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12/03/2024, 08:24 Versão para impressão - ESTRUTURAS DE MERCADO

ESTRUTURAS
DE
MERCADO

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Apresentação 
Olá, seja bem-vindo (a)!

Vamos estudar juntos, essencialmente, a definição e classificação


das estruturas de mercado. Nesta unidade, trataremos da
concorrência perfeita ou competição pura, monopólio, oligopólio e
concorrência imperfeita. Já no início deixo-lhe a seguinte dúvida: “É
possível alcançar a perfeição no mercado de bens?”.

E então, o que acham? Que tal descobrirmos juntos?!

Objetivos
Entender as características de cada estrutura de mercado.
Identificar as estruturas de mercado.
Compreender a realidade do cenário em que vivemos e,
principalmente, o modelo de comportamento das firmas em
um mercado competitivo.
Analisar os modelos matemáticos que demonstram em que
patamar as empresas conseguem maximizar seus lucros.
Conhecer as estratégias eficientes adotadas pelas firmas
para alcançar o equilíbrio de mercado.

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Desafio 
Que tal observar as empresas de comunicação, como rádio e TV
para entender em qual estrutura de mercado elas se encaixam? Em
nosso país, temos grandes redes televisivas e radialistas. Estude,
busque artigos, leia em jornais e revistas especializadas e observe.
Em seguida, redija um breve texto (entre 5 a 10 linhas)
apresentando suas considerações para o seguinte
questionamento:

Em que mercado essas firmas podem se encaixar:


concorrência perfeita, monopólio, concorrência monopolista
ou oligopólio?

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Conteúdo 
Concorrência perfeita ou competição pura

Pensar na possibilidade de haver mercados perfeitos é bem


intrigante. No entanto, essa definição de “puro” está associada às
características que descrevem esses negócios. Há três
particularidades que os definem bem, são elas: consentir os
preços, similaridade das mercadorias e entrada e saída dessa
competição sem grandes prejuízos aos empresários.

Veja só: Um feirante vende cenouras e compra de diversos


fornecedores. Os consumidores ao visualizarem os legumes não
se preocuparão de onde veio esse produto, se de São Paulo ou do
interior do Ceará. Isso implica dizer que quem quiser produzir
cenouras poderá fazer sem grandes complicações e oferecê-las
nos balcões das feiras semanais. Isso é possível graças a outra
caraterística desse mercado: o conhecimento de informações.
Parece um pouco confuso para você? Fique tranquilo. Vou
esclarecer!

Faz sentido salientar que as empresas têm como objetivo a


maximização dos lucros. Mas a diversidade de produtos é imensa
e por isso, cada tipo de mercadoria ou serviço é passível de formar
um mercado diferente do outro, para a compra e venda desses
bens específicos.

Com o intuito de alcançar seu objetivo, essas empresas, precisam


conhecer bem o cenário em que atuam, para descobrir qual o nível
provável de produção que irá gerar um lucro substancialmente
maior. Além disso, é pertinente que elas saibam como devem se
comportar no curto e longo prazo para sustentar-se. Essa é a
prática padrão para empresas competitivas.

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Então, vamos, a partir de agora, estudar com mais detalhe esse


mercado “puro” e sua reação diante de um cenário tão singular.
Atentemo-nos!

Características desse mercado

Estudamos em Microeconomia I o comportamento do mercado no


que concerne à demanda e oferta dos bens. Descobrimos, além de
saber quais variáveis afetam demanda e oferta e suas implicações,
que no cruzamento das retas, na análise gráfica, encontramos o
ponto de equilíbrio. E, podemos caracterizá-lo como um valor ótimo
em que não há excesso de bens ou serviços nem pelo consumidor
e nem pelo produtor.

Em caso de desequilíbrio, ou seja, em um cenário com excedente


de demanda ou oferta, o mercado se autoajusta mediante a
variável preço. Logo, o resultado desse reajuste irá gerar um novo
valor de equilíbrio ou o retorno ao patamar inicial. Conseguindo
visualizar a praticidade desse ajustamento, podemos agora
perceber o cenário de uma concorrência “perfeita”.

Conforme as características que mencionadas, são elas:


consentimento dos preços ou como alguns outros autores
preferem explicar, tomadores e aceitadores de preços; a
homogeneidade dos produtos (Homo o quê? Calma, eu já explico!);
facilidade em entrar e sair desse mercado; e, clareza nas
informações.

Aceitar o preço como algo dado é requisito para manter um


negócio em uma concorrência perfeita. Nesse mercado há um
número muito grande de competidores, de tal forma, que uma
empresa, e também os consumidores, de forma isolada não têm
capacidade para alterar os preços e assim, consentem essa
condição e aceitam o valor.

