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Oil & Gas Production operations course

Ferramentas II

[Oil & Gas Production Operations Course]


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1. MEDIÇÕES BÁSICAS.................................................................................................................. 3

1.1 A NECESSIDADE DE FERRAMENTAS DE MEDIDA EXACTA ........................................... 3

1.2 SISTEMA INGLÊS E MÉTRICO ............................................................................................ 3

1.3 RÉGUAS ................................................................................................................................ 5

1.4 RÉGUAS DE AÇO FLEXÍVEIS .............................................................................................. 7

1.5 MEDIÇÃO DE CIRCUNFERÊNCIA DE UM TUBO................................................................ 8

1.6 MEDIÇÃO DE UMA DISTÂNCIA INTERIOR USANDO UM METRO ARTICULADO ........... 9

1.7 ESQUADRO RECTO ............................................................................................................. 9

1.8 NÍVEL ................................................................................................................................... 10

1.9 FITA MEDIDORA DE TANQUES ......................................................................................... 11

2. BROCAS E BERBEQUINS ........................................................................................................ 12

2.1 BROCAS HELICOIDAIS ...................................................................................................... 12

2.2 BERBEQUINS ...................................................................................................................... 15

2.3 COMO FURAR ..................................................................................................................... 17

3. MANDRIS ................................................................................................................................... 20

4. MACHOS DE ROSCAR ............................................................................................................. 22

5. TARRAXAS OU CAÇONETES .................................................................................................. 23

5.1 COMO RETIRAR UM PERNO OU PARAFUSO PARTIDO ................................................ 24

6. FERRAMENTAS PARA TUBOS ................................................................................................ 26

6.1 CHAVE DE CORRENTE ...................................................................................................... 26

6.2 CHAVE DE TUBOS .............................................................................................................. 26

6.3 CHAVE INGLESA ................................................................................................................ 29

6.4 CORTA-TUBOS ................................................................................................................... 30

6.5 MANDRIS PARA TUBOS..................................................................................................... 32

6.6 TARRAXAS .......................................................................................................................... 33

6.7 MACHOS DE ROSCAS PARA TUBOS ............................................................................... 36

6.8 TORNOS PARA TUBOS ...................................................................................................... 38

6.9 GRAMPOS ........................................................................................................................... 40

7. AR COMPRIMIDO PARA FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS ................................................... 41

7.1 O AR COMPRIMIDO ............................................................................................................ 41


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7.2 FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS PORTÁTEIS.................................................................. 42

7.3 SEGURANÇA ....................................................................................................................... 43

7.4 REQUISITOS DO AR ........................................................................................................... 43

7.5 O FILTRO DO AR E LUBRIFICADOR ................................................................................. 44

7.6 REGULADOR DA PRESSÃO DO AR .................................................................................. 45

7.7 MANGUEIRAS DE AR E UNIÕES ....................................................................................... 45

8. ABRASIVOS ............................................................................................................................... 47

8.1 O QUE SÃO ABRASIVOS ................................................................................................... 47

8.2 ABRASIVOS NATURAIS ..................................................................................................... 47

8.3 ABRASIVOS ARTIFICIAIS ................................................................................................... 47

8.4 FORMAS DE ABRASIVOS .................................................................................................. 49

8.5 ABRASIVOS REVESTIDOS ................................................................................................ 51

8.5.1 PAPEL DE LIXA ............................................................................................................ 51

8.5.2 ABRASIVOS REVESTIDOS DE GRÃO ABERTO ........................................................ 52

8.5.3 ABRASIVOS REVESTIDOS DE GRÃO FECHADO ..................................................... 52

8.5.4 DESIGNAÇÕES ............................................................................................................ 53

8.6 SUPORTES .......................................................................................................................... 55

8.7 ABRASIVOS AGLOMERADOS ........................................................................................... 56

8.8 FORMATO DAS RODAS ..................................................................................................... 56

8.9 EQUIPAMENTO DE DESGASTE QUE USAM ABRASIVOS REVESTIDOS ..................... 57

8.9.1 MÁQUINAS PORTÁTEIS DE RECTIFICAR A DISCO ................................................. 57

8.9.2 LIXADORAS PORTÁTEIS ............................................................................................ 61

8.9.3 REGRAS DE SEGURANÇA ......................................................................................... 63

8.10 EQUIPAMENTOS QUE USAM ABRASIVOS AGLOMERADOS ....................................... 64

8.10.1 RECTIFICADORAS PORTÁTEIS ............................................................................... 64

8.10.2 REGRAS DE SEGURANÇA ....................................................................................... 67


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1. MEDIÇÕES BÁSICAS

1.1 A NECESSIDADE DE FERRAMENTAS DE MEDIDA EXACTA

Antes desta era das máquinas, os instrumentos de medida exacta não eram importantes.
As unidades de medida eram tomadas de coisas vulgares: o comprimento do pé de um homem,
por exemplo, era geralmente aceite como unidade de comprimento; o mesmo aconteceria com o
palmo. Com o advento das máquinas, no entanto, a ordem das coisas alterou-se completamente,
e a medida exacta tornou-se de importância crítica. Num motor a gasolina, para dar um exemplo,
as folgas dos êmbolos e dos cilindros tem de ser absolutamente exactas, pois de outro modo o
motor não funcionará correctamente.

1.2 SISTEMA INGLÊS E MÉTRICO

O sistema métrico para as medidas de comprimento baseia-se no metro, o qual é igual a


39,37 polegadas. O metro pode ser dividido em décimos, centésimos e milésimos. O decímetro é
igual a 1/10 m (um décimo do metro), ou 0,1 m; o centímetro é igual a 1/100 m, ou 0,01 m; e, o
milímetro é igual a 1/1000 m, ou, 0,001 m. Assim há 10 dm (dez decímetros), 100 cm (cem
centímetros), ou 1000 mm (mil milímetros) por metro. Estas unidades de comprimento podem ser
facilmente convertidas do sistema métrico para o sistema inglês e vice-versa, usando os
seguintes factores de conversão:

1 m = 39,37 in (polegadas)

1 dm = 3,937 in

1 cm = 0,3937 in

1 mm = 0,03937 in

1 in = 25,4 mm

1 in = 2,54 cm

1 ft(pé) = 12 in

1’(ft ou pé) = 30,48 cm


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A abreviatura de polegadas (in) também se pode escrever (“). Alguns problemas de


exemplificação mostrarão como são usados estes factores.

PROBLEMAS DE EXEMPLIFICAÇÃO

Problema 1. Converter 5/8 in. (ou 5/8”) em milímetros.

Solução. De acordo com o factor de conversão,

5
1 in = 2,54 cm, teremos que in é igual a
8

5
x 25,4 = 15,875 mm
8

Problema 2. Converter 0.11811 in em centímetros.

Solução. De acordo com o factor de conversão,

1 in = 2,54 cm, teremos que 0,11811 in é igual a

0,11811 x 2,54 = 0,2999 cm.

Problema 3. Converter 15,875 mm em polegadas.

Solução. De acordo com o factor de conversão,

0,03937 in = 1 mm, teremos que 15,875 mm é igual a

15,875 x 0,03937 = 0,625 in ou 5/8 in.


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1.3 RÉGUAS

A figura 1 mostra alguns dos tipos de réguas usadas correntemente. Limitar-nos-emos


apenas àquelas que indicam unidades de medidas inglesas. No entanto, poderão ser também
encontradas réguas graduadas no sistema métrico.

FIG. 1 — DE TODOS OS INSTRUMENTOS DE MEDIDA, O MAIS SIMPLES E O MAIS


VULGAR É A RÉGUA DE AÇO. ESTA RÉGUA TEM GERALMENTE 6 A 12
POLEGADAS, EMBORA TAMBÉM SE ENCONTREM COM OUTROS COMPRIMENTOS
TAIS COMO, 4 E 18 POLEGADAS. AS RÉGUAS DE AÇO PODEM SER FLEXÍVEIS OU
NÃO FLEXÍVEIS. QUANTO MAIS FINA (OU MENOS ESPESSA) FOR A RÉGUA, MAIS
FÁCIL É MEDIR COM ELA, UMA VEZ QUE AS MARCAS DE GRADUAÇÃO FICAM
MAIS PRÓXIMAS DO TRABALHO.

As réguas de aço, tem os seus bordos graduados de várias maneiras. Uma régua de aço de
6 in está representada na figura 2. Em algumas réguas a polegada está dividida em meios-
centésimos e em centésimos.

FIG. 2 - CADA GRADUAÇÃO NO BORDO INFERIOR, MARCADO COM UM É IGUAL A 1/8


IN. 0 BORDO SUPERIOR, MARCADO COM UM 16>, TEM 16 GRADUAÇÕES, CADA UMA
DELAS IGUAL A 1/16 IN. OS MESMOS BORDOS, NA FACE POSTERIOR DA RÉGUA SÃO
GERALMENTE GRADUADOS EM TRINTA E DOIS AVOS E SESSENTA E QUATRO AVOS
DE POLEGADA.
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Cada graduação na escala dos centésimos é igual a 0,010 in. Uma régua de aço pode estar
equipada com patilha, gancho ou batente numa das extremidades, conforme a figura 3.

FIG. 3- COM A UTILIZAÇÃO DO BATENTE OU GANCHO, PODE AZER-


SE UMA MEDIÇÃO EXACTA QUANDO NÃO É POSSÍVEL VER SE O
ZERO DA RÉGUA ESTÁ A COINCIDIR COM O PONTO A PARTIR DO
QUAL QUEREMOS TOMAR A MEDIDA. EXISTEM RÉGUAS EM QUE O
BATENTE PODE SER RETIRADO, OU PODE SER AJUSTADO, DE
MODO A QUE O INÍCIO DA DISTÂNCIA A MEDIR COINCIDA SEMPRE
COM A MARCA ZERO DA RÉGUA.

Por vezes é necessário medir um comprimento num local de difícil acesso, onde uma
régua vulgar não serve ou não cabe. Para fazer tal medição, a régua curta, que a figura 4
mostra, pode ser usada.

FIG. 4- A REÉGUA ESTÁ MONTADA NUM PUNHO, NO QUAL PODE SER


COLOCADA EM QUALQUER ÂNGULO. AS GARRAS DO PUNHO TÊM UMA
FENDA (NÃO VISÍVEL) PARA SEGURAR A RÉGUA NUMA POSIÇÃO FIXA. AS
GARRAS PODEM SER APERTADAS OU DESAPERTADAS RODANDO O
PARAFUSO DE FIXAÇÃO NA OUTRA EXTREMIDADE DO PUNHO.
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Para medir comprimentos maiores que 18 in, pode usar-se um metro articulado de aço,
madeira ou alumínio. Os metros articulados têm normalmente 2 a 6 ft., de comprimento. No
entanto, para efectuar medidas mais exactas é preferível utilizar-se a fita métrica dado que o
metro articulado após algum tempo de uso, cria folgas nas juntas ou dobras.

1.4 RÉGUAS DE AÇO FLEXÍVEIS

As réguas de aço flexíveis também são feitas em diversos comprimentos e com


diferentes sistemas de graduação. Algumas réguas de aço flexível têm 24 in, ou menos, de
comprimento e são mantidas estendidas quando não estão em uso. No entanto uma tal régua,
pode ser dobrada em arco se for necessário efectuar uma medição ao longo de uma superfície
curva — como por exemplo o perímetro de uma polia ou de um carreto.

Um outro tipo de régua de aço flexível -, chamada fita métrica, é enrolada numa caixa,
como a da figura 5. Uma régua deste tipo tem geralmente entre 6 a 12 ft (pés) de comprimento.
Embora a fita seja suficientemente flexível para ser dobrada em arco ou em pequenas curvas, é
também suficientemente rija para se suportar a si mesma quando é desenrolada da caixa numa
posição horizontal ou vertical.

As extremidades da caixa são paralelas e geralmente afastadas 2 in., uma da outra. O


fundo também está em ângulo recto com estas extremidades, de modo que a caixa pode
encaixar perfeitamente no interior de um canto quadrado. Se quiser medir uma distância entre
duas superfícies, segure o lado exterior da caixa contra uma das superfícies, e para compensar
a largura da caixa, adicione 2 in à posição de fita que sair da caixa.

FIG. 5 — PARA EVITAR TORCER OU DOBRAR A


FITA, PUXE-A A DIREITO DA CAIXA. NÃO DOBRE A
FITA PARA TRÁS. COM A MÃO, AUXILIE A FITA A
RECOLHER-SE DENTRO DA CAIXA. SE SE
PERMITIR QUE A FITA SE RECOLHA
BRUSCAMENTE, ELA PODE TORCER-SE, DOBRAR-
SE, OU, DE QUALQUER OUTRA MANEIRA
DANIFICAR-SE.

Uma fita métrica é geralmente equipada com um batente deslizante, que ajusta a
posição do ponto zero da escala, de modo a permitir que se façam medidas exactas quer
interiores quer exteriores. Quando a face interior do batente está em contacto com uma
superfície, esta face coincide com a marca zero da régua (figura 6). Quando a face interior do
batente está em contacto com a superfície, puxa-se a régua de modo que o batente ao deslizar,
faca coincidir a sua face interior com o zero da régua (figura 7).
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FIG. 6 — NOTE QUE O BATENTE NA


EXTREMIDADE DA FITA ESTÁ FIXADO DE
MANEIRA QUE SE PODE MOVER LIGEIRAMENTE
PARA TRÁS E PARA DIANTE. PODENDO MOVER-
SE DESTA MANEIRA, O BATENTE DESLIZA PARA
TRÁS QUANDO SE TIRAM MEDIDAS INTERIORES.
PARA TIRAR UMA MEDIDA INTERIOR USANDO A
FITA MÉTRICA, ESTENDA A FITA ENTRE AS DUAS
SUPERFÍCIES, COMO MOSTRA A FIGURA.

FIG. 7 - PARA MEDIR UMA DIMENSÃO EXTERIOR


USANDO UMA FITA MÉTRICA, ENGANCHE O
BATENTE SOBRE O BORDO DO OBJECTO A MEDIR
E PUXE A FITA EXTRAINDO-A DA CAIXA NUMA
EXTENSÃO SUFICIENTE PARA PERMITIR A
MEDIÇÃO DA DISTÂNCIA DESEJADA.

1.5 MEDIÇÃO DE CIRCUNFERÊNCIA DE UM TUBO

O comprimento à volta de um tubo, a sua circunferência, ou perímetro exterior, pode ser


medido usando-se uma fita métrica que contorne a forma cilíndrica do tubo. Ao medir um tubo,
certifique-se de que a fita fica bem ajustada à sua volta, de modo que a leitura obtida seja
realmente a verdadeira distância à volta do tubo. Isto é muito importante, principalmente quando
se mede um tubo largo. Segure a fita como se mostra na figura 8.

