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REÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO ABERTA E À DISTÂNCIA

CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O ENSINO


PRIMÁRIO

Módulo 1 de: Metodologia de Ensino de


Educação Visual e Ofícios

Moçambique
Ficha Técnica

República de Moçambique

Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano

Instituto de Educação Aberta e à Distância

Módulo 1 de: Metodologia de Ensino de Educação Visual e Ofícios


Conteudista: Julião Bernardo Bambo

Revisor Instrucional:
Revisor Científico:
Revisor Linguístico:
Ilustrador:
Maquetizador:

Organização:
Edição:
©Todos os direitos reservados ao Instituto de Educação Aberta e à Distância

Maputo-Moçambique, 2019

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Índice
Introdução ao Módulo de Metodologia de Educação Visual e Ofícios ..................................... 4
Visão Geral dos Conteúdos ........................................................................................................ 5
Recomendações para o estudo ................................................................................................... 5
Unidade no 1 Metodologia de Ensino de Educação Visual e Ofícios ........................................ 7
Lição no 1 Introdução à Metodologia de Ensino de Educação Visual e Ofícios .................... 8
Lição no 2 Planificação Didáctica ........................................................................................ 14
Lição no 3 Métodos e técnicas de Ensino ............................................................................. 20
Lição no 4 Funções Didácticas e Meios de Ensino............................................................... 26
Lição no 5 Avaliação ............................................................................................................ 29
Unidade no 2 Etapas de desenvolvimento gráfico da criança .................................................. 36
Lição no1 Etapas de Desenvolvimento Gráfico da Criança ................................................. 37
Lição no 2 Fases de desenvolvimento gráfico infantil e suas características segundo
Lowenfeld e Luket ............................................................................................................... 40
Lição no3 Fases de desenvolvimento gráfico infantil segundo Jean Piaget ......................... 44
Unidade no 3 Desenho Artístico ............................................................................................... 49
Lição no 1 Formas de expressão e comunicação visual ....................................................... 50
Lição no 2 Tipos de desenho artístico................................................................................... 54
Unidade no 4 Cor e pintura....................................................................................................... 60
Lição no 1 Introdução a cor e pintura ................................................................................... 61
Lição no 2 Mistura de cores .................................................................................................. 65
Unidade no 5 Impressão e estampagem ................................................................................... 73
Lição no 1 Impressão e estampagem .................................................................................... 73
Lição no 2 Produção de carimbos e composições ................................................................ 77
Unidade no 6 Cartaz ................................................................................................................. 81
Lição no 1 Tipos de cartaz .................................................................................................... 81
Lição no 2 Elementos do cartaz ............................................................................................ 83
Lição no 3 Etapas de elaboração do cartaz ........................................................................... 86
Unidade no 7 Banda Desenhada ............................................................................................... 89
Lição no 1 Banda desenhada................................................................................................. 90
Lição no 2 Elementos gráficos e gramaticais da banda desenhada - Planos ........................ 92

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Introdução ao Módulo de Metodologia de Educação Visual e Ofícios

Caro professor, seja bem-vindo ao módulo 1 de Metodologia de Educação Visual e Ofícios,


espera-se que com este módulo o ajude a aperfeiçoar as suas habilidades didáctico-
metodológicas com vista a melhorar a qualidade de ensino tendo em conta que o aluno é o
centro e sujeito da sua própria aprendizagem. Sendo assim, de uma forma problematizada
abordar-se-ão conteúdos de natureza teórica, prática e metodológica, com a finalidade de
proporcionar-lhe mais subsídios para orientar os alunos do ensino primário na aquisição e
desenvolvimento de habilidades de trabalhos manuais e artísticas.

No entanto, no nosso quotidiano enquanto professores destas áreas constatamos que estamos
longe de fazer uma abordagem coerente, flexível e de acordo com uma pedagogia onde se
reconheça a importância e o valor das artes, e da sua partilha, focamo-nos, muitas vezes, no
ensino mais técnico, na repetição de trabalhos e áreas de exploração, muitas delas não são
aceites nem compreendidas pelos alunos deste nível etário, como é geralmente, por uma
deficiente abordagem, nem sempre se proporciona aos alunos, a possibilidade de se
expressarem livremente e de trabalharem com prazer.

Como tal, é necessário reformular as nossas práticas no sentido de levar o aluno a descobrir e
desenvolver o seu potencial em ofícios e conduzi-lo a vivenciar os fenómenos visuais,
fazendo, aprendendo a olhar, participando criativamente, através dos seus trabalhos,
revelando, naturalmente, os seus sentimentos e expressões.

Devemos levar o aluno a desenvolver o seu potencial e fortalecer sua sensibilidade artística,
reconhecer o valor das artes visuais, ter autoestima e capacidade de comunicação, de acordo
com os estádios de desenvolvimento gráfico, para uma melhor abordagem do currículo e das
competências a atingir.

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Visão Geral dos Conteúdos

Metodologia de Ensino de Educação Visual e Ofícios

Unidade Tema Tempo

I Metodologia de Ensino de Educação Visual e Ofícios 10

II Etapas de desenvolvimento gráfico da criança 6

III Desenho artístico 4

IV Cor e Pintura 4

IV Impressão/Estampagem 4

VI Cartaz 6

VII A Banda desenhada 4

Total 38

Para o estudo deste módulo você deverá despender 38 horas.

Recomendações para o estudo

Estimado professor, procure reservar no mínimo 2 (duas) horas de estudo por dia e use ao
máximo o tempo disponível nos finais de semana. Lembre-se que é necessário elaborar um
plano de estudo individual, que inclui a data, o dia, a hora, o que estudar e com quem estudar
(sozinho, com colegas, outros).

Reserve os finais de semana e os tempos livres para leitura, pesquisas e resolução das
actividades propostas. Promova debates no seio dos colegas da mesma ou de outras escolas
que tem mais contacto com eles.

O teu sucesso depende da sua entrega, você é responsável pela sua aprendizagem e cabe a si,
planificar, organizar, gerir, controlar e avaliar o seu progresso.

Desejo-lhe bons estudos – “Evite o plágio”

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Ícones

O módulo é composto por ícones que servem para guia-lo durante o seu estudo e facilitar a
interação e a sequência dos conteúdos.

Actividades de avaliação

As actividades de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada lição e unidade.
Sempre que necessário, tem alguns subsídios que lhe ajudarão a desenvolver as actividades,
assim como instruções para as completar – chaves de correção.

Bibliografia

Para aprender mais, apresentamos uma lista de fontes adicionais que podem incluir livros,
artigos ou sites da internet para você explorar.

1. Demonstra domínio metodológico de Ensino Aprendizagem de Educação Visual e ofícios;


2. Planifica e medeia o processo de ensino-aprendizagem de modo criativo, reflexivo e
autónomo;
3. Menciona e defende a contribuição das disciplinas de Educação Visual e de Ofícios na
formação integral do indivíduo;
4. Reconhece a importância das etapas gráficas no processo de ensino e aprendizagem de
Educação Visual e Ofícios;
5. Aplica métodos de ensino adequados às etapas de desenvolvimento gráfico da criança;
6. Planifica actividades ligadas ao meio ambiente e ensaia métodos de avaliação contínua do
progresso do aluno;
7. Descreve a importância do desenho artístico no ensino primário.
8. Produz bandas desenhadas que respeitam os princípios de interdisciplinaridade e
transversalidade;
9. Aplica as diferentes técnicas de pintura em telas individuais e em painéis colectivos;
10. Faz composições em papel, tecido, utilizando várias técnicas de impressão e estampagem;
11. Cria cartazes ilustrando temas de outras áreas disciplinares e questões transversais.

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Unidade no 1

Metodologia de Ensino de Educação Visual e Ofícios

Duração da Unidade: 10 Horas

Caro professor recomendamos que dedique pelo menos metade do tempo na leitura
do texto e a outra metade na realização de experiências tendo como base as metodologias
propostas nesta unidade temática, as actividades devem constituir um momento de colocar
em prática o que tiver lido e utilize jogos e dramatizações durante o processo de ensino-
aprendizagem, sem se esquecer de reservar um tempo para seleção e produção de material
didáctico imprescindível para as aulas.

Introdução da Unidade Temática:

Estimado professor, nesta unidade temática incide o cerne da nossa actividade docente sendo
assim traremos algumas sugestões metodológicas práticas para o ensino de Educação Visual e
Ofícios, de modo a abandonar algumas práticas rotineiras e repetitivas, que não permitem que
o aluno seja sujeito de sua própria aprendizagem ou simplesmente substituir essas aulas por
outras como de matemática e língua portuguesa e ainda em outros locais os professores
simplesmente orientam os trabalhos práticos para os alunos fazerem em casa ao invés de
capitalizar o tempo proposto para a aula para um trabalho colaborativo junto com os alunos
ou convidar um profissional experiente na comunidade ou visitar a sua oficina para
proporcionar uma aprendizagem mais efectiva aos alunos.

Aprender didáctica ou metodologia de ensino, significa desenvolver a capacidade de


questionamento e de experimentação sobre esses procedimentos, aprender a refletir ao
escolher entre as diversas alternativas de desenvolvimento da actividade docente.

Nesse contexto na preocupação pela melhoria da qualidade de ensino, um dos desafios é a


investigação das metodologias a utilizar no processo de ensino-aprendizagem. Mais adiante
destacar-se-á a importância da planificação didáctica.

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1. Demonstra domínio metodológico de Ensino Aprendizagem de Educação Visual e
ofícios;
2. Planifica e medeia o processo de ensino-aprendizagem de modo criativo, reflexivo e
autónomo;
3. Menciona e defende a contribuição das disciplinas de Educação Visual e de Ofícios
na formação integral do indivíduo;

Lição no 1

Introdução à Metodologia de Ensino de Educação Visual e Ofícios

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

Introdução da Lição:
Prezado professor, nesta lição nos preocuparemos em abordar aspectos ligados à metodologia
de ensino desta cadeira curricular, com o principal enfoque ao ensino participativo centrado
no aluno tendo em conta que o propósito da educação é de cultivar competências intelectuais
e práticas dos alunos. Deste modo como professor deve-se cingir dessas técnicas de ensino
para transformar o aluno em sujeito responsável pela sua própria aprendizagem tornando-se
um professor que facilita o processo de ensino.

Aspectos Conceituais
Antes de aprofundar esta lição vamos definir alguns conceitos básicos:

Educação Visual e Ofícios

Na verdade este módulo é composto por duas disciplinas, nomeadamente:

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1. Educação Visual – disciplina prática que visa desenvolver nos alunos a destreza
manual, através de diferentes técnicas de expressão artística, o sentido de organização
dos espaços físicos e pictóricos, de estética e gosto pelo belo e o uso da imagem para
comunicar.
2. Ofícios – prática disciplina que se dedica a produção de artefactos ou seja objectos
que podem ser de natureza utilitária, lúdica ou decorativa e desenvolver nos alunos a
destreza manual.

Educação

É um processo pelo qual a sociedade prepara seus membros para garantir a sua “continuidade
e o seu desenvolvimento”. Trata-se de um “processo dinâmico” que busca, continuamente, as
melhores estratégias para responder aos novos desafios de continuidade, transformação e
desenvolvimento que a sociedade impõe. (INDE, 2003).

Sendo assim podemos concluir que a educação tem um “princípio de transferências


culturais,” para que as pessoas se adaptem à capacidade de desenvolver suas potencialidades,
e como resultado evolução da sociedade

Ensino

É uma acção sistemática e organizada pela qual o professor, por meio de métodos adequados,
orienta a aprendizagem dos alunos. Assim, a didática não pode tratar do ensino sem
considerar simultaneamente a aprendizagem, na verdade o ensino visa a aprendizagem.

Ensinar é a atividade que tem por finalidade que o outro obtenha o conhecimento. Para que se
tenha um ensino de forma que realmente agregue valor é preciso que o estimado professor
como sendo mediador do ensino-aprendizagem utilize de métodos e técnicas adequadas que
tenham base não apenas no contexto geral como o local.

Aprendizagem

Num primeiro momento, poderíamos descrever a aprendizagem como sendo “um processo de
aquisição e assimilação, mais ou menos consciente, de novos padrões e formas de perceber,
ser, pensar e agir.” (SCHMITZ, 1982, p. 53).

Mas a aprendizagem não é apenas um processo de aquisição de conhecimentos, conteúdos ou


informações. Estes devem passar por um processo complexo que vise transformar as
informações recebidas, dando-lhes um caráter significativo para a vida das pessoas.

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É importante observar, com relação aos tipos de aprendizagem, que não se aprende uma só
coisa de cada vez, mas várias.

Segundo Claudino Piletti (2010, p.32), os tipos de aprendizagem são:

1. Aprendizagem Motora - consiste na aprendizagem de habilidades motoras, verbais e


gráficas;
2. Aprendizagem Cognitiva - abrange a aquisição de informações e conhecimentos;
3. Aprendizagem afetiva ou emocional- diz respeito aos sentimentos e emoções, sinais
internos ao indivíduo, experiências como prazer, dor, satisfação ou descontentamento,
alegria ou ansiedade.

No processo de ensino-aprendizagem o aluno é, ao mesmo tempo, objeto, sujeito e construtor


do processo, enquanto o professor é o estimulador, orientador e facilitador, ou seja, é ele
quem deve criar as condições para que o aluno adquira conhecimento e compreensão dos
fatos.

Importância de Educação Visual e Ofícios

Estas duas disciplinas têm um papel fundamental no desenvolvimento intelectual da criança e


na aquisição de competências, assentam-se nos quatro pilares do conhecimento que são:
Aprender a conhecer, Aprender a fazer, Aprender a viver juntos e Aprender a ser. Equipando
o aluno de conhecimentos habilidades e atitudes no desenvolvimento das suas bases
psicológicas e intelectuais para trabalhos manuais e no uso da imagem como um meio de
comunicação visual.

Características gerais da aula de Educação Visual e Ofícios

Os princípios básicos do ensino

Prezado professor os princípios básicos do ensino são aspectos gerais do processo de ensino
que expressam os fundamentos teóricos de orientação do trabalho docente. Os princípios do
ensino levam em conta à natureza da prática educativa escolar numa determinada sociedade,
as características do processo de conhecimento, as peculiaridades metodológicas das matérias
e suas manifestações concretas na prática docente, as relações entre o ensino e o
desenvolvimento dos alunos, as peculiaridades psicológicas de aprendizagem e
desenvolvimento conforme idades. As exigências práticas da sala de aula requerem algumas
indicações que orientam a atividade consciente dos professores no rumo dos objetivos gerais
e específicos do ensino.

