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Radiografias em Periodontia - 2021

As radiografias são representações bi-dimencionais de estruturas tri-dimencionais.

Representam um complemento essencial para o diagnóstico periodontal .

Ou seja, exame clínico periodontal e o levantamento radiográfico se complementam.

Benefícios: arquitetura da crista do septo alveolar,comprimento e morfologia radicular


,

quantidade de perda óssea horizontal, estimativa da topografia óssea ( seio maxilar,

canal mandibular, cavidade nasal, forame incisivo e mentoniano); Defeitos ósseos


verticais, proporção coroa:

raiz, dimensão tronco – raiz, extensão coronária do septo interdental e aspectos apicais
das raízes.

Cáries: necessita de alto contraste;

Imagem Periodontal: necessita de maior contraste para a escala de cinza.

Técnica da Bissetriz: o filme fica mais próximo do dente, apoiado no rebordo e


mantido em posição com o polegar ou indicador do paciente.

Desvantagem: maior chance de discrepâncias de encurtamento ou


prolongamento da imagem.

Técnica de Paralelismo:o filme é colocado contra a porção vertical do posicionador de


filmes, ficando longe dos dentes. A curvatura ou formato da arcada não interferem na
imagem final incidente no filme.
Tipos de radiografias:
Panorâmicas: necessitam de complementação com intrabucais.

Interproximais e periapicais: são as mais utilizadas em periodontia pela técnica do


Paralelismo.
Utilizamos 14 tomadas radiográficas periapicais.

Vantagens das intra-bucais: altura da crista óssea tão precisa quanto possível, relação
da JEC com a crista óssea pode ser determinada com precisão.

Periapicais: são excelentes para determinar o nível ósseo periodontal, a relação coroa-
raiz, o espaço do ligamento periodontal, as condições periapicais, aposição de
estruturas anatômicas (seio maxilar, canal mandibular, cavidade nasal, forame incisivo
e mentoniano).

Interproximais: ausência de “interposição” horizontal entre os dentes adjacentes, com o


filme na vertical obtemos melhor visão dos troncos radiculares dos posteriores, perda
óssea precoce do osso da crista em posteriores pode ser detectada.

Septo interdental
A configuração da crista do septo interdental é determinada pela posição da
junção esmalte cemento (JEC).

O contorno do septo é influenciado por: forma e tamanho das coroas, posição dos
dentes,nível de erupção.
- Pré molares e molares: apresentam nas proximais formas mais convexas, assim o
septo será largo com cristas planas.

- Incisivos e caninos: apresentam nas proximais formas mais planas, assim o septo
será estreito e com “pico septal”.
Qualquer inclinação do longo eixo do dente, resulta na diferença do nível da JCE na mesial
e distal, produzindo uma crista alveolar inclinada, dando a impressão de um defeito ósseo
NÃO existente.

Uma linha deve ser traçadas entre as JCEs dos dentes adjacentes e a lamina dura
da crista deve estar paralela a esta linha (Ritchey e Orban).
Na doença periodontal (DP) observamos perda da arquitetura e/ou perda de altura do
septo interdental.

A medida que ocorre perda óssea, aumenta a distância entre a crista óssea e a
junção esmalte cemento (JEC).
JEC a ± 2 ou 3 mm da crista óssea.

Perda óssea
As imagens radiográficas subestimam significativamente os níveis ósseos
quando comparadas com as mensurações diretas durante cirurgia.(Eickholz-2000)
Podem ser:

Horizontal: É uma perda simétrica do osso, tanto nas superfícies mesiais como nas
distais dos dentes contíguos, deixando uma arquitetura óssea plana.

Vertical ou defeito ósseo vertical: Apresenta uma aparência afunilada e fecham-se


apicalmente na superfície dentária, enquanto existe pouca ou nenhuma perda
óssea na superfície óssea do dente contíguo.
Defeitos verticais com faces V e L intactas não podem ser detectados.
Defeitos de furca
Apresenta-se radiograficamente como uma imagem radiolúcida na furca.

Origem:doença periodontal, infecção endodontica, perfuração radicular em procedimentos,


traumatismo oclusal.

Molares inferiores: duas raízes (M e D) qualquer perda óssea é mais facilmente detectada.

Molares superiores: três raízes MV, DV e Palatina.

Mudanças prematuras na área de furca é mais difícil de ser detectada, a furca V é


ocasionalmente detectada, defeitos na furca MP e DP são mais facilmente detectado em
radiografias.

Morfologia radicular

A radiografia é o único método indireto de observação da morfologia das raízes:


comprimento do tronco, divergência das raízes, comprimento das raízes.A morfologia
radicular pode ter impacto no tratamento periodontal e deve ser observado durante a
fase de exame e diagnóstico.

Cálculos: Quando observados radiograficamente indicam depósitos muito grosseiros.


A maioria dos depósitos de cálculos subgengivais não são vistos
radiograficamente.

Trauma oclusal: Radiograficamente observamos uma imagem em forma de “taça”.

Endo-pério: observamos uma ligação entre as duas lesões

.
Limitações das Radiografias: não mostra bolsas periodontais, sugere a morfologia do
defeito ósseo, não mostra estruturas das faces V e L dos dentes, não mostra a relação
entre tecido mole e tecido duro, nem a mobilidade, a perda óssea pode estar mais
avançada do que indica na radiografia, não oferece sozinha evidências conclusivas, não
distingue entre casos tratados com sucesso e os não tratados.

Não mostra o nível de inserção, não é possível um diagnóstico periodontal somente


com radiografias.

A perda óssea é observada clinicamente 6 a 8 meses antes do que a alteração


radiografia.

As alterações clínicas são maiores que sua extensão observada nas radiografias
(Goodson (1984)).

Conclusão: A perda óssea só pode ser realmente “fixada” quando comparamos a


distância entre a JEC e a crista óssea em dois momentos, antes e após o tratamento
e encontramos valores diferentes. Apesar das limitações ainda existentes das técnicas
de imagens, o levantamento radiográfico é peça essencial a um bom diagnóstico
periodontal.

Referências Bibliográficas:
1. Lindhe, J.et al. Tratado de Periodontia Clínica e Implantodontia Oral. 3rd
edição.Guanabara –Koogan, 1997.
2. Hallmon, W.W., Periodontal Literature Reviews, AAP,1996.
3. Rose,L.R. et al, Periodontia – Medicina, Cirurgia e Implante, 2007
4. Rateitschak, E. M., Color Atlas of Periodontology. Thieme, 1985.

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