FIG. 8 - FAÇA A LEITURA USANDO A


MARCA DAS 2 IN, COMO PONTO DE
REFERÊNCIA. NESTE EXEMPLO, A
MEDIDA CORRECTA È ENCONTRADA
SUBTRAINDO-SE 2 IN À LEITURA DADA
PELA FITA NA MARCA DAS 12 IN. DESTA
MANEIRA, AS PRIMEIRAS 2 IN DA FITA
SERVIRÃO APENAS COMO UMA PEGA
PARA MANTER SEGURA A FITA.
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1.6 MEDIÇÃO DE UMA DISTÂNCIA INTERIOR USANDO UM METRO ARTICULADO

Para obter uma medida interior, por exemplo, o interior de uma caixa, um metro
articulado de 6 ou 7 in equipado com uma extensão, é uma boa ferramenta. Para fazer a
medição interior, primeiro desdobre o metro articulado, tanto quanto possível, até à distância
aproximada a medir.

FIG. 9 — NESTE EXEMPLO, O COMPRIMENTO DO CORPO PRINCIPAL DO


METRO-ARTICULDO É DE 13, E A EXTENSÃO FOl EXTRAÍDA 3 3/16 IN. A
MEDIDA TOTAL DO INTERIOR DA CAIXA, É PORTANTO, 16 3/16 IN.

Depois, estenda a extremidade do metro até à parede da caixa, e Ieia o comprimento ate
onde ela se estende. E, finalmente, adicione o comprimento da extensão ao comprimento do
corpo principal do metro (veja a figura 9).

1.7 ESQUADRO RECTO

O instrumento representado na figura 10, chamado esquadro recto ou, simplesmente,


esquadro metálico, consiste de uma Iâmina e uma base coladas, uma em relação à outra, num
ângulo de 90º, ou ângulo recto. A base e a lâmina são feitas de modo a garantirem linhas
perfeitamente direitas e perpendiculares.
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FIG. 10 — ESTE ESQUADRO É USADO ESTRITAMENTE


PARA MARCAR OU VERIFICAR LINHAS OU
SUPERFÍCIES QUE TENHAM DE ESTAR EM ÂNGULO
RECTO COM OUTRAS. MUITOS ESQUADROS RECTOS
SÃO FABRICADOS COM A LÂMINA GRADUADA EM
POLEGADAS E FRACÇÕES DE POLEGADAS. O
COMPRIMENTO DE LÂMINA VARIA ENTRE 2 E 12 IN.

Ao utilizar um esquadro para determinar se duas superfícies estão em ângulo recto uma
em relação à outra, coloque uma das arestas da base sobre a superfície tomada como
referência, e encoste uma das arestas da lâmina na outra superfície a ser verificada. As arestas
a serem usadas dependem das posições relativas das superfícies. Se o ângulo for um ângulo
recto exacto, a aresta da lâmina ficará em contacto com a superfície no seu inteiro comprimento.
Um espaço entre a aresta da lâmina e a superfície, significa que a superfície tem que ser
ajustada, pois não está a 90º com a outra. Os cantos da lâmina não devem ser usados para
verificar qualquer trabalho.

1.8 NÍVEL

A figura 11 mostra um instrumento vulgarmente usado, o nível. A estrutura deste


instrumento tem dois lados paralelos. Quando a bolha de ar está no centro do tubo, isto é, entre
as duas marcas feitas no centro do tubo, significa que os dois lados mais longos da estrutura
estão exactamente na horizontal. Se os lados não estiverem na horizontal, a bolha ficará
colocada mais perto da extremidade do tubo que estiver mais alta.

FIG. 11 — OS NIVEIS DESTINAM-SE A MOSTRAR SE UMA SUPERFÍCIE É OU


NÃO VERDADEIRAMENTE HORIZONTAL OU VERDADEIRAMENTE VERTICAL.
O NÍVEL É UMA SIMPLES ESTRUTURA METÁLICA NA QUAL SÃO MONTADOS
TUBOS DE VIDRO LIGEIRAMENTE CURVADOS, QUASE COMPLETAMENTE
CHEIOS DE UM LÍQUIDO, COMO O ÁLCOOL DE MODO QUE APENAS UMA
PEQUENA BOLHA DE AR PERMANEÇA DENTRO DO TUBO. UMA SUPERFÍCIE
ESTÁ PERFEITAMENTE ALINHADA NA HORIZONTAL OU VERTICAL, SE A
BOLHA DE AR ESTIVER CENTRADA ENTRE UM PAR DE LINHAS, FEITAS NO
TUBO.
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Este instrumento pode ser usado para determinar se uma linha ou superfície está na
horizontal. Um dos lados mais longos é colocado sobre a superfície ou ao longo da linha. Se a
bolha não ficar no centro do tubo onde está encerrada, a superfície ou a linha não estão na
horizontal; o trabalho deve ser movido de modo a que a bolha venha exactamente para o centro
do tubo.

O nível pode também ser usado para verificar se uma superfície ou linha está na vertical.
Para este fim, usa-se a bolha dentro de um dos tubos verticais.

Quando um dos lados mais longos do instrumento é encostado à superfície ou linha


vertical, a bolha que estiver visível deve ficar no centro do seu tubo, entre as duas marcas. Se
ela não ficar, a superfície ou linha tem que ser deslocada até que a bolha venha exactamente
para o centro do tubo que a contém. Quando isto acontecer, a superfície ou linha estará então na
vertical.

1.9 FITA MEDIDORA DE TANQUES

Utiliza-se para medir o nível do líquido armazenado nos tanques. A escala vem graduada
no sistema inglês (polegadas e pés).

Torna-se necessário limpar a fita depois de cada medição.

PARA EFECTUAR UMA MEDIÇÃO COM ESTE TIPO DE FITA VAI-


SE DESENROLANDO GRADUALMENTE ATÉ O PESO ATINGIR O
FUNDO DO TANQUE, FAZENDO-SE ENTÃO A LEITURA NA
ESCALA GRADUADA.
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2. BROCAS E BERBEQUINS

2.1 BROCAS HELICOIDAIS

Brocar furos é uma tarefa comum. Mas o que pode parecer algo simples e fácil de se
fazer, não deve ser tornado de ânimo leve. Brocar correctamente é uma coisa que só se
consegue com a prática e muita habilidade. Quando um furo é mal brocado, ele pode não acabar
exactamente onde deve, ficar oval ou cónico.

FIG. 12 — AS BROCAS HELICOIDAIS SÃO FEITAS QUER DE AÇO-CARBÓNICO QUER


DE AÇO RÁPIDO. AS BROCAS DE AÇO-RÁPIDO SÃO AS MELHORES, PORQUE PODEM
ABSORVER UMA MAIOR QUANTIDADE DE CALOR SEM QUE O METAL DE QUE SÃO
FEITAS EMPENE OU ENFRAQUEÇA. POR OUTRO LADO, NÃO É NECESSARIO O USO
DE UM AGENTE LUBRIFICADOR NESTE TIPO DE BROCA EM CONDIÇÕES NORMAIS
DE TRABALHO.

O nome comum da ferramenta que se usa para brocar é a broca helicoidal (figura 12). A
broca helicoidal é feita de um pedaço de varão de aço. As suas partes principais são o corpo, a
haste e a ponta ou bordo cortante. O corpo possui caneluras ou rasgos, em espiral e ao longo de
toda a sua extensão. Estes rasgos fornecem, as aparas que vão sendo cortadas do fundo do
furo, uma passagem através da qual elas saem para o exterior. É também por estas caneluras
que podem passar os líquidos lubrificantes ou arrefecedores que se fazem chegar à ponta da
broca.
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Note que a figura 12 tem representado dois tipos de hastes de brocas helicoidais: a
direita e a cónica.

As brocas de haste direita são seguras num berbequim apertadas pela bucha deste
(figura 13). São usadas na maioria das máquinas de furar portáteis.

A haste cónica de uma broca helicoidal permite que esta seja rápida e
correctamente introduzida no veio de um engenho de furar, sem que seja necessário usar
uma chave para esse efeito. A haste cónica da broca, encaixa-se no alvéolo rotativo da
máquina de furar, quando a broca é introduzida com uma ligeira pressão no alvéolo. A
pressão de trabalho sobre a broca aumenta a sua fixação ao alvéolo.

FIG. 13— UMA BUCHA DE BERBEQUIM TEM TRÊS MAXILAS OU GARRAS, QUE SE
FECHAM SOBRE A HASTE DA BROCA PRENDENDO-A CENTRADA COM BUCHA. UMA
CHAVE EM <<T>>, CONHECIDA COMO A CHAVE DE BUCHAS OU CHAVE DE BERBEQUIM,
É USADA PARA APERTAR E DESAPERTAR AS MAXILAS DA BUCHA.

As brocas helicoidais de haste cónica, têm hastes de diferentes medidas. E, se for


necessário usar uma broca helicoidal com uma haste mais estreita do que o alvéolo, pode-se
colocar uma manga sobre a haste da broca para a fazer caber no alvéolo.

A medida de uma broca helicoidal de haste direita é impressa na sua haste; a de uma
broca helicoidal de haste cónica é gravada no seu pescoço.

As medidas de brocas helicoidais são standards, expressas em números e em letras. As


brocas numeradas — oitenta tamanhos ao todo — desde o nº 80 ao nº 1, da mais fina à mais
grossa, vão desde 0,0135 a 0,228 polegadas de diâmetro. Medidas ligeiramente mais grossas
são designadas pelas letras do alfabeto — de A a Z, da mais fina à mais grossa - e vão desde
0,234 a 0,413 polegadas de diâmetro.
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FIG. 14

As medidas intermédias ou tamanhos fraccionais situam-se entre as medidas expressas


em números e em letras. Também há brocas helicoidais com as medidas no sistema métrico,
sendo os seus diâmetros dados em milímetros e em décimos de milímetros. Se os dizeres da
medida estiverem gastos ou apagados e não puderem ser lidos, pode utilizar-se um calibrador
de brocas ou fieira, como o da figura 14, para determinar a medida da broca.

Introduz-se simplesmente a ponta da broca em cada um dos furos do calibrador até se


encontrar um em que a broca caiba à justa. Se a broca não couber no furo de medida
imediatamente inferior, está encontrada a medida da broca.
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2.2 BERBEQUINS

Os pequenos furos podem ser executados com um berbequim de mão, (figura 15),
muitas vezes chamado <<batedor de ovos>>. Mas, verá que um berbequim eléctrico
portátil é muito mais eficaz. Primeiro, porque o berbequim eléctrico portátil é mais rápido e
requer menor esforço. Segundo, porque é mais fácil fazer um furo mais Iimpo e mais exacto
com uma ferramenta eléctrica.

FIG. 15 — NUM BERBEQUIM MANUAL, A BUCHA É


ACCIONADA ATRAVÉS DE UMA ENGRENAGEM QUE É
POSTA EM MOVIMENTO ATRAVÉS DE UMA MANIVELA.
AO USAR UM BERBEQUIM, VOCÊ DEVE TER O
CUIDADO DE ENCAIXAR A BROCA FIRMEMENTE À
BUCHA, E DE APLICAR PRESSÃO AO BERBEQUIM
SOMENTE EM ÂNGULO RECTO COM O TRABALHO.

Os berbequins eléctricos são identificados pelo calibre da bucha ou da cabeça rotativa e


todos os que se destinam ao uso industrial são de ½ e 3/4 polegadas. A figura 16 mostra um
berbequim eléctrico típico.

Os berbequins eléctricos mais modernos têm um controlo variável de velocidade: quanto


mais o gatilho é pressionado, mais alta é a velocidade.

Uma patilha de comando permite inverter o sentido da rotação do motor do berbequim, o


que é bastante útil quando a broca fica encravada na peça a furar.
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FIG. 16 — EXISTEM BERBEQUINS ELÉCTRICOS DE DIFERENTES


TRABALHOS E VELOCIDADES. O TAMANHO DE UM BERBEQUIM É
IGUAL Á MEDIDA DA MAIOR BROCA QUE A SUA BUCHA PODE
PRENDER. FOR EXEMPLO, UM BERBEQUIM DE ½ IN ACEITA
QUALQUER BROCA DE MEDIDA ATE 1/2 IN DE DIÂMETRO.

Para permitir furar em locais de difícil acesso, existem berbequins industriais equipados
com engates rotativos dobrados em ângulos de 90º e 33º e com tubos de extensão. Também
existem uniões de engate para fornecer velocidade adicional para berbequins de uma ou de
duas velocidades (figura 17).

FIG. 17 — AS BUCHAS ARTICULADAS DÃO MUITO JEITO QUANDO SE QUER


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FURAR ONDE O ACESSO COM UM BERBEQUIM NORMAL É DIFÍCIL, ENTRE AS

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DUAS TRAVES, OU MUITO JUNTO A UM CANTO, POR EXEMPLO. OS


TUBOS DE EXTENSÃO, EQUIPADOS COM UM VEIO DE
TRANSMISSÃO, NO INTERIOR, SÃO TAMBÉM ÚTEIS PARA FURAR EM
LOCAIS DIFÍCEIS DE ALCANÇAR.

As cabeças rotativas da maioria dos berbequins têm buchas para fixar brocas helicoidais
de haste direita. A chave de buchas é inserida em qualquer dos três furos respectivos, igualmente
espaçados à volta do nariz da bucha, e rodada para que as maxilas da bucha apertem e prendam
a broca. Ao apertar a bucha, é conveniente fazer sempre o seguinte: após ter apertado a bucha
com a chave num dos três furos, deverá passá-Ia pelos restantes para a acabar de apertar. Isto
uniformizará a pressão de aperto em todas as três maxilas da bucha, e proporcionará uma maior
e melhor prisão da haste da broca helicoidal.

2.3 COMO FURAR

Existem muitas regras de bom-senso a seguir quando se usa um berbequim eléctrico.


Primeiro, use uma protecção para os olhos e certifique-se de que o motor está ligado à terra. Isto
requer uma ficha de três pernos para a tomada de 220 V. O segundo cuidado é com o chão,
soalhos húmidos ou molhados. Terceiro, nunca use roupa larga ou solta, por exemplo, a camisa
fora das calcas, gravata ou lenço de pescoço, quando trabalhar com berbequins eléctricos ou
movidos a ar comprimido.

Tais roupas podem ser apanhadas pelas partes rotativas do berbequim e causar danos
ou ferimentos.

Para fazer abrir um furo numa peça de metal, com um berbequim portátil, siga Os
seguintes passos:

1. Marque o local exacto onde quer o furo, com um punção de bico (figura 18).
Certifique-se de que a marca do punção fica suficientemente grande para aceitar o
ponto central dos bordos cortantes da ponta da broca, pois em contrário, a broca
escorregará.