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Ter carácter científico sistemático

Os conteúdos de ensino devem estar em correspondência com os conhecimentos científicos


actuais e com os métodos de investigação próprios de cada matéria.

Recomenda ao professor:

Buscar explicação científica de cada conteúdo da matéria;


Orientar o estudo independente dos alunos na utilização dos métodos científicos da
matéria;
Certificar da consolidação da matéria anterior por parte dos alunos, antes de introduzir
a matéria nova;
Assegurar no plano de na aula a sequência entre os conceitos e as habilidades;
Assegurar a unidade entre os resultados de aprendizagem-conteúdos-métodos;
Organizar as aulas de modo que sejam evidenciadas as inter-relações entre os
conhecimentos da matéria de outras disciplinas;
Aproveitar, em todos os momentos, as possibilidades educativas da matéria no sentido
de formar atitudes e convicções.

Ser compreensível e possível de ser assimilado

 O grau de dificuldades no processo de ensino, deve ter em conta a superação do que o


aluno já sabe e os resultados a serem alcançados;
 Diagnóstico periódico do nível de conhecimentos e desenvolvimentos dos alunos;
 Análise sistemática da correspondência entre o volume de conhecimentos e as
condições concretas do grupo de alunos;
 Aprimoramento e atualização, por parte do professor, nos conteúdos da matéria que
leciona como condição de torná-los compreensíveis e assimiláveis pelos alunos.

Assegurar a relação conhecimento-prática

 Estabelecer, sistematicamente, vínculos entre os conteúdos escolares, as experiências


e os problemas da vida prática;
 Exigir dos alunos que fundamentem, com o conhecimento sistematizado, aquilo que
realizam na prática;
 Mostrar como os conhecimentos de hoje são resultado da experiência das gerações
anteriores em atender necessidades práticas da humanidade e como servem para criar
novos conhecimentos para novos problemas.

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Assentar-se na unidade ensino-aprendizagem

 Esclarecer aos alunos sobre o objetivo da aula e sobre a importância de novos


conhecimentos para a sequência dos estudos, ou para atender necessidades futuras;
 Destacar a diferença entre ideias e experiências que os alunos possuem (sobre um fato
ou objeto de estudo) e o conhecimento científico sobre esse fato ou objeto de estudo;
 Criar condições didácticas nas quais os alunos possam compreender e assimilação
conceitos e habilidades (explicar como resolver um problema, tirar conclusões sobre
dados da realidade, fundamentar uma opinião seguir regras para desempenhar uma
tarefa);
 Estimular os alunos a expor e defender pontos de vistas, conclusões sobre uma
observação ou experimento e a confrontá-los com outras opiniões;
 Formular perguntas ou propor tarefas que requeiram a exercitação do pensamento e
solução criativa;
 Criar situações didáticas (discussões, exercícios, provas, conversação dirigida etc.) em
que os alunos possam aplicar conteúdos a situações novas ou a problemas do meio social;
 Desenvolver formas didáticas variadas de aplicação do método de solução de
problemas.

Garantir a solidez dos conhecimentos

 Este princípio se apoia na afirmação de que o desenvolvimento das capacidades


mentais e modos de ação é o principal objetivo do processo de ensino de que é alcançado
no próprio processo de assimilação de conhecimentos, habilidades e hábitos;
 Esse princípio exige do estimado professor frequente recapitulação da matéria,
exercícios de fixação, tarefas individualizadas a alunos que apresentem dificuldades e
sistematização dos conceitos básicos da matéria.

Vincular trabalho coletivo com particularidade individuais dos alunos

O trabalho docente deve ser organizado e orientado para educar a todos os alunos da classe.
Como professor deve empenhar-se para que os alunos aprendam a comporta-se tendo em
vista o interesse de todos, ao mesmo tempo em que presta atenção às diferenças individuais e
as peculiaridades de aproveitamento escolar.

Para isso, podem ser adotadas as seguintes medidas:

o Explicar com clareza os objetivos da atividade docente, as expectativas em relação


aos resultados esperados e as tarefas em que os alunos estarão envolvidos;
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o Desenvolver um ritmo de trabalho de acordo com o nível de exigências que se pode
fazer para o grupo de alunos;
o Prevenir a influência de particularidades desfavoráveis ao trabalho escolar (colocar
nas primeiras carteiras os alunos com problemas de visão ou audição dirigir-se com mais
frequência a alunos distraídos, dar mais detalhes de uma tarefa a alunos mais lentos);
o Considerar que a capacidade de assimilação da matéria, a motivação para o estudo e
os critérios de valorização das coisas não são iguais para todos os alunos: tais
particularidades requerem uma atenção especial do professor a fim de colocar alunos
isolados em condições de participar no coletivo.

Dada a natureza prática desta disciplina, as suas Unidades Temáticas são basicamente
técnicas, cujos passos do seu desenvolvimento são, nomeadamente:

• Recorrer a metodologias activas e participativas durante o processo de ensino-


aprendizagem;
• Mostrar resultados da aplicação da técnica, como forma de motivar e inspirar os
alunos;
• Produzir material didáctico para facilitar o processo de ensino-aprendizagem;
• Orientar aos alunos a prepararem as ferramentas/instrumentos para o desenvolvimento
das técnicas de trabalho com diversos materiais;
• Organizar o material, natural, artificial ou artesanal necessário para aula;
• Explicar os passos da execução das técnicas;
• Acompanhar os alunos na execução das técnicas;
• Fazer a auto-avaliação tendo em conta a assimilação dos conteúdos;
• Identificar os aspectos a melhorar no processo de ensino-aprendizagem;
• Fazer a análise reflexiva das aulas junto com outros colegas;
• Orientar análises, em grupos, dos trabalhos individuais;
• Realizar visitas de estudo;
• Organizar exposições dos trabalhos.

1. Qual é o objecto de estudo da educação Visual e Ofícios?


2. Explique por suas palavras o conceito “Educação”.
3. O que é ensinar?

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4. Que diferença existente entre o educação e o ensino?
5. Explique qual é a relação existente entre o “ensino e a aprendizagem”.
6. Descreva os tipos de aprendizagem definidos por Claudino Piletti.
7. Caracterize uma aula de educação Visual e Ofícios.

Leia atentamente o texto e faça pesquisas adicionais sobre os tópicos, use a sua experiência e
dos seus colegas no processo de ensino-aprendizagem, promova debates em sua escola e
responda as questões acima colocadas.

Lição no 2

Planificação Didáctica

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

Introdução da Lição

Segundo certo proverbio: “para cortar facilmente uma árvore, gaste o dobro do tempo
afiando o machado”. Caro professor, é comum perguntar qual é a relação existente entre a
planificação e cortar uma árvore? Nesta lição destacar-se-á a importância de uma boa
preparação didáctica para o alcance de bons resultados, nesse sentido daremos destaque aos
elementos fundamentais do plano de aula sem deixar de lado o principal interveniente do
processo de ensino-aprendizagem, o aluno.

Planificação didáctica

Processo de previsão, racionalização, organização e coordenação das acções e procedimentos


que o professor vai realizar junto a seus alunos com vista a alcançar um determinado
resultado ou seja aprendizagem dos alunos.

Importância da planificação didáctica

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Na introdução desta lição destacamos a importância de uma boa preparação para obter bons
resultados através de um provérbio popular. Nesse sentido para obter bons resultados no
processo de ensino-aprendizagem destaca-se um aspecto fundamental que faz parte da
preparação que é a planificação.

Importância da planificação para o aluno

 Saberá o que está a fazer, porquê e para quê;


 Adquirirá hábitos de organização (apercebe-se da organização do trabalho do
professor);
 Intervirá activamente na realização do trabalho, reflectirá, discutirá, proporá soluções,
e formulará com o professor o trabalho programado;
 Terá consciência do seu próprio progresso;
 Auto avaliar-se-á comparando o que realiza e o que estava programado realizar.

Importância da planificação para o professor

 Serve de guia orientador do trabalho do professor em função do papel formativo da


disciplina.
 Garante melhor motivação dos alunos;
 Permite conduzir cientificamente a aula;
 Ajuda a obter bons resultados;
 Elimina a improvisação;
 Ajuda a escolher as estratégias;
 Economiza tempo;
 Permite manter uma sequência lógica na aula;
 Facilita o domínio do conteúdo.

Tipos de planificação

Ao iniciar um ano lectivo, é importante que tenha uma perspectiva abrangente sobre o
processo ensino-aprendizagem a desenvolver ao longo do ano, no que diz respeito à sua
disciplina e de outras consideradas partes integrantes da acção educativa.

Para isso, antes do início das aulas a primeira preocupação do estimado professor deve
consistir em delimitar globalmente a acção a ser empreendida ao longo do trimestre, isto é,
elaborar a planificação a longo prazo.

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Antes do início do ano lectivo e durante o seu desenrolar, é necessário elaborar planos a
médio prazo correspondentes a cada unidade de aprendizagem considerada no plano a longo
prazo. Por exemplo, os planos mensais e quinzenais.

Durante o ano lectivo é necessário elaborar planos a curto prazo de pequena amplitude
correspondentes às acções diárias – plano de aula, que vão concretizar os diferentes
conteúdos dos planos a médio prazo.

Elementos do plano de aula

Para entender a planificação didáctica é necessário que façamos algumas questões.

 Para que fim este trabalho será realizado esta actividade? [Objectivos] - definir
objetivos educacionais adequados aos alunos;
 Que assuntos se pretendem aprender/estudar em ofícios e educação visual?
[conteúdos] - selecionar e estruturar conteúdos a serem assimilados;
 Para quem estamos a organizar/planificar o trabalho/actividade da disciplina de
ofícios e educação visual? [sujeito da aprendizagem = aluno] - analisar as
características (aspirações, necessidades e possibilidades) dos alunos;
 Como é que esta actividade será realizada de quanto necessita? [métodos] - prever e
organizar os procedimentos do professor e escolher recursos didáticos adequados para
estimular a participação dos alunos;
 Em que medida foi/será conseguida esta actividade [meios de avaliação] - prever
procedimentos de avaliação e refletir sobre recursos disponíveis conducentes às metas
propostas.
Para planificar uma aula é necessário seguir algumas etapas que são:

1ª Etapa

i. Estudo prévio do programa, do livro de texto (se existir) e das bibliografias afins;
ii. Análise das sugestões metodológicas correspondentes as unidades.

2ª Etapa

i. Determinação dos objectivos da aula;


ii. Organização do conteúdo;
iii. Preparação metodológica: métodos e meios de ensino;
iv. Formas de avaliação;
v. Distribuição do tempo.

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3a Etapa

i. O número de alunos;
ii. As condições físicas da instituição;
iii. Os recursos disponíveis;
iv. As possíveis estratégias de inovação;
v. As expectativas dos alunos;
vi. O nível intelectual;
vii. A realidade sociocultural do aluno.

Objetivos

Devem ser definidos de acordo com o que o aluno deve ser capaz de saber, fazer, sentir etc.,
no final da aula. Alguns professores escrevem objetivos sobre o que eles farão na aula, mas
isso é errado, o objetivo é de levar o aluno a aprendizagem ou seja o objectivo é do aluno.
Nem toda aula incluirá os aspectos do saber, sentir e fazer (objetivos cognitivos, afetivos ou
ativos) o professor deve sempre verificar o impacto da aula nessas três categorias gerais. Os
objetivos devem ser mensuráveis, alcançáveis, específicos, práticos e breves.

A classificação proposta por Bloom dividiu as possibilidades de aprendizagem em três


grandes domínios:

a) O cognitivo: abarca a aprendizagem intelectual;


b) O afectivo: circunscreve os aspectos de sensibilização e valores;
c) O psicomotor: abrange as habilidades de execução de tarefas que envolvem o
organismo muscular.

Na hierarquia de Bloom, o domínio cognitivo é dividido em cinco níveis:

Niveis de Bloom

Trata-se de níveis a serem alcançados de acordo com a aprendizagem. Cada nível apresenta
suas características fundamentais:

1. Conhecimento – é atingido quando o aluno passa a ter conhecimento de determinado


assunto. Neste nível, o máximo que o professor deve cobrar em termos de avaliação é
que o aluno responda as questões com as palavras do autor ou do professor.
2. Compreensão - é atingida quando o professor trabalha por tempo suficiente para
proporcionar entendimento real sobre o assunto. Como professor pode solicitar aos
alunos que respondam aos questionamentos com suas próprias palavras.

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3. Aplicação – se caracteriza pela apresentação de uma situação problema e a requisição
aos alunos que apliquem sua compreensão sobre o assunto para dar solução ao
problema.
4. Análise – é atingida quando os alunos são preparados suficientemente para desdobrar
o assunto em partes e, de modo a proporcionar o entendimento detalhado.
5. Síntese – é atingida quando o aluno está apto a sintetizar o conhecimento de modo a,
após o entendimento de cada uma das partes que compõe o assunto, adquirirem
entendimento do todo.
6. Avaliação – é o último nível, a ser atingido quando o aluno, após passar por todos os
demais, estiver apto a avaliar a importância do assunto para sua vida e para a
sociedade.

Os conteúdos

São entendidos como um conjunto de assuntos que compõem determinada matéria ou a


relação de temas a serem estudados em uma disciplina.

Libâneo (1994, p.127) quando fala de conteúdos engloba conceitos, ideias, fatos, processos,
princípios, leis científicas, regras, habilidades cognitivas, modos de actividade, métodos de
compreensão e aplicação, hábitos de estudo, de trabalho e de convivência social, valores,
convicções e atitudes.

Os conteúdos devem ser significativos, isto é, interessantes, expressivos, incluir elementos da


vida dos alunos para serem assimilados de forma ativa e consciente. O domínio de
conhecimentos, habilidades e procedimentos, visa o desenvolvimento das funções intelectuais
como o pensamento independente e criativo do aluno.

Segundo Libâneo (1994), o conteúdo é composto por quatro elementos: conhecimentos


sistematizados, habilidades, atitudes e convicções.

Nogueira (2001) apresenta algumas questões que ajudam o professor a selecionar conteúdos
tornando-os exequíveis, significativos, contextualizados:

Para que é importante esse tópico?


