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DESCRIÇÃO

Compreensão da causalidade, avaliação da coerência de objetivos e do desenho experimental


e reconhecimento dos diversos procedimentos voltados à confiabilidade e validade da pesquisa
em Psicologia.

PROPÓSITO
Refletir sobre a complexidade dos desenhos experimentais e dos procedimentos que permitem
desenhar pesquisas mais válidas e confiáveis no campo da Psicologia permite o
desenvolvimento de destrezas na execução de pesquisas científicas e na análise crítica do
futuro profissional.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Identificar as diversas formas de compreensão da causalidade na pesquisa em Psicologia

MÓDULO 2

Reconhecer a importância de procedimentos confiáveis e válidos na pesquisa psicológica

MÓDULO 3
Analisar a importância da realização de experimentos controlados em Psicologia

MÓDULO 4

Avaliar a coerência necessária entre o delineamento e os objetivos da pesquisa

INTRODUÇÃO
Determinar quando ocorre a causalidade propriamente dita é uma das tarefas mais
desafiadoras da pesquisa em Psicologia. Exatamente por essa dificuldade, muitas vezes,
assumimos conclusões precipitadas, que podem levar a decisões equivocadas no campo
científico. Devemos buscar a melhor maneira de formular e pesquisar as várias perguntas que
precisam ser respondidas na Psicologia, sempre tomando direcionamentos baseados no
método científico. Assim, é fundamental reconhecer como se dá a manipulação experimental,
bem como as diferentes formas de elaborar o planejamento de uma pesquisa científica válida e
confiável.

MÓDULO 1

 Identificar as diversas formas de compreensão da causalidade na pesquisa em


Psicologia
COMO IDENTIFICAR A CAUSALIDADE?
Identificar a causalidade não é uma tarefa fácil para os pesquisadores em Psicologia. Um erro
frequente cometido pelo pesquisador é assumir que uma correlação, que significa o grau de
associação entre duas variáveis, indique uma relação de causalidade, ou seja, que um dos
eventos tenha causado a ocorrência do outro.

A correlação é um procedimento estatístico de análise, que nos permite observar em que grau
e em que direção uma variável muda em conjunto com outra variável, mas esta variação não
implica uma relação de causa e efeito. O maior erro cometido pelos pesquisadores é concluir
que, somente porque um evento ocorre conjuntamente com outro, um deles seria a causa do
outro.

Na imagem, temos o ovo e a galinha. Há uma ampla discussão acerca de qual veio primeiro.
Esse é um dilema de causalidade. Ao considerarmos que a galinha nasceu do ovo e o ovo foi
colocado pela galinha, torna-se difícil determinar o responsável pela criação original.

 O dilema do ovo e da galinha.

Uma das formas mais utilizadas para verificar causalidade é por meio de experimentos
randomizados e controlados. Ou seja, para ocorrer a inferência de que uma variável
independente causou modificações na variável dependente, é necessário planejar um
experimento com um rigoroso controle experimental, com a manipulação das variáveis de
pesquisa e com a adoção da randomização como forma de escolher ou organizar os
participantes do experimento.

RANDOMIZAÇÃO

A randomização é um processo de seleção em que cada participante possui a mesma


probabilidade de ser sorteado para integrar a amostra ou para fazer parte de um dos grupos de
estudo.

É preciso impor exigências rigorosas para concluir que existe realmente uma relação causal.
Alguns estudiosos argumentam que a relação de causa e efeito somente é comprovada se a
causa for necessária e suficiente para a ocorrência do efeito.

Observe esta situação!

SUPONHA QUE VOCÊ CONCLUA QUE LER A MATÉRIA


PARA UM EXAME ESTÁ RELACIONADO COM AS
NOTAS OBTIDAS NO EXAME; ESTUDANTES QUE
LERAM A MATÉRIA TÊM NOTAS MAIS ALTAS DO QUE
OS QUE NÃO LERAM. PARA SER NECESSÁRIA, A
CAUSA DEVE ESTAR PRESENTE PARA QUE O EFEITO
OCORRA. PARA PROVAR QUE LER A MATÉRIA É A
CAUSA DAS ALTAS NOTAS, É PRECISO
DEMONSTRAR QUE LER A MATÉRIA PRECISA
OCORRER PARA QUE O ESTUDANTE TENHA BOM
DESEMPENHO NO EXAME. PARA SER SUFICIENTE, A
CAUSA DEVERÁ PRODUZIR O EFEITO SEMPRE. PARA
PROVAR QUE LER A MATÉRIA É A CAUSA, É PRECISO
QUE, TENDO LIDO A MATÉRIA, O ESTUDANTE
SEMPRE OBTENHA NOTAS ALTAS NO EXAME.

(COZBY, 2003, p. 96)

Na imagem, podemos entender a causa da queda das fichas de dominó, na medida em que
elas só caem quando a pessoa bate com a mão na primeira ficha, que bate na ficha seguinte, e
assim sucessivamente. Se uma das fichas finais cair antes do tempo, podemos duvidar dessa
lógica causal.

Para que se estabeleça uma relação causal, é importante observar algumas características: a
temporalidade, a covariação das variáveis e o controle das variáveis externas.

 Fichas de dominó em queda sucessiva.

Veja a seguir a explicação de cada uma dessas características.

TEMPORALIDADE
A questão da temporalidade quer dizer que uma situação só se modifica se houver uma
variável independente atuando no momento anterior ao da modificação da variável
dependente. Portanto, a variável independente teria que ser apresentada antes na ordem
temporal dos eventos e, então, ser seguida pelo efeito na variável dependente. Ao
administrar o método experimental, o investigador trata da ordem temporal, manipulando
primeiro a variável independente e, então, observando se existe algum efeito sobre a variável
dependente.
COVARIAÇÃO DAS VARIÁVEIS
A covariação entre as variáveis também é um elemento importante, tendo em vista que uma
variável deve modificar os seus resultados em função da variação da outra variável, portanto,
para estabelecer uma relação causal, deve haver a covariação das duas variáveis. Uma
mudança na primeira variável deve ser acompanhada por uma mudança na segunda.

CONTROLE DAS VARIÁVEIS EXTERNAS


Em terceiro lugar, há a necessidade de eliminar os vieses da pesquisa, ou de eliminar as
variáveis estranhas ou intervenientes, a fim de se evitar a confusão. Para diferenciar a
pesquisa experimental da correlacional, falaremos com mais detalhes das correlações no
tópico seguinte.

O MÉTODO CORRELACIONAL
Para falarmos sobre o método correlacional, vamos pensar no seguinte problema psicológico:
muitos estudos mostraram que existe uma relação entre ansiedade e depressão. Com isso,
pacientes que apresentam altos níveis de ansiedade também apresentam altos níveis de
depressão (CLARK; WATSON, 1991).

MAS SERÁ QUE A ANSIEDADE CAUSA A


DEPRESSÃO, OU VICE-VERSA? PODEMOS
ENTENDER A RELAÇÃO ENTRES ESSAS
VARIÁVEIS COMO UMA RELAÇÃO CAUSAL?

VER RESPOSTA

RESPOSTA
A resposta é não! Depressão e ansiedade são variáveis correlacionais, ou seja, uma implica o
resultado da outra, mas não podemos afirmar que uma é causa da outra.

