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Universidade são Tomas de Moçambique

Faculdade de Ética e Ciências Humanas


Delegação de Xai-Xai

Marcelino Mateus Macambaco

Impacto da Intervenção Psicológica nos Cuidados de Saúde a Doentes


Internados nas Enfermarias do Hospital Provincial de Xai-Xai no 2º Semestre
2022

Xai-Xai, Janeiro de 2023


ii

Universidade são Tomas de Moçambique


Faculdade de Ética e Ciências Humanas
Delegação de Xai-Xai

Marcelino Mateus Macambaco

Impacto da Intervenção Psicológica nos Cuidados de Saúde a Doentes Internados nas


Enfermarias do Hospital Provincial de Xai-Xai no 2º Semestre 2022

Supervisor: Agracio Cumbe

Protocolo de pesquisa apresentado ao CIBS-Gaza para


efeitos de avaliação

Xai-Xai, Janeiro de 2023

Índice
iii

Declaração de Honra.....................................................................................................................................vi
Dedicatória....................................................................................................................................................vi
Agradecimentos...........................................................................................................................................vii
Resumo.........................................................................................................................................................ix
Abstract..........................................................................................................................................................8
CAPÍTULO I.................................................................................................................................................9
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................9
1.1. Contextualizacão................................................................................................................................9
1.2. Delimitação do tema....................................................................................................................10
1.3. Abordagem do problema..............................................................................................................10
1.4. Questão de Pesquisa.....................................................................................................................11
1.5. Justificativa..................................................................................................................................11
CAPÍTULO II..............................................................................................................................................13
2. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................................................13
2.1. Definição de termos chaves.........................................................................................................13
2.2. Cuidado de saúde no contexto hospitalar.....................................................................................15
2.3. Influência da intervenção psicológica nos cuidados de saúde.....................................................16
2.4. Intervenção psicológica como ponte para humanização dos cuidados de saúde.........................17
CAPÍTULO III.............................................................................................................................................19
3. OBJECTIVOS......................................................................................................................................19
3.1. Objectivo Geral.................................................................................................................................19
3.2. Objectivos Específicos......................................................................................................................19
4. Hipóteses..........................................................................................................................................19
CAPÍTULO IV.............................................................................................................................................20
5. METODOLOGIA................................................................................................................................20
5.1. Descrição do local de estudo........................................................................................................20
5.2. População de Estudo....................................................................................................................20
5.3. Critério de inclusão......................................................................................................................21
5.4. Critério de exclusão.....................................................................................................................21
5.5. Amostragem e tamanho da amostra.............................................................................................21
5.6. Tipo de Pesquisa..........................................................................................................................21
5.7. Técnicas e instrumentos de recolha de dados..............................................................................22
iv

5.8. Procedimentos de recolha de dados.............................................................................................22


5.9. Gestão e análise de dados............................................................................................................22
5.10. Disseminação do estudo...........................................................................................................23
5.11. Limitações................................................................................................................................23
5.12. Previsão do términio do estudo................................................................................................23
5.13. Considerações éticas................................................................................................................23
6. ORÇAMENTO....................................................................................................................................26
7. CRONOGRAMA DAS ACTIVIDADES............................................................................................27
APÊNDICES............................................................................................................................................30
Anexo I: Guião de entrevista semi-estruturada para pacientes................................................................31
Anexo II: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (CLE)..................................32
v

Declaração de Honra

Declaro por minha honra que este protocolo de pesquisa é resultado da minha investigação
pessoal e da orientação do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final. Declaro
ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de
qualquer grau académico.

Xai-Xai, Janeiro de 2023

__________________________________

Marcelino Mateus Macambaco


vi

Dedicatória

Dedico este trabalho com todo carinho e amor a toda minha familia, especialmente aos meus pais
Mateus e Ecita pelo exemplo, incentivo, amor e carinho, que sempre apoiaram me em momentos
alegres e tristes, dando me consolo , conduziram e incentivaram a minha educação formal.
vii

Agradecimentos

Agradeço a Deus pela força e luz divina que me fortificou.

Ao meu supervisor, Agracio Cumbe pela paciência na orientação para a elaboração deste
trabalho.

Aos meus docentes que durante o curso se preocuparam pela minha formação académica,
endereço os meus agradecimentos.

Os meus agradecimentos vão também para os meus pais… por terem – me dado a vida e a
educação para a minha liberdade académica.

Os meus agradecimentos são igualmente estendidos a todos meus colegas do curso.


viii

Abreviaturas e Acrónimos

CLE – Consentimento Livre e Esclarecido

CIBS - Comité Institucional Bioética Para Saúde

MISAU - Ministério de Saúde

PEQHCS – Plano de Estratégia de Qualidade e Humanização dos Cuidados de Saúde

TARV- Tratamento Anti-retroviral

USTM – Universidade São Tomas de Moçambique


ix

Resumo

Este protocolo de pesquisa intitulado “Impacto da Intervenção Psicológica nos Cuidados de


Saúde a Doentes Internados nas Enfermarias” será desenvolvido no sector das enfermarias do
Hospital Provincial de Xai-Xai, discute a questão da necessidade da intervenção psicólogica nos
cuidados de saúde a doentes internados nas enfermarias, com objectivo de analisar o impacto e
enfatizar até que ponto a intervenção do psicólogo condiciona uma melhoria no estado de saúde
dos doentes. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, de natureza observacional,
com objectivos exploratórios, e procedementos de estudo de caso e durabilidade transversal. A
população da pesquisa é composta por pacientes internados nas enfermarias masculinas e
femininas, onde retirar-se-á uma parcela de 16 pacientes usando os critérios da amostragem não
probabilística por conveniência. A técnica usada para a colecta de dados será a entrevista semi
estruturada, com um guião pré- estabelecido. Para análise de dados usar-se-á a técnica de análise
de conteúdo e como resultados esperamos que seja estimulado a integração de medidas de apoio
psicossocial com intervenção psicológica para a melhoria dos cuidados de saúde e humanização
dos mesmos.
Palavras-chave: Cuidados de Saúde, Doentes Internados e Intervenção Psicológica.
8

