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Professor Lúcio Valente

PEÇA 01 (PRISÃO TEMPORÁRIA)

AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA DA PEÇA

Lucas, as correções serão enviadas no formato .doc (Word) para possibilitar a


inclusão de informações para atualização do material no decorrer dos seus estudos.

1 - ENDEREÇAMENTO (Valor: 1,0)

O endereçamento da sua peça está correto.

- Lucas, você indicou corretamente que a competência para processar e julgar o crime
descrito no enunciado é da Justiça Federal, bem como identificou a competência territorial:
São Paulo/SP.

- Assim, temos o endereçamento dessa cautelar:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA __VARA FEDERAL (OU


VARA CRIMINAL FEDERAL) DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO
PAULO/SP

2 - PREÂMBULO (Valor:1,0)

O preâmbulo da sua peça está incompleto.

- Citou corretamente o amparo legal referente às atribuições do Delegado de Polícia: artigo


2º, § 1º, da Lei n. 12.830/13.

- Indicou corretamente o fundamento constitucional referente às atribuições do Delegado de


Polícia Federal: art. 144, § 1º da Constituição Federal. Lembre-se que o art. 144, § 4º da
CF está vinculado ao Delta da Polícia Civil e deve ser utilizado quando endereçado para as
Varas Criminais Estaduais.

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- Lembre-se, sempre, de incluir ambos os fundamentos no preâmbulo de suas peças,


especialmente no dia da prova. Isso irá demonstrar conhecimento e zelo.

- Quanto a cautelar, você representou corretamente pela PRISÃO TEMPORÁRIA e pela


BUSCA E APREENSÃO. Muito bem!

- Apontou o fulcro das medidas de maneira incompleta (linha 8). A fundamentação


completa está disposta no art. 1º, incisos I e III, alínea ‘n’, da Lei 7.960/89 c/c art. 240, §
1º, alíneas ‘e’ e ‘h’ do CPP.

- Procure sempre apontar de forma completa, com a indicação da lei, artigo, parágrafo,
alínea, inciso etc.

- Representou corretamente em desfavor de Carlos Moreira (Beredê), José Ricardo (Cabeça


Prata), Amâncio da Silva (Ceará) e Moacir Bandeira de Melo (Biro Biro), constando o nome
dos sujeitos na representação.

- Fez corretamente em não indicar Marlene e Patrícia como alvos da cautelar. Essas já
foram presas em flagrante na ocasião da abordagem, não havendo no enunciado
informações acerca da conversão do flagrante em preventiva. Muito bem!

- Lucas, o preâmbulo que você construiu ficou bem organizado e com uma boa
apresentação, ressalvadas as observações supra.

DICA: você deve colocar no seu preâmbulo o prazo da temporária! Alguns espelhos de prova
já trouxeram esse critério como um dos pontos de avaliação!

DICA 2: É necessário ser destacado que o Delegado de Polícia, ao contrário do membro do


Ministério Público, “representa” e não “requer” o deferimento de determinada cautelar. Isso
ocorre em razão de imparcialidade da Autoridade Policial, que possui o objetivo de apurar a
melhor verdade possível acerca dos fatos, notadamente autoria, materialidade e
circunstâncias do delito. Por não ser o Delegado de Polícia parte no processo, não tem
interesse legítimo de requerer – no sentido de pedir ao juízo – mas sim de representar,
expondo as razões de fato e de direitos pelas quais entende que determinada medida
cautelar deve ser garantida pelo juízo.

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- Pelas razões expostas, colocar no preâmbulo da peça que o delegado “requer” se configura
um erro crasso.

- Então, REPRESENTAR é demonstrar a necessidade; REQUERER é pedir legalmente. No


primeiro, não cabe recurso em caso de negativa; no segundo, caberá recurso em caso de
negativa.

- Concluindo em simples linhas, a representação é o instrumento jurídico que tem por


finalidade levar ao conhecimento do Poder Judiciário os fundamentos que justifiquem a
decretação de determinada medida cautelar.

DICA: QUAL MEDIDA DEVO REPRESENTAR, PRISÃO TEMPORÁRIA OU


PREVENTIVA?