Qual é a relação dessa unidade com as anteriores e com as próximas?
Como contextualizar esse conteúdo no cotidiano de meu aluno?
Que procedimentos posso usar para trabalhar com esta unidade?
O que aconteceria para o aluno se eu não ministrasse essa unidade?
O que pretendo atingir trabalhando esse conteúdo?
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Que habilidades e atitudes se pretende adquirir ao trabalhar com este conteúdo?
Que valores podem ajudá-los a desenvolver esse conteúdo?

Uma reflexão sobre essas perguntas leva o professor a repensar a forma como tem
selecionado os conteúdos e a importância deles para o aluno, para sua formação como
cidadão e futuro profissional.

Os conteúdos das aulas devem abordar assuntos:

 Atuais e atualizados;
 Que se relacionem com a vida e a realidade do aluno além da escola;
 Que integrem conhecimentos de várias áreas, rompendo a fragmentação do saber;
 Que gerem novos desafios;
 Que possibilitem diferentes análises e interpretações;

1. O que entende por planificação didáctica?


2. Quais são os principais elementos de um plano de aula?
a) Qual é a sua importância?
3. Como definir os objectivos específicos de uma aula segundo a taxonomia de bloom?
4. Escolha um conteúdo de uma aula de Educação Visual e Ofícios e defina os
objectivos segundo a taxonomia de bloom.
5. Tendo em conta o domínio cognitivo escolha qualquer tema e defina os objectivos
para os níveis de conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação.
6. Selecione um conteúdo de Educação Visual ou de Ofícios e responda as questões
propostas por Nogueira (2001).

As respostas às perguntas de avaliação, encontram-se no texto acima apresentado


consubstanciado por pesquisas em fontes bibliográficas alternativas.

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Lição no 3

Métodos e técnicas de Ensino

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

Introdução da Lição
Estimado professor segundo a prática é impossível falar do processo de ensino-aprendizagem
sem incluir as estratégias metodológicas e os procedimentos técnicos que irão garantir o
alcance das metas previamente concebidas ou nortear a aula. Esta lição vai dedicar-se a
fornecer alguns métodos e técnicas sugestivas para conduzir as aulas de Educação Visual e
Ofícios.

Método de Ensino

O termo método origina-se no grego das palavras (meta = meta) e (hodos = caminho),
resultando no latim na palavra methodus.

Método é a “organização racional e bem calculada dos recursos disponíveis e dos


procedimentos mais adequados para se atingir determinado objectivo da maneira mais segura
possível” (MATTOS, 1963, p.117).

Método é ordenamento sistematizado das acções a serem desenvolvidas num planeamento de


uma disciplina. É o caminho utilizado pelo professor para colocar o aluno em contacto com o
conteúdo da sua disciplina. Esses caminhos referem-se a selecção das actividades ou
experiências de aprendizagem planejadas para o aluno e os modos particulares de
organização das situações de ensino. Trata-se de um conjunto de estratégias e procedimentos
de ensino sistematizados pelo professor, para apresentar o conteúdo da sua disciplina ao
aluno.

Técnicas de ensino

A origem da palavra técnica por intermédio do grego, está na palavra técnico, e por via do
latim, na palavra technicus, que quer dizer como fazer algo.

Técnicas são maneiras racionais de conduzir uma ou mais fases da aprendizagem (MATTOS,
l967, p.124). As técnicas de ensino representam as maneiras particulares de organizar as

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condições externas à aprendizagem, com a finalidade de provocar as modificações
comportamentais desejáveis no educando (TURRA, 1984, p.134).

Método de exposição pelo professor

Nesse método, a atividade dos alunos é receptiva, embora, não necessariamente passiva,
cabendo ao professor a apresentação dos conhecimentos e habilidades, que podem ser
expostos das seguintes formas ou técnicas:

1. Perguntas e respostas - enriquecem a aula expositiva. O professor dirige perguntas


aos alunos sobre o que estudaram ou sobre a sua experiência. O objetivo não é julgar
ou atribuir notas, mas estimular a participação. Os alunos também podem perguntar e
o professor responder, com uma variação na qual quem não sabe interroga quem sabe.
Torna a aula expositiva menos individualizada.
2. Exposição verbal - como não há relação direta do aluno com o material de estudo, o
caro professor explica o assunto de modo sistematizado, estimulando nos alunos
motivação para o assunto em questão.
3. Demonstração – o professor utiliza instrumentos que possam representar fenómenos e
processos, que podem ser, por exemplo: visitas técnicas, projeção de slides.
4. Ilustrações - são utilizadas pelo professor, tal como na demonstração, a apresentação
de gráficos, sequências históricas, mapas, gravuras, de forma que os alunos
desenvolvam sua capacidade de concentração e de observação.
5. Exemplificação - nesse processo, o professor faz uma leitura em voz alta, quando
escreve ou fala uma palavra, para que o aluno observe e depois repita. A finalidade é
ensinar ao aluno o modo correto de realizar uma tarefa.

Método de trabalho independente

Esse método consiste na aplicação de tarefas para serem resolvidas de forma independente
pelos alunos, porém dirigidas e orientadas pelo professor. É importante para atividade mental
dos alunos e o desenvolvimento de habilidades de saber fazer e para que isso ocorra de forma
adequada é necessário que:

As tarefas sejam claras, compreensíveis e à altura dos conhecimentos e da capacidade de


raciocínio dos alunos, tendo o professor que assegurar condições para que o trabalho seja
realizado e acompanhar de perto a sua realização.

21
Pode ser proposto em qualquer momento da aula, para ser realizado na classe ou em casa,
como tarefa preparatória, de assimilação ou de elaboração pessoal a respeito de um
determinado conteúdo.

Método de elaboração conjunta

A forma mais típica desse método é a conversação didática, onde o professor através dos
conhecimentos e experiências que possui, leva os alunos a se aproximar gradativamente da
organização lógica dos conhecimentos e a dominar métodos de elaboração das ideias
independentes.

A forma mais usual de aplicação da conversação didática é a pergunta, tanto do professor


quanto dos alunos. Para que o método tenha validade e aplicabilidade é necessário que a
preparação da pergunta seja feita com bastante cuidado, para que seja compreendida pelo
aluno. Por isso, esse método é reconhecido como um excelente procedimento para promover
a assimilação ativa dos conteúdos, suscitando a atividade mental, através da obtenção de
respostas pensadas sobre a causa de determinados fenómenos, avaliação crítica de uma
situação, busca de novos caminhos para soluções de problemas.

Método de trabalho em grupo

É um processo racional pelo qual os alunos se ajudam mutuamente, no processo de ensino-


aprendizagem, trabalhando como parceiros entre si sobre a orientação do professor, visando
adquirir conhecimento, desenvolver e consolidar habilidades e conteúdos sobre um dado
conteúdo.

Esse método consiste, basicamente, em distribuir temas de estudo iguais ou diferentes a


grupos fixos ou variáveis, compostos de três a cinco alunos, e que para serem bem-sucedidos
é fundamental que haja uma ligação orgânica entre a fase de preparação, a organização dos
conteúdos (planeamento) e a comunicação dos seus resultados para a turma. Oferece ao aluno
a oportunidade de trocar ideias e opiniões, desenvolvendo a prática da convivência social. A
formação dos grupos pode ser espontânea ou dirigida. O método visa completar e enriquecer
conhecimentos, enriquecer experiências, atender a diferenças individuais, treinar a
capacidade de liderança e aceitação, e desenvolver o senso crítico, a criatividade e o espírito
de cooperação.

Entre as várias técnicas de organização de grupos, destacamos as seguintes:

22
1. Debate - consiste em indicar alguns alunos para discutir um tema polêmico perante a
turma.
2. Philips 66 - para se conhecer de forma rápida o nível de conhecimento de uma classe
sobre um determinado tema, o professor organiza seis grupos de seis alunos que
discutirão a questão em poucos minutos (seis minutos) para apresentarem suas
conclusões. Pode ser organizado também em cinco grupos de cinco alunos, ou ainda
em dupla de alunos.
3. Tempestade Mental – essa técnica é utilizada quando os alunos dizem o que lhes vem
à cabeça sobre um determinado tema, sem preocupação com censura. As ideias são
anotadas no quadro-negro e finalmente só é selecionado o que for relevante para o
prosseguimento da aula.

Novos ou ativos – dão grande destaque à vida social do aluno como fator fundamental para o
seu desenvolvimento intelectual e moral e envolvem os seguintes métodos e técnicas:

Método de Montessori

Centrado no aluno, baseia-se nos princípios da liberdade, atividade, vitalidade e


individualidade, que se resumem na autoeducação. Em um ambiente apropriado, as
necessidades interiores dos alunos de cada grau de desenvolvimento o impulsionam a
aprender. O professor deve ser substituído pelo material didático, que corrige a si mesmo e
permite que o aluno eduque a si mesmo, o que deve ser recompensado com um “parabéns” ou
“ muito bem”.

Método de Solução ou Resolução de problemas

Considera-se que ensinar é apresentar problemas e aprender, resolvê-los. Consiste em


apresentar ao aluno problemas que estimulem o pensamento reflexivo na busca de uma
solução satisfatória, uma vez que o hábito resolve situações rotineiras, já o pensamento
reflexivo, as situações novas.

Método de projetos

Tem em vista a transformação das atitudes dos alunos, convertendo-os em indivíduos que
concebem, preparam e executam o próprio trabalho. A tarefa do professor é dirigi-los,
sugerir-lhes ideias úteis e auxiliá-los quando necessário. Assemelha-se ao método de solução
de problemas, mas é mais amplo, pois aquele possui um caráter intelectual e este envolve
atividades manuais, estéticas, sociais e intelectuais. Todo projeto é um problema, mas nem

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todo problema é um projeto. Por exemplo: o professor pode propor produção de um herbário
para auxiliar as aulas de ciências naturais.

Atividades Especiais

São aquelas que complementam os métodos de ensino e que concorrem para a assimilação
ativa dos conteúdos. Podemos citar como exemplo:

Estudo do meio

É a interação do aluno com sua família, com seu trabalho, com sua cidade, região, país,
através de visitas de estudo a locais determinados (órgãos públicos, museus, fábricas,
fazendas, etc.). Todavia, o estudo não se restringe apenas a visitas, passeios, excursões, mas,
principalmente, à compreensão dos problemas concretos do cotidiano, pois não é uma
atividade meramente física e sim mental, para que, através dos conhecimentos e habilidades
já adquiridos, o aluno volte à escola modificada e enriquecida, através de novos
conhecimentos e experiências.

Para tal o estimado professor deve fazer:

1. Planeamento - O professor deve visitar o local antes e colher todas as informações


necessárias para, depois, em sala de aula, junto com os alunos, planejar as questões a
serem levantadas, os aspectos a serem observados e as perguntas a serem feitas ao
pessoal do local a ser visitado.
2. Execução - Com base nos objetivos do estudo e o tipo de atividade planejado e com a
orientação do professor, os alunos vão tomando notas, conversando com as pessoas,
perguntando sobre suas atividades, de modo que os objetivos planejados sejam
atingidos adequadamente.
3. Exploração dos resultados e avaliação - através da preparação de um relatório sobre
as visitas, os alunos registram os acontecimentos, o que foi visto, o que aprenderam e
que conclusões tiraram. Os resultados serão utilizados para a elaboração de provas, e
avaliar se os objetivos foram alcançados.

Como decidir que método ou técnica utilizar?

A resposta depende dos seguintes fatores:

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• Dos objetivos educacionais;
• Da experiência didática do professor;
• Do tipo de aluno;
• Das condições físicas da sala de aula;
• Do tempo disponível;
• Da estrutura do assunto e tipo de aprendizagem a ser desenvolvido.

O professor deve falar bem, contar histórias interessantes, ter ânimo para sentir o estado da
classe, se adaptar às circunstâncias, saber usar metáforas, o humor, usar as tecnologias
adequadamente, trazer novidades, variar seus métodos e técnicas de organizar o processo de
ensino-aprendizagem.

1. Perguntas ao invés de respostas: Estimular os questionamentos. Não dar respostas


prontas.
2. Diversidade de materiais: abandono do manual único.
3. Aprendizagem pelo erro: é normal errar; aprende-se corrigindo os erros.
4. Consciência semântica: o significado está nas pessoas, não nas palavras.
5. Incerteza do conhecimento: Falível, incerto e evolui.

A aplicação das técnicas de ensino exige que o professor:

a) Conheça bem a técnica a ser aplicada;


b) Defina a técnica;
c) Apresente os resultados esperados;
d) Enumere as etapas da aplicação da técnica;
e) Estabeleça os papéis dos participantes dos grupos; e
f) Apresente, exponha e distribua o material que será utilizado.

Actividades do professor e do aluno devem ser claras tendo em conta as metodologias e


técnicas eleitas para a aula de modo que os intervenientes do processo pedagógico tenham
entendimento de como o professor estruturou sua aula.

1. Fale-nos da sua experiência com as metodologias de ensino.

25
2. Dois alunos em conversa discutem sobre quem é o melhor professor entre o de
ciências naturais e o de matemática um menciona que o de matemática é mais liberal e
facilita o processo de ensino e aprendizagem, com ele as aulas são mais interessantes e o
outro secunda a ideia dizendo que se o professor de ciências naturais não explica bem os
conteúdos e que nas suas aulas sente sono e preguiça.
a) Explique as causas da diferença entre esses dois professores?
b) Que experiência pode capitalizar do professor de matemática? Explique.
3. Qual é o melhor método ou técnica de ensino? Porquê?
4. Dê exemplo de três (3) métodos e suas técnicas de ensino a sua escolha, não se
esqueça de mencionar em que contextos são aplicáveis.

Reflita sobre sua prática docente e a dos seus colegas e as implicações no processo de
aprendizagens dos alunos.

Lição no 4

Funções Didácticas e Meios de Ensino

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

Introdução da Lição

As fases da aula exercem um papel muito preponderante no Processo de Ensino-


Aprendizagem, por elas operarem como um instrumento que faz com que professor esteja
consciente das noções teóricas da sua área de formação, esboçando a sua prática, a fim de
transformar o aluno em um sujeito capaz de analisar, interpretar, avaliar, sintetizar,
comunicar, usar diferentes linguagens, estabelecer relações, propor soluções inovadoras para
as situações com as quais defronta.

Funções Didácticas

26
Segundo Piletti (2004) "as funções didácticas são orientações para o professor dirigir o
processo completo de aprendizagem e de aquisição de diferentes qualidades" (p. 110).

Para Libâneo (1994) "funções didácticas são momentos ou passos do PEA no decorrer de
uma aula ou unidade didáctica" (p. 175).

