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INTRODUÇÃO

Para garantir que o estudo desenvolvido no processo de produção de conhecimento não


contenha meramente opiniões pessoais, crenças e valores morais, é necessário evidenciar o
uso correto da metodologia científica.

Nesse sentido, na classificação e averiguação do método utilizado, alguns elementos são


essenciais a todo trabalho: a sua finalidade (básica ou aplicada), os seus objetivos (descritiva,
exploratória ou explicativa), sua abordagem (qualitativa, quantitativa ou mista), seu método
(indutivo, dedutivo, hipotético-dedutivo ou dialético) e seus procedimentos ou meios (estudo
de caso, expost-facto, experimental e outros).

Quanto ao procedimento, será abordado a pesquisa expost-facto e o estudo de caso.

PESQUISA EXPOST-FACTO

O termo “expost-facto” significa “a partir do fato passado”. Nesse sentido, esse tipo de
pesquisa tem por objetivo encontrar relações de causa e efeito em um fato ocorrido. Diante
disso, esse procedimento estuda uma variável imutável, que não pode ser alterada, e tenta
encontrar dados para comparação com outra variável. Dentre as perguntas que permeiam
esse estudo a principal é: quais as causas e consequências de determinado fato.

De acordo com Fonseca (2002, p.32) “a pesquisa ex-post-facto tem por objetivo investigar
possíveis relações de causa e efeito entre um determinado fato identificado pelo pesquisador
e um fenômeno que ocorre posteriormente. A principal característica deste tipo de pesquisa é
o fato de os dados serem coletados após a ocorrência dos eventos. A pesquisa expost-facto é
utilizada quando há impossibilidade de aplicação da pesquisa experimental, pelo fato de nem
sempre ser possível manipular as variáveis necessárias para o estudo da causa e do seu efeito”.

Tem-se, portanto, que nesse procedimento o pesquisador não tem controle sobre as variáveis
independentes (origem do fenômeno, a causa de um processo que constitui o objeto de
estudo), por já terem ocorrido ou por não serem manipuláveis. Diferentemente dos estudos
experimentais, nos quais o pesquisador introduz variáveis independentes e observa os efeitos
sobre as variáveis dependentes, a pesquisa expost-facto observa eventos ou condições que
ocorrem naturalmente.

O planejamento desse tipo de pesquisa é semelhante a pesquisa experimental, exceto na


impossibilidade de operacionalização das variáveis. Constitui-se, portanto, na formulação do
problema; construção das hipóteses; localização dos sujeitos e identificação de variáveis
dependentes e independentes; coleta de dados; análise e interpretação dos dados; e
apresentação das conclusões.

Dentre as características da pesquisa expost-facto estão:

 Os dados são coletados após todos os eventos de interesse já terem ocorrido


 Lida com variáveis que não são manipuláveis
 Natureza observacional
 Relações de causa e efeitos são traçados com o que se observa
 Muito utilizada em pesquisas, quanto ao objetivo, do tipo explicativo.

Como principal vantagem desse tipo de pesquisa está a viabilidade ética, sendo aplicável,
principalmente, onde a experimentação seria impraticável ou antiética. Dentre as
desvantagens, entretanto, está a dificuldade de atribuição de causalidade pela falta de
controle experimental.

Exemplos de possíveis casos para aplicação da pesquisa expost-facto:

1) Uma indústria instala em uma cidade: pode-se investigar quais alterações essa
cidade teve.
2) Troca de governo: pode-se pesquisar quais as mudanças e impactos da troca da
presidência da república na última eleição.
3) Fechamento de lojas na pandemia: pode-se estudar os efeitos na economia
4) Ingestão de água contaminada: pode-se identificar os impactos da água
contaminada nas pessoas que a consumiram.
5) Evasão escolar: pode-se conduzir um estudo tentando identificar as causas.

No primeiro caso da implantação de uma indústria, a exemplo, o autor do estudo poderia


encontrar uma cidade com as mesmas características e que não tenha sofrido a influência
dessa variável. Com isso, ele iria comparar o impacto da existência e da ausência nos dois
objetos (no caso, nas cidades). Assim, na pesquisa expost-facto a comparação pode ser uma
ferramenta muito importante.

Por fim, no que tange a diferenciação com o estudo experimental, no quinto exemplo citado,
em um estudo experimental seria feito o inverso, tomando-se primeiramente um grupo de
alunos a quem seria dado um determinado tratamento, e observando-se depois o índice de
evasão.

Fontes:

https://guiadamonografia.com.br/pesquisa-ex-post-facto/

https://andrefontenelle.com.br/tipos-de-pesquisa/

https://regrasparatcc.com.br/primeiros-passos/pesquisa-ex-post-facto/

https://periodicos.ufpb.br/index.php/rteo/article/view/42057

https://cursos.unipampa.edu.br/cursos/ppgcb/files/2011/03/Metodologia-da-Pesquisa-3a-
edicao.pdf

https://assets.unitpac.com.br/arquivos/coppex2/Modelo%20Projeto%20Pesquisa.pdf

https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/09520520042012Pratica_de_Pesquisa_I_Aul
a_2.pdf

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