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Como cada empresa vende uma parte suficientemente


pequena do total da produção que vai para o mercado,
as suas decisões não influenciam o preço de mercado
[...] Em outras palavras, as empresas em mercados
perfeitamente competitivos são aceitadoras de preços
(PINDYCK; RUBINFELD , 2010, p. 238).

Após entender esta definição, pergunte-se: “E por que isso ocorre?”


É fácil de justificar! Para isso, vou explicar o significado de
homo...homoge...homegeneidade (Ufa!).

Estou certa que você já deve ter visto alguma receita na TV, ou por
qualquer outro meio, que dizia: “Mexa até a massa ficar
homogênea!” Ou seja, até a massa ficar uniforme, similar por
inteira.

Aplicando esse conceito em bens e serviços, significa dizer que


não há muita diferença entre eles e quem os consome não
demonstra interesse em saber onde foram fabricados. E, além
disso, esses produtos são substitutos perfeitos entre si, ou seja, se
a empresa decidir elevar o preço acima do praticado no mercado,
os clientes comprarão dos concorrentes e o negócio correrá alto
risco de sair do mercado por alavancar prejuízos.

Um exemplo fácil: a cenoura. É um produto agrícola e entende-se


que a qualidade dessa mercadoria é bem parecida entre os
diferentes produtores da localidade. Podemos até afirmar que o
setor agrícola é o mercado que mais se aproxima de uma
concorrência perfeita.

Há, também, uma maior liberdade para entrada e saída de


empresas nesses mercados. Isso não significa custo zero, os
custos de produção existem. No entanto, não há entraves ou
barreiras para participar desse jogo e nem “multas” para tirar o time
de campo. A empresa pode abandonar a atividade produtiva
quando quiser. Pensando de forma racional, quando o lucro for
zero ou quando há prejuízos.

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Os custos especiais que podem restringir a entrada são


aqueles que uma nova empresa precisaria enfrentar, mas
que outra empresa estabelecida no mercado não teria. A
indústria farmacêutica, por exemplo, não é
perfeitamente competitiva. A Merck, a Pfizer e as outras
empresas do setor mantêm patentes que lhes garantem
direitos únicos de produzir certos medicamentos
(PYNDICK; RUNINFELD, 2010, p. 239).

A curva de demanda

A curva de demanda individual da firma, nessa estrutura de


mercado, tem sua peculiaridade: traço horizontal. Isso ocorre
devido à característica de tomadora de preço, ou seja, a empresa é
consciente de que é o mercado quem atribui o preço e partindo
desse pressuposto, ela determina qual será seu nível de atividade
produtiva. Veja a figura 1.

Na curva de demanda do mercado, o preço será no ponto de


cruzamento com a curva de oferta, também conhecido como preço
de equilíbrio. Já a horizontalidade na curva da firma individual deixa

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de lado o traçado decrescente que conhecemos. Isso acontece,


pois há uma grande quantidade de empresas nesse mercado, de tal
forma que nenhuma consegue alterar o preço dado.

Desse modo, a curva de demanda percebida por uma


firma individual em concorrência perfeita deve ser
horizontal, indicando que o preço máximo que essa
firma pode cobrar pelo seu produto é igual ao preço de
mercado independentemente de quanto essa firma
produz (VASCONCELLOS; OLIVEIRA; BARBIERI ,
2011. p.185).

É importante frisar que o gráfico da demanda individual, apresenta


uma curva infinitamente elástica, devido seu formato horizontal.
Implica dizer que, se o valor dos bens determinado pelo mercado
for alterado, tornar-se-á difícil determinar a própria demanda.

As modalidades de receitas

Sabemos que o lucro é o objetivo primordial das firmas e que ela


sempre perseguirá a melhor alternativa para maximizá-lo. Além
disso, já somos capazes de entender que é por meio da diferença
entre receita e custo que encontramos esse rendimento. E para nos
aprofundarmos, é certo que tenhamos em mente a diferença entre
as modalidades de receitas. Veja a tabela 1.

Tabela 1 – Receita total, receita média e receita marginal

Receita total

Receita média

Receita marginal

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Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

A receita total , é o próprio faturamento da empresa, ou seja, o


total arrecadado com as vendas de bens ou serviços. Logo, basta
multiplicar a quantidade ( ) de mercadorias vendidas pelo preço .
Já na receita média ( , é preciso dividir o valor do faturamento
total ( pela quantidade ( ) comercializada e como resultado,
percebemos que a receita média ( , é igual ao preço .

A receita marginal ( ) exige um pouco mais do nosso raciocínio.


Segundo Vasconcellos, Oliveira e Barbieri (2011, p. 186), ela é a
relação entre a variação na receita total, designada por ,
provocada por uma menor variação na quantidade que vendida,
aqui representado por Após esse cálculo, concluímos que a
receita marginal ( ), também, é igual ao preço ( . Isso ocorre,
pois, nessa estrutura de mercado o preço independe da quantidade
de produção vendida pela empresa.