- Lucas, quero que você anote a seguinte dica para acertar a cautelar de prisão, caso uma
delas apareça na sua prova:

- A Prisão Temporária tem prevalência sobre a Preventiva durante a investigação. Claro


que isso é uma regra e não uma verdade absoluta. Tenha em mente que a prisão voltada
para a investigação é a Temporária. Isso porque, na prática, é mais fácil o juiz decretar
essa medida pois, basicamente, o Delegado deve demonstrar apenas a hipótese legal e a
necessidade para a investigação.

- Então, a prisão temporária é mais adequada quando se tem a necessidade de colheita de


elementos de provas, pendência de diligências, ameaça à investigação etc.

- Assim, podemos concluir que a Prisão Temporária tem a finalidade de proteger a


investigação, enquanto a Preventiva busca proteger a futura Ação Penal. Repito: não é
uma verdade absoluta, mas pense na prisão temporária como um meio para obtenção de
provas úteis dentro do inquérito.

- No caso analisado, tendo em vista que a finalidade é salvaguardar as investigações


somada a necessidade de colher elementos de prova, especialmente com o fim de
identificar os demais integrantes do grupo criminoso, o mais adequado é representar
pela Prisão Temporária.

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DICA: Nunca represente por prisão temporária no relatório final, pois a investigação já
findou.

3 - DOS FATOS

- Primeiramente, vamos relembrar as 5 (cinco) interrogantes que devem ser respondidas


para a construção de um campo “dos fatos” excelente? São elas: 1) O que ocorreu? 2)
Quando ocorreu? 3) Como ocorreu? 4) Onde ocorreu? 5) Por que ocorreu?

- Naturalmente, dependendo do enunciado, não será possível responder a todas. Mas


atenção: nunca crie fatos, datas, locais etc, que não estejam presentes no corpo do
problema. A Banca examinadora pode receber esses dados como identificação de prova e
te eliminar do certame.

- Essas cinco interrogantes servirão de base para você construir o campo “dos fatos”, que
deve conter, basicamente, o resumo dos fatos + o fumus comissi delicti (materialidade (+)
indícios de autoria). Veja um exemplo da estrutura lógica a ser usada em todas as
cautelares:

DOS FATOS

No dia tal, ocorreram os fatos a, b, c…A materialidade do crime está demonstrada


pelo (laudo cadavérico, boletim de ocorrência etc) … (prova que o crime ocorreu).

Há indícios de autoria, tendo em vista que (laudo papiloscópico, reconhecimento


positivo pela(s) testemunha(a), degravação das câmeras de segurança etc)…
(indícios que o suspeito é autor).

- Se quiser criar subtópicos para a materialidade e autoria, também pode, desde que siga a
sequência lógica da peça (resumo dos fatos + materialidade + autoria).

ANÁLISE DA PEÇA

- Você narrou os fatos de maneira clara, descrevendo o evento que justificou a deflagração
das investigações. Procure exercitar seu poder de síntese e não estenda demais esse tópico,
ok?

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- Lembre-se que o tópico referente aos fatos não é considerado para a banca para fins de
pontuação, servindo apenas para deixar a estrutura da peça mais lógica. Assim, o ideal é
reduzir ao máximo a narrativa, limitando o tópico à data, local e descrição breve do evento
que culminou no início das investigações (abordagem das mulas e apreensão da droga).

- Utilize as demais informações relevantes no tópico do fumus, para demonstrar a prova da


materialidade e os indícios de autoria.

3.1 - DO FUMUS COMISSI DELICTI (Valor: 0,5)

O ‘fumus’ da sua peça não foi adequadamente demonstrado.

- Isso quer dizer que não basta parafrasear o enunciado (deixar subentendido) é preciso que
você faça um detalhamento de forma expressa, de tal modo que o Examinador possa ler a
sua prova e identificar de pronto esses elementos.

- Lucas, procure sempre indicar a prova da materialidade e os indícios de autoria de forma


clara e objetiva, eis que constituem pressupostos imprescindíveis.

- O correto para esse caso seria apontar expressamente que a materialidade está
consubstanciada pela apreensão da droga.

- Contudo, na sua peça foi indicado que o fumus comissi delicti estaria demonstrado através
da prisão em flagrante das autuadas. Atente-se que, tecnicamente, a prisão em flagrante
não se trata de uma prova em si, mas da apreensão do suspeito (linhas 49-82).

