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Qual a importância do POP para

laboratórios de análises clínicas?


O POP, Procedimento Operacional Padrão, para laboratório de análises
clínicas é uma ferramenta essencial para uma boa gestão. Se você
pretende ter o reconhecimento de órgãos, como ISO 9002, CAP (Colégio
Americano de Patologistas), PNCQ (Programa Nacional de Controle de
Qualidade), ONA (Organização Nacional de Acreditação) e PALC
(Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos/SBPC), sabe que é
fundamental padronizar procedimentos internos.

Esse é, inclusive, o primeiro passo para obter a certificação dos


procedimentos e a Acreditação de Serviços e Programas de Saúde. É
também a melhor forma de mostrar para seu cliente que suas atividades
estão em pleno funcionamento e que são confiáveis. Partindo dessa
reflexão, você já é capaz de perceber a importância do POP para
laboratório de análises clínicas, certo?

Falamos um pouco mais sobre o tema no post de hoje. Confira!


POP – Procedimento Operacional
Padrão

POP ou Procedimento Operacional Padrão é um conjunto de diretrizes para


a execução de um trabalho. Ele é traduzido em um documento que deve
conter a descrição minuciosa do que será executado. Dentre os pontos mais
comuns que constam no POP para laboratório de análises clínicas, estão:

 Instruções sequenciais de operações;


 Frequência de execução;
 Especificação do responsável pelo trabalho;
 Listagem dos equipamentos, peças e materiais utilizados na
tarefa;
 Descrição dos procedimentos da tarefa por atividades críticas,
de operação e pontos proibidos;
 Roteiro de inspeção periódica dos equipamentos de produção.

Objetivo

O POP serve para padronizar a execução de tarefas fundamentais,


minimizando a ocorrência de erros durante as atividades. Em outras
palavras, seu objetivo principal é garantir o funcionamento correto dos
processos internos. Se ele for coerente, o usuário do serviço, qualquer que
seja o momento em que se relacione com o negócio, poderá receber
qualidade de atendimento ou serviços.

Em um laboratório, por exemplo, o serviço prestado pela manhã será o


mesmo executado em outros turnos, praticados por profissionais diferentes.
Ou seja, o POP para laboratório de análises clínicas possibilita maior
previsibilidade de resultados, minimiza variações causadas por imperícia e
aleatoriedades.

Internamente, esse Procedimento Operacional Padrão é um excelente


instrumento de auditorias internas. Por meio dele, a Gerência de Qualidade
pode analisar a execução do trabalho dos diversos setores. Com o
documento, ela tem em mãos subsídios técnicos para indagar e verificar a
eficácia da metodologia e sua familiarização entre os auditados.

Em resumo, o POP para laboratório de análises clínicas serve para:

 Oferecer constantemente um serviço de qualidade ao usuário,


independentemente de variáveis;
 Possibilitar maior previsibilidade de resultados;
 Diminuir a ocorrência de erros nos processos;
 Padronizar a execução de tarefas;
 Subsidiar auditorias internas.

POP para laboratório de análises


clínicas

Os objetivos de um POP para laboratório de análises clínicas já foram


demonstrados. A ideia é fazer com que o negócio defina, documente e
mantenha um programa de controle de seus procedimentos e documentos
de fonte interna e externa que façam parte da documentação da qualidade.
Se você ainda não possui uma versão atual implementada, deve se atentar
para atualizar o POP o mais rápido possível. Ter um procedimento obsoleto
circulando pelo laboratório pode ser um risco. Se tem dúvidas sobre o que
colocar no POP para laboratório de análises clínicas, veja a seguir.

Conteúdo do POP para laboratório de análises clínicas

Em primeiro lugar, você deve pensar no entendimento de quem lerá o


documento. Os itens e as informações devem estar descritas em uma
linguagem apropriada ao grau de instrução das pessoas envolvidas nas
tarefas. Em qualquer caso, o melhor é adotar uma linguagem simples e
objetiva.

Outro ponto que deve ser observado é a coerência com a realidade do seu
laboratório. Copiar procedimentos de livros ou de outros estabelecimentos
pode ser ineficaz, porque cada negócio funciona de um modo.

Por fim, o POP para laboratório de análises clínicas deve ser elaborado por
um profissional habilitado e qualificado. É muito importante que ele tenha
conhecimento de todos os fatores que influenciam os processos internos do
laboratório. Afinal, é quem escreverá os procedimentos relacionados às
amostras e a todos os serviços executados, bem como a aplicação e
interpretação de controles internos e externos.

Fotos, imagens ou esquemas são ótimas ferramentas para integrar o POP,


pois auxiliam na memorização e no entendimento do conteúdo.

Dentre os ítens obrigatórios gerais em um POP para laboratório de análises


clínicas, estão:

 Nome do laboratório;
 Título do POP;
 Identificação, assinatura e data de elaboração, revisão e
aprovação do POP;
 Número da versão atual e número do documento;
 Paginação;
 Abrangência e distribuição;
 Números de cópias.