Ao analisarmos o gráfico das receitas, e após a explanação das


fórmulas na figura 2, percebemos que na curva de demanda
individual, da firma em concorrência perfeita, o preço, a receita
média e receita marginal apresentam o mesmo valor.

O equilíbrio da firma

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O equilíbrio da firma encontra-se em seu ponto onde o lucro é


máximo. Mantendo sempre em mente que os lucros são os
principais responsáveis pelo sustento do negócio, concluímos que
quanto maior ele for mais elevado será o nível de segurança para
competir no mercado.

Temos estudado que, a diferença entre a receita total e o custo


total gera o valor do lucro e que todas essas três variáveis estão
relacionadas com a quantidade (q) de produção. Logo, podemos
assim expressar:

L (q) = RT (q) – CT (q)

Para alcançar o valor máximo no resultado desta subtração


devemos maximizar o lucro utilizando a condição de máximo de
primeira ordem. Essa premissa diz que devemos derivar a função e
igualar o resultado a 0. Atentemo-nos.

Observamos, através do desenvolvimento da fórmula aplicada, que


ao derivarmos tanto a receita total como o custo total, eles
transformam-se em receita marginal e custo marginal. Assim,
quando os dois forem iguais, a firma encontrará seu ponto de lucro
máximo.

Como a curva da demanda com a qual uma empresa


competitiva se defronta vem a ser horizontal, de tal
modo que RMg = p, a regra geral para maximização de
lucros pode ser simplificada. A empresa competitiva
deve escolher seu nível de produção de tal forma que
seu CMg = RMg = p. Observe que essa é uma regra
para a determinação do nível de produção, não do
preço. Pois as empresas competitivas seguem o preço
fixado pelo mercado. (PINDYCK; RUBINFELD, 2010,
p. 244).

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Observe, nesta análise gráfica, que as curvas de custo marginal


(CMg) e receita marginal (RMe) se cruzam em dois pontos. Mas
não deixemos isso confundir nosso entendimento, pois ao observar
bem esse mapa geométrico, perceberemos que somente em um
único ponto a firma alcançará o lucro máximo no curto prazo. Veja
a figura 3.

O custo total médio está representado por CTMe e o custo variável


médio por CVMe. O ponto de lucro máximo está na posição A, onde
CMg = RMg, a produção é 8 e o preço em dólares é 40.

Explorando o mapa cartesiano e suas retas, é possível notar que os


valores à esquerda de 8 unidades de produção mostram a RMg >
CMg e se continuarmos aumentando a produtividade, o lucro irá
crescer. Já no que concerne à produção de mais de 8 und, com um
CMg > RMg é preciso regredir na fabricação do bem para que
esses custos possam reduzir. Por isso, é importante frisar que o
lucro será máximo quando o CMg = RMg no ponto onde a curva de
custo marginal for crescente.

Por fim, a decisão de produzir em um prazo curto deve levar em


consideração a seguinte condição descrita por Vaconcellos,
Oliveira e Barbieri (2011, p. 190):

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Então, no curto prazo, uma firma deve produzir, mesmo


que ela tenha prejuízo, desde que, para algum nível de
produção, o custo variável médio seja inferior ao preço
do produto, ou seja, desde que o preço seja maior que o
custo variável médio mínimo.

A afirmação desses autores nos ajuda a concluir que na


competição perfeita, a oferta no curto prazo, ou melhor, a produção
da empresa, deve acontecer enquanto sua curva de demanda (ou
preço de mercado) estiver acima do custo variável médio.

Monopólio

No tópico anterior, destacamos as características de um mercado


de concorrência perfeita. Nele, o mecanismo de variação do preço
atua como um regulador e entra em ação quando a quantidade de
equilíbrio e preço de equilíbrio oscilam ao redor do ponto ótimo.

Entremos agora em um cenário bem diferenciado. Empresas como


a Petrobras, Correios e do setor energético se destacam, pois
“abarcam” uma fatia considerável do mercado e suas decisões são
capazes de alterar toda sua cadeia de funcionamento, incluindo o
comportamento do consumidor. Essa estrutura de mercado é o
monopólio e apresenta propriedades opostas da competição pura.

Em uma conjuntura monopolista, há apenas uma empresa


operante e sua estratégia de preço não aceita esse valor como algo
“fixo” delimitado pelo próprio mercado. E por que seria tomadora de
preço, já que ela é a única no mercado? Nessas circunstâncias, o
jogo vira. No monopólio, a firma escolhe o preço e a quantidade de
produção que irá gerar os mais elevados lucros.

Varian  (2003, p. 449) afirma:

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É claro que a empresa não pode escolher preços e nível


de produção de maneira separada; para qualquer preço
determinado, o monopólio só poderá vender o que o
mercado suporta. Se escolher um preço muito alto, a
empresa só conseguirá vender uma quantidade pequena.
O comportamento da demanda dos consumidores
restringirá a escolha do monopolista no que tange ao
preço e à quantidade.