- Do mesmo modo, deveria ter apontado que os indícios de autoria restam configurados
pelas declarações de Marlene e Patrícia; pelos papéis esparsos e uma agenda encontrada
na bagagem que possibilitaram a identificação dos representados. Na sua peça você
apontou os depoimentos das suspeitas, mas não correlacionou essa prova aos indícios de
autoria (linhas 52-56).

4 - DA TIPIFICAÇÃO (Valor: 1,5)

A tipificação apresentada na sua peça está incompleta.

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- Lucas, lembre-se de separar um parágrafo na fundamentação para tipificar os crimes da


forma mais completa indicando: nome do crime + tipo penal correspondente.

- Você tipificou a conduta dos representados como tráfico internacional de drogas, deixando
de mencionar a majorante relativa a transnacionalidade do delito, e citando como
fundamento o art. 33, da Lei 11.343/06 (linha 21). Além disso, tipificou o crime de
associação para o tráfico, conforme art. 35, da Lei 11.343/06 (linhas 22-23).

- Nesta fase a tipificação ainda é provisória, porém deve ser indicada da forma mais completa
possível.

- No caso em comento podemos identificar os crimes de Tráfico Transnacional (art. 33 c/c


40, inciso I, da lei 11.343/2006) e Organização Criminosa (art. 1º, § 1º e § 2º, inciso I da
lei 12.850/2013). Veja:

4.1 - DA TIPIFICAÇÃO NO TRÁFICO TRANSNACIONAL (art. 33 c/c 40, inciso i, da lei


11.343/2006)

- O enunciado demonstra que além da ocorrência do crime de tráfico de drogas (Art. 33,
caput da lei 11.343/2006), há a incidência da causa de aumento prevista no artigo 40,
inciso I, da lei 11.343/2006, tendo em vista que as circunstâncias do fato (apreensão da
droga no aeroporto em posse das ‘mulas’ que pretendiam viajar para outro país) evidenciam
a transnacionalidade do delito

Lei 11.343/2006
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto
a dois terços, se:
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as
circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito (...)

IMPORTANTE:

- Vale ressaltar que a incidência da causa de aumento de pena prevista no artigo 40, I da
Lei 11.343/2006 não exige efetiva transposição de fronteiras, conforme entendimento do
STJ já sumulado:

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Súmula 607 STJ: A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei
11.343/06) se configura com a prova da destinação internacional das drogas, ainda
que não consumada a transposição de fronteiras

- Importante destacar que o STF e o STJ possuem entendimento no sentido de que a


condição de “mula do tráfico” não determina, necessariamente, que o agente que
transporta a droga integre a organização criminosa, podendo inclusive fazer jus ao
benefício previsto no § 4º do artigo 33 da lei 11.343/2006. – (vide HC 131795-STF e HC
387.077-STJ – info 602 STJ).

4.2 - DA CONFIGURAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA - art. 1º, § 1º e § 2º, inciso I


da Lei 12.850/2013

- Note que a narrativa indica o preenchimento de todos os requisitos previstos no Art. 1º §


1º da lei 12.850/2013:

§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais


pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas,
ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem
de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas
máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter
transnacional.

- Além do § 1º que traz o conceito de organização criminosa, imprescindível também a


indicação do § 2º, pois se refere especificamente a crimes previstos em tratados ou
convenções internacionais, como é o caso do tráfico de drogas, veja:

§ 2º Esta Lei se aplica também: I - às infrações penais previstas em tratado ou


convenção internacional quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha
ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

ATENÇÃO: A Lei 13.964/19 incluiu no rol de crimes hediondos o crime de organização


criminosa, quando direcionada à prática de crimes hediondos ou equiparados.

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4.3 - DOS INDÍCIOS DA OCORRÊNCIA DE LAVAGEM DE CAPITAIS (Lei 9613/98).

- No que se refere ao crime de lavagem de capitais (Lei 9613/98), embora existam indícios
da sua existência “(...) apontaram o envolvimento de um doleiro que cuidava de realizar
operações financeiras (...)”, estes não são suficientes para o indiciamento dos agentes por
este crime, pelo menos por ora. Assim, a indicação da lei 9613/98 não será considerada
para os fins de pontuação nesta atividade.

