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PROTOCOLO DE

REABILITAÇÃO FUNCIONAL

NA UTI PASSO A PASSO

DANIEL LAGO BORGES | MAYARA BORGES


Vitoria Gothe - fisiovitoriagothe@gmail.com - 856.410.570-53
1ª EDIÇÃO | 2023
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo, seja bem-vinda ao ebook "Protocolo de
Reabilitação Funcional na UTI: passo a passo". Este material foi
elaborado para fornecer uma abordagem direta, validada e
embasada cientificamente, contando com a visão de quase 20
anos de experiência prática, para a definição de condutas
fisioterapêuticas no contexto da reabilitação funcional na UTI.

A reabilitação funcional é uma disciplina essencial no campo da


Fisioterapia, desempenhando papel fundamental na recuperação
e no restabelecimento da funcionalidade de indivíduos afetados
por condições agudas, crônicas ou pós-operatórias. A
importância dessa prática não se limita apenas à restauração
física; ela se estende ao resgate da autonomia e qualidade de
vida dos pacientes.

Ao longo deste ebook, exploraremos princípios fundamentais,


abordagens inovadoras e estratégias personalizadas que visam
otimizar o processo de reabilitação funcional.

Aproveitem a jornada!

Daniel Lago Borges


Mayara Borges

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PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FUNCIONAL NA UTI: PASSO A PASSO
SUMÁRIO
Introdução...................................................................................... 03
Passo 1 - Avaliação do nível de consciência e colaboração... 05
Passo 2 - Avaliação dos critérios de segurança....................... 08
Passo 3 - Avaliação do equilíbrio em sedestação a beira
leito................................................................................................. 10
Passo 4 - Avaliação da força muscular periférica.................... 12
Passo 5 - Avaliação do equilíbrio em ortostatismo................. 14
Passo 6 - Avaliação da capacidade de andar 5 metros........... 16
Resumo do passo a passo da avaliação..................................... 17
Reabilitação funcional na prática............................................... 18
Escalas............................................................................................ 19
Fluxograma 01............................................................................... 21
Fluxograma 02............................................................................... 22
Caso clínico 01.............................................................................. 23
Caso clínico 02.............................................................................. 25
Caso clínico 03.............................................................................. 27
Caso clínico 04.............................................................................. 31
Caso clínico 05.............................................................................. 33
Autores............................................................................................ 37
Quer aprender mais?..................................................................... 38
Referências..................................................................................... 39

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04

INTRODUÇÃO
O avanço dos cuidados em Terapia Intensiva melhorou
significativamente a sobrevivência de pacientes críticos.
Entretanto, essa melhoria muitas vezes está associada a
desafios pós-UTI, como descondicionamento físico e fraqueza
muscular.

A fraqueza adquirida na UTI (FAUTI, do inglês Intensive Care Unit


Acquired Weakness - ICUAW) é comum, podendo atingir até 50%
dos pacientes, e está associada a complicações como falha no
desmame ventilatório e aumento da mortalidade.

O fisioterapeuta atua na reabilitação de pacientes internados na


UTI, desempenhando papel vital na identificação de objetivos
terapêuticos seguros.

As atividades de mobilização, para reaquisição e manutenção


postural, e a prática de exercícios fisioterapêuticos, para
melhorar a força e funcionalidade são cruciais, visto que a falta
de movimento prolongado é pouco fisiológica e potencialmente
prejudicial.

Atualmente há reconhecimento crescente da importância dos


exercícios e mobilização na UTI com respaldado de evidências
científicas e clínicas.

Nas próximas páginas, serão apresentados a você os 6 passos


para aplicação da reabilitação funcional na UTI.

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PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FUNCIONAL NA UTI: PASSO A PASSO
05

PASSO 1
Avaliação do nível de consciência
e colaboração

Para a adequada prescrição das atividades de


reabilitação é necessário que o paciente
apresente nível de consciência adequado e seja
capaz de colaborar com a terapia proposta.

