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Acadêmico: Ariciely Valeska

RESUMO DO LIVRO
Radiologia Oral- Fundamentos e interpretação
Capitulo 9- Anatomia Radiográfica Normal

FRANCISCO BELTRÃO
2023
Acadêmico: Ariciely Valeska

RESUMO DO LIVRO
Radiologia Oral- Fundamentos e interpretação
Capitulo 9- Anatomia Radiográfica Normal

Resumo apresentado à Universidade Paranaense


de Francisco Beltrão.
Orientador: Giselly Matei

FRANCISCO BELTRÃO
2023
DENTES

Sabemos que a dentina é o principal componente do dente, contendo também esmalte e uma camada de cemento. A
camada de esmalte por ser mais densa e 90% mineralizada, aparece mais radiopaca no raio X. A dentina por ser menos
mineralizada (75%) tem aparência radiográfica comparável à do osso.
A junção amelodentinária é uma interface distinta entre o esmalte e a dentina. O cemento não é visível
radiograficamente em função de o seu contraste com a dentina ser muito baixo.
O fenômeno burnout cervical, é causado por uma configuração normal que os dentes apresentam, que resulta num
decréscimo de absorção dos raios X nas bordas mal definidas visto que as áreas radiotransparentes são resultado do
contraste entre o esmalte radiopaco e o osso alveolar adjacente.
A polpa de um dente normal aparece radiotransparente. As câmaras e os canais radiculares se estendem da coroa
até as raízes. A maioria das câmaras pulpares tem formato uniformes, embora haja grandes variações quanto ao
tamanho e a extensão dos cornos pulpares. Por isso a necessidade de verificá-las radiograficamente quando planejar
um procedimento restaurador. Nos dentes formados, o canal radicular está aparente, estendendo-se da câmara pulpar
até o ápice da raiz. Em outros dentes o canal pode aparecer atrésico na região do ápice e não discernível no último
milímetro ou em todo o seu comprimento, assim o canal pode sair ao lado do dente.
Canais laterais podem ocorrer como ramificações de um canal normal e podem se estender até o ápice e terminar
em um forame visível ou podem sair ao lado da raiz. Nesses casos, os forames terminais podem causar a falha no
tratamento endodôntico se não forem identificados. No final do desenvolvimento da raiz do dente, o canal pulpar
diverge e as paredes das raízes se afunilam. O espaço formado entre as paredes das raízes, apresenta-se como uma
pequena área radiotransparentes no osso trabecular, circundado por uma fina camada de osso hiperostótico. Esta é a
papila dental limitada por sua cripta óssea que forma a dentina e o primórdio da polpa. Quando o dente chega à
maturidade ocorre o fechamento do ápice. O conhecimento desta seqüência é utilizado na avaliação do estágio de
maturação do dente.
Com a idade, ocorre deposição gradual de dentina secundária. Este processo pode levar à obliteração pulpar. O
traumatismo dentário veniente de cáries, estimula a produção de dentina, reduzindo o tamanho da câmara pulpar e dos
canais. No entanto, em caso de um traumatismo dentário, somente o histórico do paciente pode indicar a verdadeira
razão para essa redução.

LÂMINA DURA

O termo “lâmina dura” é derivado de sua aparência radiográfica por ser uma camada contínua com a sombra da
cortical óssea na crista alveolar envolvendo cada dente. É mais densa e não mais mineralizada que as trabéculas do
osso medular. Essa aparência radiográfica é causada pelos feixes de raios X tangenciarem a fina espessura da parede
óssea. Sua aparência na radiografia pode variar. Quando os raios X produzidos são direcionados através de uma
estrutura extensa, a lâmina dura aparece radiopaca e bem definida já quando é direcionado mais obliquamente, essa
estrutura aparece mais difusa e pode não ser discernível. Identificar a lâmina dura completamente em volta das raízes
no filme é difícil. Pequenas variações e interrupções na lâmina dura podem ser resultado de sobreposições de osso
trabecular e pequenos canais que passam para o ligamento periodontal. A espessura e a densidade da lâmina dura
variam de acordo com a quantidade do estresse oclusal. Sendo assim, ela é mais larga e mais densa em volta das raízes
dos dentes que suportam maior estresse mastigatório, e mais fina e menos densa em volta dos dentes menos sujeitos à
função oclusal. A imagem de uma dupla lâmina dura não é incomum se a mesial e a distal das raízes apresentarem
duas elevações no trajeto dos feixes dos raios X. A presença da integridade da lâmina dura em volta do ápice do dente
é fortemente sugestiva de vitalidade pulpar. A ausência desta imagem em volta do ápice na radiografia pode ser
normal. Raramente, na ausência de doença, a lâmina dura pode não estar presente nas raízes dos molares superiores
que se estendem para o interior dos seios maxilares. Recomenda-se que o clínico considere outros sinais, assim como
a integridade da lâmina dura, quando estabelece o diagnóstico e tratamento.