4.4 - DO CONFLITO DE NORMAS

- O crime de Associação para o tráfico, previsto no art. 35 da Lei 11.343/06, não seria
cabível. Este delito prevê a associação de 02 ou mais pessoas para o fim de,
reiteradamente ou não, praticar as condutas previstas nos arts. 33 e 34 da mesma Lei. Veja
que esse delito significa que os agentes possuem o ânimo para um determinado fim
específico: traficar drogas. Neste caso não seria somente um evento ocasional. Importante
salientar ainda que a associação para esse fim já configura o crime, mesmo que o crime de
tráfico, por exemplo, não seja efetivado.

- A tipificação do crime de Associação criminosa, previsto no art. 288 do Código Penal,


também não seria adequada. Neste caso, o crime seria de associar-se 03 ou mais
pessoas para o cometimento de crimes. Aqui, os agentes devem já saber quais as
finalidades que pretendem.

- Além disso, esse tipo penal não especifica quais crimes ou o tipo de crime (neste caso não
abrange contravenção penal, pois o legislador deixar claro o “fim específico de cometer
crimes”). Da mesma forma, é punível a mera associação, mesmo que o crime pretendido
não alcance seu resultado.

- Por fim, o crime Organização Criminosa, previsto na Lei 12.850/13 é a associação de 04


ou mais pessoas de forma estruturada, com divisão de tarefas, com o objetivo de obter
vantagem de qualquer natureza mediante prática de infrações penais cujas penas sejam
superiores a 04 anos, ou de caráter transnacional.

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- Veja que o crime de organização criminosa pressupõe uma hierarquia entre os membros
e deixa claro que a infração penal cometida tem a pena superior a 04 anos ou de caráter
transnacional.

- Para solucionar essa dúvida, quando o grupo é formado com o intuito de cometer crimes,
se forem satisfeitos os requisitos presentes na Lei de Organização Criminosa, devem ser
afastados os outros crimes chamados preparatórios (associação para o tráfico, associação
criminosa, etc.) tendo em vista que deve ser prevalecida a legislação específica.

- Dessa forma, mediante o conflito aparente de normas, deve ser resolvido pelo Princípio
da Especialidade, considerando que no caso concreto trazido no enunciado estão
presentes todos os elementos caracterizadores do Crime de Organização criminosa,
devendo ser aplicada a legislação especifica de organização criminosa em detrimento do
crime de associação para o tráfico.

5 - DA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL / JURÍDICA (Valor: 4,0)

5.1 - DO PERICULUM IN LIBERTATIS

- O tópico destinado aos fundamentos é onde se concentram os argumentos e fundamentos


legais, doutrinários e jurisprudenciais que irão justificar o cabimento da medida requerida
pela Autoridade Policial. É, também, onde a Banca irá deferir a maior parte da pontuação,
razão pela qual você deve redobrar a atenção ao redigir nessa parte.

- Ao elaborar a peça de representação por Prisão Temporária, é indispensável que você, na


qualidade de Autoridade Policial, demonstre ao Juízo que estão preenchidos os
pressupostos dispostos no art. 1º, incisos I ou II e III, da Lei 7.960/89, que dispõe sobre o
tema, vejamos:

Art. 1° Caberá prisão temporária:


I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II- quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na
legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
(…)

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n) tráfico de drogas (art. 33 c/c 40, inciso I, da lei 11.343/2006)

CONTINUANDO A ANÁLISE DA SUA PEÇA

O periculum para a Prisão Temporária restou parcialmente demonstrado.

- Lucas, você apontou corretamente as circunstâncias que indicam que a prisão temporária
é necessária para a continuidade da investigação, deixando claras as razões que
justificam a decretação da medida. Muito bem!

- Quanto a fundamentação legal, deveria ter citado expressamente o artigo 1º, inciso I, da
lei 7.960/89, demonstrando o preenchimento do requisito legal.

- Veja bem, o periculum que indica a imprescindibilidade para a investigação do


inquérito policial (inciso I, do art. 1º, da Lei 7.960/89) resta configurada pela
necessidade de colheita de provas, especialmente para a identificação dos demais
integrantes da organização, inclusive um “doleiro” que cuidava de realizar as
operações financeiras, além de pessoas aliciadas e grupos estrangeiros que
negociavam com os indiciados.

IMPORTANTE: A prisão temporária não pode ser embasada apenas nos maus
antecedentes, se ausentes aquelas condições impostas nos incisos I, II e III do art. 1º, da
Lei 7.960/89.