Outro exemplo interessante é sobre o uso de cigarro e a incidência de câncer na população. A


indústria do tabaco, baseada em pesquisas correlacionais, alega que o cigarro não causa o
câncer, e sim que essas variáveis estão correlacionadas. Porém, apesar de não existirem
evidências de que o tabaco causa diretamente o câncer, existem na literatura várias pesquisas
correlacionais mostrando uma covariação entre essas variáveis.

A covariação implica o grau de interdependência entre duas variáveis. Isso quer dizer que,
quando uma das variáveis é alterada, observamos sempre alterações na outra variável. Então,
ainda que não possamos afirmar quem causa essa variação, pois a ela pode ser entendida
dois lados, podemos ter certeza de que essas duas variáveis estão fortemente associadas.

Esse conceito remete àquele questionamento popular: vende mais porque é fresquinho ou é
fresquinho porque vende mais?

No caso do cigarro, ao se considerar a quantidade e qualidade de estudos correlacionais que


consideram a relação dessas variáveis, fumar e ter câncer, seria um equívoco ignorar esses
estudos e prosseguir com as propagandas a favor do uso da substância. Nessa perspectiva,
podemos considerar a importância das pesquisas correlacionais, apesar de elas não
estabelecerem uma relação causal. As pesquisas correlacionais também estão envolvidas em
várias decisões políticas, planejamentos de protocolos de saúde, entre outras questões.
(DANCEY; REIDY; ROWE, 2017).
Para exemplificar melhor essa questão, vamos utilizar como exemplo a pesquisa intitulada
Aspects Related to Body Image and Eating Behaviors in Healthy Brazilian Undergraduate
Students (em português: Aspectos relacionados com a imagem corporal e transtornos
alimentares em estudantes saudáveis brasileiras), de Afonso Ferro, Anunciação e Landeira-
Fernandez, publicada em 2018 no Global Journal of Educational Studies.

O objetivo dessa pesquisa foi verificar uma possível relação entre percepção da imagem
corporal e a incidência de transtornos alimentares em estudantes brasileiras saudáveis. Esse
artigo contou com a utilização de escalas aplicadas em 219 participantes no Brasil. Para
mensurar as características relacionadas aos transtornos alimentares, a escala EAT-26 foi
aplicada. Já para aspectos da imagem corporal, a escala BSQ-34 foi administrada nas
participantes. Em ambas as escalas, quanto maior era a percepção corporal, mais frequentes
ou intensos eram os sintomas relacionados a distorções na percepção da imagem corporal e
em disfunções no comportamento alimentar. Os resultados corroboram a ideia de que a
insatisfação corporal e os transtornos alimentares estão associados.

ESCALA EAT-26

EAT-26 (Eating Attitudes Test) é uma escala de atitudes alimentares composta por 26 questões
em uma escala tipo Likert de 6 pontos, que varia de nunca a sempre.

ESCALA BSQ-34

BSQ-34 (Body Shape Questionnaire) é uma escala para avaliação da imagem corporal nos
transtornos alimentares. A versão original do BSQ tem 34 itens, organizados em uma escala
tipo Likert de 6 pontos, que varia de nunca a sempre.
 Correlação entre a percepção sobre a imagem corporal e transtornos alimentares.

A partir da análise do gráfico, podemos inferir que a correlação nesse caso foi positiva, pois
enquanto a variável Imagem corporal aumentava, a outra variável Transtornos alimentares
também aumentava em proporções semelhantes. O gráfico indica que as duas variáveis estão
relacionadas. Apesar de esse gráfico não se referir a uma correlação forte ou perfeita, é
possível testar formalmente a correlação entre ambas as variáveis.

Uma das regras fundamentais do delineamento correlacional é que não se pode inferir
causalidade a partir de correlações.

No exemplo, não poderíamos afirmar que a percepção sobre a imagem corporal iria causar os
transtornos alimentares, mas sim que essas variáveis estão correlacionadas. A pesquisa
correlacional busca explorar as relações que possam existir entre as variáveis, exceto a
relação de causa e efeito.

 SAIBA MAIS

O termo correlação, portanto, é definido como o relacionamento entre duas variáveis, quando o
valor de uma variável se modifica conjuntamente com o de outra. O principal objetivo do uso de
correlações na Psicologia é descobrir as variáveis que estão conectadas umas às outras.
Assim, a pesquisa correlacional em Psicologia permite estabelecer de que forma as variáveis
interagem entre si. Dessa maneira, quando a mudança em uma delas é evidenciada, pode-se
supor como será a mudança na outra diretamente relacionada a ela.

Tendo visto isso, falaremos agora sobre os tipos de correlações existentes.

TIPOS DE CORRELAÇÃO

Na literatura, existem três tipos de correlação linear diferentes: correlação positiva, correlação
negativa e a ausência de correlação.

Correlação positiva (ou correlação direta)

A correlação positiva ocorre quando uma variável modifica os seus valores em relação aos
valores de outra variável na mesma direção. Ela é observada quando há uma concentração
dos pontos em tendência crescente nos gráficos de dispersão, ou seja, conforme a variável
independente aumenta, a dependente também aumenta.

 EXEMPLO

Podemos citar a relação entre depressão e ansiedade. Enquanto uma variável se modifica, a
outra se modifica simultaneamente. A correlação positiva ocorre quando as variáveis tendem a
ir para o mesmo caminho, se uma aumenta, a outra também aumenta; se uma diminui, a outra
também diminui. Elas mantêm a direção, seja crescente ou decrescente. Quanto maior a
correlação entre as variáveis, maior será a proximidade dos pontos, ou seja, estarão menos
dispersos no gráfico, denotando uma tendência clara, que no gráfico fica expressa por uma
linha também conhecida como linha de regressão.

Correlação negativa (correlação inversa)

Essa correlação acontece quando uma variável aumenta e a outra diminui, ou vice-versa.
Ocorre quando há uma concentração dos pontos em tendência decrescente no gráfico de
dispersão, ou seja, conforme a variável independente aumenta, a variável dependente diminui.
Essa correlação tem direções opostas, o aumento de uma acarreta a diminuição da outra, ou
vice-versa.
 EXEMPLO

Quanto mais aumenta a frequência de exercícios físicos, mais a ansiedade diminui.

Ausência de correlação (correlação nula)

O gráfico se assemelha a uma nuvem. Essa condição ocorre quando os pontos não seguem
uma tendência positiva nem negativa, há uma dispersão entre eles. Isso significa que não há
correlação significativa entre as variáveis.

COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO

O coeficiente de correlação indica quando uma relação entre variáveis é relativamente fraca ou
forte. A correlação de Pearson é apresentada por r, e é formada por um valor numérico e um
sinal. Os valores de um coeficiente de correlação podem variar de 0 a 1.

quanto mais se aproxima de 1, mais forte é a correlação;

quando se aproxima de 0, a correlação é fraca;

quando o resultado dá 0, significa que não existe relação entre essas variáveis;

quando uma correlação é 1, costuma-se dizer que a relação é perfeita, porque as duas
variáveis caminham juntas de forma perfeita.

Sobre a força das correlações, os dados em uma pesquisa realizada sobre a similaridades
nos escores de inteligência entre irmãos, ilustraram que a relação entre os escores de gêmeos
idênticos é muito forte (correlação de 0,86), demonstrando uma forte similaridade dos escores
de teste entre irmãos.

