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Email: carolchaves10@gmail.com
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EMENTA
Processo Principal. Processo Cautelar. Poder Geral da Cautela. Medidas Cautelares
Nominadas e Inominadas. Procedimento da Ação Cautelar. Extinção da Medida Cautelar.
Reparação do Dano. Feitos de Procedimento Especial. Consignação em Pagamento. Ação
de Depósito de Contas. Ações Possessórias. Divisão e Demarcação de Terras. Ação de
Usucapião. Inventário e Partilha. Ação Monitória. Alienações Judiciais. Separação
Consensual. Curatela dos Interditos e Tutela dos Órfãos. Do processo nos Juizados
Especiais Cíveis. Procedimentos Especiais de Jurisdição voluntária.
OBJETIVO GERAL
Estudar a tutela provisória, como instrumento de efetividade processual, bem como
analisar as principais ações de procedimentos especiais, inclusive o procedimento dos
juizados especiais.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Conceituar a tutela provisória e identificar suas características principais, bem como os
requisitos para a sua concessão.
- Comparar as tutelas de urgência e de evidência.
- Analisar os principais procedimentos especiais de jurisdição contenciosa e as linhas
gerais da jurisdição voluntária.
- Estudar os processos de conhecimento e de execução perante os juizados especiais
cíveis.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
VI – Bibliografia de Consulta
MATERIAL DE APOIO
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil Comentado. Salvador:
Juspodium, 2016.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Novo Código de Processo Civil anotado. Porto
Alegre: OAB RS, 2015.
METODOLOGIA
AVALIAÇÃO
N1:
- A 1ª N1 será aplicada em 05/09/17.
- A 2ª N1 será aplicada em 03/10/17.
- A N1 vale 10 pontos e tem peso 4.
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N2:
- A 1ª N2 será aplicada em 10/11/17.
- A 2ª N2 será aplicada em 12/12/17.
- A N2 vale 10 pontos e tem peso 6.
- 1 ponto da 2ª N2 refere-se à atividade de estudos interdisciplinares; 1 ponto da média
de N2 refere-se à nota da avaliação interdisciplinar. Consequentemente, a prova da 1ª
N2 valerá 9,0 e a da 2ª N2 valerá 8,0.
Prova substitutiva:
- A professora não aplica 2ª chamada de trabalho ou prova.
- Nos casos de deferimento de avaliação substitutiva, via processo administrativo, será
aplicada uma única avaliação para a N1, no dia 06/10/17, e outra para a N2, no dia
15/12/17. A prova abordará todo o conteúdo dado até o dia de sua realização.
Frequência:
- O aluno é reprovado se não obtiver 75% de presença na disciplina.
- Como já explicitado no tópico próprio, deverão ser desenvolvidas 8 horas-aula a título
de AED. O aluno que não fizer as atividades terá acrescidas 8 faltas.
Estudos interdisciplinares:
- O tema dos estudos interdisciplinares em 2017-2 é “Direitos humanos e garantias
fundamentais”.
- Os estudos interdisciplinares são planejados e organizados pela Coordenação do Curso
de Direito. As datas e horários dos eventos serão divulgadas na página Direito em Cartaz
(Facebook), bem como o modo de inscrição.
- O aluno deve participar de um dos debates e apresentar cópia do respectivo certificado,
sendo a atividade valorada em 1 ponto na 2ª N2.
- Na impressão do certificado, deve-se ter o cuidado para que apareça o código de
validação.
- O prazo máximo para apresentação do certificado é 08 de dezembro 2017. O aluno que
deixa para fazer a atividade em cima da hora corre o risco de não conseguir emitir o
certificado a tempo; a professora não assumirá o ônus da escolha do aluno.
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BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
DIDIER JÚNIOR, Fredie et al. Curso de direito processual civil. Salvador: Juspodivm,
2017. vol. 2 (apenas tutela provisória).
MARINONI, Luiz Guilherme et al. Novo Curso de Processo Civil. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2017. vol. 2 (apenas tutela provisória) e vol. 3 (apenas procedimentos
especiais).
VII. OBSERVAÇÕES
5) Os únicos critérios de aprovação são presença e nota. O aluno que é bolsista, que
depende de ajuda familiar para pagar o curso, que trabalha o dia todo, etc., deve ter
plena consciência de sua situação do início ao fim do semestre.