FIG. 18 — O PUNÇÃO DE BICO É USADO PARA


MARCAR O CENTRO DOS FUROS A ABRIR. A
PEQUENA MOSSA OU DEPRESSÃO FEITA PELO
PUNÇÃO DÁ À BROCA HELICOIDAL UM PONTO
DE APOIO INICIAL; ELA PERMITE QUE A BROCA
<<MORDA>> IMEDIATAMENTE. ISTO IMPEDE
QUE A BROCA ESCORREGUE E SE DESVIE DA
LOCALIZAÇÃO EXACTA DO FURO A FAZER,
DANIFICANDO A SUPERFÍCIE METÁLICA
ADJACENTE OU DESVIANDO O FURO.
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2. Inspeccione as maxilas da bucha do berbequim e a haste da broca, e retire toda a


sujidade ou rebarbas nelas alojadas. Verifique também se a ponta da broca tem
as arestas afiadas. Se elas estiverem rombas, afie a broca ou arranje uma nova.

3. Introduza a broca na bucha do berbequim. Rode a bucha para a apertar


ligeiramente contra a haste da broca. Rode com a mão, a broca na bucha para a
acomodar correctamente no interior das maxilas. Em seguida, use a chave do
berbequim para apertar as maxilas contra a haste da broca helicoidal. Depois,
ligue o berbequim durante uns segundos e verifique se a broca roda direita. Se a
haste da broca não estiver bem presa na bucha, ou se a broca estiver empenada,
a broca abanará ao rodar.

4. Certifique-se de que a peça de trabalho está bem segura.

5. Coloque cuidadosamente a ponta da broca helicoidal na marca feita pelo punção


de bico na peça de trabalho. Segurando o berbequim com as duas mãos, aplique
uma ligeira pressão.

6. Certifique-se de que a broca está no ângulo desejado, geralmente 90º, com a


superfície a ser furada. Aplique óleo de corte, se necessário.

7. Segure o berbequim firmemente. Se tiver de fazer um furo largo, dois homens


têm de segurar o berbequim. Certifique-se de que tem os seus pés bem
assentes no chão.

8. Ligue o motor do berbequim. A princípio aplique uma pequena pressão sobre a


broca, e assim que ela começar a cortar através da peça de trabalho, aumente a
pressão. Se for necessário aplique óleo de corte. Pode dizer-se que uma broca
helicoidal está a cortar bem, quando há um contínuo fluir de aparas pelas
caneluras da broca. Se as aparas não saírem, aumente a pressão sobre a
superfície de trabalho; se isto não resultar, pare de furar e inspeccione a broca e
a peça de trabalho. Pode ser que a broca helicoidal esteja romba, ou o trabalho
seja demasiado duro para ela. Por vezes, as aparas acumulam-se e encravam-
se nas caneluras da broca durante a furação. Se isto acontecer, retire umas
quantas vezes a broca do furo, sem parar de furar, para que as caneluras se
possam limpar.

9. Quando a broca helicoidal estiver quase a trespassar o fundo do furo, diminua a


pressão da broca; de contrário, a broca pode <<agarrar>> ao despontar na outra
face da peça de trabalho.
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10. Ao abrir furos de diâmetro mais largo, pode muitas vezes reduzir o esforço
necessário para este tipo de furação, fazendo primeiro um furo <<guia>> ou
<<piloto>> com uma broca helicoidal mais fina e a seguir, furar ao longo deste
primeiro furo, com uma broca helicoidal já da medida desejada. A broca que fizer
o furo <<piloto>> não deve ser demasiado grossa, pois de contrário, a broca que
se usar a seguir poderá agarrar, isto é, encravar-se no furo mais estreito ou
começar a vibrar.

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3. MANDRIS

Dado que uma broca corta apenas com a sua ponta, um furo brocado é geralmente
áspero e ligeiramente mais largo do que o diâmetro da broca. Isto é usualmente aceitável para
parafusos e rebites; mas para fazer um furo para um perno-guia, por exemplo, requere-se um
trabalho mais perfeito e mais preciso.

Usa-se um mandril para alargar e acabar um furo brocado para o diâmetro requerido;
somente é retirado, mandrilado, o material suficiente para que desapareçam as marcas deixadas
pela broca.

O mandrilado manual, quando executado por um profissional habilidoso, constitui o


método mais preciso de efectuar esta operação, e é muitas vezes feito após o mandrilado à
máquina. Somente o mandrilado manual será aqui considerado.

O mandril manual tem sulcos de bordos afiados, lâminas que fazem o corte raspando o
interior do tubo. A ponta, ou bico, do mandril não corta. O que é exactamente o contrário do que
faz a broca. Portanto, o mandril corta com o gume exterior da parte cortante da ferramenta.

Há diversos tipos de mandris manuais: de sulcos direitos e sulcos helicoidais ou em


espiral; cónicos ou chanfrados; ajustáveis; expansíveis e pino cónico. Os mandris de sulcos
direitos e sulcos helicoidais são mostrados na figura 19. O mandril de sulcos direitos é para uso
geral, enquanto que o de sulcos helicoidais ou de espiral é utilizado quando um furo é
interrompido por uma fenda ou ranhura. A parte sulcada destas ferramentas é cónica ou
chanfrada para ajudar o mandril a penetrar no furo.

FIG. 19 — É QUASE IMPOSSÍVEL PRODUZIR UM FURO QUE SEJA


EXACTAMENTE DO MESMO DIÂMETRO QUE A BROCA QUE O FUROU. PARA
CERTOS TIPOS DE TRABALHOS, AS BROCAS SÃO SATISFATÓRIAS; MAS
QUANDO SE REQUER UM ALTO GRAU DE PRECISÃO, TÊM QUE SER
USADOS OUTROS MEIOS PARA ACABAR OS FUROS TAIS COMO, O USO DE
MANDRIS COMO OS QUE SÃO MOSTRADOS NA FIGURA. MANDRIS É A MAIS
COMUM DAS FERRAMENTAS USADAS PARA ACABAR UM FURO.
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Quando bem executado, o mandrilado à mão produz furos muito precisos, direitos e
redondos. Para mandrilar à mão um furo, primeiro broque ou mandrile o furo num diâmetro
inferior ao diâmetro desejado. Geralmente, a quantidade de material deixado no furo e a ser
retirado varia com o trabalho e o diâmetro do furo, mas regra geral, um diâmetro inferior ao final
em 0,005 a 0,007 polegadas (0,13 a 0,18 mm) mostra ser satisfatório para a maior parte dos
efeitos.

Antes de mandrilar, prenda a peça de trabalho numa posição tal que o mandril possa ser
seguro na vertical. Escolha o mandril com o tamanho desejado.

Prenda o mandril numa palmatória, suporte para mandris. Introduza o mandril no furo e
rode-o lenta e levemente no sentido dos ponteiros do relógio, figura 20, à medida que o vai
metendo pelo furo dentro. Quando retirar um mandril de um furo acabado de mandrilar, continue
a rodar no sentido dos ponteiros pois os gumes podem ficar rombos e o furo pode ficar
arranhado. Ao mandrilar aço e a maior parte dos outros metais, use um fluido adequado para
lubrificar a operação de corte: Não é precisa qualquer lubrificação para o ferro fundido e o bronze.
Não use um mandril manual numa máquina, porque arruinaria o mandril.

Ao mandrilar, há dois cuidados a observar: 1) rode o mandril lenta e suavemente, e 2) rode


sempre o mandril numa só direcção, mesmo enquanto o retira do furo. Os mandris são peças
delicadas de danificar. Mantenha-os limpos, levemente oleados e arrumados numa caixa própria
de madeira.

FIG. 20 — QUANDO SE USA UM MANDRIL,


RODA-SE SEMPRE O MANDRIL PARA A
DIREITA (SENTIDO DOS PONTEIROS DO
RELÓGIO). NUNCA RODE O MANDRIL
PARA A ESQUERDA. OS MANDRIS SÃO
FEITOS PARA SEREM RODADOS PARA A
DIREITA, E NÃO CORTAM SE FOREM
RODADOS NA DIRECÇÃO CONTRÁRIA.
RODAR UM MANDRIL PARA A ESQUERDA
APENAS ROMBA OS GUMES DAS
LÂMINAS.

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4. MACHOS DE ROSCAR

Quando precisar de abrir uma rosca num furo, ou de limpar as já existentes que possam
estar um pouco danificadas, use um macho de roscar manual. Os três tipos mais populares de
machos são mostrados pela figura 21. Os machos são usados para abrir roscas em metal macio
ou plástico. Abrir roscas em metal endurecido deve ser feito numa ferramentaria ou oficina de
ferramentas. Deve começar a abrir as roscas com o macho cónico ou chanfrado, e a seguir, usar
o macho intermédio para acabar o trabalho. O macho direito ou recto é o último macho que se
usa quando é necessária a rosca até ao fundo de um furo cego. Um furo cego é aquele que não
atravessa completamente a peça onde é feito.

FIG. 21 - OS MACHOS DE ROSCAR, COMO O


CÓNICO OU CHANFRADO, O INTERMÉDIO E O
DE ACABAMENTO, MOSTRADOS NA FIGURA,
DESTINAM-SE A ABRIR ROSCAS INTERIORES
DE ACORDO COM AS CARACTERÍSTICAS DO
PERNO ROSCADO OU PARAFUSO A SER
INSTALADO. OS MACHOS DE ROSCAR TÊM
NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO TAIS COMO 1/420
O PRIMEIRO NUMERO POR EXEMPLO, A
FRACÇÃO 14 INDICA O DIÂMETRO EXTERIOR
DA ROSCA QUE O MACHO PODE CORTAR. O
SEGUNDO NUMERO, 20, DÁ O NÚMERO DE
ROSCAS POR POLEGADAS-PASSO. OS
MACHOS DE ROSCAR ENCONTRAM-SE
GERALMENTE NO MERCADO EM JOGOS OU
CONJUNTOS DE TRÊS, DE CADA MEDIDA.

Os machos de roscar são quebradiços e partem-se com facilidade, especialmente os


mais pequenos. Portanto, deve usar todo o cuidado e paciência ao roscar um furo. Certifique-se
sempre de que usou o tamanho da broca correcto para o macho que vai usar. Continue a operar
o macho dando-Ihe somente uma porção de volta de cada vez; a maioria dos mecânicos prefere
um quarto de volta.

A seguir, volte atrás cerca de 1/8 de volta; retroceda novamente, e assim


sucessivamente. Isto permite que o macho se vá limpando das aparas de metal e produza uma
rosca limpa e perfeita. Certifique-se de que usa bastante óleo lubrificante quando operar um
macho. Aprender a trabalhar com um macho de roscar, como se acabou de explicar, requer
cuidado e paciência. Mas é uma das muitas habilidades que um bom profissional tem de possuir.
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5. TARRAXAS OU CAÇONETES

O corte de roscas no exterior de objectos, tais como varões, hastes, tubos e pernos
requer o mesmo tamanho que a abertura de roscas no interior de furos. A ferramenta usada, no
entanto, chama-se uma <<tarraxa>>, ou <<caçonete>>. Veja os modelos representados na figura
22. A tarraxa é usada com o mesmo movimento de avança-recua como se opera o macho de
roscar. Algumas tarraxas são ajustáveis de modo a poderem produzir uma ligeira variação no
tamanho da rosca, isto é, ligeiramente maior ou ligeiramente menor. O suporte de tarraxas,
chamado palmatória ou porta caçonetes, figura 23, é uma simples barra com uma cavidade no
centro para prender a tarraxa. Isto permite a aplicação de força quando se faz rodar a tarraxa. A
uma palmatória armada com uma tarraxa ou caçonete, muitas vezes se chama incorrectamente,
tarraxa ou caçonete.

FIG. 22 - ALGUMAS TARRAXAS SÃO SÓLIDAS


E ALGUMAS SÃO FENDIDAS PARA PERMITIR
REGULAR A ROSCA. AS TARRAXAS SÓLIDAS
NÃO PODEM SER USADAS PARA CONTROLAR
O ENCAIXE DA ROSCA QUE CORTAM, E POR
ISSO, NÃO SÃO UTILIZADAS TÃO
FREQUENTEMENTE. AS TARRAXAS MAIS
POPULARES USADAS ACTUALMENTE SÃO AS
TARRAXAS FENDIDAS REDONDAS
AJUSTÁVEIS.

Quando se usa uma tarraxa, aplica-se o lado que contém uma ligeira conicidade virada
para o trabalho. De outro modo, a rosca que se quer direita pode ficar ovalizada, ou não chegar
a ser feita. Quando se olha para a tarraxa, notamos uma ligeira diferença de tamanho entre as
aberturas de ambos os lados da tarraxa. A abertura mais larga das duas, deve ser voltada para
baixo, ficando virada para o trabalho.
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FIG. 23 - A MANEIRA CORRECTA DE SEGURAR E OPERAR


AS TARRAXAS É MOSTRADA AQUI. A PEÇA A SER
ROSCADA DEVE ESTAR BEM PRESA ANTES DE USAR
TARRAXAS AJUSTÁVEIS, VERIFIQUE SEMPRE SE A
TARRAXA ESTÁ BEM COLOCADA. NUNCA DEIXE DE
VERIFIAR SE A TARRAXA ESTÁ CORRECTAMENTE
APLICADA PARA A ROSCA QUE SE DESEJA CORTAR

Um macho de roscar ou uma tarraxa não devem ser operadas a seco, excepto no caso
de abertura de roscas em ferro fundido. Deve usar o tipo certo de lubrificantes para o tipo certo
de metal em que trabalha. Os lubrificantes de machos e tarraxas publicam tabelas em que vêm
indicados os tipos de lubrificantes a usar para abrir roscas.

5.1 COMO RETIRAR UM PERNO OU PARAFUSO PARTIDO

Há várias maneiras de retirar um parafuso ou um perno que se tenha partido.

Os pernos de que aqui falamos são os roscados em ambas as extremidades e que são
muitas vezes usados na montagem de máquinas e em outros componentes. Os da figura 24 são
pernos roscados de cabeça cilíndrica para um motor a gasolina. As extremidades interiores dos
pernos estão aparafusadas em furos no bloco do motor, passando através dos mesmos
praticados na cabeça do motor. Os pernos recebem as porcas na sua extremidade superior que
são apertadas para manterem o conjunto bloco-cabeça montado.
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FIG. 24— VAMOS SUPOR QUE O PERNO ROSCADO DO CENTRO, IMAGEM (A),
SE PARTIU. NOTE QUE UMA BROCA ESTÁ A FAZER UM FURO NO PERNO. NA
IMAGEM (B), O TRABALHADOR ESTÁ A INTRODUZIR UMA CUNHA DE AÇO
ENDURECIDO, OU EXTRACTOR, NO FURO FEITO NO PERNO. MUITAS VEZES É
UTILIZADO UM ESCOPRO DE PONTA DE DIAMANTE, PARA ESTE EFEITO. POR
FIM, NA IMAGEM (C), O TRABALHADOR APLICOU UM DESANDADOR A UM
EXTRACTOR E PREPARA-SE PARA DESAPERTAR O PARAFUSO DO BLOCO.

