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ELETROTERMOFOTOTERAPIA

NA FISIOTERAPIA
Professor Esp. Klaus Porto Azevedo
REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Caroline da Silva Marques
Eduardo Alves de Oliveira
Jéssica Eugênio Azevedo
Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
Hugo Batalhoti Morangueira
Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira
Carlos Henrique Moraes dos Anjos
Kauê Berto
Pedro Vinícius de Lima Machado
Thassiane da Silva Jacinto

FICHA CATALOGRÁFICA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

A994e Azevedo, Klaus Porto


Eletrotermofototerapia na fisioterapia/ Klaus Porto Azevedo.
Paranavaí: EduFatecie, 2023.
67 p.

1.Eletroterapia. 2. Fototerapia. 3. Estimulação elétrica


transcutânea do nervo. 4. Terapia por ondas curtas. I. Centro
Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância.
III. Título.

CDD: 23. ed. 615.845


Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577

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de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
AUTOR
Professor. Esp. Klaus Porto Azevedo

● Graduado em Fisioterapia pela UnB;


● Pós/Especialista em Fisioterapia traumato-ortopédica;
● Mestrando em Ciências da Reabilitação pela UnB;
● Autor dos Seguintes Artigos:
● Different Cryotherapy Modalities Demonstrate Similar Effects on Muscle Performan-
ce, Soreness, and Damage in Healthy Individuals and Athletes: A Systematic-Re-
view with Metanalysis;
● Russian and Low-Frequency Currents Induced Similar Neuromuscular Adaptations
in Soccer Players: A Randomized Controlled Trial;
● Effects of electroanalgesia on knee osteoarthritis: study protocol for a randomized,
triple-blind, placebo-controlled trial;
● Experiência profissional – Fisioterapeuta sócio-diretor da Enmovimento Fisiotera-
pia;
● Experiência professional – Fisioterapeuta do Tribunal Superior Eleitoral de 2020 a
2022;
● Pesquisador no Laboratório de Pesquisa em plasticidade músculo-tendinea –
LaPlast;
● Professor do Curso de Graduação da UniCsul.

CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/4233614323759275

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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Caro aluno, nesta disciplina fascinante, mergulharemos nos complexos mecanismos
de ação e fisiologia dos recursos em eletrotermofototerapia. Vamos explorar como esses
recursos únicos interagem com os sistemas biológicos, cada um com suas peculiaridades
e características distintas.
Na Unidade I, vamos desvendar os mistérios da eletroanalgesia. Vamos entender
as diferentes formas de induzir a redução da dor e os parâmetros físicos envolvidos. Além
disso, vamos explorar como esses métodos interagem com os sistemas biológicos para
proporcionar alívio da dor.
Avançando para a Unidade II, vamos aprender sobre a geração de contrações
musculares eficazes através da estimulação elétrica. Vamos discutir as diferentes estratégias
para restaurar a função muscular, um componente crucial na reabilitação de pacientes com
uma variedade de condições.
Na Unidade III, vamos nos concentrar no Laser e no Ultrassom terapêutico. Vamos
entender como essas ferramentas podem ser usadas para consolidar fraturas e promover
a cicatrização de tecidos moles. Vamos explorar as várias aplicações dessas tecnologias e
como elas podem beneficiar os pacientes.
Finalmente, na Unidade IV, vamos concluir nossa jornada com o estudo das
diferentes formas de trocas de calor. Vamos discutir quando e como aplicar calor superficial
ou profundo pode ser benéfico no tratamento de lesões.
Estou ansioso para embarcar nesta jornada de aprendizado com você! Vamos
juntos descobrir o fascinante mundo da eletrotermofototerapia.

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SUMÁRIO

UNIDADE 1
O Uso Terapêutico de Correntes Elétricas
para Analgesia

UNIDADE 2
O Uso de Correntes Elétricas no Músculo
Esquelético

UNIDADE 3
O Uso do Ultrassom e Laser Terapêutico

UNIDADE 4
Explorando a Eficiência da Terapia por
Ondas Curtas

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Professor Esp. Klaus Porto Azevedo
O USO TERAPÊUTICO

ELÉTRICAS PARA

• Conceituar e contextualizar parâmetros físicos em


DE CORRENTES

• Estabelecer a importância da eletroanalgesia.


• Definições e parâmetros físicos do TENS.
ANALGESIA

Objetivos da Aprendizagem
UNIDADE

• Compreender os tipos de TENS.


• Mecanismos de ação do TENS.
• Contraindicações do TENS.
Plano de Estudos

• Modalidades do TENS.

eletroanalgesia.
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INTRODUÇÃO
Olá a todos, futuros fisioterapeutas! Hoje, vamos entrar em um campo empolgante
que nos permitirá explorar um aspecto fundamental do nosso trabalho: a aplicação das
correntes eletroanalgesia no contexto da reabilitação. Preparem-se para embarcar em uma
jornada fascinante que nos levará a compreender como a eletricidade pode ser utilizada de
maneira terapêutica para aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Imagine
a capacidade de aplicar conhecimentos científicos avançados para aliviar o desconforto e
acelerar a recuperação. Hoje, mergulharemos profundamente no mundo das "Correntes
Eletroanalgesia na Fisioterapia", onde aprenderemos a ciência por trás dessa técnica, suas
aplicações clínicas e como ela se encaixa perfeitamente em nosso arsenal terapêutico.
Animados? Então, vamos começar essa jornada de descoberta!
Nossa jornada pelo universo das correntes eletroanalgesia nos levará a desvendar
os princípios fundamentais dessa técnica. Vamos explorar a teoria por trás da estimulação
elétrica como uma ferramenta analgésica e entender como as correntes elétricas podem
influenciar o sistema nervoso, modulando a dor. Investigaremos os diferentes tipos de
correntes utilizados, como a TENS (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea) e a FES
(Estimulação Elétrica Funcional), compreendendo quando e por que aplicá-las. Além disso,
abordaremos os mecanismos neurofisiológicos envolvidos na resposta analgésica e como
a eletroanalgesia pode ser integrada a outras abordagens terapêuticas. Essa compreensão
profunda nos capacitará a projetar intervenções personalizadas para nossos pacientes,
levando em consideração suas necessidades individuais.
A aplicação das correntes eletroanalgesia na fisioterapia representa uma jornada
emocionante em direção ao domínio de técnicas terapêuticas avançadas. Ao abraçarmos
os princípios científicos por trás dessas correntes elétricas, estaremos equipados para
proporcionar alívio eficaz da dor e melhorar a qualidade de vida daqueles que buscam
nossos cuidados. À medida que mergulhamos nesse tópico, vocês descobrirão como a
eletroanalgesia se integra perfeitamente ao nosso papel como fisioterapeutas, permitindo-
-nos oferecer uma abordagem holística e personalizada à reabilitação. Estou ansioso para
explorar junto com vocês as possibilidades dessa técnica e ver como ela se encaixará em
nosso repertório de tratamentos.
Vamos iniciar essa jornada eletrizante rumo ao conhecimento e habilidades que
moldarão nossas práticas futuras. Vamos começar a explorar as correntes eletroanalgesia
na fisioterapia!

UNIDADE 1 O USO TERAPÊUTICO DE CORRENTES ELÉTRICAS PARA ANALGESIA 7


1
TÓPICO

DEFINIÇÕES E PARÂMETROS
FÍSICOS DO TENS

A Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) é definida pela Associação


de Terapia Física Americana como a aplicação de estímulos elétricos sobre a superfície da
pele para o controle da dor, e trata-se de um método não invasivo, de baixo custo, seguro
e de fácil manuseio. Atualmente, pela grande aplicabilidade clínica do recurso, a TENS
é considerada a mais comum e importante forma de eletroanalgesia clínica. Por ser de
fácil administração, ter poucos efeitos colaterais e/ou contraindicações, essa ferramenta é
usada frequentemente para produzir alívio da dor (SHEILA KITCHEN, 2003).
Tecnicamente, trata-se de uma corrente de baixa frequência, pulsada, que apresenta
uma forma de onda bifásica, simétrica. Essa característica propicia a estimulação de
receptores nervosos e apresenta um componente de corrente direta igual a zero, ou seja,
as áreas sob as ondas positivas e negativas são iguais, não produzindo efeitos polares,
sendo denominada como corrente elétrica não polarizada (ARTIOLI, et al. 2011).

UNIDADE 1 O USO TERAPÊUTICO DE CORRENTES ELÉTRICAS PARA ANALGESIA 8


2
TÓPICO

MODALIDADES DO
TENS

A eletroanalgesia com o uso da TENS pode ser feita de diferentes modos, sendo
cada um indicado no melhor momento terapêutico. A seguir, vamos descrever os
principais modos de aplicação do TENS.
• TENS Convencional: Aplicado com a frequência entre 80 e 150 Hz, baixa
intensidade, 60 a 100 μs, estimulando de forma contínua as fibras mielinizadas, de condução
rápida do estímulo. Importante ressaltar que a baixa intensidade não deve provocar
contrações musculares, muito menos sensação desagradável pelo paciente, sendo sempre
ajustada de acordo com a sensibilidade do indivíduo. Nesse tipo de estimulação, a analgesia
é imediata ou já começa a surgir após 10-15 minutos de aplicação, efeito que perdura de 20
a 30 minutos até duas horas, razão pela qual esse método é preferencialmente aplicado no
tratamento de dores agudas, tais como dores inflamatórias, pós-operatórias e miofasciais
agudas; Na TENS convencional, o padrão de emissão de pulsos é, geralmente, contínuo,
embora possa também ser conseguida emitindo os pulsos em “disparos” ou “trens”, e isso
tem sido descrito por alguns autores como TENS pulsada ou TENS burst;
• TENS Acupuntura: Aplicado com baixas frequências, menores que 4 Hz, com
longas durações de pulso, 150 a 200 μs, intensidade em nível motor baixo. De acordo
com Starkey (2001, p. 237), esse modo “estimula a glândula hipófise a liberar substâncias
químicas que estimulam a produção de endorfinas que reduzem a dor”. Isso ocorre porque
a hipófise libera hormônio adrenocorticotrófico e lipotropina, que, por sua vez, liberam
endorfinas que se ligam às fibras Aβ e C, bloqueando a passagem da dor; A estimulação
nesse modo deve provocar contração muscular confortável ao paciente, a duração do tra-

UNIDADE 1 O USO TERAPÊUTICO DE CORRENTES ELÉTRICAS PARA ANALGESIA 9


tamento é de, aproximadamente, 30 minutos. Nesse modo, a TENS pode ser indicada para
dor crônica, dor provocada por lesão de tecidos profundos, dor miofascial e por espasmo
muscular (KITCHEN, 1998);
• TENS Breve-Intensa: A TENS é liberada em frequência de pulso elevada, maior
que 100 Hz, pulso de longa duração, 300 a 1.000 μs e intensidade no nível motor, com
duração de tratamento de até 30 minutos, o alívio da dor após o tratamento é menor que 30
minutos, e é recomendada para redução da dor antes de exercícios terapêuticos. O alívio
da dor com esse modo é obtido por meio da formação de uma alça de retroalimentação
negativa dentro do sistema nervoso central que, de forma geral, irá inibir a liberação da
substância P, um neurotransmissor que causa dor (KITCHEN, 1998).

