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RESUMÃO DE PSICO.

EXPERIMENTAL
A psicologia experimental é uma metodologia que, para entender como mente
e comportamento estão conectados, foca na realização de experimentos
controlados para experimentar teorias e comprovar fatos.

São feitas pesquisas voltadas para o desenvolvimento e compreensão de


instâncias humanas, como a memória, percepção, emoções e motivação. Para
isso, são necessárias cobaias que ajudam na compreensão dos temas
estudados.

O que é a psicologia experimental?

A psicologia experimental é uma área científica que estuda a mente por meio
da experimentação. Portanto, são avaliadas várias questões relacionadas à
psique humana com o suporte da manipulação, observação e variáveis que
impactam e influenciam os indivíduos.

O psicólogo experimental, portanto, tem como objetivo estudar o


comportamento humano e os processos e funções que o influenciam. E isto é
feito por meio de experimentos que utilizam cobaias para que seja possível
entender profundamente os assuntos estudados, entre eles: memória,
aprendizagem, percepção e emoções.

Como surgiu na psicologia experimental?

Sobre o surgimento da psicologia experimental, podemos citar dois grandes


nomes.

Ernest Heinrich Weber (1795 – 1878) foi um médico alemão, considerado um


dos fundadores da psicologia experimental. A conhecida lei de Weber-Fechner
visava descrever a relação entre a sensação psicológica de um estímulo
(percepção) e a sensação física do estímulo.

Continuando a evolução, outro grande nome foi Wilhelm Maximilian Wundt


(1832-1920), um filósofo, médico e psicólogo alemão. Após estudar medicina,
ele trabalhou como fisiologista na Universidade de Heidelberg e na
Universidade de Leipzig.

Foi em Heidelberg que deu o primeiro curso universitário de Psicologia


Científica e, em 1867, passou a ministrar um curso de Psicologia Experimental
(foi o primeiro curso formal de psicologia na área experimental). Já em 1875,
Wilhelm Wundt começou a trabalhar na Universidade de Leipzig, onde criou o
primeiro laboratório voltado à Psicologia Experimental e, a partir de então,
separou a Psicologia da Filosofia e da Biologia.

Os princípios da psicologia experimental


Para que os estudos psicológicos sejam considerados confiáveis, há quatro
princípios sobre os quais os pesquisadores devem estar de acordo. A partir
disso, entenda melhor o enfoque da psicologia experimental:

Determinismo

O determinismo diz respeito à suposição de que qualquer estado de um objeto


ou evento é determinado por eventos anteriores. Isso significa que os
fenômenos comportamentais ou mentais são expressos em termos de causa e
efeito.

Quando um fenômeno é geral o suficiente e tem validação, é entendido como


uma lei que é organizada por meio das teorias psicológicas.

Empirismo

Os seres humanos só são capazes de avaliar o que pode ser observado, pois
são as experiências atreladas aos sentidos que dão origem ao conhecimento.
Dessa forma, só se pode estudar aquilo que é observável e o empirismo requer
que as hipóteses e teorias se diferenciem das observações do mundo natural.

Parcimônia

É o foco na simplicidade, o que significa que quando houver duas teorias


diferentes, os pesquisadores devem priorizar a mais simples.

Probabilidade

Este princípio afirma que as hipóteses e teorias devem ser comprovadas com o
passar do tempo, caso contrário, não será considerada válida. A probabilidade
diz respeito àquilo que é verdadeiro e falso em uma teoria, sendo utilizadas
observações para confirmar se a hipótese está ou não correta.

A confiabilidade e a validade da psicologia experimental

A confiabilidade analisa a consistência e verificabilidade de uma teoria ou


estudo. Isso significa que se puder ser repetido e alcançar os mesmos
resultados considerando um conjunto diferente de participantes ou outro
período de tempo, então será considerada confiável.

A validade, por sua vez, mede a precisão relativa ou exatidão das conclusões
obtidos de um estudo. Em seguida, confira os tipos de validade dentro da
psicologia experimental:

Validade interna

É quando a pesquisa oferece uma evidência forte de causalidade entre dois


fatores e conclui que é a manipulação da variável independente é responsável
por mudanças da variável dependente.
Validade externa

Trata-se de um estudo que pode ser replicado em populações diversas e,


mesmo assim, produzir os mesmos resultados.

Validade de construto

As variáveis dependentes e independentes representam de forma precisa os


conceitos abstratos que são estudados.

Validade conceitual

É quando a hipótese pesquisada oferece suporte a uma teoria mais ampla que
está sendo analisada e estudada.