7) A chamada será feita no início da aula. A professora não atribuirá presença ao aluno
que não responder a chamada no momento correto.
8) A professora não atribui falta ao aluno que responde à chamada. Assim, alegações do
tipo “mas eu não tive essas faltas” são inúteis, porque não haverá alteração do que foi
registrado.
10) O estudo do direito processo civil exige a compreensão de uma sequência: cada aula
que o aluno falta ou chega atrasado interfere negativamente em sua aprendizagem.
12) Os livros constantes da bibliografia são uma indicação, mas o bom livro é aquele que
o aluno gosta de ler. Entretanto, resumos, sinopses e apostilas são obras destinadas a
recordação, não constituindo em fonte de estudo para o aluno de graduação.
16) Não há como aprender Direito sem ler! O aluno deve estudar o conteúdo da
disciplina através de livro doutrinário.
QUESTIONÁRIO DA AED
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4) Qual a diferença entre a ação de exigir contas e a ação de prestação de contas, prevista
no CPC/1973?
5) A ação de exigir contas possui 2 fases. Qual a finalidade de cada uma delas?
9) João é filho de Pedro, que faleceu. Após alguns meses do falecimento de Pedro, João
descobre que seus irmãos por parte de pai requereram o inventário judicial, mas que o
inventariante não informou sobre sua existência. Nesse caso, como João deverá proceder?
Explique.
11) João faleceu e deixou apenas R$ 1.000,00 depositado em conta poupança e R$ 400,00
de saldo de FGTS. Qual o procedimento judicial mais eficiente para os herdeiros de João
receberem essas quantias? Explique.
12) Quando é cabível a oposição? No CPC de 1973, qual era a natureza jurídica da
oposição?
13) Quais as principais inovações que o CPC trouxe para as denominadas ações de família?
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ROTEIRO DE AULA1
1.2) Histórico
1973:
- em alguns procedimentos especiais (ex.: ações possessórias, ação de depósito, embargos
de terceiro), o CPC previa tutela provisória antecipada (usualmente, com o nome de liminar),
- também em leis especiais havia a previsão de tutela provisória antecipada (ex.: Lei de
Alimentos, Lei de Mandado de Segurança),
- verifica-se que a tutela satisfativa provisória era excepcional, pois era prevista em alguns
procedimentos especiais,
- por outro lado, a tutela cautelar podia ser concedida em qualquer caso, havendo previsões
para cautelares típicas e atípicas.
“Cautelares satisfativas”:
- como inexistia uma tutela satisfativa provisória genérica, na prática, os advogados se
utilizavam das cautelares para requerer tutela satisfativa,
- ex.: a “famosa” cautelar de sustação de protesto é, na verdade, uma tutela provisória
satisfativa, pois se requer a não efetivação do protesto.
1994:
- o art. 273 do CPC passou a tratar da antecipação de tutela, inserindo no ordenamento
jurídico brasileiro a tutela provisória satisfativa genérica.
2002:
- inseriu-se o § 7º ao art. 273 do CPC, que previu a fungibilidade entre a antecipação de
tutela e a tutela cautelar, considerando que ambas são provisórias.
2015:
- o CPC/2015 unificou as tutelas provisórias,
- tem-se como gênero a tutela provisória e como espécies, a de urgência e a de evidência,
- atenção: o CPC/2015 usa o termo “tutela antecipada” para significar “tutela satisfativa”.
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Atenção: essa não é uma apostila para estudo. O estudo do Direito Processual Civil deve ser
feito por meio de livros. Esse roteiro serve apenas para que o aluno acompanhe as aulas.
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1.3) Finalidade
Segundo Didier, a tutela provisória tem 2 finalidades: abranda os males do tempo e garante
a efetividade da jurisdição. Ou, conforme Marinoni, ela redistribui o ônus do tempo do
processo.
1.4) Características
a) Cognição sumária: o julgador faz uma “análise superficial do objeto litigioso” (DIDIER,
2016).
b) Legitimidade
Todo aquele que tem direito à tutela definitiva pode requerer a tutela provisória: autor, réu,
terceiro interveniente, etc.
