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Resumo: A Ética protestante e o espírito capitalista

Logo na introdução de “A Ética protestante e o espírito capitalista”, Weber


pontua que, até então, somente no Ocidente, existe uma “ciência” num estágio de
desenvolvimento considerado “válido”. O Ocidente para Weber é a Europa (e também os
Estados Unidos). Conhecimento empírico, reflexões sobre o mundo, a vida, a sabedoria
filosófica e teológica não são exclusividades do Ocidente, existindo e sendo produzidas
por outras Civilizações, entretanto, estas produções científicas “não-ocidentais” careciam
de uma fundamentação matemática, sistemática e racional que as tornassem
universalmente válidas. Ele cita, por exemplo, que à astronomia babilônica faltava a
fundamentação matemática que lhe foi dada primeiramente pelos gregos. No que se refere
à Índia, a geometria carecia de prova racional, assim como as ciências naturais e médicas
que, apesar de serem desenvolvidas, não possuíam um método experimental,
fundamentos biológicos e bioquímicos, além de uma química racionais como as versões
produzidas pelo Ocidente gozavam plenamente. Fica evidente a divisão entre Ocidente e
Oriente que Weber faz baseando-se na fundamentação racional das explicações. Até a
própria concepção de Estado, como entidade política, com uma Constituição
racionalmente redigida, um Direito racionalmente ordenado e uma administração
orientada por regras racionais só foi vista, até aquele momento, no Ocidente.

A partir da página 4, Weber se preocupa em desmistificar a noção equivocada


que normalmente tem-se sobre o conceito de Capitalismo (visto como a força mais
significativa da nossa vida moderna). O desejo de ganho ilimitado não se identifica nem
um pouco como o capitalismo, e muito menos com o “espírito” do capitalismo. A
definição mais precisa de Capitalismo passa pelo o que Weber chama de ação econômica
“capitalista”, aquela que se baseia na expectativa de lucro através da utilização das
oportunidades de trocas, isto é, nas possibilidades formalmente pacíficas de lucro. Onde
a apropriação desse lucro é racionalmente efetuada. A definição de Capitalismo na visão
de Weber tem esse elemento de racionalidade que distingue o Capitalismo Ocidental dos
modelos testemunhados em outras civilizações. O Capitalismo e as empresas capitalistas
existiram em todos os países civilizados, no entanto, o Ocidente desenvolveu uma gama
de significados do capitalismo, e, que lhe dá consistência – tipos formas e direções – que
antes nunca existiram em parte alguma. O Ocidente, todavia, veio a conhecer, na era
moderna, um tipo completamente diverso, e nunca antes encontrado de capitalismo: a
organização capitalística racional assentada no trabalho livre (formalmente pelo menos).

O Capitalismo e a empresa capitalista, na visão de Weber, só foi possível


devido a uma mudança de postura religiosa em relação ao trabalho. Além disso, a
moderna organização racional da empresa capitalista foi viabilizada, pois houve uma
separação espacial dos locais de trabalho da residência, a criação de uma contabilidade
racional. Somado a isso, também devemos levar em consideração o desenvolvimento de
fatores técnicos e dependência das ciências ocidentais matemáticas e das
experimentalmente exatas ciências da natureza. O desenvolvimento dessas ciências e das
técnicas baseadas nelas se deu por sua vez, pois receberam e recebem impulsos dos
interesses capitalistas ligados à sua aplicação prática na economia.

Neste trecho, Weber discute a evolução do sistema capitalista, destacando


duas formas diferentes: uma que se baseia na especulação e exploração e outra que se
caracteriza pela organização racional do trabalho, que é predominantemente no Ocidente.
Enquanto a primeira é marcada por práticas como arrendamento e exploração fiscal, a
segunda se destaca pela separação da empresa da economia doméstica e pela criação de
contabilidade racional. Essa última forma, predominante no Ocidente moderno, é
impulsionada pela associação à organização capitalística do trabalho, garantindo
eficiência e precisão na gestão dos recursos técnicos. Essa evolução é crucial para
compreender a estrutura social e os desafios contemporâneos do Ocidente.

O autor começa a página 10 falando sobre a relação do capitalismo ocidental


com os fatores técnicos e racionais que foram desenvolvidos ao longo da história, onde
as ciências exatas e naturais recebem impulsos ligados aos interesses capitalistas que são
usados em aplicações econômicas. O texto ainda discute sobre a falta de uma noção de
organização no mundo oriental e des seus conhecimentos científicos para que o sistema
capitalista desenvolvido no ocidente surgisse na região, além disso, o texto inicia uma
discussão sobre o racionalismo das condições econômicas e sua relação com a religião
que podem virar um embate entre os dois assuntos, mas o autor não se aprofunda no
assunto das análises culturais.

O autor inicia neste momento trazendo à discussão o fato de que o conteúdo


de seu estudo pode conter alguns erros que por fatores humanos devem ser considerados
ao lê-lo. Exemplifica que o seu estudo no momento não deve ser subestimado e ainda que
este não seria dado dessa forma por egiptólogos, indólogos, semitas e sinologos. Ressalta
ainda que, qualquer um que tiver que fundamentar-se em traduções e em literaturas mais
amplas, terá méritos em encontrar em seu trabalho, pouco valor e que seu trabalho pode
ter mérito provisório principalmente em regiões da Ásia porque são poucas os números
de traduções feitas de fontes verdadeiras nesses idiomas e que poderiam servir de fonte
de estudo mais aprofundado para elaboração do seu próprio. Questiona ainda o fato de
que em seu momento histórico poucos eram os não adeptos a considerarem os
especialistas com categoria “subalterna” de observador e não como importante peça na
análise de estudos como este. Destaca que a questão do valor relativo não é abordada em
seu estudo e ainda muito menos questões religiosas, o que ele chama de “sermão” e sugere
que quem o quisesse fosse a uma sinagoga. Pontua mais uma vez que não foi abordado
em seu material etnográfico uma grande extensão de estudos sobre a religiões asiáticas
por falta de forças humanas de trabalho, e ainda que não era permissível visto que iria
tratar da ética religiosa. Por fim, critica a ideia de que certos tipos de racionalização só
ocorram única e exclusivamente no Ocidente e que ele mesmo está, infelizmente,
inclinado à ideia de hereditariedade biológica.

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