CRISTA ALVEOLAR

É a margem gengival do processo alveolar que se estende entre os dentes. Na radiografia, aparece como uma linha
radiopaca. O nível da crista óssea é considerado normal quando não está a mais que 1,5 mm da junção
amelocementária dos dentes adjacentes, podendo retroceder apicalmente com a idade e com doença periodontal.
Radiografias podem mostrar somente a posição da crista; determinar a relevância deste nível é um problema
eminentemente clínico. Seu comprimento normal em uma região depende da distância entre os dentes. Na região
anterior, a crista é reduzida somente a um ponto entre incisivos com contato. Posteriormente é plana, alinhada abaixo
da linha que une as junções amelocementárias dos dentes. A crista óssea é contínua com a lâmina dura e forma um
ângulo agudo com ela. Formas arredondadas indicam doença periodontal. A imagem da crista varia de uma camada
densa de osso cortical até uma superfície lisa sem osso cortical. Neste último caso, na superfície as trabéculas são em
tamanho e densidade normais. Na região posterior, esta escala de radiodensidade da crista é considerada normal se o
osso estiver um nível adequado em relação aos dentes. A ausência da imagem do córtex entre os incisivos, é
considerada um indicativo de doença.

ESPAÇO DO LIGAMENTO PERIODONTAL

Por sua maior parte ser composta por colágeno, aparece como um espaço radiotransparente entre o dente e a lâmina
dura. Inicia-se na crista alveolar, se estende em volta da porção das raízes do dente e retorna à crista alveolar do lado
oposto. Varia de largura de local para local em volta de um dente. É o mais fino no meio da raiz e mais largo próximo
a crista alveolar e ápice radicular, sugerindo que o fulcro do movimento fisiológico esteja na região onde ao ligamento
periodontal é mais fino. A espessura muda conforme o grau de função devido ser mais fino em volta das raízes dos
dentes. O inverso não é necessariamente verdadeiro, mas vez que espaços maiores não são observados em indivíduos
com travamento ou bruxismo. A forma do dente cria uma aparência de um espaço periodontal duplo. Quando os feixes
de raios X são direcionados de forma que duas convexidades na superfície radicular apareçam no filme, o duplo
espaço do ligamento periodontal é visto.