Por isso, o primeiro passo para conduzir a


reabilitação deve ser:

DETERMINAR O QUÃO ACORDADO E


COLABORATIVO O PACIENTE SE ENCONTRA

Para isso, vamos utilizar a escala de RASS


(Richmond Agitation-Sedation Scale) e o escore
de cooperação de 5 perguntas padronizadas (do
inglês, Standardized Five Questions - S5Q).

Com esses instrumentos, iremos descrever três


perfis de pacientes usando o mnemônico SAC:

Perfil S - sedado
Perfil A - agitado
Perfil C - consciente

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Escala de RASS
(Richmond Agitation-Sedation Scale)

Escore Termo Descrição Avaliação

Claramente combativo ou violento:


+4 Combativo
perigo imediato para a equipe

Puxa ou remove tubo(s) ou cateter(es)


+3 Muito agitado ou apresenta comportamento
agressivo com a equipe

Movimentos frequentes sem objetivo Observação do


+2 Agitado
ou assincronia paciente-ventilador paciente

Ansioso ou apreensivo, porém sem


+1 Inquieto
movimentos agressivos ou vigorosos

0 Alerta e calmo

Não totalmente alerta ao comando


Sonolento
verbal, mas mantém despertar
-1
sustentado (mais de 10 segundos),
com contato visual
Ao comando verbal, desperta Comando
Sedação leve verbal
-2 brevemente (menos de 10 segundos),
com contato visual

Sedação Qualquer movimento ao comando


-3
moderada verbal (mas sem contato visual)

Sem resposta ao comando verbal, mas


Sedação
-4 com qualquer movimento ao estímulo
profunda
físico
Estímulo físico
Não responde Sem resposta ao comando verbal ou
-5
a estímulos ao estímulo físico

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Escore de cooperação
(Standardized Five Questions - S5Q)

Abra e feche os olhos

Olhe para mim

Abra a boca e ponha a


língua pra fora

Movimente a cabeça

Levante a sobrancelha
após eu contar até 5

Para cada comando que o paciente


atender, atribua 1 (um) ponto

> 3 PONTOS,
CONSIDERA-SE COOPERATIVO

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PASSO 2
Avaliação dos critérios de
segurança

A segurança das atividades de reabilitação na


UTI é um aspecto crítico que requer cuidados
específicos para garantir a integridade física e a
estabilidade clínica dos indivíduos sob cuidados
intensivos.

É essencial que a equipe de saúde siga


protocolos rigorosos ao movimentar os
pacientes, levando em consideração:

a condição clínica individual;


as necessidades de suporte respiratório e
circulatório;
a presença de dispositivos invasivos, como
sondas, cateteres, tubos e drenos;
o prognóstico clínico e funcional;
as preferências do paciente.

A seguir, serão apresentados os principais


critérios de segurança que devem ser
considerados antes de iniciar qualquer atividade
de reabilitação na UTI, a fim de reduzir o risco
da ocorrência de eventos adversos.

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PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FUNCIONAL NA UTI: PASSO A PASSO
09

Critérios de segurança para iniciar as


atividades de reabilitação na UTI

• FC 40 a 130 bpm

• PAS 90 a 180 mmHg

• PAM 60 a 120 mmHg

• Sem aumento de dose de DVA nas últimas 2 horas

• FR 5 a 40 ipm

• SpO2 > 88%

• FiO2 < 60%

• PEEP < 10 cmH2O

• PIC < 25 mmHg

• Ausência de fraturas instáveis

• Temperatura corporal < 38,5°C

• Ausência de hemorragia ativa


Legenda: FC - frequência cardíaca; PAS - pressão arterial sistólica; PAM - pressão
arterial média; DVA - droga vasoativa; FR - frequência respiratória; SpO2 - saturação
periférica de oxigênio; FiO2 - fração inspirada do oxigênio; PEEP - pressão expiratória
positiva final; PIC - pressão intracraniana

SE MARCADOS TODOS OS ITENS ACIMA, O


PACIENTE ESTÁ ELEGIVEL PARA A REABILITAÇÃO

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PASSO 3
Avaliação do equilíbrio em
sedestação a beira leito

Alcançar o marco postural da sedestação beira


leito é primordial para a progressão das
atividades de reabilitação na UTI.

