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CRIOTERAPIA

E
TERMOTERAPIA
PROFª GISELLE E ANGELO
APLICAÇÃO DE CALOR E FRIO – Dor
Toda vez que sofremos um traumatismo físico, o primeiro sinal é a dor.

A dor evita que continuemos a traumatizar a região e consequentemente diminui


os efeitos da lesão (inflamação).

Nosso corpo apresenta receptores nervosos que são estimulados quando ocorre
o trauma e causam a dor.

Algumas substâncias químicas são liberadas na hora da lesão e levam a um


aumento no calibre do vaso sanguíneo. A consequência disto é o aparecimento
do edema, o aumento do calor local e a hiperemia.

Estes sinais são conhecidos como processo inflamatório.


USO TERAPÊUTICO DO FRIO
CRIOTERAPIA – Relato histórico

• 1850 (EUA): Para diminuir a temperatura em


doente com malária.

• Século 2500 A.C. o povo egípcio utilizada como


método analgésico e anti-inflamatório.

• No século XIX a crioterapia foi utilizada pelo


médico do exército de Napoleão Bonaparte nos
casos de amputação de membros.

• Na década de 1970 este método passou a ser


utilizado como prática comum em casos de
lesões desportivas.
EFEITOS LOCAIS DA APLICAÇÃO
DA CRIOTERAPIA:

• Vasoconstrição com redução do fluxo sanguíneo;

• Diminuição da taxa metabólica;

• Redução da inflamação (edema, hiperemia, calor);

• Redução da dor;

• Redução do espasmo muscular (pelo relaxamento produzido pela


redução da excitação dos nervos sensoriais).
EFEITOS SOBRE O METABOLISMO E A CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA:

Reduz o metabolismo e o grau de lesão tecidual devido a vasoconstrição


que diminui a permeabilidade celular dos vasos sanguíneos, linfáticos e
capilares.

REDUZ FORMAÇÃO DE EDEMAS, ESCAPE SANGUÍNEO PELOS


VASOS LESIONADOS E HEMORRAGIA

ESSES EVENTOS AUXILIAM NA RECUPERAÇÃO DOS TECIDOS APÓS O TRAUMA

Efeitos sistêmicos: Redução débito e frequência cardíaca; aumento da


pressão arterial; resistência periférica (em função de o sangue ser
jogado para a periferia para tentar manter a temperatura corpórea).
HIPOTERMIA PÓS PCR:

Recomendado para pessoas em


coma, com retorno da circulação
espontânea após um evento de
parada cardíaca.

Os indivíduos devem ser arrefecida


para 32º a 36º graus durante pelo
menos 24 horas.
Benefícios terapêuticos:

• Para que ocorra redução do fluxo


sanguíneo a temperatura deve cair
13,80 ºC;

• Para que ocorra analgesia a


temperatura deve cair para 14,40 ºC.
Deve-se lembrar que:

Os benefícios da crioterapia na
lesão muscular aguda depende de
fatores como profundidade – até 2
cm.

A aplicação deverá ser repetida


várias vezes, 20 minutos de cada
vez.

Tecidos mais profundos devem ser


esfriados por períodos mais longos
do que os superficiais.
MÉTODO E TEMPO DE APLICAÇÃO DA CRIOTERAPIA:

• Compressas geladas por meio de recipientes, toalhas, sacos plásticos;


• Compressa de gel;
• Compressas químicas;
• Imersão no gelo e água;
• Resfriamento termoelétrico;
• Gelo seco;
• Spray químico.

Como a redução de inflamação é a meta principal, a aplicação de


frio (crioterapia) é o tratamento de escolha para as primeiras 24
a 48 horas após uma lesão.
APLICAÇÃO DE FRIO

Vale lembrar...

A sensação inicial da
pele fria não é
confortável...

1- Queimação
2- Frio
3- Analgesia
Imersão em água fria:

Desencadeia a diminuição da
temperatura da pele e dos
tecidos superficiais após 5
minutos de utilização.

Atingi uma área maior uma


vez que o membro é imerso
na água gelada.
Compressas frias (úmidas) – Hipertermia:

• Toalha, compressa, bacia com água fria (nunca misturar


com álcool)
• Expor a região inguinal, axilar e frontal do paciente
• Trocá-las de 15 em 15 minutos
Bolsa de gel:

• O uso de bolsa de gel


resfriada ou congelada é
frequente pela sua fácil
aplicação;

• Após 20 minutos de
utilização vem a sensação
de analgesia;
Criospray:

• Resultam em resfriamento
superficial e rápido em função de
sua evaporização.