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6. FERRAMENTAS PARA TUBOS

6.1 CHAVE DE CORRENTE

Para enroscar fortemente um tubo no seu lugar é necessário uma ferramenta que agarre,
prenda e gire o tubo. Uma tal ferramenta é a chave de tubos de corrente. A figura 25 mostra um
dos tipos de chave de tubos de corrente usado para enroscar tubos de maior diâmetro. Ela tem
garras de dentes afiados e um longo punho ou pega.

FIG. 25 - UMA CORRENTE, PRESA A UM MANÍPULO PRÓXIMO DAS GARRAS DA CHAVE


DE CORRENTE É PASSADA E AJUSTADA À VOLTA DO TUBO, SENDO ENTÃO FIXADA.
ISTO IMPEDE A CORRENTE DE ESCORREGAR E SEGURA AS GARRAS DA CHAVE
CONTRA O TUBO. FAZENDO-SE PRESSÃO NO PUNHO DA CHAVE, FORÇAM-SE OS
DENTES DAS GARRAS A AGARRAR E PRENDER O TUBO. ESTE PODE ENTÃO SER
RODADO.

6.2 CHAVE DE TUBOS

As chaves de tubos parecem-se com as chaves usadas para porcas e parafusos. Uma
das mais conhecidas, é a chave <<Stillson>>, também chamada chave de <<griffe>>, figura 26.
Na extremidade do punho ou cabo, tem uma garra e montada sobre a haste do punho, tem uma
garra móvel. As duas garras ou maxilas, têm dentes cortados em direcções opostas, de modo
que as garras prendem firmemente o tubo. Um sistema de molas dentro da bainha da chave
permite que as garras soltem o tubo, durante o movimento de retrocesso do punho, para a
frente.
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FIG. 26 — A GARRA MOVEL DA CHAVE DE TUBOS <<STILLSON>>


DESLIZA ATRAVÉS DE UMA BAINHA, PELA ACÇÃO DE UM PARAFUSO
DE AJUSTE. MONTADA NUMA ABERTURA LATERAL DA BAINHA, EXISTE
UMA ESPÉCIE DE PORCAS CUJAS ROSCAS ENCAIXAM EM ENTALHES,
OU MEIAS-ROSCAS DA GARRA MÓVEL, FORMANDO O PARAFUSO DE
AJUSTE. ROSCANDO ESTA PORCA, A ABERTURA DAS GARRAS É
REGULADA PARA O DIÂMETRO DO TUBO A TRABALHAR.

A chave de tubos direita, também chamada simplesmente chave de <<tubos>> que a


figura 27 mostra, É muito parecida com a chave de tubos de griffe, mas a bainha que segura a
garra móvel faz parte do punho. Como na chave de tubos de griffe a garra móvel é ajustada,
rodando-se um parafuso de regulação.

FIG. 27 — AS CHAVES DE TUBOS SÃO PARA TRABALHAR COM TUBOS, E


NÃODEVEM SER USADAS PARA APERTAR OU DESAPERTAR PORCAS E
PARAFUSOS. AS GARRAS TEM DENTES AFIADOS, E DEIXAM SEMPRE
MARCAS NO TRABALHO, A MENOS QUE SE SEJA CUIDADOSO. AS GARRAS
DEVEM SER AJUSTADAS DE TAL MODO QUE MORDAM O TRABALHO MAIS OU
MENOS AO MEIO DE CADA UMA DELAS.
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A chave de tubos mista da figura 28 é usada para os mesmos fins da chave de corrente,
mas é muitas vezes mais fácil de usar, porque dá uma maior força de aperto, ou desaperto, para
o mesmo comprimento de punho. A estrutura desta chave é semelhante à da chave direita: ela
tem uma garra móvel, bainha e parafuso de ajuste. A bainha está ligada ao punho através de
uma união. O punho roda sobre um eixo pivot, o qual é apertado ao tubo por uma corrente, como
na chave de corrente.

FIG. 28— A CHAVE DE TUBOS MISTA COMPÕE-SE NA VERDADE DE


DUAS CHAVES DE TUBOS COM UM SÓ PUNHO. UMA DELAS É UMA
CHAVE DE TUBO DIREITA, E A OUTRA, UMA CHAVE DE TUBOS DE
CORRENTE. QUANDO AO PUNHO SE APLICA UMA FORÇA, A CHAVE
DIREITA RODA NO SENTIDO DOS PONTEIROS DC RELÓGIO, ENQUANTO QUE
A CHAVE DE CORRENTE RODA NO SENTIDO CONTRÁRIO. ESTA FORÇA
SIMULTÂNEA EM DUAS DIRECÇÕES OPOSTAS DESAPERTA UMA ROSCA
TEIMOSA.

A chave de cinta para tubos, ou chave de fixação, é feita para enroscar tubos
niquelados, cromados, ou de bronze polido. A que a figura 29 mostra, tem uma espécie de cinta,
ou braçadeira, macia e articulada para aperto do tubo. A chave agarra firmemente o tubo quando
se puxa o punho, mas a espessura da cinta é tal que não existe qualquer perigo de esmagar ou,
de qualquer maneira, arranhar ou amolgar o tubo.

FIG. 29 - PARA USAR A CHAVE DE TUBOS DE


CINTA, COLOQUE A CINTA Á VOLTA DO TUBO E
INTRODUZA-A PELA FENDA DO CORPO
METÁLICO DA CHAVE. DEPOIS, PUXE A CINTA
APERTANDO-A BEM, E RODE A CHAVE NA
DIRECÇÃO DESEJADA. À MEDIDA QUE FOR
RODANDO A CHAVE, A CINTA APERTA,
OBRIGANDO O TUBO A RODAR TAMBÉM.
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6.3 CHAVE INGLESA


Para prender as flanges sextavadas de pequenas válvulas e outros pequenos acessórios
sem os amolgar, use a chave inglesa, figura 30. Esta ferramenta é também usada para rodar
porcas e parafusos. Ela tem uma maxila facilmente ajustável. As maxilas são macias e não
esmagam ou amolgam superfícies.

FIG. 30 — A CHAVE INGLESA É ÚTIL PORQUE SE AJUSTA A


PORCAS, E SIMILARES, DE FORMATO POUCO VULGAR. UMA DAS
GARRAS É FIXA, E A OUTRA GARRA PODE SER DESLOCADA AO
LONGO DE UMA CALHA GUIA, POR MEIO DE AJUSTE DE UMA
PORCA. RODANDO A PORCA, MUDA-SE A POSIÇÃO DA GARRA
MÓVEL ALTERANDO ASSIM A ABERTURA ENTRE AS GARRAS.
NUNCA USE UMA CHAVE INGLESA EM PEÇAS REDONDAS,
INCLUSIVÉ TUBOS: A PRESA DAS SUAS GARRAS NÃO É
APROPRIADA PARA FORMAS REDONDAS.

O tipo de chave francesa em <<S>> ou, simplesmente, chave de <<S>> da figura 31


serve Os mesmos objectivos da chave inglesa. Também podem ser encontradas outras chaves
com punhos direitos ou de formato especial, mas com o processo de ajuste da chave francesa
em <<S>>.

FIG. 31 — ESTA CHAVE É CONSTITUÍDA


DE TAL MODO QUE SE PODE RODAR O
SEU PUNHO LIVREMENTE AO APERTAR
OU DESAPERTAR UM COMPONENTE
EMBUTIDO NUMA PAREDE OU TECTO.
EXISTEM OUTROS USOS PARA ESTA
CHAVE, POR EXEMPLO, SEMPRE QUE
O USO DE UMA CHAVE DIREITA SEJA
IMPOSSÍVEL OU IMPRATICÁVEL DADA
A AMPLITUDE DE SUA VOLTA.
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6.4 CORTA-TUBOS

Um corta-tubos tem uma lâmina circular de aço endurecido montada num pino ou cavilha
na sua maxila fixa. Na outra maxila, a móvel, estão montados dois roletes. Eles podem ser
apertados contra a Iâmina circular enroscando-se a haste roscada no manípulo, figura 32.

Os roletes macios podem ser substituídos por Iâminas circulares, quando o uso da
ferramenta não permitir que ela seja completamente deslocada em torno da peça a cortar, como
acontece quando se trabalha num tubo localizado junto ao canto de uma parede. Os corta-tubos
também podem ser equipados com Iâminas circulares para trabalho pesado, como por exemplo,
para cortar tubos de ferro fundido ou de aço fundido ou de aço inoxidável.

FIG. 32 - COLOQUE O TUBO A SER CORTADO ENTRE A LÂMINA CIRCULAR E OS


ROLETES DO CORTA-TUBOS. EM SEGUIDA, APERTE A HASTE ROSCADA E RODE TODA
A FERRAMENTA À VOLTA DO TUBO. A LÂMINA CIRCULAR AFIADA ABRE UM CORTE NA
PAREDE EXTERIOR DO TUBO. ESTE CORTE VAI FICANDO CADA VEZ MAIS FUNDO À
MEDIDA QUE SE ENROSGA A HASTE, E VAI-SE ESTENDENDO À VOLTA DO TUBO EM
CADA VOLTA DO CORTA-TUBOS EM TORNO DO TUBO. QUANDO O TUBO ESTIVER
QUASE COMPLETAMENTE CORTADO, ELE PODE SER FACILMENTE QUEBRADO E
SEPARADO EM DOIS.

A ferramenta da figura 33, é usada para cortar tubos de paredes finas de cobre, bronze
macio, ou alumínio.

Esta chave corta-tubos tem uma Iâmina circular, dois roletes, e uma haste roscada, e
funciona exactamente da mesma maneira que o corta-tubos mais pesado. Os roletes macios
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evitam que se formem rebarbas ou rebordos nos dois lados do corte, e também permitem a

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[Oil & Gas Production Operations Course]

lâmina circular fazer um corte uniforme em torno do tubo. Um mandril é usado para remover as
rebarbas que ainda restarem no interior do tubo depois do corte ter sido feito.

FIG. 33 — COLOQUE A CHAVE CORTA-TUBOS COM A LÂMINA


CIRCULAR SOBRE A MARCA ONDE O CANO É PARA SER
CORTADO. RODE A CHAVE EM TORNO DO CANO À MEDIDA
QUE VAI NELE ENTERRANDO A LÂMINA CIRCULAR FAZENDO
GIRAR A HASTE ROSCADA

A figura 34 mostra uma ferramenta para cortar tubos de ferro fundido. Esta ferramenta
tem vulgarmente o nome de <<torno corta-tubos>> de corrente. A corrente é enrolada à volta do
tubo a cortar, e a ponta da corrente que fica livre é presa a um gancho na extremidade do braço-
alavanca. A corrente é apertada em torno do tubo fazendo-se girar a roda de ajuste manual.
Movendo-se o braço-alavanca, as lâminas circulares enterram-se no tubo, produzindo assim um
corte suave e uniforme.
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Para tubos muito largos, um torno corta-tubos de corrente muito semelhante ao anterior,
é montado na extremidade de um par de braços-alavancas, que funcionam por meio de um
cilindro hidráulico. Os braços-alavancas são accionados em conjunto pela pressão hidráulica
produzida por uma pequena bomba manual. É assim possível exercer uma maior força, do que a
que é possível com o braço-alavanca mostrado na figura.

FIG. 34 — ESTE CORTA TUBOS TEM UMA CORRENTE COM UMA


PEQUENA LÂMINA CIRCULAR MONTADA EM CADA ELO. UMA DAS
PONTAS DA CORRENTE É FIXADA À EXTREMIDADE DA HASTE
ROSCADA.

6.5 MANDRIS PARA TUBOS

Depois de cortar um tubo ou um cano, deverá retirar as rebarbas ou rebordos interiores


mandrilando a boca do tubo a fim de reduzir a resistência aos fluxos dentro da tubagem. As
ferramentas usadas para este objectivo chamam-se mandris para tubos; um mandril para tubos
tem um formato cónico, com bordos afiados.

Quando as Iâminas são forçadas para dentro da boca de um tubo e rodadas, elas
cortam, retirando as rebarbas dando à superfície interior da boca do tubo uma forma suave e
cónica. Na figura 35 mostra-se um mandril para tubos a ser usado.
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[Oil & Gas Production Operations Course]

FIG. 35— APÓS PRENDER O TUBO NUM TORNO PARA TUBOS INTRODUZA O
MANDRIL NA BOCA DO TUBO E RODE A ALAVANCA. RODE A ALAVANCA NO
SENTIDO DOS PONTEIROS DO RELÓGIO EM MOVIMENTOS BRUSCOS, CURTOS E
UNIFORMES, ATÉ QUE AS REBARBAS DENTRO DO TUBO SEJAM
COMPLETAMENTE REMOVIDAS.

6.6 TARRAXAS

Cortar, ou abrir, roscas de parafusos na parede exterior de um tubo chama-se roscar


externamente. Esta operação de roscar segue-se normalmente à de cortar um tubo.

Os tubos são roscados por meio de tarraxas e palmatórias. As palmatórias servem de


suporte às tarraxas, as quais são peças cortantes. As tarraxas são feitas para cortar quer roscas
direitas quer roscas esquerdas. A figura 36 mostra um suporte para tarraxas ajustáveis.
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[Oil & Gas Production Operations Course]

FIG. 36— AS TARRAXAS SÃO MONTADAS NO SUPORTE RESPECTIVO POR MEIO DE


PARAFUSOS DE FIXAÇÃO. AS TARRAXAS PODEM SER AJUSTADAS PARA ROSCAR
TUBOS DE DIÂMETRO MAIOR OU MENOR DO QUE A MEDIDA NORMAL, RODANDO OS
PARAFUSOS DE AJUSTE. OS SUPORTES TÊM LINHAS EM S E CADA UMA DAS TARRAXAS
TEM TAMBÉM OUTRAS LINHAS EM S; QUANDO AS LINHAS DAS TARRAXAS E AS DO
SUPORTE FICAM ALINHADAS, AS TARRAXAS FICAM COLOCADAS NA POSIÇÃO
DESEJADA PARA CORTAR AS ROSCAS NO TUBO DA MEDIDA DESEJADA.

Existem outros tipos de suporte para tarraxas, como o suporte de roquete para tarraxas,
o qual é uma ferramenta muito útil para roscar a extremidade de um tubo em locais onde uma
palmatória não pode ser rodada. Um suporte de roquete para tarraxas é mostrado na figura 37.

Muitos profissionais, que usam tarraxas e suportes utilizam uma nomenclatura diferente
para designar todas estas peças. Assim, chamam <<caçonete>> à tarraxa propriamente dita; ao
suporte, quer seja de palmatória ou não, chamam-Ihe <<apoio>> ou <<pega>> e, <<tarraxa>>,
ao conjunto do suporte e das tarraxas quando todo montado e pronto a funcionar.
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FIG. 37- NESTE SUPORTE DE ROQUETE PARA TARRAXAS, SÃO COLOCADAS EM


ENCAIXES OU NINHOS, NA CABEÇA DO ROQUETE, E PODEM SER RODADAS PELA
ACÇÃO DA PEGA E DO MECANISMO DE ROQUETE. UM SUPORTE COMO ESTE PODE SER
USADO PARA ROSCAR TUBOS COM MEDIDAS DESDE 1/8 A 2 POLEGADAS DE DIÂMETRO.

