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BIANCA MOREIRA LEAL FERNANDES

GIOVANA DE ALMEIDA TEIXEIRA

A INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ATIVIDADE DO GARIMPO

SOROCABA
2023
BIANCA MOREIRA LEAL FERNANDES
GIOVANA DE ALMEIDA TEIXEIRA

A INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ATIVIDADE DO GARIMPO

Trabalho de curso apresentado à Faculdade de


Direito de Sorocaba – FADI como requisito
parcial para obtenção do grau de bacharel em
Direito.
Orientadora: Prof.ª Bernardina Ferreira
Furtado Abrão
Linha de pesquisa: Política Pública Ambiental

SOROCABA
2023
FOLHA DE APROVAÇÃO

Trabalho de curso intitulado A intervenção do Estado na atividade do garimpo, de


autoria de Bianca Moreira Leal Fernandes e Giovana de Almeida Teixeira, sob orientação da
Profª. Drª. Bernardina Furtado Ferreira Abrão, apresentado à Faculdade de Direito de
Sorocaba – FADI para a obtenção do grau de bacharel em Direito, aprovado por:

_____________________________ _____________________________

Sorocaba, de de .
AGRADECIMENTOS

As autoras gostariam de agradecer a Prof.ª Dr.ª Bernardina Furtado Ferreira Abrão pela
orientação, paciência e dedicação ao transpassar seus conhecimentos, demonstrados no
decorrer de todo o processo de elaboração do presente trabalho. Agradecem também a
Faculdade de Direito de Sorocaba – FADI, na pessoa de seu diretor, Prof. Dr. Gustavo dos
Reis Gazzola, e ao Prof. Oswaldo Akamine Jr., pelo apoio durante a formulação deste trabalho
de curso.

Giovana de Almeida Teixeira também agradece Dr. José Luiz Silveira Teixeira, pelo
amor, suporte e dedicação durante toda sua trajetória do seu curso de graduação em Direito.
"A natureza pode suprir todas as necessidades do homem, menos a sua ganância."

Gandhi
RESUMO

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Palavras-chave: garimpo; mineração; meio ambiente; demarcação de terras


indígenas; Amazônia; marco temporal.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 08

1.1 Breve contexto histórico do garimpo no Brasil............................................. XX

1.2 Aspectos positivos e negativos da atividade garimpeira................................ XX

2. ASPECTOS CENTRAIS..............................................................................................XX

2.1 Papel do Estado brasileiro na fiscalização e regulamentação do garimpo......XX

2.2 Crimes correlacionados ao garimpo................................................................XX

3. DEMARCAÇÃO DAS TERRAS INDIGENAS..........................................................XX

4. TRAGÉDIA NAS TERRAS YANONAMIS................................................................XX

5. CONCLUSÃO..............................................................................................................XX

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................XX
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1. INTRODUÇÃO

1.1 Breve contexto histórico do garimpo no Brasil


O garimpo é a atividade de mineração, utilizada para a extração e exploração de
minérios naturais, recursos estes preciosos, como por exemplo o ouro, diamante, berilo,
quartzo e demais pedras preciosas. A extração destes minerais possui grande importância
econômica no mercado, já que estes recursos são caros e considerados fatores de riquezas ao
redor do mundo, diante de sua escassez e custos na extração, fatores que geram grande
especulação financeira em torno do extrativismo.

A atividade garimpeira possui raízes históricas no Brasil, visto que a extração de


minérios foi um dos principais motivos e impactos da colonização realizada pelos Portugueses
que ocorreu a partir da descoberta das terras brasileiras, aproximadamente nos Séculos XVI e
XVII. Inclusive, muitas cidades foram fundadas nas áreas utilizadas para atividade de
exploração de recursos naturais (Fernandes, 2017).

Há de se destacar que na época colonial, o extrativismo foi uma das atividades de


principal giro econômico do país. De acordo com Fernandes (2017):

Em 1720, foi instalada a primeira Casa de Fundição, onde o ouro era fundido,
tributado e transformado em barras. As formas mais comuns de arrecadação de
impostos eram o quinto (20% do metal extraído, o qual cabia à Coroa), a capitação
(imposto cobrado por cabeça de escravos maiores de 12 anos de idade) e a derrama
(cobrança de impostos atrasados ou extraordinários).