As principais funções didácticas são: Introdução e Motivação, Mediação e Assimilação,


Domínio e Consolidação e Controle e Avaliação.

1. Introdução e Motivação: Segundo Libâneo (2008) esse momento busca criar


condições para o estudo, tais como, mobilização da atenção, organização do ambiente,
motivação e ligação do novo conteúdo em relação ao anterior. A motivação inicial
também inclui perguntas para “averiguar se os conhecimentos anteriores estão
efetivamente disponíveis e prontos para o conhecimento novo” (p. 182).

A Introdução e Motivação decorrem no princípio da aula. Tem em vista preparar o aluno


para o início da aula e sua fase seguinte. Esta preparação tem 3 objectivos fundamentais:

a) Criar disposição e ambiente favoráveis aos alunos, que possam assegurar o bom
decurso da aprendizagem;

b) Consolidar o nível inicial e orientar o aluno para novo conteúdo;

c) Motivar permanentemente com o fim de manter o interesse e a atenção dos alunos


através de avaliação de estímulos.

Como Motivar?

 Partindo de situações concretas, de histórias, vídeos, jogos, pesquisa, práticas e


incorporando informações, reflexões, teoria a partir do concreto.

 Exigir que os alunos façam, mesmo que errado.

 Aprender exige envolver- se, pesquisar, ir atrás, produzir novas sínteses fruto de
descobertas.

2. Mediação e assimilação: caminho que leva o aluno do não saber, ao saber. É o


momento de percepção dos objectos e fenômenos ligados ao tema de estudo, a
formação de conceitos, o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas de

27
observação, imaginação e de raciocínio dos estudantes. Na mediação, predominam as
formas de estruturação e organização lógica e didáctica dos conteúdos. Na
assimilação, interessam os processos da cognição mediante a interiorização de
conhecimentos, saberes, habilidades, hábitos, capacidades, destrezas, competências e
valores.
3. Domínio e consolidação: de acordo com Piletti (2004), é o momento da aula em que
se realizam acções com a finalidade de sistematizar, reflectir e aplicar (p. 111). Para
isso deve criar condições de retenção e compreensão das matérias através de
exercícios e actividades práticas para solidificar a compreensão. Esta etapa deve ser
caracterizada por repetição, sistematização e aplicação.
4. Controle e Avaliação: verificação das actividades do professor e do aluno em função
dos objectivos definidos" (p. 186).

A avaliação é uma actividade contínua de pesquisa que visa verificar até que ponto os
objectivos definidos no programa estão sendo alcançados, permite identificar os alunos que
necessitam de uma atenção especial e reformular o trabalho com a adoção de procedimentos
para ajustar as deficiências

De acordo com Piletti (2004) "em cada função didáctica deve ser proposto o tempo da sua
duração, conteúdo, método dominante, conjuntos de meios e formas de ensino a utilizar
inclusive as actividades concretas dos alunos" (p.111).

Meios de Ensino
Componentes do ambiente que estimulam a aprendizagem do aluno (Piletti, C. 2010 apud
Gagné, R., 1971).

Ao selecionar os meio de ensino ou material didáctico temos que ter em conta alguns critérios
como:

As competências a serem alcançadas;


Conhecer o material didáctico;
A natureza dos conteúdos a serem ensinados;
O tempo disponível;
O momento será utilizado;
Como será utilizado durante a aula.

Importância do Material didáctico

28
Os meios de ensino para além de facilitarem a aula eles tem uma extrema importância para:

 Motivar e despertar o interesse dos alunos;


 Desenvolver a capacidade de observação nos alunos;
 Aproximar o aluno da realidade;
 Visualizar conteúdos da aprendizagem;
 Facilitar a fixação da aprendizagem;
 Ilustrar noções abstratas;
 Desenvolver a experimentação concreta.

1. Explique o que são funções didácticas?


a) Qual é a importância das funções no processo de ensino e aprendizagem?
b) Descreva as actividades que podem ser desenvolvidas em cada função didáctica.
2. Que meios de ensino têm utilizado nas aulas de Educação Visual e ofícios?
a) Que importância tem o uso do material didáctico no PEA?
b) Faça um relatório sobre a sua experiência da escola na selecção, produção e uso
de material didáctico.

Caro professor leia atentamente o texto disposto acima, faça pesquisas adicionais e use a sua
experiência e a dos seus colegas para resolver a actividade proposta.

Lição no 5

Avaliação

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

Introdução da Lição

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Durante todo o processo de ensino-aprendizagem, a avaliação deve estar presente,
formulando juízos sobre os diferentes elementos que configuram o caminho da atividade
pedagógica. Assim, devem ser avaliados não só os alunos, mas o professor, o cotidiano
desenvolvido, os recursos utilizados, os objetivos e a metodologia, bem como outros
elementos.

Avaliação

Segundo Piletti, (2010) a avaliação é: “um processo contínuo de pesquisas que visa
interpretar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças
esperadas no comportamento, propostas nos objetivos, a fim de que haja condições de decidir
sobre alternativas de melhoria do trabalho do professor.”

Objectivos da avaliação
a) Determinar o grau de aquisição e desenvolvimento de competências;
b) Comprovar a adequação, eficiência e eficácia dos métodos e meios de ensino-
aprendizagem utilizados pelos professores bem como da relevância do Currículo e dos
programas de formação;
c) Contribuir para avaliação do desempenho do professor;
d) Contribuir para a elevação da qualidade de formação.

Tipos de Avaliação
De acordo com os estudos de Bloom (1993) a avaliação do processo ensino-aprendizagem,
apresenta três tipos de funções: diagnóstica (analítica), formativa (controladora) e sumativa
(classificatória).

Avaliação Diagnóstica – é aquela que tem como objectivo verificar os pré-requisitos dos
alunos, o conhecimento prévio, habilidades e atitudes tendo em conta as suas particularidades
no início de uma unidade, aula, trimestre ou ano lectivo como preparação para novas
aprendizagens.

Avaliação formativa - “Caracteriza-se por um processo interpretação-intervenção sobre o


desenvolvimento do ensino-aprendizagem com a finalidade de garanti-lo, aprimorá-lo,
direcioná-lo, enfim, de dar condições efetivas para que o ensino e a aprendizagem ocorram
com sucesso tanto para o professor bem como para o aluno” (SILVA, HOFFMANN,
ESTEBAN, 2003, p. 39).

30
“A formativa auxilia o aluno a aprender e a se desenvolver, ou seja, que colabora para a
regulação das aprendizagens e do desenvolvimento no sentido de um projeto educativo”
(PERRENOUD apud HADJI, 2001, p. 20).

Avaliação sumativa, realizada ao final de um curso, ano lectivo, semestre ou trimestre e


consiste em classificar os alunos de acordo com os níveis de aproveitamento. Geralmente tem
em vista a promoção do aluno de uma classe para outra (HAYDT, 1988, p. 18).

Na autoavaliação, o aluno participa de maneira mais ampla e ativa no processo de


aprendizagem, uma vez que tem a oportunidade de analisar seu progresso nos estudos, suas
atitudes e comportamento diante do professor e colegas. A autoavaliação é a melhor forma de
conduzir ao aperfeiçoamento (HAYDT, 1988, p. 147-148).

Perrenoud (1999, p. 11) afirma que “não se trata mais de multiplicar os feedbacks externos,
mas de formar o aluno para a regulação de seus próprios processos de pensamento e
aprendizagem”. A avaliação deve ser, sempre que possível, acompanhada e complementada
pela autoavaliação. Se pretendemos que nossos alunos sejam ativos no processo de
aprendizagem, eles devem tornar-se ativos também no processo de avaliação (HAYDT, 1988,
p. 156).

Etapas da avaliação

Durante o PEA podemos encontrar as seguintes etapas:

Planificação: estabelecimento dos objectivos a serem atingidos pelos alunos, ao final do


processo, e na escolha das actividades que poderão levar os alunos a atingir esses objectivos.
Duas perguntas devem ser respondidas pela planificação:

 O que devem saber fazer os alunos no final do processo?


 Que actividades podem levá-los a aprender?

De seguida Determina-se o que vai ser avaliado.

Realização: após a planificação segue-se a fase da execução das actividades, tendo em conta
os conhecimentos, habilidades e atitudes de devem ser adquiridas, na qua o professor exerce a
função de orientador e estimulador da aprendizagem.

Verificação: momento de análise da diferença entre a planificação e a execução das


actividades recorrendo a vários instrumentos de avaliação. É nesta etapa que o professor

31
verifica se o aluno aprendeu ou não, caso tenha aprendido, passa para o ponto seguinte. Caso
não tenha aprendido, volta-se ao mesmo ponto, lançando actividades diferentes, próprias para
a aprendizagem, é esta etapa que o professor:

 Estabelece os critérios e as condições para a avaliação;


 Seleciona as técnicas e instrumentos de avaliação;
 Afere os resultados em função dos conteúdos planificados e mediados com os alunos.
É importante que discuta com os alunos sobre as metas a atingir e de seguida orientar e acompanhar
o seu trabalho, possibilitando que tomem iniciativas, e realizem espontaneamente as
actividades propostas.

Instrumentos de avaliação

Para a avaliação possa desempenhar as funções que é necessário o uso combinado de várias
técnicas e instrumentos. Não medimos a aprendizagem e sim alguns comportamentos que nos
permitem aferir se houve ou não aprendizagem. "A avaliação envolve a obtenção de
evidências sobre mudanças de comportamento nos alunos face aos conteúdos mediados".

Tipos de testes

A verificação e a quantificação (avaliação) dos resultados de aprendizagem no início, durante


e no final das unidades visam a sempre diagnosticar e superar dificuldades, corrigir falhas e
estimular os alunos para que continuem se dedicando aos estudos. Sendo uma das funções da
avaliação determinar o quanto e em que nível de qualidade estão sendo atingidos os
resultados. Durante o desenvolvimento da aula acompanha-se o rendimento dos alunos por
meio de exercícios, estudos dirigidos, trabalhos em grupo, observação do comportamento,
conversas, recordação da matéria e são aplicadas provas ou testes de aproveitamento.

Provas orais ou discursivas

Realizam-se na base do diálogo entre professor e o aluno, obedecendo os seguintes critérios:

 Criar condições favoráveis para que os alunos se sintam à vontade.


 Criar uma conversa amigável com o aluno para que ele se sinta à vontade.
 Feita a pergunta, deve-se dar tempo para que esta seja objecto de reflexão.

 O professor deve fazer perguntas claras precisas, directas e formuladas de maneira


pensada.

Provas escritas

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Estas provas podem ser usadas em qualquer aula no início da aula seguinte para o professor
certificar-se sobre o que o aluno aprendeu e então, saber que rumo dar aos trabalhos da nova
aula. Se é para repetir, rectificar ou prosseguir, dependendo da situação vivida no momento
quando ao saber, saber fazer e saber ser, estar nos alunos; por conseguinte, as provas escritas
frequentemente utilizadas são: ACS, ACP, ACF e Exame Final, dependendo ainda delas a
atribuição de notas ou classificação, quais vão determinar a aprovação e reprovação do aluno.

Provas Objectivas

São instrumentos de avaliação que permitem um julgamento rápido admitindo uma única
resposta correcta.

As provas objectivas mais conhecidas são: falso-verdadeiro, múltipla escolha,


complemento ou lacuna, e acasalamento.

Provas práticas

Neste tipo de prova o aluno e posto diante duma situação problemática que deve ser resolvido
por uma realização material, um conhecimento de elementos visuais. Este tipo de provas é
característico da disciplina de Educação Visual e Ofícios.

Procedimentos para que a avaliação proceda de forma satisfatória:

 A Avaliação deve ser constante e continua;

 Verificações periódicas fornecem maior número de amostras;

 As verificações podem ser informais (trabalhos, exercícios, seminários, debates,


dinâmicas etc.)

 É importante que o aluno conheça suas dificuldades para poder afirmar seus acertos.

Para seleção das técnicas e instrumentos de avaliação é necessário analisar:

As metas (informações, habilidades, atitudes, aplicação de conhecimentos, etc.);


Dos meios/seleção e produção de material didáctico,
Dos conteúdos/complexidade da matéria;
Tempo disponível/duração;
Número de alunos na turma;
O tipo do aluno;
A idade dos alunos;
As condições da sala de aula.

33
1. Fale do conceito avaliação.
2. Que etapas acompanham a avaliação? Explique porquê?
3. Indique os principais instrumentos usados na avaliação em Educação Visual e Ofícios
de forma particularizada?
a) Faça um quadro com as vantagens e desvantagens de cada instrumento de
avaliação: Provas objectivas, provas orais, e trabalhos livres.
4. Como interpretar os resultados da avaliação?
5. Elabore uma avaliação de Educação Visual ou Ofícios com seu guião de correção
respeitando os níveis propostos por bloom.

Leia atentamente o texto e faça pesquisas adicionais sobre os tópicos, use a sua experiência e
dos seus colegas no processo de ensino-aprendizagem, promova debates em sua escola e
responda as questões acima colocadas.

Terminada a primeira unidade podemos aprender sobre alguns conceitos básicos como
planificação didáctica, método de ensino, bem como a importância de estudar este módulo ou
disciplina. Realçamos ainda os tipos e planificação didáctica e sua importância, falamos dos
elementos do plano de aula dentre eles - (objectivos, conteúdos, métodos de ensino e suas
técnicas, funções didácticas e sua importância, sujeito de aprendizagem que é o aluno). Onde
se realçou os critérios que devemos ter em conta na seleção dos conteúdos e metodologias,
definição dos objectivos tendo em conta a taxonomia de bloom. Ainda nesta unidade
trouxemos o conceito avaliação escolar, os tipos, etapas e instrumentos usados na mesma
devendo sempre prestar atenção aos níveis definidos por bloom antes da sua realização.

34
Estratégia – trata-se da descrição dos meios disponíveis para atingir resultados;
Método – trata-se do caminho a seguir para alcançar um fim;
Técnica – trata-se da operacionalização do método;
Procedimento – trata-se da descrição das atividades desenvolvidas por professor e alunos.
A estratégia metodológica corresponde ao elemento da didática em que o professor o
organiza as atividades de ensino e dos alunos para atingir objetivos em relação a um conteúdo
específico.