A correlação para gêmeos fraternos criados juntos é menor, com um valor de 0,60. Já a
correlação entre irmãos que não são gêmeos e foram criados juntos é 0,47 e aquela entre
irmãos que não são gêmeos e foram criados separados é 0,24 (BOUCHARD; MCGUE, 1981).
Observe que, segundo esses dados, a força da correlação é maior (mais próxima de 1), na
medida que a semelhança genética é maior.
 COMENTÁRIO

Apenas para registrar, visto que não entraremos em detalhes, existem vários tipos de
coeficientes de correlação. Cada coeficiente é calculado de forma um pouco diferente,
dependendo da escala de mensuração aplicada às duas variáveis. O coeficiente de correlação
r de Pearson é aplicado quando os valores das duas variáveis que estão sendo relacionadas
estão em uma escala intervalar ou de razão.

A CAUSALIDADE E OS MÉTODOS
CORRELACIONAIS
A especialista Maira Leon menciona a seguir o conceito de causalidade, e demonstra como
reconhecer as características do método correlacional e as diferenças entre os métodos
correlacionais e experimentais. Vamos lá!
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Como identificar a causalidade? – correlação não é causalidade

O método correlacional – vende mais porque é fresquinho?

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 2

 Reconhecer a importância de procedimentos confiáveis e válidos na pesquisa


psicológica

POR QUE DEVEMOS UTILIZAR


INSTRUMENTOS CONFIÁVEIS E VÁLIDOS?
Contemporaneamente, um número crescente de estudos, questionários e instrumentos de
medida está disponível para uso em pesquisas, para a prática clínica e para a avaliação
psicológica; mas será que todos estes materiais são confiáveis? Apesar da criação de novos
instrumentos e testes, muitos não têm sido validados de maneira adequada, nem são
confiáveis.

Ao utilizar instrumentos não confiáveis ou sem validade, corremos o risco de inferir resultados
equivocados, causando consequências para a construção sólida do campo de conhecimento
da Psicologia. Daí vem a importância de sabermos avaliar corretamente se um instrumento é
confiável e válido.

Tendo em vista os avanços tecnológicos e a extensa quantidade de informações disponíveis na


literatura, o investigador deve permanecer atento para a escolha de um instrumento confiável,
adequado, e preciso, de modo a garantir a qualidade de seus resultados, e sua ampla
disseminação. É necessário conhecer tais instrumentos detalhadamente antes de
operacionalizá-los em uma pesquisa. Deve-se ter conhecimento sobre os seus itens, domínios,
suas formas de avaliação e, especialmente, as propriedades psicométricas. A qualidade da
informação fornecida pelos instrumentos depende, em parte, dessas características. Veremos
com mais detalhes esses conceitos a partir deste momento.

CONFIABILIDADE
De acordo com Souza, Alexandre e Guirardello (2017), a confiabilidade também é denominada
na literatura como fidedignidade e consiste na capacidade que o instrumento possui de
reproduzir um resultado de forma consistente no tempo e no espaço. Um instrumento, para ser
confiável, deve possuir as características de estabilidade, equivalência e homogeneidade.

Estabilidade

Refere-se à capacidade de o instrumento ser estável, portanto, refere-se à consistência ou


estabilidade de uma medida do comportamento. Você pode, por exemplo, dizer que tem uma
balança confiável, ou seja, sua balança sempre fornece o peso preciso dos objetos, e você
raramente encontra erros nessa medição. Então, podemos dizer que essa balança é confiável
ou fidedigna, pois fornece a estabilidade nas medições. Isso quer dizer que quando você se
pesa repetidamente nessa balança o resultado é o mesmo, certo? Da mesma maneira, uma
medida fidedigna de uma variável psicológica, como a depressão, produzirá os mesmos
resultados cada vez que o teste for aplicado na mesma situação e nas mesmas condições.
Uma medida de depressão não seria fidedigna se fornecesse para uma mesma pessoa
resultados baixos em uma semana, e resultados altos na semana seguinte. Dizendo de uma
forma simples, uma medida fidedigna não varia com tanta intensidade, entre uma leitura e
outra. Se uma medida apresenta muitas variações ou flutuações, é porque há erro na
mensuração (no procedimento de mensuração ou no instrumento).

Para medir a estabilidade, é comumente utilizado o teste-reteste. Esse procedimento


consiste em medir os mesmos indivíduos em dois momentos distintos.
 EXEMPLO

A fidedignidade de um teste de memória poderia ser avaliada obtendo-se a medida de um


grupo de indivíduos em um dia específico e duas semanas depois, por exemplo. Com isso,
poderíamos calcular um coeficiente de correlação para determinar a relação entre os escores
do teste e do reteste. A fidedignidade elevada é indicada por um coeficiente de correlação
também elevado, mostrando que os dois escores são semelhantes. No geral, aceita-se como
significativo um coeficiente de correlação igual ou superior a + 0,80.

Homogeneidade

Conhecida também por consistência interna, indica se todas as subdivisões de um


instrumento medem a mesma característica. Vamos supor que um instrumento sobre
depressão contenha as subdivisões sobre ideação suicida, isolamento, sintomas depressivos,
e ansiedade. Logo, os elementos que formam a subparte da ideação suicida devem medir
exatamente esse constructo da ideação suicida, e não o constructo do isolamento, por
exemplo. Para medir a homogeneidade, utilizam-se testes estatísticos específicos. Os
pesquisadores, geralmente, avaliam a consistência interna de instrumentos por meio do
coeficiente α de Cronbach. Há um consenso na literatura de que esses valores devam ser
superiores a 0,7 para o instrumento ser considerado consistente, e próximos de 0,6 para serem
considerados satisfatórios.

Equivalência
Refere-se ao grau de concordância entre dois ou mais pesquisadores quanto aos escores de
um instrumento. Como exemplo, vamos supor que você irá analisar o grau de agressividade
que o indivíduo demonstrou em uma situação específica, utilizando uma escala de 0 a 10. Para
isso, você e o outro observador terão treinamentos específicos para identificar os níveis de
agressividade, ou seja, existirá uma padronização para essa avaliação. Com isso, se os dois
investigadores derem a mesma nota, a equivalência desse instrumento será ótima. Quando
existe elevada concordância entre os avaliadores, infere-se que os erros de medição foram
minimizados, e que o instrumento apresenta equivalência. Essa propriedade é frequentemente
medida por meio do teste estatístico Coeficiente de Kappa. Quanto maior o valor de Kappa,
maior a concordância entre os observadores. Valores próximos ou abaixo de 0,00 indicam a
ausência de concordância.

VALIDADE
De acordo com Cozby (2003, p. 101), “validade refere-se à verdade e à representação correta
da informação”. Para ilustrar melhor os conceitos de validade e confiabilidade, vamos ao
exemplo proposto por Andrade Martins (2006), de análise do depoimento de uma testemunha
em um caso jurídico. Ela pode demonstrar o seu depoimento de forma consistente, ou seja, os
diversos relatos apresentados por ela são sempre os mesmos; com isso, dizemos que esse
depoimento teve confiabilidade. Porém, não sabemos ao certo se o que a testemunha disse foi
verdade, logo, não sabemos se esse discurso teve validade. Nessa perspectiva, um
instrumento de pesquisa pode ser confiável, e não válido para aquela população de estudo,
porém, todos os estudos que são válidos apresentam confiabilidade.

