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ALTHUSSER, LOUIS.

Aparelhos ideológicos de estado: no


tas sobre aparelhos ideológicos de estado. Trad. Maria Laura Vivei
ros de Castro. 2 ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1985. 129 p.
Maira Coutinho Ferreira'

0 francês Louis Althusser (1918-1990) é considerado


um dos principais nomes do estruturalismo francês dos anos
60. mas criticou o estruturalismo como espécie de ideologia
burguesa. Seus escritos são complexos e de leitura dificil,
passíveis de suscitar diversas reações e interpretações; ele foi
Considerado ora um analista ousado das premissas e dos di
lemas profundos do pensamento socialista, ora um colecio
nador de frases herméticas e formulas explicativas, e até mes
mo umn apologista dos fracassos do socialismo.
Althusser foi um dos mais influentes teóricos políticos e
sociais marxistas dosécçlo XX. Filiou- se ao Partido Comunis
ta Francês em 1948, mas era contrário ao socialismo real da
Europa Oriental e ao oferecer uma nova interpretação dos tex
tos de Marx, iniciou uma renovaçãoda teoria revolucionária.
Tal renovação parte do princípio de que o funcionamen
to da política eda sociedade não poderia ser inteiramente
explicado comoresultado da luta de classes na esfera econô
mica. Para Althusser, a cultura e a ideologia também deviam
ser consideradas, uma vez que toda sociedade, para se man
ter, necessita daquilo que ele chamou de aparelhos ideológi
cos de es ta da uma intrincada rede de instituições e práticas

Doutorarnda em Linguísticae Língua Portuguesa - FCL/UNESP - Araraquara


372 RESENHA

políticas e culturais, que abrange desde igrejas e meios de


Comunicação de massa até osistema escolar e a família.
Em seu livro Apa relhos Ideológicos de Estado, a ideolo
gia éapontada como essencial para a manutenção da diviso
e organização do trabalho de uma formação social, ou seja,
para a reproduçãodas condições de produção. Por condições
de produçãoentendam-se as forças produtivas que atuam na
geração do capital, e as relações de produção, que são rela
ções entre as classes sociais, marcadas pela submissão da
classe operária.
O autor explica que, para Marx, a estrutura de toda so
ciedade constitui-se de uma infra- estrutura ou base econô
mica e de uma superestrutura, que compreende as instânci
as jurídico política e ideológica. Na infra-estrutura estão as
relações do homem com a natureza, as relações entre os não
proprietários eos proprietários, e entre estes e os meios e
objetos do trabalho.
Ainstância jurídico política érepresentada pelo Estado
e pelodireito, estando o Estado a serviço da classe dominan
te, refletindo a relação de exploração de classe do nível econô
mico. J á a instância ideológica compreende a religião, as leis,
a educação, a literatura, a filosofia, a ciência, a arte etc, su
jeitas, também, às idéias e aos valores da classe dominante!.
A relação entre a infra- estrutura e a superestrutura é
semelhante à relação entre andares de um edificio: a supe
restrutura, ou andares superiores, sustenta- se sobre a infra
estrutura, base do edificio, de modo que aquela depende des
ta. Háuma relação de determinação em última instância da
base econ ômica sobre a superestrutura, ao mesmo tempo enm