OSSO MEDULAR

O osso medular fica no meio das placas corticais em ambos os maxilares. É composto de finas trabéculas radiopacas
que circundam diversas e pequenas bolsas medulares radiotransparentes. O padrão radiográfico mostra variação entre
pacientes, o que é normal. Para avaliar a trabeculagem dentro de uma área específica, o clínico deve examinar a
distribuição dessa, o tamanho e a densidade e compará-los com ambos os maxilares. A trabeculagem na região
anterior da maxila é tipicamente fina e numerosa, formando um padrão fino, granular e denso, e os espaços medulares
são pequenos e numerosos. Já na região posterior, o padrão é similar ao da região anterior da maxila, embora os
espaços medulares possam ser maiores. Na região anterior da mandíbula, é mais fina do que na maxila, com trabéculas
orientadas mais horizontalmente. O trabeculado é mais escasso, e os espaços medulares são maiores. Na região
posterior da mandíbula, a trabeculagem perriradicular e os espaço medulares podem ser comparáveis aos da região
anterior da mandíbula, mas são geralmente um pouco maiores.
O trabeculado é orientado mais horizontalmente também nestas regiões. Abaixo dos ápices dos molares inferiores, o
número de trabéculas se reduz ainda mais. A distribuição e tamanho das trabéculas através dos maxilares mostram
uma relação de espessura com as tábuas corticais. Onde as tábuas corticais são mais espessas, o apoio interno das
trabéculas não é necessário, havendo poucas, exceto onde são necessárias para dar suporte aos alvéolos. Já onde as
tábuas corticais são relativamente finas e pouco rígidas, as trabéculas são mais numerosas e muito irregulares, com
alguns tão grandes que mimetizam lesões patológicas.
Se as trabéculas estão aparentemente ausentes, tendo a presença de doença, isso é visibilizado em exames
radiográficos. Uma anormalidade é mais provável quando a comparação indica uma mudança no padrão trabecular. Se
radiografias anteriores não estiverem disponíveis, é preciso repetir o exame e reduzir a exposição. Se radiografias
anteriores não estão disponíveis e a redução da exposição não permitir o entendimento do examinador, pode ser
apropriado realizar outro exame radiográfico de controle posterior para monitorar possíveis alterações. Novamente, há
uma considerável variação no padrão de trabecular entre pacientes, de modo que examinar todas as regiões dos
maxilares é importante ao avaliar o padrão trabecular de cada indivíduo. As tábuas corticais vestibular e lingual da
mandíbula e da maxila não apresentam imagens discerníveis nas radiografias periapicais.

MAXILA

SUTURA INTERMAXILAR

Aparece na radiografia intra-oral periapical como uma fina linha radiotransparente na linha média, entre as duas
porções da pré-maxila. Se estende da crista alveolar entre os incisivos centrais superiores até a espinha nasal anterior e
continua entre os processos palatinos da maxila para a porção posterior do palato duro. É limitada por duas bordas
paralelas e radiopacas de uma fina cortical óssea em cada lado da maxila. A margem cortical adjacente pode ser suave
ou irregular. A aparência da sutura intermaxilar depende da variedade anatômica e da angulação dos feixes de raios X
através da sutura.
ESPINHA NASAL ANTERIOR

Mostrada na radiografia periapical dos incisivos centrais superiores. Localizado na linha média, ela aparece 1,5 a 2 cm
sobre a crista alveolar. Ela é radiopaca devido à sua composição óssea e tem geralmente forma de “V”.

FOSSA NASAL

Sua imagem radiotransparente pode estar aparente nas radiografias intra-orais dos dentes superiores, especialmente
nas projeções de incisivos centrais. Na radiografia periapical de incisivos, a borda inferior da fossa apresenta-se como
uma linha radiopaca estendendo-se bilateralmente através da base da espinha nasal anterior. A sombra do septo pode
aparecer mais larga do que o esperado e de forma não definida devido à imagem ser uma sobreposição da cartilagem
do septo e o osso vômer. O septo também pode desviar-se ligeiramente a partir da linha média, e a placa óssea ser um
tanto curvo. A cavidade nasal contém a sombra das conchas inferiores. O assoalho da fossa nasal e um pequeno
segmento da cavidade nasal comumente estão projetados nas radiografias de caninos superiores. Além disso, nas
regiões posteriores da maxila, o assoalho da cavidade nasal e uma parte da fossa nasal podem ser visualizados na
região de seio maxilar.

FORAME INCISIVO

O forame incisivo (nasopalatino ou palatino anterior) é a saída na cavidade oral do canal nasopalatino. Ele transmite
os vasos e nervos nasopalatinos e situa-se na linha média do palato atrás dos incisivos centrais superiores. Sua imagem
radiográfica é projetada entre as raízes e na região dos terços médio e apical dos incisivos centrais. O forame varia na
sua forma, tamanho e contraste, pode aparecer ligeiramente simétrico, com formas variadas, ou muito irregular, com
bordas bem mal definidas. A posição também é variável. A enorme variabilidade de suas imagens radiográficas é
principalmente o resultado de diferentes ângulos nos quais o feixe de raios X é direcionado aos incisivos centrais
superiores e alguma variação em seu formato anatômico. Um cisto no canal incisivo é radiograficamente discernível:
isso causa um alargamento de 1cm do forame e do canal. A ausência de patologia é indicada por uma falta de sintomas
clínicos e uma lâmina dura íntegra em volta do incisivo central em questão.