Um traço marcante nesse mercado, além do preço, é a existência


consistente de barreiras para a entrada. Significa dizer que, mesmo
os lucros sendo atrativos e elevados, os obstáculos existentes para
aderir a esse mercado, impedem a entrada de firmas concorrentes.
Veja a seguinte tabela.

Tabela 2 - Espécies de barreiras à entrada de firma em um


monopólio.

Barreiras legais As patentes são bem


representativas. Elas dão direito,
por lei, aos seus inventores ao
poder de monopólio durante
certo tempo. Essa condição serve
como incentivo à inovação.

Controle do fornecimento de Quando uma empresa detém o


matérias-primas monopólio de uma matéria-prima
e consequentemente, torna-se
monopolista, também, no seu
setor.

Barreiras de escala A produção da empresa


apresenta rendimentos de escala
crescentes e alcança seu custo
médio mínimo em um período de
tempo muito menor, se
comparada a um mercado em
concorrência perfeita.

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Fonte: Vasconcellos, Oliveira e Barbieri, 2011, p. 203. (Adaptado)

A demanda

Sabemos que no mercado monopolista não há concorrentes para a


empresa e por isso, ela está em um patamar singular. Contudo,
precisamos ter em mente que mesmo controlando o preço e a
quantidade de produção, os consumidores são responsáveis por
ajudar a firma na decisão pelo melhor preço e baseado nisso,
consequentemente, a empresa decidirá quanto irá vender.

A partir dessa circunstância, a demanda em um setor monopolista


é parecida com a do mercado na concorrência perfeita, ou seja,
uma reta decrescente. Assim, quanto maior o preço, menor a
quantidade demandada. Pindyck e Rubinfeld (2011. P. 308)
explicam que o preço por unidade recebido pelo monopolista é
obtido por meio da curva de demanda do mercado, assim, a firma
poderá determinar o preço enquanto a quantidade que irá vender
será determinada por essa curva.

A receita média, que corresponde ao valor que a firma recebe por


cada produto vendido, é a própria curva de demanda do
monopolista. Já a receita marginal é o valor adicional da receita
após aumentarmos uma unidade vendida. Veja a seguinte tabela
para entender a relação entre elas.

Tabela 3 - Preço, quantidade e receitas

Preço (p) Quantidade (q) Receita Total (RT) Rece

10 0 0

9 1 9

8 2 16

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Preço (p) Quantidade (q) Receita Total (RT) Rece

7 3 21

6 4 24

5 5 25

4 6 24

3 7 21

2 8 16

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

A tabela nos mostra a relação entre preço, quantidade, receita total,


receita marginal e receita média. Ao analisarmos os números,
percebemos que enquanto a receita marginal for positiva, a receita
total eleva-se com a produção de uma unidade a mais (valores em
amarelo). Contudo, quando a receita marginal entra em valores
negativos, essa receita diminui claramente (valores em verde).

Logo, essa análise nos leva a seguinte conclusão: como a reta da


demanda é decrescente, o preço (ou receita média) é maior que a
receita marginal, pois todas as mercadorias ou serviços vendidos
estarão no mesmo nível de preço.

A pesar de toda a explicação apresentada, existe um ponto


específico, neste valor, onde o lucro seja o maior possível? Sim.
Assim como no mercado de competição perfeita, o lucro é
maximizado quando a RMg = CMg.

Figura 4 – A maximização do lucro quando a receita marginal se


iguala ao custo marginal

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Neste gráfico, vemos que no ponto em que RMg e CMg se


encontram, a produção ótima da firma é Q*. Contudo, caso decida
produzir valores à esquerda de Q*, como Q1 e preço P1, estaria
desperdiçando lucros, pois a receita é maior que os custos. De
modo análogo, produzindo no ponto Q2 e P2, os lucros cairiam,
pois o custo seria maior que a receita.

Mas, e quanto à oferta? Diferente de um mercado competitivo, o


monopólio não possui essa curva. Pindyck e Rubinfeld (2010, p.
314) nos explica:

Em outras palavras, nele (monopólio) não existe uma


relação biunívoca entre preço e quantidade produzida.
Isso ocorre porque a decisão quanto ao nível de
produção do monopolista depende não só do custo
marginal, mas também do formato da curva de
demanda. Consequentemente, deslocamentos da
demanda não dão indicação de uma série de preços e
quantidades que correspondem a uma curva de oferta
competitiva.

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Esses autores estão querendo nos ensinar que não existe uma
relação direta entre preço e quantidade, ao contrário da
concorrência perfeita. O deslocamento da reta da demanda é
capaz de gerar uma quantidade de produção diferente com um
mesmo preço ou com um preço diverso.