1 Desse modo, se oEstado reflete e perpetua a dominação de uma classe pela


outra, ele deve ser extinto. Marx acreditava que a luta do proletariado contra a
burguesia começaria por uma revolução que substituísse o Estado por um
novo, a diadura do proleta riado e terminaria com o fim da luta de classes e o
desaparecimento do Estad.
que esta tem uma "autononmia relativa" e exerce uma "ação de
retorno sobre aquela.
A metáfora marxista do"edificio social" épara Althusser,
de caráter descritiva, pois descreve o funcionamento da so
ciedade de modo que ele se propõe a superá- la, partindo do
pontode vista da reprodução das condições de produção para
esclarecer questões cuja existência a metáfora clássica ape
nas indica semn dar-lhes resposta conceitual. 0 autor explica
que toda teoria passa por uma etapa descritiva, que é"transi
tória e necessária ao desenvolvimento da teoria", mas que
necessita ser superada.
Dessa forma, a teoria marxista do Estado é descritiva: o
Estadoé definido como Estadode classe que se confunde com
o aparelho repressivo do Estada "a serviço das classes domi
nantes", naluta de classes da burguesia conta oproletariada
A fim de desenvolver essa teoria descritiva, para que se com
preenda os mecanismos,do Estada Althusser propõe acres
centar a ela o conceito de aparelhos idelógjos de Estadq AIE.
A teoria marxista distingue o poder de Estado, em torno
do qual giram todas as lutas políticas de classes, do aparelho
de Estada que compreende a política, os tribunais, as pri
Sões, oexército ea administração (estão incluídos aquio Chefe
de Estadoe o Governo mas estes podem ser também vistos
como a materialidade do próprio poder de Estado). A
consequência dessa distinção éque o aparelho de Estado não
se altera necessariamente nem simultaneamente àalteracão
da posse do poder de Estada mas ela não é suficiente para
fazer avançar a teoria.
Para Althusser, os aparelhos ideológicos de Estado são
uma realidade que se manifesta junto ao aparelho (repressi
vo) do Estada com ele não se confundinda As diferenças en
treeles estão em que háuma pluralidade de aparelhos ideo
lógicos e apenas um aparelho (repressivo); e as instituições
que constituem os primeiros estão, em sua maioria, nodomí
nio privada enquanto osegundo pertence inteiramente ao
domínio público. Para o autor, noentanto, esta última distin
ção é irrelevante, uma vez que o que importa éo
funciona
mento das instituições de caráter ideológico.
A diferença realmente relevante éa de que o
aparelho
repressivo do Estado funciona predominantemente através
da violência, e os Aparelhos Ideológicos funcionam principal
mente através daideologia. Fazem parte destes últimos a Igre
ja, a Família, o Direito, o sistema político comn seus diferentes
Partidos, oS sindicatos, a imprensa, o rádio e a televiso, a
cultura (artes, esporte etc) e a Escola. Esta, para Althusser, é
o aparelho ideológico dominante nas formações capitalistas
maduras, que conta com a audiência obrigatória das crian
ças de todas as classes sociais durante os anos de suaforma
ção técnica.
Aparentemente, essas instituições formam um corpo
disperso mas o autor afirma que elas funcionam em uma
ideologia unificada sob a ideologia da classe dominante, pois
"nenhumaclasse pode, de forma duradoura, deter o poder do
Estado sem exercer ao mesmo tempo sua hegemonia sobre e
nos Aparelhos Ideológicos do Estado'. Mas essa hegemonia
não éplena, uma vez que a classe dominante nãodita a lei
nos AIE com a mesma facilidade que ofaz no aparelho (re
pressivo) do Estado.
Aí reside o ponto alto do texto de Althusser, no que
concerne a possibilidade de fuga do determinismo predomi
nante a duplicidade de funções dos AIE numa formação so
cial, sendo, ao mesmo tempo, instrumento de dominação e.
nas palavras do autor, o lugar da luta de classes. Isso porque
as antigas classes dominantes podem ocupar posições nes
ses aparelhos, atuando dentro deles, e eles são o meio e o
lugar de expressão e resistência das classes exploradas.
Quanto à funçãode instrumento de dominação dos AIE.
para Althusser, a importância deles estáem, ao lado do Apa
relho (repressivo) do Estado, assegurar a reprodução das re
lações de produção. E esta a chamada "ação de retorno" da
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Superestrutura para a
inra-estrutura,
marxista. Vejamos CoMo o autor explicaapontada pela teoria
A esse fenômeno.
sobrevivncia umna formação social depende da pro
dução e da
de
reprodução das condições dessa prOduçãa Em
briagados pelas
da prática evidências do ponto de vista da produção e
produtiva preserntes em nosso cotidiano, não con
seguimos alcançar o ponto de vista da reproduçãg, qual seja
a reprodução das forças
produtivas e a reprodução das rela
Ções de produção existentes.
Ao lado da
reprodução dos meios de produção, ou seja.
das condições materiais da produção, como matéria- prima,
instalações e maquinaria, énecessáriaa reprodução da força
de trabalha ou "forças produtivas". Ela é garantida pelo salá
rio que assegura a subsistência do trabalhador e de sua fa
mília, e pelo sistema escolar que além de cuidar da formação
técnica dos futuros trabalhadores, garante a reprodução de
Sua submissão às normas da ordem vigente (regras do bonm
COmportamento, de moral e de consciência cívica e profissio
nal), ou seja, àideologia dominante
Jáa reprodução das relações de produção é entendida
Como a manutenção do status quO da formação social, em
relação às posições que cada classe social ocupa na divisão
do trabalho, ou seja, a reproduçãodas relações de exploração
capitalistas. Elaéassegurada pelo aparelhorepressivo do Es
tado, que contribui para a sua própria reprodução (ide as
dinastias políticas, militares etc) e garante as condições polí
ticas da atuação dos AIE. Estes, por sua vez, garantem a re
produção das relações de produção através da ideologia da
classe dominante
Althusser faz a seguinte distinção em relação àideolo
gja: as ideologias particulares, que expressam posições de clas
se têm uma história, determinada pela luta de classes, que
se encontra fora delas, enquanto a ideologia em geral não tem
história. Ela éautônoma em relação à história e funciona
como um sistema independente, e é eternaporque éimutável
enquanto sistema.
376 RESENHA