Obs.: a Lei 5478/68, que trata da ação de alimentos, prevê em seu artigo 4º que, “ao
despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo
devedor”.
c) Cabimento
d) Momento de concessão
O art. 298 NCPC estabelece que a decisão relativa à tutela provisória precisa ser
fundamentada, em clara reafirmação do texto constitucional.
e) Recurso
O recurso cabível da decisão referente à tutela provisória depende da forma pela qual ela é
concedida:
- por juiz de 1º grau, em decisão interlocutória: cabe agravo de instrumento (art. 1015, I,
NCPC),
- por juiz de 1º grau, na sentença: cabe apelação (art. 1013, § 5º, NCPC),
- por tribunal, em decisão monocrática: cabe agravo interno (art. 1021, NCPC),
- por tribunal, em acórdão: pode caber recurso especial (pela sum. 735 STF, não cabe
recurso extraordinário).
f) Efetivação
O art. 297 do NCPC estabelece o “poder geral de efetivação da tutela provisória”: o juiz
pode se valer de qualquer meio executivo, típico ou atípico, para efetivar a decisão.
O art. 301 NCPC prevê que a tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada
mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de
bem ou qualquer outra medida idônea para asseguração do direito. Essas medidas
exemplificadas no dispositivo legal eram cautelares típicas no CPC/1973.
Arresto: tem por fim apreender judicialmente bens do devedor (indeterminados e que
possam ser objeto de penhora), a fim de garantir execução de obrigação de pagar
quantia.
Sequestro: preserva a integridade de um bem objeto de disputa judicial, mediante a
apreensão de coisa certa e determinada. Vincula-se à execução para entrega de
coisa.
Arrolamento de bens: visa conservar uma universalidade de bens que se encontre
em perigo de extravio ou dissipação, através de sua descrição e depósito, para
garantir futura partilha.
Registro de protesto contra alienação de bens: evita a transferência indevida de um
bem sujeito a registro. O objetivo é dar publicidade aos terceiros de boa-fé e evitar a
transferência de bem.
Como já visto, a efetivação da tutela provisória pode causar danos à parte contrária.
Tratando-se de tutela de urgência, o art. 302 do NCPC prevê expressamente que o seu
beneficiário responde pelos prejuízos que a efetivação causar à parte adversa.
Além disso, o art. 300, § 1º, NCPC prevê que o juiz pode exigir caução para conceder a
tutela de urgência satisfativa (antecipada).
Probabilidade do direito:
- plausibilidade do direito a ser satisfeito ou acautelado,
- análise quanto à probabilidade dos fatos narrados terem ocorrido (verossimilhança fática) e
quanto às chances de êxito do demandante (plausibilidade jurídica).
Perigo da demora:
- perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo,
- o perigo deve ser concreto (certo), atual (que está ocorrendo ou na iminência de ocorrer) e
grave (intensidade média ou grave),
- o dano deve ser irreparável (cujas consequências são irreversíveis) ou de difícil reparação
(aquele que provavelmente não será ressarcido).
Se o réu é intimado da decisão, mas não interpõe recurso, a decisão concessiva da tutela
antecipada se torna estável e o processo é extinto.
Estabilidade da decisão:
- apesar de extinto o processo, a decisão continua surtindo efeito,
- a estabilidade da decisão difere da coisa julgada:
Para Didier (2015), se o réu não recorre da decisão, mas oferece contestação, também não
há estabilização. Onde o art. 304 diz “se da decisão (...) não for interposto recurso”, lê-se “se
não houver oposição do réu”.
e) Regras gerais:
- com a apresentação do pedido principal pelo autor, as partes serão intimadas para a
audiência de conciliação ou de mediação – art. 308, § 3º, NCPC,
- não havendo autocomposição, o réu terá 15 dias para contestar o pedido principal – art.
308, § 4º, NCPC,
- se o pedido principal for julgado improcedente ou extinguir o processo sem resolução do
mérito, também cessará a eficácia da tutela cautelar antecedente – art. 309, III, NCPC,
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- em todos os casos em que houver cessação da eficácia da tutela cautelar, a parte não
poderá renovar o pedido, salvo sob novo fundamento – art. 309, p. único, NCPC.
A tutela de evidência somente pode ser concedida sem a oitiva do réu nas hipóteses dos
incisos II e III do art. 311 NCPC.
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2) JUIZADOS ESPECIAIS
Normas aplicáveis:
- art. 98, I, e § 1º, CF
- Lei 9099/95 (juizados especiais cíveis e criminais – JEC),
- Lei 10.259/01 (juizados especiais federais – JEF),
- Lei 12.153/09 (juizados especiais das fazendas públicas – JEFP).
