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O que são Sistemas Agroindustriais?

Agroindústria e Agronegócio: O primeiro termo faz parte do segundo.


Agroindústria é a unidade produtora integrante dos segmentos localizados nos
níveis de suprimentos à produção, à transformação e ao acondicionamento e processa o
produto agrícola, para sua utilização intermediária ou final.
Relembrando o conceito de agronegócio (agribusiness), “agronegócio é a soma
total das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações
de produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição
dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles” (John Davis e Ray Goldberg,
1957).

Sistema Agroindustrial
Sistema Agroindustrial (SAI): é considerado como o conjunto de atividades que
concorrem para a produção de produtos agroindustriais, desde a produção de insumos
até a chegada do produto final ao consumidor.
 Não está associado a qualquer matéria-prima agropecuária ou produto final
específico.
O SAI aproxima-se do conceito de Agribusiness, inicialmente proposto por
Goldberg.
Complexo agroindustrial: tem como ponto de partida determinada matéria-prima de
base. A arquitetura deste complexo seria ditada pela “explosão” da matéria-prima
principal que o originou, segundo os diferentes processos industriais e comerciais que
ela pode sofrer até transformar em diferentes produtos finais.
Assim, a formação de um complexo agroindustrial exige a participação de um
conjunto de cadeias de produção, cada uma delas associadas a um produto ou família de
produtos.
Cadeia de produção agroindustrial: ao contrário do complexo agroindustrial, é
definida ao se identificar determinado produto final, a partir do qual se encadeia de
jusante (consumidor) a montante (produção primária), as várias operações técnicas,
comerciais e logísticas necessárias à sua produção.
Redes de empresas: conjunto de relações externas, podendo incluir uma teia global de
alianças, laços entre gerentes, de diferentes áreas, que trabalham interfuncionalmente

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para driblar a burocracia interna das organizações – visando responder rapidamente às
demandas de clientes e mercados, sem precisar de reorganizações drásticas.
Agentes que compõem os Sistemas Agroindustriais
1. Consumidor (jusante)
2. Varejo
3. Atacado
4. Agroindústria
5. Produção primária (montante)
6. Industrias de serviços de apoio

Estrutura dos Sistemas Agroindustriais


Os sistemas agroindustriais podem ser constituídos considerando diferentes
perspectivas. Para dar uma conotação interpretativa lógica que possa representar estas
particularidades, qualquer analista precisa, antes de qualquer outra tarefa, considerar
todos os setores envolvidos, bem como asa organizações que efetivamente atuam em
cada um deles, a saber:
 Antes da porteira
 Dentro da porteira
 Depois da porteira
Cada um desses setores possui características particulares. No entanto, todos
formam uma estrutura sistêmica de interdependência, em que o sucesso de todos está
vinculado ao êxito das partes individualmente.

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Consumidor

Industrial Varejista Institucional

Processador

Produtor

Fornecedor

Produtor

Visão sistêmica do Agronegócio


É fundamental entender o Agronegócio e todos os seus componentes e inter-
relações, dentro de uma visão de sistemas que engloba todos os setores denominados
“antes da porteira”, “dentro da porteira” e após a porteira”.
É preciso entender o agronegócio como um sistema integrado, onde todos os
seus componentes são importantes. Essa visão sistêmica é uma necessidade para todos
aqueles que deseja trabalhar com o agronegócio, seja para o agente público que interfere
na atividade agropecuária, seja para o grande industrial ou para o administrador da
fazenda. Somente vendo o agronegócio como um sistema integrado e interdependente é
possível alcançar a máxima eficiência.
Para conseguir enxergar o agronegócio como um todo, também é preciso dividi-
lo de forma que sua compreensão torne-se mais fácil para você aluno, mas desde já
afirmamos que se trata de uma divisão puramente didática. Podemos dividir o
agronegócio em três setores chamados: “antes da porteira”, “dentro da porteira” e
“depois da porteira”.