A discriminação de preços
Stiglitz e Walsh  (2003, p.203) dizem que “Monopolistas
maximizam seus lucros igualando receita marginal e custo
marginal”. Já sabemos disso, mas o que ainda não lhe falei é que,
assim como outras empresas, uma firma monopolista pode aderir
a diversas estratégias que possam trazer maiores rendimento, ou
melhor, maiores lucros. A discriminação de preços é uma dessas
ações.

Discriminar preços significa cobrar preços diferentes para


consumidores diversos ou mercados, também, diversos. Por
exemplo, a firma CDE pode cobrar um preço x no mercado A e
outro preço y no mercado B. Consequentemente, teríamos, nesse
caso, duas curvas de demanda diferentes.

Neste sentido, mesmo com um custo marginal fixo para os dois


mercados, a empresa pode sim vender seus produtos ou serviços
com valores desiguais.

Logo, dentro desse cenário e percebendo uma oportunidade de


negócio, surgem os atravessadores. Sua função essencial é
comprar o bem por um preço menor e levá-lo para a revenda em
regiões onde os preços são maiores.

Vasconcellos, Oliveira e Barbieri (2011, p. 214) classificam a


discriminação de preços em três tipos: primeiro grau, segundo grau
e terceiro grau.

Na discriminação de primeiro grau, o monopolista vende cada


unidade no valor máximo que o cliente consegue pagar. Já no
segundo grau, ele cobra um preço diferente conforme a quantidade
que cada cliente for levar para casa. Um exemplo disso é a compra
no atacado e no varejo.

Já a discriminação de terceiro grau acontece à medida que a firma


embolsa um valor diferente advindo de pessoas, também,
diferentes, sendo indiferente ao tamanho da compra do indivíduo.

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Um exemplo fácil é a meia-entrada para estudantes em cinemas ou


espetáculos teatrais.

Por fim, é possível que ao contrário de uma situação de monopólio,


os consumidores tenham um poder de mercado maior, sem que
seja caracterizado como uma competição perfeita. Isso ocorre em
uma situação chamada monopsônio em que há um único
comprador e esse, possui grande poder para decidir qual o preço
pagará pelo bem ou serviço que deseja adquirir.

Vale ressaltar também os chamados monopólios naturais, que são


as empresas fornecedoras de água e energia, por exemplo. Elas
demonstram uma habilidade produtiva capaz de atender todo o
mercado com um custo mais baixo do que em uma situação em
que existissem mais empresas. Nessas circunstâncias, há um forte
acompanhamento na regulamentação dos preços.

Concorrência monopolística

Analisamos até agora duas estruturas de mercado: a concorrência


perfeita, com produtos homogêneos, que aceitam os preços e
possuem liberdade para entrar e sair dessa competição; e, o
monopólio, onde há apenas uma empresa e barreiras significativas
que impedem outras firmas de participarem desse cenário de
lucros altos.

Essas duas estruturas correspondem ao extremo que um mercado


pode alcançar. Nem todas as empresas conseguem apresentar
esse formato, por não atenderem a todos os requisitos. Contudo,
há cenários mais reais e similares aos que vivemos e um deles é a
concorrência monopolística.

Esta reúne características de outras estruturas em um mesmo


mercado. Nesse cenário, há um número maior de empresas
concorrentes entre si, os produtos são heterogêneos e, além disso,
não há obstáculos que impedem a inserção de novas firmas nesse
espaço. Podemos exemplificar com alguns setores bem
conhecidos, são eles: pasta de dente, café em pacote e sabão em
pó.

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As causas da diferenciação entre os produtos podem ser


as mais diversas possíveis. Entre elas podemos citar:
diferenciação na qualidade intrínseca do produto,
diferenciação na localização da firma, diferenciação nos
serviços adicionais prestados pela firma, tais como
assistência técnica e informações ao consumidor e
diferenciação no serviço de vendas ao consumidor
(VASCONCELLOS, OLIVEIRA e BARBIERI, 2011, p.
221).

Os consumidores percebem a diferenciação dos produtos.


Percebem a heterogeneidade. Nesse segmento, o poder de
substituir um produto pelo outro é alto, mas não é passível
classificar esses bens ou serviços como substitutos perfeitos. Isso
ocorre, pois, como explicam Pindyck e Rubinfeld (2010, p. 392), [...]
as elasticidades cruzadas de suas demandas são grandes, mas
não infinitas.

Um exemplo prático que vale a pena ser citado é o de comércio de


roupas femininas. As mulheres preferem uma marca à outra,
acreditando que elas são diferentes entre si. Essas divergências
podem estar no atendimento, parcelamento das compras, pós-
venda, tamanhos e modelagens específicas e, ainda, no status que
a marca oferece para quem a usa. Logo, algumas clientes são
aptas a pagar um valor a mais.