UNIDADE 1 O USO TERAPÊUTICO DE CORRENTES ELÉTRICAS PARA ANALGESIA 10


3
TÓPICO

MECANISMOS DE
AÇÃO DO TENS

A estimulação elétrica transcutânea é uma técnica de analgesia aplicada em


uma variedade de frequências, intensidades e duração de pulso, podendo ser aplicada
no modo burst (frequências alternadas). Acredita-se que a TENS promova analgesia
predominantemente por meio do mecanismo da teoria das comportas, proposta por
Melzack e Wall, que provoca analgesia mediante a ativação seletiva das fibras táteis de
diâmetro largo (A-beta), sem ativar fibras nociceptivas de menor diâmetro (A-delta 89 e C).
A atividade gerada nas fibras A-beta inibe a atividade em curso dos neurônios nociceptivos
no corno dorsal da medula espinal.
Outras teorias para o efeito analgésico da eletroterapia incluem o aumento
na produção de opioides endógenos e melhora da microcirculação local. Estudos têm
demonstrado que a baixa frequência de TENS ativa especificamente receptores opioides μ,
receptores serotoninérgicos e receptores muscarínicos espinais. Por outro lado, a analgesia
produzida pela alta frequência de TENS ativaria receptores delta- -opioides e receptores
muscarínicos na coluna dorsal da medula espinal, além da ativação de receptores delta-
opioides supraespinal.

UNIDADE 1 O USO TERAPÊUTICO DE CORRENTES ELÉTRICAS PARA ANALGESIA 11


IGURA 1: MECANISMO DE INIBIÇÃO DA DOR POR MEIO DA TEORIA DAS COMPORTAS
MEDULARES

Fonte: MELZACK & WALL (P. 154, 1965)

UNIDADE 1 O USO TERAPÊUTICO DE CORRENTES ELÉTRICAS PARA ANALGESIA 12


4
TÓPICO

CONTRAINDICAÇÕES DO TENS

O TENS (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea) é uma técnica utilizada na


fisioterapia e na medicina para aliviar a dor e promover a recuperação muscular. No entanto,
apesar de seus benefícios em muitos casos, há algumas contraindicações importantes a
serem consideradas antes de usar essa terapia.
Em primeiro lugar, pacientes com histórico de convulsões ou epilepsia devem evitar
o uso do TENS. A estimulação elétrica pode gerar atividade elétrica anormal no cérebro,
aumentando o risco de convulsões nestas pessoas.
Em segundo lugar, indivíduos com problemas cardíacos devem ter cautela ao
usar o TENS. A estimulação elétrica pode interferir no ritmo cardíaco e causar arritmias,
especialmente em pacientes com dispositivos cardíacos aumentados, como marcapassos.
Além disso, pessoas com feridas abertas ou pele danificada na área de aplicação
não devem usar o TENS. A corrente elétrica pode agravar a lesão e prejudicar o processo
de cicatrização.
O TENS também não é recomendado durante a gravidez, especialmente no
abdômen e região lombar. A estimulação elétrica pode afetar o desenvolvimento fetal e
trazer complicações adicionais à saúde da mãe e do bebê.
Outra contraindicação importante é para aqueles que têm sensibilidade ou alergia
aos materiais utilizados nos eletrodos do TENS. A pele pode reagir à aplicação dos eletrodos,
causada em irritações e desconforto.

UNIDADE 1 O USO TERAPÊUTICO DE CORRENTES ELÉTRICAS PARA ANALGESIA 13


Pacientes com tumores ou câncer na área de tratamento também não devem
utilizar o TENS, pois a estimulação elétrica pode afetar potencialmente o crescimento ou
disseminação das células cancerígenas.
Por fim, o TENS não é recomendado para o tratamento de dor de origem
desconhecida, uma vez que pode mascarar sintomas importantes e atrasar o diagnóstico
adequado de condições subjacentes.
Porém, todas estas contraindicações podem ser manejadas de acordo com a
avaliação fisioterapêutica, por isso, está se mostra de suma importância e deve ser realizada
de forma bastante minuciosa escutando e absorvendo as informações do paciente.

Será que existe diferença na disposição em que colocamos os eletrodos no paciente com dor no
tratamento de Dismenorreia?

Fonte: DA ROCHA RODRIGUES, A et al. Existe diferença no posicionamento dos eletrodos da TENS no tra-
tamento da dismenorreia primária? Estudo randomizado. Revista Pesquisa em Fisioterapia, v. 11, n. 1, p.
163-172, 2021.

“A dor é uma coisa real


Que a gente está aprendendo a abraçar
E não temer
A velha história do mal
Tão conhecida
Que já nem pode mais nos assustar”
Raul Seixas

Com este trecho de uma canção de Raul Seixas cabe uma excelente reflexão sobre como a dor do nosso
paciente sempre é real, nós como fisioterapeutas devemos sempre pensar em abraçar a dor do nosso
paciente e confortá-lo dando a ele o entendimento de que sua dor é sim real e que você o entende, este
tipo de atitude fará toda diferença durante sua terapêutica.

Fonte: Seixas, Raul (2021).

UNIDADE 1 O USO TERAPÊUTICO DE CORRENTES ELÉTRICAS PARA ANALGESIA 14


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final desta unidade empolgante sobre as correntes eletroanalgesia
na fisioterapia, e que jornada incrível nós tivemos! Espero que todos vocês estejam se
sentindo mais confiantes e preparados para aplicar esse conhecimento em suas futuras
práticas como fisioterapeutas. Ao longo deste período, exploramos a fundo os princípios
científicos por trás das correntes elétricas, entendemos como elas podem ser aplicadas
como ferramentas analgésicas e descobrimos suas aplicações clínicas de ponta.
Retomando o que trabalhamos durante o desenvolvimento, mergulhamos na teoria
da estimulação elétrica como uma abordagem para aliviar a dor, compreendemos os dife-
rentes tipos de correntes utilizados, como a TENS e a FES, e desvendamos os mecanismos
neurofisiológicos que estão no cerne da resposta analgésica. Além disso, exploramos a
integração da eletroanalgesia com outras técnicas terapêuticas, permitindo-nos projetar
intervenções personalizadas para nossos pacientes.
É fundamental que vocês agora revisitem os conceitos-chave e aprofundem ainda
mais seu entendimento por meio da prática e da reflexão. Ao aplicar esse conhecimento
em cenários reais, vocês estarão colocando em prática o que aprenderam e expandindo
sua expertise. Lembrem-se de que a jornada do aprendizado é contínua, e a habilidade de
se adaptar e aplicar novos conhecimentos é essencial na nossa profissão em constante
evolução.
Portanto, meus estimados alunos, é hora de vocês seguirem adiante, levando
consigo a compreensão profunda das correntes eletroanalgesia. Continuem explorando,
questionando e aprimorando suas habilidades à medida que avançam em sua jornada na
fisioterapia. Estou ansioso para ver as maneiras criativas e eficazes pelas quais vocês
aplicarão essas técnicas inovadoras para beneficiar seus pacientes e contribuir para o
avanço da área. Parabéns pelo trabalho árduo e dedicação até aqui, e desejo a todos
vocês sucesso em suas futuras práticas. Até logo, e continuem buscando o conhecimento
com paixão e determinação!

Bons estudos!

UNIDADE 1 O USO TERAPÊUTICO DE CORRENTES ELÉTRICAS PARA ANALGESIA 15


LEITURA COMPLEMENTAR
Quer conhecer mais sobre a história do TENS e desde quando a eletricidade vem
sendo usada com objetivos de forma terapêutica? Leia o resumo a seguir:
https://periodicos.unipampa.edu.br/index.php/SIEPE/article/view/62626

UNIDADE 1 O USO TERAPÊUTICO DE CORRENTES ELÉTRICAS PARA ANALGESIA 16


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Eletroterapia de Clayton
Autora: Sheila Kitchen
Ano: 2003
Editora: Manole
Sinopse: Desde a publicação da primeira edição, há mais de 60
anos, o número de fisioterapeutas envolvidos com esse campo
de atuação aumentou significantemente e, ao mesmo tempo,
descobertas científicas auxiliaram o desenvolvimento de toda
uma estrutura na qual a sua eficácia foi embasada. Tópicos im-
portantes nesta edição - textos escritos por pesquisadores e pro-
fissionais experientes; revisão geral dos princípios da medicina
e da biologia que fundamentam a utilização da eletroterapia; as
mais recentes especializações e pesquisas científicas; estímulo
à utilização de critérios adequados, assim como informações
importantes, para aplicação das técnicas fornecidas.

FILME/VÍDEO
Título: Eletroanalgesia TENS
Ano: 2018.
Sinopse: neste vídeo é abordado o método de aplicação básica
para uso seguro da eletroterapia.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Pj-
QpyWlUIE0&t=32s

UNIDADE 1 O USO TERAPÊUTICO DE CORRENTES ELÉTRICAS PARA ANALGESIA 17


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UNIDADE
O USO DE CORRENTES
ELÉTRICAS NO MÚSCULO
ESQUELÉTICO

Professor Esp. Klaus Porto

Plano de Estudos
• Tipos de fibras musculares.
• Eletroestimulação Funcional (FES) e seus parâmetros.
• Colocação dos eletrodos e contraindicações.
• A corrente russa e seus parâmetros.

Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar parâmetros físicos em correntes
elétricas para fortalecimento.
• Compreender os tipos de correntes elétricas para fortalecimento.
• Estabelecer a importância da estimulação elétrica neuromuscular.
INTRODUÇÃO
E aí, pessoal! Como estão todos? Estou empolgado para embarcar em uma nova
aventura de aprendizado com vocês. Tenho certeza de que vocês já perceberam como a
fisioterapia é um campo incrivelmente dinâmico, onde a ciência e a prática se entrelaçam
para criar uma abordagem holística para o cuidado do corpo humano. E sabe do que
vamos falar desta vez? De algo que vai expandir ainda mais nossos horizontes: "Correntes
Elétricas e a Transformação Muscular". Sim, estamos entrando na emocionante dimensão
onde a eletricidade e os músculos se encontram!
Vocês já imaginaram usar correntes elétricas não apenas para estimular a
atividade muscular, mas para realmente transformar a força e a resistência dos músculos?
Pois é exatamente isso que vamos explorar juntos. Vamos desvendar os segredos por
trás da combinação de pulsos elétricos e movimento humano, entender como isso pode
potencializar a reabilitação e até mesmo otimizar o desempenho esportivo. Nesta unidade,
vamos mergulhar nas teorias e nas aplicações práticas que envolvem essa técnica e, tenho
certeza, vocês vão ficar surpresos com as possibilidades que ela oferece.
Preparados para essa jornada eletrizante? Então, vamos começar a desvendar os
mistérios das correntes elétricas e sua relação com a transformação muscular!

UNIDADE 2 O USO DE CORRENTES ELÉTRICAS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO 19


1
TÓPICO

TIPOS DE FIBRAS
MUSCULARES

Para aplicar efetivamente a eletroestimulação, é importante rever alguns princípios


básicos de como os nervos são ativados pelos sinais elétricos e como os músculos se
contraem em resposta a tais sinais. É também importante compreender os tipos de fibras
musculares, padrões normais de recrutamento de fibras musculares e o modo como esses
são revertidos quando se usa a estimulação elétrica. Morfologicamente, os músculos
esqueléticos são constituídos pelas fibras envoltas uma a uma por tecido conjuntivo fibroso,
o endomísio. A divisão do músculo esquelético em diversas classes ocorre de acordo com
sua característica histoquímica ou bioquímica das fibras individuais.
De modo que as diferentes terminologias usadas para classificação das fibras
musculares são resultantes da grande variedade de procedimentos para sua classificação
(MINAMOTO, 2005). Segundo Scott Powers (2007), o musculo esquelético é classificado
conforme suas propriedades bioquímicas individual de cada fibra, sendo dois grupos
distintos as do Tipo I (contração lenta), Tipo II A (fibra intermediária) e do Tipo II B (contração
rápida) – vide Tabela 1.

TABELA 1 - TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES E SUAS CARACTERÍSTICAS

Fonte: Kitchen, (p. 120, 2003).

