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Experimentos controlados

BNCC.EMCiencias:
EM13CNT301
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Como os cientistas conduzem experimentos e fazem observações
para testar hipóteses.
Introdução

Os biólogos e outros cientistas usam o metódo científico para


pesquisar o mundo natural. O método científico começa com uma
observação, o que leva o cientista a fazer um questionamento.
Depois ele apresenta uma hipótese, que é uma explicação a ser
testada para responder à questão.

Uma hipótese não está necessariamente certa. Na verdade, é uma


'melhor opção', e o cientista deve testa-la para verificar sua
correção. Cientistas testam hipóteses fazendo predições: Se a
hipótese é correta, então deve ser verdadeiro. Daí eles fazem
experimentos ou observações para verificar se as suas predições
estão corretas. Se estiverem, a hipótese é mantida. Se não
estiverem, talvez seja hora para uma nova hipótese.

Como as hipóteses são testadas?

Quando possível, os cientistas testam suas hipóteses usando


experimentos controlados. Um experimento controlado é um teste
científico feito sob condições controladas, o que significa que
apenas um (ou poucos) fatores são alterados a cada vez, enquanto
todos os outros são mantidos constantes. Veremos em detalhes os
experimentos controlados na próxima seção.

Em alguns casos, não há uma boa forma de se testar uma hipótese


usando um experimento controlado (por razões práticas ou éticas).
Neste caso, um cientista pode testar a hipótese fazendo predições
sobre padrões que podem ser observados na natureza se a
hipótese está correta. Então, ele pode coletar dados para verificar
se o padrão realmente existe.

Experimentos Controlados

Quais são os elementos principais de um experimento controlado?


Para ilustrar, vamos considerar um exemplo simples (mesmo sendo
bobo).

Suponha que eu decida plantar feijão na minha cozinha, perto da


janela. Eu ponho sementes de feijão num vaso com terra, coloco o
vaso junto à janela e espero as sementes germinarem. Porém, após
algumas semanas, não há nenhum broto. Por que não? Bem, …
acontece que eu esqueci de regar as sementes. Então eu formulo a
hipótese de que elas não germinaram por falta de água.

Para testar a minha hipótese eu faço um experimento controlado.


Neste experimento eu monto dois potes iguais. Ambos contêm 10
sementes de feijão plantadas no mesmo tipo de terra e ambos
colocados na mesma janela. De fato, só há uma coisa diferente que
faço a esses dois potes:

 Um pote de sementes é regado todas as manhãs.


 O outro pote de sementes nunca recebe água.
Após uma semana, 9 das 10 sementes no pote regado germinaram,
enquanto que nenhuma semente no pote seco germinou. Parece
que a hipótese de que as "sementes precisam de água" é
provavelmente correta.

Vamos ver como este simples exemplo ilustra as partes de um


experimento controlado.
Painel 1: Dois potes idênticos são preparados. 10 sementes de
feijão são adicionadas a cada pote. Os potes são colocados perto
da janela.

Painel 2: Um pote (grupo experimental) é regado. O outro pote


(grupo de controle) não é regado. A variável independente é a
quantidade de água usada.

Painel 3: No pote experimental (regado), 9/10 sementes germinam.


No pote controle (não regado), 0/10 sementes germinam. A fração
de sementes que germina é a variável dependente.

Grupos Controle e Experimental

Há dois grupos no experimento e eles são idênticos, exceto que um


recebe um tratamento (água) enquanto o outro não. O grupo que
recebe o tratamento num experimento (neste caso o pote regado) é
chamado de grupo experimental, enquanto o grupo que não
recebe o tratamento (neste caso o pote seco) é chamado de grupo
controle. O grupo controle fornece um padrão, ou referência, que
permite avaliar se o tratamento tem um efeito.
Há sempre um grupo experimental e um grupo controle?

Variáveis Independentes e Dependentes


O fator que é diferente entre os grupos de controle e experimental
(neste caso a quantidade de água) é conhecido como a variável
independente. Esta variável é independente porque ela não
depende do que acontece no experimento. Ao invés, ela é algo que
o pesquisador aplica ou escolhe ele mesmo.
Há sempre uma variável independente e uma variável
dependente?

Em contraste, a variável dependente num experimento é a


resposta que é medida para ver se o tratamento tem um efeito.
Neste caso, a fração de sementes de feijão que germinou é a
variável dependente. A variável dependente (fração de sementes
germinando) depende da variável independente (a quantidade de
água), e não vice-versa.

Dados experimentais são as observações feitas durante o


experimento. Neste caso, os dados coletados foram o número de
brotos de feijão em cada vaso depois de uma semana.

Variabilidade e Repetição

Das dez sementes de feijão regadas, apenas nove germinaram. O


que aconteceu com a décima semente? Essa semente pode estar
morta, doente ou apenas ser lenta para germinarr. Especialmente
em biologia (que estuda coisas complexas, vivas), muitas vezes há
variação no material usado para um experimento – aqui, as
sementes de feijão – que o pesquisador não pode ver.

