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PRIMEIRO CASO DISPARADOR: A DECEPÇÃO DO SR.

CECÍLIO

(reparo de fratura óssea)

TECIDO ÓSSEO

TECIDOS

DEFINIÇÃO DE TECIDO: São formados por células organizadas em grupos, que


“trabalhando” de maneira integrada, desempenham, juntas, uma determinada função.
Todo tecido é um agrupamento de células e material intercelular.

O QUE É HISTOLOGIA? É a ciência morfológica que estuda os tecidos que formam


os órgãos do corpo humano.

O QUE É EMBRIOLOGIA? É a ciência morfológica que estuda a origem e formação


dos tecidos e órgãos do corpo humano.
O corpo humano é constituído por 4 tecidos básicos: epitelial, conjuntivo,
muscular e nervoso. Porém cada tecido básico subdivide-se em subtipos ou
variedades: epitelial (tecido epitelial de revestimento, tecido epitelial glandular e
tecido epitelial sensorial ou neuro-epitélio); tecido conjuntivo (tecido conjuntivo
propriamente dito [frouxo] e [denso, que pode ser modelado e não modelado], tecido
conjuntivo especial [adiposo, elástico, mucoso e reticular ou hematopoético], tecido
conjuntivo de suporte [tecido cartilaginoso e tecido ósseo]; tecido muscular [tecido
muscular estriado esquelético, tecido muscular estriado cardíaco e tecido muscular
liso] e o tecido nervoso apenas. Portando temos 16 tecidos formando os órgãos e
sistemas do indivíduo. Para estudá-los precisamos fazer o uso do microscópio para
compreender suas características histológicas, facilitando a compreensão das
patológicas que acometem os tecidos e órgãos.
CLASSIFICAÇAO/VARIEDADES DO TECIDO CONJUNTIVO
TECIDO ÓSSEO
Primeiramente o tecido ósseo é uma variedade de tecido conjuntivo como mostra o
esquema acima, é um tecido conjuntivo de suporte, assim como a cartilagem. É
mineralizado, rigído, vascularizado e inervado, com funções de: proteção de órgãos
vitais, alojar a medula óssea formadora das células do sangue, suporte de partes
moles, proporciona apoio aos músculos esqueléticos, transformando suas contrações
em movimentos e funciona como reserva de cálcio, fosfato e outros íons. Sua matriz
óssea é constituída de 67% de substância inorgânica (fosfato de cálcio na forma de
cristais de hidroxiapatita) e 33% de substância orgânica (95% de colágeno do tipo I e
5% de substância fundamental amorfa). Apresenta 3 tipos celulares: o osteoblasto
que se originou da célula mesenquimal indiferenciada que será a célula responsável
em produzir a matriz óssea e mineraliza-lá, localizada sempre no periósteo
(membrana de tecido conjuntivo denso que reveste externamente o tecido ósseo) e no
endósteo (bainha de tecido conjuntivo que reveste internamente as cavidade ósseas);
o osteócito que se originou do osteoblasto (osteoblasto ao produzir a matriz óssea ao
seu redor, fica aprisionado nas lacunas da matriz óssea, muda de nome para osteócito
e muda de função que será de manutenção da matriz óssea; e por fim o osteoclasto
que se originou de um agrupamento de vários monócitos do sangue, portanto é uma
célula gigante e multinucleada localizada nas lacunas de Howship, superficialmente na
matriz óssea e terá a função de reabsorver a matriz óssea, destruindo a substância
orgânica e liberando na corrente sanguínea a substância inorgânica (mantendo a
calcemia, que é a concentração constante de cálcio no sangue).
O periósteo é uma membrana de tecido conjuntivo denso rica em vasos sanguíneos,
terminações nervosas e células osteogênicas (osteoblastos), portanto protege o tecido
ósseo e permite o crescimento do tecido ósseo em espessura uma vez que nele são
encontrados os osteoblastos.
O endósteo é uma delgada membrana constituída basicamente pelos osteoblastos,
portanto ao produzirem a matriz óssea promoverá a diminuição das cavidades ósseas
onde se alojam a medula óssea, os vasos e terminações nervosas.

Classificações do tecido ósseo: (microscópica) tecido ósseo primário e tecido ósseo


secundário; (macroscópica) esponjoso e compacto.

Tecido ósseo primário ↓


Tecido ósseo secundário ↓

Tecido ósseo compacto e esponjoso ↓

TECIDO ÓSSEO SECUNDÁRIO: Sistemas de Havers

Os sistemas de Havers são encontrados somente no tecido ósseo secundário (nitidamente


visível na diáfise dos ossos longos). Cada sistema de Havers é constituído por: 1 canal de
Havers, 4 a 20 lamelas concêntricas e milhares de lacunas com canalículos. Cada canal de
Havers é revestido pelo endósteo e tem no seu interior um vaso sanguíneo e uma terminação
nervosa; cada lamela concêntrica mede de 3 a 7 micrometros de espessura e são constituídas
de fibras colágenas tipo I paralelas, glicoproteínas e fosfato de cálcio; cada lacuna armazena no
seu interior apenas um osteócito.