Toda medida, portanto, deve reunir a confiabilidade e a validade. Medidas confiáveis são
replicáveis e consistentes, ou seja, geram o mesmo resultado. Medidas válidas são
representações precisas das características que se pretende medir (DE ANDRADE MARTINS,
2006). Os conceitos de validade e confiabilidade estão intimamente relacionados, porém,
existem algumas diferenças entre eles.

 SAIBA MAIS

A confiabilidade é uma característica do instrumento, no sentido de medir as propriedades dos


itens que o compõem, como a estabilidade, a equivalência e a homogeneidade, como vimos.
Por outro lado, a validade não se refere exatamente ao instrumento, mas às generalizações
feitas a partir dos resultados obtidos por ele. Por isso, falamos de validade interna e externa, e
de outras validades, como a de conteúdo e de constructo.

Existem vários tipos de validades que serão detalhadas a seguir.

Validade interna

Refere-se à capacidade para tirar conclusões sobre relações de causa e efeito entre as
variáveis. Em outras palavras, essa validade determina até que ponto os resultados de um
estudo são corretos para a amostra estudada. Um método científico rigoroso confere maior
validade interna para um estudo.

Quanto mais rigoroso e detalhado for o método de pesquisa, mais validade interna o estudo ou
o instrumento de medida terá.

Por isso, o método experimental é considerado um delineamento com grande validade interna,
visto que ele possui um controle rigoroso sobre as variáveis intervenientes, e com isso
podemos estabelecer relações causais entre as variáveis.

A validade interna, portanto, é determinada pela qualidade do planejamento da pesquisa e de


sua execução. Para que uma pesquisa seja considerada válida, esta deve incluir
procedimentos sistemáticos e bem fundamentados desde a coleta até a análise de dados. As
variáveis intervenientes podem ameaçar a validade interna do estudo, por isso, devem ser
controladas e atenuadas. A validade interna é uma condição necessária para que um estudo
clínico possa influenciar nos tratamentos e intervenções em psicologia.

Validade externa

Refere-se ao grau de generalização que um estudo possui. Vamos supor que você irá testar se
uma intervenção psicológica é capaz de reduzir o uso de álcool na população. Quanto mais
essa pesquisa puder ser aplicada em diversos locais, e em diversas populações de estudo,
mais generalizável ela será. A validade externa, portanto, diz respeito ao grau de
aplicabilidade, ou de generalização, dos resultados de um estudo em particular, para outros
contextos.

Os estudos sobre a vacina para a pandemia do coronavírus, por exemplo, são bons exemplos
de estudos com grande validade externa, já que essas pesquisas podem ser disseminadas
para vários países, com populações com idades e características diversas. Esses estudos
também apresentaram grande validade interna, visto que o intuito seria a aplicação global das
vacinas de forma segura, a fim de garantir a saúde da população.

Validade de conteúdo

Refere-se ao grau em que o conteúdo de um instrumento reflete exatamente o constructo que


está sendo medido.
 EXEMPLO

Um instrumento que avalia a autoestima deve incluir não somente a autoestima como também
outras variáveis relacionadas a ela, como o autoconceito, a autoimagem, entre outros subitens.
Como os constructos são conceitos subjetivos, um comitê de especialistas no assunto é
consultado para checar a validade de constructo de forma qualitativa. Com isso, esses
especialistas devem relatar o grau de concordância que eles apresentam sobre determinados
conceitos e subdivisões do teste.

O índice de validade de conteúdo (IVC) mede a proporção ou porcentagem de juízes em


concordância sobre determinados aspectos de um instrumento e de seus itens (COLUCI;
ALEXANDRE; MILANI, 2015).

Validade de constructo

Um constructo é definido como algo hipotético que faz parte das teorias que tentam explicar o
comportamento humano, como a inteligência e a ansiedade, que são constructos psicológicos.
Sendo assim, a validade de constructo é definida como a obtenção de evidências que
sustentam aquela teoria. Ou seja, para eu saber o que estou medindo, tenho que conhecer os
conceitos, e as teorias que fundamentam esse processo.

A fim de estabelecer a validade de constructo, geram-se previsões com base na construção de


hipóteses, e essas previsões são testadas para dar apoio à validade do instrumento.

Quanto mais subjetivo for o conceito, mais difícil é estabelecer a validade de constructo.
Dificilmente, esse tipo de validade é obtido com um único estudo; geralmente, são realizados
diversos estudos sobre a teoria do constructo que se pretende medir.

Validade de critério

É avaliada quando um resultado pode ser comparado a um teste considerado padrão-ouro, ou


seja, um teste de referência na área estudada, que serve como parâmetro de comparação para
outras medições. A validade de critério, portanto, consiste na relação entre as pontuações de
determinado instrumento se comparado a um critério externo, confiável, validado e bem aceito
na área de pesquisa. Esse critério deve consistir em uma medida amplamente aplicada e
reconhecida, com as mesmas características do instrumento de avaliação, ou seja, um
instrumento ou critério considerado “padrão-ouro”.
 EXEMPLO

Na área de álcool e outras drogas, por exemplo, um teste considerado padrão-ouro é o Alcohol
use disorders test – AUDIT (MORETTI-PIRES; CORRADI-WEBSTER, 2011). Esse instrumento
é amplamente utilizado pela Organização Mundial de Saúde, é validado para vários países e
serve de comparação quando se almeja desenvolver outros testes sobre o uso de álcool na
população.

A CONFIABILIDADE E A VALIDADE EM
PESQUISA
A especialista Maira Leon explica a seguir o conceito de confiabilidade e suas características, e
compara confiabilidade e validade como requisitos de uma pesquisa. Vamos lá!
VEM QUE EU TE EXPLICO!
A Confiabilidade – diferentes procedimentos de confiabilidade

Validade de conteúdo, de constructo e de critério – exemplos de tipos de validade

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 3

 Analisar a importância da realização de experimentos controlados em Psicologia

A MANIPULAÇÃO E O CONTROLE
EXPERIMENTAL
Existem diversos problemas ou incógnitas que precisam de resposta na Psicologia e, como já
vimos, estes questionamentos podem ser respondidos através do método experimental. Uma
pesquisa experimental consiste essencialmente em determinar um objeto de estudo, selecionar
e manipular as variáveis, e definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a
variável produz no objeto de pesquisa.

Com isso, três características principais definem um experimento verdadeiro: a manipulação


das variáveis – o pesquisador precisa manipular pelo menos um elemento do conteúdo
estudado; o controle experimental – o pesquisador precisa introduzir um ou mais controles na
situação experimental, para garantir conclusões válidas; e a randomização, ou sorteio, isto é, a
designação aleatória dos participantes para os grupos experimentais e de controle. A seguir,
falaremos um pouco mais sobre a manipulação das variáveis e sobre o controle experimental.

 Pesquisa experimental.

MANIPULAÇÃO DAS VARIÁVEIS


O que seria a manipulação das variáveis?