A partir dessa posição, o paciente se torna apto


a progredir para posturas mais altas, como o
ortostatismo, e desempenhar atividades mais
complexas, como caminhar.

Entretanto, para garantir a segurança na


execução do planto terapêutico é necessário que
o paciente consiga manter a posição de forma
independente ou com supervisão, por
determinado período de tempo.

Existem diversos instrumentos que permitem a


avaliação do equilíbrio no ambiente da UTI.

Neste protocolo, vamos utilizar o item 3 da


Escala de Equilíbrio de Berg.

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PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FUNCIONAL NA UTI: PASSO A PASSO
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Escala de Equilíbrio de Berg - item 3

Permanecer sentado sem apoio nas costas, mas com os


pés apoiados no chão ou banquinho

Instruções: Por favor, fique sentado sem apoiar as costas com os


braços cruzados por 2 minutos

( ) 4 – capaz de permanecer sentado com segurança e


firmeza por 2 minutos
( ) 3 – capaz de permanecer sentado por 2 minutos
sob supervisão
( ) 2 – capaz de permanecer sentado por 30 segundos
( ) 1 – capaz de permanecer sentado por 10 segundos
( ) 0 – incapaz de permanecer sentado sem apoio
durante 10 segundos

PARA PROGRESSÃO DA REABILITAÇÃO, O PACIENTE


PRECISA PONTUAR ENTRE 3 OU 4

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PASSO 4
Avaliação da força muscular
periférica

A força muscular periférica é a base para


progressão funcional e para realização de
diversas atividades do cotidiano. Entretanto,
comumente é deficitária em pacientes críticos
internados na UTI.

Naqueles que mantem algum grau de força e


consciência, os estímulos ativos devem ocorrer o
mais precocemente possível, considerando a
condição clínica e prognóstico funcional.

A ideia é minimizar e até mesmo evitar a


ocorrência das temidas FAUTI e Síndrome Pós-
Terapia Intensiva (SPTI, do inglês, Post-Intensive
Care Syndrome - PICS).

Neste protocolo, vamos utilizar a escala do


Medical Research Council (MRC) para avaliação
do grau de força muscular periférica e
direcionamento do plano terapêutico.

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PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FUNCIONAL NA UTI: PASSO A PASSO
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Escala MRC

Escore Termo
0 Paralisa completa
1 Mínima contração
Ausência de movimentos
2
ativos contra a gravidade
Contração fraca contra a
3
gravidade
Movimento ativo contra
4
gravidade e resistência
5 Força normal

MOVIMENTOS AVALIADOS PARA O ESCORE MRC (0-60):

MEMBRO SUPERIOR - ABDUÇÃO DE OMBRO, FLEXÃO DE

COTOVELO E EXTENSÃO DE PUNHO

MEMBRO INFERIOR - FLEXÃO DE QUADRIL, EXTENSÃO

DE JOELHO E DORSIFLEXÃO DE TORNOZELO

O GRAU DE FORÇA MUSCULAR, CONFORME O MRC,


IRÁ DIRECIONAR O TIPO DE EXERCÍCIO

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PASSO 5
Avaliação do equilíbrio em
ortostatismo

O ortostatismo assistido e/ou ativo é


considerado o último marco postural a ser
alcançado e permite a progressão para outros
marcos de mobilidade, como marcha
estacionária e deambulação.

Pacientes que conseguem ficar em pé com


equilíbrio adequado estão em uma fase mais
avançada do processo de reabilitação funcional.

Nesse contexto, são possíveis tanto a realização


de exercícios aeróbicos e resistidos que
alcancem maior grau de intensidade, quanto
atividades funcionais relacionadas ao dia a dia
de cada paciente.

Para definir de forma objetiva a capacidade do


paciente manter o equilíbrio em ortostatismo,
vamos utilizar novamente a Escala de Equilíbrio
de Berg, especificamente o item 2.