1. Quais são as etapas da planificação didáctica?


2. Distinga os objectivos dos conteúdos.
3. Quais os métodos de ensino que conhece? Discuta pelo menos dois deles.
4. Em que momento o professor pode recorrer ao método expositivo e de que técnicas
deve se auxiliar?
5. Descreva do papel do aluno e do professor na perspectiva da pedagogia moderna
6. Explique por que razões avalia seus alunos.
7. Fale da importância de cada tipo de avaliação.
8. Faça um relatório sobre a sua experiencia e a dos colegas com provas e notas. Pode
incluir experiências dos alunos.
9. Planifique uma aula de Educação Visual e Ofícios obedecendo os conteúdos
aprendidos nas lições já aprendidas.
10. Recursos didáticos são componentes do ambiente da aprendizagem que dão origem à
estimulação para o aluno (Piletti, C. 2001 apud Gagné, R, 1971). Tradicionalmente esses
recursos são classificados da seguinte maneira:
I) Recursos visuais (projeções, cartazes, gravuras);
II) Recursos auditivos (rádios, gravações)
III) Recursos audiovisuais (cinema, televisão)
Assinale a alternativa correta:
a) I, II e III

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b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas
d) I e III, apenas
e) Nenhuma está correta.

Leia atentamente os tópicos apresentados em cada lição faça pesquisa adicionais para enriquecer os
seus conhecimentos, analise e discuta as suas práticas e a dos seus colegas para capitalizar a sua
habilidade e atitude, resolva os exercícios propostos em todas lições.

HOFFMANN, J. Avaliação: mito & desafio. Porto Alegre: Mediação, 1998.


LIBÂNEO, José Carlos. Didáctica. São Paulo: Cortez,1990.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: Estudos e proposições -.
São Paulo: Editora Cortez, 2006.18ª edição.
LUCKESI, C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez,1998.
PILETTI, Claudino. Didática Geral : São Paulo: Editora Ática, 2004. 23ª edição.
SCHMITZ, Egídio Francisco. Fundamentos da Didáctica, São Leopold, RS: Ed.UNISINOS,
1993.
HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. São Paulo: Ática,
1988.
PIMENTA Sônia de Almeida e CARVALHO Ana Beatriz Gomes. Elementos da didática: os
diferentes métodos de ensino – Campina Grande: EDUEP, 2008.

Unidade no 2

Etapas de desenvolvimento gráfico da criança

Duração da Unidade: 6 Horas

36
Estimado cursista recomendamos que dedique pelo menos metade do tempo na leitura
do texto e a outra metade na realização de experiências, actividades e jogos propostos.

Introdução da Unidade Temática

Caro professor é de seu conhecimento que desde os finais do século XIX, vários
investigadores têm-se ocupado com o estudo sobre o desenvolvimento gráfico da criança e a
sua relação com o desenvolvimento mental da mesma, e convergem na ideia de que há uma
relação entre eles.

Numa observação atenta a uma criança entregue à sua actividade de exploração de materiais
riscadores em diferentes suportes, pode-se fazer várias interpretações que conduzem a um
melhor entendimento do universo infantil, e por conseguinte, poder se relacionar melhor com
ela.

Nesta unidade vamos analisar como alguns destes investigadores desenvolveram os seus
estudos sobre as etapas gráficas e falaremos da sua importância no processo de ensino-
aprendizagem.

1. Reconhece a importância das etapas gráficas no processo de ensino e aprendizagem


de Educação Visual e Ofícios.
2. Aplica métodos de ensino adequados às etapas de desenvolvimento gráfico da
criança;

Lição no1

Etapas de Desenvolvimento Gráfico da Criança

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

Introdução da Lição

37
Nesta lição abordaremos sobre o conceito etapas de desenvolvimento gráfico da criança e
destacaremos qual é a importância da sua aprendizagem para a planificação do processo de
ensino-aprendizagem do módulo de educação visual e ofícios.

Conceito Etapas de desenvolvimento gráfico da criança

"Antes eu desenhava como Rafael, mas precisei de toda uma existência para aprender a
desenhar como as crianças" Picasso

“A arte não entra na criança; sai dela” Arno Stern

“A criança mobiliza todo o seu ser quando se entrega espontaneamente a uma actividade
criadora. É um verdadeiro meio de disciplina interior que envolve processos de formas
superiores de vida mental e que traz à criança, no plano geral, equilíbrio e harmonia,
preparando-a ainda para a aprendizagem formal da escola.

Por que desenham as crianças? Desenham para apreender, compreender-se a si mesmas e as


coisas que as rodeiam. Desenham a sua experiência de vida. Desenham os objectos que
conhecem, as pessoas que conhecem, os personagens dos seus desejos e medos. São
representações gráficas que denotam os recursos da sua educação e cultura.” Mahylda Bessa

Desta forma podemos definir etapas gráficas ou evolutivas da criança como sendo maneiras
de interpretar e descrever as fases ou estádios que a criança atravessa no desenho.

“Os primeiros estudos sobre a produção gráfica das crianças datam do final do século XIX e
estão fundados nas concepções psicológicas e estéticas de então. É a psicologia genética que
impõe o estudo científico do desenvolvimento mental da criança (Rioux, 1951).

As concepções de arte que permearam os primeiros estudos estavam baseadas numa produção
estética idealista e naturalista de representação da realidade. Sendo a habilidade técnica,
portanto, um factor prioritário.

São os psicólogos que no final do século XIX descobrem a originalidade dos desenhos
infantis, publicam as primeiras notas e observações sobre o assunto.

As concepções relativas à infância modificaram-se progressivamente. A descoberta de leis


próprias da psique infantil, a demonstração da originalidade do seu desenvolvimento, levaram

38
a admitir a especificidade desse universo. A maneira de encarar o desenho infantil evolui
paralelamente.

Importância do conhecimento das etapas gráficas na planificação didáctica

“Não é possível programar as actividades da disciplina, para os trabalhos Curriculares da


Turma, sem as sequenciar progressivamente. É natural que o faça olhando para as
características de desenvolvimento do aluno. Sabemos que como professor está consciente
das diferenças de maturidade dos seus alunos, relacionadas com a faixa etária do grupo, no
entanto alguns alunos trabalham melhor que outros que ainda estão a utilizar formas e
técnicas mais simples.

Apesar destas variações é possível estabelecer um padrão se estudarmos um número


suficiente de trabalhos, ainda que o grau de desenvolvimento não esteja necessariamente
ligado à idade ou capacidade intelectual, será difícil para o estimado professor ignorar as
semelhanças de habilidades dos alunos no seu desenvolvimento progressivo de estágio para
estágio.

O importante é respeitar os ritmos de cada aluno e permitir que desenhem livremente,


explorando diversos materiais, suportes e situações.

O estimado professor deve estar preparado para estimular, promover e aceitar a linguagem
gráfica da criança como factor importante para seu desenvolvimento.

Antes de planificar as actividades lectivas devemos ter em conta todos esses aspectos de
modo a orientar actividades específicas tendo em conta os estágios de desenvolvimento
gráfico dos nossos alunos.

1. O que são as etapas de desenvolvimento gráfico da criança?


2. Recolha alguns desenhos (no mínimo 10) de alunos da mesma faixa etária e analise-os.
a) Que semelhanças e diferenças têm? Justifique.

39
As respostas, às perguntas das actividades de verificação, entram-se no texto acima
apresentado consubstanciado com uma actividade prática de recolha e análise dos desenhos
de crianças das faixas etárias em alusão nas perguntas.

Lição no 2

Fases de desenvolvimento gráfico infantil e suas características segundo


Lowenfeld e Luket

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

Introdução da Lição
Caro professor nesta lição abordar-se-á sobre como os diferentes psicólogos e pedagogos,
classificaram e caracterizaram as etapas gráficas de desenvolvimento gráfico da criança com
especial atenção ao Viktor Lowenfeld e Georges Henry Luquet.

Existem numerosos pedagogos, psicólogos e académicos que estudaram e desenvolveram


este tema; vou nesta Lição referir apenas dois que considero mais significativos deixando os
restantes para as lições subsequentes.

Etapas gráficas segundo Viktor de Lowenfeld


Segundo Viktor Lowenfeld a expressão gráfica do desenho acontece em fases conforme o
desenvolvimento em cada idade, onde podemos destacar:

Fase dos Rabiscos: quando a criança faz os primeiros rabiscos de forma desordenada
simplesmente como atividade cinestésica. Após seis meses de rabiscos, os traços são um
pouco mais ordenados e a criança nomeia os rabiscos. Assim como outros estudiosos ele
classifica os rabiscos e/ou garatujas em três estágios. Que são:

1. Garatuja Desordenada (1-2 anos de idade): a criança faz traços simples em forma
de linhas que seguem em todas as direções sem um planeamento prévio ou controle de

40
suas ações e nem sempre olha para a folha de papel ao desenhar, ultrapassando o limite
do papel e procura várias formas para segurar o lápis.

2. Garatuja Ordenada (a partir de 2 anos de idade): a criança descobre que existe


ligação entre seus movimentos e os traços que faz no papel, passando do traçado
contínuo para o descontínuo. Nesse estágio a criança troca intencionalmente de cor e
começa a fazer formas circulares, mas não faz relação entre o que desenhou e a
realidade.

3. Garatuja Nomeada (3 anos de idade): nessa última etapa da garatuja, a criança


começa a fazer comentários verbais sobre o desenho que fez e passa a dar nome à
garatuja. Nesse estágio é possível observar que a criança passa mais tempo desenhando
e distribui significativamente melhor o traço no papel e os movimentos circulares e
longitudinais convertem-se em formas reconhecíveis. Pouco a pouco a criança passa a
atribuir significado a seus desenhos nominando-os.

[inserir imagens correspondentes as garatujas desordenada, ordenada e nomeada]

Fase Pré-Esquemática: (4-6 anos de idade) surgem as primeiras tentativas de representação


da figura humana. As linhas se fecham e geralmente utilizam o círculo para representar a
cabeça e duas linhas verticais para as pernas. Nessa fase o desenho não forma um conjunto
organizado e por esse motivo a criança desenha o que sabe do objeto e não o que vê e ainda
não há uma relação temática e espacial entre os objetos desenhados.

[inserir imagens correspondente a fase pré-esquemática]

Fase Esquemática: (7-9 anos de idade) nessa fase a criança chega a um “esquema”, uma
maneira definitiva de retratar um objeto, embora possa ser modificado quando ele precise
retratar algo importante. Os desenhos nessa fase simbolizam de modo descritivo o conceito
de forma definida, isto é, existe uma ordem nas relações espaciais e entre objetos, seus temas
e suas cores. Ao retratar as coisas da terra a criança as desenha na borda inferior do papel e as
coisas relativas ao céu na parte superior da folha.

[inserir imagens correspondente a fase esquemática]

Fase de Gangue – Amanhecer do Realismo: (10 anos de idade) descobre que a


generalização esquemática já não permite expressar a realidade e por esse motivo surge o
alvorecer de como as coisas podem ser na verdade. Através do desenho a criança coloca

41
objetos sobrepostos em uma linha do horizonte e não mais na “linha de base” e começa a
comparar o seu trabalho com os dos colegas tornando-se mais crítica.

[inserir imagens correspondente a fase da Gangue]

Fase Pseudo Naturalista: (aos 12 anos de idade) nessa fase a criança mantém o foco no
produto final, se esforçando para criar um desenho que caso um adulto aprecie ele goste.
Nessa fase é comum surgir uma preocupação com o tamanho dos objetos, seu espaço, dobras
e movimentos.

[inserir imagens correspondente a fase pseudo naturalista]

Fase de Decisão: (aos catorze e dezasseis anos de idade) o desenho e consequentemente a


arte nessa fase da vida, é algo a ser feito ou deixado de lado. Os jovens são criticamente
conscientes e devido à imaturidade são facilmente desencorajados.

[inserir imagens correspondente a fase da decisão]

Vale lembrar que o encanto pelo ato de desenhar se estende por toda a infância e que isso
pode desaparecer gradualmente com a chegada do início da adolescência, pois as crianças se
tornam mais críticas e exigentes consigo mesmas. Estudos comprovam que isso acontece
devido ao fato de algumas crianças apresentarem certa dificuldade em atingir o realismo
visual o que acarreta um quadro de desânimo e consequentemente é gerada naturalmente uma
desistência do ato de desenhar.

Etapas gráficas segundo Georges Henry Luquet

Georges Henry Luquet: filósofo e etnógrafo francês conhecido como o pioneiro no estudo
do desenho infantil, ele partiu da observação dos desenhos que sua filha Simone fazia para
fundamentar suas pesquisas sobre o tema para sua tese de doutorado. Seu método de estudo
partia de uma análise “monográfica” onde ele acompanhava e registrava todas as ações e
verbalizações da filha antes, durante e depois do ato dela desenhar. Segundo ele toda criança
desenha para se divertir e afirma em sua teoria que o repertório gráfico infantil está
condicionado pelo meio onde a criança vive e que a intenção de desenhar está diretamente
ligada a objetos reais e a associação de ideias. Luquet distingue quatro estágios para o
desenho infantil. Sendo eles:

Realismo Fortuito: (inicia por volta dos 2 anos de idade) a criança verifica que os seus
traços produziram acidentalmente uma semelhança não procurada, isto é, é a partir das
tentativas favorecidas pela tendência ao automatismo gráfico imediato que a habilidade

42
gráfica melhora e a criança adquire êxito em seus desenhos através da grafia total pondo fim
ao período chamado rabisco e passando a nomear os seus desenhos.

[inserir imagens correspondente ao realismo fortuito]

Realismo Falhado: (normalmente entre 3 e 4 anos de idade) nessa fase a criança tem a
intenção de desenhar algo com determinado aspecto, mas não consegue devido a dois
obstáculos: o de ordem motora (quando não têm o controle total de seus movimentos) e o de
ordem psíquica (referente ao caráter de tempo limitado e descontínuo da atenção infantil).

[inserir imagens correspondente ao realismo falhado]

Realismo Intelectual: (estende-se dos 4 aos 10 e/ou 12 anos de idade) a criança inclui em
seus desenhos elementos que só existiam em sua mente e faz uso de transparências,
planificação, rebatimento e mistura variados pontos de vista.

[inserir imagens correspondente ao realismo intelectual]

Realismo Visual: (geralmente por volta dos 12 anos de idade) nessa fase a criança substitui
a transparência pela opacidade e o rebatimento e a mudança de ponto de vista pela
perspectiva.

