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Disciplina de Práticas Profissionais em Farmácia

Curso de Farmácia
Professor: Dr. Felipe L. Barbosa

PRÁTICA 02 – MEDIDAS DE VOLUMES


INTRODUÇÃO
A medida correta de volumes é fundamental para o sucesso do trabalho
no laboratório de química. Para a medida de volumes, há dois tipos de
instrumentos: Graduados e Aferidos. Os aferidos medem um único volume e
são em geral, mais precisos, como por exemplo a pipeta volumétrica. Os
graduados, porém, permitem medir vários volumes, como provetas e buretas.
De um modo geral, para medidas aproximadas de volumes de líquidos,
usam-se provetas, enquanto, para medidas precisas, usam-se pipetas, buretas
e balões volumétricos, que constituem o chamado material volumétrico.
Aparelhos volumétricos são calibrados pelo fabricante e a temperatura
padrão de calibração é 20ºC. A medida de volume do líquido é feita,
comparando-se o nível do mesmo, com os traços marcados na parede do
recipiente. A leitura do nível para líquidos transparentes deve ser feita na parte
inferior do menisco, estando à linha de visão do operador, perpendicular à escala
graduada, para evitar erro de paralaxe. Essa condição do menisco deve ser
observada para os demais itens de medição volumétrica. Exceção deve ser feita
em relação a soluções com cores fortes, quando o menisco deve ser aferido na
sua parte superior.
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Alguns critérios devem ser considerados na medição de volumes:
1. O líquido (ou solução) a ser medido deve estar sempre à temperatura ambiente,
pois variações de temperatura provocam dilatações e contrações.
2. A escolha do material para se medir um líquido ou solução depende da exatidão
que se necessita e do líquido ou solução a ser medido. Assim, por exemplo, se
necessitamos de aproximadamente 20 mL, é mais correto usarmos um béquer
do que uma proveta.
3. A medida do volume é feita comparando-se o nível do mesmo com os traços
marcados na parede do recipiente. A leitura do nível para líquidos (ou soluções)
transparentes, ao contrário dos líquidos escuros, deve ser feita na parte inferior
do menisco.
4. No momento da leitura de volume, a linha de visão do operador deverá estar
perpendicular à escala graduada, para evitar o chamado “erro de paralaxe”.
5. Dependendo da graduação do material, às vezes torna-se necessário fazer uma
estimativa do volume a ser medido. Para tal, estimar o volume entre os traços da
menor divisão, dividindo-o, mentalmente, em cinco intervalos equivalentes (2 –
4 – 6 – 8) ou, em caso de graduação muito pequena, em dois intervalos (0 –5).
Determinar, em seguida, a posição do menisco em relação à graduação.

Técnica do uso de Pipetas Manuais (Graduadas e Volumétricas)


1. Mergulha-se a pipeta, limpa e seca, no líquido (ou solução) a ser medido.
2. Aplica-se sucção, com a pêra de borracha ou outro aparelho para sucção, na
parte superior da pipeta, aspirando líquido (ou solução) até um pouco acima da
marca. Nesta operação, a ponta da pipeta deve ser mantida sempre
mergulhada no líquido (ou solução), caso contrário será aspirado ar.
3. Vá soltando o líquido, utilizando o mecanismo da pera de borracha, deixado
escoar o líquido (ou solução) excedente, até que a parte inferior (ou superior,
dependendo do líquido ou solução utilizada) do menisco coincida com a
graduação desejada.
4. Remove-se a gota aderente à pipeta, tocando a ponta desta na parede do frasco
utilizado para receber o líquido (ou solução) excedente.
5. A seguir, encosta-se a ponta da pipeta na parede interna do recipiente destinado
a receber o líquido (ou solução) e deixa-se escoar. Esperam-se mais 15
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segundos e afasta-se a pipeta, sem tentar remover o líquido (ou solução)
remanescente na ponta.

Importante: No caso de a pipeta apresentar dois traços em sua porção superior,


após o escoamento do líquido (ou solução), deve-se retirar a quantidade que
ficou na pipeta, pois o material remanescente na ponta faz parte da leitura
realizada.

Pipetas automáticas

As pipetas automáticas foram inventadas na década de 1940 por George


Riggs. O invento pretendia ser uma alternativa às pipetas graduadas de vidro,
utilizadas pelos inspetores de leite para recolher amostras visando avaliar a
presença de bactérias. A pipeta automática facilitaria o trabalho e preveniria a
contaminação dos inspetores, pois dispensava a sucção do líquido com a boca.
Atualmente as pipetas automáticas são amplamente utilizadas,
principalmente em laboratórios de Biologia Molecular, Microbiologia e
Bioquímica. Elas são capazes de transferir pequenos volumes (entre 0,25 µL –
5000 µL) com alta reprodutibilidade e exatidão. Cada pipeta apresenta uma faixa
de volume ajustável, e é conhecida pelo volume máximo que pode dispensar.
Por exemplo, a P1000 é capaz de dispensar volumes de 200 µL a 1000 µL (1
mL).
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Princípio da técnica

A pipeta automática é um aparato composto de uma parte fixa, contendo


todos os dispositivos para seu funcionamento, à qual se adapta uma ponteira
removível (tip), normalmente de plástico. A parte fixa apresenta um pistão de aço
inoxidável capaz de mover-se dentro de um cilindro. O movimento apropriado
cria vácuo, fazendo com que o líquido em contato com a ponteira seja aspirado
para dentro do cilindro, ocupando o volume antes ocupado pelo ar. A alta
exatidão indica que as pipetas automáticas dispensam volumes bastante
aproximados do volume indicado no equipamento.