5.2 - DO CABIMENTO (inciso III, do art. 1º, da Lei 7.960/89)

O cabimento foi parcialmente demonstrado.

- Lucas, você argumentou com precisão que o crime de tráfico de drogas está dentre os
passíveis de Prisão temporária (linhas 71-73). Contudo, faltou indicar a alínea ‘n’, do
inciso III, do art. 1º, da Lei 7.960/89 (linha 73). Acompanhe:

Art. 1° Caberá prisão temporária:

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(…)
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na
legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
(…)
n) tráfico de drogas (…)

- Deveria apontar, ainda, que o crime cometido pelos suspeitos é equiparado à Hediondo,
de modo a justificar o alargamento do prazo inicial da prisão para 30 (trinta) dias, com
base no art. 2º, § 4º, da Lei nº. 8.072/90 (linha 82). Acompanhe:

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes


e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
(…)
§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro
de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias,
prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

5.3 - DA BUSCA E APREENSÃO

- Ao fundamentar a busca e apreensão você deve, inicialmente, demonstrar a necessidade


da decretação da medida, apontando informações do enunciado que a justifique. No caso
em questão, a busca é necessária para colheita de elementos de provas, em especial
para a identificação de outros suspeitos, inclusive um ‘doleiro’ que foi mencionado
por Patrícia e Marlene.

- Além da necessidade, a finalidade também deve ser indicada. As finalidades da busca e


apreensão estão dispostas nas alíneas do § 1º do artigo 240 do CPP. Assim, ao
representar pela medida você deve indicar, expressamente, qual a finalidade da busca,
apontando a alínea pertinente:

CPP- Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.


(...)
§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem,
para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados
ou contrafeitos;

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d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou


destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder,
quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à
elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.

- Perceba que algumas alíneas reclamam diligências bem específicas, restringindo a


atuação à apenas uma finalidade, enquanto outras indicam uma finalidade mais genérica,
apontando uma abrangência maior da busca, justificando a medida nas situações em que a
autoridade policial desconhece a existência de provas específicas, porém, tem indícios de
que a busca poderá resultar na colheita de provas importantes para a investigação.

- A alínea ‘a’ (prender criminosos) só é cabível quando já existe a decretação da prisão


anterior à busca. No caso dessa meta a sua aplicação não é pertinente, tendo em vista que
a prisão ainda está sendo requerida.

- A alínea ‘d’ (apreender armas e munições) também não seria adequada, pois no comando
da questão não fala se a organização criminosa utiliza de armamentos. Portanto, as alíneas
‘mais genéricas’ seriam adequadas.

- A alínea ‘f’ (apreender cartas) não seria adequada tendo em vista que não houve indicação
no comando da questão que haviam cartas que poderiam ser úteis à investigação. O que foi
narrado é que a polícia já teve acesso aos papéis e a agenda que se encontravam em posse
de Marlene e Patrícia.

- A alínea ‘g’ (apreender pessoas vítimas de crimes) também não seria adequada, tendo em
vista que o enunciado não oferece elementos acerca da ocorrência de crimes relacionados
a privação da liberdade de pessoas.

- Na situação colocada pelo enunciado, tendo em vista que não se sabe precisamente quais
as provas que se vai colher, mas se sabe que devem ser colhidas todas as provas
necessárias para formação do elemento de convicção, deve-se indicar as alíneas que
apontam finalidade mais abrangentes. Assim, a fundamentação resta mais adequada no
artigo 240 § 1º alíneas ‘e’ e ‘h’ do CPP.

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- O local da diligência deve ser expressamente indicado, na forma trazida pelo enunciado.

CONTINUANDO A ANÁLISE DA SUA PEÇA

Os fundamentos para a Busca e Apreensão foram parcialmente apresentados na sua


peça.

- Lucas, você indicou corretamente a necessidade da busca e apreensão, argumentando


que elementos de provas devem ser colhidos para a continuidade das investigações.

- Indicou com precisão a necessidade de que outros criminosos devem ser identificados.
Para complementar essa argumentação, poderia ter feito menção expressa à
necessidade de também se identificar o ‘doleiro’.

- Com relação à finalidade, pelas razões já abordadas acima, o mais correto era a indicação
das alíneas ‘e’ e ‘h’ do § 1º do artigo 240 do CPP. Todavia, esse fundamento não foi
trazido na sua peça.