[inserir imagens correspondente ao realismo visual]

Luquet ressalta que a mudança do realismo intelectual para o visual; que caracteriza o
desenho do adulto; dá-se geralmente entre os 8 e 9 anos de idade, mas explica que em alguns
casos quando se manifesta bem mais cedo, algumas pessoas adultas ainda podem permanecer
na fase do realismo intelectual. Segundo o estudioso há outro aspecto do desenho infantil que
deve ser levado em consideração além dos quatro estágios citados acima que é a “narração
gráfica”. Como a criança; ao desenhar uma história; escolhe naturalmente a melhor maneira
de traduzi-la para o papel, ele apresenta três características para esse processo que são
classificadas em forma de solução. Que são:

1. Narração Gráfica do tipo Simbólica: (usada por crianças ou adultos) onde é


escolhido o momento mais marcante da história para ilustrá-la.

2. Narração Gráfica do tipo Epinal: (usada por crianças ou adultos) onde a história
é ilustrada em várias imagens, como nas histórias em quadrinho.

43
3. Narração Gráfica do tipo Sucessiva: (usada apenas por crianças) onde são
reunidos elementos pertencentes a diversos momentos da história em um único
momento ilustrado.

1. Qual é o termo utilizado por Viktor Lowenfeld para nomear os primeiros rabiscos
produzidos pela criança desde o final do seu primeiro ano de vida?
2. Confronte os teóricos Luquet e Lowenfeld quanto às etapas da evolução da arte da
criança.
3. Caracterize o realismo fortuito, recolhendo e analisando quatro desenhos desta etapa
na sua escola.

Estimado professor, baseado no conhecimento adquirido a partir da leitura do texto, pesquisas


adicionais, bem como através da análise dos desenhos feitos pelos alunos, poderá, discutir
com seus colegas sobre as questões acima colocadas.

Lição no3

Fases de desenvolvimento gráfico infantil segundo Jean Piaget

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

Introdução a Lição

Caro professor nesta lição destacar-se-á sobre como os diferentes psicólogos e pedagogos,
classificaram e caracterizaram as etapas gráficas de desenvolvimento gráfico da criança com
especial atenção ao Jean Piaget.

44
Jean Piaget, psicólogo e filósofo suíço, foi um grande estudioso do campo da inteligência
infantil que observou seus filhos e desenvolveu estudos sobre a aprendizagem como um
processo de reorganização cognitiva. Com relação ao desenho infantil a análise piagetiana
apresenta algumas fases:

Garatuja: Faz parte da fase sensório motor (0 a 2 anos) e é parte da fase pré-operacional (2 a
7 anos). A criança sente prazer em traçar linhas em todos os sentidos sem levantar o lápis do
papel como se esse fosse o prolongamento de sua mão. Como nessa fase os desenhos refletem
momentos distintos na criança que podem representar felicidade (através de traços fortes que
ocupam em sua maioria um grande espaço do papel), comportamentos instáveis (através de
quedas constantes dos lápis das mãos) e quando não estão se desenvolvendo bem
(visualmente percebido quando não sabem segurar o lápis) Nessa fase à figura humana é
inexistente ou pode aparecer da maneira imaginária e o uso das cores tem um papel
secundário o que faz com que apareça o interesse pelo contraste. Até os dois anos de idade a
criança desenha sem intenção consciente o que divide a garatuja em dois momentos.

1. Desordenada: percebida através dos movimentos amplos e desordenados onde o


desenho ainda é um exercício, pois não há preocupação com a preservação dos traços
uma vez que são cobertos com novos rabiscos várias vezes.

2. Ordenada: movimentos longitudinais e circulares; coordenação viso-motora. A figura


humana pode aparecer de maneira imaginária, pois aqui existe a exploração do
traçado; interesse pelas formas (Diagrama).

Pré- Esquematismo: também corresponde ao “estágio Pré-Operacional” com três anos de


idade a criança já atribui significado ao que desenha fazendo riscos na horizontal, vertical,
espiral e círculos apesar de não nominar o que faz. Com relação ao uso das cores em suas
produções, ela às vezes pode usar, mas não há uma relação forte com a realidade. Como aos
quatro anos ela já é capaz de projetar no papel o que ela sente mesmo sendo incapaz de
aceitar o ponto de vista de outra pessoa, até os seis anos o grafismo irá representar uma fase
mais criativa e diversificada nas produções proporcionando uma descoberta maior nas
relações entre desenho, pensamento e realidade.

45
Esquematismo: Faz parte da “fase das operações concretas” (7 a 10 anos). As operações
mentais da criança ocorrem em resposta a objetos e situações reais e com isso ela
compreende termos de relações como: maior, menor, direita, esquerda, mais alto, mais largo,
etc. Apesar de apresentar dificuldade com os problemas verbais, ela ainda traça a chamada
“linha de base” como aos seis anos apesar de representar a figura humana com alguns desvios
como: exageros, negligências e omissões. Nessa fase a criança descobre as relações de cor-
objeto e progressivamente começa a desenvolver a capacidade de se colocar no ponto de vista
do outro.

Realismo: Ao final do “estágio das Operações Concretas,” o desenho infantil apresenta a


fase do Realismo onde a criança utiliza bastante as formas geométricas em seus desenhos
com maior rigidez e formalismo e acentuam-se os usos das representações de roupas para
distinguir os sexos. Existe uma consciência maior do sexo e autocrítica pronunciada. No
espaço é descoberto o plano e a superposição. Abandona a linha de base. Na figura humana
aparece o abandono das linhas.

Pseudo Naturalismo: Corresponde a “fase das operações abstratas” (10 anos em diante). O
pensamento formal da criança é hipotético-dedutivo, isto é, ela é capaz de deduzir as
conclusões de puras hipóteses e não somente através de observação real. Diante disso, essa
fase do desenho infantil é marcado pelo fim da arte como atividade espontânea e passa a ser
uma investigação de sua própria personalidade buscando profundidade e uso consciente da
cor. Na figura humana as características sexuais são exageradas existindo a presença
detalhada das articulações e das proporções.

1. Como Piaget nominalizou as etapas de desenvolvimento gráfico da criança?


a) Qual é a característica de cada etapa?
2. Que relação existe entre as etapas de desenvolvimento gráfico e os estágios de
desenvolvimento cognitivo da criança? Dê exemplos.

46
Caro professor, baseado no conhecimento adquirido a partir da leitura do texto, pesquisas
adicionais, poderá, responder as questões acima colocadas.

Caro cursista, nesta Unidade Temática apresentou-se textos que abordam as diferentes fases
do desenvolvimento gráfico da criança sob pontos de vista de vários estudiosos que
convergem sobre as principais características das representações gráficas das crianças em
diferentes faixas etárias.

É de suma importância citar que dependendo do nível de estímulos a que uma criança é
exposta ao longo de seu desenvolvimento, ela pode passar ou não pelas fases descritas pelos
estudiosos e que o importante é respeitar a fase de maturidade cognitiva e motora das
crianças visto que isso pode variar de uma para a outra.

O desenho envolve atitude e ele revela uma linguagem própria na qual a criança manifesta o
que vê, ouve, pensa e sente.

Na evolução do desenho, a criança desenvolve a intenção de elaborar imagens criativas.


Começando com símbolos muito simples, ela passa a articulá-los no espaço bidimensional do
papel, na areia, na parede ou em qualquer outra superfície. Passa também a constatar a
regularidade nos desenhos presentes no meio ambiente e nos trabalhos aos quais ela tem
acesso, incorporando esse conhecimento nas suas próprias produções. No início, a criança
trabalha sobre a hipótese de que o desenho serve para imprimir tudo o que ela sabe sobre o
mundo. No decorrer da simbolização, a criança incorpora progressivamente regularidades ou
códigos de representação das imagens que vai memorizando, passando a considerar a
hipótese do que o desenho.

A interpretação do desenho infantil deverá ser feita tendo em conta o contexto em que foram
elaborados, para se entender melhor o universo infantil, evitando deste modo o risco de
conclusões erradas sobre os mesmos.

Estimado professor as aulas devem ser planificadas respeitando as diferentes faixas etárias
dos alunos, pois cada faixa etária, no geral tem as mesmas características, ainda que o grau de
desenvolvimento não esteja necessariamente ligado à idade ou capacidade intelectual, pelo
que, deverá estudar um número suficiente dos desenhos dos alunos e estabelecer um padrão,
o que permitirá respeitar o ritmo de cada criança dando toda a liberdade.
47
Não há uma única maneira de abordar o desenvolvimento artístico da criança que contenha a
verdade essencial sobre todas as crianças, nem que satisfaça o ponto de vista de todos os
professores. A evidência que podemos estudar é a que é produzida diariamente na sala de
aula e como professor deve aproveitar a oportunidade de estudar o trabalho das crianças de
todas as idades e graus de desenvolvimento, que pode ser feito pedindo que desenhem (teste
diagnóstico) um assunto comum: (ex: eu e a minha família ou a minha casa). Dá-nos uma
ideia de como as crianças representam a figura humana e o seu ambiente próximo.

1. Justifique a importância do conhecimento das etapas da evolução gráfica da criança


durante a planificação e aprendizagem dos alunos.
2. Como usar o conhecimento das etapas da evolução gráfica da criança no seu valor
catártico e terapêutico (sobretudo em crianças com necessidades educativas especiais).
3. Como avaliar os desenhos infantis tendo em conta os estádios de desenvolvimento
gráfico da criança.
4. Que métodos são mais adequados durante o processo de ensino e aprendizagem do
desenho.

As respostas às perguntas de avaliação, encontram-se no texto acima apresentado


consubstanciado com uma actividade prática de recolha e análise dos desenhos de crianças de
diferentes faixas etárias.

O estimado professor, baseando no conhecimento adquirido a partir da leitura atenciosa do


texto, pesquisas adicionais e análise dos desenhos feitos pelos alunos, poderá, por suas
próprias palavras e discussões com colegas responder às questões acima colocadas.

Refira-se que a disciplina de Educação Visual e Ofícios, é uma disciplina de natureza prática,
pelo que todas as teorias desenvolvidas os textos do presente módulo, deverão ser
comparadas com a realidade do processo de desenvolvimento das actividades práticas dos
alunos, tendo em conta que cada criança tem a sua realidade contextual.

48
LUQUET, G. H. O desenho infantil. Porto: Editora do Minho, 1969.
PILLAR, A. D. Desenho e escrita como sistemas de representação. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1996.
REVIÈRE, A. Origem e desenvolvimento da função simbólica na criança. In: COLL, C.
Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia evolutiva. Tradução Francisco Franke
Settineri e Marcos A.G. Domingues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
Etapas evolutivas do desenho infantil segundo Piaget. Artigo disponível em:
http://www.helomartins.com.br/temas/grafismo-infantil.html. consultado no dia 15.01.2019
DA COSTA, Daniel Dinís e HOGUANE, José J. A. Módulo de didáctica de Educaçao Visual
e Ofícios. INDE 2012.
PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado
http://www.portaleducacao.com.br/cotidiano/artigos/54121/desenho-infantil-importancia-ara-
desenvolvimento-da-crianca#ixzz43iM8xcrH Consultado no dia 07.04.2019

Unidade no 3

Desenho Artístico

Duração da Unidade: 4 Horas

Introdução da Unidade Temática

Desde os tempos primitivos que o homem usava diferentes formas de comunicação e


expressão para imortalizar diferentes momentos do seu quotidiano, um exemplo lúcido disso
são as pinturas rupestres. Estimado professor esta unidade temática visa ajudar-lhe a destacar
as principais formas de expressão e comunicação, os diferentes elementos de linguagem
visual com principal enfoque no desenho artístico, materiais usados, tipos de desenho
artístico e estratégias que lhe ajudarão a lecionar esta unidade temática.

49
1. Descreve a importância do desenho artístico no ensino primário.
2. Demonstra domínio metodológico de Ensino Aprendizagem de Educação Visual e
ofícios;

Lição no 1

Formas de expressão e comunicação visual

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

Introdução da lição
Como já mencionamos na introdução da unidade na necessidade do homem comunicar ou
seja transmitir mensagem aos seus receptores surge o anseio de transmitir ideias e emoções
nesta lição destacar-se-ão as diferentes formas de expressão e comunicação, bem como os
elementos de linguagem visual, destacaremos ainda o material usado para desenho artístico.

Formas de expressão comunicação Visual


Dentre as várias formas de comunicação/expressão visual temos a arquitectura, artes plásticas
(desenho, pintura, escultura, cerâmica, fotografia, cinema, etc). Nesta lição daremos destaque
ao desenho artístico que faz parte das artes plásticas e mais adiante falaremos de outras
formas de expressão artísticas.

Elementos de Linguagem Visual

Ponto

O ponto ocupa no espaço uma posição. Não tem geometricamente dimensão, área ou
superfície é simplesmente invisível. Sendo o elemento visual mais simples, é necessário

50
graficamente torná-lo visível. Resulta por exemplo do primeiro contacto do lápis com o
papel.

Nas imagens a seguir pode apreciar como foi possível animar as superfícies e torná-las mais
atraentes a partir do Ponto.

Linha

Um ponto em movimento gera uma linha. Assim uma linha é constituída por um conjunto de
pontos.

A linha é um elemento gráfico de desenho muito importante, com ela definem-se as formas e
podemos exprimir a nossa imaginação e criatividade.

[inserir imagens de desenhos compostos por linhas]

Conceito e importância do Desenho Artístico


Chamamos de desenho a uma representação gráfica constituída por linhas, pontos e/ou
formas que se realizam sobre uma superfície com a ajuda de alguns materiais.

O desenho artístico é um meio de expressão visual que usa o traço e o ponto nas
representações gráficas, pode ser usado na construção de formas dependendo do propósito
para gerar diferentes superfícies físicas e virtuais, imagens figurativas ou abstratas.

No desenho artístico são apresentadas ideias e conceitos onde o desenhista utiliza sua
criatividade de forma expressiva com intuito de estimular a sensibilidade visual de quem o
observa. Não é utilizada nenhuma regra, procedimento ou padrão. Desenhos artísticos são
caracterizados por sua liberdade de expressão.

Meios e materiais para o desenho

51
O desenho pode ser executado com vários meios riscadores, tais como: lápis, carvão, giz,
pincel, canetas (de feltro, esferográficas, estilográficas), lápis de cor etc. A aderência do
material aos suportes ajudam-nos a selecionar o mais ideal para execução do nosso desenho.

Suporte

É a base de realização do desenho. A escolha do suporte tem como base o tipo de desenho
que se pretende e o material riscador por usar. Exemplo papel timbrado, offset, pardo, etc.

[inserir imagens de vários suportes de desenho]

Lápis

Existe uma vasta gama de lápis de grafite que permite conseguir uma grande diversidade de
traços e tons podendo encontrar lapiseiras contendo minas de diferentes durezas.