Os sistemas de Havers se comunicam entre si pelos canais de Volkmann que da mesma forma
que os canais de Havers são revestidos pelo endósteo e apresentam no seu interior um vaso
sanguíneo e uma terminação nervosa.
TECIDO ÓSSEO PRIMÁRIO: NÃO APRESENTA Sistemas de Havers

Apresenta os mesmos tipos celulares, matriz óssea com fibras colágenas tipo I e glicoproteínas,
apresenta endósteo, apresenta periósteo. O que difere do tecido ósseo secundário é que o
primário não apresenta os sistemas de Havers, é menos mineralizado e apresenta mais
osteócitos. É encontrado apenas nas suturas dos ossos do crânio, nos alvéolos dentais (osso
alveolar propriamente dito e em alguns pontos onde o tendão se insere diretamente no osso.

Processos de ossificações (formação):

1) ossificação intramembranosa;
2) ossificação endocondral.

CONCEITO OU DEFINIÇÃO DE OSSIFICAÇÃO: processo fisiológico de formação de tecido ósseo,


que pode acontecer de duas maneiras: intramembranosa e/ou endocondral.
Ossificação Intramembranosa: formação de tecido ósseo a partir de uma membrana de tecido
conjuntivo rica em células mesenquimais indiferenciadas que se DIFERENCIAM em
osteoblastos (a partir de estímulos), assim imediatamente se inicia a produção de tecido
ósseo.

Exemplos: nasais, frontal, parietais, temporais (exceto a porção petrosa), parte superior do
occipital, maxila, os dois ramos e o corpo da mandíbula e porção mediana (diáfise) da clavícula.

Ossificação Endocondral: formação de tecido ósseo a partir de um modelo de cartilagem


hialina (por substituição), que serve de base de apoio/suporte para formação do novo tecido
ósseo.

Exemplos: ossos longos e ossos curtos.

* Os condrócitos (células da cartilagem), são substituídos por vasos sanguíneos que carregam
as células osteoprogenitoras dos tecidos conjuntivos adjacentes.

ossificação intramembranosa ↓

ossificação endocondral ↓
MECANISMO DE REPARO DE FRATURA ÓSSEA
ETAPAS

1 - hemorragia;

2- hematoma;

3- coágulo;

4 - destruição da matriz óssea e morte celular;

5 - remoção do coágulo e das células mortas pelos macrófagos;

6 - periósteo e endósteo respondem com intensa proliferação formando um tecido muito rico
em células osteoprogenitoras que formam um colar fibroso ao redor das duas extremidades
fraturadas;

7- surgimento de um tecido ósseo primário tanto por ossificação endocondral como


intramembranosa (calo ósseo);

8- remodelação óssea (tecido ósseo primário será substituído pelo tecido ósseo secundário).
DESCREVA o processo de reparo de fratura óssea.

Quando ocorre uma fratura óssea imediatamente ocorre um sangramento (hemorragia) pois
o tecido ósseo é um tecido vascularizado. Consequentemente ocorre um hematoma no
periósteo sendo este rico em vasos sanguíneos. Após ocorrerá a formação de um coágulo,
lembrando que junto a este coágulo existe restos de matriz óssea e células ósseas mortas.
Macrófagos originados dos monócitos do sangue irão fazer a limpeza deste coágulo para que
se inicie o processo de reparo de fratura óssea. Após a limpeza da área de fratura o periósteo e
o endósteo que são ricos em células osteoprogenitoras (formadoras das células ósseas -
osteoblastos) irão formar um anel fibroso rico em fibras colágenas do tipo I entre as duas
extremidades fraturadas. Em seguida esse anel fibroso será substituído por um anel de tecido
ósseo primário (calo ósseo) formado tanto por ossificação intramembranosa quanto
endocondral. Após um determinado tempo/período que depende de vários fatores como
idade do paciente, estado nutricional, estado hormonal, tipo de fratura, localização da fratura,
etc, este calo de tecido ósseo primário será substituído pelo tecido ósseo secundário
(remodelação óssea).
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchôa; CARNEIRO, José, Histologia


básica : texto e atlas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2017. [Disponível na rede de bibliotecas da Unoeste e na BV Minha
Biblioteca]

MATERIAL REVISADO E ATUALIZADO NO DIA 05/02/2023


PARA O PRIMEIRO TERMO DE MEDICINA DA UNOESTE
PROF. DR. EMMANUEL BAZAN
MESTRE E DOUTOR EM HISTOLOGIA
PELA ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA (EPM)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP

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