UNIDADE 2 O USO DE CORRENTES ELÉTRICAS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO 20


2
ELETROESTIMULAÇÃO
TÓPICO

FUNCIONAL (FES) E SEUS


PARÂMETROS

O FES (Functional Electrical Stimulation) faz parte das correntes elétricas de baixa
frequência (até 1000Hz), não polarizadas, que são utilizadas com a finalidade de estimular
a contração muscular por meio de um estímulo elétrico.
Nos pacientes que permaneceram muito tempo imobilizados, o FES pode surgir
como um importante aliado para ajudar a retardar e tratar as hipotrofias por desuso, a manter
ou ganhar a amplitude de movimento articular e combater as contraturas, reduzindo assim
o tempo de recuperação funcional do indivíduo. Em condições clínicas como hemiplegia
e lesados medulares, um programa de estimulação elétrica neuromuscular diário pode
ajudar a minimizar a degeneração neuronal e muscular, contribuindo com a facilitação
neuromuscular ou auxiliando no controle da espasticidade. (Liebano, 2021)

2.1 Parâmetros do FES


Os equipamentos que possuem a corrente FES permitirão o ajuste dos parâmetros
citados a seguir, porém, é muito importante destacar que o ajuste dos parâmetros deve
sempre ser realizado de forma individual, de acordo com as necessidades do paciente e do
momento da reabilitação desse.
• Intensidade: será ajustada de acordo com o limiar sensitivo do paciente, sendo
indicado aumentar a intensidade até que possa observar a contração muscular, sem gerar
desconforto ao paciente;
• Frequência: variável de 5 Hz a 200 Hz.;
• Duração do pulso ou largura do pulso: variável de 50 useg a 400 useg;

UNIDADE 2 O USO DE CORRENTES ELÉTRICAS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO 21


• Tempo de subida (RISE): é o tempo de subida do pulso, tem como função regular
a velocidade de contração, ou seja, o tempo desde o começo até a máxima contração
muscular. Tempos altos produzem uma lenta, mas gradual contração, enquanto tempos
pequenos produzem uma contração repentina (súbita);
• Rampa de descida (Decay): é o tempo de descida do pulso, que tem como
função regular a velocidade com que a contração diminui, ou seja, o tempo desde a máxima
contração até o relaxamento muscular. Tempos altos produzem relaxamento lento e tempos
baixos produzem relaxamentos repentino (súbito);
• Tempo de contração: é o tempo de sustentação da estimulação. No aparelho,
pode estar descrito como Ton, correspondendo ao tempo em que o paciente precisará
manter a contração muscular;
• Tempo de repouso: quando não há contração efetiva. No aparelho, costuma
estar descrito como Toff, período em que não há estímulo elétrico e o paciente se recupera
para a próxima contração. Em estágios iniciais, do programa de reabilitação com corrente
eletroestimuladora, recomenda-se uma relação 3x1, que indica o triplo do tempo de repouso
(Toff) em relação ao tempo de contração (Ton). Exemplo: em um programa em que há 10
segundos de contração, é indicado programar 30 segundos de repouso;
• Sincronizado: nesse modo, todos os canais funcionarão ao mesmo tempo no
tempo gerando estímulo elétrico de forma simultânea;
• Recíproco: os canais funcionam alternadamente, enquanto um está no ciclo on,
enviando estímulo elétrico, o outro está no ciclo off, em repouso.

UNIDADE 2 O USO DE CORRENTES ELÉTRICAS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO 22


3
TÓPICO

COLOCAÇÃO DOS ELETRODOS E


CONTRAINDICAÇÕES

Os eletrodos devem ser aplicados com tamanho proporcional ao tamanho do


músculo a ser estimulado e da intensidade da contração a ser promovida. Eletrodos
pequenos são utilizados na estimulação de pequenos músculos de forma isolada.
Eletrodos maiores são usados para músculos maiores ou grupos musculares.
Quando a opção for a utilização de eletrodos autoadesivos, não haverá a necessidade
de colocar gel condutor, porém, quando a escolha for pelo eletrodo de borracha, haverá a
necessidade de aplicar gel condutor na região a ser estimulada e no eletrodo em questão.
(BORGES, et al. 2006)

● Indicação:
» Facilitação neuromuscular;
» Fortalecimento muscular;
» Ganhar ou manter a amplitude de movimento articular;
» Controlar a espasticidade;
» Como substituição ortótica;
» Subluxação de ombro.

UNIDADE 2 O USO DE CORRENTES ELÉTRICAS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO 23


● Contraindicações:
» Quadros de disfunções cardíacas, tal como arritmia;
» Portadores de marcapassos;
» Na região dos olhos;
» Útero grávido.

● Fatores que podem influenciar a eletroestimulação:


» Presença de tecido adiposo;
» Presença de neuropatias periféricas;
» Distúrbios sensoriais;

UNIDADE 2 O USO DE CORRENTES ELÉTRICAS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO 24


4
TÓPICO

CORRENTE RUSSA E
SEUS PARÂMETROS

Segundo Borges (2006), a corrente russa foi descrita por Kots, por volta de 1977,
como um estimulador muscular elétrico para aumentar o ganho de força, o que evoluiu.
Atualmente, é classificada como uma corrente de média frequência, de 2500 Hz, caracte-
rizada por apresentar uma onda senoidal de frequência de 2500 Hz e batimento de 50 Hz.
Com isso, obtemos trens de pulso (burst) com duração de 10 milissegundos, com intervalos
também de 10 milissegundos.
A corrente russa apresenta várias vantagens em relação à corrente de baixa
frequência. Uma dessas vantagens está relacionada à resistência (impedância) que o
corpo humano oferece à passagem da corrente elétrica. Como a impedância do corpo
é do tipo capacitivo e, em sistemas capacitivos, quanto maior a frequência menor será a
resistência, podemos concluir que uma corrente de média frequência, como é o caso da
corrente russa, diminui-se sensivelmente o desconforto da corrente à qual o paciente está
sendo submetido. Uma outra vantagem devido à diminuição da resistência do corpo é o
grau de profundidade alcançada pela corrente russa, sendo superior às correntes de baixa
frequência.
• Frequência de modulação: é a frequência de ciclos por segundo, ou seja, é
a corrente de baixa frequência dos pulsos;
• Intensidade: normalmente vai de 0 a 150 mA, podendo variar até 200 mA.
Vale a pena ressaltar que a intensidade deve ser ajustada de acordo com o limiar motor do
paciente. É importante que haja contração e não ocorra desconforto ao paciente, pois a dor
em alta intensidade pode inibir a contração muscular;

UNIDADE 2 O USO DE CORRENTES ELÉTRICAS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO 25


• Tempo de contração: é o tempo de sustentação da estimulação. No apare-
lho, pode estar descrito como Ton, correspondendo ao tempo em que o paciente precisará
manter a contração muscular;
• Tempo de repouso: quando não há contração efetiva. No aparelho, costuma
estar descrito como Toff, período em que não há estímulo elétrico e o paciente recupera
para a próxima contração. Em estágios iniciais, do programa de reabilitação com corrente
eletroestimuladora, recomenda-se uma relação 3x1, que indica o triplo do tempo de repou-
so (Toff) em relação ao tempo de contração (Ton). Exemplo: em um programa onde há 10
segundos de contração, é indicado programar 30 segundos de repouso;
• Rampa de subida (Rise): é o tempo de subida do pulso, tem como função
regular a velocidade de contração, ou seja, o tempo desde o começo até a máxima contra-
ção muscular. Tempos altos produzem uma lenta, mas gradual contração, enquanto tempos
pequenos produzem uma contração repentina (súbita);
• Rampa de descida (Decay): é o tempo de descida do pulso, que tem como
função regular a velocidade com que a contração diminui, ou seja, o tempo desde a máxima
contração até o relaxamento muscular. Tempos altos produzem relaxamento lento e tempos
baixos produzem relaxamentos repentino (súbito);
• Modos: são dois os modos de maior utilização, o modo sincronizado, quando
todos os canais estarão ligados e estimulando o músculo de forma simultânea, e o modo
sequencial, que estará com os canais programados para emitirem o estímulo em sequência
– modo muito utilizado em programas de drenagem linfática;

● Efeitos Fisiológicos:
» Aumento da circulação sanguínea;
» Melhora do retorno venoso;
» Aumento da oxigenação muscular;
» Hipertrofia muscular.

● Indicações:
» Flacidez muscular;
» Fortalecimento/manutenção da força muscular;
» Controle de espasticidade;
» Facilitação neuromuscular;
» Uso na estética.

UNIDADE 2 O USO DE CORRENTES ELÉTRICAS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO 26


● Contraindicações:
» Inflamação articular na fase aguda;
» Processo infeccioso;
» Tumor;
» Fraturas não consolidadas e instáveis;
» Miopatias que impeçam a contração muscular;
» TVP;
» Marca-passo;
» Estimulação sobre seios carotídeos;
» Pacientes mentalmente confusos;
» Diminuição da sensibilidade para a passagem da corrente elétrica.

UNIDADE 2 O USO DE CORRENTES ELÉTRICAS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO 27


Hoje a eletroestimulação vem sendo usada para treinamentos de hipertrofia de indivíduos saudáveis. Con-
fira a reportagem a seguir. https://saude.abril.com.br/fitness/eletroestimulacao-substitui-academia/

“O Código de Ética e Deontologia da Fisioterapia, trata dos deveres do fisioterapeuta, no que tange ao
controle ético do exercício de sua profissão, sem prejuízo de todos os direitos e prerrogativas assegurados
pelo ordenamento jurídico.”

O Código de Ética do COFFITO deve ser do conhecimento de todo Fisioterapeuta, onde toda sua atuação
profissional deve ser balizada pelos deveres fundamentais dos fisioterapeutas e suas obrigações e limitações
enquanto profissionais da área de Fisioterapia.” Diante deste texto, é importante ressaltar a realização
de um trabalho sempre pautado dentro de evidências e de estudos publicados, isto traz segurança ao
fisioterapeuta e ao paciente.

Para saber mais acesse: https://www.soufisio.com.br/reflexao-sobre-comportamento-e-etica-no-


exercicio-da-fisioterapia/

UNIDADE 2 O USO DE CORRENTES ELÉTRICAS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO 28


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caros alunos, chegamos ao ponto culminante desta unidade repleta de descobertas
sobre o uso das correntes elétricas para potencializar o ganho de força muscular. Ao longo
desta jornada, mergulhamos na fusão entre a eletricidade e o corpo humano, explorando
como essa combinação pode revolucionar nossa abordagem terapêutica. Agora, é chegada
a hora de reafirmarmos o que aprendemos, recapitulando as teorias e práticas que nos
guiaram até aqui. Preparem-se para um encerramento que não apenas reforçará o
conhecimento, mas também nos deixará prontos para aplicá-lo em nossas futuras práticas
como profissionais da fisioterapia.
Neste ponto, após a imersão no universo das correntes elétricas e sua influência
na transformação muscular, é essencial refletir sobre o caminho percorrido. Relembramos
a maneira como as correntes elétricas podem recrutar fibras musculares de maneira
precisa e estratégica, levando a ganhos tangíveis de força e resistência. Exploramos a
gama de correntes utilizadas, desde a estimulação elétrica funcional até a neuromuscular,
compreendendo suas aplicações contextuais e a lógica por trás de cada escolha.
Ao longo do desenvolvimento, não apenas internalizamos as bases científicas dessa
técnica, mas também consideramos seu potencial transformador em ambientes de reabilitação
e esportivos. Vimos como as adaptações neurofisiológicas são desencadeadas pelas correntes
elétricas, resultando em um cenário onde a reabilitação se funde com o aprimoramento da
força muscular. Ficou claro que a aplicação criteriosa desses conhecimentos pode ser uma
ferramenta valiosa para personalizar tratamentos e estratégias de treinamento.
Ao encerrar esta unidade, estamos conscientes das portas que se abriram para
nós por meio do conhecimento sobre correntes elétricas e o desenvolvimento da força
muscular. Reforçamos o entendimento de que a aprendizagem é uma jornada contínua,
e agora é o momento de aplicar os insights obtidos em nossa prática futura. Continuem
explorando, pesquisando e adaptando essas abordagens às necessidades individuais de
seus pacientes. Lembrem-se de que vocês são agentes de transformação, capazes de
melhorar a vida das pessoas por meio da combinação de ciência e cuidado.
Com isso, encerro este ciclo de aprendizado, mas não o ciclo de crescimento.
Que as correntes elétricas e a transformação muscular permaneçam como uma inspiração
constante, lembrando-nos de que a inovação está ao alcance das mãos. Parabéns por todo
o esforço dedicado a esta unidade, e que essa experiência os impulsione a buscar sempre
o aprimoramento e a excelência na fisioterapia. Até nossos próximos passos nessa jornada
de conhecimento e prática!