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PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FUNCIONAL NA UTI: PASSO A PASSO
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Escala de Equilíbrio de Berg - item 2

Permanecer em pé sem apoio

Instruções: Por favor, fique em pé por 2 minutos sem se apoiar

( ) 4 – capaz de permanecer em pé com segurança


por 2 minutos
( ) 3 – capaz de permanecer em pé por 2 minutos com
supervisão
( ) 2 – capaz de permanecer em pé por 30 segundos
sem apoio
( ) 1 – necessita de várias tentativas para permanecer
em pé por 30 segundos sem apoio
( ) 0 – incapaz de permanecer em pé por 30 segundos
sem apoio

PARA PROGRESSÃO DA REABILITAÇÃO, O


PACIENTE PRECISA PONTUAR ENTRE 3 E 4

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PASSO 6
Avaliação da capacidade de
andar 5 metros

A deambulação é o último marco de mobilidade


que se costuma alcançar na UTI, apesar de quem
em alguns serviços, ainda são realizadas
atividades posteriores, como subir e descer
degraus/escadas.

Funcionalmente, o ato de andar, isoladamente,


pode não refletir funcionalidade completa.
Muitos pacientes irão necessitar de auxílio de
um ou duas pessoas, ou até mesmo caminhar
com velocidade bastante reduzida.

É sabido que a velocidade da marcha reduzida


está fortemente associada com o risco de quedas
e dependência funcional. Daí a importância, de
definir estratégias para potencializar a
velocidade e a qualidade da marcha do paciente
internado na UTI.

COM O AUXILIO DE UMA TRENA, MENSURE OS


5 METROS NO CORREDOR DA UTI, PARA
FACILITAR SUAS AVALIAÇÕES

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PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FUNCIONAL NA UTI: PASSO A PASSO
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RESUMO DO PASSO A
PASSO DA AVALIAÇÃO

Nível de
consciência e
colaboração

Critérios
de segurança

Equilíbrio
sentado beira
leito

Força
muscular
periférica

Equilíbrio em
ortostatismo

Deambulação

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REABILITAÇÃO FUNCIONAL
NA PRÁTICA
Nas próximas páginas, você terá acesso a mais
ferramentas que podem ser utilizadas tanto para
avaliação quanto para a prescrição de exercícios
fisioterapêuticos na UTI, além de casos clínicos
para facilitar a compreensão na prática.

Você encontrará, também, dois fluxogramas que


vão direcionar e otimizar o processo de
reabilitação funcional na UTI. Use-os sem
moderação!

Sugerimos que imprima os fluxogramas para


facilitar a aplicação na rotina do seu serviço!

Agora é com você!

MÃOS À
OBRA

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ESCALAS
Escala de BORG
Avaliar a intensidade do exercício aeróbico

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ESCALAS
Escala de OMNI-RES
Avaliar a intensidade do exercício resistido

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21

FLUXOGRAMA 01

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FLUXOGRAMA 02

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CASO CLÍNICO 01
Paciente perfil S - sedado
Paciente ABC, 50 anos, internado na UTI em virtude de
descompensação clínica associada à cirrose hepática, sem
indicação para monitorização de PIC, sedado, RASS -3,
normocárdico (FC 80 bpm), hipotenso (PA 70 x 40 mmHg; PAM
50 mmHg), em uso de noradrenalina, em ascensão de dose na
última hora, afebril (Tax 36ºC), sob suporte ventilatório invasivo
via tubo orotraqueal, modo PCV, com PC 10 cmH2O. PEEP 8
cmH2O; FR 15 ipm; Tins 1 s e FiO2 40%, mantendo FRtotal 20-
22 ipm e SpO2 95-96%.

Pergunta 1

Há indicação para otimizar o nível de consciência do paciente


em questão nesse momento?

Pergunta 2

Quais critérios de segurança não são atendidos pelo paciente?

Pergunta 3

Qual a proposta fisioterapêutica adequada para o momento?

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CASO CLÍNICO 01
Paciente perfil S - sedado
Resposta 1

Não. O paciente encontra-se hipotenso, necessitando de


aumento da dose de droga vasoativa. Nesse momento, não há
indicação para suspensão ou redução da sedação.

Resposta 2

O paciente não atende os critérios de segurança relacionados à


PAS, PAM e dose de droga vasopressora.

Resposta 3

Reavaliação no próximo turno.