Os métodos da psicologia experimental são amplamente utilizados

É comum que as pessoas encaixem a psicologia experimental como um ramo


da psicologia convencional com o objetivo de torná-la mais acessível. No
entanto, é necessário deixar claro que todas as áreas da psicologia utilizam
métodos experimentais em suas aplicações.

Portanto, nesse âmbito os experimentos da psicologia experimental são úteis e


acessíveis a qualquer área de estudo.

Para ficar mais claro, vamos abordar alguns exemplos. Os psicólogos que
estudam o desenvolvimento humano usam técnicas experimentais com o
objetivo de analisar o crescimento dos indivíduos ao longo da vida, da infância
à fase adulta.

Os psicólogos sociais, por sua vez, usam métodos experimentais para avaliar
como grupos influenciam as pessoas. E, por fim, os psicólogos da área da
saúde também realizam algumas experimentações a fim de compreender o que
impacta a saúde das pessoas.

Variável Dependente

A variável dependente é a variável que vai ter sua alteração medida numa
experiência. Por exemplo, em um estudo que analisou como as notas nas
provas foram afetadas por uma tutoria em matemática fora das aulas, a
variável dependente é as notas das provas dos participantes.

Em um experimento de psicologia, os pesquisadores estão estudando como as


mudanças na variável independente causam mudanças na variável
dependente. Uma maneira de ajudar a identificar a variável dependente é
lembrar que ela depende da variável independente.

Quando os pesquisadores fazem alterações na variável independente, em


seguida, vão medir quaisquer alterações resultantes na variável dependente.
Se um pesquisador estava investigando as influências de estudar nas notas
das provas, por exemplo, a quantidade de estudo seria a variável independente
e as notas das provas seriam a variável dependente. As notas das provas
variam de acordo com a quantidade de estudo antes das provas.

Observações sobre a variável dependente

Em muitos estudos e experimentos de psicologia, a variável dependente é


muitas vezes uma medida de certo aspecto do comportamento do participante.
Em um experimento que investiga como o sono afeta o desempenho em prova,
a variável dependente é o desempenho na prova. É uma medida do
comportamento dos participantes.

A variável independente é considerada independente porque os


experimentadores estão livres para variá-la como eles precisam. A variável
dependente é chamada dependente porque depende de alguma das variações
da variável independente.

Como os pesquisadores determinam o que será uma boa variável dependente?


Estabilidade é muitas vezes um bom sinal de qualidade de uma variável
dependente. Se o mesmo experimento é repetido com os mesmos
participantes, condições e manipulações experimentais, os efeitos sobre a
variável dependente devem ser muito próximos ao que eram na primeira vez.

Exemplos das variáveis dependentes na Psicologia

 Os investigadores querem descobrir se ouvir música clássica ajuda os


alunos a ganhar melhores notas em um exame de matemática. Neste
exemplo, as pontuações nos exames de matemática são a variável
dependente.
 Os pesquisadores estão interessados em ver quanto tempo as pessoas
levam para responder a diferentes sons. Neste exemplo, o comprimento
de tempo que os participantes levam para responder a um som é a
variável dependente.
 Os investigadores querem saber se primogênitos aprendem a falar em
uma idade menor do que as crianças nascidas depois. Neste exemplo, a
variável dependente é a idade em que a criança aprende a falar.
 Os pesquisadores estão interessados em investigar como o álcool
influencia tempos de reação durante a condução de veículos. A
quantidade de álcool que um participante ingere é a variável
independente, enquanto que o seu desempenho em um teste de
condução é a variável dependente.

Variável Independente

No método experimental em psicologia a variável independente é a


característica que é manipulada ou alterada.
Exemplo de variável independente na psicologia – método experimental

Por exemplo, em um experimento olhando para os efeitos de estudar em


resultados de prova, estudar seria a variável independente. Os pesquisadores
estão tentando determinar se mudar a variável independente (estudar) resulta
em alterações significativas na variável dependente (os resultados da prova).