UNIDADE 2 O USO DE CORRENTES ELÉTRICAS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO 29


LEITURA COMPLEMENTAR
Confira na reportagem, como as correntes elétricas podem ajudar pacientes de
diferentes patologias: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2018/09/implante-de-
-medula-espinhal-ajuda-pacientes-andarem-de-novo.html

UNIDADE 2 O USO DE CORRENTES ELÉTRICAS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO 30


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Eletroterapia Aplicada à Reabilitação: Dos Fundamentos
às Evidências
Autor: Richard Eloin Liebano.
Editora: Thieme Revinter.
Sinopse: As formas mais seguras e eficazes do uso da estimulação
elétrica aplicadas à reabilitação. Este livro foi desenvolvido
para servir como guia para estudantes e profissionais da área
da saúde interessados em aprofundar seus conhecimentos
sobre a eletroterapia. Ao longo de 10 capítulos e mais de 160
páginas, apresenta desde as bases físicas dos diferentes tipos
de correntes elétricas utilizadas para reparo tecidual, analgesia
e contração muscular, até as suas evidências científicas mais
atuais. A obra é ricamente ilustrada e conta com a participação
de renomados colaboradores do Brasil e do exterior, que
compartilham suas experiências juntamente com o autor.
Liebano possui mais de 20 anos de experiência docente em
eletroterapia, é bolsista produtividade em pesquisa do CNPq
e lidera um grupo de pesquisa com mais de 120 publicações
internacionais na área.

FILME/VÍDEO
Título: Eletroestimulação Muscular Quadríceps CIRURGIA JOE-
LHO LCA e MENISCO - Fisioterapia Dr. Robson Sitta.
Ano: 2019.
Sinopse: Neste vídeo o fisioterapeuta mostra uma forma de
emprego da estimulação elétrica em um caso real com um
paciente em pós-operatório.
Link do Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=sCZzE-
Pb55ho

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UNIDADE

O USO DO ULTRASSOM
E LASER TERAPÊUTICO

Professor Esp. Klaus Porto Azevedo

Plano de Estudos
• Mecanismos de funcionamento do laser terapêutico.
• Efeitos fisiológicos e terapêuticos da utilização do laser terapêutico.
• Mecanismo de funcionamento do ultrassom terapêutico.
• Efeitos terapêuticos e fisiológicos do ultrassom.

Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar o laser e ultrassom terapêutico.
• Compreender os mecanismos fisiológicos dos recursos físicos.
• Estabelecer a importância do laser e ultrassom terapêutico.
INTRODUÇÃO
A fisioterapia é uma área da saúde que busca promover a recuperação, reabilitação
e melhoria da qualidade de vida de pacientes por meio de diversas técnicas terapêuticas.
Entre essas técnicas, o laser terapêutico e o ultrassom terapêutico têm se destacado como
ferramentas eficazes no tratamento de uma variedade de condições musculoesqueléticas
e neurológicas.
O laser terapêutico utiliza a energia da luz para estimular os tecidos, promovendo
a cicatrização, reduzindo a dor e melhorando a função. Por meio de um mecanismo de
funcionamento baseado na interação da luz com as células, o laser terapêutico possui efeitos
fisiológicos que incluem a estimulação da regeneração tecidual, redução da inflamação,
melhora da circulação sanguínea e alívio da dor. Sua aplicação é amplamente utilizada em
diferentes áreas da fisioterapia, como ortopedia, traumatologia, reumatologia e neurologia.
Por outro lado, o ultrassom terapêutico utiliza ondas sonoras de alta frequência para
promover efeitos terapêuticos nos tecidos. Com base em seus efeitos mecânicos e térmicos,
o ultrassom terapêutico é capaz de aumentar a circulação sanguínea e linfática, aliviar a
dor, reduzir a inflamação, estimular a regeneração tecidual e melhorar a extensibilidade dos
tecidos moles. Essa modalidade é amplamente aplicada na fisioterapia para tratar lesões
musculares, tendinites, processos inflamatórios e facilitar a recuperação após cirurgias.
Tanto o laser terapêutico quanto o ultrassom terapêutico são técnicas seguras, não
invasivas e de fácil aplicação na prática clínica da fisioterapia. Seus benefícios terapêuticos
têm sido amplamente comprovados por estudos científicos, o que tem contribuído para sua
crescente utilização no campo da reabilitação.
Nessa Unidade, exploraremos em detalhes o mecanismo de funcionamento e os
efeitos terapêuticos e fisiológicos tanto do laser terapêutico quanto do ultrassom terapêutico
na fisioterapia. Compreender essas técnicas nos permitirá compreender como elas podem
ser aplicadas de forma eficaz para promover a recuperação e melhorar a qualidade de vida
dos pacientes. Ao longo dos capítulos, abordaremos cada uma dessas modalidades de
forma individualizada, destacando seus princípios de funcionamento, os efeitos terapêuticos
específicos e suas aplicações clínicas.

UNIDADE 3 MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO LASER TERAPÊUTICO 33


1
TÓPICO
MECANISMOS DE
FUNCIONAMENTO DO LASER
TERAPÊUTICO

O laser terapêutico é uma ferramenta importante na prática clínica para ajudar


no tratamento de diversas condições médicas, incluindo feridas, dor e inflamação. O seu
funcionamento é baseado em princípios da física e da biologia, e envolve a interação da luz
com os tecidos biológicos. (ROGER, et al. 2003)
O laser é um acrônimo de "Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation"
ou, em português, "Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Radiação". É uma
fonte de luz altamente concentrada, coerente e monocromática, que emite uma luz com
comprimentos de onda específicos. Na terapia a laser, geralmente são utilizados lasers de
baixa potência, também conhecidos como lasers terapêuticos ou de baixa intensidade, que
emitem luz na faixa de infravermelho próximo. (Pires, et al. 2008)
O mecanismo de funcionamento do laser terapêutico envolve a absorção da luz
pelo tecido biológico. Quando a luz é absorvida pelos tecidos, ela interage com as células
e moléculas presentes, levando a uma série de eventos bioquímicos e fisiológicos. A luz
é absorvida principalmente por componentes celulares como as mitocôndrias, que são
responsáveis pela produção de energia celular.
Ao ser absorvida pelas mitocôndrias, a luz estimula a produção de ATP (adenosina
trifosfato), que é a principal fonte de energia celular. Esse aumento na produção de ATP leva
a uma melhora no processo de reparação tecidual e na redução da inflamação. Além disso, a
luz também estimula a produção de óxido nítrico, um vasodilatador que melhora a circulação
sanguínea e, consequentemente, o fluxo de nutrientes e oxigênio para os tecidos.

UNIDADE 3 MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO LASER TERAPÊUTICO 34


O efeito terapêutico do laser também depende da dose de energia fornecida e
da profundidade de penetração da luz no tecido. A dose de energia é a quantidade de
energia entregue por unidade de área, geralmente medida em joules por centímetro
quadrado (J/cm²). A profundidade de penetração da luz depende do comprimento
de onda utilizado, sendo que a luz de comprimento de onda mais longo tem maior
penetração nos tecidos.
Além disso, o laser terapêutico também pode atuar na modulação da dor. A luz é
capaz de estimular as fibras nervosas, levando a uma redução da dor. Além disso, a luz
também atua na redução da inflamação, que pode ser um fator contribuinte para a dor.
Em resumo, o mecanismo de funcionamento do laser terapêutico envolve a
interação da luz com os tecidos biológicos, levando a uma série de eventos bioquímicos
e fisiológicos que resultam em melhora na reparação tecidual, redução da inflamação e
modulação da dor. A escolha do comprimento de onda e da dose de energia utilizados
depende da condição clínica a ser tratada e da profundidade de penetração da luz nos
tecidos. O laser terapêutico é uma ferramenta importante na prática clínica e pode ser
utilizada em uma variedade de condições médicas com excelentes resultados terapêuticos.
A fisiologia por trás do laser terapêutico envolve uma série de processos bioquímicos
e fisiológicos que ocorrem nas células e tecidos durante a interação com a luz emitida
pelo laser. Esses processos desencadeiam uma resposta celular que resulta em benefícios
terapêuticos.
A absorção da luz pelo tecido biológico é um dos primeiros passos nesse processo.
A luz do laser terapêutico é geralmente direcionada para a área-alvo, e sua energia é
absorvida pelos cromóforos presentes nos tecidos. Os cromóforos são moléculas capazes
de absorver a luz em comprimentos de onda específicos, como a melanina, hemoglobina e
a própria molécula de água.
Uma vez absorvida pelos cromóforos, a energia da luz é convertida em energia
química e fisiológica, desencadeando uma série de eventos nas células. Um dos principais
alvos da luz laser terapêutica são as mitocôndrias, que são as organelas responsáveis pela
produção de energia celular na forma de ATP. A luz estimula a atividade das enzimas na
cadeia respiratória mitocondrial, aumentando a produção de ATP.
O aumento da produção de ATP tem diversos efeitos benéficos nas células. A energia
adicional disponibilizada pela maior quantidade de ATP acelera os processos de reparação
tecidual, favorecendo a cicatrização de feridas, a regeneração celular e a redução do tempo
de recuperação. Além disso, a ATP também atua como um modulador dos processos
inflamatórios, ajudando a reduzir a resposta inflamatória e a dor associada a ela.
UNIDADE 3 MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO LASER TERAPÊUTICO 35
Outro efeito fisiológico importante do laser terapêutico é a produção de óxido nítrico
(NO) nos tecidos. O óxido nítrico é um potente vasodilatador, ou seja, ele dilata os vasos
sanguíneos, aumentando o fluxo sanguíneo local. Isso resulta em uma melhora na circu-
lação sanguínea, levando a um aumento do suprimento de nutrientes e oxigênio para os
tecidos, o que é essencial para a recuperação e reparação celular.
Além dos efeitos nas mitocôndrias e na vasodilatação, o laser terapêutico também
influencia a liberação de neurotransmissores e a atividade das fibras nervosas. A estimulação
da luz laser pode modular a transmissão dos sinais de dor, reduzindo a sensibilidade e a
percepção dolorosa. Isso ocorre por meio da inibição das fibras nervosas responsáveis
pela condução da dor e pela liberação de neurotransmissores que atuam na transmissão
do sinal doloroso.
Esses são apenas alguns exemplos da complexa fisiologia por trás do laser
terapêutico. O funcionamento desse mecanismo de ação depende de uma série de fatores,
como a escolha do comprimento de onda adequado, a dose de energia aplicada e a interação
específica com os tecidos-alvo. A compreensão dos processos fisiológicos envolvidos é
fundamental para a utilização (FARIVAR et al. 2014.)