Para
entender essa noção de sistema,
ler da
oposição podemos nos va
Saussure chama saussuriana entre
de sincronia (eiXO sincronia e
diacronia.
que uma
determinada língua tenha sincrônico) o estágio a
nado momento de sua
história,
chegado em um determi
vista
diacronia (eixo diacrônico) as mudanças como sistema, e de
passa ao longo do tempa Daí pelas quais a língua
poder- se dizer que a
em geral situa-se
apenas no eixo sincrônica, eternaideologia
em seu
funcionamentO enquanto
têm aspectos sincrônicos sistema,
e as ideologias
individuais
e diacrônicos.
Neste momento ele rompe com Marx, que
logia como pura ilusão sonho, "idéia'" concebe a ideo
os diurnos" da realidade (formada pelos "resídu
concreta dos
de Freud a noção de que o incons cienteindivíduos),
e empresta
éeterno, para afirmar
que "a ideologia tem uma estrutura e um
funcionamento tais
que fazem dela uma realidade nãohistórica".
Se a estrutura e ofuncionamento da ideologia são os
mesmos, assumem a mesma forma em toda história, a ideo
logia assume um caráter eterng, no sentido de sua onipresença
e imutabilidade em sua forma. Duas outras formulações que
Althusser faz acerca da ideologia são essenciais para a comn
preensão doque ele chama de sua "tese central".
A primeira éa de que "a ideologia é uma repres enta
çãoda relaçãoimaginária dos indivíduos com suas condi
Ções reais de existência", ou seja, a ideologia não represen
ta o sistema das relações reais que governam a existência
dos homens, e sim a relação (sempre) imaginária deles com
as relações reais sob as quais eles viven, ou seja, com as
relações de produçãoe de classe. Essa representação ima
ginária éum reflexo imperfeito da realidade, uma relação
deformada que o homem tem com suas condições de exis
tência, ésempre imaginária porque éinfluenciada pela in
terpelação ideológica.
A segunda diz respeitoà materialidade da
sente na maneira como o indivíduo que vive naideologia, pre
ideologia se
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RESENHA

ler da
Para entender essa
oposição noção de sistema,
Saussure chama saussuriana
de podemos
entre sincronia e
n0S va
que uma
determinada sincronia (eixo
sincrônico) odiacronia.
língua tenha chegado em um estágio a
nado momento de sua
diacronia (eixo história. vista determi
Como sistema, e de
passa ao longo diacrônico) as
do tempa Daímudanças pelas quais a lingua
em geral poder- se dizer que a
situa-se apenas no eixo ideologia
funcionamentO sincrônico, eterna em seu
têm aspectos enquanto sistema, e as ideologias individuais
sincrônicos e
Neste momento ele rompe diacrônicOs.
com Marx, que
logia como pura ilusão
Os diurnos" da sonho "idéia" (formadaconcebe a ideo
pelos "resídu
de Freud a noçãorealidade concreta dos indivíduos), e empresta
de que oincons
que "a ideologia tem uma ciente é eterno, para afirmar
que fazem dela uma estrutura e um
funcionamento tais
realidade
Se a estrutura e o
não histórica".
mesmos, asSUmem a mesma funcionamento
forma em
da ideologia sãO OS
logia assume um caráter toda história, a ideo
e eterng, nosentido de sua onipresernça
imutabilidade em sua forma. Duas
Althusser faz acerca da ideologia são outras formulações que
preensão do que ele chama de sua "tese essenciais para a com
A primeira é a de central".
que "a ideologia éuma
ção da relação imaginária dos representa
Cões reais de existência", ou indivíduos com suas condi
ta o sistema das seja, a ideologia não repres en
dos homens, e simrelações reais que governam a
a relação (sempre) existência
as relações reais sob as imaginária deles
quais eles vivem, ou seja, comcom
relações de produção e de classe. Essa as
gináriaéum reflexo imnperfeito da realidade, representação ima
deformada que ohomem tem com suas uma relação
tência, ésempre imaginária porque é condições de exis
terpelaço ideológica. influenciada pela in
Asegunda diz respeito à
sente na maneira como o materialidade da ideologia, pre
indivíduo que vive na ideologia se
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Conduz, se comporta, em sua