Para abrir uma rosca num tubo, coloque o suporte de tarraxas no tubo de maneira que o
mesmo passe através da guia e fique entre as tarraxas. Para abrir roscas direitas, rode o suporte
de tarraxas no sentido dos ponteiros do relógio e exerça pressão somente no princípio. Não
necessita de rodar a tarraxa para trás e para a frente, como o faria se estivesse a cortar roscas à
máquina. As tarraxas para roscar tubos cortam de maneira contínua, porque somente abrem no
tubo tantas roscas quantas há na própria tarraxa. A remoção das aparas ou lascas não constitui
problemas, dado que há bastante espaço para elas se escaparem.

FIG. 38— QUANDO A FACE EXTERIOR DA


TARRAXA FICAR AO MESMO NÍVEL DA
EXTREMIDADE DO TUBO, FOl ALCANÇADA A
PROFUNDIDADE DESEJADA DA ROSCA
ABERTA NO TUBO. CONTINUAR A CORTAR
UMA ROSCA PARA ALÉM DESTE PONTO,
TORNA-A DEMASIADO LONGA E
AUMENTARIA, ASSIM, AS POSSIBILIDADES
DA UNIAO DO TUBO, NESSA ROSCA, VIR A
VERTER.
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[Oil & Gas Production Operations Course]

Ao roscar um tubo aplique óleo, próprio para abrir roscas, no tubo e na tarraxa, onde o
corte se vai fazendo. Mantenha o suporte de tarraxa a rodar, até que a extremidade do tubo
apareça através da tarraxa e fique ao nível da superfície exterior da mesma, como na figura 38.

6.7 MACHOS DE ROSCAS PARA TUBOS

Ao corte de uma rosca interior chama-se roscar internamente, e a ferramenta para este
fim é conhecida pelo nome de macho. A figura 39 mostra um macho vulgar de roscas para tubos.

Para garantir juntas ou uniões perfeitas em todos os trabalhos de tubos, as aberturas a


serem roscadas devem ser ligeiramente alargadas. As aberturas a serem roscadas para tubos de
medida pequena, são geralmente, brocadas ao tamanho da rosca na extremidade do lado menor
do macho; o macho é então introduzido na profundidade desejada. Mas, para trabalhos maiores,
introduz-se primeiro um mandril que tenha a mesma ponta cônica que o macho, para remover
algum metal da abertura do tubo. O mandrilar deixa metal suflciente para se cortar a rosca, mas
evita que o tubo se desgaste precocemente. Os machos de roscas para tubos são também
usados para tornar a cortar e endireitar roscas pisadas ou danificadas.

FIG. 39 - AS ROSCAS CÓNICAS NO MACHO ESTAO


CONFORME A MEDIDA STANDARD DE ROSCAS DE
TUBOS. AS CANELURAS SERVEM COMO CANAlS
PELOS QUAIS AS APARAS SE ESCAPAM.

Os machos manuais dos mecânicos são úteis para abrir ou corrigir roscas internas para
parafusos, pernos roscados, e peças semelhantes, em reparações e outros trabalhos. Um jogo
destes machos, todos da mesma medida, é mostrado na figura 40; este jogo ou conjunto inclui
um macho de ponta ou cónico, um macho médio, e um macho direito ou recto.

Se um furo tiver sido brocado numa peça, atravessando-a completamente, terá somente
de usar os machos cónico e médio. Se o furo não atravessar a peca, e tiver de ser roscado ate
ao fundo, terá que usar todos os três machos sucessivamente. Comece a roscar com o macho
cónico, o qual é introduzido ate tocar no fundo do furo. A seguir, use o macho médio; ele cortará
roscas um pouco mais profundamente, à medida que é rodado e introduzido até ao fundo.
Finalmente, para cortar roscas completas até ao fundo do furo, use o macho direito.
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[Oil & Gas Production Operations Course]

FIG. 40 — OS MACHOS SÃO MUITO QUEBRADIÇOS E PARTEM FACILMENTE


ESPECIALMENTE OS MAIS PEQUENOS. PORTANTO, TENHA CUIDADO E PACIÊNCIA AO
ROSCAR UM FURO.

Para abrir uma rosca interna <<em esquadria>, isto é, em ângulo recto com a superfície
da peça, o macho deverá ser bem oleado, colocado no furo, e rodado duas ou três vezes com a
chave de macho. Em seguida retira-se a chave e verifica-se a esquadria do macho com um
esquadro recto, como se mostra na figura 41.

FIG. 41 - VERIFIQUE A
ESQUADRIA DO MACHO COM
UM ESQUADRO RECTO. SE O
MACHO ESTIVER FORA DE
ESQUADRIA, APLIQUE-LHE DE
LADO UMA LIGEIRA PRESSÃO
ENQUANTO RODA A CHAVE DE
MACHOS, PARA LEVAR O
MACHO À ESQUADRIA COM A
SUPERFÍCIE DA PEÇA. REPITA
A VERIFICAÇÃO E A ACÇÃO
CORRECTIVA, ATÉ QUE O
MACHO ENCONTRE A
ESQUADRIA DESEJADA. SE
NÃO TIVER UM ESQUADRO
RECTO DISPONÍVEL, USE UMA
RÉGUA DE AÇO.
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6.8 TORNOS PARA TUBOS

Para prender ou segurar tubos enquanto são cortados, roscados, ou enroscados em


acessórios, usa-se um torno para tubos e o mais vulgarmente usado é o torno articulado. As
maxilas de aço endurecido do torno articulado agarram a superfície exterior do tubo, como mostra
a figura 42. O torno é fixo a uma bancada, ou qualquer outro suporte sólido por parafusos, ou
pernos roscados e porcas.

Os dentes de um torno para tubos como o das chaves de tubos, devem ser mantidos
afiados. Se se tornarem rombos eles escorregarão e arranharão severamente o tubo. Estes
arranhões profundos são maus por duas razões: eles enfraquecem o tubo e dão aspecto de
<<trabalho de sapateiro>>.

FIG. 42— PARA ABRIR O TORNO, RODA-SE A ESTRUTURA SUPERIOR DO


TORNO SOBRE O EIXO PIVOT. PARA FECHAR O TORNO, RODA-SE A
MESMA PARTE DO TORNO SOBRE O MESMO EIXO, PRENDENDO-O POR
MEIO DO GANCHO QUE SE ENGATA À PATILHA NA ESTRUTURA INFERIOR,
COMO MOSTRA A FIGURA. O TUBO, PREVIAMENTE COLOCADO ENTRE AS
MAXILAS DO TORNO, É ENTÃO APERTADO FAZENDO-SE RODAR O
MANÍPULO DE MANIVELA, CUJA HASTE ROSCADA FAZ BAIXAR A MAXILA
SUPERIOR CONTRA A MAXILA INFERIOR, AGARRANDO ASSIM
FIRMEMENTE O TUBO.
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[Oil & Gas Production Operations Course]

O torno da figura é um misto de torno paralelo ou de bancada e de torno para tubos e


pode ser fixado a uma bancada de trabalho. Ele pode prender tubos enquanto são cortados ou
neles se enroscam acessórios. O torno misto ou combinado, pode ainda ser usado para limar,
brocar e dobrar tubos ou outras peças e também para os outros trabalhos além de prender tubos.
Por exemplo, pode colocar uma válvula entre as maxilas paralelas do torno, e trabalhar nela com
toda a facilidade.

FIG. 43—A BASE DESTE TIPO DE TORNO PODE


SER FIXA OU ROTATIVA. NOS TORNOS COM
BASE ROTATIVA, A MAXILA POSTERIOR FAZ
UMA ÚNICA PEÇA COM O CORPO E A BASE.
NOS TORNOS DE BASE FIXA, COMO O DA
IMAGEM, O CORPO GIRA SOBRE A BASE E
PODE SER BLOQUEADO NA POSIÇÃO
DESEJADA POR MEIO DE UM PARAFUSO DE
FIXAÇÃO. COM ESTE PARAFUSO
DESAPERTADO, O TORNO FICA LIVRE PARA
RODAR NUM EIXO SOBRE A BASE.

O torno para tubos com corrente é muito conveniente e rápido e pode ser rapidamente
fixado a uma bancada ou a uma trave. O tubo é colocado sobre as maxilas, e preso pela
corrente. A corrente é apertada à volta do tubo pela acção do manípulo de manivela, como
mostra a figura 44.

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[Oil & Gas Production Operations Course]

FIG. 44 - O TORNO DE CORRENTE PARA TUBOS PODE SER TAMBÉM USADO PARA
PRENDER ACESSÓRIOS, TAIS COMO NIPPLES E COTOVELOS. ELE É LEVE, COMPACTO E
RESISTENTE, E PODE FACILMENTE SER TRANSPORTADO NUMA CAIXA DE
FERRAMENTAS. A MAXILA, QUANDO SE TORNA ROMBA, PODE SER AFIADA COM UMA
LIMA OU SUBSTITUÍDA.

6.9 GRAMPOS

O grampo é utilizado para separar flanges. A cunha é introduzida entre as flanges de


forma a afastá-las, mantendo o alinhamento dos tubos. São somente utilizadas aos pares.

Existem grampos adequados aos vários diâmetros de tubos normalmente para flanges de
2” — 20” e de 16” — 48”.

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7. AR COMPRIMIDO PARA FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS

7.1 O AR COMPRIMIDO

O ar que é mecanicamente comprimido por um compressor é facilmente armazenado e


transportado até ao local de utilização. Um compressor de ar não é mais do que uma bomba que
suga o ar ambiente e o força para dentro de um contentor, ou depósito, até que a pressão no
interior do depósito seja superior à da atmosfera. Permitindo-se que o ar comprimido se escape,
sob condições controladas, para fora do depósito, pode usar-se um conjunto compressor de ar
(figura 45), para fazer coisas tais como o operar ferramentas, espargir tinta, accionar motores e ar
comprimido, fazer fluir para o exterior a massa lubrificante de uma pistola de lubrificador, etc..

FIG. 45 — AS PARTES PRINCIPAIS DE UMA


INSTALAÇÃO DE AR COMPRIMIDO SÃO O
COMPRESSOR DE AR, O QUAL COMPRIME O AR;
O MOTOR, QUE ACCIONA O COMPRESSOR; O
DEPÓSITO DE AR COMPRIMIDO, ONDE O
MESMO É ARMAZENADO; A VÁLVULA DE
RETENÇÃO, QUE EVITA QUE O AR COMPRIMIDO
RETORNE AO COMPRESSOR E SE ESCAPE; E O
INTERRUPTOR ACCIONADO POR PRESSÃO O
QUAL CONTROLA AUTOMATICAMENTE A
PRESSÃO.

Um compressor de ar pode ser do tipo alternativo ou do tipo rotativo. O tipo alternativo,


que inclui os compressores de ar portáteis (figura 46), comprime o ar por meio de um êmbolo ou
pistão, que executa um movimento de vai-e-vem dentro de um cilindro. Os compressores de ar
do tipo rotativo, utilizam elementos rotativos para obter a compressão do ar.

O ar comprimido quando usado como fonte de energia requer isolamento contra fugas
ou calor, desde o local onde é produzido até aquele em que é utilizado, mas não necessita de
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[Oil & Gas Production Operations Course]

protecção contra fogo ou choque. O ar comprimido como fonte de energia é flexível, compacto e
potente.

FIG. 46 - AS INSTALAÇÕES PORTÁTEIS DE AR COMPRIMIDO SÃO USADAS ONDE A


CORRENTE ELÉCTRICA NÃO É DISPONÍVEL E NOS LOCAIS ONDE NÃO SE PODE
CONFIAR NO FORNECIMENTO DE ELECTRICIDADE. ESTE EQUIPAMENTO
PORTÁTIL PODE SER LEVADO PARA UMA OFICINA SEMPRE QUE UM
COMPRESSOR ESTACIONÁRIO SE AVARIE.

7.2 FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS PORTÁTEIS

Uma ferramenta accionada a ar comprimido ou pneumática, é uma ferramenta de


construção precisa, que dura anos de bons serviços e dá óptimos resultados se for devidamente
cuidada. Dado que usam o ar comprimido como energia, as ferramentas pneumáticas são leves,
potentes e fáceis de operar. Estas ferramentas, quando devidamente usadas aceleram as
operações de rectificar. A utilização de ferramentas pneumáticas dar-Ihe-à a capacidade de
aumentar a sua produção com menos esforço, e dado o controlo mais fácil que estas
ferramentas proporcionam, melhorará a qualidade do seu trabalho.
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[Oil & Gas Production Operations Course]

7.3 SEGURANÇA

A primeira preocupação no uso de ferramentas pneumáticas é a segurança. Nenhuma


ferramenta pode pensar por si própria; portanto, diz

-he respeito a si verificar de que conhece e compreende as capacidades e Iimitações da


ferramenta que opera. Sempre que usar uma ferramenta pneumática, use óculos de protecção.

Martelos de rebarbar, escopros, e determinadas outras ferramentas pneumáticas


especiais, chamam-se ferramentas de percussão. Nestas ferramentas, um êmbolo movido a ar
comprimido dá uma série de golpes, ou percussões, contra um escopro, cinzel, ou qualquer outra
ferramenta de cortar ou moldar colocada na extremidade de um cilindro. Se, por qualquer motivo
e por qualquer período de tempo, tiver que interromper o trabalho com uma ferramenta de
percussão o êmbolo e o escopro, ou qualquer outra ferramenta de corte ou molde, devem ser
retirados do cilindro, a válvula de ar deve ser fechada na conduta de ar comprimido e a pressão
do ar da mangueira deve ser libertada. Esta norma de segurança não pode ser desrespeitada ou
descuidada; se o gatilho da ferramenta de percussão for acidentalmente premido, tanto o pistão
como a ferramenta de corte ou molde acoplada á ferramenta, podem ser projectados com grande
violência e ferir gravemente alguém que se encontre perto.

Também tem que se ter cuidado ao usar ferramentas de percussão para operações de
corte. O escopro, ou ferramenta de molde tem de ser mantidos seguros sobre o trabalho. Deixar
uma destas ferramentas escorregar sobre a peca de trabalho e para fora do cilindro da
ferramenta de percussão, pode provocar sérios ferimentos em alguém.

A maioria dos fabricantes de ferramentas de percussão colocam um dispositivo de


retenção, ou somente um retentor ou batente, na extremidade do cilindro, para segurar a
ferramenta de corte ou molde, no seu lugar. Mas nem todas as ferramentas de percussão têm
este dispositivo de segurança. Portanto, tenha sempre muito cuidado.