UNIDADE 3 MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO LASER TERAPÊUTICO 36


2
TÓPICO
EFEITOS FISIOLÓGICOS E
TERAPÊUTICOS DA UTILIZAÇÃO
DO LASER TERAPÊUTICO

O laser terapêutico desempenha um papel significativo na fisioterapia e oferece


uma variedade de efeitos benéficos nos tratamentos de reabilitação. Vamos explorar
detalhadamente alguns desses efeitos: (LENZI, et al. 2021)
1. Estímulo à cicatrização de tecidos: O laser terapêutico promove a
cicatrização de feridas e tecidos lesionados. A energia da luz laser é absorvida pelas
células, especialmente pelas mitocôndrias, aumentando a produção de ATP. Isso acelera
a atividade celular e a síntese de colágeno, resultando em uma cicatrização mais rápida
de lesões musculares, tendinosas e articulares. Além disso, o laser terapêutico também
estimula a formação de vasos sanguíneos (neovascularização), que é crucial para fornecer
nutrientes e oxigênio aos tecidos em processo de cicatrização.
2. Redução da inflamação: O laser terapêutico possui propriedades anti-
inflamatórias. A luz laser ajuda a diminuir a liberação de substâncias inflamatórias, como
a interleucina-1 (IL-1) e o fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α), e aumenta a produção de
substâncias anti-inflamatórias, como o óxido nítrico (NO). Essa modulação dos processos
inflamatórios reduz o inchaço, a vermelhidão e a sensibilidade, aliviando a dor associada a
condições inflamatórias, como artrite, tendinite e bursite.
3. Alívio da dor: O laser terapêutico tem efeitos analgésicos e pode ser eficaz
no controle da dor aguda e crônica. A estimulação da luz laser afeta as fibras nervosas
sensoriais, inibindo a condução de sinais dolorosos. Além disso, o laser terapêutico estimula
a liberação de endorfinas, que são analgésicos naturais produzidos pelo corpo. Esse duplo
efeito ajuda a reduzir a sensação de dor e promove o alívio dos sintomas dolorosos em
condições como dores musculares, lesões articulares, neuropatias e dores crônicas.

UNIDADE 3 MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO LASER TERAPÊUTICO 37


4. Melhora da circulação sanguínea e linfática: O laser terapêutico promove a
vasodilatação, aumentando o fluxo sanguíneo local. Isso melhora a oxigenação dos tecidos,
aumenta o suprimento de nutrientes e promove a remoção de metabólitos e toxinas. Além
disso, o laser terapêutico estimula o sistema linfático, melhorando a drenagem linfática
e reduzindo o acúmulo de fluidos. Esses efeitos combinados ajudam a reduzir o edema,
melhorar a circulação e acelerar o processo de recuperação.
5. Estímulo à regeneração tecidual: O laser terapêutico estimula a regeneração
de tecidos danificados. A luz laser promove a proliferação celular e a diferenciação de
células-tronco em tecidos lesionados. Isso é particularmente benéfico na recuperação de
lesões musculares, tendinosas e ósseas, bem como na regeneração de nervos periféricos. O
estímulo à regeneração tecidual ajuda a restaurar a função normal e a melhorar a amplitude
de movimento e a força muscular.
Esses são apenas alguns dos efeitos do laser terapêutico na fisioterapia. A aplicação
adequada do laser, levando em consideração a dosagem correta de energia, a escolha
do comprimento de onda apropriado e a técnica de aplicação, é fundamental para obter
os melhores resultados terapêuticos. Os fisioterapeutas utilizam o laser terapêutico como
uma ferramenta complementar valiosa em seus protocolos de tratamento, auxiliando na
recuperação de uma ampla gama de condições musculoesqueléticas e neurológicas.

UNIDADE 3 MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO LASER TERAPÊUTICO 38


3
MECANISMO DE
TÓPICO

FUNCIONAMENTO DO
ULTRASSOM TERAPÊUTICO

O ultrassom terapêutico é uma modalidade amplamente utilizada na fisioterapia para


promover a cicatrização de tecidos, aliviar a dor e melhorar a função musculoesquelética. O
seu mecanismo de funcionamento é baseado nos efeitos mecânicos e térmicos das ondas
sonoras de alta frequência.
O ultrassom terapêutico utiliza ondas sonoras de frequências entre 1 e 3 MHz, que
são inaudíveis ao ouvido humano. Essas ondas sonoras são geradas por um transdutor
que emite as ondas na área-alvo a ser tratada. Quando o ultrassom é aplicado sobre o
tecido, ele penetra na pele e interage com os tecidos subjacentes.
O mecanismo de funcionamento do ultrassom terapêutico pode ser dividido em
dois principais efeitos: efeitos mecânicos e efeitos térmicos.

1. Efeitos mecânicos:
● Micro massagem: As ondas sonoras de alta frequência geradas pelo ultrassom
criam uma vibração mecânica no tecido, resultando em um micro massagem nos
níveis celular e molecular. Esse micro massagem estimula a circulação sanguínea
e linfática, melhorando o suprimento de nutrientes e oxigênio e promovendo a re-
moção de toxinas e metabólitos.
● Cavitação estável: O ultrassom terapêutico também pode causar a formação de
pequenas bolhas de gás dentro dos tecidos. Essas bolhas oscilam devido à pressão
da onda sonora e criam efeitos mecânicos que estimulam o metabolismo celular e
promovem a regeneração tecidual.

UNIDADE 3 MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO LASER TERAPÊUTICO 39


2. Efeitos térmicos:
● Aumento da temperatura: O ultrassom terapêutico é capaz de gerar um aumento
controlado da temperatura nos tecidos tratados. Isso ocorre devido à absorção das
ondas sonoras pelas moléculas presentes nos tecidos, como a água. O aqueci-
mento resultante auxilia na dilatação dos vasos sanguíneos, aumentando o fluxo
sanguíneo local, o que por sua vez melhora a circulação e auxilia na cicatrização
de tecidos lesionados.
● Aumento da extensibilidade tecidual: O calor gerado pelo ultrassom terapêutico
também ajuda a aumentar a extensibilidade dos tecidos moles, como músculos,
tendões e ligamentos. Isso pode ser especialmente útil na preparação para exercícios
de alongamento, melhorando a flexibilidade e reduzindo o risco de lesões.
É importante ressaltar que a escolha correta dos parâmetros do ultrassom
terapêutico, como a intensidade, a frequência, o modo de emissão e o tempo de tratamento,
são fundamentais para garantir resultados eficazes e seguros. Esses parâmetros devem
ser ajustados de acordo com a condição clínica do paciente, o objetivo do tratamento e as
características dos tecidos a serem tratados.
Em resumo, o mecanismo de funcionamento do ultrassom terapêutico envolve
efeitos mecânicos, como a micro massagem e a cavitação estável, que estimulam a
circulação e o metabolismo celular, e efeitos térmicos, como o aumento da temperatura
e a melhora da extensibilidade tecidual, que auxiliam na cicatrização e no alívio da dor.
Com uma aplicação adequada, o ultrassom terapêutico se torna uma ferramenta valiosa
no arsenal de técnicas fisioterapêuticas para promover a recuperação e o bem-estar dos
pacientes. (ROBERTSON, et al. 2001)

UNIDADE 3 MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO LASER TERAPÊUTICO 40


4
TÓPICO

EFEITOS TERAPÊUTICOS E
FISIOLÓGICOS DO ULTRASSOM

O ultrassom terapêutico é amplamente utilizado na prática clínica de fisioterapia


devido aos seus efeitos terapêuticos e fisiológicos. Vamos explorar em detalhes esses
efeitos e como eles podem contribuir para a reabilitação de diferentes condições.
1. Aumento da circulação sanguínea e linfática: O ultrassom terapêutico
estimula o fluxo sanguíneo local, promovendo a vasodilatação e melhorando a circulação
sanguínea. Isso resulta em um aumento do suprimento de oxigênio e nutrientes para os
tecidos, acelerando o processo de cicatrização e recuperação. Além disso, o aumento do
fluxo linfático auxilia na remoção de resíduos metabólicos e toxinas, reduzindo o edema e
a inflamação.
2. Alívio da dor: O ultrassom terapêutico possui efeitos analgésicos eficazes. A
aplicação da onda sonora de alta frequência estimula os nervos sensoriais, bloqueando a
transmissão dos sinais de dor para o cérebro. Além disso, a estimulação também promove
a liberação de substâncias químicas analgésicas naturais, como as endorfinas, que ajudam
a aliviar a dor e promover uma sensação de bem-estar.
3. Redução da inflamação: O ultrassom terapêutico tem a capacidade de mo-
dular o processo inflamatório. Ele reduz a produção de substâncias inflamatórias, como a
interleucina-1 (IL-1) e o fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α), e aumenta a produção de
substâncias anti-inflamatórias, como o óxido nítrico (NO). Isso resulta em uma diminuição
do edema, da vermelhidão e da sensibilidade associados à inflamação, contribuindo para a
recuperação mais rápida dos tecidos lesados.

UNIDADE 3 MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO LASER TERAPÊUTICO 41


4. Estímulo à regeneração tecidual: O ultrassom terapêutico estimula a
atividade celular e a regeneração dos tecidos danificados. Aumenta a produção de colágeno,
a síntese de proteínas e o processo de reparo, auxiliando na cicatrização de feridas e lesões
musculoesqueléticas. Além disso, promove a formação de vasos sanguíneos, essenciais
para fornecer nutrientes e oxigênio às áreas em processo de cicatrização.
5. Aumento da extensibilidade tecidual: O ultrassom terapêutico é eficaz
na melhora da flexibilidade e extensibilidade dos tecidos moles, como músculos, tendões
e ligamentos. Através do aquecimento profundo dos tecidos, ocorre um aumento da
elasticidade do colágeno e uma redução da viscosidade das fibras musculares. Isso facilita
a mobilidade articular, previne lesões musculares e tendinosas, e promove a reabilitação
após cirurgias e imobilizações prolongadas.
6. Melhora da permeabilidade celular: O ultrassom terapêutico facilita a
absorção de medicamentos e substâncias terapêuticas aplicadas topicamente. A energia
ultrassônica aumenta temporariamente a permeabilidade das membranas celulares,
permitindo que as substâncias penetrem mais facilmente nas células e alcancem os tecidos-
alvo de forma mais eficaz.
É importante ressaltar que a aplicação correta do ultrassom terapêutico é essencial
para maximizar seus efeitos terapêuticos. Os parâmetros de tratamento, como a intensidade,
frequência, duração e modo de emissão, devem ser ajustados de acordo com a condição
clínica do paciente e os objetivos de tratamento. Além disso, precauções devem ser tomadas
para evitar a aplicação em áreas com inflamação aguda, infecção ou fraturas recentes.
Em conclusão, o ultrassom terapêutico oferece uma variedade de efeitos benéficos
na fisioterapia, incluindo o aumento da circulação sanguínea, o alívio da dor, a redução da
inflamação, a estimulação da regeneração tecidual, o aumento da extensibilidade tecidual e
a melhora da permeabilidade celular. Com sua aplicação adequada, o ultrassom terapêutico
desempenha um papel importante na promoção da recuperação e no retorno à função
normal em pacientes com diversas condições musculoesqueléticas. (BAKER, et al. 2001)

UNIDADE 3 MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO LASER TERAPÊUTICO 42


Além dos aspectos técnicos e científicos, existem algumas curiosidades e informações adicionais sobre o
laser terapêutico e o ultrassom terapêutico que podem tornar a leitura mais interessante. Vamos explorar
algumas delas:
História fascinante:
O laser terapêutico foi desenvolvido a partir das pesquisas sobre o uso do laser na área da física e da medi-
cina. O primeiro laser foi construído em 1960 por Theodore Maiman, e desde então tem sido aplicado em
diversas áreas, incluindo a fisioterapia.
Modalidades seguras:
Tanto o laser terapêutico quanto o ultrassom terapêutico são modalidades seguras quando utilizadas cor-
retamente. Eles são não invasivos e geralmente bem tolerados pelos pacientes.
Ambas as técnicas são indolores durante a aplicação, proporcionando conforto aos pacientes durante o
tratamento.
Versatilidade de aplicações:
Tanto o laser terapêutico quanto o ultrassom terapêutico têm uma ampla gama de aplicações na fisiote-
rapia. Podem ser utilizados no tratamento de lesões esportivas, doenças musculoesqueléticas, condições
inflamatórias, cicatrização de feridas, dor crônica, entre outros.
Tecnologia em constante evolução:
A tecnologia do laser terapêutico e do ultrassom terapêutico continua evoluindo, permitindo melhorias nas
características dos equipamentos e aprimoramento das técnicas de aplicação.
Importância da escolha adequada:
A escolha adequada entre o uso do laser terapêutico e do ultrassom terapêutico depende das característi-
cas da condição clínica do paciente, do objetivo do tratamento e das preferências do fisioterapeuta.