Vamos supor que você foi trabalhar com Psicologia Organizacional e queira saber se um
treinamento realizado em uma empresa foi eficaz para aumentar o conhecimento dos
funcionários sobre os processos internos de gestão de pessoas. Com isso, você irá medir os
conhecimentos dos funcionários acerca dos processos de gestão de pessoas antes do
programa de treinamento, e irá medir novamente esses conhecimentos após finalizado esse
programa.

Nesse caso, você irá manipular as variáveis com o treinamento aplicado, e o programa de
treinamento será a variável independente; o conhecimento sobre os processos internos de
gestão de pessoas será a variável dependente; e o que pode interferir nesse processo, como a
forma de ministrar estes treinamentos, por exemplo, pode ser uma variável estranha.

 Variável independente, variável dependente e variável estranha.

Em experimentos em Psicologia, garantir que a manipulação da variável independente tenha


sido realizada com sucesso nem sempre é uma tarefa simples, pois em nossa área de
pesquisa temos um conjunto de variáveis ou constructos que são subjetivos ou que
desconhecemos. Algumas variáveis independentes apresentam manipulações mais simples, e
outras mais complexas (COZBY, 2003). Como exposto no exemplo anterior, a manipulação do
treinamento sobre gestão de pessoas é considerada uma manipulação simples. Caso o
experimento considerasse outras variáveis, como outras intervenções, ou procedimentos mais
longos, ou orientações mais complexas, iríamos classificar como uma manipulação mais
complexa da VI.

Em relação ao conhecimento sobre os processos internos de gestão de pessoas, esse tipo de


variável é relativamente fácil de ser testada, uma vez que basta aplicar um teste de
conhecimentos básicos sobre o conteúdo apresentado sobre gestão de pessoas, antes e após
a realização desse treinamento. Mas se o experimento envolver outras variáveis relacionadas
ao indivíduo, como autoestima, autoconhecimento, habilidades cognitivas, níveis de depressão,
entre outras, podem ser mais difíceis de verificar. Nesses casos, em geral, usam-se escalas e
testes padronizados para mensurar.
 ATENÇÃO

É importante ressaltar que um desenho experimental requer a presença de pelo menos uma
variável independente manipulada. Em determinadas situações, os níveis da variável
independente são determinados depois da execução do experimento, com base em
determinadas características da população estudada (por exemplo, níveis de escolaridade).

CONTROLE EXPERIMENTAL
Em relação ao exemplo anterior, sobre a investigação de como um treinamento sobre gestão
de pessoas iria influenciar o conhecimento dos funcionários em relação a esse tema, como
iremos garantir que somente o treinamento terá aumentado o conhecimento desses
indivíduos? Será que essa relação de causa e efeito pode realmente ser confirmada? Existem
fatores externos ou variáveis intervenientes que podem interferir nesse processo? Sempre
devemos fazer todas essas perguntas quando falamos de controle experimental.

O controle experimental, portanto, possibilita que os pesquisadores façam a inferência causal


de que a variável independente causou as mudanças na variável dependente. O controle é o
ingrediente essencial dos experimentos, e é obtido por manipulação, mantendo as condições
do experimento constantes.

Para que se estabeleça uma boa relação causal entre as variáveis, existem maneiras para
atenuar os efeitos das VEs. No exemplo de Psicologia Organizacional, sendo a VI o
treinamento e a VD o conhecimento sobre GP, caso a empresa tivesse dois mil colaboradores,
seria muito exaustivo se o pesquisador realizasse todos os treinamentos e aplicações dos
testes sozinho.

Logo, seria necessária uma equipe de pesquisadores para conduzir esse experimento. Imagine
se nesse treinamento cada palestrante tivesse uma abordagem diferente e falasse de temas
diferentes do programado. Essa pesquisa estaria permeada por vários vieses, principalmente
pelo viés do pesquisador. Uma medida simples de controle experimental seria treinar todos
os aplicadores para que eles fizessem os mesmos tipos de treinamento, abordagem e tema, e
até com vestimentas e tom de voz semelhantes, para assim diminuir esse tipo de viés.

Além dos vieses do treinador, os instrumentos de pesquisa utilizados também podem ser fontes
de outros vieses. Vamos supor que, na avaliação do treinamento aplicado sobre GP, o
questionário fosse muito longo, exaustivo e enfadonho.
SERÁ QUE OS FUNCIONÁRIOS TERIAM
MOTIVAÇÃO E COMPROMETIMENTO EM
RESPONDÊ-LO?

VER RESPOSTA

RESPOSTA

Uma medida de controle experimental seria diminuir o número de questões avaliativas e


realizar um estudo piloto para averiguar se os instrumentos são confiáveis e com fácil
entendimento pelos participantes.

Esse estudo piloto é como um ensaio e pode ser realizado antes da aplicação da pesquisa
propriamente dita, com poucos participantes, para testar se os instrumentos estão adequados
para aquela amostra. É relativamente fácil operacionalizar um estudo piloto, e ele seria uma
“mini versão do estudo completo”, como afirmam Bailer, Tomitch e D’Ely (2011, p. 130). Um
estudo piloto garante um bom controle experimental, pois os participantes irão entender as
questões dos instrumentos, e assim irá diminuir o viés da instrumentação.

Outra confusão ou viés que pode ocorrer nesse experimento é o viés de contexto. Imagine
que, no mesmo exemplo, os trabalhadores tenham passado por um período de demissão em
massa na organização, aumentando os níveis de estresse no trabalho. Será que todos os
funcionários iriam absorver os conteúdos sobre GP da mesma maneira? Uma medida de
controle experimental seria abordar os participantes em momentos diferentes durante o tempo,
a fim de diminuir a interferência do viés de contexto na pesquisa.

Outro viés importante a ser controlado é o viés do participante. Por exemplo, se algum
desses colaboradores apresentasse estresse acentuado no trabalho, desmotivação com as
normas da organização, ou transtornos mentais, como depressão, transtornos de ansiedade,
transtorno bipolar, entre outros, essas questões poderiam alterar os resultados do experimento.
Portanto, uma avaliação inicial, a fim de balancear esses participantes ou excluir esses dados
ao final da pesquisa, pode auxiliar na diminuição dos vieses. Outras características dos
participantes poderiam também influenciar no resultado final, como o luto, conflitos na
organização, conflitos familiares, entre outros. Com isso, é indicado que a amostra de um
experimento tenha um número expressivo, como nesse exemplo hipotético de dois mil
funcionários.

Nem sempre podemos incluir na pesquisa todos os sujeitos que desejamos conhecer, mas
precisamos escolher uma amostra numerosa e significativa para evitar o viés do participante.

O controle experimental, portanto, refere-se ao controle que os investigadores realizam para


amenizar os efeitos das variáveis estranhas (VEs). Diversas variáveis podem interferir nos
resultados de um experimento, como o viés de teto, o viés de piso, o viés do participante, do
pesquisador, entre outras questões. A partir disso, algumas ações serão necessárias para
garantir que a variável independente realmente causou os efeitos esperados na variável
dependente. Uma das medidas de controle experimental é adicionar um grupo controle no
experimento. Veja a seguir os conceitos sobre grupo controle e experimental.