FORAMINA SUPERIOR DO CANAL NASOPALATINO

O canal nasopalatino tem origem nos dois forames no assoalho da cavidade nasal. As aberturas estão em cada lado do
septo nasal, próximas a borda ânteroinferior da cavidade nasal, e cada ramificação passa por baixo para se unir com o
canal a partir do outro lado em uma abertura comum, o forame incisivo. Os forames superiores do canal
ocasionalmente aparecem nas projeções dos incisivos superiores, quando é utilizada muita angulação vertical. Quando
aparentes radiograficamente, eles podem ser visibilizados como duas áreas radiotransparentes sobre os ápices dos
incisivos centrais no assoalho da cavidade nasal. Eles são geralmente redondos ou ovais, embora seus limites possam
ter uma variedade de formas, dependendo do ângulo da projeção.

FOSSA LATERAL OU FOSSETA MIRTIFORME

A fossa lateral (fossa incisiva) é uma leve depressão na maxila próxima ao ápice dos incisivos laterais. A imagem não
será interpretada erroneamente como uma condição patológica, desde que a radiografia examinada tenha uma lâmina
dura íntegra em volta da raiz do incisivo lateral. Este achado, associado à ausência de sintomas clínicos, sugere
normalidade óssea.

PROJEÇÃO DO NARIZ

O tecido mole da ponta do nariz é visto nas projeções de incisivos laterais e centrais superiores, sobrepondo-se as
raízes destes dentes. Tem uma aparência uniforme, opaca, com bordas nítidas. As projeções das narinas podem ser
identificadas, especialmente quando uma angulação vertical maior for usada.
CANAL NASOLACRIMAL

Formado pelos ossos nasais e maxilares. Inicia na região medial da borda ântero-inferior da órbita e desemboca na
cavidade nasal. Pode ser visibilizado nas radiografias periapicais na região acima do ápice dos caninos, mais quando
uma angulação vertical maior é utilizada. Os canais nasolacrimais são vistos nas projeções oclusais da maxila na
região dos molares.