Fonte: ANDRADE, A. G.; LIMA, C. F; ALBUQUERQUE, A. K. B. Efeitos do laser terapêutico no processo de


cicatrização das queimaduras: uma revisão bibliográfica. Rev Bras Queimaduras; 9(1): p. 21-30, 2010. Dis-
ponível em: http://rbqueimaduras.com.br/details/29/pt-BR/efeitos-do-laser-terapeutico-no-processo-
-de-cicatrizacao-das-queimaduras--uma-revisao-bibliografica Acesso em: 10 ago. 2023.

UNIDADE 3 MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO LASER TERAPÊUTICO 43


A tecnologia é uma ferramenta poderosa, mas é a habilidade do terapeuta em aplicar o conhecimento e
compreender as necessidades individuais dos pacientes que transforma o laser terapêutico e o ultrassom
terapêutico em instrumentos de cura.

Fonte: O autor (2023).

UNIDADE 3 MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO LASER TERAPÊUTICO 44


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo desta unidade, exploramos os fascinantes mundos do laser terapêutico e
do ultrassom terapêutico na fisioterapia. Essas modalidades de tratamento oferecem uma
variedade de benefícios terapêuticos e fisiológicos, desempenhando um papel fundamental
na promoção da recuperação e melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
Com o laser terapêutico, aprendemos sobre seu mecanismo de funcionamento
baseado na interação da luz com os tecidos, e seus efeitos terapêuticos abrangentes,
que vão desde a regeneração tecidual até o alívio da dor. Discutimos sua aplicação em
diferentes áreas da fisioterapia, abrindo possibilidades para o tratamento de condições
musculoesqueléticas, neurológicas e inflamatórias.
Da mesma forma, o ultrassom terapêutico revelou-se uma ferramenta valiosa na
prática clínica da fisioterapia. Exploramos seu mecanismo de funcionamento baseado em
ondas sonoras de alta frequência, e seus efeitos terapêuticos, incluindo a melhora da circulação
sanguínea, a redução da inflamação, o alívio da dor e a promoção da regeneração tecidual.
Vimos como o ultrassom terapêutico pode ser aplicado em lesões musculares, tendinites e
outros distúrbios musculoesqueléticos, oferecendo benefícios significativos aos pacientes.
É importante destacar que, embora essas técnicas tenham se mostrado eficazes,
o sucesso do tratamento vai além do uso das modalidades em si. A compreensão do
terapeuta sobre a condição clínica do paciente, a avaliação adequada, a seleção adequada
dos parâmetros de tratamento e a abordagem individualizada são cruciais para obter os
melhores resultados terapêuticos.
À medida que avançamos no campo da fisioterapia, é essencial continuar a explorar
e aprimorar nossos conhecimentos sobre o laser terapêutico, o ultrassom terapêutico e
outras modalidades de tratamento. Pesquisas e estudos clínicos adicionais podem ajudar
a expandir ainda mais as aplicações dessas técnicas e a aprofundar nossa compreensão
de seus efeitos fisiológicos.
Esperamos que este livro tenha fornecido uma visão abrangente e informativa
sobre o laser terapêutico e o ultrassom terapêutico na fisioterapia. Que as informações
aqui apresentadas inspirem terapeutas a explorar e aplicar essas técnicas de forma eficaz,
aprimorando assim a qualidade de vida de seus pacientes e promovendo a recuperação e
bem-estar de todos aqueles que buscam tratamento fisioterapêutico.

UNIDADE 3 MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO LASER TERAPÊUTICO 45


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Eletroterapia Clínica.
Autor: Roger M. Nelson; Karen W. Hayes; Dean P. Currier.
Editora: Manole.
Sinopse: A 3ª edição foi desenvolvida para atender às mudanças
que ocorreram nos cuidados em saúde, e também em resposta
à publicação do guia para a prática do fisioterapeuta (guide to
physical therapist practice), partes I e II, feita pela Associação
Americana de Fisioterapia (American Physical Therapy
Association - APTA). O surgimento do conceito de cuidados
controlados, e sua filosofia associada de contenção de custos,
trouxeram restrições na duração e no tipo de quaisquer
intervenções fisioterápicas. Os tratamentos com eletroterapia
também foram rigidamente examinados e, em alguns casos,
recusados pelas organizações locais e federais de reembolso
de tratamento.

LIVRO
Título: Fotobiomodulação com Laser e LED em Uroginecologia
e Proctologia: Da evidência a Prática Clínica
Autor. Juliana Lenzi; Laura Rezende
Editora: Manole
Sinopse: O uso adequado da fotobiomodulação nas
complicações da região pélvica. Das mesmas autoras do livro
Eletrotermofototerapia em Oncologia, Fotobiomodulação
com Laser e LED em Uroginecologia e Proctologia é o primeiro
livro publicado sobre o tema e tem como objetivo apresentar
o uso adequado da fotobiomodulação nas complicações da
região pélvica. Apresenta os princípios da fotobiomodulação,
sua interação da luz com o tecido biológico e as alterações
histológicas pós-radioterapia. São discutidas as melhores
formas de avaliação para que os parâmetros adequados da
fotobiomodulação sejam escolhidos em complicações como
edema e linfedema genital e de membros inferiores, algias
uroginecológicas, anorretais e pós-operatórias, estenose
vaginal, radiodermite, fibrose radioinduzida, mucosite
vaginal e anal, episiotomia e lacerações perineais, disfunções
sexuais e cicatriciais, síndrome genitourinária e desordens
musculoesqueléticas do complexo lombo-pélvico-quadril.
Ricamente ilustrado e com vários protocolos de tratamento, este
livro é um guia para o profissional utilizar a fotobiomodulação
de forma segura e com resultados positivos na área de Saúde
da Mulher, Saúde Pélvica, Saúde do Homem e Proctologia.

UNIDADE 3 MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO LASER TERAPÊUTICO 46


FILME/VÍDEO
Título: Laser - Porque é o melhor aparelho usado na Fisiotera-
pia?
Ano: 2022.
Sinopse: O Laser de baixa potência é um recurso extremamen-
te recomendado e usado na Fisioterapia. Neste vídeo te explico
melhor os efeitos deste aparelho, em quais lesões ele pode ser
usado além de como ele deve ser aplicado!
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=XMJ-
Qbk5tLrQ

UNIDADE 3 MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO LASER TERAPÊUTICO 47


4
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UNIDADE

EXPLORANDO A
EFICIÊNCIA DA
TERAPIA POR ONDAS
CURTAS
Professor Esp. Klaus Porto Azevedo

Plano de Estudos
• Mecanismo de funcionamento do ondas curtas;
• Efeitos fisiológicos e terapêuticos do ondas curtas;
• Aplicações Clínicas das Ondas Curtas Terapêuticas;
• Considerações de Segurança e Contraindicações;
• Técnicas de Aplicação das Ondas Curtas Terapêuticas.

Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar diatermia por ondas curtas e trocas de
calor.
• Compreender os tipos de diatermia por ondas curtas e trocas de
calor.
• Estabelecer a importância da diatermia por ondas curtas e trocas
de calor.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!

Olá, queridos alunos! Preparem-se para explorar uma das tecnologias mais
empolgantes e versáteis no campo da fisioterapia: o aparelho de ondas curtas. Nesta unidade,
mergulharemos profundamente nessa fascinante forma de eletroterapia que utiliza ondas
eletromagnéticas para aliviar dores, promover a cicatrização e restaurar a funcionalidade. À
medida que desvendamos os mistérios por trás desse aparelho, vocês serão envolvidos em
um mundo de aplicações clínicas que vão desde a ortopedia até a reabilitação neurológica.
Vamos explorar como as ondas curtas podem penetrar nos tecidos, estimulando respostas
benéficas e levando o tratamento fisioterapêutico a um nível totalmente novo.
Nesta jornada pelo mundo das ondas curtas, começaremos explorando os princípios
fundamentais dessa modalidade. Vamos entender como as ondas eletromagnéticas
são geradas e como sua frequência e intensidade podem ser ajustadas para atender a
diferentes objetivos terapêuticos. Discutiremos os mecanismos pelos quais as ondas curtas
penetram os tecidos, aquecendo-os profundamente e promovendo o fluxo sanguíneo, o que
é essencial para a regeneração celular. Ao longo do caminho, abordaremos as indicações e
contra-indicações do uso das ondas curtas, garantindo uma aplicação segura e eficaz em
diversos cenários clínicos.
Ao final desta unidade, vocês estarão prontos para incorporar o conhecimento sobre
aparelhos de ondas curtas em sua prática clínica. As habilidades que vocês adquirirão
permitirão que ofereçam tratamentos mais abrangentes e eficazes aos seus pacientes.
Lembrem-se de que o aparelho de ondas curtas não é apenas uma ferramenta técnica, mas
sim um meio de impulsionar a recuperação e o bem-estar dos indivíduos sob seus cuidados.
Sigam adiante com entusiasmo e determinação, pois o domínio dessa modalidade abrirá
portas para uma abordagem terapêutica mais avançada e completa. Estou animado para
acompanhá-los nessa jornada de descoberta e aprendizado. Vamos explorar os fascinantes
benefícios do aparelho de ondas curtas juntos!
Bons estudos!

UNIDADE 4 EXPLORANDO A EFICIÊNCIA DA TERAPIA POR ONDAS CURTAS 49


1
MECANISMO DE
TÓPICO

FUNCIONAMENTO DO ONDAS
CURTAS

A terapia por ondas curtas é um método de tratamento que utiliza ondas


eletromagnéticas de alta frequência para promover a recuperação e alívio de dor em pacientes.
Antes de mergulharmos nos mecanismos de funcionamento dessa forma terapêutica, é
importante compreender os fundamentos das ondas curtas e como elas são geradas.
As ondas curtas terapêuticas estão inseridas no espectro eletromagnético, que
compreende uma vasta gama de radiações, desde ondas de rádio até raios gama. As ondas
curtas, também conhecidas como radiofrequência de alta frequência, estão localizadas entre
3 MHz e 30 MHz. Essas ondas possuem um comprimento de onda relativamente curto, o que
lhes confere a capacidade de penetrar profundamente nos tecidos do corpo humano.
A geração das ondas curtas terapêuticas ocorre através de um aparelho chamado
gerador de ondas curtas. Esse equipamento é composto por um circuito oscilador, que
é responsável por produzir a frequência desejada, e uma antena que irradia as ondas
no ambiente. O paciente é posicionado próximo à antena, de modo que as ondas curtas
possam ser direcionadas para a área a ser tratada.
No contexto terapêutico, as ondas curtas podem ser classificadas em dois tipos
principais: ondas térmicas e ondas não térmicas. As ondas térmicas atuam através da
transferência de calor para os tecidos do corpo, o que promove um aumento da temperatura
localizada. Esse aquecimento pode levar a diversos efeitos benéficos, como a vasodilatação,
melhora da circulação sanguínea e relaxamento muscular. Já as ondas não térmicas atuam
de forma não térmica, promovendo efeitos biológicos sem aumentar significativamente a
temperatura dos tecidos. Esses efeitos incluem a estimulação celular, regeneração tecidual
e redução da dor.