7.4 REQUISITOS DO AR

A boa operação das ferramentas pneumáticas depende em parte de se ter suficiente ar


limpo e seco. Um dos problemas com compressores é o ar deixar os mesmos com humidade. O
compressor de ar apanha a humidade do ar ambiente e passa-a para o depósito do ar com o
mesmo. Dentro do depósito a humidade condensa-se em água. A humidade é maior nos dias
húmidos e provoca problemas constantes em zonas de clima predominantemente húmido.

A temperatura do ar é largamente aumentada durante o processo de compressão. Este


ar aquecido reterá a humidade que tenha sido apanhada, até que arrefeça no depósito de
armazenamento. Mas, se o compressor estiver em constante uso, algum do ar aquecido entra na
canalização do ar. A condensação da humidade do ar toma então lugar nas tubagens, em vez de
no depósito. Por esta razão, a linha principal da canalização do ar é inclinada na direcção do
compressor ou no sentido de um dreno. De outro modo, a água correria através das condutas do
ar e entraria nas ferramentas pneumáticas.
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[Oil & Gas Production Operations Course]

Cada compressor tem uma torneira de dreno. O depósito deve ser purgado pelo menos
uma vez por dia. Drenar ou purgar o tanque deve tornar-se um hábito regular.

A humidade e a sujidade no ar podem levar a outros problemas. Por vezes o ar


comprimido é armazenado num depósito de ferro e transportado através de canalizações também
de ferro. A humidade fará enferrujar o interior dos canos. Com o tempo as partículas de ferrugem
soltar-se-ão das paredes interiores dos canos e juntar-se-ão à sujidade que entra com o ar e
entupirá a passagem, aumentando as dificuldades de operação. Por tudo isto, o ar tem que ser
libertado de água e sujidade, o que pode ser feito utilizando um filtro de ar. A função de um filtro
de ar é a de separar o ar das impurezas nele contidas.

7.5 O FILTRO DO AR E LUBRIFICADOR

Um filtro de ar é um dispositivo instalado numa canalização de ar comprimido para extrair


dele a humidade e a sujidade. Ele não pode regular ou reduzir a pressão.

A figura 47, mostra um filtro de ar. O ar vindo do compressor penetra no filtro através de
uma entrada do ar. À medida que o ar se move através do filtro num movimento de remoinho, ele
choca com uma série de anteparas deflectoras dentro do filtro. A humidade contida no ar prega-
se às superfícies das anteparas e escoa-se para a câmara inferior. A água pode então ser
retirada através da torneira de dreno.

FIG. 47 — A HUMIDADE NA CANALIZAÇAO DO AR PODE DESTRUIR A OPERAÇÃO E O


FUNCIONAMENTO CORRECTO DAS FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS. A ÁGUA
PRESENTE NO FORNECIMENTO DE AR ARRASTA A PELÍCULA DE ÓLEO
LUBRIFICANTE DAS SUPERFÍCIES DE DESGASTE E PROVOCA O APARECIMENTO DA
FERRUGEM NAS PEÇAS INTERNAS DAS FERRAMENTAS.

Muitas ferramentas operadas a ar comprimido, têm incorporados reservatórios de óleo


para manter a ferramenta lubrificada. Mas, na maioria dos casos, é difícil saber-se quando estes
reservatórios precisam de ser novamente cheios. A melhor maneira de manter as ferramentas
bem lubrificadas, é ligar às canalizações do ar, lubrificadores como a figura 47 mostra. Os
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[Oil & Gas Production Operations Course]

lubrificadores das canalizações de ar, misturam uma pequena quantidade de óleo no ar


comprimido.

As partes da ferramenta que requerem óleo são bem abastecidas dele. Os reservatórios
lubrificadores são feitos de plástico transparente e são mais fáceis de se manterem cheios,
porque o nível do óleo pode mais facilmente ser verificado.

7.6 REGULADOR DA PRESSÃO DO AR

Um regulador de pressão de ar, é um dispositivo para reduzir a pressão do ar e mantê-Ia


automaticamente estável. As variações da pressão do ar são causadas pela pressão do
fornecimento do ar, mas com um tal dispositivo, as pressões para as ferramentas a ar são
mantidas estáveis. Existem modelos de diferentes capacidades, com ou sem manómetro, e com
variantes graus de sensibilidade. A figura 48 mostra um regulador típico de pressão de ar.

FIG. 48 — A MAIORIA DAS FERRAMENTAS


PNEUMÁTICAS DESTINAM-SE A OPERAR ATE
90 PSI. SE SE REQUERER UMA PRESSÃO
MENOR, ELA PODE SER FACILMENTE
REGULADA, INSTALANDO-SE UM
REGULADOR DE PRESSÃO NA CONDUTA DE
AR PARA CADA FERRAMENTA.

7.7 MANGUEIRAS DE AR E UNIÕES

A maior parte das ferramentas a ar usa uma mangueira, que é pelo menos uma medida
mais larga do que a medida na tomada de ar para a ferramenta. O funcionamento da ferramenta
é grandemente afectado por uma mangueira menor.

Há muitas e diferentes espécies de uniões para mangueiras de ar comprimido; mas as


mais comuns são as de roscas e as de desengate rápido. Cada uma das companhias que
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[Oil & Gas Production Operations Course]

fabricam equipamento para ferramentas accionadas a ar, tem os seus próprios modelos e
qualquer deles é bom.

Uma união de rosca é um acessório do tipo parafuso, que é geralmente apertado com
uma chave de porcas. Uma união de desengate rápido é como o seu próprio nome indica,
rapidamente engatada ou separada à mão, simplesmente empurrando-a para se encaixar ou
puxando-a para se desligar. Estas uniões usam o princípio do anel, ou segmento, de compressão
para o engate à mangueira de ar.

O princípio do anel de compressão é usado para apertar Iigações a mangueiras de ar; um


anel fendido de bronze é corrido sobre a extremidade de um pedaço de mangueira. Uma haste é
introduzida e quando uma manga é corrida e apertada, a manga comprime o anel que, fechando-
se mercê da fenda que possui, comprime a mangueira contra a haste, figura 49.

FIG. 49 - A MANGA E O ANEL FENDIDO DE


COMPRESSÃO SÃO CORRIDOS SOBRE A
EXTREMIDADE DE UMA MANGUEIRA. O
CORPO É SEGURO NUM TORNO, ENQUANTO
SE PÕE SABÃO NA HASTE DO CORPO. EM
SEGUIDA A MANGUEIRA É EMPURRADA
SOBRE O CORPO TÃO LONGE QUANTO
POSSÍVEL. O ANEL É CORRIDO EM
DIRECÇÃO AO CORPO, A MANGA É TRAZIDA
SOBRE O ANEL E É ROSCADA SOBRE O
CORPO. A MANGA É PRIMEIRO APERTADA À
MÃO E DEPOIS, COMPLETAMENTE, COM UMA
CHAVE DE PORCAS.

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[Oil & Gas Production Operations Course]

8. ABRASIVOS

8.1 O QUE SÃO ABRASIVOS

Um abrasivo é um material que tem a capacidade de arranhar, friccionar ou desbastar


qualquer outro material mais macio.

Os abrasivos são usados para cortar, desbastar, suavizar e polir materiais. Eles existem
em variadas formas, por exemplo, lixa de esmeril, discos e rodas.

8.2 ABRASIVOS NATURAIS

Há muitos anos que o homem descobriu que certas pedras e minerais podiam ser usados
para cortar e polir os objectos por ele feitos. Estas pedras e minerais eram os abrasivos naturais
e incluíam o arenito, a pederneira, o quartzo vermelho, o esmeril, o corindo e o abrasivo mais
duro de todos, o diamante. Estes eram os únicos abrasivos de que dispunha o homem primitivo e
serviam satisfatoriamente os objectivos que se propunha deles obter, até que, há menos de um
século, se desenvolveram os abrasivos fabricados, ou artificiais. Com o advento dos abrasivos
fabricados o uso dos abrasivos naturais declinou até ao ponto em que, nos nossos dias, os
únicos que se usam ainda são os de pederneira e os de quartzo vermelho, para trabalhar
madeira, e os de diamante natural, para trabalhar metal. Todos os outros são artificiais.

O motivo de declínio do uso dos abrasivos naturais é fácil de compreender. Os abrasivos


naturais existem tal como são. Isto é, com toda a espécie de impurezas que Ihes são
características e que a Mãe Natureza Ihes introduz. Portanto, não há qualquer garantia de um
lote, mesmo que seja do mesmo abrasivo, seja igual a outro. Com os abrasivos fabricados, pelo
contrário, a sua qualidade pode ser bastante controlada, o que significa que produzem
resultados mais consistentes.

8.3 ABRASIVOS ARTIFICIAIS

Actualmente são usados principalmente quatro abrasivos artificiais fabricados: o óxido de


alumínio, o carboneto de silício, o nitrito de boro e o diamante artificial.

A figura 50 mostra os grãos destes abrasivos.

O primeiro a ser desenvolvido foi o carboneto de silício, em 1891. Inicialmente, o seu


custo era tão alto que ele era somente usado para polir pedras preciosas. Mais tarde as técnicas
da produção em larga escala baixaram-Ihe o custo de tal modo que o seu uso passou ser
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[Oil & Gas Production Operations Course]

economicamente possível em muitas das aplicações de desbaste. Actualmente, o carboneto de


silício é usado para desbastar metais macios, ligas metálicas duras e materiais não metálicos.

Alguns anos após o carboneto de silício ter sido descoberto, foi desenvolvido um
processo de fabricação do óxido de alumínio. O óxido de alumínio mostrou ser o abrasivo mais
eficaz para desbastar aços e é por isso que hoje ele é o abrasivo mais largamente usado no
mundo.

FIG. 50 - GRÃOS DE CADA UM DOS QUATRO ABRASIVOS FABRICADOS


ARTIFICIALMENTE: ÓXIDO DE ALUMÍNIO, CARBONETO DE SILÍCIO, CRISTAIS DE
NITRITO DE BORO E DIAMANTE, SÃO MOSTRADOS NA FIGURA, GRANDEMENTE
AMPLIADOS. AS ARESTAS VIVAS DURAS E AFIADAS DOS GRÃOS, SÃO CAPAZES DE
CORTAR MATERIAlS DEMASIADO DUROS PARA SEREM TRABALHADOS COM
FERRAMENTAS CONVENCIONAIS DE CORTE

o nitrito de boro, muitas vezes abreviado para CBN <<Cubic Boron Nitride>> - foi
desenvolvido nos anos 60 do século passado. Cerca de duas vezes mais duro do que o óxido de
alumínio e do que o carboneto de silício, é muito eficaz para desbastar os aços endurecidos de
que são feitas certas ferramentas. Esta dureza do nitrito de boro é uma vantagem importante,
pois nem o diamante, nem o carboneto de silício podem ser usados em aço, sem um excessivo
desgaste do material abrasivo.

Os diamantes já são conhecidos há muito tempo mas só por volta de 1940 é que os
diamantes de inferior qualidade começaram a ser esmagados e usados para ferramentas de
desgaste. O diamante artificial não foi fabricado antes de 1955. O diamante quer natural ou
artificial, é a substância mais dura conhecida pelo Homem, mas é também a mais cara. No
entanto, muitos materiais, mais duros e resistentes não podem, simplesmente, ser riscados ou
desgastados por qualquer outro material. Dada a sua dureza, o diamante é usado para
desgastar carbonetos cimentados, pedra e vidro. Também é usado para rectificar e tratar as
faces das rodas abrasivas.
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[Oil & Gas Production Operations Course]

FIG. 51 — TRÊS TAMANHOS DE GRÃO ABRASIVO FEITO DE ÓXIDO DE ALUMÍNIO SÃO


AQUI MOSTRADOS.

Ambos os abrasivos, naturais e artificiais, são partidos e moídos em diferentes graus de


finura, desde o pó fino ao grão mais grosso, como se mostra na figura 51. São depois usados
para fazer revestimentos e aglomerados abrasivos.

8.4 FORMAS DE ABRASIVOS

Os abrasivos são geralmente produzidos em três formas principais: aglomerados


abrasivos, revestimentos abrasivos e grãos abrasivos soltos. Só trataremos aqui dos
aglomerados e dos revestimentos abrasivos, uma vez que só estes usarão os abrasivos
revestidos e incluem folhas, discos e cintas ou fitas, como mostra a figura 52.

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FIG. 52— AS VÁRIAS FORMAS DE ABRASIVOS REVESTIDOS INCLUEM CINTAS, FITAS,


DISCOS, FOLHAS E UMA VARIEDADE DE ESPECIALIDADES ENROLADAS E COLADAS
DESTINADAS A SEREM MONTADAS EM SUPORTES CILINDRICOS. EMBORA OS
ABRASIVOS REVESTIDOS TENHAM SIDO USADOS EM PRINCÍPIO PARA POLIR,
REBARBAR E ACABAMENTOS LIGEIROS, ELES ESTÃO A TORNAR-SE LARGAMENTE
USADOS PARA DESGASTE DE PRECISÃO E REMOÇÃO DE MATERIAL.

Os abrasivos aglomerados incluem rodas e cilindros ou bastões, como os da figura 53.

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[Oil & Gas Production Operations Course]

FIG. 53 — OS ABRASIVOS AGLOMERADOS SÃO FABRICADOS EM DIVERSOS TAMANHOS


E FORMATOS. A FIGURA MOSTRA PEQUENOS BASTÕES E RODAS DE DEBASTAR. AS
RODAS SÃO TAMBEM PRODUZIDAS EM TAMANHOS MAIORES ATE 60” E MAIS, DE
DIÂMETRO.

Aos abrasivos sob a forma aglomerada também se dá vulgarmente o nome genérico de


<<pedras>>. Estas pedras podem ser rectangulares, cilíndricas, cónicas, quadrangulares,
trapezoidais, etc..

8.5 ABRASIVOS REVESTIDOS

8.5.1 PAPEL DE LIXA

O papel de lixa, hoje em dia, já não é feito de areia sobre papel. A areia foi substituída
por outras variedades de quartzo e outros compostos, e o papel é cada vez mais substituído por
tecido. O papel de lixa e um abrasivo revestido, porque o grão abrasivo é colado ao suporte,
formando um revestimento. Os abrasivos revestidos são fabricados em rolos enormes que são
depois cortados em cintas, fitas, discos e folhas.

Embora os abrasivos revestidos tenham sido desde sempre quase só usados para o
acabamento da madeira, hoje eles são usados, e cada vez mais, em metais. Melhores máquinas
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[Oil & Gas Production Operations Course]

de abrasivo de corte rápido, e o de suportes mais fortes; e o facto de as cintas poderem ser feitas
mais largas, tudo isto contribuiu para a expansão do uso dos abrasivos revestidos.