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PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FUNCIONAL NA UTI: PASSO A PASSO
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CASO CLÍNICO 02
Paciente
Paciente perfil
perfil AA -- agitado
agitado
Paciente DEF, 38 anos, obeso, internado na UTI após overdose
de cocaína, sem indicação para monitorização de PIC, sem
sedação, RASS +3, taquicárdico (FC 121 bpm), normotenso (PA
110 x 65 mmHg; PAM 80 mmHg), sem drogas vasoativas, afebril
(Tax 36,2ºC), em ventilação espontânea, fazendo uso de cateter
nasal de oxigênio, com 1 lpm, mantendo FR 22-25 ipm e SpO2
92-94%.

Pergunta 1

Há indicação para otimizar o nível de consciência do paciente


em questão nesse momento?

Pergunta 2

Quais critérios de segurança não são atendidos pelo paciente?

Pergunta 3

Qual a proposta fisioterapêutica adequada para o momento?

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CASO CLÍNICO 02
Paciente perfil A - agitado
Resposta 1

Sim. De acordo com a escala de RASS, o paciente e encontra-se


muito agitado, devendo receber algum medicamento que seja
capaz de reduzir o nível de agitação.

Resposta 2

O paciente atende a todos os critérios de segurança para


reabilitação.

Resposta 3

Reavaliar o nível de consciência após terapia farmacológica.


Caso alcance RASS -1 a +1 e S5Q > 3, proceder avaliação
funcional.

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CASO CLÍNICO 03
Paciente perfil C - consciente
Paciente GHI, 50 anos, internado na UTI em virtude de
pneumonia adquirida na comunidade, encontra-se, sem sedação,
RASS 0, S5Q 5/5, normocárdico (FC 84 bpm), normotenso (PA
118 x 69 mmHg; PAM 85 mmHg), sem drogas vasoativas, afebril
(Tax 36,5ºC), ventilando espontaneamente em ar ambiente,
mantendo FR 16-18 ipm e SpO2 96-98%.

Pergunta 1

O paciente atende a todos os critérios de segurança para


avaliação funcional?

Pergunta 2

Qual a proposta fisioterapêutica adequada para o momento?

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CASO CLÍNICO 03
Paciente perfil C - consciente
Resposta 1

Sim. O paciente atende a todos os critérios de segurança para


reabilitação.

Resposta 2

Realizar a avaliação funcional.

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PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FUNCIONAL NA UTI: PASSO A PASSO
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CASO CLÍNICO 03
Paciente perfil C - consciente
(continuação)
Na avaliação funcional do paciente GHI, observou-se que o
mesmo era capaz de sentar-se a beira leito sem apoio por mais
de 2 minutos e apresentava grau de força muscular 4 tanto para
MMSS quanto para MMII. Além disso, foi capaz de ficar em pé
por mais de 2 minutos e caminhar por 30 metros sem auxílio,
referindo Borg 0 ao final.

Pergunta 3

Quais as condutas fisioterapêuticas mais adequadas para o


paciente nesse momento?

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CASO CLÍNICO 03
Paciente perfil C - consciente
Resposta 3

O paciente pode realizar:

exercícios resistidos de MMSS e MMII, com 1 a 3 séries de 8


a 15 repetições, sendo a intensidade definida conforme a
OMNI-RES, tendo como alvo inicial valores de 3 a 5;

marcha estacionária, degrau ou cicloergometria de MMSS ou


MMII, com intensidade definida pela escala de BORG (4 a
5)ou com aumento da FC de 20 a 30 bpm acima do basal;

deambulação progressiva, com intensidade definida


conforme escala de BORG (4 a 5) ou aumento da FC de 20 a
30 bpm acima do basal

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PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FUNCIONAL NA UTI: PASSO A PASSO
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CASO CLÍNICO 04
Paciente JKL, 25 anos, no 2° dia de pós-operatório de
neurocirurgia para ressecção de tumor intracraniano, encontra-
se sonolento, RASS -1, porém responsivo aos chamados, escore
de cooperação 3/5, normocárdico (FC 68 bpm), hipertenso (PA
185 X 100 mmHg; PAM 128 mmHg), sem drogas vasoativas,
afebril (Tax 35,5ºC), em ventilação espontânea, padrão
respiratório superficial, bradipneico (FR 8-10 ipm), com suporte
de O2 por máscara de Venturi (FiO2 35%), mantendo SpO2 (92-
94%).