GRUPO EXPERIMENTAL E GRUPO CONTROLE

Vamos pensar novamente no exemplo da Psicologia Organizacional. Nesse caso, a pergunta


de partida busca uma relação de causa e efeito, ou seja, “o treinamento aplicado influenciou na
melhoria dos conhecimentos sobre gestão de pessoas?”. A partir desse problema, buscaremos
uma relação de causa e efeito entre as variáveis, ou seja, iremos pesquisar se o treinamento
aplicado (variável independente) influenciou os conhecimentos internos sobre gestão de
pessoas (variável dependente).

Para isso, você precisará, além do apoio institucional, de um planejamento de pesquisa bem
metódico, a fim de alcançar os resultados necessários. Uma sugestão para esse estudo
seria aplicar intervenções com treinamentos programados em um grupo de funcionários
específicos, e separar os funcionários em dois grupos: os que receberão o treinamento
de gestão de pessoas e os que não receberão o treinamento. Nesse caso específico, os
funcionários que receberão o treinamento farão parte do grupo experimental, e os funcionários
que não receberam farão parte do grupo controle.

O DELINEAMENTO EXPERIMENTAL BÁSICO ENVOLVE


DOIS GRUPOS: NO CASO MAIS SIMPLES, UM GRUPO
EXPERIMENTAL QUE RECEBE A MANIPULAÇÃO E UM
GRUPO CONTROLE QUE NÃO A RECEBE. O USO DE
UM GRUPO DE CONTROLE PERMITE ELIMINAR UMA
VARIEDADE DE EXPLICAÇÕES ALTERNATIVAS
BASEADAS EM HISTÓRIA, MATURAÇÃO, REGRESSÃO
ESTATÍSTICA ETC.

(COZBY, 2003)

Para entendermos melhor essa questão, definiremos esses conceitos.

Grupo experimental

No exemplo discutido até aqui, esse grupo irá receber o treinamento, ou seja, os funcionários
receberão a intervenção proposta. O grupo experimental, portanto, é o grupo de indivíduos
designados à experimentação. Esses funcionários serão comparados com o grupo controle
para chegar a uma conclusão.

 SAIBA MAIS

Um grupo experimental, portanto, é uma amostra de teste ou o grupo que recebe um


procedimento experimental. Esse grupo está exposto a alterações na variável independente,
que será testada. Um experimento pode incluir vários grupos experimentais ao mesmo tempo.

Grupo controle

No problema debatido, esse grupo não irá receber o treinamento sobre GP. Será um grupo de
funcionários que não receberá nenhuma intervenção. O grupo controle serve apenas como
parâmetro de comparação para o grupo experimental. Ou seja, se os funcionários que
receberam o treinamento apresentarem mais conhecimento sobre GP, e se não houver essa
melhoria de conhecimento no grupo que não recebeu a intervenção, quer dizer que o
treinamento foi bem-sucedido nessa empresa.

O objetivo de operacionalizar um grupo controle é descartar outros fatores que podem


influenciar os resultados de um experimento.

Nem todos os experimentos incluem um grupo controle, mas aqueles que incluem são
chamados de "experimentos controlados". Os grupos controle podem ser os denominados
grupos placebo. Veja:

GRUPOS PLACEBO: IMAGINE UM EXPERIMENTO QUE


ESTEJA INVESTIGANDO SE UM MEDICAMENTO
ESPECÍFICO REDUZ OS NÍVEIS DE DEPRESSÃO EM
PACIENTES COM ESTE DIAGNÓSTICO. UM GRUPO DE
PESSOAS DIAGNOSTICADAS COMO DEPRESSIVAS
RECEBE O FÁRMACO E O OUTRO GRUPO NÃO O
RECEBE. AGORA SUPONHA QUE O GRUPO QUE
RECEBEU O FÁRMACO APRESENTE UMA MELHORA
NOS NÍVEIS DE DEPRESSÃO. NÃO SABEMOS COM
CERTEZA SE A MELHORA FOI CAUSADA PELAS
PROPRIEDADES DO MEDICAMENTO, OU PELAS
EXPECTATIVAS DOS PARTICIPANTES SOBRE O
EFEITO DO FÁRMACO – O QUE É CHAMADO EFEITO
PLACEBO. EM OUTRAS PALAVRAS, SIMPLESMENTE
ADMINISTRAR UMA PÍLULA OU APLICAR UMA
INTERVENÇÃO PODE CAUSAR UMA MELHORA NOS
PARTICIPANTES. PARA CONTROLAR ESTA QUESTÃO,
PODE-SE ACRESCENTAR UM GRUPO CONTROLE, OU
PLACEBO. ADMINISTRA-SE AOS PARTICIPANTES
DESTE GRUPO UMA SUBSTÂNCIA INATIVA OU
NEUTRA; ELES NÃO RECEBEM O MEDICAMENTO
DADO AOS MEMBROS DO GRUPO EXPERIMENTAL. SE
A MELHORA RESULTAR DAS PROPRIEDADES ATIVAS
DO MEDICAMENTO, OS PARTICIPANTES DO GRUPO
EXPERIMENTAL DEVEM APRESENTAR MAIOR
EVOLUÇÃO EM COMPARAÇÃO COM O GRUPO
CONTROLE. SE O GRUPO PLACEBO MELHORAR
TANTO QUANTO O EXPERIMENTAL, ENTÃO, A
MELHORA É DEVIDA AO EFEITO PLACEBO.

(COZBY, 2003, p. 208)


MANIPULAÇÃO E CONTROLE
A especialista Maira Leon menciona a seguir o conceito de manipulação experimental, controle
experimental, e os conceitos de grupo experimental e controle. Vamos lá!

VEM QUE EU TE EXPLICO!


A manipulação das variáveis – exemplos de como manipular a VI na Psicologia

O controle experimental – formas de controle e tipos de viés


VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 4

 Avaliar a coerência necessária entre o delineamento e os objetivos da pesquisa

DELINEAMENTOS EXPERIMENTAIS
Quando falamos do delineamento de uma pesquisa, estamos falando sobre o seu desenho, ou
sobre um plano de como a pesquisa será conduzida.

 EXEMPLO

Quando uma pessoa está prestes a construir uma casa, antes de sua execução, precisará
planejar qual é o local do imóvel, quantos quartos a casa terá, qual será a sua área, quantas
janelas irá colocar, quem vai fazer a base, o teto, entre outras questões.
Da mesma forma, é o planejamento de uma pesquisa, é necessário pensar em todos os
detalhes antes de construir um estudo, ou seja, devem ser pensados seu local de execução, os
participantes, as questões éticas envolvidas, a duração do estudo, a coleta de dados, entre
outros. Esse planejamento das etapas de uma pesquisa denominamos de delineamento.

Desse modo, o delineamento é a fase do estudo na qual o autor considera a aplicação de


métodos sistemáticos para a sua condução. Ao planejar o delineamento de forma correta, o
pesquisador garante maior credibilidade à pesquisa e evita problemas, como o fato de o estudo
tomar uma direção oposta da planejada. Traçar um delineamento de pesquisa também evita a
realização de atividades dispendiosas e desnecessárias.

Antes de elaborar um planejamento de pesquisa de base experimental, alguns


questionamentos são necessários:

Qual será o tema do meu estudo?

Qual será o local de execução?

Quem serão os participantes?

Quais serão as variáveis independentes, dependentes e estranhas?

Quais serão os instrumentos utilizados?


Quais serão os procedimentos adotados?