A mina do lápis classifica-se em dura (H), intermédia (HB) e macia (B). a posição do lápis
determina o tipo de traço, quanto maior for a inclinação mais grosso será o traço.

[inserir imagens de lápis e lapiseira incluindo seus traços]

Lápis de cor

Existem lápis de cor de inúmeros tons e dureza, lembrar que a sobreposição das cores dá
origem a novas cores. Deve aplicar primeiro as cores mais claras, sobrepondo os traços
suavemente até à obtenção de uma superfície homogénea de seguida pode-se aplicar
gradualmente as cores mais escura.

[inserir imagens de lápis cor incluindo seus traços]

Canetas de Feltro

As canetas de feltro tem a mesma variedade que os lápis de cor, variando de espessura e
pontas: podendo ser finas ou grossas, duras ou macias.

Têm, no entanto defeitos, a durabilidade da cor é muito precária e as pontas de feltro muito
frágeis. A tinta, uma vez depositada, é impossível de ser removida. A cor exposta à luz altera-
se e tem tendência a desaparecer. Muitas vezes penetra no papel, invadindo o verso deste de
uma forma por vezes indesejável.

Aplicam-se gradualmente numa superfície, com movimentos progressivos sempre na mesma


direcção para uniformizar as linhas.

[inserir imagens de canetas de feltro incluindo seus traços]

52
Carvão

Apresenta-se sob forma de pequenos paus cilíndricos de madeira queimada ou barras que
variam de espessura e dureza. Infelizmente o traço desaparece com o tempo devendo se usar
um fixador.

[inserir imagens de carvão incluindo seus traços]

Canetas esferográficas e estilográficas

Não servem apenas para a escrita podem ser usadas para o desenho, pois apresentam várias
espessuras. O suporte para este riscador não pode ser absorvente.

[inserir imagens de Canetas esferográficas e estilográficas seus traços]

Lápis de cera

O giz de cera ou lápis de cera é um material escolar, usado principalmente para desenhar,
constituído principalmente por parafina, pigmentos e cargas, apresentando uma vasta
variedade de cores, graças a mistura de seus corantes. É muito usado por crianças na sua fase
pré-escolar, por seu traço grosso, colorido, e sua facilidade de uso. E em outras ocasiões por
sua suavidade nos contornos e por sua característica que fica nos desenhos, e também é usada
às vezes para outras coisas, como: escrever; após raspar, utilizar as raspas em trabalhos
artísticos e artesanais; etc.

[inserir imagens de lápis de cera seus traços]

Borrachas

Como sempre ocorre o risco de se cometer algum erro, devemos ter sempre à mão uma
borracha de boa qualidade. A borracha não deve ser usada apenas para apagar possíveis erros,
mas também, pode ser usada para abrir brancos, recortar perfis, sempre que possível, é
melhor começar de novo um desenho do que danificar as fibras do papel com o atrito da
borracha.

[inserir imagens de desenho com efeitos de luz feito com a borracha]

53
1. Enumere as formas de comunicação e expressão visual por ti
conhecidas?
2. Mencione os elementos da linguagem visual.
a) Faça dois desenhos com recurso aos elementos de linguagem visual acima
mencionados.
3. Que meios e materiais são usados no desenho artístico?

Faça uma leitura atenciosa e minuciosa do texto disposto nesta lição, conjugada com
pesquisas adicionais que lhe ajudarão a executar as actividades acima dispostas. Atendendo
de algumas das actividades são práticas, para tal deverá utilizar um material que facilite o seu
trabalho.

Lição no 2

Tipos de desenho artístico

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

Introdução da lição
Caro professor, como já viu na lição anterior sobre o desenho como um meio de comunicação
e expressão, nesta lição prosseguiremos falando dos tipos desenho artístico recorrendo a
alguns exemplos práticos que têm-se deparado com eles no seu dia-a-dia na sala de aulas no
processo de ensino e aprendizagem.

54
Tipos de desenho artístico

1. Desenho de Memorização

É um desenho realizado de memória; não temos à nossa vista o que ser observado enquanto o
desenho vai sendo elaborado no papel.

2. Desenho de Observação

Quando algo está presente à nossa vista para ser desenhado; deve ser transportado para o
papel atentamente, seguindo todos os detalhes.

O desenho pode ser definido como a interpretação de qualquer realidade, visual, emocional,
intelectual, ou outra, através da representação gráfica.

O Desenho de Observação assenta em quatro princípios básicos: Enquadramento,


Composição, Perspectiva e Proporções.

A prática de esboçar uma tigela de frutas (Natureza Morta), o desenho de um modelo


(figurativo), ou desenho de uma cena de rua, campos, rios (paisagem) são exemplos de
desenho de observação.

A imagem não é tomada de uma fotografia ou a imaginação do artista, mas a partir da


observação da vida real.

Caro professor, para ajudá-lo a orientar melhor os alunos, colocamos cinco sugestões que
ajudam a melhorar as habilidades no desenho de observação de seus alunos:

 Cortar um quadrado ou retângulo vazado de papel cartão, observar ao redor o que se


pretende desenhar ou pintar e selecionar o melhor ponto de observação. Esta ferramenta
ajuda a definir as bordas da composição e como se deseja situar o tema dentro desse
quadro de trabalho.
 Ter cuidado ao fechar um dos olhos para olhar o tema. Estar atento em fechar sempre
o mesmo olho, pois, os olhos oferecem dois pontos de vista diferentes.
 Não mudar a posição em que está sentando ou mesmo a direção com que iniciou os
esboços. Isso mudará radicalmente a perspectiva.
 Usar papel grande, ou um caderno de desenho muito grande.
 Olhar sempre para o que se está desenhando, pelo menos 50% do tempo, ou se
possível, mais. Observar todos os detalhes, concentrar-se naquilo que realmente se quer

55
desenhar. Onde é que as linhas se cruzam, que ângulo, quais são as formas básicas, as
proporções de altura e largura.

É normal e muito importante que se tome alguns minutos olhando, observando o modelo que
será desenhado para só assim, dar início aos primeiros esboços do tema em questão.

3. Desenho Criativo

O desenho criativo pode ser dirigido ou com tema dado e livre.

a) Desenho Livre

Quando não depende de meios representativos, mas da própria imaginação e criatividade.

No desenho livre a criança se exterioriza, pensa e faz. A espontaneidade é, talvez, a


característica mais importante do desenho infantil.

Às vezes a criança pode oferecer resistência ao desenho livre. Ela não sabe como expressar-
se bem, tem medo de faze-lo, receia não agradar. Isto é natural ocorrer; portanto não force a
criança, deixe que ela realize os trabalhos naturalmente. Se você observar que ela não quer
utilizar esta técnica aponte outra que ela se interesse mais.

b) Desenho dirigido ou com o tema dado

Quando o tema é dado por outra pessoa; o desenho é de livre criação, mas o tema específico.
É a representação do que ocorre à criança como consequência de algo que ela viu ou
vivenciou.

4. Desenho de Ilustração/ Ilustrativo

Ilustração é uma imagem pictórica utilizada para acompanhar, explicar, interpretar,


acrescentar informação, sintetizar ou até simplesmente decorar um texto. Embora o termo

seja usado frequentemente para se referir a desenhos, pinturas ou colagens, uma fotografia
também é uma ilustração. É comum em jornais, revistas e livros, especialmente na literatura
infanto-juvenil (assumindo, muitas vezes, um papel mais importante que o texto), sendo
também utilizadas na publicidade e na propaganda. Existem também ilustrações

56
independentes de texto, onde a própria ilustração é a informação principal. Um exemplo seria
um livro sem texto, comum em quadrinhos ou livros infantis.

Caro professor, para alargar o seu conhecimento sobre esta matéria, conheça algumas
técnicas usadas para a execução de diferentes tipos de desenho artístico:

Técnica para desenhar linhas retas à mão livre

Para começar, recomenda-se que o professor desenhe linhas com traços rápidos e retos. Essa
técnica serve para que você aprenda a ter mais segurança e confiança ao fazer seus desenhos,
evitando tremer ou distorcer as linhas na hora de desenhar.

[inserir imagem correspondente a técnica de desenho de linhas a mão livre]

Técnica de formas

O primeiro passo dessa técnica é esquecer a imagem real, que tem de determinado objeto ou
pessoa, e pensar em formas geométricas, como retângulos, triângulos, círculos, quadrados,
elipses. A partir daí, você passa a entender qual é a forma, o espaço, os contornos e os
ângulos que o seu desenho deve ter.

[inserir imagem correspondente a técnica de formas]

Técnica de sombreamento

Primeiramente, deve decidir de onde vem a luz do seu desenho para saber exatamente onde
deve sombrear. Uma dica é marcar na folha em que estiver desenhando a área que ficará
iluminada. Assim, você saberá onde deve fazer o sombreado.

[inserir imagem correspondente a técnica de sombreamento]

Técnica de luzes

Assim como a técnica de sombreamento, também existe uma forma de clarear o seu desenho,
e é isso que chamamos de técnica de luzes! O material de uso é uma borracha, que vai passar,
de acordo com o contorno do desenho, nas áreas em que deseja reforçar a luz.

[inserir imagem correspondente a técnica de luzes]

Técnica de grade ou malha

Essa técnica geralmente é utilizada por artistas que desejam fazer uma cópia de alguma
fotografia, desenho ou qualquer outra imagem já existente.

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Para usar esta técnica, você deve pegar uma foto e dividir a imagem, com uma régua, em
pequenos quadrados do tamanho que achar melhor. Depois, pegue a folha onde vai fazer o
seu desenho e divida igual, com os quadrados do mesmo tamanho. Assim, você pode copiar a
imagem da foto em cada quadradinho da folha.

[inserir imagem correspondente a técnica de grades ou malha]

Estratégias de ensino do desenho artístico

É fundamental que esteja motivado para transmitir dinamismo e entusiasmo aos seus alunos.

O desenho é uma atividade que deve ser elaborada como forma de livre de expressão e
equilíbrio pessoal do aluno.

O produto artístico do aluno tem valor não pela sua beleza e conteúdo, mas simplesmente
porque é uma expressão natural e espontânea. Por isso não devemos estabelecer formas
estereotipadas ou incentivar a cópia de modelos para obter bons resultados.

Para tal deve sempre partir de uma situação real que faz parte do dia-a-dia dos alunos é
capitalizar essas experiencias para a aula. Lembrar que priorizar a metodologias de trabalho
em grupo pode ajudar os alunos mais fracos devendo para tal conhecer melhor os seus alunos
antes da divisão dos grupos.

Durante a execução das actividades é imperioso que faça o acompanhamento do que os


alunos estão fazendo para auxiliar-lhes.

Elogie os alunos em todos momentos atendendo e considerando que podem estar a passar de
etapas gráficas diferentes.

Evite apenas orientar actividades e cobrar resultados – faça com os seus alunos, desta forma
estarão mais confiantes e motivados a realizar a actividade.

Faça a exposição dos trabalhos dos alunos o que permitirá que cada um deles fale do seu
desenho de forma espontânea – mais uma vez não esqueça de elogiar seus alunos. E por fim
oriente trabalhos para casa como forma dos alunos consolidarem seus conhecimentos.

58
1. Planifique e lecione uma aula de desenho artístico e faça a análise reflexiva, junto
com os colegas da sua escola e se esqueça de gravar vídeo aulas e produzir material
didáctico).
2. Pesquise sobre fundamentos do desenho de observação;
3. Faça um desenho de observação do ambiente externo da sua escola;
4. Que estratégias, devemos ter em conta no ensino desta unidade?

Estimado professor, esta unidade é mais prática que teórica. Apesar de não descartar os
conhecimentos teóricos, faça uma leitura do texto disposto nas lições e disponibilize tempo
para realizar as actividades que lhe são propostas.

Caro professor, através do desenho a criança canta, brinca, dramatiza, coloca todos os seus
sentimentos e pensamentos no papel, na areia, no chão, na parede, ou seja, em qualquer lugar
onde possa se sentir livre para se expressar, criando um universo só seu. Aprende noções de
espaço, de tempo, quantidade, sequência e desenvolve sua linguagem oral e escrita. Suas
criações, desde as mais simples às mais elaboradas, representam no fundo a sua afetividade.
Finda esta unidade podemos falar das formas de comunicação e expressão visual destacando
o desenho artístico, seu conceito e importância, incluindo os materiais, tipos de desenho
artísticos e as estratégias usadas para lecionar esse conteúdo.

1. O que entende por desenho artístico?


2. Descreva os tipos de desenho artísticos aprendidos nesta lição.
3. O Desenho de Observação assenta em quatro princípios básicos.
a) Quais são? (Descreva-os)

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4. Para a execução de diferentes tipos de desenho, são usadas algumas técnicas como:
Técnica para desenhar rectas à mão livre; Técnica de formas; Técnica de sombreamento;
Técnica de Luzes; e Técnica de Grade.
a) Em que consistem estas técnicas?
5. Para reforçar a luz no desenho artístico, que material é usado na Técnica de Luzes?

Leia atenciosamente as lições desta unidade e faça um resumo que lhe ajudará a responder as
questões de avaliação e não se esqueça de fazer pesquisas adicionais para enriquecer seus
conhecimentos e faça as actividades propostas para melhorar suas habilidades de desenho.

DA COSTA, Daniel Dinís e HOGUANE, José J. A. Módulo de didáctica de Educaçao Visual


e Ofícios. INDE 2012.
JÚNIOR, Rafael. Conheça os tipos e as suas técnicas específicas. Consultado em
https://criartes.webnode.com.br/products/tipos-de-desenho/ no dia 07.04.2019, pelas 19 horas

Unidade no 4

Cor e pintura

Duração da Unidade: 4 Horas

Introdução da Unidade Temática

Caro professor nesta unidade, serão abordadas a cor, pintura e textura, visto que a pintura é
mais uma das formas de comunicação e expressão visual que a criança usa para transmitir
mensagens sobre seus pensamentos e estado de espírito. É nesta unidades que serão arroladas
as técnicas de pintura com diferentes materiais (aguarela, guaches, lápis de cor e cera e tintas

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artesanais), a mistura de cores, o círculo cromático, a gradação da cor, a simbologia da cor e a
pintura colectiva sem deixar de lado os conceitos cor, pintura e textura.