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O setor “antes da porteira” é aquele que envolve todas as atividades que dão
suporte a produção agropecuária antes que a produção ocorra de fato. Exemplo: os
fornecedores de insumos, sementes, tecnologia de modo geral, financiamentos entre
outros.
O setor “dentro da porteira” é a atividade produtiva agropecuária propriamente
dita. Ela envolve por exemplo, o preparo e o manejo do solo, a irrigação, colheita e no
caso da pecuária todo o processo de criação do rebanho.
O setor “depois da porteira” trata das atividades envolvidas após a produção.
Como o beneficiamento ou industrialização dos produtos, sua embalagem,
armazenamento, distribuição, entre outros.
A visão sistêmica do negócio agrícola potencializa grandes benefícios para um
desenvolvimento mais intenso e harmônico da sociedade brasileira. Para tanto, existe
problemas e desafios a vencer. Dentre estes, destaca-se os conhecimentos da inter-
relações das cadeias produtivas para que sejam indicados os requisitos para melhorar
sua competitividade, sustentabilidade e igualdade.
A competitividade diz respeito à própria qualidade do produto e ao seu preço no
mercado consumidor, o mercado é cada vez mais exigente quanto à qualidade dos
produtos e os consumidores ainda baseiam suas compras no quesito preço. A
sustentabilidade está relacionada com a competência da propriedade para continuar no
mercado.

Cadeias Produtivas
Na década de 1960, surge na França, mais precisamente na Escola Francesa de
Organização Industrial, o conceito de filière (fileira = cadeia) aplicado ao agronegócio.
O autor Morvan em 1985 define filière como: uma sequência de operações que
conduzem à produção de bens, cuja articulação é amplamente influenciada pelas
possibilidades tecnológicas e definida pelas estratégias dos agentes. Estes possuem
relações interdependentes e complementares, determinados pelas forças hierárquicas.
A análise de filière (ou cadeia produtiva) de cada produto agropecuário permite
visualizar ações e inter-relações entre todos os agentes que a compõem e dela
participam. Assim é mais fácil:
 Efetuar descrições de toda a cadeia
 Reconhecer o papel da tecnologia na estrutura da cadeia produtiva
 Organizar estudos de integração

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 Analisar as políticas voltadas para todo o agronegócio
 Compreender a matriz de insumo-produto para cada produto agropecuário
 Analisar as estratégias das firmas e das associações.
As principais características das cadeias produtivas são:
1. Refere-se a conjuntos de etapas consecutivas pelas quais passam e vão sendo
transformados e transferidos os diversos insumos, em ciclos de produção,
distribuição e comercialização de bens e serviços.
2. Implica em divisão de trabalho, na qual cada agente ou conjunto de agentes
realiza etapas distintas no processo produtivo.
3. Não se restringe necessariamente à mesma região ou município.
4. Não se contempla outros atores, que não estejam envolvidos diretamente no
processo, tais como instituições de ensino, pesquisa e desenvolvimento, apoio
técnico, financeiro entre outros.
As análises efetuadas para cada produto dentro de uma visão de cadeia produtiva, como,
concebida, levam à possibilidade de não incluir, nas inter-relações, todos os segmentos
econômicos, após a produção. Como o próprio nome diz: cadeia produtiva. Então há a
necessidade de um conceito mais amplo, que englobe todos os segmentos até o produto
chegar ao consumidor e que inclua as agregações de valor, as fases de comercialização,
a distribuição, etc. Daí surgiu, muito recentemente a ideia de CADEIA DE VALOR,
como sendo um conceito mais abrangente que inclui esses segmentos.

O que é Cluster?
É um grupo econômico constituído por empresas instaladas em determinada
região, líderes em seus ramos, apoiado por outras que fornecem produtos e serviços,
ambas sustentadas por organizações que fornecem profissionais qualificados, tecnologia
de ponta, recursos financeiros, ambiente propício para negócio e infraestrutura física.
Todas estas organizações interagem ao proporcionar umas às outras os produtos
e serviços que necessitam, estabelecendo deste modo, relações que permitem produzir
mais e melhor, a um custo menor.
Um Cluster é definido como um grupo geograficamente próximos de firmas
interligadas e instituições associadas a um determinado setor, ligadas por fins comuns e
por complementaridade.

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No mundo existem diversos clusters industriais ligados a setores como o
automóvel, as tecnologias da informação, turismo, indústria audiovisual, transporte,
logística, agricultura entre outros.

Arranjos Produtivos Locais


Arranjos Produtivos Locais são aglomerações de empresas localizadas em um
mesmo território, que apresentam especializações produtivas e mantêm vínculos de
articulações, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais,
tais como: governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.
Exemplo de arranjos produtivos locais, são as empresas da cidade de Ibitinga – indústria
de bordados e confecções (cama, mesa e banho), Rio Claro – borracha e plástico;
minerais não metálicos.

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