Este estudo trata-se de um experimento ou de um quase experimento?

Haverá grupo controle e experimental? Ou as medidas serão de pré e pós-intervenção?

Haverá algum tipo de controle experimental?

Haverá randomização?

Como irei atenuar os efeitos das variáveis estranhas?

Como será a análise de dados?

Haverá análises estatísticas?

 COMENTÁRIO

Para clarificar sobre os procedimentos adotados, iremos falar um pouco mais sobre dois tipos
de delineamentos existentes em uma pesquisa experimental, os delineamentos intersujeitos e
intrassujeitos.

DELINEAMENTOS INTERSUJEITOS
A seleção dos grupos controle e experimental deve ser feita de forma aleatória e garantindo
que ambos os grupos sejam equivalentes.

Vamos pensar em um exemplo de pesquisa que envolve a investigação se o hábito de leitura


causa a melhoria das habilidades linguísticas nos alunos. Para esse exemplo, serão utilizados
dois grupos de comparação: o grupo que receberá a prática de leitura (grupo experimental)
e o grupo que não receberá a prática de leitura (grupo controle). Nesse caso, haverá duas
amostras diferentes, os alunos que receberão a prática de leitura serão alunos diferentes dos
que não receberão a intervenção, então, são amostras separadas ou independentes. Quando
os sujeitos de pesquisa são diferentes nos grupos controle e experimental, trata-se de um
delineamento intersujeitos ou medidas separadas.

Nesse tipo de delineamento, temos no mínimo dois grupos diferentes a serem comparados,
porém podem existir diversos grupos experimentais. Por isso, vem a denominação
intersujeitos, ou entre grupos separados. Esses indivíduos são submetidos a condições
experimentais diferenciadas, cada um recebe um tipo de ação específica.

O delineamento intersujeitos está presente nos experimentos verdadeiros, já que tem a


vantagem de ser mais confiável e de conferir maior fidedignidade na relação entre causa e
efeito, ou seja, temos mais segurança para afirmar que uma variável modificou os resultados
da outra variável. Esse delineamento afasta mais acertadamente as variáveis intervenientes,
pois, ao se comparar os grupos diferentes, podemos afirmar com mais propriedade que os
resultados diferentes nesses grupos ocorreram por causa da manipulação da variável
independente.

 COMENTÁRIO

Um cuidado a ser tomado ao se operacionalizar os estudos intersujeitos é garantir que os


grupos tenham características semelhantes, com isso, vem a importância da randomização, ou
aleatorização. É importante assegurar que os grupos separados possuem características
semelhantes quanto ao sexo, idade, condições psicológicas, entre outros fatores a serem
investigados pelos pesquisadores. A designação de sujeitos, observando o critério de
randomização, é importante porque as diferenças entre os grupos não podem se dar por
diferenças importantes entre os grupos, e sim pela manipulação da variável independente.

Como afirma Gil (2008, p. 99), quando se dispõem os grupos olhando para cada sujeito e
dizendo: “Você vai para o grupo tal", é possível que haja um grupo mais hábil do que o outro. É
possível que, consciente ou inconscientemente, sejam selecionados os mais aptos para o
grupo experimental. Muitos experimentos permanecem insuscetíveis de interpretação em
função da falha do pesquisador em garantir a distribuição aleatória nos grupos separados.

A técnica da randomização consiste no sorteio dos participantes, sendo considerada uma


ação fácil de ser operacionalizada, portanto não deve ser dispensada quando se trata de um
delineamento intersujeitos. Quando o estudo é cego, ou seja, os participantes não sabem se
estão participando do grupo experimental ou controle, também ocorre maior confiabilidade do
estudo, já que os participantes não irão tentar “agradar o pesquisador” reduzindo, assim, o viés
de desejabilidade social ou se sentirão diferentes por fazer parte do grupo controle e não do
grupo experimental, por exemplo.

 SAIBA MAIS

A amostra do delineamento intersujeitos tende a ser maior, tendo em vista que haverá dois
grupos ou mais sendo comparados. À medida que o número de pessoas em um experimento
aumenta, aumenta a probabilidade de obter-se uma distribuição igual daquelas variáveis que
podem interferir na relação causal que está sendo testada. Por essa razão, existe uma
tendência a considerar experimentos com amostras maiores como mais confiáveis
(BREAKWELL; HAMMOND; FIFE-SCHAW; SMITH, 2010).

Bons exemplos de pesquisas intersujeitos são as direcionadas à comprovação da eficácia da


vacina para a covid-19. Essas pesquisas contaram com muitos voluntários participando do
grupo experimental, que recebeu as vacinas, e do grupo controle, que recebeu uma substância
neutra. Esses estudos tiveram várias fases até chegar à população geral. Em relação às
pesquisas intersujeitos sobre as vacinas, segundo fontes da Organização Mundial da Saúde,
milhões de indivíduos receberam com segurança as vacinas contra a covid-19. Todas as
vacinas para a covid-19 aprovadas foram cuidadosamente testadas antes da sua
administração, passaram por um rigoroso processo de teste em várias etapas, incluindo
grandes ensaios clínicos, que envolvem dezenas de milhares de pessoas. Esses ensaios são
especificamente projetados para identificar qualquer preocupação de segurança. Nesses
experimentos, portanto, houve a administração de grupo experimental e grupo controle.

 Ilustração para fases de estudo da vacina.

Após as etapas do experimento, um comitê de especialistas na área, como pesquisadores,


médicos, infectologistas etc. foram convocados para analisar os resultados dos estudos. A
OMS analisou os resultados dos ensaios clínicos e recomendou se, e como as vacinas
deveriam ser utilizadas. Baseados nesses dados das pesquisas intersujeitos, as autoridades de
cada país decidiram se aprovariam ou não as vacinas para uso nacional e desenvolveram
políticas públicas da sua disseminação na população.

DELINEAMENTOS INTRASSUJEITOS
Em relação ao exemplo sobre a investigação se o hábito de leitura causa a melhoria das
habilidades linguísticas nos alunos, vamos supor que um estudante de Psicologia trabalhasse
em uma sala de alunos, e que optasse por aplicar a prática de leitura em todos os alunos
dessa turma.
Esse estudante iria medir, por meio de instrumentos padronizados, a habilidade linguística
antes da aplicação do programa de leitura e iria repetir a aplicação desses instrumentos depois
dessas intervenções.


Com isso, os mesmos indivíduos, ou seja, os mesmos alunos, iriam passar pela testagem
antes e depois das práticas de leitura.


E aí teríamos uma medida pré-teste e pós-teste, ou seja, antes da intervenção e após a
intervenção.

Quando os mesmos indivíduos passam por uma testagem antes e depois, falamos de um
delineamento intrassujeitos, ou medidas repetidas, ou medidas de sujeito único. A terminologia
“intra” se refere a algo interno, ou seja, a medição ocorre com os mesmos sujeitos de pesquisa.

 Pré-teste e pós-teste é a forma de comparar em delineamentos intrassujeitos.