Abstract

This research protocol entitled "Impact of Psychological Intervention in Health Care for
Inpatients in Infirmaries" will be developed in the ward sector of the Provincial Hospital of Xai-
Xai, discusses the issue of the need for psychological intervention in health care for inpatients in
wards, with the aim of analyzing the impact and emphasizing the extent to which the
psychologist's intervention conditions an improvement in the patients' health status. This is a
cross-sectional observational research with a qualitative approach and descriptive objectives.
The research population is composed of patients hospitalized in male and female wards, where a
portion of 16 patients will be withdrawn using the criteria of non-probabilistic sampling for
convenience. The technique used for data collection will be the semi-structured interview, with a
pre-established script. For data analysis, the content analysis technique will be used and as a
result we hope that the integration of psychosocial support measures with psychological
intervention will be stimulated to improve health care and humanization of the same.
Keywords: Health Care, Inpatients and Psychological Intervention
9

CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização

O presente projecto de pesquisa aborda a problemática da intervenção psicológica em cuidados


de saúde a doentes internados nas enfermarias do Hospital Provincial de Xai-Xai, procurando
aferir o seu impacto na vida dos pacientes daquela unidade hospitalar. Para tal, perspectiva-se
identificar as actividades desenvolvidas pelo psicólogo na assistência a doentes em regime de
internamento e descrever os efeitos da assistência psicológica a doentes nesse regime.

Segundo o MISAU, (2018) a intervenção da psicologia no sistema de cuidados de saúde é hoje


desejado por muitos técnicos de saúde, em particular pelos clínicos gerais, médicos de família,
com a percepção dela poder influenciar positivamente na obtenção de ganhos em saúde, na
melhoria de qualidade dos cuidados e na humanização dos serviços.

A Prevalência de internamento hospitalar e factores associados, nomeadamente os de ordem


socioeconómicos, demográficos, eventos estressores, de serviços e necessidade em saúde são
aspectos específicas dos cuidados de saúde a ter em conta nas diversas abordagens usadas para
tratar o doente em regime de internamento.

A contextualização da intervenção psicológica em hospitais aparece actualmente como tarefa


urgente e necessária, em particular porque a integração relativamente recente dos psicólogos na
carreira dos técnicos superiores de saúde assim o exige mas também porque, entre todas as
questões relacionadas com a intervenção do psicólogo em serviços de saúde, a intervenção nos
cuidados de saúde em paciente em regime de internamento é a nosso ver, a mais prioritária e,
paradoxalmente, a mais desconhecida, quer dos responsáveis pelas politicas de saúde, quer dos
próprios psicólogos (Schmidt, 2019).

A existência cada vez mais de sujeitos que necessitam de apoio psicológico regulares em
consequência de acidentes e doenças de evolução prolongada e /ou incapacitantes. No caso
específico dos cuidados de saúde primários há evidências de que disponibilizar aconselhamento
psicológico pode aumentar a satisfação dos utentes com qualidade dos cuidados de saúde
(Papodopoulos e Bor, 2018).
10

Em relação à estrutura, este trabalho está composto por cinco capítulos a saber:

O primeiro capítulo é da Introdução onde fez-se uma abordagem geral do tema, delimitação,
abordagem do problema, questão de pesquisa e a justificativa desta pesquisa; o segundo capítulo
é o de cruzamento das literaturas concernentes aos termos-chave da nossa viagem científica; o
terceiro capítulo descreve os objectivos e Hipoteses, por fim o quarto capítulo, descreve os
procedimentos metodológicos usados.

1.2. Delimitação do tema

A presente pesquisa, tem como tema, Impacto da Intervenção Psicológica nos Cuidados de
Saúde a Doentes Internados nas Enfermarias, tendo como base o Hospital Provincial de Xai-Xai
no 2º Semestre 2022.

1.3. Abordagem do problema

A preocupação pela humanização da assistência psicológica a doentes internados vem crescendo


mundialmente, uma vez que a depressão, as doenças psicossomáticas intra-hospitalar continua
sendo a causa mais frequente da mau prognostico em pacientes internados, que é um dos
principais problemas de saúde em todo o mundo (Bertin, 2015).

Em Moçambique, para fazer face a este problema em 2014 o Ministério da Saúde criou o Plano
da Estratégia de Qualidade e Humanização dos Cuidados de Saúde no país (PEQHCS). Este
encontra-se virado para área de saúde materno infantil, através do programa de maternidade
segura e área de enfermagem através de enfermaria modelo com vista a reduzir a mortalidade
materna e o mau atendimento nas unidades sanitárias (MISAU, 2014). Porém, esta forma de
solucionar os problemas tinha um carácter competitivo onde a motivação para a prestação de
cuidados humanizados era incentivada por meio de recompensas, não levavam em consideração
os aspectos éticos morais de respeito a dignidade humana.

De acordo com os dados do Hospital Provincial de Xai-Xai no ano de 2022, o número de


internamentos no sector da medicina foi de 1731 casos contra 1259 em 2021, correspondente há
um aumento de 27.2 % relativamente ao ano anterior. Dentre as causas de internamentos destaca
se a Malaria, responsável por cerca de 30.6% dos casos, seguida por casos de tuberculose e Mal
11

Nutricão cujo a taxa de internamento situa se na faixa dos 22.4% em cada caso e Anemia e
HIV/SIDA com cerca de 12.2% para cada caso.

No concernente há taxa de mortalidade os dados estatístico do Hospital Provincial de Xai-Xai


demostram que 22.4% de óbitos estão associados a infeção por HIV/SIDA em 2022, contra
8.3% de 2021, seguida pela infeção pela Tuberculose com uma taxa de 9.3% em 2022 contra
13.6% de 2021.

Com base nesses dados é notório os avanços e retrocessos no tratamento a doentes acamados no
Hospital Provincial de Xai-Xai, visto que no casos de internamento por Tuberculose e Anemia
houve ganhos significativos verificáveis pela redução da taxa de mortalidade para metade
comparativamente ao ano 2021. Entretanto, a taxa de mortalidade no sector de internamento para
casos de HIV/SIDA e Mal nutrição verificou um aumento substancial em quase 100%.