• Reduz a analgesia e o espasmo


muscular;

• Não reduz a hemorragia, pois


não tem efeito de diminuição da
temperatura de tecidos
profundos.
Observação: Não fazer
aplicações demoradas, pois pode
provocar necrose tecidual.
Observar sistematicamente o CONTRAINDICAÇÕES DA
local da aplicação, pois o gelo
contínuo pode provocar APLICAÇÃO DO FRIO
“anestesia” na pele do paciente e
até “queimar” a pele. Pessoas com problemas
circulatórios;
Feridas abertas;
USO TERAPÊUTICO DO CALOR
Transferência de calor:

• Condução: a energia térmica é transferida de uma região mais


quente para outra mais fria, através do contato direto de suas
superfícies de contato. Superficial.
Ex. Bolsas quentes, Banho de parafina
• Convecção: a energia térmica é transferida através da circulação de
líquidos e gases entre o corpo que está liberando a energia térmica e
o que está recebendo. Superficial
Ex. Hidroterapia; Sauna / Fluidoterapia/ banho de imersão; Turbilhão
• Conversão/radiação: é a transformação de energia (mecânica,
Sonora, eletromagnética) em energia térmica, pela passagem nos
tecidos do corpo. Superficial ou profundo. Superficial ou profundo.
Ex. Infravermelho/ UltraVioleta/ Calor radiante/Laser (Fototerapia)/luz
infravermelha
Efeitos terapêuticos do calor:

Redução de rigidez articular;


Alivio da dor pela vasodilatação;
Redução do espasmo muscular;
Aumento do fluxo sanguíneo + remoção de resíduos metabólicos;
Redução de edemas (edema residual) – devido ao aumento da
permeabilidade vascular que será assim absorvido pelos vasos
linfáticos;
Aceleração da cicatrização

Trata dor crônica


Contraindicações do uso do calor:

Patologia inflamatória ou traumática aguda;


Hemorragias ou alterações da coagulação;
Vasculopatia aterosclerótica;
Reações isquêmicas;
Patologia cardiovascular descompensada;
Patologia neoplásica ou infecciosa;
Alterações da sensibilidade térmica;
Doentes sedados;
Feridas abertas
MÉDIA DE TEMPERATURA PARA APLICAÇÃO
DE CALOR E FRIO

TEMPERATURA MÉDIA CELSIUS

Quente 37º a 41º

Morno 34º a 37º

Tépido 26º a 34º

Fresco 18º a 26º

Frio 10º a 18º


APLICAÇÃO DE CALOR

• O calor atua relaxando os músculos e


facilitando a circulação através da
vasodilatação, minimizando a dor e
edema local.

• A aplicação pode ser úmida ou seca.


FINALIDADES DA APLICAÇÃO DO CALOR

• Relaxar a musculatura;
• Aumentar a circulação no local
da aplicação;
• Aliviar a dor (crônica);
• Facilitar os processos
supurativos.
CALOR ÚMIDO

Compressas quentes são exemplos de aplicações de


calor úmido utilizadas para uma variedade de
condições.

• Gaze limpa ou estéril umedecida com uma solução


aquecida diretamente na área afetada.
• A aplicação do calor úmido também inclui o uso de
banhos quentes e banhos de assento.
• Aumenta de forma efetiva a temperatura do tecido.
CALOR ÚMIDO – Lençol, solução
aquecida prescrita (ex.: solução salina),
compressas, luvas de procedimento,
bacias estéreis para banhos de assento,
bolsas comerciais.
CUIDADOS COM A BOLSA DE ÁGUA
QUENTE

• Encher 2/3 da capacidade total da bolsa;


• Retirar o ar da bolsa, fechá-la, garantir o não
vazamento e secá-la;
• Proteger a pele (envolver a bolsa em uma toalha);
• Torcer bem a compressa para não molhar o
paciente e a cama;
CALOR SECO
• O calor seco pode ser aplicado diretamente na pele com uma almofada
aquatérmica, almofada de aquecimento elétrico ou uma bolsa quente
comercial.

• Penetra superficialmente mas mantém as mudanças de temperatura


mais do que os tratamentos com calor úmido.

• Este aquecimento superficial não é eficaz para penetrar profundamente


nas articulações, como joelho e quadril.

• É importante proteger o paciente de queimaduras, ressecamento da


pele, e perda de líquidos corporais através da sudorese.
Calor seco - bolsa de água quente,
bolsas elétricas, raios infravermelhos;
CONTRAINDICAÇÕES DA
APLICAÇÃO DO CALOR

• Hemorragias;
• Lesões abertas e lesões cirúrgicas;
• Luxações ou contusões antes de 24 ou
48 horas;
• Hemofilia ou fragilidade capilar.
Cuidados de Enfermagem

• Registrar o procedimento, anotando integridade da pele,


solução, localização e duração da aplicação.

• Incluir a parte do corpo e da pele antes e depois do


tratamento a resposta do paciente à terapia.

• Registrar orientações dadas ao paciente;

• Relatar quaisquer resultados incomuns, tais como bolhas.


Cuidados de Enfermagem

• Sempre verificar se não há vazamentos na bolsa;

• Sempre envolver a bolsa com um pano fino ou papel toalha;

• Não estender o tempo de aplicação da terapia com frio ou


calor;

• Ao menor sinal de alteração da pele ou incômodo relatado


pelo paciente, suspender o procedimento;
REFERÊNCIA

PERRY, A. G.; POTTER, P. A.; ELKIN, M. K. Procedimentos e intervenções de enfermagem. 5ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

MACEDO, CSG, GUIRRO RRJ. CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS. 2013. DISPONÍVEL EM <
CRIOTERAPIA-PROFISIO.pdf (ricardotakahashi.com.br) > Acesso em 2022.

LIMA, Natamia Angeoles; DE SOUZA DUARTE, Vanderlane; BORGES, Grasiely Faccin. Crioterapia: métodos e aplicações em pesquisas
brasileiras uma revisão sistemática. Saúde e Pesquisa, v. 8, n. 2, p. 335-343, 2015.

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