lhes a conhecer o pensamento
autêntico da Igreja a este propósito e pô-los em guarda quanto a uma pertença
incompatível com a fé católica.
Só Jesus Cristo é, de facto, o Mestre da Verdade e só n’Ele os cristãos podem encontrar a
luz e a força para viver segundo o desígnio de Deus, trabalhando para o verdadeiro bem
dos seus irmãos.

(L’Osservatore Romano, 10 de Março de 1985, pág. (115) 7)

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