UNIDADE 4 EXPLORANDO A EFICIÊNCIA DA TERAPIA POR ONDAS CURTAS 50


Ao entrar em contato com os tecidos do corpo, as ondas curtas terapêuticas interagem
com as moléculas presentes nos tecidos, causando efeitos fisiológicos. As ondas curtas
são capazes de penetrar profundamente na pele e alcançar camadas mais internas, como
músculos, tendões e articulações. Essa capacidade de penetração é uma das vantagens
dessa forma de terapia, permitindo que os efeitos terapêuticos sejam direcionados para a
área específica de tratamento.
Além disso, as ondas curtas terapêuticas podem afetar processos biológicos como
a circulação sanguínea, o metabolismo celular, a resposta inflamatória e a regeneração
tecidual. A aplicação adequada das ondas curtas, com a seleção adequada dos parâmetros
terapêuticos, pode resultar em uma variedade de benefícios terapêuticos para os pacientes.
(KITCHEN, et al. 1992)
No próximo capítulo, iremos explorar mais a fundo o mecanismo de ação das ondas
curtas terapêuticas e como elas podem ser aplicadas em diferentes condições clínicas.
A compreensão desses mecanismos nos ajudará a compreender como as ondas curtas
podem ser utilizadas de forma eficaz para o tratamento de diversas patologias e lesões.

UNIDADE 4 EXPLORANDO A EFICIÊNCIA DA TERAPIA POR ONDAS CURTAS 51


2
TÓPICO
EFEITOS FISIOLÓGICOS E
TERAPÊUTICOS DO ONDAS
CURTAS

No capítulo anterior, exploramos os fundamentos das ondas curtas terapêuticas,


compreendendo sua natureza e geração. Agora, adentraremos no mecanismo de ação
dessas ondas e como elas influenciam os processos biológicos, resultando em efeitos
terapêuticos.
As ondas curtas terapêuticas possuem dois mecanismos principais de ação: ação
térmica e ação não térmica. Vamos explorar cada um deles em detalhes.
1. Ação Térmica: A ação térmica das ondas curtas terapêuticas é resultado
da transferência de calor para os tecidos do corpo. Essa transferência de calor ocorre
através da interação das ondas curtas com as moléculas presentes nos tecidos, princi-
palmente água e proteínas.
Quando as ondas curtas atingem os tecidos, as moléculas de água presente nos
tecidos são colocadas em movimento, resultando em agitação térmica. Esse aumento de
energia térmica causa um aumento na temperatura localizada, promovendo diversos efeitos
benéficos.
Um dos principais efeitos da ação térmica das ondas curtas é a vasodilatação, ou
seja, o aumento do diâmetro dos vasos sanguíneos na área tratada. Isso resulta em um
aumento do fluxo sanguíneo local, fornecendo nutrientes e oxigênio necessários para a
recuperação dos tecidos. Além disso, a vasodilatação também ajuda a remover metabólitos
e produtos de inflamação, acelerando o processo de cicatrização.
A ação térmica das ondas curtas também promove o relaxamento muscular. O calor
gerado pelas ondas curtas terapêuticas ajuda a aliviar a tensão e espasmos musculares,

UNIDADE 4 EXPLORANDO A EFICIÊNCIA DA TERAPIA POR ONDAS CURTAS 52


reduzindo a dor e melhorando a flexibilidade. Além disso, o aumento da temperatura
localizada pode estimular a produção de colágeno e promover a regeneração dos tecidos
danificados.
2. Ação Não Térmica: Além da ação térmica, as ondas curtas terapêuticas
também possuem uma ação não térmica, ou seja, produzem efeitos biológicos sem
aumentar significativamente a temperatura dos tecidos.
As ondas curtas não térmicas atuam diretamente nas células e tecidos, estimulando
os processos biológicos e promovendo a regeneração tecidual. Elas têm a capacidade de
influenciar a atividade metabólica, aumentar a produção de ATP (trifosfato de adenosina) e
melhorar o metabolismo celular.
Esses efeitos não térmicos podem acelerar a cicatrização de feridas, estimular a
formação de tecido novo, reduzir a inflamação e aliviar a dor. As ondas curtas terapêuticas
também têm sido estudadas por sua capacidade de modular a resposta imune, promovendo
a regulação do sistema imunológico em condições como artrite reumatoide e doenças
autoimunes.
É importante ressaltar que a ação térmica e não térmica das ondas curtas
terapêuticas pode ser combinada para obter resultados terapêuticos mais abrangentes.
Em muitos casos, a terapia por ondas curtas é personalizada de acordo com a condição
específica do paciente e os objetivos terapêuticos desejados.
No próximo capítulo, iremos explorar as diversas aplicações clínicas das ondas
curtas terapêuticas, destacando sua eficácia em diferentes condições médicas. Essa
compreensão ajudará a evidenciar a versatilidade e utilidade dessa forma de terapia no
campo da reabilitação e tratamento de lesões.

UNIDADE 4 EXPLORANDO A EFICIÊNCIA DA TERAPIA POR ONDAS CURTAS 53


3
TÓPICO

APLICAÇÕES CLÍNICAS DAS


ONDAS CURTAS TERAPÊUTICAS

No capítulo anterior, exploramos o mecanismo de ação das ondas curtas terapêuticas,


compreendendo tanto a ação térmica quanto a ação não térmica dessas ondas. Agora,
iremos adentrar nas diversas aplicações clínicas dessa forma de terapia e como ela pode
ser efetivamente utilizada no tratamento de diferentes condições médicas.
1. Lesões Musculoesqueléticas: As ondas curtas terapêuticas são amplamente
utilizadas no tratamento de lesões musculoesqueléticas, como entorses, distensões
musculares, contraturas e tendinites. Através da ação térmica, as ondas curtas promovem o
relaxamento muscular, aliviam a dor e reduzem a inflamação nessas áreas afetadas. Além
disso, a estimulação não térmica auxilia na regeneração tecidual e na recuperação de lesões.
2. Condições Inflamatórias: A terapia por ondas curtas terapêuticas tem
mostrado eficácia no tratamento de condições inflamatórias, como artrite reumatoide,
bursite e tendinite crônica. As propriedades anti-inflamatórias das ondas curtas auxiliam na
redução do processo inflamatório, aliviando a dor e melhorando a função articular. A ação
térmica também contribui para a melhora da circulação sanguínea local, promovendo a
remoção de substâncias inflamatórias e a regeneração dos tecidos afetados.
3. Cicatrização de Feridas: A terapia por ondas curtas terapêuticas tem sido
aplicada com sucesso na aceleração da cicatrização de feridas, incluindo úlceras de pressão,
úlceras diabéticas e feridas pós-operatórias. A combinação da ação térmica e não térmica
estimula a atividade celular, aumenta a produção de colágeno e promove a regeneração
dos tecidos danificados, resultando em uma cicatrização mais rápida e eficiente.

UNIDADE 4 EXPLORANDO A EFICIÊNCIA DA TERAPIA POR ONDAS CURTAS 54


4. Dor Crônica: A terapia por ondas curtas também tem sido utilizada no
tratamento de dor crônica, como a dor lombar, dor no pescoço e fibromialgia. A ação térmica
das ondas curtas ajuda a relaxar os músculos tensos e a aliviar a dor, enquanto a ação
não térmica estimula a liberação de endorfinas, substâncias naturais do corpo que têm
propriedades analgésicas.
5. Edemas e Inchaços: As ondas curtas terapêuticas podem ser eficazes na
redução de edemas e inchaços causados por lesões traumáticas ou cirurgias. A ação
térmica das ondas curtas aumenta a circulação sanguínea e a drenagem linfática, ajudando
a eliminar o acúmulo de fluidos e reduzir o inchaço.
É importante ressaltar que a terapia por ondas curtas terapêuticas deve ser aplicada
por profissionais treinados e com base em avaliação clínica adequada. Cada paciente e
condição requerem uma abordagem personalizada, incluindo a seleção adequada dos
parâmetros terapêuticos, como intensidade, frequência e duração do tratamento.
No próximo capítulo, iremos discutir as considerações de segurança e as
contraindicações associadas ao uso das ondas curtas terapêuticas, garantindo que o
tratamento seja realizado de forma segura e eficaz.

UNIDADE 4 EXPLORANDO A EFICIÊNCIA DA TERAPIA POR ONDAS CURTAS 55


4
TÓPICO

CONSIDERAÇÕES DE SEGURANÇA
E CONTRAINDICAÇÕES

Embora a terapia por ondas curtas terapêuticas seja geralmente segura e bem
tolerada, existem algumas considerações de segurança e contraindicações importantes a
serem levadas em consideração antes de iniciar o tratamento. É fundamental garantir que
o benefício do uso das ondas curtas supere qualquer risco potencial.
1. Gravidez: Mulheres grávidas devem evitar a terapia por ondas curtas,
especialmente na região abdominal ou pélvica, devido ao risco potencial de efeitos adversos
no feto. É importante garantir a segurança tanto para a mãe quanto para o bebê durante a
gestação, portanto, outras formas de terapia devem ser consideradas nesse período.
2. Implantes Metálicos: A presença de implantes metálicos, como placas,
parafusos ou próteses, na área de tratamento pode interferir na distribuição das ondas
curtas e causar desconforto ou danos aos tecidos. É essencial que os pacientes informem ao
terapeuta sobre qualquer implante metálico antes do tratamento, para que sejam tomadas
as devidas precauções ou consideradas alternativas terapêuticas.
3. Sensibilidade à Temperatura: Pacientes com sensibilidade extrema ao calor
podem ter dificuldades em tolerar a terapia por ondas curtas, uma vez que a ação térmica
pode causar desconforto ou queimaduras. Nesses casos, outras modalidades de tratamento
que não envolvam o aumento da temperatura podem ser mais adequadas.
4. Neoplasias: O uso das ondas curtas terapêuticas em áreas com suspeita
ou diagnóstico de tumores malignos deve ser evitado. Embora não haja evidências claras
de que as ondas curtas causem o desenvolvimento de câncer, a segurança nesses casos
ainda não está estabelecida. Recomenda-se consultar um médico especialista antes de
iniciar o tratamento em pacientes com histórico de neoplasias.

UNIDADE 4 EXPLORANDO A EFICIÊNCIA DA TERAPIA POR ONDAS CURTAS 56


5. Distúrbios de Sensibilidade: Pacientes com distúrbios de sensibilidade, como
neuropatias periféricas ou diminuição da sensibilidade cutânea, devem ser monitorados
de perto durante o tratamento com ondas curtas. Eles podem ter dificuldade em detectar
qualquer desconforto ou aumento da temperatura, o que aumenta o risco de queimaduras.
É essencial que a terapia por ondas curtas seja administrada por profissionais
de saúde qualificados, que conheçam todas as contraindicações e considerações de
segurança associadas. A avaliação adequada do paciente, levando em conta sua história
médica e condições específicas, é fundamental para garantir um tratamento seguro e eficaz.
(DELPIZZO, et al. 1987)
No próximo capítulo, iremos explorar as técnicas de aplicação das ondas curtas
terapêuticas, incluindo os diferentes métodos de aplicação e os parâmetros terapêuticos a
serem considerados.