- Fez corretamente em apontar o endereço para a realização da busca – Rua dos Pássaros
nº 136, Florianópolis/SC. Essa indicação do endereço poderia ser tanto na fundamentação,
quanto nos pedidos.

DICA: sobre a cautelar de Busca e Apreensão, trataremos com mais profundidade na meta
respectiva.

DICA: a grande maioria das Bancas de concurso contratam Examinadores que possuem
apenas “noções de direito”, como forma de economizar no gasto de pessoal, vez que a
contratação de advogados e advogadas seria excessivamente dispendiosa. Isso nos traz
grande preocupação, pois o Examinador não necessariamente terá base intelectual-jurídica
para interpretar as entrelinhas da sua argumentação. Na verdade, a maioria esmagadora
dos Examinadores irão se limitar a uma busca simplista de “termos chave”, comparando com
o espelho.

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Tendo isso em mente, sempre que você construir sua peça procure elaborar um texto claro
e objetivo e, mesmo que pareça repetitivo, não deixe de incluir o dispositivo legal aplicável,
apontando o fundamento completo (número do artigo, do inciso, da alínea e a Lei).

5.4 - FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

A fundamentação jurídica (entendimento doutrinário e jurisprudencial) necessita de


aprofundamento.

- Lucas, você trouxe boa argumentação acerca da relativização dos direitos fundamentais à
liberdade (linhas 61-68), em prol da verdade real. Contudo, haviam outros assuntos que
poderiam ter sido abordados para alcançar a pontuação cheia no quesito da fundamentação
jurídica.

- Procure sempre enriquecer a sua peça com maior número de embasamento jurídico
possível. Utilize a técnica das TRÊS MULHERES (Doutrina, Jurisprudência e Lei), sempre
observando o número de linhas permitidas.

- Em síntese, a fundamentação jurídica é o fundamento doutrinário e jurisprudencial,


respaldado na norma, que justifica determinada medida.

- Nesta META, por exemplo, poderia ter argumentado sobre a Súmula 607 do STJ que trata
sobre a não necessidade de transposição efetiva da fronteira para caracterizar o crime
de tráfico internacional de drogas.

- Além disso, outro ponto que poderia ter sido abordado seria acerca da Súmula 528 do STJ
que trata sobre a competência da Justiça Federal do local da apreensão da droga para
julgar o crime de tráfico internacional.

- Se por acaso não se lembrar do número da súmula, não tem problema. Mencione a
informação da passagem, veja: “Segundo o STJ a causa de aumento de pena referente à
transnacionalidade não existe a efetiva transposição de fronteiras”.

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- Pode ainda buscar na memória toda informação que tiver a respeito das classificações dos
crimes tipificados (delito de ação múltipla ou conteúdo alternativo; crime permanente; fazer
diferenciação entre organização criminosa e associação criminosa etc ...).

- Quando estiver redigindo sua peça, explore toda a fundamentação jurídica que puder ser
relacionada ao caso em análise. Construir uma fundamentação ampla, guiada pelo princípio
do “pecar por excesso”, é muito importante porque não se sabe quais pontos estarão
discriminados (e pontuados) no espelho da Banca. Assim, quanto maior a fundamentação,
mais chances de obter a pontuação ‘cheia’.

- Para construir uma fundamentação mais robusta, de agora em diante, procure sempre
incluir algum dos assuntos que estejam tratados na meta (tipificação, endereçamento,
cautelar, etc). Assim, com bastante treino, você irá absolver essas informações e seu
raciocínio jurídico ficará cada vez mais dinâmico.

DICA: ao inserir na sua peça a fundamentação jurídica pertinente, suas chances de pontuar
aumentam consideravelmente.

6 - DO PEDIDO/CONCLUSÃO (Valor: 1,0)

O pedido da sua peça está correto.

- Lucas, você representou corretamente pela PRISÃO TEMPORÁRIA cumulada com a


BUSCA E APREENSÃO. Excelente!

DICA: no pedido, a expressão mais adequada é ‘REPRESENTA pela DECRETAÇÃO da


Prisão Temporária dos indiciados pelo prazo de 30 dias com a consequente EXPEDIÇÃO
do mandado de prisão’, ao invés de “representa pela expedição de mandado”.

- Indicou corretamente o prazo inicial da prisão: 30 dias.