Os delineamentos intrassujeitos constituem a abordagem experimental preferida por muitos


pesquisadores do comportamento. Nesse modelo de delineamento, os participantes são
expostos a uma série de condições experimentais, mensurando-se repetidamente o
desempenho do sujeito e verificando se há uma mudança nessas medidas. Portanto, o
indivíduo pode ser submetido a uma ou a mais condições experimentais, pois também pode
ocorrer uma sequência de intervenções.
 COMENTÁRIO

O delineamento intrassujeitos possui a vantagem de ser mais fácil de operacionalizar, visto que
a amostra pode ser menor em comparação a um delineamento intersujeitos. Esses estudos
também não necessitam de randomização, já que se referem a uma amostra única.

Confira a seguir uma comparação entre as vantagens e desvantagens dos métodos


intersujeitos e intrassujeitos.

Delineamento intersujeitos Delineamento intrassujeitos

Vantagens Vantagens

Maior confiabilidade Mais fácil de operacionalizar

Relação causal entre VI e VD Amostra menor

Controla os efeitos das VEs Não requer randomização

Desvantagens Desvantagens

Amostra maior Menor confiabilidade

Exige randomização Não estabelece relação causal

Menor controle das VEs, efeitos de ordem


 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

 Tabela: Vantagens e desvantagens dos métodos intersujeitos e intrassujeitos.


Elaborado por Maira Leon.

Como desvantagem, esse delineamento pode ser mais permeável às variáveis estranhas. Por
exemplo, pode ocorrer o efeito de ordem, ou seja, os participantes tendem a memorizar ou a
lembrar dos instrumentos anteriormente aplicados, e isso pode alterar os resultados do estudo.

Na medida em que um participante ganha experiência com uma condição experimental, este
vai se aprimorando com o passar do tempo, como as crianças, que podem memorizar os textos
lidos e melhorar as habilidades linguísticas. Com isso, os melhores resultados virão do fato de
se decorar os textos, e não de uma melhoria nas habilidades linguísticas em si.

Ao se aplicar um instrumento A, depois o B, depois o C, pode ocorrer também o viés de


transferência, ou seja, o questionário C vai ser influenciado pelos questionários anteriormente
aplicados, A ou B.

O efeito de transferência ocorre quando o desempenho em uma condição é, em parte,


dependente das condições que a antecedem. A fadiga e o tédio também podem alterar os
resultados do estudo, quando os participantes passam pelas repetições dos testes.

Se comparado com o delineamento intersujeitos, esse tipo de estudo demonstra ter menor
confiabilidade, e menor validade interna, ou seja, não se pode estabelecer uma relação de
causa e efeito totalmente confiável com esse delineamento. Apesar dessas questões, o
delineamento intrassujeitos pode contribuir para a comunidade científica, tendo em vista a
grande abrangência e facilidade de operacionalização.

 ATENÇÃO

Como qualquer outra metodologia de pesquisa a ser possivelmente utilizada na prática, os


delineamentos intrassujeitos não são aplicáveis a todos os problemas de pesquisa.

As escolhas de delineamentos e intervenções dependerão da natureza de seu problema de


pesquisa, ou seja, das variáveis envolvidas naquele contexto. Também deve-se considerar, em
certos casos, a possibilidade de combinação dos delineamentos intrassujeitos com
intersujeitos. Por um lado, cada um desses delineamentos se adequa melhor a diferentes
maneiras de fazer perguntas experimentais.
DELINEAMENTOS INTERSUJEITOS E
INTRASSUJEITOS
A especialista Maira Leon menciona a seguir os conceitos de delineamentos intersujeitos e
intrassujeitos, bem como as vantagens e desvantagens de cada método de pesquisa. Vamos
lá!

VEM QUE EU TE EXPLICO!


Delineamentos experimentais – o que é um delineamento de pesquisa?

Delineamentos intersujeitos – quando podemos usar delineamentos interssujeitos


VERIFICANDO O APRENDIZADO

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo trabalhamos conceitos e procedimentos fundamentais na pesquisa
experimental. Inicialmente, apresentamos detalhes sobre o método correlacional e as
diferenças entre os métodos correlacionais e experimentais. Enquanto no método correlacional
existe uma relação entre as variáveis, isto é, uma variável modifica os seus valores em função
da outra, no método experimental é buscada uma relação de causa e efeito bem estabelecida,
entre variável independente e variável dependente.

Em seguida, explicamos duas características importantes dos instrumentos psicológicos: a


confiabilidade e a validade. Ter conhecimento sobre esses conceitos possibilita a
operacionalização de pesquisas válidas e confiáveis, podendo, assim, influenciar em
tratamentos, intervenções e políticas públicas na área de Psicologia. Depois passamos a
desenvolver mais detalhes sobre a manipulação das variáveis, e sobre o controle experimental.

Finalmente, vimos os dois principais tipos de delineamentos experimentais básicos, o


delineamento intersujeitos e o intrassujeitos. Ter conhecimento sobre esses delineamentos
facilita o planejamento de pesquisa, bem como a escolha da metodologia adequada permite
alcançar maior validade interna nas pesquisas experimentais.

 PODCAST
Para encerrar, a especialista Maira Leon fala sobre a importância dos diferentes procedimentos
de manipulação de variáveis e controle experimental, assim como sobre os diversos
delineamentos de pesquisa, para avaliar as possibilidades de pesquisa experimental na
Psicologia. Vamos ouvir!

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
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Brazilian Undergraduate Students. Global Journal of Educational Studies. v. 4, n. 1., 2018.

ANUNCIAÇÃO, L. Conceitos e análises estatísticas com R e JASP. São Paulo: Nilapress,


2021.

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para uma pesquisa experimental em linguística aplicada. Intercâmbio. Revista do Programa de
Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem, 2011.

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MORETTI-PIRES, R. O.; CORRADI-WEBSTER, C. M. Adaptação e validação do Alcohol


Use Disorder Identification Test (AUDIT) para população ribeirinha do interior da
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avaliação da confiabilidade e da validade. Epidemiologia e serviços de saúde, v. 26, n.3, 649-
659, jul.-set. 2017.

EXPLORE+
Leia os seguintes artigos:

Delineamentos intrassujeitos na avaliação de práticas psicoeducacionais baseadas


em evidência, de Jackeline Joyce de Santana Santos, Ana Carolina Sella e Daniela
Mendonça Ribeiro, publicado no portal Psicologia em Estudo, v. 24, 2019 e saiba um
pouco mais sobre os delineamentos intrassujeitos.

Estudo correlacional entre interesses profissionais e vivências acadêmicas no


ensino superior, de Ana Paula Porto Noronha, Denise da Fonseca Martins, Marina
Gasparoto do Amaral Gurgel e Rodolfo Augusto Matteo Ambiel, publicado no portal
Psicologia Escolar e Educacional, v. 13, n. 1, p. 143-154, 2009, e conheça mais sobre as
pesquisas correlacionais em Psicologia.
Validade interna e externa: você pode aplicar resultados de pesquisa para seus
pacientes?, de Cecília Maria Patino e Juliana Carvalho Ferreira, e aprofunde mais nos
conceitos de validade interna e externa.

Um Estudo do Preconceito na Perspectiva das Representações Sociais: Análise da


Influência de um Discurso Justificador da Discriminação no Preconceito Racial, de
Cícero Pereira, Ana Raquel Rosas Torres e Saulo Teles Almeida, e veja um exemplo de
pesquisa em Psicologia com a utilização de grupo controle e experimental.

CONTEUDISTA
Maira Leon

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