Se for um procedimento analítico, ele ainda deve conter:

 Princípio do teste;
 Aplicação clínica;
 Amostra analisada;
 Padrões, controles, reativos e demais insumos;
 Equipamentos (informações sobre uso, calibração e
manutenção preventiva);
 Fase analítica detalhada (passo a passo do ensaio);
 Cálculos (se aplicável);
 Controle da qualidade externo e interno;
 Interferentes e reações cruzadas;
 Valores de referência;
 Linearidade, limites de detecção e limitações do método;
 Interpretação dos resultados;
 Referências.
Exemplos de POP para laboratório de
análises clínicas

Existem diversos tipos de POP para laboratório de análises clínicas.


Separamos aqui alguns relacionados a amostras e qualidade, e citamos
outros mais específicos.

Procedimentos relacionados a amostras

O POP para laboratório de análises clínicas relacionado a amostras envolve


coleta, identificação, transporte, rejeição, aceitação de amostras
comprometidas, manuseio, análise, armazenamento, confidencialidade dos
dados das amostras e descarte seguro.

Veja a seguir algumas observações sobre cada ponto que você não deve
esquecer:

 Coleta: este POP deve conter condutas e regras satisfatórias de


coleta de amostras primárias e seus recipientes para que o
resultado da análise não seja invalidado;
 Identificação: a identificação das amostras será feita por rótulo
de código de barras ou numeração sequencial? O POP
descreve isso. Lembre-se que a identificação deve ser adotada
enquanto a amostra estiver no laboratório, mesmo que
aliquotada.
 Manuseio: o POP estabelece procedimentos de manuseio da
amostra por todos aqueles que tenham contato direto com ela.
O objetivo é não alterá-la fisicamente nem fazer com que ela
perca suas características mensuráveis.
 Análise: um POP de procedimento analítico define o passo-a-
passo do ensaio, por meio do uso de uma linguagem simples,
detalhada e objetiva. Em geral, contém figuras e fluxogramas
para facilitar o entendimento e a memorização da equipe.
 Armazenamento: a estocagem e armazenamento de amostras
deve ser descrita em um POP para que sua integridade seja
mantida para posterior análise, terceirização, transporte,
reanálise ou aceitação de pedido para adição de novos exames
para a mesma amostra.
 Transporte: define condições de transporte recomendáveis para
que se mantenha a segurança de pessoas, do meio ambiente, e
da integridade das propriedades físicas das amostras.
 Rejeição: estabelece critérios do laboratório para recusar o
processamento de uma amostra, como falta de informações
necessárias, identificação duvidosa ou critérios técnicos.
 Aceitação de amostras comprometidas: critérios do laboratório
para aceitar amostras que não cumprem as condições ideais
especificadas. A natureza do desvio deve constar no laudo final
de ensaio, com observações para sua interpretação clínica, se
aplicável.
 Confidencialidade dos dados das amostras: estabelece as
regras de sigilo, de modo a defender os interesses de
propriedade dos pacientes, que são os donos do laudo e do seu
conteúdo.
 Descarte seguro das amostras: define instruções para descartar
as amostras biológicas de forma segura para o laboratório, seus
funcionários e para o meio ambiente.

Procedimentos relacionados à qualidade

Os POP para laboratório de análises clínicas que dizem respeito à


qualidade são apenas dois: interno e externo.

O POP para controle da qualidade interno estabelece diretrizes do controle


realizado pelo laboratório, como periodicidades, valores de aceitação de
desvio padrão, responsabilidades do pessoal envolvido e outros pontos.

Já o POP para controle de qualidade externo cria uma sistemática de


participação regular em programa de ensaio de proficiência. Isso deve
reunir os itens de ensaio que o laboratório analisa. A melhor forma é
participar de comparações interlaboratoriais (10 laboratórios
aproximadamente), de forma a comparar seus resultados, e realizar uma
análise crítica dos valores obtidos.
Outros exemplos de POP para laboratório de análises
clínicas

Um laboratório de análises clínicas pode ter vários POPs. Como a ideia é


padronizar os procedimentos internos, cada tarefa deve ter suas diretrizes.

O POP de terceirização de exames, por exemplo, deve conter o que pode


ser terceirizado, como o laboratório deve proceder diante da terceirização
de seus exames, os critérios rigorosos de seleção, dentre outros pontos.

Veja outros exemplos de POP:

 POP de emergência em caso de derramamento biológico e de


resíduos químicos, ou de derramamento de resíduos na
centrífuga;
 POP de descarte de resíduos biológicos (vetores virais ou
cultura de células);
 POP de entrada e comportamento de pessoas no interior do
NB2;
 POP de desinfecção, lavagem e esterilização de vidrarias;
 POP de limpeza e desinfecção do NB2;
 POP de operação da cabine biológica;
 POP de utilização de autoclave.