DICA: No que se refere à busca e apreensão, o endereço para realização da diligência


(Rua dos Pássaros nº 136, Florianópolis/SC) também pode ser indicado na conclusão.

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- Solicitou a oitiva do Ministério Público.

- Inseriu corretamente o fechamento da peça: Local…, Data… Delegado de Polícia.

AVALIAÇÃO GERAL

Lucas,

Peço que você dê bastante atenção às dicas que eu incluí ao longo dessa análise para que
você possa identificar se no caso enunciado é cabível a Prisão Temporária ou Preventiva.
Meu objetivo é que no dia da prova você acerte a peça e alcance a pontuação máxima!

Os ajustes iremos fazendo ao longo da sua preparação. Ainda estamos no início do curso e
você irá evoluir bastante se continuar estudando, treinando, errando e melhorando sua
redação!

Mas nossa conversa não acaba por aqui. Me mande um feedback do curso, sua opinião
é muito valiosa para que eu e minha equipe possamos melhorar cada vez mais.

Forte abraço.

Equipe VSD.

CORREÇÃO INDIVIDUAL - PEÇA - PRISÃO TEMPORÁRIA

QUESITOS ATRIBUIÇÃO COMENTÁRIOS

ENDEREÇAMENTO 1,0 - Juiz Federal (0,2) (0,2) da Vara Federal (0,5)


(Valor: 1,0) (0,2) da Seção Judiciária de São Paulo (0,3) (0,3)

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PREÂMBULO 0,85 - Amparo legal (artigo 2º, § 1º, da Lei n.


(Fulcro) 12.830/13) (0,1) (0,1) e constitucional (art. 144, §
(Valor: 1,0) 1º da CF) referente as atribuições do Delegado
de Polícia Federal (0,1) (0,1)

- Representação pela Prisão Temporária (0,2)


(0,2) c/c Busca e Apreensão (0,2) (0,2)

- Fulcro completo: Art. 1º, incisos I e III, alínea ‘n’,


da Lei 7.960/89 (0,2) (0,05) c/c 240, § 1º, alíneas
‘e’ e ‘h’ do CPP (0,2) (0,2)

SÍNTESE DOS 0,05 Fumus comissi delict:


FATOS/ FUMUS
COMISSI DELICT - Materialidade (0,25) (0,0)
(Valor: 0,5)
- Indícios de autoria (0,25) (0,05)

TIPIFICAÇÃO 0,65 Tipificação completa:


(Valor: 1,5)
- Tráfico transnacional (0,5) (0,4)

- Art. 33 c/c 40, inciso I, Lei 11.343/06 (0,5) (0,25)

- Organização criminosa (0,25) (0,0)

- Art. 1º, § 1º e § 2º, inciso I, Lei 12.850/13 (0,25)


(0,0)

FUNDAMENTAÇÃO 2,15 - Requisitos da Prisão Temporária: demonstrar a


LEGAL/JURÍDICA Imprescindibilidade para a investigação do
(Valor: 4,0) inquérito policial (1,0) (1,0)

- Citar o art. 1º, inciso I, Lei 7.960/89 (0,5) (0,0)

- Cabimento: crime de tráfico de drogas está


previsto no rol taxativo: alínea ‘n’, inciso III, do art.
1º, Lei 7.960/89 (0,5) (0,3)

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- Justificar o alargamento do prazo da prisão com


base na Lei de Crimes Hediondos: art. 2º, § 4º,
Lei 8.072/90 (0,3) (0,05)

- Demonstrar a necessidade da Busca e


Apreensão: colheita de outros elementos de
prova, em especial para identificação do ‘doleiro’
(0,5) (0,4)

- Citar o artigo 240 § 1º, alíneas ‘e’ e ‘h’, do CPP


(0,5) (0,0)

- Indicar o endereço para a diligência: escritório


da organização, localizado na Rua dos Pássaros
nº 136- Florianópolis/SC (0,2) (0,2)

- Fundamentação Jurídica/Doutrinária e
Jurisprudencial (0,5) (0,2)

PEDIDO 1,0 - Prazo da prisão: 30 dias (0,5) (0,5)


(Valor: 1,0)
- Decretação da Prisão Temporária (0,2) (0,2) c/c
Busca e Apreensão (0,2) (0,2) com a
consequente expedição do mandado