Devido a esse potencial de variação, experimentos biológicos


precisam ter uma amostra de tamanho grande e, de preferência, ser
repetidos várias vezes. O tamanho da amostra refere-se ao
número de itens individuais testados num experimento - neste
caso, sementes de feijão por grupo. Com mais amostras e
repetindo-se o experimento mais vezes, diminui-se a probabilidade
de chegarmos a uma conclusão errada, devida à variação aleatória.

Biólogos e outros cientistas também usam testes estatísticos para


ajudá-los a distinguir diferenças reais de diferenças devidas à
variação aleatória (p.e., quando comparando grupos experimentais
e controle).
Estudo de caso de experimento controlado: e branqueamento
de coral
Como um exemplo mais realista de um experimento controlado,
vamos examinar um estudo recente sobre o branqueamento de
corais. Os corais normalmente têm pequenos organismos
fotossintetizantes vivendo dentro deles, e o branqueamento
acontece quando esses organismos saem do coral, tipicamente em
resposta a estresse ambiental. A foto abaixo mostra um coral
branqueado na frente e um coral saudável atrás.

Foto mostrando um coral branco, branqueado na frente e um coral


acastanhado, sadio no fundo.
Crédito da imagem: "Keppelbleaching" (CC BY 3.0).

Muitas pesquisas sobre a causa do branqueamento concentraram-


se na temperatura da água. No entanto, uma equipe de
pesquisadores australianos formulou a hipótese de que outros
fatores também poderiam ser importantes. Especificamente, eles
testaram a hipótese de que níveis elevados de, que tornam as
águas oceânicas mais ácidas, também poderiam promover o
branqueamento.

Que tipo de experimento você poderia fazer para testar essa


hipótese? Pense a respeito:

 Quais seriam os grupos controle e experimental


 Quais seriam as variáveis independentes e dependentes
 Quais os resultados que você poderia prever em cada grupo
Você já tentou?
Veja o que os cientistas australianos fizeram

Testes não experimentais de hipóteses


Alguns tipos de hipóteses não podem ser testadas em experimentos
controlados por razões éticas ou práticas. Por exemplo, uma
hipótese sobre infecção viral não pode ser testada dividindo as
pessoas saudáveis em dois grupos e infectando um grupo: infectar
pessoas saudáveis não é seguro nem ético. Da mesma forma, um
ecologista que estuda os efeitos das chuvas não conseguiria fazer
chover em uma parte de um continente, mantendo outra parte seca
para controle.

Em situações como estas, os biólogos podem utilizar modelos não


experimentais para teste de hipótese. Em um teste não
experimental de hipótese, um pesquisador prevê observações ou
padrões que devem ser vistos na natureza se a hipótese estiver
correta. Então, o pesquisador coleta e analisa dados para verificar
se os padrões estão, de fato, presentes.

Estudo de caso: Branqueamento de corais e temperatura

Um bom exemplo de teste de hipótese baseado em observação são


os primeiros estudos sobre o branqueamento de corais. Como
mencionado acima, o branqueamento ocorre quando os corais
perdem os microorganismos fotossintetizantes que vivem dentro
deles, tornando-se brancos. Os pesquisadores suspeitavam de que
a água em temperatura mais elevada pudesse causar o
branqueamento e testaram essa hipótese experimentalmente em
pequena escala (usando fragmentos de coral isolados em
tanques) .

O que os ecologistas mais queriam saber, no entanto, era se a


temperatura da água estava causando branqueamento para várias
espécies diferentes de corais no seu ambiente natural. Essa
questão mais ampla não podia ser respondida experimentalmente,
porque não seria ético (ou mesmo possível), mudar artificialmente a
temperatura da água ao redor dos corais.

Mapa colorido artificialmente para representar as diferentes


temperaturas da superfície oceânica ao redor do globo. As cores
quentes, principalmente perto do Equador, representam as
temperaturas mais quentes; as cores frias, principalmente perto dos
pólos, representam temperaturas mais amenas.
Crédito da imagem: "Temperatura global da superfície oceânica,"
Fonte: NASA (domínio público).

Em vez disso, para testar a hipótese de que eventos de


branqueamento naturais eram causados pelo aumento na
temperatura da água, uma equipe de pesquisadores desenvolveu
um programa de computador que previa eventos de branqueamento
baseados em dados da temperatura da água em tempo real. Por
exemplo, este programa preveria o branqueamento de um
determinado recife quando a temperatura da água na área do recife
ultrapassasse em 1 ou mais a média mensal de sua temperatura
máxima. O programa de computador foi capaz de prever eventos de
branqueamento com semanas ou até meses de antecedência ao
seu relato, inclusive um grande evento de branqueamento que
ocorreu em Great Barrier Reef em 1998. O fato de que um modelo
baseado em temperatura pudesse prever eventos de
branqueamento apoiou a hipótese de que a temperatura elevada da
água provoca o branqueamento natural de recifes de corais.

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