participação nas práticas, ins
critas enm rituais, de um aparelho
de da ideologia e a ideologia ideológicoa A prática depen
depende do
aparelhoe seus rituais e práticas, quanto ossujeito e tanto o
atos do sujeito
que age segundo sua crença, são materiais. Há
do termo "idéia" de Marx pela substituição
materialidade das práticas, ri
tuais e aparelhos ideológicos.
Uma vez que a ideologja existe para sujeitos concretoS e
pelo sujeita ou seja, através dele a categoria de sujeito é
constitutiva de toda ideologia. Dessa relação de dupla consti
tuiçãg que caracteriza o funcionamento de toda ideologia,
rda resulta a tese central de Althusser. a ideologia interpela os
indivíduos enquanto sujeitos, ela tem por função constituir
indivíduos em sujeitos. A explicação dessa tese estána cha
mada "funçãode reconhecimento ideológico".
Nós tomamos por "evidência o fato de serrmos sujeitos,
essa "evidência" nada mais édo que um efeito ideológico. Nos
tornamnos sujeitos pela primeira vez antes mesmo de nascer,
pela interpelaçãoda ideologia familiar/ paternal/ maternal, que
nos dá um nome uma identidade Nós nos
reconhecemOs Como
sujeitos em função da interpelação ideológica: esse reconhe
cimento é o efeitoideológico elementar e, como sujeitos, ocu
pamos um lugar noaparelho ideológicoerealizamos práticas
SOciais, e não reconhecemos esse mecanismo pelo qual so
mos interpelados.
Isso porque vivemos na ideologia e não fora dela. Um
dos efeitos da ideologia éexatamente negar seu
caráter ideo
lógico, de modo que o que parece acontecer fora da ideologia
acontece na verdade, dentro dela. Os sujeitos, interpelados,
não percebem que sua realidade éuma realidade
ideológica,
nãose enxergam dentroda ideologia, porque esta não se lhes
apresenta como tal.
Althusser acredita que estar fora da ideologia significa
situar-se no conhecimento científico, a fim de alcançar a
consciência de que se estáou se esteve na ideologia. A cons
ciência dofuncionamento e da estrutura dos
aparelhos ideo
Po
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logicos éo primeiro passo a caminho da


indivíduo se torna capaz de reconhecer revolução, pois
as formas de pernetrar
0
I1Os aparelhos ideológicos e de neles e através deles,
poder. tomar o
etoma como exemplo a ideologia crist para ilustrar a
eSrutura comum a toda ideologia, em primeiro lugar quanto
ainterpelação dos indivíduos como sujeitos. A ideologta Te
Cruta" ou "transforma" indivíduos em sujeitos, e a existência
dessa multidão de sujeitos depende da existência de um Su
jeito único, absoluto: Deus.
Em segundo lugar, quanto à submissão dos sujeitos a
esse Sujeito único (Deus) e ao reconhecimento mútuo inter
ico
sujeitos e entre esses e o Sujeita: somos espelho e reflexos do
Sujeito, desdobramentos Dele. Ou seja, a ideologia tem uma
estrutura especular que pressupõe o desdobramento do Su
indiví
jeito em sujeitos (interpelados) eo reconhecimento do
duono Sujeito. Este último define a ideologia em particular e
crença de
éem nome dele que se procede às práticas, ante a
normas
gue desse reconhecimento e da obediência a certas
resulta a "salvação".
domi
Para Althusser, o aparelho ideológico de Estado
aparelho ideo
nante nas formações capitalistas maduras é o
obrigatória das cri
lógico escolar, que conta com a audiência entram
escola, elas
ancas de todas as classes sociais. Ao sair da
continuam
"na produção", como operários ou camponeses,
baixo e médio escalão
os estudos para ocuparem cargos de "agentes
ou ainda chegam ao final do percurSo e tornam-se
da exploração" (capitalistas), "agentes da repressão" (do apa
ideologia" (nas
relhorepressivo do Estado) e "profissionais da
instituições ideológicas).
neu
Segundo aideologia burguesa dominante a escola é cri
ideologia, econduz as
tra e leiga, portanto desprovida de responsabilidade adulta.
anças à liberdade, àmoralidade e à
exemplo de resistên
Quando fala da escola, Althusser dáum
dos professores, a
cia dentro de um aparelho ideológico: a
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quem chama de heróis, que tentam voltar contra a ideologa.