Entretanto, mesmo após a Independência do Brasil, a atividade não cessou totalmente,


visto que os recursos são almejados pela economia global. Além disso, a industrialização
crescente ao longo dos anos depende diretamente do uso de determinados recursos, que
muitas vezes não são encontrados com facilidade em quaisquer áreas do mundo, já que estes
são naturais, e sua origem está associada aos processos de transformação das rochas, que
formam camada externa da terra.

Atualmente, o extrativismo no Brasil cresce constantemente, majoritariamente nas


áreas do Nordeste, devido à alta demanda de recursos naturais concentrada na Amazônia
brasileira, sendo importante destacar que as áreas mais recrutadas pelo garimpo ilegal são as
terras indígenas, visto a sua vulnerabilidade de segurança e fiscalização, sem contar a
conservação dos recursos naturais feita pelos próprios indígenas através dos seus costumes e
culturas. Porém, é fato que embora ainda seja considerada uma atividade comum, vem sendo
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cada vez mais regulamentada, a fim de evitar os desgastes ambientais e reduzir os impactos
negativos causados pela extração.

1.2 Aspectos positivos e negativos da atividade garimpeira

2. ASPECTOS GERAIS

2.1 Papel do Estado brasileiro na fiscalização e regulamentação do garimpo

2.2 Crimes correlacionados ao garimpo


A exploração ilegal do garimpo traz consigo diversos comportamentos e condutas
ilícitas análogas a atividade, visto que a mesma, devido a sua ilegalidade, é pouco fiscalizada
e de origem gananciosa. Além dos crimes ambientais correlacionados ao extrativismo de
maneira irregular e indevida, as condutas vão de práticas ilícitas contra o patrimônio público
até o tráfico de pessoas.

Dentre os crimes ambientais mais recorrentes destaca-se a contaminação do solo e das


águas, bem como o assoreamento dos rios, que decorre da utilização do mercúrio como
elemento necessário para a extração dos minérios, e, se tratando de um metal pesado, o
elemento tóxico contamina o solo e a água, afetando a saúde da população e animais que
dependem destes recursos.

Diante da gravidade das consequências que decorrem desta substância tóxica, a mesma
não pode ser encontrada em qualquer lugar, pois seu uso e comercialização devem ser dotados
de fiscalização, motivo pelo qual entende-se que a aquisição do mercúrio é feita de maneira
irregular e ilegal. Segundo o MPF (2020, p. 174), “o uso da substância química recebeu
regramento em normativa própria: a Convenção de Minamata, incorporada ao Direito
Brasileiro pelo Decreto Presidencial n.º 9.740/2018”.

Quanto as demais condutas ilícitas que decorrem das organizações criminosas nos
ambientes de atividade do ilegal do garimpo, destaca-se a ligação com tráfico de drogas
através da lavagem de dinheiro, exploração trabalhista, exploração sexual de jovens indígenas
ou estrangeiras, e, consequentemente, o tráfico de pessoas.

Segundo Molina (2023, p. 21):


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Além das práticas propriamente criminosas, há outras práticas conexas


promotoras de violência no interior das terras indígenas, que funcionam
também como mecanismos na expansão da atividade garimpeira nestas
áreas. Entre elas destaca-se a cooptação de indígenas por empresários do
ramo, para facilitar a entrada e permanência nos territórios – conforme veio a
público, de maneira mais intensa, a partir da expansão dos garimpos na
Amazônia nos últimos três anos e em meio a diferentes operações da PF.
Diante da grande exploração de recursos como o ouro, que é considerado um grande
ativo financeiro, possuindo preço definido na bolsa de valores, o que gera um retorno
lucrativo aos garimpeiros, algumas facções utilizam deste poder econômico para a contratação
de trabalhadores e indígenas para a extração dos recursos em condições insalubres e jornadas
de trabalho análogas à escravidão, diante da falta de regulamentação.