Os mercados de bicicletas e outros artigos esportivos


são também monopolisticamente competitivos, assim
como a maior parte do comércio varejista, uma vez que
as mercadorias são comercializadas em diversas lojas
diferentes, as quais competem entre si, diferenciado os
serviços de acordo com o local, disponibilidade e
habilidade dos vendedores, condições de crédito, etc. A
entrada nesse mercado também é relativamente fácil, e,
dessa forma, se os lucros forem elevados em
determinada área pelo fato de haver poucas lojas, novas
lojas entrarão na região (PINDYCK; RUBINFELD,
2010, p. 393).

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Apesar de serem competitivas, as empresas com essas


qualificações, possuem sua curva de demanda decrescente e esse
cenário as proporciona certo poder de monopólio. É passível que
possam gerar altos lucros, com um preço maior que o custo médio.
Mas, como há liberdade para entrar e sair desse jogo “competitivo
monopolisticamente” a tendência é que, no longo prazo, esse
rendimento diminua com a chegada de firmas novas, pois o preço
será igual ao custo médio.

Oligopólio

Stiglitz e Walsh (2003, p. 209) afirmam que “Nos oligopólios há


apenas umas poucas firmas, de modo que cada uma se preocupa
com a reação das rivais a qualquer coisa que faça”.
Acrescentamos, também, que esse mercado possui um número
significativo de empresas, mas não como a concorrência perfeita.
Pois, as firmas oligopolistas podem influenciar até certo ponto a
variável preço, o que não ocorre em mercados altamente
competitivos.

Podemos citar como exemplo as indústrias de automóvel, aviação,


aço, alumínio, petroquímica, cigarros, equipamentos elétricos,
computadores, entre outras. Não é difícil identificar que as
empresas desses segmentos são as mais presentes em nossa
economia.

Outra particularidade dessa estrutura é a possibilidade de os


produtos serem homogêneos ou heterogêneos. As firmas que
produzem bens similares, o preço será o principal fator que o
cliente irá considerar. Já na produção de bens diferenciáveis,
ocorre o oposto, os consumidores irão manifestar sua predileção
pelos produtos de determinada firma.

É fato, também, que apenas algumas empresas são responsáveis


pela maior parte da produção, há grandes lucros e,
consequentemente, a entrada de novas firmas é impedida.

As decisões estratégicas nesse mercado são tomadas com


bastante cautela. Isso se deve pelo simples fato de haver poucas
empresas concorrendo, logo é imprescindível analisar as
consequências de determinada ação no comportamento das rivais.

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Aqui neste tópico, vamos ilustrar essencialmente esse tipo de


conduta adotada pelas firmas e por isso, para tornar nosso
aprendizado mais acessível, iremos estudar um duopólio, ou seja, a
relação entre duas empresas oligopolistas concorrentes.

Vale ressaltar que nesse cenário as empresas utilizam,


basicamente, duas variáveis para a competição, são elas: o preço e
a quantidade. Porquanto, para concorrer nesse jogo a firma só terá
influência sobre uma dessas variáveis, enquanto a outra se
comportará conforme o mercado.

Vasconcellos, Oliveira e Barbieri (2011, p. 223) reforçam essa ideia


[...] há modelos em que as firmas competem entre si, alterando
suas quantidades produzidas e há modelos em que elas competem
entre si, determinando o preço de seu produto.

O modelo de Cournot

Batizado pelo economista francês do século XIX, Augustin Cournot,


nesse modelo de duopólio as firmas produzem mercadorias
homogêneas e conhecem bem a curva de demanda desse
mercado. Aqui as firmas competirão por meio da variável
quantidade e a decisão de quanto produzir será tomada de forma
simultânea.

O modelo apresenta duas firmas que decidirão quanto produzir, ao


mesmo tempo. Contudo, cada empresa de forma individual ao
decidir o tamanho da sua capacidade produtiva, deverá levar em
consideração o quanto que a concorrente também produzirá.

O cenário é como afirmam Pindyck e Rubinfeld (2010, p. 398), “A


essência do modelo de Cournot é que, ao decidir quanto produzir,
cada empresa considera fixo o nível de produção de sua
concorrente”.

Tomemos um exemplo para analisar de forma mais didática e


matemática como isso ocorre.

: quantidade de produção

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: custo total

: custo marginal

: receita total

: receita marginal

Lembre-se que o custo total e custo marginal da Firma A estão em


função da quantidade de produção de A.

: quantidade de produção

: custo total

: custo marginal

: receita total

: receita marginal

Lembre-se que o custo total e custo marginal da Firma B estão em


função da quantidade de produção de B.

É preciso considerar que o preço está em função das quantidades


das duas empresas: e as receitas totais são:

As empresas A e B imaginam que a produção da concorrente não é


afetada pela sua produção. Assim, temos as seguintes receitas
marginais:

Sabendo de , a firma A irá produzir até que . Do


mesmo modo, a firma B agirá produzindo até .
Então, o equilíbrio no modelo de Cournot, se dará assim:

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Se decidirmos aplicar em uma função linear, tal que seu preço seja:
, onde x e y sejam valores fixos e positivos, além
disso, o CMg para ambas as firmas é igual a zero. E para obter o
lucro máximo é necessário maximizar sua receita.