Modelo de POP

Para que você entenda exatamente como é um POP para laboratório de


análises clínicas, preparamos um modelo resumido.

Modelo de POP de (neste campo, você discrimina qual procedimento do


laboratório será definido. Ex: coleta, identificação, transporte de amostras)

1. Referência: (procedimento do laboratório definido. Ex: coleta de amostras


laboratoriais).

2. Objetivo: padronizar os procedimentos constantes na referência.


3. Campo de aplicação: neste campo, define-se para quem é aplicável o
POP. Ou seja, quem deve seguir os procedimentos-padrão que constam no
documento. No caso de amostras, os POPs são aplicáveis à profissionais
especializados do laboratório.

4. Descrição: define quais as normas de biossegurança devem ser


observadas por quem estiver inserido no procedimento. Neste ponto, é
preciso detalhar minuciosamente as condutas. Veja alguns exemplos:

 O profissional habilitado, antes de iniciar o procedimento de


coleta, deve organizar o material na sala de coleta, conforme as
amostras a serem coletadas. Dentre os materiais, estão tubos
de coleta, seringas, agulhas, luvas, torniquete, algodão, álcool,
esparadrapo e caixa coletora de material perfurocortante. Em
seguida, deve conferir todos os dados da requisição;
 O profissional deve verificar se o paciente está em condições de
preparo e jejum adequadas. Também deve verificar a
possibilidade de alergia ao látex da luva;
 O código de identificação do paciente e o tipo de exame devem
estar explícitos na etiqueta de identificação da amostra;
 O profissional deve utilizar a etiqueta própria do tubo de coleta
sanguínea e uma caneta que não borre ou apague;
 O profissional deve se atentar para os diferentes tipos de tubo
de coleta sanguínea. As amostras de sangue total devem ser
coletadas em tubos com anticoagulante, ao passo que os
exames em que é necessário a análise no soro, o sangue deve
ser coletado em tubo sem anticoagulante;
 Após a coleta, o profissional deve homogeneizar lentamente o
tubo. Para tanto, deve fazer inversão por 10 vezes, mantê-lo na
posição vertical por no mínimo 30 minutos em temperatura
ambiente. Não é possível refrigerar o sangue logo após a coleta,
de modo a evitar a hemólise da amostra e a formação de fibrina;
 Decorrido este período, deve centrifugar o tubo com sangue
conforme especificações da força centrífuga relativa (RCF), para
obter soro (sobrenadante). O tempo entre a coleta e a
centrifugação não deve exceder uma hora.
Esses são apenas exemplos de condutas. É preciso abordar ainda as
regras de armazenamento da amostra, bem como as de transporte (se for o
caso) para outro laboratório (envolve temperatura, tipo de embalagem,
identificação e especificação da caixa térmica, dentre outros pontos).

O papel da tecnologia no POP para


laboratório de análises clínicas

Padronizar procedimentos no laboratório é primordial para fazer uma boa


gestão da qualidade. Você notou que o POP para laboratório de análises
clínicas é o maior aliado. E é a qualidade que será responsável por
transmitir credibilidade ao mercado. Se suas regras e processos internos
são monitorados e corrigidos quando necessário, fica mais fácil prestar um
serviço de saúde otimizado.

E a melhor maneira de garantir um bom POP para laboratório de análises


clínicas é utilizar a tecnologia. Por meio de um software próprio para o
segmento, o gestor consegue fazer com que os procedimentos sejam
executados corretamente, o que resulta em exames fiéis à realidade. É esse
sistema que permite a automação de processos, reduzindo a chance de
erros nas etapas.

Se o objetivo principal do POP para laboratório de análises clínicas é


garantir o funcionamento correto dos processos internos,
a automatização proporcionada pelo software pode resolver muitos
problemas. Especialmente a minimização dos erros nos procedimentos.

É importante frisar que o uso da automação nos laboratórios é um


grande reforço na execução da gestão. Os softwares laboratoriais dão um
suporte essencial às principais atividades realizadas internamente. Isso faz
com que o gestor tenha mais controle sobre a rotina (sem falar na
possibilidade de tomar decisões de forma mais aprofundada, baseada em
dados estatísticos do negócio).

Em resumo, com o uso de sistemas para laboratórios de análises clínicas há


mais eficiência no controle de processos internos. Ele também possibilita
integrar melhor as áreas da empresas, o que é importante em caso de
procedimentos que envolvem profissionais de vários setores.

O POP para laboratório de análises clínicas é um documento essencial para


a oferta de serviços qualificados aos clientes. Isso porque dá ao gestor a
possibilidade de ter mais controle dos processos internos, qualificando
também sua gestão.Que tal adotar outras práticas de boa gestão
laboratorial?

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