UNIDADE 4 EXPLORANDO A EFICIÊNCIA DA TERAPIA POR ONDAS CURTAS 57


5
TÓPICO

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DAS


ONDAS CURTAS TERAPÊUTICAS

A terapia por ondas curtas terapêuticas envolve diferentes técnicas de aplicação,


cada uma adaptada para atender às necessidades específicas do paciente e da condição a
ser tratada. Vamos explorar algumas das principais técnicas de aplicação das ondas curtas
terapêuticas.
1. Aplicação Direta: Nessa técnica, o cabeçote emissor das ondas curtas é
posicionado diretamente sobre a área a ser tratada. É importante garantir que o cabeçote
esteja em contato próximo com a pele do paciente para permitir a transmissão eficiente das
ondas. O terapeuta pode utilizar um gel de acoplamento para melhorar a condução das
ondas e evitar a formação de ar entre o cabeçote e a pele.
2. Imersão em Água: Essa técnica é frequentemente utilizada para tratar áreas
que são difíceis de acessar diretamente com o cabeçote, como as mãos, pés ou áreas com
curvas acentuadas do corpo. O paciente submerge a parte afetada em um recipiente com
água morna, e o cabeçote é imerso na água para transmitir as ondas curtas. A água ajuda
a transmitir efetivamente as ondas para os tecidos.
3. Compressas Molhadas: Nessa técnica, compressas molhadas são aplicadas
na área a ser tratada. As compressas são embebidas em água morna e, em seguida, o
cabeçote das ondas curtas é posicionado sobre as compressas. As ondas são transmitidas
para os tecidos através das compressas molhadas, proporcionando o efeito terapêutico
desejado.

UNIDADE 4 EXPLORANDO A EFICIÊNCIA DA TERAPIA POR ONDAS CURTAS 58


4. Eletrodos Condutivos: Para áreas maiores ou para tratamento de tecidos mais
profundos, podem ser utilizados eletrodos condutivos. Esses eletrodos são posicionados na
área a ser tratada e conectados ao equipamento gerador das ondas curtas. Os eletrodos
proporcionam uma distribuição mais uniforme das ondas e permitem o tratamento de uma
área maior ao mesmo tempo.
É importante que o terapeuta ajuste corretamente os parâmetros terapêuticos, como
intensidade, frequência e tempo de tratamento, de acordo com a condição do paciente e
os objetivos terapêuticos desejados. O monitoramento contínuo da resposta do paciente
durante o tratamento é essencial para garantir a eficácia e segurança do procedimento.
(AHMED, et al. 2009)

UNIDADE 4 EXPLORANDO A EFICIÊNCIA DA TERAPIA POR ONDAS CURTAS 59


A associação entre frio e calor é muito bem-vinda no banho de contraste!

Origem Histórica: As ondas curtas terapêuticas foram desenvolvidas pela primeira vez na década de 1920
pelo engenheiro francês René Théry. Ele percebeu que a alta frequência das ondas curtas poderia penetrar
profundamente nos tecidos, proporcionando benefícios terapêuticos.
Diferença entre Ondas Curtas e Micro-ondas: Embora as ondas curtas terapêuticas e as micro-ondas com-
partilhem características semelhantes, como a capacidade de penetrar nos tecidos, elas têm frequências
diferentes. As ondas curtas terapêuticas operam na faixa de frequência de 27 a 29 MHz, enquanto as mi-
cro-ondas têm frequência em torno de 2450 MHz.
Utilização Militar: As ondas curtas terapêuticas foram inicialmente utilizadas para fins militares durante a
Segunda Guerra Mundial. Eram usadas para o tratamento de ferimentos em soldados, acelerando a cica-
trização e aliviando a dor.
Aquecimento Seletivo: Uma característica interessante das ondas curtas terapêuticas é sua capacidade de
aquecer seletivamente os tecidos. Isso ocorre porque certos tecidos, como músculos e vasos sanguíneos,
têm maior condutividade elétrica do que outros, como a gordura. Portanto, a energia das ondas curtas
tende a ser absorvida em maior quantidade por esses tecidos condutores.
Tratamento Não Invasivo: As ondas curtas terapêuticas oferecem uma opção de tratamento não invasivo
para uma ampla variedade de condições. Isso significa que os pacientes podem se beneficiar dos efeitos
terapêuticos sem a necessidade de procedimentos cirúrgicos ou invasivos.
Efeito Analgésico: Além de seu efeito terapêutico principal, as ondas curtas terapêuticas também possuem
propriedades analgésicas. O aquecimento profundo dos tecidos e a estimulação das terminações nervosas
ajudam a reduzir a dor, proporcionando alívio aos pacientes.
Complementaridade com Outras Modalidades de Tratamento: As ondas curtas terapêuticas são frequen-
temente utilizadas em conjunto com outras modalidades de tratamento, como exercícios de reabilitação,
terapia manual e modalidades de eletroterapia. Essa combinação pode potencializar os resultados tera-
pêuticos e acelerar a recuperação.

Para saber mais acesse: https://www2.fab.mil.br/cindacta2/images/Fisioterapia/fisioterapia_RTFrecur-


sosterapeuticosfisicos.pdf

UNIDADE 4 EXPLORANDO A EFICIÊNCIA DA TERAPIA POR ONDAS CURTAS 60


Como você pôde notar, a diatermia por ondas curtas é muito usada na fisioterapia, e conhecer bem os tipos
de eletrodos e suas indicações é extremamente importante para garantir um tratamento adequado a cada
necessidade dos pacientes.

Para saber mais acesse: https://blog.carcioficial.com.br/eletrodos-para-ondas-curtas/

UNIDADE 4 EXPLORANDO A EFICIÊNCIA DA TERAPIA POR ONDAS CURTAS 61


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade vimos diferentes modos de aplicação e estudamos os mecanismos
de funcionamento da termoterapia. Ao entendermos todos os mecanismos de aplicação e
funcionamento da termoterapia temos um excelente embasamento fisiológico do recurso,
porém isso não exime o fisioterapeuta de avaliar minuciosamente seu paciente e raciocinar
dentro de cada caso a melhor forma de aplicação de cada recurso. Ao longo deste livro,
exploramos os mecanismos de funcionamento das ondas curtas terapêuticas, desde sua
origem histórica até suas diversas aplicações clínicas. Compreendemos como essas ondas
eletromagnéticas de alta frequência podem penetrar profundamente nos tecidos, promo-
vendo efeitos terapêuticos benéficos.
Através da análise das evidências científicas, ficou claro que as ondas curtas tera-
pêuticas são uma modalidade de tratamento eficaz e versátil. Seu potencial para aliviar a
dor, acelerar a cicatrização, melhorar a circulação e promover a recuperação funcional tem
sido amplamente demonstrado em estudos e pesquisas.
No entanto, é importante destacar que o uso das ondas curtas terapêuticas requer
conhecimento e habilidade por parte dos profissionais de saúde. A avaliação adequada
do paciente, a seleção dos parâmetros terapêuticos corretos e o monitoramento contínuo
durante o tratamento são essenciais para garantir sua eficácia e segurança.
Além disso, é fundamental considerar as contraindicações e precauções associadas
ao uso das ondas curtas terapêuticas. Pacientes com implantes metálicos, sensibilidade
extrema ao calor, distúrbios de sensibilidade e condições específicas, como gravidez e
neoplasias, exigem uma abordagem cuidadosa e individualizada.
Apesar dos avanços tecnológicos e dos benefícios terapêuticos proporcionados
pelas ondas curtas, é importante lembrar que essa modalidade de tratamento não é uma
solução única para todos os problemas de saúde. Cada paciente é único, com suas pró-
prias necessidades e condições específicas, e um plano de tratamento abrangente deve
ser desenvolvido levando em consideração todas as opções terapêuticas disponíveis.
À medida que concluímos este livro, espero que você tenha adquirido uma com-
preensão sólida sobre os mecanismos de funcionamento das ondas curtas terapêuticas e
sua aplicação clínica.

UNIDADE 4 EXPLORANDO A EFICIÊNCIA DA TERAPIA POR ONDAS CURTAS 62


Que este conhecimento o inspire a explorar ainda mais esse campo fascinante e a
buscar soluções terapêuticas inovadoras em benefício da saúde e bem-estar dos pacientes.
Que as ondas curtas terapêuticas continuem a ser uma ferramenta valiosa para
promover a cura, aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida das pessoas, sempre com
base em uma abordagem ética, científica e cuidadosa.
Desejo-lhe sucesso em sua jornada de aprendizado e prática na área das ondas
curtas terapêuticas!

UNIDADE 4 EXPLORANDO A EFICIÊNCIA DA TERAPIA POR ONDAS CURTAS 63


MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Fisioterapia dermatofuncional: Fundamentos, recursos
e tratamentos
Autor: Elaine Caldeira O. Guirro, Rinaldo R. J. Guirro.
Editora: Manole.
Sinopse: Em sua quarta edição, a obra foi atualizada,
ampliada e reorganizada, com a proposta de oferecer uma
ampla fundamentação teórica, bem como orientação para o
uso prático de modalidades terapêuticas em disfunções que
afetam direta ou indiretamente o tegumento com implicações
cineticofuncionais, vislumbrando atendimentos assertivos e
eficazes. Esta nova edição tem como objetivo contribuir para
a formação e a atualização do profissional da área, por meio
da revisão dos assuntos antes abordados – noções de citologia
e histologia, revisão parcial do sistema endócrino, fontes de
energia, mobilização tecidual, termoterapia, eletroterapia,
ultrassom terapêutico, fotobiomodulação, actinoterapia,
atividade física, envelhecimento, obesidade, fibroedema geloide,
estrias atróficas cutâneas, cicatriz hipertrófica e queloide,
cosmetologia, queimaduras, cirurgia plástica, oncologia – e da
inclusão de novos capítulos: disfunções vasculares periféricas
e lesões cutâneas e termografia infravermelha, contabilizando
21 capítulos. Também apresenta informações sobre novos
equipamentos e tratamentos utilizados na atualidade.

VÍDEO
Título: Ondas Curtas | Perca o medo de usar e aprenda a con-
figurá-lo corretamente
Ano: 2020.
Sinopse: Nesse vídeo aula você irá encontrar informações bas-
tante relevantes sobre o ONDAS CURTAS:
- Definição
- Fisiologia
- Indicações e contraindicações
- Cuidados com o paciente e com o equipamento
- Formas de aplicação
- Passo a passo para configurar
O objetivo desse vídeo é que você tenha o entendimento de
base, e a partir de agora busque mais conhecimento para apri-
morar e tenha mais sucesso na reabilitação
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=rhHGefDK-
vaM

UNIDADE 4 EXPLORANDO A EFICIÊNCIA DA TERAPIA POR ONDAS CURTAS 64


CONCLUSÃO GERAL
Nesta apostila, exploramos profundamente as diversas maneiras pelas quais
diferentes recursos podem induzir uma variedade de efeitos fisiológicos nos tecidos.
Discutimos em detalhes as várias estratégias para induzir analgesia, concentrando-nos
especificamente em duas vias fisiológicas distintas da dor.
A importância de gerar contrações eficazes em um contexto de reabilitação foi um
tópico central, onde discutimos como quebrar inibições artrogênicas e restaurar a função
muscular. Este é um componente crucial na recuperação e reabilitação de pacientes com
uma variedade de condições.
Também abordamos a aplicação do Laser e do Ultrassom terapêutico na consolidação
de tecidos ósseos com diferentes disfunções. Estes são ferramentas valiosas na medicina
moderna, capazes de tratar uma variedade de condições relacionadas aos ossos e tecidos
conjuntivos constituídos por colágeno.
Além disso, estudamos a importância do controle térmico no tratamento de lesões.
Discutimos quando adicionar ou subtrair calor dos tecidos pode ser benéfico, e como essa
troca de calor pode ser induzida tanto superficialmente quanto profundamente. Este é um
aspecto fundamental do manejo da lesão, com implicações significativas para a recuperação
do paciente.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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