O autor, se quiser, opta pelo procedimento dos juizados (art. 3º, § 3º, Lei 9099/95 e
enunciado 1 FONAJE).
Se o autor propuser nos JECs causa cujo valor seja superior a 40 salários mínimos, haverá
renúncia tácita ao crédito excedente, exceto para fins de conciliação (art. 3º, § 3º).
Legitimidade ativa:
- pessoa natural capaz,
- microempreendedor individual,
- microempresa,
- empresa de pequeno porte,
- pessoa jurídica qualificada como OSCIP,
- sociedade de crédito ao microempreendedor.
O condomínio residencial pode ser autor nos juizados, para cobrar taxa condominial
(enunciado 9 FONAJE).
O espólio pode ser parte nos juizados, se não envolver interesse de incapazes (enunciados
148 FONAJE e 82 FONAJEF).
Nas causas de até vinte salários mínimos, as partes têm capacidade postulatória, não
precisando de advogado.
Segundo o enunciado 36 do FONAJE, mesmo nas causas cujo valor exceda 20
salários mínimos, a assistência por advogado tem lugar a partir da fase instrutória,
não se aplicando para a formulação do pedido e a sessão de conciliação.
Na fase recursal, a assistência por advogado é obrigatória, qualquer que seja o valor
da causa.
Uma parte com advogado e a outra sem: a outra parte tem direito à assistência.
h) Procedimento
Petição inicial:
- arts. 14 e 15,
- deve constar o nome e a qualificação das partes, os fatos e fundamentos jurídicos e o
pedido e seu valor,
- não é requisito da petição inicial dos juizados a indicação das testemunhas,
- é admissível o pedido genérico nos juizados (art. 14, § 2º), mas a sentença não pode ser
ilíquida (art. 38, p. único).
Não havendo acordo, as partes podem optar pelo procedimento arbitral. Se não optarem,
passa-se para a audiência de instrução e julgamento.
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Contestação:
- apresentada até a audiência de instrução e julgamento, salvo se o próprio juizado indicar
outro momento (enunciado 10 FONAJE),
- pode ser oral ou escrita,
- cabe pedido contraposto fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da
controvérsia.
Provas:
- poderes do juiz em relação às provas: art. 5o, Lei 9099/95,
- oitiva de até três testemunhas para cada parte. Caso a parte queira que a testemunha seja
previamente intimada, deverá solicitar em no mínimo cinco dias antes da audiência,
- perícia: o juiz inquire técnicos de sua confiança e as partes podem apresentar parecer
técnico,
- o juiz pode realizar inspeção ou determinar que o faça pessoa de sua confiança.
Sentença:
- sem relatório (art. 38),
- isenção de sucumbência em 1º grau (arts. 54 e 55).
- não pode ser ilíquida (art. 38, p. único),
- possibilidade de julgamento por equidade (art. 6º),
a) Obrigatoriedade do procedimento
d) Competência territorial
Onde não houver vara federal, a causa poderá ser proposta no juizado especial federal mais
próximo.
Legitimidade ativa:
- pessoa física, inclusive incapaz – enunciado 10 FONAJEF,
- microempresa e empresa de pequeno porte – enunciado 11 FONAJEF,
- espólio – enunciado 82 FONAJEF.
Legitimidade passiva:
- União,
- autarquias federais,
- fundações públicas federais,
- empresas públicas federais.
Em caso de litisconsórcio necessário, podem figurar no polo passivo pessoas físicas,
pessoas jurídicas de direito privado e pessoas jurídicas de direito público municipal e
estadual (enunciado 21 FONAJEF).
Não há prazo diferenciado para a Fazenda Pública (art. 9º Lei 10.259/2001) nem para a
Defensoria Pública (enunciado 53 FONAJEF).
Nos Juizados Especiais Federais, o procurador federal não tem a prerrogativa
de intimação pessoal (enunciado 7 FONAJEF).
Tem que haver um prazo mínimo de 30 dias entre a citação e a audiência de conciliação
(art. 9º).
Exame técnico: o juiz nomeia uma pessoa habilitada, que apresenta o laudo até cinco dias
antes da audiência (de conciliação ou de instrução).