SEIO MAXILAR

É uma cavidade de ar revestida por mucosa. Sendo o maior dos seios paranasais, ocupa todo o corpo da maxila. Pode
ser considerado uma pirâmide, com sua base na parede medial à cavidade nasal e seu ápice estendendo-se lateralmente
dentro do processo zigomático da maxila. O seio se comunica com a cavidade nasal através do óstio.
As bordas dos seios maxilares aparecem na radiografia periapical como uma linha radiopaca fina, delicada e tênue. Na
ausência de doença ela aparece contínua. Nos adultos, os seios são vistos estendendo-se de distal do canino até a
parede posterior da maxila. Mostram variações de tamanho, aumentam durante a infância, maturando-se por volta de
15 a 18 anos. Os seios direito e esquerdo geralmente parecem similares em forma e tamanho. Os assoalhos dos seios
maxilares e da cavidade nasal são vistos nas radiografias odontológicas aproximadamente no mesmo nível por volta
da puberdade. Em indivíduos mais velhos, o seio pode estender-se em direção ao processo alveolar, e na região
posterior da maxila seu assoalho pode aparecer abaixo do nível do assoalho da cavidade nasal. Anteriormente, cada
seio está restrito pela fossa canina e é geralmente visto estendendo-se superiormente, cruzando na região do pré-molar
ou canino. Na radiografia periapical de canino, os assoalhos do seio e da cavidade nasal são sobrepostos, e
podem ser vistos cruzando-se, formando o Y invertido nesta área.
Em algumas projeções, o assoalho do seio estará sobre os ápices dos dentes posteriores; em outras, pode se estender
além dos ápices através do processo alveolar. Em resposta à perda funcional, o seio pode expandir-se mais no osso
alveolar, ocasionalmente estendendo-se à crista alveolar. As raízes dos molares geralmente encontram-se justapostas
com o seio maxilar. Os ápices radiculares podem projetar-se anatomicamente para o interior do seio, causando
pequenas elevações ou proeminências.
A fina camada de osso cobrindo a raiz é vista como uma fusão da lâmina dura e do assoalho do seio. Quando o
assoalho arredondado do seio se projetar entre as raízes vestibular e palatina do molar e for medial à raiz do pré-molar,
a projeção dos ápices é superior ao assoalho. À medida que a angulação vertical positiva da projeção é aumentada, as
raízes mesiais ao seio parecerem estar projetadas mais para o interior da cavidade do seio. Por outro lado, as raízes
laterais ao seio parecem deslocar-se ou fora do seio ou mais distante dele quando o ângulo é aumentado. A
proximidade do seio com os dentes é em parte uma conseqüência da expansão gradual durante o desenvolvimento do
seio maxilar. Os nervos estão em íntimo contato com a membrana do seio. Como resultado, uma inflamação aguda do
seio é acompanhada por dor nos dentes superiores que são inervados por esta porção de nervo próxima à inflamação.
Sintomas subjetivos na região posterior dos dentes superiores podem requisitar uma análise cuidadosa para diferenciar
a dor dentária de uma dor no seio. Finas linhas radiotransparentes de larguras uniformes são encontradas dentro de
imagens do seio maxilar. Estas são sombras de canais neurovasculares ou sulcos na parede lateral do seio que
acomodam os vasos alveolar póstero-superiores, seus ramos, e o nervo alveolar superior. Nesta ocasião, eles podem
ser achados como ramos, e raramente também se estendem para fora da imagem do seio e continuam como um canal
inter-radicular. Devido a tais marcas vasculares não serem vistas na parede de cistos, elas podem servir para distinguir
um seio normal de um cisto. Comumente uma ou mais linhas radiopacas atravessam a imagem do seio maxilar. Estes
septos representam dobras da cortical óssea projetando-se a poucos milímetros além do assoalho e paredes do seio.
Eles são orientados verticalmente, embora possam ocorrer septos ósseos horizontais, e é comum uma variação em
número, espessura e tamanho. Eles aparecem em várias radiografias periapicais intra-orais, embora raramente possam
aparecer em projeções extra-orais, pois nestas radiografias o feixe de raios X é raramente direcionado tangencialmente
a eles. Embora os septos aparentem separar os seios em compartimentos distintos, isto é raramente o caso, porque os
septos em geral têm extensão limitada. Tem sido relatado, no entanto, que em 1% a 10% dos crânios examinados,
septos completos fazem de fato uma divisão do seio em compartimentos individuais, cada compartimento com óstios
de drenagem separados. Septos merecem atenção, por algumas vezes imitarem patologias periapicais, e as câmaras
que eles criam no recesso alveolar podem complicar a procura por um fragmento de raiz deslocado para o interior do
seio. O assoalho do seio maxilar ocasionalmente mostra pequenas projeções radiopacas, que são nódulos ósseos. Eles
podem ser diferenciados de pedaços de raiz, que se assemelham em forma. Em contraste com o fragmento de uma
raiz, que é quase homogêneo em aparência, os nódulos ósseos freqüentemente mostram trabeculações, e embora eles
possam estar bem definidos, em certos pontos suas superfícies misturam-se com o padrão trabecular do osso
adjacente. Um fragmento de raiz pode ser reconhecido pela presença do canal radicular. Não é incomum ver o
assoalho da fossa nasal nas projeções periapicais de dentes posteriores sobrepostos ao seio maxilar. O assoalho da
fossa nasal é geralmente orientado mais ou menos horizontalmente, dependendo da localização do filme, e está
sobreposto em projeções superiores. A imagem, uma sólida linha opaca, parece um tanto mais densa que as paredes e
os septos do seio adjacente.
PROCESSO ZIGOMÁTICO E OSSO ZIGOMÁTICO