Neste contexto, surge a necessidade de pesquisar nesta área temática procurando saber o impacto
acreditamos que da intervenção ou assistência psicológica a doentes em regime de internamento
associado leva a aderência terapêutica pelos doentes resultando em menores índices de
gravidade e consequente diminuição da taxa de mortalidade, por um outro lado, e por outro lado
leva há não adesão e consequente ao aumento de risco infeções intra˗hospitalar devido ao
prolongamento da permanência hospitalar.

1.4. Questão de Pesquisa

Qual é o impacto da intervenção psicológica nos cuidados de saúde a doentes internados nas
enfermarias do Hospital Provincial de Xai-Xai?

1.5. Justificativa

Como estudante de Psicologia clínica, abordar a questão do impacto da intervenção psicológica


nos cuidados de saúde a doentes internados nas enfermarias , constitui uma oportunidade ímpar
para construir a capacidade de escuta activa, ou seja, saber ouvir, bem como desenvolver a
capacidade comunicativa enquanto futuro profissional. Em suma, constitui uma busca e o
desenvolver das competências específicas de um qualquer profissional de psicologia, na medida
12

em que permite aliar o conhecimento adquirida na sala de aula, ou seja, a teoria com a realidade
prática de situações que ocorrem no nosso contexto moçambicano.

Durante o estágio integral pude constatar que os pacientes em regime de internamento que
contam com apoio familiar apresentam maiores índices de melhoria com relação aos pacientes
sem acompanhamento familiar ou abandonados na unidade sanitária. Assim sendo, acreditamos
que a implementação dos serviços de psicologia no sector das enfermarias no Hospital Provincial
de Xai-Xai pode contribuir facilitando a rápida recuperação dos pacientes ali internados, sendo a
realização da presente pesquisa um passo rumo à concretização dessa visão.

Portanto, um dos principais ganhos desta pesquisa consiste no facto de poder permitir a
identificação das actividades cuja execução carece do psicólogo bem como a observância dos
efeitos da ausência destas actividades na saúde dos doentes em regime de internamento nos
serviços de enfermarias do Hospital Provincial de Xai-Xai;.

Além disso, a partir da divulgação dos resultados da pesquisa, esperamos que seja estimulado a
integração de medidas de apoio psicossocial com intervenção do psicólogo para a melhoria dos
cuidados de saúde e humanização dos mesmos. Esta pesquisa também poderá despertar criação
de política sobre assistência psicológica que fará com que os profissionais de saúde levem em
consideração as necessidades psicossocioculturais do doente na prática de cuidados de saúde nos
serviços de enfermarias do Hospital Provincial de Xai-Xai.

Esta pesquisa reveste-se de grande relevância social a medida que contribuí na promoção de
saúde pública ou bem-estar sócio – familiar uma vez que a prestação de serviços de saúde
humanizados reduz os níveis de stress, depressão ansiedade, angustia, que o processo de
internamento hospitalar provoca no paciente bem como nos seus familiares. Também, é de
salientar que o tratamento a pacientes em regime de internamento além do desgaste psicológico
observado, diversos problemas de ordem económico deve ser levado em consideração. Esse
aspecto revela o importante carácter que a intervenção psicológica assume, uma vez que a rápida
recuperação dos pacientes se traduz num alívio nas esferas económica da família.
13

CAPÍTULO II

2. REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo, fazemos o enquadramento teórico do conteúdo que veicula como escopo desta
nossa caminhada científica e também apresentamos as definições e discussões dos conceitos de
vários autores.

2.1. Definição de termos chaves

Entende-se por intervenção psicológica a toda forma ou tentativa de influenciar de maneira


transitória ou definitiva o comportamento humano através do uso de meios psicológicos, ou seja,
a influência se dá através de novas formas de comportamento e de experiênciar o mundo. (Melo,
2015).

A intervenção psicológica é uma das formas de actuação profissional do psicólogo visando a


alterar comportamentos, pensamentos e emoções, de forma a proporcionar uma melhor saúde e
qualidade de vida. (Chaves, Vásquez e Hervás, 2019)

A intervenção psicológica é a prática clínica centrada no estudo psicológico dos indivíduos e a


elaboração do psicodiagnóstico, ou seja a recolha de informação acerca do funcionamento
cognitivo e estado funcional do sujeito no aconselhamento psicológico individual, conjugal,
familiar ou de grupo (Bennett, 2014 apud Teixeira, 2015) .

Segundo Bennett (2014 apud Teixeira, 2015) os objectivos destas intervenções são facilitar uma
mudança comportamental adequada e ajudar os indivíduos a enfrentar as exigências específicas
que se lhes deparam, quer como resultado da doença, quer como resultado do seu tratamento.

Entre as tarefas de intervenção psicológica destacam-se a gestão do stress, treino de autocontrolo


e eficácia no coping, técnicas comportamentais (relaxamento, modelagem, treino de
competências), educação para a saúde, simplificação de mudança de comportamentos de risco e
entrevista motivacional, intervenção na crise, aconselhamento psicológico, psicoterapias, grupos
de suporte e ajuda mútua (Bennett, 2014; Johnston e Weinman, 2016, citado por Teixeira, 2015).
Por sua vez, o termo cuidado enquanto conceito relevante para a área da saúde surgiu da
gerontologia para incluir o cuidado na família ao idoso em longo prazo; contudo, devido à sua
14

importância, tem-se difundido para diferentes domínios de atenção à saúde e gerado várias
reflexões (Ribeiro e Leal, 2016).

Segundo Passos e Sadigusk, (2017) cuidar significa tomar conta, um ato de vida, e representa
uma variedade de actividades que visam manter e sustentar a vida. Esse cuidar é um ato
individual, quando prestado a si mesmo, e um ato de reciprocidade quando prestado a outras
pessoas que, temporária ou definitivamente, têm necessidade de recebê-lo para manter seu estado
vital.