Logo, baseado no modelo matemático explícito acima, a firma A


vai maximizar seu lucro, esperando que a firma B produza e
tendo controle apenas de sua . Vejamos:

Isolando o valor , teremos a função de reação da firma A. Ela é


definida como a quantidade que a firma A deve produzir sujeito à
quantidade que a firma B fabrique.

Função de Reação da Firma A

Calculando da mesma forma para a firma B, temos:

Função de Reação da Firma B

Agora é fácil perceber que estamos nos deparando com o seguinte


sistema:

Para solucioná-lo, devemos igualar as quantidades: .E


realizando a substituição, teremos e . Com um total
de produção, no equilíbrio, desse mercado: .
Substituindo esse valor no preço inicial, temos:
.

O modelo de Stackelberg

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O modelo de Stackelberg revela a disputa entre empresas


oligopolistas na liderança pela quantidade, ainda produzindo bens
homogêneos. Há nesse cenário uma firma líder e outra firma
seguidora. A primeira determina o tamanho de sua produção, antes
da segunda.

Varian (2003, p. 509) nos apresenta um exemplo:

[...] a IBM é frequentemente considerada uma empresa


dominante na indústria de computadores. Um padrão
comumente observado no comportamento de empresas
menores é esperar que a IBM anuncie seus novos
produtos para então ajustar, com base nesses anúncios,
as decisões sobre seus próprios produtos.

O Stackelberg diverge do modelo anterior, no qual as empresas não


têm tempo para reagir. Releia o exemplo de Varian sobre a IBM e
perceba essa diferença. Veja, em seguida, o modelo matemático,
onde a firma A é a líder ou dominante.

Função de reação da firma B

Temos que a quantidade da firma B (seguidora) será em função da


firma A (líder). Obviamente, para maximizar seus rendimentos, a
empresa A deverá:

Devemos aproveitar alguns dados da demonstração matemática


anterior. Fique atento!

Esse problema de maximização pode ser encarado de duas


formas: a substituição de em e em seguida
igualar a primeira derivada a zero ou, também, pode ser
solucionada pelo método Lagrange.

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Após os cálculos, descobrimos e ao permutar esse valor na


função de reação da firma B, temos . Logo, o preço será
, já que a produção das empresas é . Assim,
se compararmos com Cournot, em Stackelberg as firmas têm uma
produção maior.

O modelo de Bertrand

Diferente do que já discutimos, em Bertrand a competição se dá


por meio do preço e não mais quantidade. Nesse modelo, também,
podemos notar dois comportamentos, um para produtos
homogêneos e outro para produtos diferenciados.

O matemático que desenvolveu esse modelo, o fez por achar que


Cournot não é concreto. O fez por achar que concorrer por meio da
quantidade produzida não é realmente o que acontece no mercado.
Para Bertrand, entrar na disputa contra o concorrente com a
variável preço em seu poder é mais vantajoso.

Quando tratamos da produção de bens similares, o preço de


equilíbrio não poderá ser menor que o custo marginal de cada uma
das duas empresas. Vasconcellos, Oliveira e Barbieri (2011, p. 227)
explicam que “Se isso ocorresse, as firmas reduziriam sua
produção para aumentar seu lucro, forçando assim uma elevação
no preço”.

Quando o cenário muda e os produtos são diferentes, um preço


menor em determinado bem faz com que os consumidores se
desloquem para o local mais barato, contudo, como há certo grau
de fidelização, devido às estratégias adotadas por essas empresas,
a firma que não baixou seu preço, perderá apenas em parte seus
consumidores. Diante disso, é inegável que há sim certo grau de
substituição entre os produtos.

Sem saber quanto a concorrente irá cobrar por seus produtos,


nesse duopólio é possível que as empresas maximizem o seu lucro
de forma simultânea. Lembre-se que, nessas condições, a variável
de decisão será o preço.

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Por fim, partindo do pressuposto de que os produtos não são


iguais, o nível de baixa dos preços não precisa ser igual. E a melhor
estratégia para a outra firma é também baixar seus valores para
que também possa manter sua fatia de lucro nesse mercado.

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Finalizando a Unidade 

Nesta unidade, conhecemos as principais estruturas de


mercado em que as empresas mundiais estão inseridas,
como a concorrência perfeita, o monopólio, a concorrência
monopolista e o oligopólio. Cada estrutura tem suas
particularidades no comportamento de cada firma e de seus
consumidores.

O extremo desse cenário, a concorrência perfeita e


monopólio, apresenta uma realidade menos visível, contrário
do que ocorrem nas outras modalidades.