É uma extensão da superfície lateral da maxila que se origina na região do ápice de primeiro e segundo molares e
serve como uma articulação para o osso zigomático. Em radiografias periapicais, aparece como uma linha radiopaca
em forma de U com sua extremidade aberta direcionada superiormente. Esta extensão arredondada é projetada no
ápice dos primeiro e segundo molares. O tamanho, largura e definição são variáveis, e sua imagem pode ser mais
larga, dependendo do ângulo o qual foi projetado. O seio maxilar pode se expandir lateralmente dentro do processo
zigomático da maxila, desse modo resultando em uma região radiotransparente aumentada na imagem em forma U do
processo. Quando o seio se estende dentro do processo, a imagem do espaço aéreo no interior do processo é escura e
tipicamente as paredes do processo são finas e bem definidas. Quando o seio exibe penetração pequena do processo
maxilar, a imagem das paredes do processo zigomático tende a ser mais espessas, e a aparência do seio nessa região é
um tanto menor e mais opaca. A porção inferior pode ser vista estendendo-se posteriormente a partir da borda inferior
do processo zigomático da maxila. Isso pode ser identificado como uma radiopacidade uniforme cinza ou branca sobre
os molares. A proeminência dos ápices dos molares sobreposta à sombra do osso zigomático e uma quantidade de
detalhes fornecidos pela radiografia dependem em parte do grau de pneumatização do osso zigomático que ocorreu na
estrutura óssea e na orientação do feixe de raios X.

PROJEÇÃO DO SULCO NASOLABIAL

Uma linha oblíqua demarcando uma região que parece estar coberta por um véu de radiopacidade atravessa as
radiografias periapicais na região de pré-molares superiores. A linha de contraste é nítida, e a área de radiopacidade
aumentada é posterior à linha. A linha é o sulco nasolabial, e o véu opaco é o espesso tecido da bochecha sobreposto
aos dentes e ao processo alveolar. A imagem do sulco torna-se mais evidente com a idade e a degeneração de fibras
elásticas finalmente levam à formação e ao aprofundamento dos sulcos permanentes. Essa característica radiográfica
mostra-se útil em identificar o lado da maxila representada no filme da área, se esta for edêntula.

PROCESSOS PTERIGÓIDEOS

As lâminas laterais e mediais dos processos pterigóideos são posteriores à tuberosidade da maxila. A imagem dessas
duas lâminas é variável, e elas não são vistas em muitas radiografias intra-orais das áreas de terceiros molares. Quando
aparentes, elas quase sempre mostram uma sombra homogênea e radiopaca sem evidência de trabeculado.
Estendendo-se inferiormente a partir da lâmina medial do processo pterigóideo, pode ser visto o processo hamular, o
qual pode mostrar-se trabeculado.

MANDÍBULA

SÍNFISE

Mostram uma linha radiotransparente através da linha média da mandíbula entre os incisivos centrais decíduos em
formação. Esta sutura se fusiona no final do primeiro ano de vida. Se essa radiotransparência é encontrada em
indivíduos mais velhos, isso é uma anormalidade e pode sugerir uma fratura.

TUBÉRCULOS GENIANOS

São localizados na superfície lingual da mandíbula acima da borda inferior e na linha média. São protuberâncias
ósseas, em forma de espinha, que são divididas em esquerda e direita/superior e inferior. Servem para inserir os
músculos genioglosso e genioióideo. São bem visibilizados nas radiografias oclusais de mandíbula como uma ou mais
projeções pequenas. Suas aparências são variáveis: eles aparecem como uma massa radiopaca (de 3 a 4 mm) na linha
média abaixo das raízes dos incisivos e também podem não estar totalmente aparentes. Quando os tubérculos genianos
são vistos nas radiografias periapicais, é possível visibilizar o forame lingual, este, transporta sangue das artérias
sublinguais para o osso do mento.
PROTUBERÂNCIA MENTONIANA
Pode ser vista como duas linhas radiopacas cruzando lateralmente para frente e para cima da linha média. Elas são
variáveis em largura e densidade e podem ser encontradas da área abaixo dos pré-molares sobre cada lado da média,
onde estão logo abaixo ou sobrepostos às raízes dos incisivos inferiores. A imagem é melhor quando o feixe é
direcionado paralelamente à superfície do tubérculo mentoniano.

FOSSA MENTONIANA

Depressão na região vestibular da mandíbula que se estende lateralmente a partir da linha média e acima da
protuberância mentoniana. A imagem pode ser similar à da fossa submandibular e ser confundida com uma lesão
periapical envolvendo os incisivos.