Entretanto, para Ribeiro e Leal, (2016) o cuidado é visto como a satisfação da necessidade do
outro e pode ser produzido por duas modalidades distintas:

“…incentivando o doente a recuperar sua autonomia; nesse caso, as atitudes de incentivo à


autonomia e facilitação da participação do doente nas decisões, reconhecendo-o o como sujeito
de sua saúde, propiciam um melhor restabelecimento e um maior nível de autonomia para ambos,
cuidador e pessoa cuidada. Ou o cuidado pode apresentar-se na modalidade não estimulando a
autonomia do doente, através de atitudes de superprotecção que dificultam o processo de
reabilitação”.

Dos textos examinados, alguns trazem uma análise teórica do conceito de cuidado. Em vários
textos analisados, o conceito de cuidado utilizado não é explicitado. Dentre estes, porém,
encontram se casos em que os autores discutem a noção por meio de categorias construídas a
partir dos dados empíricos.

Os cuidados são divididos em cuidados de manutenção e cuidados de reparação. Os cuidados de


manutenção são os quotidianos, que representam todos aqueles mais simples e básicos, como,
beber, comer, evacuar, lavar-se, levantar-se, mexer-se, deslocar-se, bem como tudo que contribui
para o desenvolvimento e sobrevivência do ser humano, construindo e mantendo o corpo e sua
imagem e suas relações com o meio (Passos e Sadigusk, 2017).

Já os cuidados de reparação têm como finalidade limitar a doença, lutar contra ela e combater
suas causas. Privilegia as causas orgânicas, isolando as causas psíquica se socioeconómicas,
fragmentando o homem, sem considerar o ser humano e o seu relacionamento com o meio em
que vive (Passos e Sadigusk, 2017).

Os cuidados de manutenção ou cuidados básicos prestados aos pacientes hospitalizados são os


mais evidentes e importantes para a prática da enfermagem como profissão autónoma. Esses
15

cuidados são aqueles considerados menos complexos e são, usualmente, delegados aos técnicos e
auxiliares de enfermagem, enquanto a enfermeira tem-se voltado cada vez mais para outras
tarefas administrativas e burocráticas (Passos e Sadigusk, 2017).

O cuidado surge para manter a vida, garantir a satisfação de um conjunto de necessidades


indispensáveis à ela e são diversificadas na sua manifestação, cuidar representa um conjunto de
acções que tem por finalidade, manter a vida dos seres vivos com objectivo de permitir a
reprodução e perpetuação da vida do grupo e lutar contra a morte. Foi e será este o fundamento
de todos os cuidados (Barbosa, 2015 Apud Collier, 2014).

2.2. Cuidado de saúde no contexto hospitalar

A unidade hospitalar é o conjunto de elementos funcionalmente agrupados, onde são executadas


actividades afins, visando o melhor atendimento ao paciente, dando-lhe conforto, segurança e
facilitando o trabalho do pessoal. (Ribeiro e Leal, 2016).

O ambiente hospitalar é stressante, barulhento, com normas e rotinas próprias. Neste ambiente, o
paciente perde sua identidade, privacidade e sua percepção de liberdade. A hospitalização traz
para os pacientes e seus familiares sentimentos de insegurança que se acentuam quando estes
pacientes possuem dependência para os cuidados básicos de enfermagem, como alimentação,
higiene e mobilidade física (Passos e Sadigusk, 2017).

O hospital é um cenário complexo, onde se conjugam transformações tecnológicas e ambientais,


e são visíveis as novas proposições do cuidar, verificadas nas relações de trabalho. Essas
transformações tecnológicas, económicas e sociais deram origem ao trabalho intelectual e
manual. Na enfermagem, essas transformações deixaram de lado o carácter religioso atribuído,
originalmente, às suas práticas, onde as leigas e religiosas foram substituídas por profissionais de
enfermagem que parcelam suas actividades, dividindo-as entre os mais e menos qualificados.

Os actos técnicos e socialmente mais qualificados, herdados por sua vez dos actos médicos,
ficam com os enfermeiros, que gerência o cuidado e o supervisionam, os técnicos e auxiliares de
enfermagem, de nível médio, executam o trabalho menos complexo, com mais tempo junto aos
enfermos. Além de conviver mais tempo com os enfermos, os técnicos e auxiliares os
16

acompanham mais de perto, anotam suas reacções ao tratamento, cumprindo a estratégia de


vigiar a vida e a morte dos internados, que é, em si, a atribuição de todos no hospital.

Essa hierarquia e tecnicidade crescente nas instituições hospitalares transformaram os cuidados


de enfermagem em execução de tarefas, seguindo protocolos, normas e rotinas previamente
instituídas, dificultando as relações interpessoais mais enfáticas entre o ser que cuida e o ser
cuidado. Esse modo de trabalho, institucionalizado, tem promovido o distanciamento da
verdadeira arte de cuidar, provocando fragmentação na execução de tarefas previamente
prescritas, sistematizada se robotizadas.

As acções técnico-assistenciais por si só, não são suficientes para atender às necessidades dos
pacientes internados e, nesse sentido, Collièr e, quando cita Florence Nightingale, enfatiza que
administrar medicações e fazer curativos não são suficientes para garantira sobrevivência dos
pacientes.

É preciso tomar consciência de que os danos causados pela doença são universais, não se limitam
a um determinado tempo e espaço, mas assumem características existenciais bem claras e
distintas em diferentes contextos - familiares, sociais, culturais, económicos e sociais. Assim, é
preciso procurar desvelar os sentimentos e conhecer as situações vivenciadas pelos clientes para
viabilizar maneiras concretas de cuidar.