8.5.2 ABRASIVOS REVESTIDOS DE GRÃO ABERTO

Os abrasivos revestidos podem ser classificados em dois tipos principais: de grão-


fechado e de grão-aberto. A figura 54 mostra um exemplo de abrasivo de grão-aberto. Note que
os grãos, se bem que cubram a maior parte da superfície do material de suporte, não a cobrem
toda: há espaços vazios entre os grãos.

FIG. 54 - A IMAGEM MOSTRA, AMPLIADA, A


SUPERFÍCIE DE UM DISCO DE GRÃO ABERTO. OS
GRÃOS ABRASIVOS COBREM 50 A 70% DA
SUPERFÍCIE DO SUPORTE. NO ENTANTO, NOTE
OS GRANDES ESPAÇOS ENTRE OS GRÃOS.

Os abrasivos de grão-aberto são usados para tratar superfícies, cujas partículas se


agarram ao disco ou folha de desgaste como é o caso de superfícies pintadas e enferrujadas. A
tinta e a ferrugem retirada destas superfícies vão gradualmente enchendo entre os grãos. Dado
que os espaços são grandes, leva bastante tempo até que se encham pela acumulação de
partículas retiradas a superfície de trabalho. Até que os espaços se encham, os grãos abrasivos
mantêm a sua eficácia para desbastar o material.

8.5.3 ABRASIVOS REVESTIDOS DE GRÃO FECHADO

Num abrasivo revestido de grão-fechado, os grãos abrasivos são aplicados sobre toda a
superfície do suporte. Os grãos estão muito juntos, com muito pouco espaço entre eles. Um
exemplo de um abrasivo de grão-fechado, é mostrado na figura 55.

Se um abrasivo revestido de grão-fechado for usado sobre uma superfície pintada, as


partículas de tinta retiradas da superfície acumulam-se entre os grãos, nos pequenos espaços
entre eles, e rapidamente reduzem drasticamente o poder do abrasivo. Os abrasivos de grão
fechado são principalmente para o acabamento à lixa de uma superfície.
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[Oil & Gas Production Operations Course]

A superfície é primeiramente lixada com um abrasivo revestido de grão-aberto, muito


grosso; em seguida, são progressivamente usados abrasivos revestidos de grão-fechado, cada
vez mais finos, para o acabamento. Os abrasivos mais finos eliminam quaisquer arranhões mais
fundos que o abrasivo mais grosso possa ter deixado na superfície.

FIG. 55 - A IMAGEM ILUSTRA A SUPERFÍCIE DE


UM DISCO DE LIXAR COM GRÃO FECHADO
(AMPLIADA). OS GRÃOS COBREM 100% DA
SUPERFÍCIE DO SUPORTE.

8.5.4 DESIGNAÇÕES

A escolha do abrasivo revestido adequado é tão importante, a escolha da ferramenta


certa para um determinado trabalho. A eficiência e a qualidade do trabalho dependem
directamente do uso do abrasivo adequado.

A aspereza de um abrasivo revestido é designada numa de três maneiras: os abrasivos


são marcados nas costas com um símbolo, ou com um número que indica o calibre do grão, ou
com ambos. As designações que se seguem são típicas do que poderá encontrar nas costas dos
abrasivos revestidos:

Símbolos: 3/0; 2/0; 1/0; ½ ; 1; etc..

Números de grão: 500; 400; 240; 180; 100; 50; etc..

Ambos: 9/0-320; 8/0-240; 5/0-1 80; 6-24; etc..

Os símbolos designam desde um grão muito fino 10/0, a um muito grosso 4 ½ .


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O tamanho dos grãos abrasivos usados em abrasivos revestidos é dado pelo número do
calibre do «grão». Os vários números que se usam são como se segue:

12 (o mais grosso) 60 240

16 80 280

20 100 320

24 120 360

36 150 400

40 180 500

50 220 600 (o mais fino)

Por exemplo, o «grão» indicado pelo número 24 é um abrasivo cujos grãos passarão
através de uma fieira que tenha 24 furos por polegada de comprimento. Este é um «grão»
grosso. O «grão» indicado pelo número 400 significa que o abrasivo com ele designado tem
grãos, ou é feito de grãos, tão pequenos que cada um deles passará por uma fieira de 400 furos
por polegada de comprimento. Este é portanto, um «grão» muito fino (veja a figura 56). Ao
escolher-se um abrasivo para qualquer operação de lixar ou desbastar, é importante que não se
seleccione um abrasivo mais grosso do que o necessário.

Um grão mais grosso pode lixar ou desbastar mais rapidamente, mas deixará arranhões
na superfície trabalhada. O que significa ter que se lixar posteriormente, com uma série de grãos
progressivamente mais finos, de modo a obter uma superfície acabada suave. Um grão mais
grosso pode lixar ou desbastar mais rapidamente, mas deixará arranhões na superfície
trabalhada. O que significa ter que se lixar posteriormente, com uma série de grãos
progressivamente mais finos, de modo a obter uma superfície acabada suave.

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[Oil & Gas Production Operations Course]

FIG. 56 — AS FIEIRAS OU CALIBRES PARA


GRÃOS DE ABRASIVOS DE TAMANHOS 24
GROSSO E 60, MÉDIO, SÃO AQUI MOSTRADAS.
OS VÁRIOS TAMANHOS DE GRÃOS DE
ABRASIVOS SÃO SEPARADCS PENEIRANDO-SE
OS GRÃOS ATRAVÉS DE GRELHAS VIBRATÓRIAS
QUE TÊM ABERTURAS PROGRESSIVAMENTE
MAIS FINAS. OS GRÃOS Nº 60, POR EXEMPLO,
SÃO AQUELES QUE PASSAM PELOS FUROS DE
UMA PENEIRA, DE 1/60 DE POLEGADA, E NÃO
CONSEGUEM PASSAR NA PENEIRA MAIS FINA
IMEDIATAMENTE A SEGUIR.

8.6 SUPORTES

Em abrasivos revestidos são usados quatro grupos gerais de suportes: papel, tecido
(pano), fibra e combinações destes suportes laminados em conjunto. O papel é o menos
dispendioso e é geralmente usado para aplicações nas quais a resistência ou a flexibilidade do
suporte não sejam críticas. O peso, ou a espessura do papel usado como suporte para os
abrasivos é indicado pela letra A, C, D, E ou F impressa no verso de cada folha. O F é o papel
mais pesado e mais forte. A maioria das cintas de abrasivos em suporte de papel são feitos de
papel de peso E. O papel de peso A é também conhecido como «lixa de acabamento» e os de
pesos C e D são conhecidos como «lixas murças».

Virtualmente todos os suportes de pano são feitos de tecido de algodão especial para
ser usado em abrasivos revestidos. Os dois tipos mais comuns são chamados «drills»,
identificados por X impresso no verso e «jeans», marcados com a letra J. A principal diferença
entre os dois é que os «drills» são feitos de fio mais pesado, o que os torna mais fortes do que
os «jeans».

Os «drills» são portanto usados para trabalhos mais pesados e para abrasivos mais
grossos; os «jeans» são os melhores para trabalhos que requeiram flexibilidade. É a resistência
do suporte que limita a pressão ou esforço que o abrasivo revestido aguentará sem rasgar.
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A fibra é outro suporte usado para os abrasivos revestidos. É muito dura e resistente,
mas pouco flexível. É usada principalmente como suporte, para discos de aglomerado abrasivo
resinoso para trabalho pesado.

Dos suportes combinados usam-se duas espécies: os laminados de fibra-e-pano, e os de


papel-e-pano. Ambas são resistentes ao choque e muito fortes. As combinações de papel-pano
são principalmente usadas em máquinas de lixar de tambor de alta velocidade, e as de fibra-pano
geralmente para discos lixadores portáteis.

Para colar os grãos do material abrasivo ao suporte são usados diversos tipos de
adesivos.

8.7 ABRASIVOS AGLOMERADOS

Os abrasivos aglomerados, vulgarmente também conhecidos genericamente pelo nome


de <<pedras de esmeril>>, são assim chamados porque as partículas do material abrasivo são
misturadas (aglomeradas) com outro material aglutinante — geralmente argila, resina, goma-laca
ou borracha. Os abrasivos aglomerados são usualmente feitos por moldagem: uma mistura de
abrasivo em grão e aglutinante é comprimida num molde a alta pressão. A forma moldada é
então cozida a uma temperatura que pode ir desde cerca de 400°F (1204°C) até 2000°F
(1093°C), para completar o processo de aglomeração.

As rodas de aglomerado de barro, também chamadas rodas vitrificadas, são as mais


comuns dos abrasivos aglomerados. Usadas em todas as operações de desgaste (rectificação)
de alta precisão, abarcam tamanhos desde os exemplares do tamanho da unha do dedo mínimo
até às rodas de 60 polegadas (1524 mm) de diâmetro. As rodas vitrificadas são muito frágeis:
utilize-as manejando-as sempre com cuidado.

As rodas de aglomerado de resina, também chamadas rodas resinosas são o segundo


maior grupo de abrasivos aglomerados. Elas são na sua maioria usadas para trabalhos toscos,
nos quais tem que ser removida uma grande quantidade do metal. Elas também são feitas para
operações de corte, nas quais são usadas rodas finas para serrar através de aço e outros
materiais. As rodas resinosas, ou resinóides, são muito mais resistentes do que as rodas
vitrificadas, e podem ser operadas a velocidades muito mais altas. Apesar da sua resistência,
ainda é possível parti-las; portanto, trate as rodas resinóides com cuidado.

8.8 FORMATO DAS RODAS

No começo do século XX, toda a gente reconhecia a necessidade de um método rápido,


para descrever e referenciar os muitos e diferentes formatos de rodas de desbastar que,
entretanto se iam fabricando. Em consequência, foi desenvolvido um sistema baseado nos tipos
de rodas, tipo 1, tipo 2, etc.. Desde que se começou a usar este sistema, cerca de trinta formatos
ou modelos standard de roda, foram classificados pelo número e tipo. Quando eram concebidos
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novos formatos de rodas, eram-Ihe dados novos números de tipo; e, quando certos outros
modelos se tornavam obsoletos, eles eram retirados da lista.

FIG. 57 — AS RODAS DE DESBASTE SÃO PRODUZIDAS NUMA QUANTIDADE DE


FORMATOS STANDARD, OS MAIS COMUNS DOS QUAIS SÃO AQUI ILUSTRADOS.

Hoje, cerca de vinte formatos standard de rodas estão reconhecidos. Destes, os oito
formatos que a figura 57 mostra constituem a maioria das rodas usadas em aplicações
industriais.

8.9 EQUIPAMENTO DE DESGASTE QUE USAM ABRASIVOS REVESTIDOS

Procede-se a uma operação de desbaste quando se remove ferrugem, tinta velha, ou


grandes quantidades de outro material da superfície de uma peça. Por outro lado, lixar é uma
operação de acabamento, feita depois de desbastar. Ela remove os arranhões deixados pelo
desbastar, e produz uma superfície suave e macia. Ambos, o desbastar e o lixar, desempenham
um papel importante na preparação de uma superfície limpa e macia.

8.9.1 MÁQUINAS PORTÁTEIS DE RECTIFICAR A DISCO

A máquina portátil de rectificar a disco, accionada a electricidade ou a ar comprimido,


também chamada «esmeriladora» ou «rebarbadora» é a máquina mais valiosa para
acabamentos em metal. Quando devidamente usada, ela pode rapidamente limpar uma
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superfície metálica. Uma máquina portátil típica, para rectificar a disco, neste caso uma

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<<rebarbadora>> porque usa um disco abrasivo e não uma roda accionada a electricidade, é
mostrada na figura 58. O punho tem um interruptor de ON-OFF, e serve como tomada para o
cabo de energia eléctrica. Há uma pega lateral na parte da frente do aparelho. Deve segurar
sempre a máquina pelas duas pegas ou punho e pega, de modo a controlá-la durante a sua
operação.

O disco abrasivo num rectificador de disco portátil tem 9” de diâmetro. O disco deve ser
apoiado por um prato de suporte do mesmo tamanho. Quando o disco de 9” se gastar nos
bordos, ele pode ser aparado para um diâmetro de 7”. Aparar os discos quando eles se gastam
pode resultar em consideráveis economias após determinado período de tempo. Um prato de
suporte de 7” deve ser usado depois de o disco ter sido aparado.

FIG. 58 — UM DESCANÇO NO TOPO DESTA RECTIFICADORA PERMITE POUSÁ-LA COM O


DISCO VIRADO PARA CIMA EM VEZ DE EM CONTACTO COM O CHÃO OU OUTRA
SUPERFÍCIE POUCO ACONSELHÁVEL. DESTA MANEIRA IMPEDE-SE QUE O DISCO
APANHE MATERIAIS ESTRANHOS, QUE PODEM SER POR ELE TRANSPORTADOS E
ESMAGADOS CONTRA A SUPERFÍCIE DE TRABALHO.

O disco abrasivo é montado numa unidade amortecedora de recuo, como mostra a figura
59. O disco fica apoiado numa almofada de feltro e num disco de fibra, e é preso no seu lugar
sobre um veio, por uma manga e uma porca. Alguns rectificadores usam somente um apoio de
fibra. No entanto, uma almofada de feltro ajudará a prolongar a vida do disco abrasivo, e
absorverá choques quando rectificar uma superfície menos uniforme.
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FIG. 59 - DISCO ABRASIVO E CONJUNTO DA ALMOFADA


AMORTECEDORA.

O truque para a adequada operação de uma rectificadora de disco, é manter o ângulo


certo entre o disco e a superfície a ser rectificada. Mantenha o disco seguro num ângulo de cerca
de 50 (graus) com a superfície a trabalhar.

Cerca de uma polegada do bordo mais afastado do disco, deve estar em contacto com a
superfície. Se permitir que só a ponta do bordo exterior do disco toque a superfície, pode acabar
por deixar profundos arranhões na superfície. Quando a rectificadora movida a electricidade ou
ar comprimido é adequadamente usada, ela deixará marcas de desgaste na superfície,
parecidas com as da figura 60 (a). As marcas de desgaste mostram a direcção em que a
rectificadoras deve ser movida. Note que as marcas se estendem ao longo do comprimento da
superfície.

O uso descuidado da rectificadora de disco resultará numa superfície tão imperfeita, que
será preciso lixar bastante para acabar a superfície. A figura 60 (b) mostra o uso incorrecto de
uma rectificadora de disco. As marcas do desgaste não são linhas direitas. O lado errado do
disco está a contactar a superfície, e a esburacá-la profundamente. Mais ainda, se demasiado
metal tiver que ser retirado para eliminar os profundos arranhões, a superfície pode ser
enfraquecida a ponto de não poder ser mais utilizada.
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FIG. 60- USO DA RECTIFICADORA.

