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CURRÍCULO OCULTO
Ao definir currículo enquanto uma prática discursiva viva, fica evidente que “se
aprende na escola muito mais do que aquilo que está registrado nos
documentos oficiais” (ARAÚJO, 2018). Esse “muito mais” está presente no
currículo oculto.
E, ao finalizar seu artigo, Viviane deixa claro que o currículo é algo vivo e
ideológico, não neutro.
Sendo o currículo uma forma de poder, que pode levar a liberdade, construir e
transformar, McLoren (1977), diz que o currículo beneficia uma classe,
assegurando, seus sonhos desejos, e discrimina outros grupos raciais, classe e
gênero.
Para Tomaz Tadeu da Silva, o currículo oculto infere no cotidiano das escolas
básicas nas relações interpessoais, através de rituais, gestos e práticas
corporais, muito mais do que as manifestações verbais. Estas inferências,
segundo Tomaz, ocorrem dentro de uma “perspectiva crítica, o que se aprende
no currículo oculto são fundamentalmente atitudes, comportamentos, valores e
orientações que permitem que crianças e jovens se ajustem de forma mais
conveniente às estruturas e às pautas de funcionamento, consideradas injustas
e antidemocráticas e, portanto, indesejáveis, da sociedade capitalista”. É como
se cada criança aprendesse atitudes e ações pertinentes a sua classe social, e
pode ser percebido nas relações entre professores e alunos, administradores e
alunos, e entre alunos e alunos, proporcionando um espaço rígido e organizado
dentro de salas de aula tradicional, permitindo o aprendizado de controle de
tempo, pontualidade, divisão de tempo ao resolver as tarefas, bem como
regras, regulamentos e normas.
O que se passa a definir como currículo oculto não é só o que deve ser ensino,
mas também o dever de como deve ser ensinado, pois as interações são
destacadas como veículos de ensino tão relevantes quanto o conteúdo. Pois,
estão se tratando de comportamentos, são normas, regras de convivência,
ritualísticas sociais, códigos de condutas e as ideologias que permeiam a
sociedade se manifestando no dia-a-dia, e não conteúdos e matérias que são
estabelecidos pelos documentos curriculares.
“o que se aprende no currículo oculto são fundamentalmente atitudes,
comportamentos, valores e orientações que permitem que crianças e
jovens se ajustem da forma mais conveniente às estruturas e às
pautas de funcionamento, consideradas injustas e antidemocráticas e,
portanto, indesejáveis, da sociedade capitalista.” (SILVA 2011)
REFERÊNCIAS