2.3. Influência da intervenção psicológica nos cuidados de saúde

Segundo MISAU (2018) a intervenção da psicologia no sistema de cuidados de saúde é hoje


desejado por muitos técnicos de saúde, em particular pelos clínicos gerais e médicos de família,
com a percepção de que ela pode ter influência positiva na obtenção de ganhos em saúde, na
melhoria de qualidade dos cuidados e na humanização dos serviços.
De facto, está bem estabelecido por estudos realizados em vários países que contribuições
específicas da psicologia nos cuidados de saúde primários contribuem na promoção de saúde e
podem ser relevantes para promover maior e mais precoce adesão das crianças e adolescentes,
adultos e idosos a estilos de vida mais saudáveis, prevenir doenças relacionados com
comportamento; ajudar a lidar com crises pessoais ou familiares que são motivos frequentes de
consulta em clínica geral/medicina familiar; melhorar a adesão a tratamentos e qualidade de vida
de sujeitos doentes (Carvalho Teixeira, 2015).
17

Para que os profissionais de saúde sejam agentes de humanização é importante que tenham
empatia, aceitando os valores culturais do doente, crenças e desejos individuais de forma a
realizar um diagnóstico correcto, tornando assim possível a elaboração de plano de cuidados que
respondem as necessidades do doente. (Pinto, 2014).

Considera-se assim que existem alguns pressupostos do trabalho do psicólogo nos cuidados de
saúde primários, sendo eles: a adopção de um paradigma holista na compreensão da
pessoa/comunidade e dos processos de saúde e doença; a integração nas equipas de cuidados de
saúde primários; a orientação para um trabalho participativo e colaborativo entre profissionais de
saúde com diferentes formações (Apa, 2015; Carvalho Teixeira, 2017)

As orientações e intervenções realizadas pela psicologia junto a estes pacientes visam auxiliar no
manejo e prevenção dos efeitos colaterais do tratamento, como controle alimentar para diminuir
riscos de infecção. Um repertório comportamental que auxilie paciente e familiares a enfrentar
de forma positiva o tratamento, envolve por exemplo, a participação activa no processo de
tratamento, a mudança de cognições prejudiciais e o desenvolvimento de estratégias adequadas
de enfrentar e manejo da dor.

Durante o tempo em que o paciente recebe a medicação são realizadas sessões de relaxamento
com visualização (imaginação guiada), com o objectivo de ensinar a técnica, controlar a
ansiedade e a estimulação averssiva associadas ao tratamento (Kagee e Naiboo, 2018).

A intervenção psicossocial para pacientes dependentes ou internados permite o desenvolvimento


de estratégias de enfrentamento às restrições relacionadas ao tratamento e visa auxiliar na
reabilitação do paciente.

2.4. Intervenção psicológica como ponte para humanização dos cuidados de saúde
Para humanização dos cuidados de saúde a necessidade de aceitar e reconhecer que nessa área e
nas suas práticas, em especial, subsistem sérios problemas e carências de muitas das condições
exigidas para implementação do cuidado da saúde humanizado (Oliveira, Collet e Viera 2017).
Segundo Pinto, (2014) para que os profissionais de saúde sejam agentes de humanização é
importante que tenham empatia, aceitando os valores culturais do doente, crenças e desejos
individuais de forma a realizar um diagnóstico correcto, tornando assim possível a elaboração de
plano de cuidados que respondem as necessidades do doente.
18

Nessa óptica, Oliveira, (2017) argumenta que para humanizar a assistência em saúde implica dar
à palavra aos profissionais da saúde, ter empatia, respeito, reconhecimento mútuo e solidariedade
com os usuários.
Ainda o mesmo autor refere que para melhorar assistência a doentes internados é preciso ter
profissionais suficientes para responder a procura dos serviços pela população, salários dignos,
melhores condições de trabalho, aquisição de equipamento médico suficiente, construção novas
de unidades saúde.
Resumidamente a missão de humanização num sentido amplo, é de incentivar todos a unirem-se
e colaborar de forma interdisciplinar e envolver todos os funcionários e usuários, a participarem
activamente e militante nos processos de prevenção, cura e reabilitação, (Oliveira. 2017).
A humanização da assistência à saúde visa melhorar a qualidade de atendimento aos pacientes e
das condições de trabalho dos profissionais, bem como, a redução dos custos excessivos e
desnecessários decorrentes da ignorância, da falta de atenção que ainda interpõem as relações de
saúde em todas as instâncias (Sturmer ; Bins e Silva, 2016).
Os pacientes de hospitais públicos têm sobre estes a imagem já formada de estabelecimentos
onde faltam médicos e mau atendimento, (Couto e Mota, 2015).
Os profissionais da saúde devem tratar os pacientes como humanos, isto é, com igualdade,
aproximação, tentando fazer o melhor, respeitá-lo e acompanhá-lo. O processo de humanização
hospitalar depende do envolvimento de todos, os profissionais de saúde e pacientes de forma
harmónica (Mota, Martins e Veras, 2017).
19

CAPÍTULO III

3. OBJECTIVOS

3.1. Objectivo Geral

 Analisar o impacto da intervenção psicológica nos cuidados de saúde a doentes


internados nas enfermarias do Hospital Provincial de Xai-Xai.

3.2. Objectivos Específicos

 Identificar as características sócio - demográficos dos doentes internados nas


enfermarias do Hospital Provincial de Xai-Xai;
 Descrever o estado de saúde dos pacientes internados nas enfermarias do Hospital
Provincial de Xai-Xai;
 Descrever as actividades de intervenção psicológica realizadas nos cuidados de saúde a
doentes internados nas enfermarias do Hospital Provincial de Xai-Xai.
 Descrever o nível do impacto da intervenção psicológica nos cuidados de saúde a doentes
internados nas enfermarias do Hospital Provincial de Xai-Xai;
 Comparar o estado de saude do doente internado nas enfermarias do Hospital Provincial
Xai-Xai, antes e depois da intervenção psicológica.
 Descrever a influencia da intervenção psicológica nos cuidados de saúde a doentes
internados nas enfermarias do Hospital Provincial de Xai-Xai;

[4.] Hipóteses
 A intervenção psicológica nos cuidados de saúde a doentes internados nas enfermarias do
Hospital Provincial Xai-Xai contribui no mau prognóstico da doença;
 A intervenção psicológica nos cuidados de saúde a doentes internados nas enfermarias do
Hospital Provincial de Xai-Xai não contribui no mau prognóstico da doença;
20

CAPÍTULO IV

4.[5.] METODOLOGIA
4.1.[5.1.] Descrição do local de estudo

O Hospital Provincial de Xai-Xai é uma instituição de saúde de nível III, sendo a maior instância
hospitalar da Província de Gaza estando localizada no bairro 13 Cidade de Xai-Xai. Presta os
mais diferenciados serviços inclusive cirurgias e internamentos. Nas consultas externas incluem
serviços de psiquiatria desde 1996, logo após a formação dos primeiros técnicos médios de
psiquiatria e saúde mental.