Observações sobre a variável independente

“As variáveis independentes são selecionadas porque um experimentador


acredita que elas vão causar mudanças no comportamento. Aumentar a
intensidade de um tom deve aumentar a velocidade na qual as pessoas
reagem ao tom. Aumentar o número de pelotas dadas a um rato para
pressionar a barra deve aumentar a número de vezes que a barra é
pressionada. Quando uma mudança no nível (quantidade) de uma variável
independente provoca uma mudança de comportamento, podemos dizer que o
comportamento está sob o controle da variável independente”. (Kantowitz,
Roediger, e Elmes, 2009)

“É crucial que os grupos experimentais e os grupos de controle em um estudo


sejam muito semelhantes, exceto para o diferente tratamento que recebem
levando em conta a variável independente. Esta estipulação nos leva à lógica
que está subjacente ao método experimental. Se os dois grupos são iguais em
todos os aspectos exceto para a variação criada pela manipulação da variável
independente, quaisquer diferenças entre os dois grupos na variável
dependente deve ser devido à manipulação da variável independente.”
(Weiten, 2013)

Exemplos de variáveis independentes na Psicologia Experimental

 Um pesquisador quer determinar se a cor de um escritório tem qualquer


efeito sobre a produtividade do trabalhador. Numa experiência, um
grupo executa uma tarefa numa sala amarela, enquanto outro executa a
mesma tarefa em um quarto azul. Neste exemplo, a cor do escritório é a
variável independente.
 Os investigadores querem saber se ouvir música em ritmo acelerado
ajuda os corredores a ter melhor desempenho durante uma maratona.
Em um experimento, um grupo de corredores ouve música em ritmo
acelerado, enquanto outro grupo escuta música em ritmo lento. Neste
exemplo, o tipo de música que os corredores ouvem é a variável
independente.
 Os educadores estão interessados se participar de tutoria de
matemática pós-escola pode aumentar a pontuação em exames de
matemática padronizados. Em um experimento, um grupo de estudantes
frequenta uma sessão de tutoria após a escola duas vezes por semana,
enquanto outro grupo de estudantes não recebe esta assistência
adicional. Neste caso, a participação numa tutoria de matemática após a
escola é a variável independente.
 Pesquisadores querem determinar se um novo tipo de tratamento vai
levar a uma redução da ansiedade para os pacientes que sofrem de
fobia social. Numa experiência, alguns voluntários recebem o novo
tratamento, outro grupo recebe um tratamento diferente, e um terceiro
grupo não recebe qualquer tratamento. A variável independente neste
exemplo é o tipo de terapia.

Pesquisa qualitativa e quantitativa

As pesquisas qualitativas e quantitativas são métodos complementares de uma


investigação científica com o fim de apurar dados e opiniões.

São os dois tipos de abordagens de uma pesquisa e ambas são usadas


quando se deseja dados para analisar acontecimentos ou fenômenos sociais.

Qual a diferença entre pesquisa qualitativa e pesquisa quantitativa?

Como vimos, são dois diferentes métodos que fazem parte da pesquisa
científica e as diferenças entre elas se referem às abordagens utilizadas em
cada uma.

Enquanto a pesquisa quantitativa é estruturada para coletar dados estatísticos,


a pesquisa qualitativa recolhe informações que descrevem a investigação de
maneira mais abstrata.

Podem ser utilizadas em conjunto, já que a pesquisa qualitativa pode


apresentar informações que traduzam ou representem os dados numéricos
obtidos na pesquisa quantitativa.

Em termos simples, os dados quantitativos fornecem os números para provar


os amplos pontos gerais da pesquisa, enquanto os dados qualitativos trazem
os detalhes e a profundidade para entender suas implicações completas.

Ambas as pesquisas buscam coletar informações para uma investigação,


porém, seus métodos e estruturas são diferentes.

Abordagem qualitativa

Na abordagem qualitativa as respostas não são objetivas, os entrevistados têm


liberdade para responder às perguntas da forma como quiserem. Essa
abordagem possibilita mais aprofundamento na compreensão de um
determinado comportamento ou fenômeno.
Dessa forma, é possível obter informações que ajudem a interpretar os
mecanismos de funcionamento do que é pesquisado, compreender a razão dos
acontecimentos para perceber quais medidas podem ser aplicadas.

As pesquisas qualitativas são classificadas como menos estruturadas porque


buscam se aprofundar no tópico da investigação a fim de obter informações
sobre as motivações, pensamentos e atitudes das pessoas.

Método quantitativo

Já a pesquisa quantitativa é objetiva e trabalha com dados, números e


estatísticas que fornecem suporte para tirar conclusões gerais da pesquisa.

Por considerar o uso objetivo de dados e dar menos importância ao contexto, o


método apresenta resultados imediatos através da análise dos resultados
obtidos.

Veja o resumo das principais diferenças entre os conceitos e metodologias


utilizados na pesquisa qualitativa e na quantitativa:

Qualitativa X Quantitativa

Objetivo: Compreensão do comportamento humano a partir das perspectivas


do informante.

Descoberta de fatos sobre fenômenos ou comportamentos sociais.