Legitimidade passiva:
- Estados,
- Distrito Federal,
- territórios,
- municípios,
- autarquias estaduais ou municipais,
- fundações públicas estaduais ou municipais,
- empresas públicas estaduais ou municipais.
3) PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
A lei não só obriga o devedor ao pagamento, como também lhe assegura o direito de pagar.
Por meio da consignação, ele faz o depósito da quantia ou coisa devida.
Conduta do réu:
- citado, o réu pode:
permanecer inerte, o que acarreta a revelia e o julgamento antecipado do mérito,
levantar o depósito, o que acarreta a extinção do processo com resolução do mérito,
oferecer resposta, no prazo de 15 dias, caso não aceite o depósito,
- matérias alegáveis na contestação: art. 544 do CPC (não é rol taxativo).
Espécies:
- ação de reintegração de posse: cabível quando há o esbulho da posse (perda violenta,
clandestina ou precária da posse);
- ação de manutenção de posse: cabível quando há turbação na posse (efetivo embaraço ao
exercício da posse);
- interdito proibitório: cabível, preventivamente, quando há ameaça ao exercício da posse,
ou seja, ameaça iminente de turbação ou esbulho.
Obs:. O interdito proibitório é sempre ação de força nova, porque a ameaça é constante e
deve ser sempre atual.
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Competência:
- do foro do domicílio do réu, para bens móveis e semoventes (art. 46 CPC);
- do foro da situação da coisa, quando se tratar de bem imóvel – competência absoluta (art.
47, §2º, CPC).
Petição inicial:
- além de a petição observar os requisitos do art. 319 CPC, o autor deve provar os fatos
mencionados no art. 561 CPC,
- o autor pode cumular ao pedido possessório aqueles previstos no art. 555 CPC (perdas e
danos, cominação de pena e desfazimento de obras). Se quiser cumular outros, terá que
seguir o rito comum.
Tutela provisória:
- arts. 562 e 563 CPC,
- concessão liminar ou após audiência de justificação prévia,
- sendo designada audiência, o réu será citado, mas não pode produzir provas, apenas
contraditar e reperguntar as testemunhas do autor,
- provado o esbulho ou a turbação, a liminar é deferida, expedindo-se mandado de
reintegração ou de manutenção de posse,
- no caso do interdito proibitório, determina-se ao réu uma obrigação de não fazer (abster-se
de molestar a posse do autor), sob pena de incorrer em multa pecuniária – art. 567 CPC.
Resposta do réu:
- arts. 556 e 564 CPC,
- o réu é citado contestar, no prazo de 15 dias,
- sendo realizada audiência de justificação prévia, o prazo é contado da intimação da
decisão que deferir ou não a liminar.
Caução:
- art. 559 NCPC,
- exigível se o réu comprovar que o autor carece de idoneidade financeira para responder
eventuais perdas e danos caso venha a sucumbir na ação,
- é dispensada se a parte for economicamente hipossuficiente.
Após o prazo da resposta, as ações possessórias seguem o procedimento comum (art. 566
NCPC).
Citação:
- pessoal, dos ocupantes encontrados no local (são procurados apenas 1 vez),
- por edital, dos demais.
Publicidade quanto à existência da ação e dos respectivos prazos processuais: jornal, rádio,
cartaz, etc.
Audiência de medição:
- litígio fundado em posse velha: antes de apreciar a tutela provisória, o juiz deve designar
audiência de mediação,
- também há audiência de mediação se a liminar não for executada no prazo de 1 ano,
contado da distribuição,
- intimação do MP e da Defensoria Pública, se envolver hipossuficientes econômicos, para a
audiência,
- possibilidade de comparecimento do juiz à área objeto do litígio,
- intimação dos órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana para a
audiência,
- essas regras também se aplicam aos litígios coletivos sobre propriedade imóvel.
a) Inventário extrajudicial:
- art. 610, §§ 1º e 2º, CPC e Resolução CNJ 35/2007,
- não é necessário seguir as regras de competência do CPC,
- é uma opção, cabível quando: não há testamento, todos os sucessores são capazes e
estão de acordo quanto à partilha,
- é feito por escritura pública, lavrada em cartório de notas,
- a assistência por advogado é indispensável.
b) Inventário judicial
Conforme arts. 610 a 615 CPC, o inventário deve ser instaurado dentro de 2 meses,
contados da abertura da sucessão, a pedido do administrador provisório (aquele que está na
posse e na administração do espólio) ou de quaisquer das pessoas mencionadas no art. 616
CPC.