Estes profissionais fazem o atendimento de todos os tipos de pacientes do fórum psiquiátrico,


fazendo diagnóstico, tratamento e prescrição dos psico-fármacos; referenciamento dos pacientes
crónicos para os serviços de nível quaternário (Hospital Central de Maputo) onde existem
especialistas de diversas áreas de intervenção. Estes técnicos são também responsáveis pelas
actividades de prevenção e promoção da saúde mental a nível comunitário (idem).

Nos anos 2003 e 2004, iniciam os serviços de Psicologia no atendimento dos pacientes com
necessidade de apoio Psicossocial, Aconselhamento e Testagem em Saúde da população em
geral; também inicia aqui a componente acompanhamento e seguimento dos pacientes em
Tratamento Anti-retroviral (TARV) para diminuição do sofrimento psicológico dos mesmos.

Paralelamente, o atendimento, diagnóstico e tratamento de outros utentes com patologias gerais


na área de saúde mental. Anos depois, a especialidade de Psicologia, entra para o grupo de
referência para o combate ao tráfico de pessoas, atendimento às vítimas de violência baseada no
Género, intervenção nas escolas, na componente de dificuldades de aprendizagem.

4.2.[5.2.] População de Estudo

A população desta pesquisa é composta por todos doentes internados nas enfermarias masculinas
e femininas do Hospital Provincial de Xai-Xai.
21

4.3.[5.3.] Critério de inclusão


Pacientes jovens ou adultos na faixa etária compreendida entre os 18-45 anos de idade, internado
na enfermaria masculina ou feminina devido algum tipo de doença incapacitante que necessita de
um tratamento em regime de internamento.

4.4.[5.4.] Critério de exclusão


Pacientes que recusarem-se a colaborar com a pesquisa, assim como todos aqueles que tiverem
dificuldades em comunicar-se durante o período da pesquisa.

4.5.[5.5.] Amostragem e tamanho da amostra

Para esta pesquisa será utilizado o método de amostragem não probabilística por conveniência.
segundo Gil, (2002) este tipo de amostragem é usada em contextos onde o pesquisador
encarrega-se de seleccionar os elementos que ele tem acesso no local de estudo, e que estes
possam representar o universo.

Levando em consideração o universo da pesquisa iremos seleccionar 16 doentes internados no


Hospital Provincial de Xai-Xai dos quais 8 são da enfermaria masculina e 8 da enfermaria
feminina.

4.6.[5.6.] Tipo de Pesquisa

Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, de natureza observacional, com objectivos
exploratórios, e procedementos de estudo de caso e durabilidade transversal. transversal, com
abordagem qualitativa, de caracter exploratório. Na abordagem qualitativa, o pesquisador
procura compreender fenómenos em estudo e as acções dos indivíduos no seu ambiente
contextual, apoia-se no raciocínio indutivo, interpretando-os segundo a perspectiva dos
participantes da situação em causa, (Fortin, 2007).

Esta pesquisa assume o carácter exploratório pois, restringindo-se aos objectivos definidos,
busca mais informações sobre o assunto em estudo, no caso vertente, o entendimento que se tem
da intervenção psicológica nos cuidados de saúde em doentes internados pelos profissionais da
saúde.
22

4.7.[5.7.] Técnicas e instrumentos de recolha de dados

Para a presente pesquisa será utilizada como técnica de coletas de dados a entrevista semi –
estruturada. Entende-se por entrevista semi-estruturada a um instrumento caracterizado pela
existência de um guião previamente preparado que servirá de eixo orientador durante o
desenvolvimento da entrevista propriamente dita (Gil, 2002).

O guião da entrevista será de carácter individual composta por perguntas abertas e fechadas
divididas em duas partes: a primeira parte procura informações relativas aos dados pessoais e a
segunda irá abordar os efeitos da intervenção psicológica ou assistência humanizada nos
cuidados de saúde a doentes internados nas enfermarias do Hospital Provincial de Xai-Xai.

4.8.[5.8.] Procedimentos de recolha de dados

Primeiro será submetido o protocolo ao CIBS-Gaza para avaliação, apois aprovação seguir-se-à
o trabalho de campo. Para a recolha de dados, o pesquisador irá ao Hospital Provincial de Xai-
Xai onde há contacto directo com os pacientes internados, vai ser mediante uma conversa
amistosa falar sobre o propósito da pesquisa, da sua relevância social, profissional e pessoal, dos
objectivos propostos e da sua finalidade com o intuito de convence-los a participar da mesma.

O participante dirigirá-se a sala de tratamento para conversar com o pesquisador. Em outros


casos de incapacitação o pesquisador ira colher dados na unidade do doente.

4.9.[5.9.] Gestão e análise de dados

Todos os dados dos partcipantes serão cumpilados, codificados (em codinomes do tipo
AA,BB,CC,... para referir se ao participante 1,2,3,...), em ficheiros e armazenados em arquivos,
onde apenas o pesquisador terá acessso. Apois 5 anos esses dados serão destruidos. Tratando-se
de um estudo qualitativo, análise e interpretação dos dados será feita através do uso da técnica
denominada análise de conteúdo. Esta permitirá um exame minucioso dos dados.
23

A análise de conteúdo é um procedimento usado para representar o tratamento dos dados de uma
pesquisa qualitativa procurando tornar evidentes as relações encontradas entre o fenómeno
estudado e outros factores, (Lakatos e Marconi, 2003).