FORAME MENTONIANO

É o limite anterior do canal alveolar inferior que é visível nas radiografias. Sua imagem é variável, pode ser
identificado somente na metade das vezes devido à abertura do canal ser direcionada superior e posteriormente. Como
resultado, a imagem dos pré-molares não é projetada através do longo eixo da abertura do canal. Essa circunstância é
responsável pela variedade da aparência do forame mentoniano. Sua densidade, forma e definição bordas variam.
Pode ser redondo, alongado, em forma de fenda, ou muito irregular e parcial ou corticalizado. O forame é visto entre a
borda inferior da mandíbula e a crista do processo alveolar, no ápice do segundo pré-molar. A posição de sua imagem
em relação às raízes dos dentes é influenciada pela angulação da projeção. Ele pode ser projetado desde a mesial das
raízes do primeiro molar até a mesial da raiz do primeiro pré-molar. Quando o forame mentoniano é projetado sobre o
ápice de um dos pré-molares, isso pode ser confundido uma lesão periapical. Nestes casos, a evidência do canal
alveolar inferior se estendendo até a suspeita radiotransparência ou a detecção da lâmina dura na área sugerem a
natureza verdadeira da sombra escura. É importante ressaltar, entretanto, que o relativo adelgaçamento da lâmina dura
sobreposto ao forame radiotranparente pode resultar em um “escurecimento” considerável da imagem da lâmina dura.

CANAL MANDIBULAR

Sua imagem radiográfica é uma sombra linear escurecida, com finas bordas radiopacas superior e inferior envoltas por
lamelas ósseas que se ligam ao canal. A largura do canal mostra algumas variabilidades, mas em geral é até certo
ponto constante anterior à região do terceiro molar. O curso do canal pode ser aparente entre o forame mandibular e o
forame mentoniano. A relação do canal dentário mandibular com as raízes dos dentes inferiores pode variar, desde
uma, na qual existe um íntimo contato com todos dos molares e segundo pré-molar, até uma, na qual o canal não
apresenta nenhuma relação com qualquer dente posterior. Na maioria das vezes, o canal possui contato com o ápice do
terceiro molar, e a distância entre ele e as outras raízes aumenta em direção anterior. Quando o ápice dos molares é
projetado em cima do canal, a lâmina dura pode estar superexposta, dando a impressão de uma lâmina ausente ou de
um espessamento do espaço do ligamento periodontal que se mostra mais radiotransparente do que é aparentemente
normal para o paciente. Devido ao canal estar geralmente localizado logo abaixo dos ápices dos dentes posteriores, é
improvável que uma alteração da angulação vertical para uma segunda tomada da região seja capaz de dissociar as
imagens do ápice e do canal.

CANAIS NUTRIENTES

Transportam o feixe neurovascular e aparecem como linhas radiotransparentes com largura uniforme. Eles são mais
vistos em radiografias periapicais de mandíbula correndo verticalmente a partir do canal dentário inferior em direção
ao ápice do dente ou dentro do espaço interdental entre os incisivos inferiores. Eles são visíveis em aproximadamente
5% de todos os pacientes e mais no sexo masculino, em indivíduos da raça negra, pessoas idosas, e com hipertensão
ou doença periodontal avançada. Eles também indicam uma fina estria, útil para avaliação de implantes. Por serem
espaços anatômicos com paredes de osso cortical, suas imagens ocasionalmente têm bordas hiperostóticas. Aparecem
como uma pequena área redonda radiotransparente simulando uma patologia.

LINHA MILOIÓIDEA
É uma crista óssea irregular na superfície lingual do corpo da mandíbula. Estendendo-se a partir da área do terceiro
molar para baixo até a borda da mandíbula na região do queixo, ela serve para inserção do músculo miloióide. A
imagem radiográfica segue um trajeto diagonal para baixo e para a frente a partir da área do terceiro molar para região
do pré-molar, ao nível dos ápices dos dentes posteriores. Algumas vezes esta imagem é sobreposta às imagens das
raízes dos molares. As margens da imagem não são geralmente bem definidas, mas aparecem um pouco difusas e com
espessura variável. O contrário é também observado, entretanto, quando a protuberância é relativamente densa com
bordas bem demarcadas. Isso será mais evidente em radiografias periapicais, quando o feixe é posicionado com
angulação negativa excessiva. Em geral, à medida que a linha se torna pouco definida, seus limites anterior e posterior
misturam-se gradualmente com o osso circunjacente.