Quando o inventário não é aberto no prazo, a punição é uma multa sobre o valor do
ITCD. Em Goiás, a multa é de 10% do imposto devido, quando a declaração é feita
após 60 dias do falecimento, ou de 20%, quando o atraso é superior a 120 dias.
O CPC 2015 não mais prevê a possibilidade de abertura de inventário de ofício.
Citação de todos os interessados, que podem impugnar as primeiras declarações – arts. 626
e 627 CPC.
Avaliação dos bens por avaliador judicial ou perito: arts. 629 a 635 do CPC.
Pagamento do ITCD e juntada das certidões negativas para com a Fazenda Pública – art.
654 CPC.
Sentença que decide a partilha. Após o trânsito em julgado, expede-se o formal de partilha
ou a carta de adjudicação – arts. 654 e 655 CPC.
a) Introdução
Em regra, as decisões judiciais somente afetam as partes do processo (art. 506 CPC).
Quando a atividade jurisdicional atinge bens ou direitos de terceiros que não guardam
relação com o processo, eles podem valer-se dos embargos de terceiro.
b) Requisitos:
- constrição ou ameaça de constrição judicial,
- ser proprietário ou possuidor de bem ou de direito apreendido ou ameaçado de apreensão,
- qualidade de terceiro em relação ao processo do qual emanou a ordem judicial.
e) Procedimento
Petição inicial:
- arts. 319, 320 e 677, CPC,
- deve estar instruída com a prova sumária da posse ou do domínio e da qualidade de
terceiro no processo,
- quando for o caso, deve conter o rol de testemunhas,
- pedido: cancelamento da constrição judicial, com o reconhecimento do domínio ou a
manutenção da posse ou a reintegração do bem ou direito ao embargante (art. 681 CPC),
- valor da causa: em princípio, é o valor do bem apreendido. Segundo entendimento
jurisprudencial, se o valor do bem for maior que o valor da execução, este último será o
valor dos embargos de terceiro.
Liminar:
- art. 678 CPC,
- deve ser concedida com a prova do domínio, da posse ou de outro direito (basta a
probabilidade do direito, sendo desnecessário o perigo de demora),
- não havendo prova documental, é possível designação de audiência preliminar (art. 677,
§1º, CPC),
- a liminar importa em suspensão da medida constritiva,
- a ordem de manutenção ou reintegração provisória de posse poderá ser condicionada à
prestação de caução, salvo se a parte for economicamente hipossuficiente.
Citação:
- art. 677, §3º, CPC,
- quando o embargado tem procurador constituído na ação principal, o advogado é intimado,
mediante simples publicação no diário da justiça,
- na falta de procurador constituído, a citação é pessoal ao embargado.
Resposta do embargado:
- arts. 679 e 680 CPC,
- o embargado tem o prazo de 15 dias para oferecer defesa,
- é possível deduzir qualquer matéria de defesa, salvo se o embargante for o credor com
garantia real, pois nesse caso a defesa do embargado se limita à inexigibilidade da garantia
(art. 680 CPC).
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Sum. 303 STJ: em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição indevida deve arcar
com os honorários advocatícios.
Sum 195 STJ: em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra
credores.
Sum. 134 STJ: embora intimado da penhora em imóvel do casal, o cônjuge do executado
pode opor embargos de terceiro para defesa de sua meação.
a) Noções gerais
A ação monitória é considerada uma tutela diferenciada: para o legislador, pareceu injusto
que o credor que tivesse prova escrita da obrigação tivesse que se submeter ao mesmo
procedimento dos credores sem prova escrita. Por isto, criou o procedimento monitório, para
permitir que o juiz pudesse, com cognição sumária formada a partir da prova escrita,
determinar o cumprimento da obrigação antes da sentença final.
b) Cabimento
Segundo determina o art. 700 NCPC, “a ação monitória pode ser proposta por aquele que
afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do
devedor capaz: I - pagamento de quantia em dinheiro; II – a entrega de coisa fungível ou
infungível ou de bem móvel ou imóvel; III – o adimplemento de obrigação de fazer ou de não
fazer”.