4.10.[5.10.] Disseminação do estudo

Os resultados do estudo serão divulgados primeiro no Hospital Provincial de Xai-Xai local onde
vai se realizar a pesquisa em forma de um relatório, em seguida de uma apresentação ou defesa
na Universidade São Tomás de Moçambique, Delegação de Gaza perante uma banca
examinadora. Também vai se disponibilizar uma cópia de pesquisa na biblioteca de São Tomás,
assim como em revistas e artigos cientificos.

4.11.[5.11.] Limitações

As limitações observadas relacionam-se com as características da população alvo, ou seja as


dificuldades que existem de se envolver e motivar estas pessoas, que pode culminar em
dificuldades de comunicação e percepção das razões do questionamento, indisponibilidade dos
pacientes e falta de financiamento.

Uma outra limitação que se pode notabilizar relaciona-se com a dificuldade em se conciliar as
agendas da pesquisa, que por vezes se faz sentir e que leva a um maior consumo de tempo, facto
que vai culminar na demora da aprovação de pesquisa e que pode condicionar a implementação
tardíaco do início da pesquisa.

4.12.[5.12.] Previsão do términio do estudo

Esta pesquisa terá a duração de 6 meses com início no mês de Novembro de 2022 com a colecta
de dados, que será a primeira fase, segue-se o momento da análise e interpretação dos dados,
bem como do desenho de propostas, e por fim a compilação e entrega da monografia prevista
para o mês de Abril de 2023.

4.13.[5.13.] Considerações éticas

Antes do inicio da recolha de dados, o protocolo do estudo será submetido ao CIBS-Gaza para a
sua apreciação e autorização, assim como a direção cientifica do Hospital Provincial de Xai-Xai
para a sua aceitação.
24

Os pacientes que irão participar da entrevista serão informados sobre os objectivos e a


importância da pesquisa, em que consiste a sua participação, iremos garantir a autonomia do
paciente, o direito ao ananimato e a confidencialidade ou sigilo, conforme estabelece a
declaração de Helsinque sobre pesquisas envolvendo seres humanos.

O trabalho será feito respeitando os princípios éticos fundamentais, como o consentimento


informado, a confidencialidade, Beneficência, Autonomia, Anonimato, não maleficência e a
justiça.

Em relação à confidencialidade e ao anonimato dos participantes do estudo, as seguintes medidas


foram tomadas pelo investigador:

 Os nomes não serão incluídos na base de dados;

 Os nomes serão codificados, utilizando números ou nomes fictícios;

 Os dados transcritos e de áudios estarão disponíveis somente para a investigador principal


do estudo e serão mantidos em sigilo em todos os momentos, através de arquivos
electrónicos protegidos por senha. As cópias impressas serão mantidas em locais
fechados. A informação de identificação retirada será armazenada separadamente dos
dados.

 O protocolo do estudo será submetido para a revisão ética ao Comité Institucional de


Bioética para Saúde de Gaza (CIBS-Gaza). O estudo será conduzido de acordo com o
protocolo e em conformidade com os Princípios de Belmonte e outro princípio
regulamentar aplicável. Todo o pessoal do estudo será treinado em BPC e Ética em
pesquisa.

 Antes de realizar quaisquer das atividades propostas para o cumprimento dos objetivos a
coleta desses dados sanitários será aprovada mediante uma carta escrita e assinada pelas
autoridades sanitárias locais.

a) Recrutamento e consentimento: A participação nesta pesquisa será feita sob base


voluntária e que o participante tem o direito de desistir sempre que as condições lhe
forem desfavoráveis. A informação será dada verbalmente e em seguida, cada
25

participante recebera uma cópia escrita (folha de consentimento onde cada entrevistado
deixará a sua assinatura). A folha de consentimento terá informações que explicarão
claramente os objectivos do estudo, método e sua finalidade. A entrevista será realizada
num ambiente calmo sem interrupções pós nenhum estranho estará no lugar de entrevista.
A informação colectada será registada em fichas e armazenada nos arquivos do
pesquisador.
b)[a)] Avaliação de Risco e Benefícios: A pesquisa não garante nenhum beneficio financeiro
para o pesquisador, assim como os participantes. Esta pesquisa constitui uma ferramenta
que contribui no processo de humanização e melhoria da qualidade dos serviços a partir
da consciencialização da necessidade do emprego de técnicas de assistência psicológica
destinados a acomodação dos pacientes internados. Também contribuirá na criação de
políticas sobre assistência psicológica que fariam com que os profissionais de saúde
praticassem a mesma levando em consideração as necessidades psicossociocultural do
doente, por que conheceram as implicações da sua ausência na qualidade de saúde dos
pacientes. Com o contributo da assistência psicológica humanizada nos cuidados de
saúde a doente em regime de internamento, leva a aumento da aderência terapêutica pelos
doentes resultando em menores índices de gravidade e consequente redução das taxas de
mortalidade, por outro lado leva a diminuição de infecções intra˗hospitalar devido a
redução da permanência hospitalar.
26

5.[6.] ORÇAMENTO

Nº Preço unitário Valor


Designação Quantidade
ordem (Mt) Global
01 Resma de papel A4 1 200,00 200,00
02 Esferográfica 4 5,00 20,00
03 Bloco de nota 1 60,00 60,00
04 Transporte 8 (viagens) 100,00 800,00
05 Cópias 100 2,00 200,00
06 Internet 6h 100,00 600,00
07 Impressão 200 5,00 1000,00
08 Flahs 1 100,00 200,00
09 Encadernação 2 50,00 100.00
Total 3.180,00

Fonte: Autor (2022)

6.[7.] CRONOGRAMA DAS ACTIVIDADES


27

Ano 2022
Meses
Etapa Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril
Submissao do X
protocolo
Escolha do
tema de
pesquisa
Revisão de X X
literatura
(bibliográfica)
Teste dos
instrumentos
Elaboracao do X X
protocolo
Colecta de
dados
Submissao do X X X
protocolo
Analise e
discussao de
dados
Elaboracao dos X X X
instrumentos
de colecta de
dados
Elaboração
pré-eliminar da
pesquisa
Teste dos X
instrumentos X X
Entrega da
Monografia
Colecta de X X
dados Defesa

Fonte: Autor (2022)

7.[8.] REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


28

Bennett L, Teixeira C, Schmidt H. (2014). Importância da intervenção psicológica no sistema de


cuidados de saúde, 2 ed.
Bertin, L.G. (2015). Psicologia e Humanização. Assistência aos pacientes graves. Revista de
formação contínua em psicologia.
Buhler C. (2014). A Psicologia na vida do nosso tempo. Lisboa fundação Caloust Gulbenkian.