Na competição pura, o mercado é atomizado, ou seja,


formado por muitas firmas sem poder para influenciar o
preço, por isso, assume-se este valor como dado e sua curva
de demanda é uma linha horizontal. No que concerne ao
monopólio, aprendemos que há apenas uma firma, onde sua
curva de demanda individual é a mesma do mercado e a
empresa tem certo poder para controlar o preço do bem, já
que ela é única nessa situação. Todavia, por apresentar altos
lucros, há barreira de entrada nesse mercado monopolista, ao
contrário da concorrência perfeita.

Em um contexto de competição monopolista há muitas


empresas, porém em quantidade menor se comparada à
competição pura. Entretanto, não há barreiras para a entrada
e os produtos são diferenciados. Já no mercado oligopolista,
como os lucros são bons, há obstáculos para a chegada de
novas firmas e o número de empresas é baixo.

Independente dos critérios que classifica cada uma dessas


estruturas, todas, sem exceção, objetivam maximizar seus
lucros e encontrar o ponto de equilíbrio, onde não haverá
excessos de oferta ou demanda e insatisfação dos
consumidores e empreendedores. Variáveis como a receita
total, a receita marginal, o custo total e marginal são as
responsáveis em ajudar cada estrutura na tomada de
decisão.

Podemos concluir que com suas singularidades, cada


cenário de forma individual atua de modo a produzir o maior
número de bens ou serviços possíveis, levando em

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consideração o preço de cada mercadoria, a fim de


maximizar seus rendimentos e se sustentar no mercado.

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Dica do Professor 
Após estudarmos as estruturas de mercado, podemos aprofundar
ainda mais o conteúdo. Isso nos ajudará, de forma concreta, a
consolidar o conhecimento.

Você poderá ler:

Leia o ressumo do livro “A estratégia do oceano azul ”, de


W. Chan Kim e Renée Mauborgne.

Kim e Mauborgne, em sua obra, nos ensinam a manter um olhar


diferente sobre nossos concorrentes. O livro traz exemplos de
empresas de sucesso e quais estratégias utilizaram para
conquistar seu espaço no mercado. Há exemplos como, Cirque du
Soleil e empresas dos mais diversos ramos: automóveis, vinho,
computadores, relógios, entre outros. É uma leitura transformadora,
capaz de mudar sua opinião sobre como lidar com a concorrência.

Leia a resenha “Chutando a escada ”, do estudioso Ha-


Joon Chang.

Já Chang, renomado economista sul-coreano, nos presenteia com


seu livro. Ele trata de como as indústrias foram capazes de mudar
a economia de muitos países e quais ações utilizaram para que
essas nações sobrevivessem a crises e alcançarem o patamar de
riqueza que almejaram. O autor traz uma linguagem didática e a
altura do assunto a ser abordado.

Por fim, aproveite as leituras. É importante que você forme grupos


de discussão para desenvolver as ideias e aprender a pensar de
forma diferente. Isso é essencial para o crescimento pessoal,
profissional e aumentar sua autoconfiança. Então, boa leitura!

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Saiba Mais 
Leia o artigo “Defesa da concorrência e regulação de setores de
infraestrutura em transição ” de Mário Possas, Jorge Fagundes e
João Luiz Pondé. Este estudo apresenta as formas de regulação
das estruturas de mercado, em especial no monopólio, por órgãos
específicos, para evitar os abusos sofridos por consumidores. O
objetivo dessa leitura é conhecer quais os setores são regulados e
de que forma ocorre a defesa da concorrência.

Buscando integrar as importantes discussões apresentadas, você


poderá assistir:

“Quais as previsões para o futuro da economia e o mercado


agrícola?”Trata-se de uma palestra de Alexandre Mendonça de
Barros, no Encontro Técnico, um evento da Fundação MT. São
apresentados os índices de crescimento desse mercado e quais os
principais fatores responsáveis por esses resultados. Barros é
coerente em suas afirmações e explora de forma tranquila, seu
ponto de vista científico sobre o tem.

“O Google é um monopólio?”O canal economicamente faz uma


breve explicação sobre os conceitos fundamentais das estruturas
de mercado. Além disso, insere exemplos e discute a possibilidade
da empresa Google ser um monopólio.

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Referências 
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 7. ed. São
Paulo, SP: Pearson, 2010.

STIGLITZ, J. E.; WALSH, C. E. Introdução à Microeconomia. 3.


ed. Rio de Janeiro, RJ: Campus, 2003.

VARIAN, H. R. Microeconomia: princípios básicos. 6. ed. Rio


de Janeiro, RJ: Elsevier, 2003.

VASCONCELLOS, M. A. S.; OLIVEIRA, R. G.; BARBIERI, F.


Manual de microeconomia. 3. ed. São Paulo, SP: Atlas S.A.,
2011.

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