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DANIEL COSTA AMADEU

LÍDIA MAIA MOREIRA

MARIA EDUARDA GARRIDO VIANA

TÚLIO CÉSAR PEDROSO PENHA

TRABALHO SOBRE PROGRAMA UM MILHÃO DE


CISTERNAS

LAVRAS - MG
2019
INTRODUÇÃO

O Programa Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC) surge, em 2003, numa parceria


de trabalho entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e a
Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) (DIAS; COSTA, 2013). E “constitui hoje a
principal política de investimentos públicos na implementação de tecnologia social e consiste
na construção de cisternas feitas de placas de cimento e outras soluções e alternativas
tecnológicas a elas integradas” (DIAS; COSTA, 2013, p. 34).

O P1MC é uma proposta que tem por objetivo a criação de um novo paradigma na
lida do sertanejo com o ambiente em que convive (ASA, 199-). “O processo se inicia pela
mobilização das famílias, seguido de capacitações e se materializa na construção de cisternas
domiciliares de 16.000 litros para captação de água de chuvas” (ASA, 199-, p. 5).

OBJETIVO

O primeiro programa desenvolvido pela ASA, no início dos anos 2000, visa atender a
uma necessidade básica da população que vive no campo: água de beber.
Com esse intuito nasce o Programa Um Milhão de Cisternas, o P1MC, que tem como
principal objetivo melhorar a vida das famílias que vivem na Região Semiárida do Brasil, por
meio do acesso à água de qualidade.

Através do armazenamento da água da chuva em cisternas construídas com placas de


cimento ao lado de cada casa, as famílias passam a ter água potável a alguns passos.
Uma parte significativa dessa conquista deve-se ao fato de que estas famílias passam de
dependentes a gestoras de sua própria água.

Os avanços possibilitados pelo programa não se limitam apenas às famílias, mas para
as comunidades rurais como um todo, pois impactam em fatores como o aumento da
frequência escolar, a diminuição da incidência de doenças em virtude do consumo de água
contaminada e a diminuição da sobrecarga de trabalho das mulheres nas atividades
domésticas.
Dessa forma, com o P1MC, muitas comunidades rurais vêm passando por uma
transformação mais profunda e estruturante. Além disso, com a passagem do programa, ficam
os ensinamentos de que, reunidos e organizados, é mais garantido conquistar direitos
violados. Assim, através do estímulo à organização comunitária, a conquista da cidadania vai
se tornando realidade.

METODOLOGIA

Os princípios metodológicos que orientam a ação do P1MC garantem a mobilização e


a formação das famílias e comunidades rurais como eixo fundamental da ação do
programa.Parte-se do princípio de que incluir a participação das famílias em cada etapa do
processo contribui para a construção do entendimento de que a água é um direito e a cisterna
é uma conquista da família.
O processo de mobilização tem início com a articulação da comissão municipal. É
formada, no mínimo, por três organizações sociais com atuação no município.
As comunidades e famílias são selecionadas a partir dos critérios pré-definidos na estrutura
do programa. Depois de selecionadas, participam do Curso de Gerenciamento de Recursos
Hídricos (GRH) que aborda questões relacionadas ao Semiárido e ao cuidado com a cisterna
e a água.

As capacitações do P1MC são momentos direcionados à formação dos diversos atores


que participam do Programa: famílias, comissões municipais e pedreiros e pedreiras,
promovendo reflexões a respeito do direito à água e das possibilidades de convivência com o
Semiárido.

Após as capacitações, o passo seguinte é a implementação da cisterna de placa de


cimento de 16 mil litros. Uma construção de baixo custo, feita de placas de cimento pré-
moldadas e construídas ao lado das casas por pessoas da própria comunidade capacitadas nos
cursos de pedreiros/as oferecidos pelo P1MC.

A cisterna tem o formato cilíndrico, é coberta e fica semienterrada. O seu


funcionamento prevê a captação de água da chuva aproveitando o telhado da casa, que escoa
a água através de calhas. Trata-se de uma tecnologia simples, adaptada à região semiárida e
de fácil replicação.
Cada cisterna tem capacidade para armazenar 16 mil litros de água, volume suficiente
para abastecer uma família de até seis pessoas, no período de estiagem que pode chegar a oito
meses. O seu funcionamento prevê a captação de água da chuva que cai no telhado da casa e
escoa para a cisterna através das calhas.

Em todas as cisternas são instaladas bombas manuais para retirada da água, placas de
identificação, calhas, tampas, coadores, telas de proteção e cadeados. E todas as tecnologias
são georreferenciadas, ou seja, são coletadas as coordenadas geográficas de longitude e
latitude que permitem a localização da mesma.

CONCLUSÃO

O Programa 1 milhão de cisternas é capaz de articular diversas instituições públicas e


privadas e entidades da sociedade civil, além da construção das cisternas ele conta com
atividades de capacitação e formação destes atores de mudança, o que possibilita um melhor
grau de mobilização e controle social e também passou a fazer com que as famílias pudessem
reivindicar e questionar novas possibilidades e buscar por novos recursos básicos para
melhoria de suas vias , os beneficiários se veem em um ambiente próprio deles e podem ter
perspectiva de futuro, a conquista da água e uma maior segurança hídrica das populações
beneficiadas trás uma reflexão sobre de quão simples a água pode ser considerada mas a
diferença que ela faz na qualidade de vida das pessoas.

Diante de todo o exposto, conclui-se que a construção de cisternas para


armazenamento de água da chuva captada nos telhados, estocando-a para os períodos de
estiagem, é uma solução simples, relativamente barata e que pode contribuir
significativamente no processo de obtenção de água para o consumo humano em todo o
semiárido brasileiro.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto Nº 7.535, de 26 de julho de 2011. Água Para Todos. Brasília, 2011.
BRASIL. Ministério da Integração Nacional.

Programa Água Para Todos. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à


Fome. Relatório de gestão do exercício de 2011. Brasília, 2012. 238 p.

DIAS, R. B.; COSTA, A. B. Estado e sociedade civil na implantação de políticas de cisternas.


In: COSTA, A. B. (Org.). Tecnologia social e políticas públicas. Brasília: Fundação Banco do
Brasil, 2013. p.33-66. 125

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BANCOS; ASSOCIAÇÃO DO PROGRAMA UM


MILHÃO DE CISTERNAS. Anexo II do acordo de cooperação técnica e financeira
celebrado em 31/05/2003: programa de formação e mobilização social para a convivência
com o semiárido: um milhão de cisternas rurais P1MC. FB-101/2003.

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