Chaves,C; Vásquez, F, e Hervás, G. (2019). Intervenções positivas em crianças gravemente


doentes. Efeitos sobre o bem-estar alteram a realização de um desejo. Revista de psicologia de
saúde

Fortin. M. F (2007). Metodologia de Trabalho Científico.23ª ed, Cortez Editora, São Paulo.

Gil, A. C. (2002). Como elaborar projectos de pesquisa. São Paulo. Atlas

Marconi, M. e Lakatos, E. (2003). Fundamentos de metodologia científica (5a.


MISAU. (2014). Manual de Referência Técnica sobre Assistência ao Parto, ao Recém-Nascido e
Emergências Obstétricas. Disponível em www.misau.gov.mz

Mota, R. A, Martins C. Pinto. G (2018). Papel dos profissionais de saúde na política de


humanização hospitalar. Psicologia em Estudo, .Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid.

Passos, Santos e Sadigusk, D. (2017). Cuidados de enfermagem ao paciente dependente


ehospitalizado. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro.
Ribeiro, M. Leal, T. (2016). Alguns constrangimentos actuais a humanização. Editora CFETC,
fortaleza

Salles, R. (2018). Análise da atividade laboral dos técnicos de enfermagem de um hospital que
adota programa de Gestão humanizado: sua influência no comportamento alimentar.
florianópolis – santa catarina.
Silva, T. A. e Carvalho, K. K.S. (2017). A importância da Política Nacional de Humanização
para a qualidade do sistema público de saúde.
Sturmer L; Bins. M; Silva. V. M, Coser, J. (2016). A importância do atendimento humanizado
nos serviços de saúde em nobres, mt.
Teixeirra, C. (2015). Psicologia nos cuidados de saúde primária, I edição Lisboa.
29
30

APÊNDICES
31

Anexo I: Guião de entrevista semi-estruturada para pacientes


Guia de entrevista semi-estruturada para paciente
Percepção dos pacientes sobre a intervenção psicológica nos cuidados de saúde a doentes
em regime de internamento nas enfermarias masculinas e femininas do Hospital Provincial
de Xai-Xai no 2º Semestre 2022
Nome Idade Sexo
Naturalidade Proveniência
Localidade Bairro
Profissão Escolaridade Estado civil
Data de admissão…. /…. /……. Dias de internamento……………………………………….
O que representa o hospital para si?......................................................................................
O que sabe sobre sua doença e tratamento?.....................................................................................
Estado de saúde Bom (…..) Mau (……) Moderado (…..)
Como é o atendimento? Bom (…..) Mau (……) Moderado (…..)
As equipes de cuidados dão preparação Sim (…..) Não (……) As vezes (……)
psicológica antes de qualquer
procedimento medico?
As equipes de atendimento dão apoio Sim (…..) Não (……) As vezes (……)
psicológico em relação ao seu estado de
saúde?
O médico ou enfermeiro conversam Sim (…..) Não (……) As vezes (……)
consigo sobre a sua doença?
Quais são as suas preocupações no
momento?
Em que momento o enfermeiro entra na enfermaria?
Na entrega de serviço (……) Na hora da medicação (……) Quando solicitado (……)
Já ouviu falar de psicólogo? Sim (…..) Não (……)
Acha que é necessária a alocação de um na enfermaria? Sim (…..) Não (……)
Porquê? ……………………………………………………………………………………………
……………………………………………………………………………………………………..
O que acha que tem que melhorar nos cuidados de saúde que a enfermaria vos proporciona?
………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………….
Sofre de uma doença crónica? Sim (…..) Não (……) Não sei (……)
Como é a relação com os outros Boa (…..) Razoável Não satisfatório
pacientes? (……) (……)
Sua família costuma visitar? Sim (…..) Não (……) Não tem família
(…….)
Como é a relação na família? Boa (……) Razoável Não satisfatório
(……) (……)
Muito obrigado por ter aceitado conversar comigo sobre assistência e intervenção
psicológica
32

Anexo II: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (CLE).

Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa sobre Impacto da Intervenção
Psicológica nos Cuidados de Saúde a Doentes Internados nas Enfermarias, tendo como base o
Hospital Provincial de Xai-Xai no 2º Semestre 2022. A pesquisa será conduzida pelo estudante
de psicologia clínica Marcelino Mateus Macambaco, numero do telefone 861211000/840414835
sob orientação do Dr. Agrácio Cumbe, do curso de licenciatura em Psicologia clinica na
facudade de ética e Ciencias Humanas na Universidade São Tomas de Moçambique delegação
de Gaza.

Sua participação consiste em responder as perguntas que lhes são colocados no questionário.
Seus dados pessoais serão preservados. Sua participação é fundamental.
A aceitação em participar dessa pesquisa é voluntária, de modo que, se recusar não afectará a sua
situação na instituição ou no bairro. É garantido ao participante que abandono durante a pesquisa
não acarreta danos a sua situação ou bairro ou na intituição em que encontra. Esta firmado o
compromisso de que as informações colectadas serão utilizadas seguindo os criterios de bioética
e sigilo profissional, resguardando e sua identidade. A divulgação dos dados da pesquisa será
feita segundo os critérios da USTM de apresentação e defesa de monografia. Bem como em
congressos e outros meios mais sem mencionar identidade. Ao final da pesquisa voce poderá
obter conhecimento sobre os resultados se assim o desejar.

Eu......................................................................................................................................................,
residente........................................................, declaro que fui informado sobre a pesquisa e
autorizo minha particpação, assim como publicação dos resultdos.

Assinatura .....................................................................

Xai-Xai, Janeiro de 2023

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