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Prova escrita:
- a prova deve ser documentada – e não documental, ou seja, pode ser prova oral
documentada,
- a jurisprudência brasileira é bastante liberal quanto à admissão da prova escrita para fins
de ação monitória. O que importa é que o documento ofertado pelo credor sinalize, de modo
verossímil, a existência da obrigação,
- exemplos: contrato sem assinatura de duas testemunhas e título de crédito prescrito (sum.
299 STJ).
c) Competência
Será competente o foro do local do cumprimento da obrigação (art. 53, III, d, CPC), salvo se
houver cláusula de eleição de foro no documento firmado entre as partes.
d) Legitimidade
Polo passivo:
- o devedor capaz,
- a fazenda pública pode ser sujeito passivo na ação monitória (sum. 339 STJ).
e) Procedimento
Petição inicial:
- deve observar os requisitos genéricos dos arts. 319 e 320 CPC,
- obrigatoriamente, deve estar instruída com a prova escrita,
- nos termos do §2º do art. 700, CPC, o autor deverá explicitar:
a importância devida, instruindo-a com a memória de cálculo (o que já estava
consagrado na doutrina), se tratar de obrigação da pagar,
o valor atual da coisa reclamada, em caso de obrigação de entrega de coisa,
o conteúdo patrimonial em discussão ou proveito econômico perseguido, no caso de
obrigação de fazer ou não fazer,
- o valor da causa deve corresponder ao valor da obrigação cujo adimplemento se busca
(art. 700, § 3º, CPC),
- sum. 531/STJ: é desnecessário constar da petição inicial a origem da obrigação (causa
debendi).
Juízo de admissibilidade:
- se o juiz entender que a prova documental não é idônea, determina que o autor emende a
inicial, adaptando-a ao procedimento comum (ação de cobrança),
- se o juiz entende que o direito do autor é evidente, determinar a expedição de mandado
para o cumprimento da obrigação em 15 dias.
Citação:
- a citação é feita por qualquer meio previsto para o procedimento comum (art. 700, § 7º,
CPC e sum. 282 STJ),
- o réu é citado para cumprir a obrigação, no prazo de 15 dias, bem como para pagar
honorários advocatícios de 5% sobre o valor atribuído à causa, ou oferecer embargos.
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Súmula 531. Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é
dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
Súmula 504. O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota
promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do
título.
Súmula 503. O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque
sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na
cártula.
Súmula 384. Cabe ação monitória para haver saldo remanescente oriundo de venda
extrajudicial de bem alienado fiduciariamente em garantia
Segundo Câmara, tem-se jurisdição voluntária quando é necessário um ato judicial para
aperfeiçoar a validade e eficácia de um negócio jurídico.
Procedimento:
- inicia-se por provocação do interessado ou do Ministério Público ou da Defensoria Pública;
- todos os interessados devem ser citados;
- o MP só intervém nos casos do art. 178 do CPC;
- a Fazenda Pública será ouvida nos casos em que tiver interesse;
- o prazo para resposta é de 15 dias;
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Interdição:
- arts. 747 a 763 CPC,
- legitimidade ativa: arts. 747 e 748 CPC,
- o MP só pode requerer a interdição em caso de grave doença mental, se houver inércia/
impossibilidade dos demais legitimados,
- a inicial deve indicar os fatos que demonstram a incapacidade e qual o seu grau, bem
como quando a incapacidade se revelou,
- a inicial deve ser instruída com laudo médico,
- ao apreciar a inicial, o juiz pode nomear curador provisório, em caso de urgência (tutela
provisória),
- o interditando é citado para comparecer em audiência, a fim de ser entrevistado pelo juiz. A
entrevista pode ocorrer no local em que o interditando se encontra e pode ser acompanhada
por especialista,
- o juiz também pode ouvir parentes e pessoas próximas ao interditando,
- o interditando tem o prazo de 15 dias, contados da entrevista, para impugnar o pedido,
- se o interditando não constituir advogado, o juiz nomeia curador especial e seus parentes
podem intervir como assistente,
- há intervenção do MP como fiscal da ordem jurídica,
- realiza-se perícia para analisar a existência de incapacidade e o seu grau,
- é possível a produção de outros meios de prova,
- o juiz profere sentença, que, se decretar a interdição, deve observar os requisitos do art.
755 CPC,
- ao ser nomeado, o curador deve prestar compromisso, assumindo a administração dos
bens do interditado – art. 759 CPC,
- é possível levantar a curatela, se a causa que a determinou cessar – art. 756 CPC.
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