Assim descreve o MPF (2020, p. 218):

Nos rincões da Amazônia, em especial nos garimpos, em regra o trabalho


análogo ao de escravo se apresenta da seguinte forma: quando o empregador
exige dos trabalhadores pagamento de gramas de ouro como condição para
poderem rescindir seus contratos de trabalho e deixar o garimpo, ou quando
uma cooperativa de garimpeiros é fraudulenta e serve de instrumento de
arregimentação de trabalhadores garimpeiros para inseri-los em minas, com
um meio ambiente de trabalho extremamente inseguro e insalubre,
colocando a vida desses trabalhadores em elevado risco permanente.
Em face do exposto, a falta de fiscalização e regularização da atividade garimpeira
gera não apenas os impactos ambientais que são prejudiciais para a coletividade, mas abrange
espaço para diversas condutas que ferem a dignidade humana individual de diversas pessoas e
etnias, demonstrando assim a importância da participação do Estado e da justiça perante o
tema, não só para a responsabilização dos autores das condutas ilícitas como também para a
prevenção.

3. DEMARCAÇÃO DAS TERRAS INDÍGENAS

A terra indígena (TI), conforme estabelece o artigo 231 da Constituição Federal de


1988, é uma área demarcada e protegida destinada à posse em caráter permanente e para
usufruto exclusivo da população indígena, a qual tem direitos originários sobre as terras que
tradicionalmente ocupam (Brasil, 1988).

Para Abrão, P., (2022, p. 1255):

[…] reconhecer os direitos originários importa em tratá-los como anteriores à


criação do próprio Estado. Evidente que nenhuma dificuldade há nisso, na medida
em que os índios foram os primeiros habitantes ou ocupantes do Brasil, antes da
chegada dos colonizadores. Assim, o direito dos índios sobre as terras que
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tradicionalmente ocupam existe independentemente de qualquer reconhecimento do


Poder Público.

Continua Abrão, P. (2023, 1256):

[...] o direito dos índios sobre as terras que tradicionalmente ocupam é originário e,
por isso, anterior à formação do Estado brasileiro. Um aspecto se torna importante
ao verificarmos que o conceito de terra indígena é elevado, além dos outros direitos
previstos, ao status constitucional. Importante verificar que a presença dos
elementos elencados no parágrafo para reconhecimento da terra indígena deve ser
examinada conforme os usos, costumes e tradições indígenas. Isso quer dizer que o
direito à terra se legítima independentemente de qualquer ação ou ato do Poder
Público, por ser direito subjetivo, dependendo tão só de ato declaratório do Estado,
cuja função será determinar extensão da terra para legitimar e assegurar efetividade
das previsões constitucionais: a demarcação.

A demarcação das TIs é um direito constitucional e compete à União demarcá-las,


sendo a demarcação um processo fundamental para a preservação da cultura, tradições,
recursos naturais e formas de organização social dos povos indígenas (FUNAI, 2021).

O processo de demarcação das TIs, regulamentado pelo Decreto n.º 1775/96, é o meio
administrativo pelo qual é identificado e delimitado o território tradicionalmente ocupado pela
população indígena. O Decreto n.º 1775/96 estabelece as fases do procedimento demarcatório
e designa a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) como a responsável por conduzir os
estudos e levantamentos necessários para identificar e delimitar as terras tradicionalmente
ocupadas pelos povos indígenas. O processo envolve consulta às comunidades afetadas e
estudos técnicos, antropológicos e ambientais (FUNAI, 2023).

Além disso, o decreto define os critérios e procedimentos para a demarcação,


estabelecendo que as terras demarcadas são de posse permanente e exclusiva dos povos
indígenas, vedando qualquer forma de exploração mineral, agrícola ou pecuária que possa
prejudicar seus modos de vida e meio ambiente.

O Decreto n.º 1775/96 e a Lei 6.001 (Estatuto do Índio) tem sido objeto de debates e
controvérsias, especialmente no que diz respeito aos interesses econômicos, ambientais e
territoriais envolvidos nas demarcações de TIs no Brasil, tendo em vista a tese do marco
temporal que esteve em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) no ano de 2023.