Coleta de dados Os dados são coletados por meio de observação de


participantes e entrevistas, sem um método estruturado. Os dados são
coletados através de um fato mensurável e com um método objetivo e
estruturado.

Análise dos dados Os dados são analisados por temas descritos pelos
informantes. Os dados são analisados através de comparações numéricas e
conclusões estatísticas.

Resultados Os resultados são relatados na linguagem do entrevistado. Os


resultados são relatados através de análises de dados.

Pesquisa qualitativa

A pesquisa qualitativa é compreendida principalmente como um método


exploratório. É usada para compreender as razões, opiniões e motivações
implícitas nas respostas do tópico investigado.

Na prática, a pesquisa qualitativa ajuda a desenvolver ideias ou hipóteses para


as pesquisas quantitativas em potencial. Ela serve como uma compreensão
aprofundada dessas análises estatísticas.
Os métodos de coleta de dados qualitativos variam usando técnicas não
estruturadas ou semi estruturadas. Alguns métodos comuns incluem:

 grupos focais (discussões em grupo),


 entrevistas individuais,
 participação do entrevistado,
 apenas observações.

O tamanho da amostra geralmente é pequeno e os entrevistados são


selecionados para atender a uma determinada cota.

Pesquisa quantitativa

Já a pesquisa quantitativa é usada para quantificar o problema por meio de


dados numéricos ou dados que podem ser transformados em estatísticas
utilizáveis.

É usada, por exemplo, para quantificar atitudes, opiniões, comportamentos e


outras variáveis definidas, generalizando os resultados de uma amostra
populacional maior. Utiliza dados mensuráveis para formular fatos e descobrir
padrões na pesquisa.

Os métodos de coleta dos dados quantitativos são completamente estruturados


e possuem inúmeras formas de pesquisas: on-line, em papel, pesquisas
móveis e quiosques, entrevistas presenciais, entrevistas telefônicas, entre
outras.

Exemplos da estrutura de uma pesquisa qualitativa e quantitativa

A pesquisa qualitativa tem por objetivo coletar o maior número de informações


e detalhes de cada entrevistado.

Exemplo: a estrutura de uma pesquisa qualitativa se baseia em perguntas que


exigem respostas descritivas e detalhadas, com o intuito de coletar
informações específicas e pessoais.

Já a pesquisa quantitativa tem por objetivo coletar informações mais informais


ou menos detalhadas. Na maioria dos casos, a pesquisa quantitativa já traz
todas as respostas possíveis a serem escolhidas.

Exemplo: a estrutura de uma pesquisa objetiva consiste em perguntas de


múltipla escolha, em que o entrevistado responde de forma simples, rápida e
direta.

Quando usar pesquisas qualitativas e quantitativas?


As organizações, instituições e pesquisados escolhem utilizar a pesquisa
qualitativa ou quantitativa com base em seus objetivos de pesquisa.
Dependendo do tipo de informação desejada, quem produz ou solicita a
pesquisa precisa escolher qual categoria poderá trazer o resultado esperado.

Abaixo estão listados alguns exemplos de quando a pesquisa qualitativa ou


quantitativa deve ser utilizada:

 Para formular hipóteses: a pesquisa qualitativa ajuda a reunir


informações detalhadas sobre um tópico, podendo ser usada para iniciar
a pesquisa com o objetivo de descobrir os problemas ou oportunidades
em que as pessoas estão pensando. Essas ideias podem se tornar
hipóteses a serem comprovadas por meio de pesquisas quantitativas.
 Para validar hipóteses: a pesquisa quantitativa fornece números para os
quais pode-se aplicar a análise estatística para validar hipóteses,
desvendando se o problema é real ou apenas a percepção de alguém.
Os fatos concretos obtidos permitirão que as decisões sejam tomadas
com base em observações objetivas.
 Para encontrar respostas gerais: a pesquisa quantitativa geralmente tem
mais respondentes do que a pesquisa qualitativa, porque é mais fácil
conduzir uma pesquisa de múltipla escolha do que uma série de
entrevistas ou grupos focais. Ou seja, formular perguntas gerais, com
respostas simples, rápidas e diretas é potencialmente mais respondido
do que perguntas complexas, que exigem respostas detalhadas.
 Para incorporar o elemento humano: a pesquisa qualitativa também
pode ajudar nos estágios finais de um projeto de pesquisa. As citações
obtidas através das perguntas abertas podem colocar uma voz humana
nos números objetivos e nas tendências dos resultados, dando
respostas mais relevantes do que os dados quantitativos dariam.

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