- Requerer oitiva do MP (0,1) (0,1)

CLAREZA E 1,0 - Descrição dos fatos (clareza e objetividade)


OBJETIVIDADE (0,5) (0,5)
/CORREÇÃO
GRAMATICAL - Sem correções gramaticais (0,5) (0,5)
(Valor: 1,0)

PONTUAÇÃO TOTAL OBTIDA: 6,7 DE 10,0

CRITÉRIOS DE CORREÇÃO - PEÇA - PRISÃO TEMPORÁRIA

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IDENTIFICAÇÃO E Representação pela Prisão Temporária de Carlos Moreira


ESTRUTURA DE (Beredê), José Ricardo (Cabeça Prata), Amâncio da Silva
PEÇA (Ceará) e Moacir Bandeira de Melo (Biro Biro) e pela Busca e
Apreensão na Rua dos Pássaros nº 136, Florianópolis/SC.

ENDEREÇAMENTO EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA… VARA


FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO/SP

PREÂMBULO DA O Delegado de Polícia que, ao final subscreve, no exercício dos


PEÇA poderes conferidos pelo Art. 144 § 1º da Constituição Federal,
pelo artigo 2º § 1º da Lei 12.830/2013, diante dos fatos
investigados no Inquérito Policial em epígrafe, com fundamento
no art. 1º, incisos I e III, alínea ‘n’, da Lei 7.960/89 c/c 240, § 1º,
alíneas ‘e’ e ‘h’ do CPP, representa pela prisão temporária pelo
prazo de 30 dias de (mencionar indiciados), bem como pela busca
e apreensão no endereço (...)

SÍNTESE DOS Não deverá criar dado não fornecido na situação problema e não
FATOS deverá omitir dado relevante exposto.

Lembre-se das interrogantes: 1) O que ocorreu? 2) Quando


ocorreu? 3) Como ocorreu? 4) Onde ocorreu? 5) Por que ocorreu?

“No dia 17 de janeiro de 2018, às 21 horas, no Aeroporto


internacional de São Paulo, foram presas em flagrante, ao
tentarem embarcar para Portugal, Marlene e Patrícia portando
grande quantidade de cocaína. Alguns documentos apreendidos
e as declarações das presas possibilitaram a identificação de

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fulano, beltrano, como possíveis integrantes de uma organização


criminosa voltada ao tráfico transnacional.”

DO FUMUS Indícios de Autoria: restam configurados pelas declarações de


COMISSI DELICTI Marlene e Patrícia, papéis esparsos e uma agenda encontrada na
bagagem que possibilitaram a identificação dos representados.

Provas da materialidade: está consubstanciada pela apreensão


da droga.

TIPIFICAÇÃO Tráfico Transnacional (Art. 33 c/c 40, inciso I, da lei


11.343/2006) e Organização Criminosa (Art. 1º, § 1º e § 2º, inciso
I da lei 12.850/2013).

FUNDAMENTAÇÃO Demonstração da necessidade da medida (requisitos): A prisão


LEGAL/ JURÍDICA temporária é necessária para colheita de provas, especialmente
para a identificação dos demais integrantes da organização,
inclusive um “doleiro” que cuidava de realizar as operações
financeiras, além de pessoas aliciadas e grupos estrangeiros que
negociavam com os indiciados- art. 1º, inciso da Lei 7.960/89.

A busca e apreensão tem por finalidade colher elementos de


provas no suposto escritório da organização criminosa- art. 240,
§ 1º, alíneas ‘e’ e ‘h’ do CPP.

Cabimento da prisão temporária: O crime de tráfico de drogas


está previsto no rol taxativo (alínea ‘n’, inciso III, do art. 1º, da
Lei 7.960/89).

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Alargamento do prazo inicial da temporária para 30 dias, com


fundamento no Art. 2º, § 4º, da Lei nº. 8.072/90 (Lei de Crimes
Hediondos).

Deveria incluir jurisprudência acerca do tema.

DO PEDIDO Representa-se pela decretação da Prisão Temporária de (nome


do suspeito) pelo prazo de 30 (trinta) dias, bem como pela busca
e apreensão no endereço (inserir, se fornecido pelo enunciado),
com a consequente expedição dos mandados.

Requerer a oitiva do Ministério Público.

Local…, Data…

Delegado de Polícia.

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