seu sistema e suas práticas as poucas armas que encoOnu a
na história e no saber que ensinam.
Finalmente sechega àquestão da reprodução das rela
Çoes de produção pelos aparelhos ideológicos de Estado atra
condiciona de tal for
Ves da ideologia: ofuncionamentodesta mesmos". 0
ma os sujeitos, que eles "caminham por si
interpelado enxerga- se como sujeito livre e respon
ndividuo Vontade a uma
atos, submetido por sua própria
sável por seus nome do qual realiza os
autoridade superior (o Sujeito), em
materialidade da ideologia que
a
gestos e atos que constituem
o interpelou. suficiente para que
portanto, necessária e
A ideologia é postos que a divisão social
ocupando os
npko

todos continuem na produção na exploraçãg,


técnica do trabalho lhes designa
ideologização etc A classe dominante pode
na repressãa na aparelhorepressivo para conter a (re)ação
ainda valer- se do
dos "maus sujeitos".
nas palavras de Althusser, "o ponto de vista da
Assim,
então, em última instância, o ponto de vista da
reprodução é "técnica" dotrabalho é na
porque a divisão
luta de classes", máscara de uma diviso social (de
clas
verdade a forma e a
reprodução das relações de produção é a
se) do trabalha a vital para a classe
dominante.
forma de luta de classe
entender o funcionamento do edificio so
Sóé pOssível
ponto de vista da reprodução das relações
cial de Marx sob o partes
produçãa a ideologia e suas instituiçöes, que são
de dependem da base econômica (infra- es
da superestrutura, emn útima instância. Mas odomí
trutura), que as deterrmina já
da infra- estrutura não étotal, apesar de predominante, dela
nio autonomia relativa eéatravés
quea superestrutura tem
agir.
que o proletariado pode mudança do status quo está,
Ou seja, a possibilidade de
próprios aparelhos ideológicos de Estada
ironicamente, nos
controle da classe dominante não é plena Eles são
onde o dominante e éneles que se
unificados pela ideol ogia da classe
reproduz a exploração, mas é também neles, no seio das ins
tituições ideológicas, que aparecem as contradições, que po
dem haver luta de classes e revoluções. A tomada de cons
ciência - conhecer como se dáa reprodução das relações de
produção - éque garante a revolução.
Muitas vezes as formas repressivas dos AIE não dão conta
ideo
de garantir adominação, pois quandose questiona umaformas
e
logia, questionam-se com ela seus rituais, práticas
deixou claro que os
de sarmção e repressão. Althusser mesmo
contradições que ex
AIE sãoo lugar onde se apres entam as
classes, e onde,
pressam os efeitos dos choques entre a luta de
de mudança.
querenmos acreditar, germina toda semente

BIBLIOGRAFIA
Maria Helena Pires, Filo
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, 1993. 395 p.
sofando: introdução àFilos ofia. São Paulo: Moderna,
científica para
CARMO-NE TO, Dionísio Gomes do. Metodologia University Press,
principiantes. 3ed. Salvador: American World
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ILARI, Rodolfo. O estruturalismo linguístico: Introdu
MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Ana Cristina (Orgs.).
epistemológicos. v.3. São Paulo:
ção àlinguística: fundamentos
Cortez, 2007. 480 p.
São Paulo: Publifolha.
NOVA ENCICLOPÉDIA ILUS TRADA FOLHÀ. V. 1.
1996. 512 p.

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