A tese do marco temporal consiste em uma interpretação legal segundo a qual os


povos indígenas têm direito apenas às terras que estavam ocupando ou reivindicando até a
data em que a Constituição Federal foi promulgada, em 5 de outubro de 1988. Essa tese
surgiu em 2009, em parecer da Advocacia Geral da União (AGU) sobre a demarcação da
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Reserva Raposa-Serra do Sol, em Roraima, no julgamento da petição 3.388/RR, quando esse


critério foi usado (Câmara dos Deputados, 2023).

O conceito do Marco Temporal teve início com o Projeto de Lei 490/2007, suscitado
pelo então deputado Homero Pereira (PR - MT), o qual transfere a competência para realizar
as demarcações das terras indígenas do Poder Executivo ao Legislativo.

Conforme Held e Botelho (2017, p. 393):

A tese do marco temporal é um exemplo de medida colonial e inconstitucional que


se chancelada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ou transformada em lei pelo
Congresso Nacional reforçará práticas epistémicas, ontológicas e de poder que
negam a diversidade cultural amplamente defendida pela Constituição Federal.
Estabelecer uma data constitucional para reconhecer a terra étnica que não seja
respeitando a peculiaridade histórica de expropriação destes seres humanos é
cometer, por parte do Estado, mais uma de suas muitas injustiças contra indígenas e
negros.

Atualmente o Projeto de Lei 490/2007 converteu-se Lei

4. TRAGÉDIA NAS TERRAS YANONAMIS

5. CONCLUSÃO

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRÃO, Paulo de Tarso Siqueira. Capítulo VIII: dos índios. In: MELO, Adriana Zawada, et
al. Constituição Federal interpretada, artigo por artigo, parágrafo por parágrafo. 13. ed.
São Paulo: Manole, 2022.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.


Brasília, DF: Presidência da República, [2023]. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 11 set. 2023.

CÂMARA DOS DEPUTADOS. O que é marco temporal e quais são os argumentos


favoráveis e contrários. 2023. Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/966618-o-
que-e-marco-temporal-e-quais-os-argumentos-favoraveis-e-contrários. Acesso em: 25 set.
2023.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. Rio de Janeiro: Forense.


FERNANDES, Fernando Roque. Corrida do ouro. [S. l.], 2017. Disponível em:
https://www.infoescola.com/brasil-colonia/corrida-do-ouro. Acesso em: 31 ago. 2023.
FREITAS, Vladimir Passos de; FREITAS, Gilberto Passos de. Crimes contra a natureza. 9.
ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.
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FUNAI. Demarcação. [S. l.], 10 mar. 2021. Disponível em:


https://www.gov.br/funai/pt-br/atuacao/terras-indigenas/demarcacao-de-terras-indigenas.
Acesso em: 12 set. 2023.

HELD, Thaisa Maira Rodrigues; BOTELHO, Tiago Resende. A colonialidade e a


inconstitucionalidade do marco temporal em face do direito ao território étnico indígena
e quilombola. In: RODRIGUES, Nina Tricia Disconzi; SPAREMBERGER, Raquel Fabiana
Lopes; CALGARO, Cleide. Direito Constitucional Ecológico. 1. ed. Porto Alegre, RS: Fi,
2017. p. 391-418. Disponível em:
https://www.editorafi.org/_files/ugd/48d206_b9a670b425c44fd3a603ce352c933958.pdf.
Acesso em: 26 set. 2023.

MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 26. ed. São Paulo:
Juspodivm, 2018.

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. Mineração ilegal de ouro na Amazônia: marcos


jurídicos e questões controversas. Brasília: MPF, 2020.

MOLINA, Luísa Pontes. Terra rasgada: como avança o garimpo na Amazônia brasileira.
Brasília: Aliança em Defesa dos Territórios, 2023.

MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Curso de direito administrativo: parte


introdutória, parte geral e parte especial. Rio de Janeiro: Forense.

RODRIGUES, Marcelo Abelha; LENZA, Pedro. Direito ambiental esquematizado. 8. ed.


São Paulo: Saraiva Jur, 2021.

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