As fagulhas cuspidas pelo disco e produzidas pela sua acção sobre o material da
superfície, devem aparecer à direita da rectificadora e devem ser projectadas para baixo, num
ângulo de cerca de 45º ao eixo da horizontal, como mostra a figura 61.

FIG. 61 — SE AS FAGULHAS JORRAREM PARA A ESQUERDA DO DISCO OU


VERTICALMENTE PARA BAIXO, A RECTIFICADORA NÃO ESTÁ BEM POSICIONADA
E A OPERAÇÃO DE DESGASTE NÃO SERÁ SATISFATÓRIA. UMA RECTIFICADORA
BEM POSICIONADA PRODUZIRÁ UM JORRO DE FAGULHAS COMO MOSTRA A
FIGURA.
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Por vezes é preciso desgastar uma superfície curva, e terá então que usar o disco sem o
prato do suporte. A figura 62 mostra um trabalhador a desgastar uma superfície côncava, sem o
prato de suporte. Se Ihe tirarmos o prato de suporte, o disco fica flexível, e pode seguir a forma
côncava da superfície.

FIG. 62— DESGASTAR UMA SUPERFÍCIE

CÔNCAVA.

8.9.2 LIXADORAS PORTÁTEIS

São utilizados dois tipos de lixadoras portáteis, ou manuais. Estes dois tipos, os mais
frequentemente usados são: a lixadora de disco e a lixadora de acabamento, figura 63. A
lixadora de disco (a), é usada somente para trabalho tosco, porque é difícil de controlar em
acabamentos mais finos. Estas lixadoras usam discos de pano rígido revestidos de abrasivo em
grão. O veio da lixadora está equipado com uma almofada amortecedora flexível de borracha,
que fornece um suporte de apoio ao disco de lixa.

A lixadora para acabamentos é disponível com qualquer um dos dois seguintes


movimentos: orbital e recíproco, figura 63 (b). Algumas lixadoras incorporam os dois
movimentos, os quais podem ser seleccionados por meio de um came que pode ser montado ou
desmontado no veio da lixadora. Nas lixadoras orbitais, a almofada move-se em pequenos
círculos, os arranhões que daí resultam na peça trabalhada são quase impossíveis de se verem.

O movimento da lixadora de acabamentos estende-se para lá da estrutura da lixadora,


de modo que ela pode caber em cantos. A almofada é firme, ainda que retenha alguma
flexibilidade para apoiar e amortecer o papel abrasivo preso a ela.
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FIG. 63 — AS LIXADORAS DE DISCO ROTATIVAS E AS LIXADORAS DE ACABAMENTO DE


MOVIMENTO RECÍPROCO, VAI-E-VEM SÃO DISPONÍVEIS QUER EM MODELOS
ELÉCTRICOS QUER EM MODELOS A AR-COMPRIMIDO. ELAS SÃO USADAS
PRINCIPALMENTE PARA AS SUPERFÍCIES ACABADAS, QUE REQUEREM UM
ACABAMENTO MAIS MACIO, DO QUE O PRODUZIDO COM A RECTIFICADORA MANUAL.
AO USAR UMA LIXADORA, É BOA IDEIA MANTER A LIXADORA EM CONTÍNUO
MOVIMENTO, DE MODO A QUE NÃO HAJA LUGAR A FORMAÇÃO DE ARRANHÕES. ESTA
PRECAUÇÃO É MAIS IMPORTANTE AO USAREM-SE AS LIXADORAS DO TIPO DE DISCO.

Para usar a lixadora de disco, segure-a de modo que uma das mãos agarre a parte
traseira da lixadora enquanto a outra mão prende a cobertura, como na figura 63 (a). Use óculos
do protecção ou uma máscara de segurança, para proteger a cara das partículas de metal soltas
pela lixadora.

Com a lixadora levantada da peça de trabalho, ligue o motor e deixe que ele atinja a
velocidade máxima. Incline o disco, ligeiramente para a frente sobre a peça de trabalho e faça a
pressão suficiente para dobrar o disco ligeiramente.

Depois, mova o disco suave e levemente sobre a superfície. Nunca permita que o disco
permaneça no mesmo sítio demasiado tempo, porque isto pode cortar a superfície, Iixando-a
demasiado só nesse lugar.

Para usar a lixadora de acabamento, seleccione qual dos dois movimentos deseja: o
orbital ou o do vai-e-vem em linha recta. Agarre firmemente a lixadora e ligue o motor. Deixe que
seja o peso da lixadora a fornecer a pressão sobre a peça de trabalho. Mova a lixadora numa
direcção, da direita para a esquerda, ou da esquerda para a direita, para produzir a superfície
mais macia e suave possível.
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8.9.3 REGRAS DE SEGURANÇA

Uma rectificadora portátil tal como uma lixadora e muitas outras ferramentas accionadas
a energia eléctrica ou a ar comprimido, tem que ser devidamente usada. Se observar as regras
básicas de segurança dadas a seguir, estará a garantir uma operação da rectificadora segura e
livre de problemas:

1. Use sempre óculos de segurança ou uma máscara quando operar com uma
rectificadora, quer ela seja movida a electricidade ou a ar comprimido.

2. Nunca suspenda ou segure uma rectificadora pelo seu cabo eléctrico ou pela sua
mangueira de ar comprimido. O peso da rectificadora pode partir a ligação eléctrica ou de ar
comprimido, também pode provocar um curto-circuito no punho ou no interruptor da rectificadora
eléctrica.

3. Segure a rectificadora firmemente pelo punho e pegas que ela tiver para esse efeito.
Se o disco atingir uma racha ou uma acumulação de ferrugem na superfície, ele saltará e dará
um safanão à rectificadora. Se você não a tiver bem agarrada, a rectificadora pode ser cuspida
das suas mãos e atingir parte do seu corpo provocando-Ihe graves ferimentos.

4. Desgaste todas as superfícies cuidadosamente e evite desgastar uma área maior do


que aquela que a reparação requer.

5. Enquanto a rectificadora estiver a operar, tenha cuidado e evite que o disco contacte
com o cabo eléctrico ou com a mangueira de ar comprimido.

6. Verifique regularmente a lixadora eléctrica, para se certificar que os cabos-de-terra


estão intactos, para evitar surpresas desagradáveis com a electricidade estática.

Outro factor importante na operação de uma rectificadora de disco, é a velocidade da


ferramenta, isto é, a velocidade à qual o disco gira. As velocidades máximas recomendadas para
as populares rectificadoras de disco de 7” e 9” são respectivamente, 5500 e 4000 rpm. Nunca
exceda estes limites de velocidade.
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As velocidades mais altas do disco podem:

• Ser perigosas para o operador. As velocidades mais altas, podem fazer voar pedaços de disco e
você ou outra pessoa nas instalações pode ser atingido pelos verdadeiros projécteis em que
esses pedaços se transformam.

• Aquecer a superfície em que se trabalha, sem penetrar a superfície. Isto pode fazer com que a
superfície do metal empene, e uma superfície empenada pode ser extremamente difícil de
reparar.

• Resultar no rápido desgaste do disco, requerendo frequentes substituições, o que é caro!

A maior parte das rectificadoras tem velocidade constante, e não giram mais rapidamente
do que a velocidade recomendada do disco. No entanto, algumas rectificadoras podem ser
operadas a diferentes velocidades. Opere-as à velocidade adequada para o disco. O
equipamento defeituoso pode também provocar diferenças na velocidade. Inspeccione sempre
cuidadosamente o seu equipamento, certificando-se de que não está defeituoso.

8.10 EQUIPAMENTOS QUE USAM ABRASIVOS AGLOMERADOS

8.10.1 RECTIFICADORAS PORTÁTEIS

Quando a peça de trabalho não pode ser trazida à rectificadora, máquina fixa, uma das
rectificadoras manuais portáteis tem de ser levada até à peça!

Exemplos típicos destas rectificadoras são as ilustradas na figura 64. As rectificadoras


manuais portáteis podem ser de disco, rebarbadora e de roda, esmeriladora. O tipo das de disco
(a) podem usar rodas de formato ligeiramente cónico, e discos-rodas pianos especialmente
reforçados ate 9” de diâmetro. As do tipo que usam rodas (b) são geralmente feitas para prender
rodas desde 4 a 6” de diâmetro.
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FIG. 64 — OS TIPOS DE RECTIFICADORAS MANUAIS DE DISCO E DE RODA TÊM UMA


VARIEDADE DE APLICAÇÕES, MAS TÊM QUE SER USADAS COM CUIDADO. EMBORA
MUITAS VEZES ELA INTERFIRA COM A VISIBILIDADE, CERTIFIQUE-SE SEMPRE DE QUE A
RECTIFICADORA ESTÁ EQUIPADA COM UMA ADEQUADA GUARDA DA RODA. AO USAR
QUALQUER RECTIFICADORA PORTÁTIL, MANTENHA-SE FORA DA LINHA DE ROTAÇÃO
DO DISCO DE MODO A NÃO SER ATINGIDO SE ELE SALTAR DO VEIO. TRATE AS RODAS E
O DISCO COM EXTREMO CUIDADO. DEIXAR CAIR DESCUIDADAMENTE OU O MOVER
DESAJEITADAMENTE A RECTIFICADORA, OU AINDA ENCRAVAR O DISCO OU RODA,
SOBRE A SUPERFÍCIE DE TRABALHO, PODE FAZER COM QUE A RODA OU O DISCO SE
PARTAM O QUE CRIARA UMA SITUAÇÃO PERIGOSA.

As rectificadoras portáteis podem ser operadas a ar-comprimido ou a electricidade. As


rectificadoras que usam ar-comprimido são de construção simples e relativamente baratas nos
seus custos de aquisição e de operação.

As rectificadoras portáteis são usadas para remover defeitos em peças fundidas, para
limpar soldaduras e para outras operações de desbaste e acabamento. A figura 65 (a) e (b) e a
figura 66, mostram alguns usos típicos das rectificadoras de disco e de roda. Deft uk

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FIG. 65- UMA RECTIFICADORA PORTÁTIL COM UMA RODA EM FORMA DE COPO
AFAGANDO A JUNTA DA SOLDADURA NUMA PEÇA DE METAL FABRICADA EM (A). O USO
DE UMA RECTIFICADORA COM UM DISCO CHATO OU PLANO EM (B).
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FIG. 66 — UMA RECTIFICADORA PORTÁTIL DE RODA LIMPANDO UMA SOLDADURA. ESTA


RECTIFICADORA É ACCIONADA A AR-COMPRIMIDO

8.10.2 REGRAS DE SEGURANÇA

Todo o trabalhador é responsável pelo seguimento das instruções sobre Segurança no


Trabalho, e pelo uso do equipamento de protecção que Ihe é fornecido. Para os trabalhos de
rectificação, as três regras de segurança fundamentais são:

• USE ÓCULOS DE PROTECÇÃO OU OUTRO TIPO DE EQUIPAMENTO PARA PROTEGER


OS OLHOS.

• NÃO RETIRE AS GUARDAS DAS RODAS.

• OPERE AS RODAS A UMA VELOCIDADE IGUAL OU INFERIOR ÀS SUAS VELOCIDADES


DE OPERAÇÃO.
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Os óculos de protecção não são o equipamento mais popular. Os trabalhadores dizem e


com alguma verdade, que eles são pesados, quentes e desconfortáveis. Outros queixam-se de
que não conseguem ver bem com os óculos de protecção. Mas, por outro lado, é bom que se
convença que está a trabalhar com uma roda de desgastar quebradiça e que pedaços dessa roda
o podem atingir a alta velocidade. Não caia na asneira, bastante frequente, de julgar que
semicerrar os olhos é o bastante. Nem as pestanas, nem mesmo as pálpebras dos olhos
oferecem protecção eficaz contra as partículas disparadas por uma roda de desbastar.

O melhor tipo de protector dos olhos tem escudos laterais ou coberturas que impedem
que as partículas projectadas entrem por trás das lentes nos seus olhos. Geralmente, os escudos
laterais são ventilados para permitir a circulação do ar, o que os toma mais confortáveis e evita o
embaciamento. Se o seu trabalho o expõe a uma pesada concentração de partículas voadoras,
então o melhor é usar óculos de protecção para trabalho pesado, uma máscara sobre óculos de
protecção standard. Alguns dos protectores dos olhos são ilustrados pela figura 67.

FIG. 67 — A MÁSCARA OU OS ÓCULOS DE PRCTECÇÃO ADEQUADOS DEVEM SER


USADOS. A IMAGEM MOSTRA ÓCULOS DE PROTECÇÃO E MÁSCARAS PARA TRABALHO
PESADO E LIGEIRO DE RECTIFICAÇÃO. A MÁSCARA OFERECE UMA PROTECÇÃO
COMPLETA DA CARA, E PODE SER USADA SOZINHA OU SOBRE ÓCULOS DE
PRCTECÇÃO, DEPENDENDO DA SEVERIDADE DA CPERAÇÃO DE DESBASTE OU
RECTIFICAÇÃO A FAZER.

As guardas das rodas devem estar sempre montadas na rectificadora em todos os


trabalhos. A guarda cobre pelo menos metade da roda. Foi dispendido um grande esforço no
desenho das guardas, de modo a que possam <<suavizar>> os fragmentos de uma roda no
caso de ela se partir, e impedir as rodas de <<cuspir>>, quando a altas velocidades.

Numa rectificadora portátil, a guarda da roda por vezes traz inconvenientes à operação
de desgaste. às vezes parece que não dá jeito trabalhar com a guarda colocada. Mas, apesar de
todos os inconvenientes, deve manter a guarda no lugar e devidamente ajustada, sempre que
usar uma rectificadora. Não há nenhuma justificação para qualquer outro procedimento.
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Na maioria das rectificadoras, a guarda da roda tem que ser retirada para se substituir a
roda. Muitos trabalhadores esquecem-se de a voltar a colocar. Eles dizem que não conseguem
ver bem o trabalho que estão a fazer, com a guarda montada, ou dão qualquer outra desculpa
como, por exemplo, que nunca partiram uma roda. Imensos trabalhadores têm ficado gravemente
incapacitados por pensarem e agirem desta maneira. Partiram a primeira e última roda!

A velocidade é provavelmente o factor mais importante para a segurança no uso de uma


rectificadora. Sob nenhuma circunstância deverá operar uma roda a uma velocidade maior do
que a indicada como máxima. Excepto para rodas muito pequenas, a velocidade máxima de
rotação com segurança, está sempre impressa no verso da roda ou na própria roda. Nas rodas
mais pequenas, a velocidade máxima é geralmente dada em rpm, as quais podem ser facilmente
comparadas com as rpm do veio da rectificadora.

É evidente que há muito mais a dizer sobre segurança do que aquilo que mencionámos.
As outras práticas de segurança incluem: 1) inspeccionar as rodas procurando rachas antes de
as montar; 2) inspeccionar as flanges usadas para montar a roda; e 3) fazer girar a roda durante
cerca de um minuto, sem carga, antes de começar a rectificar.

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