Pergunta 1

Qual o perfil funcional do paciente?

Pergunta 2

O paciente atende a todos os critérios de segurança para


avaliação funcional?

Pergunta 3

Qual a proposta fisioterapêutica adequada para o momento?

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CASO CLÍNICO 04
Resposta 1

O paciente apresenta Perfil C - consciente.

Resposta 2

Não. O paciente encontra-se hipertenso, com níveis elevados


tanto da PAS quanto da PAM.

Resposta 3

Reavaliar o paciente posteriormente. Caso alcance níveis


pressóricos adequados, proceder avaliação funcional.

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PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FUNCIONAL NA UTI: PASSO A PASSO
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CASO CLÍNICO 05
Paciente MNO, 68 anos, internada na UTI no 1° dia de pós-
operatório de osteossíntese de fêmur direito, por fratura após
queda da própria altura, encontra-se desperta (RASS 0),
colaborativa (S5Q 5/5), normocárdica (FC 78 bpm), normotensa
(PA 109 X 78 mmHg; PAM 88 mmHg), afebril (Tax 36,5ºC), em
ventilação espontânea, eupneica (FR 14-16 ipm) em ar
ambiente, mantendo SpO2 (96-97%).

Pergunta 1

Qual o perfil funcional do paciente?

Pergunta 2

O paciente atende a todos os critérios de segurança para


avaliação funcional?

Pergunta 3

Qual a proposta fisioterapêutica adequada para o momento?

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CASO CLÍNICO 05
Resposta 1

Perfil C, consciente.

Resposta 2

Sim. A paciente atende a todos os critérios de segurança para


reabilitação.

Resposta 3

Realizar a avaliação funcional.

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PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FUNCIONAL NA UTI: PASSO A PASSO
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CASO CLÍNICO 05
Na avaliação funcional da paciente MNO, observou-se que a
mesma não era capaz de sentar-se a beira leito e apresentava
grau de força muscular 5 tanto para MMSS e MIE, com limitação
álgica para avaliação do MID.

Pergunta 4

Quais as condutas fisioterapêuticas mais adequadas para o


paciente nesse momento?

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CASO CLÍNICO 05
Resposta 4

A paciente pode realizar:

exercícios ativos/resistidos de MMSS e MIE, com 1 a 3 séries


de 8 a 15 repetições, sendo a intensidade definida conforme
a OMNI-RES, tendo como alvo inicial valores de 3 a 5

exercícios de tronco em sedestação no leito, com 1 a 3


séries de 8 a 15 repetições

mobilização passiva de MID para ganho de ADM, com 1 a 3


séries de 8 a 15 repetições

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PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FUNCIONAL NA UTI: PASSO A PASSO
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AUTORES

DANIEL LAGO BORGES


Fisioterapeuta Intensivista (HUUFMA), desde 2005
Doutor em Ciências (UERJ)
Mestre em Ciências da Saúde (UFMA)
Especialista Profissional em Fisioterapia Respiratória e
Fisioterapia em Terapia Intensiva (COFFITO/ASSOBRAFIR)

MAYARA BORGES
Fisioterapeuta Intensivista (HUUFMA), desde 2014
Doutora em Ciências da Saúde (UFMA)
Mestre em Saúde do Adulto (UFMA)
Especialista Profissional em Fisioterapia em Terapia
Intensiva (COFFITO/ASSOBRAFIR)

Vitoria Gothe - fisiovitoriagothe@gmail.com - 856.410.570-53


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MOBILIZAÇÃO E REABILITAÇÃO NA UTI

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PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FUNCIONAL NA UTI: PASSO A PASSO
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REFERÊNCIAS
Conceição TMA et al. Critérios de segurança para iniciar a
mobilização precoce em unidades de terapia intensiva. Revisão
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artigos usados na elaboração deste ebook

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DANIEL LAGO BORGES | MAYARA BORGES
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PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO FUNCIONAL NA UTI: PASSO A PASSO

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