Técnica do uso de Pipetas Automáticas

1) Para a obtenção de resultados corretos é necessário selecionar a pipeta certa.


O volume a ser transferido deve estar dentro da faixa de volume recomendada
para a pipeta. O uso de pipetas automáticas fora de suas respectivas faixas de
precisão resulta em erros nos volumes medidos e na perda de regulagem da
pipeta.
2) Selecionada a pipeta adequada, é necessário ajustar o volume de interesse.
Para isso, pegue a pipeta com uma das mãos e gire o botão de ajuste com a
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outra mão até chegar ao volume desejado. Para o ajuste fino do volume é
necessário girar o botão 1/3 acima do volume desejado e voltar lentamente para
a configuração exata. Isso aumenta a precisão da medida. O visor digital
indicador de volume geralmente tem três dígitos e é lido na direção do botão de
pipetagem para a base (onde se encaixa a ponteira).
3) Depois de ajustado o volume, coloque a ponteira na pipeta de forma que fique
bem presa. OBS: dependendo do volume da pipeta, pode ter tamanhos
diferentes das ponteiras.
4) Aperte o botão de pipetagem até sentir o primeiro ponto de resistência (1
Estágio).

5) Leve a pipeta com o botão apertado até o recipiente contendo o líquido a ser
transferido. Com a pipeta na posição vertical, faça a ponteira imergir de 1 a 6
mm abaixo da superfície do líquido.
6) Para fazer o líquido subir na ponteira, volte lentamente o botão para a posição
inicial (repouso). Espere alguns segundo até que o líquido ocupe todo o volume.
7) Levante a pipeta até que a ponteira saia do líquido. Se ficarem algumas gotas
do lado de fora da ponteira, passe cuidadosamente um papel no entorno sem
encostar na abertura da ponteira.
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8) Para dispensar o líquido, aperte novamente o botão até sentir a primeira
resistência (1 Estágio). Espere alguns segundo e depois aperte até sentir a
segunda resistência (2 Estágio). Isso permite dispensar o restante do líquido.
9) Para retirar a pipeta do recipiente, mantenha o botão apertado no segundo
ajuste e retire a pipeta do recipiente. Volte o botão para a posição inicial
lentamente.
10) Para descartar a ponteira, aperte o botão ao lado do botão de pipetagem.

OBS: A manipulação de líquidos viscosos utilizando pipetas automáticas pode


ser difícil, uma vez que a viscosidade limita a velocidade com que o liquido é
aspirado. Para estas aplicações, são recomendadas pipetas específicas para
líquidos viscosos.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Leitura de volumes – Utilizar água da torneira.

A) Medir em provetas adequadas os volumes abaixo. Treine a leitura do


menisco.

Quantidade a ser medido (ml)


34ml
8ml
73ml

B) Escolher pipetas graduadas adequadas e deixar escoar os volumes


abaixo para um béquer de 50 ou 100ml:
Quantidade a ser escoado (ml)
8ml
4,6ml
1,8ml
0,8ml

C) Escolher pipetas automáticas adequadas e deixar escoar os volumes


abaixo para um béquer de 50 ou 100ml:
Quantidade a ser escoado (ml)
0,1ml
0,05ml
0,01ml
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D) Pegar uma Proveta de 50 ml preencher com água e despejar o líquido
em um Béquer de 100/250 ml. Encher a proveta novamente, e
despejar em um Cálice de 125 ml. E por último, encher novamente e
proveta e despejar em um Balão volumétrico de 100 ml.

Perceber qual foi a diferença observada da medição do mesmo volume


nessas 3 vidrarias. Qual é a mais exata? Qual é a mais difícil de ver os 50ml?

E) Pegar uma Proveta de 10 ml preenche-la com água e despejar o


líquido em um balão volumétrico de 50 ml. Repetir a operação mais 4
vezes. Totalizando 50 ml no total. Olhar se o volume foi completado
corretamente. Deixe esse balão de lado.
Pegar uma proveta de 50 ml encher com água e despejar em outro
balão volumétrico de 50ml. Olhar se o volume foi completado
corretamente. Comparar os dois balões volumétricos. Em qual das
duas operações o volume foi mais preciso? Justifique.

F) Pegar uma proveta de 50 ml e enche-la com água e despejar o


conteúdo em um cálice de vidro, observar se o volume aferido no
cálice. eixe Depois pegar outro cálice de vidro, encher 50 ml de água
e despejar em uma proveta de 50ml. Em qual dessas duas operações
a medida foi mais precisa? Justifique.

BOA PRÁTICA!!!!!

“Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas


apenas existe.” (Oscar Wilde)

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