FOSSA DA GLÂNDULA SUBMANDIMULAR OU FÓVEA SUBMANDIBULAR


Na região do uma depressão no osso abaixo da linha miloióidea. Essa concavidade acomoda a glândula submandibular
e aparece como uma área radiotransparente. Esse padrão trabecular é pouco definido na radiografia da área, devido à
sobreposição de uma massa relativamente reduzida desta concavidade. A imagem radiográfica da fossa é limitada pela
linha miloióidea e pela borda inferior da mandíbula, mas é pouco definida anteriormente e posteriormente.

LINHA OBLÍQUA EXTERNA


É a continuação da borda anterior do ramo da mandíbula. Segue um curso ântero-inferior lateral ao processo alveolar,
sendo proeminente na sua parte superior e formando uma considerável proeminência na superfície externa da
mandíbula na região do terceiro molar. Essa elevação óssea torna-se gradualmente plana e em geral desaparece,
aproximadamente onde o processo alveolar e a mandíbula se juntam na altura do primeiro molar. A linha é o local
para inserção do músculo bucinador. Caracteristicamente, em radiografias periapicais de dentes posteriores, é
projetada acima da linha miloióidea, com a qual apresenta seu curso quase paralelo. Tem uma aparência de linha
radiopaca com largura, densidade e comprimento variáveis, misturando-se anteriormente com a sombra do osso
alveolar.

BORDA INFERIOR DA MANDÍBULA


Ocasionalmente a borda inferior da mandíbula pode ser vista nas projeções periapicais, como uma larga faixa de osso
radiopaco e denso.

PROCESSO CORONÓIDE
A imagem do processo coronóide da mandíbula é freqüentemente aparente nas radiografias periapicais da região dos
molares superiores como uma radiopacidade de forma triangular, com seu ápice direcionado superiormente e um tanto
anteriormente, sobreposta à região do terceiro molar. Em alguns casos ele pode aparecer até à frente do segundo molar
e ser projetado acima, sobre ou abaixo destes molares, dependendo da posição da mandíbula e da projeção do feixe de
raios X. Geralmente a projeção do processo coronóide é homogênea, embora uma trabeculagem interna possa ser vista
em alguns casos. Sua aparência em radiografias de molares superiores resulta de movimentos para cima e para baixo
da mandíbula quando a boca é aberta. Conseqüentemente, se a opacidade reduzir o valor diagnóstico da radiografia e
esta tiver que ser repetida, a segunda tomada deverá ser realizada com a boca levemente aberta. Nesta ocasião, e
especialmente quando sua sombra é densa e homogênea, o processo coronóide é confundido com um fragmento
radicular pelo um clínico inexperiente. A natureza verdadeira desta sombra pode ser facilmente demonstrada obtendo-
se duas radiografias com a boca em posições diferentes sem mudar a posição da sombra em questão.

MATERIAIS RESTAURADORES
Materiais restauradores têm sua aparência variada, dependendo de sua espessura, densidade e número atômico. Destes,
o número atômico é o que mais influência. Vários tipos de materiais restauradores podem ser reconhecidos em
radiografias intra-orais. O mais comum, amálgama de prata, é completamente radiopaco. O ouro é opaco aos raios X,
seja na forma de coroa ou inlay ou condensado como folha de ouro. Pinos de aço inoxidável também podem aparecer
radiopacos. Uma base de hidróxido de cálcio é colocada em cavidades profundas para proteger a polpa. Embora esse
material de base seja radiotransparente, a maioria é radiopaca. A guta-percha, uma substância semelhante à borracha
usada para preencher o canal do dente durante o tratamento endodôntico também é radiopaco. Cones de prata eram
usados para obliterar canais durante o tratamento endodôntico. Outros materiais restauradores que aparecem um tanto
radiotransparentes em radiografias intra-orais incluem silicatos, usualmente associados a uma base, compósito, em
dentes anteriores, e porcelana, fundida com um casquete metálico.

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