1. Aplica as diferentes técnicas de pintura em telas individuais e em painéis colectivos;


2. Demonstra domínio metodológico de Ensino Aprendizagem de Educação Visual e
ofícios;

Lição no 1

Introdução a cor e pintura

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

Introdução da lição

O ensino da cor e pintura é uma tarefa facilitada, pois a cor existe em todo lugar e pode ser
facilmente explorada para a transmissão de novos conhecimentos. A cor pode ser vista como
luz e como pigmento. Hoje, todas as actividades humanas utilizam a cor, desde a
comunicação (cartazes, televisão, revistas, panfletos, sinais de trânsito, etc.), a indústria de
vestuário, de automóveis, de tintas, etc.), actividades artísticas (pintura, mosaicos, design,
cinema, fotografia, etc.), dentre outras actividades. A lição em alusão irá falar dos conceitos
cor, pintura e textura incluindo os tipos de textura que podem ser naturais, artificiais e
mistas, faremos abordagem igualmente dos tipos de pintura.

Conceito de cor, pintura e textura

É a impressão ou sessação produzida na retina do olho quando a luz é refletida pelos


objectos.

Pintura

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É a técnica de aplicar pigmento em forma pastosa, líquida ou em pó a uma superfície, a fim
de colori-la, atribuindo-lhe matizes, tons e texturas.

Em um sentido mais específico, é a arte de pintar uma superfície, tais como papel, tela, ou
uma parede. Diferencia-se do desenho pelo uso dos pigmentos líquidos e do uso constante da
cor, enquanto aquele apropria-se principalmente de materiais secos.

No entanto, há controvérsias sobre essa definição de pintura. Com a variedade de


experiências entre diferentes meios e o uso da tecnologia digital, a ideia de que pintura não
precisa se limitar à aplicação do "pigmento em forma líquida". Atualmente o conceito de
pintura pode ser ampliada para a "representação visual através das cores". Mesmo assim, a
definição tradicional de pintura não deve ser ignorada.

Nesta lição é importante que se fale um pouco sobre a textura, tendo em conta a sua relação
com o tema em estudo.

Textura

É o aspecto de uma superfície, que permite identificá-la e distingui-la de outras formas. Por
exemplo a superfície de um limão tem uma textura rugosa enquanto, que a superfície da
laranja tem uma superfície lisa. Quando tocamos ou olhamos para um objeto ou uma
superfície podemos sentir, se ela é lisa, rugosa, macia, áspera e ondulada. É por isso, que a
textura é considerada uma sensação visual ou táctil.

A Textura, numa pintura pode basear-se na tinta e na técnica da sua aplicação ou por
materiais adicionais como borracha, metal, madeira, tecidos, couro, terra, areia, etc., e tem
impacto visual e táctil.

A textura pode ser natural ou artificial:

Textura natural

É aquela que não resulta da acção do Homem, ou seja surge naturalmente através de
fenómenos naturais ou biológicos. Exemplo: casca do limão, casca da árvore, superfície de
pedras, etc.

[Inserir imagens de textura naturais]

Textura artificial

É aquela que resulta da acção do Homem pela transformação de vários materiais naturais e
artificiais. Exemplo: Sola do sapado, moeda, cesto de palha, superfície da peneira, etc.

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[Inserir imagens de textura artificiais]

Textura mista

É aquela que resulta da combinação do que a natureza fornece e a ação do homem.

[inserir imagens de textura mista]

Materiais e técnicas de pintura

As técnicas de pintura aparecem normalmente associadas aos materiais, sua diluição e


aplicação na pintura. Podemos nomear por exemplo, o pastel, a pintura a óleo, a aguarela ou o
acrílico, entre as várias técnicas de pintura mais conhecidas. Aqui, abordaremos
especialmente a aguarela, o guache, o lápis de cor, o lápis de cera e algumas tintas artesanais.

Lápis de cor Lápis de cera Aguarelas Guaches

Pinturas a lápis de cor e de cera

Para realizar pinturas a lápis de cor é preciso verificar o grau de dureza que apresenta ou a
suavidade com a qual aderem ao suporte. Este material é igualmente de fácil acesso e maneio,
facilita a obtenção de várias misturas de cores por não ser totalmente transparente nem opaco.
Por sua vez, o lápis de cera permite-nos cobrir grandes superfícies e utilizar uma grande
variedade de suportes (papel, cartolina, cartão, madeira, metal, tecido, etc.) com mais
facilidade do que o lápis de cor. Sendo uns solúveis e outros não, o seu traço é grosso, admite
sobreposição de camadas e tonalidades, e o seu uso pode ser feito igualmente deitando o lápis
rente á superfície.

Pinturas a lápis de cor Pintura lápis de cera

Pinturas a aguarela e a guache

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A pintura a aguarela, consiste em diluir as tintas com água, de modo a torná-las transparentes
ou a facilitar a sua aplicação. Ao executar a pintura, deve-se iniciar por aplicar as tonalidades
mais claras e depois colocar as mais escuras. Sendo uma técnica de muita transparência das
cores e predomínio de tonalidades claras, o branco do papel deverá jogar o papel da
tonalidade mais clara, que representa as zonas de maior ou total incidência da luz. Por sua
vez, a pintura a guache consiste em diluir suficientemente o guache em pequenas quantidades
de água até atingir uma consistência apropriada, que permita o trabalhar com pincéis variados
e manter as tintas opacas (não transparentes como no caso anterior). As misturas podem ser
feitas em godés, azulejo branco ou em paletas brancas. Na execução, tenha sempre um papel
branco de lado para realizar as experimentações das misturas, e só aplique sobre a tela
quando tiver obtido a mistura desejada.

Pintura a aguarela Pintura a guache

Pintura usando tintas artesanais

Com recurso a diversos frutos, flores, raízes, folhas de plantas e outras misturas, podem ser
obtidas artesanalmente cores naturais. Por exemplo da casca de cebola pode se obter o
castanho ou laranja, das amoras se obtém o azul púrpura, das folhas de eucalipto se obtém o
cinzento, das folhas da mandioqueira se obtém o verde, das folhas de chá se obtém o creme
escuro, etc. Esta actividade pode ser acompanhada pelo fabrico de pincéis artesanais usando
penas leves de aves, palha fina, fibra da casca de coco, ou experimentando o potencial de
outros materiais.

Na pintura podemos recorrer aos principais elementos do desenho que são a pintura usando
pontos, linhas e manchas.

1. Fale dos conceitos cor, pintura e textura.

64
2. Descreva os tipos de textura destacados nesta lição e dê exemplos.
3. Qual é a importância da pintura no ensino primário?
4. Faça uma pintura decorativa recorrendo a vários materiais.
5. Para além das técnicas de pintura patentes nesta faça uma pesquisa sobre outras
técnicas.

Leia atentamente o texto e faça pesquisas adicionais sobre os tópicos, use a sua experiência e
dos seus colegas no processo de ensino-aprendizagem, promova debates em sua escola e
responda as questões acima colocadas.

Lição no 2

Mistura de cores

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

Introdução da lição

Prezado professor nesta lição daremos continuidade cor e pintura, com o principal enfoque à
mistura de cores que é o processo de obtenção de cores primárias, secundárias e terciárias.
Prosseguiremos falando da gradação da cor do círculo cromático e dos significados atribuídos
à cor pela sociedade.

Mistura de cores

A mistura de cores é um processo de adição de pigmentos que permite a obtenção das cores.

Classificação das cores

As cores podem ser classificadas em primárias, secundárias e terciárias.

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Cores primárias

São aquelas que obtidas sem nenhuma mistura ou seja puras. - Amarelo, azul e vermelho é a
partir delas que são feitas as outras cores.

Amarelo Azul Vermelho


Cores Secundárias

São aquelas obtidas á partir da mistura de duas cores primárias.

(Amarelo + Azul) =Verde (Amarelo + Vermelho) =Laranja (Azul + Vermelho) = roxo

Cores Terciárias

São as resultantes da mistura de cores primárias e secundárias.

(Vermelho + Roxo) (Vermelho + Laranja) (Azul + roxo)


= Vermelho arroxeado = Vermelho alaranjado = Azul arroxeado

(Amarelo + Laranja) (Amarelo + Verde) (Azul + verde)


= Amarelo alaranjado = Amarelo esverdeado = Azul esverdeado

Cores Neutras

O preto o branco e o cinza, em todas as suas tonalidades, claras ou escuras formam as cores
neutras. As demais cores, quando perdem o seu colorido pela excessiva mistura com o preto,
o branco ou cinza, também se tornam cores neutras.

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Gradação da cor

Manipulando a cor é possível obter vários efeitos cromáticos:

Monocromia

Corresponde à variação tonalidade de uma cor com nuanças para o claro quando misturada ao
branco ou para o escuro quando acrescido o preto.

Tonalidade

É a variação tonalidade de uma cor, que pode ser conseguida num processo de escala.

Policromia

É a composição que combina de mais de três cores organizadas separadamente.

Matiz

Matiz é a característica que define e distingue variação de uma cor. Para se mudar uma cor,
acrescenta-se a ela outro matiz.

Temperatura das cores

Cores quentes: São as cores que transmitem calor, alegria e luz, a exemplo do amarelo,
laranja e vermelho.

Cores frias: Caracteriza-se pelas cores menos vibrantes, melancólicas, calmas comum do
verde, roxo e azul

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Círculo cromático é um disco multicolor geralmente constituído por cores primárias,
secundárias e terciárias.

Simbologia da cor

Muitas vezes a cor não é usada simplesmente para efeitos decorativos. A sua aplicação pode
igualmente ter finalidades comunicativas, ligadas especialmente à cultura e religião. Veja
alguns exemplos de cor e suas ligações:

Azul
A cor azul está relacionada com a nobreza e costuma ser usada para transmitir harmonia,
tranquilidade e serenidade. Sendo uma cor fria, por vezes é associada à monotonia e
depressão.

Verde
Esta é a cor mais associada à natureza e ao sentimento de esperança, mas também está
relacionada com conceitos como saúde, dinheiro, vitalidade e juventude. Muitas vezes é
usada em ambientes para ter um efeito calmante.

Amarelo
Utilizada para passar a sensação de luz e calor, o amarelo estimula o raciocínio e a
criatividade. Também pode ser usada para representar alegria, optimismo e jovialidade.

Roxo
O significado da cor roxo está muitas vezes associado à espiritualidade, mistério e
misticismo. Também costuma ser usada para transmitir melancolia.

Rosa
É a cor do romantismo e da delicadeza, sendo mais associada ao mundo feminino. Os

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diferentes tons podem ter significados diferentes, mas normalmente esta cor é usada para se
referir ao amor e à inocência.

Vermelho
Esta cor quente transmite muita energia e simboliza a paixão e amor. É uma cor forte e por
isso muitas vezes também pode ser associada ao poder e violência, perigo. É conhecida por
estimular a circulação e melhorar a autoestima.

Laranja
Esta cor transmite alegria e vitalidade. Também pode significar sucesso e prosperidade.
Transmite entusiasmo, mas quando usada em exagero pode causar ansiedade e desgosto.

Castanho
Considerada a cor da terra, o castanho expressa segurança, maturidade, conforto e
simplicidade. Além disso, também é relacionada a produtos naturais e ao estilo de vida
saudável.

Cinzento
Esta cor corresponde à estabilidade, solidez e ausência de emoções. Muitas vezes é usada
para representar elementos sofisticados. Apesar disso, para algumas pessoas associam o
cinza à solidão, depressão e tristeza.

Branco
Representa a paz, a purificação, inocência e a clareza. Também é reconhecida como uma cor
que transmite calma e ajuda a atingir equilíbrio. Na cultura ocidental representa alegria,
enquanto na oriental está relacionada com o luto.

Preto
A cor preta está relacionada à morte, solidão e isolamento. Além disso, também é
considerada uma cor sofisticada e elegante.

Pintura colectiva

A pintura colectiva é uma actividade geralmente realizada em grandes dimensões ou em


forma de um mural, na qual participam vários indivíduos em simultâneo. Com a mesma a
temática, ou diferentes temáticas no mesmo mural ou tela. Os estilos e técnicas aplicadas
podem variar em função dos participantes do trabalho. A harmonização das variações
atribuirá uma mais-valia e estética na pintura. É importante que antes de se fazer o trabalho

69
sobre a superfície escolhida (tela gigante, muro, parede, etc.) se realize conjuntamente um
cartão ou plano de ocupação da superfície que será posteriormente ampliado no painel.

Estratégias de ensino da cor e pintura

O estudo da cor e pintura é extremamente interessante para os alunos do ensino primário, na


medida em que de forma lúdica os alunos vão exprimindo os seus sentimentos e ao mesmo
tempo desenvolvendo um conhecimento científico.

Os alunos terão oportunidade de explorar as potencialidades dos diferentes materiais usados


na pintura, experimentar misturas de cores e fazer muitas descobertas interessantes. É uma
oportunidade, como em várias técnicas desta disciplina, de os alunos desenvolverem a sua
destreza manual e a sua motricidade.

A memorização dos conceitos não é a prioridade no estudo da cor, pois os conceitos


desenvolvidos são abstratos, pelo que o professor deverá encontrar formas de os alunos
entenderem o que é a cor, a pintura e a textura, focalizando basicamente os trabalhos práticos,
na base dos quais o aluno terá interessantes experiências.

É importante proporcionar a liberdade e espontaneidade durante os trabalhos dos alunos


deixando-os mais livres para o desenvolvimento das suas habilidades e dos seus
conhecimentos sobre a cor e pintura e sempre partindo das ideias dos alunos.

Priorize que os alunos produzam tintas artesanais e pinceis com recursos localmente
disponíveis no seu meio social.

Pode disponibilizar um esboço previamente elaborado onde os alunos podem utilizar as


técnicas de manchas, pontos e linhas para colorir os seus desenhos.

Não se esqueça de fazer ou acompanhar as actividades dos alunos passo a passo sem deixar
de lado os elogios e de fazer a exposição das pinturas priorizando que cada aluno fale do seu
trabalho.

1. Planifique e lecione uma aula prática de pintura e faça a análise reflexiva juntamente
com os seus colegas de escola. Não se esqueça de produzir/selecionar material didáctico de
gravar vídeo e fazer fotos.

70
2. Aplicando diferentes técnicas e materiais de pintura, desenhe o círculo cromático e
realize pinturas basicamente sobre papéis apropriados e cartolinas.

3. Faça pintura em telas, abordando temáticas de interesse actual e transversal.

4. Para terminar, escolha uma parede, muro, ou tela para a realização de um painel
colectivo.

O trabalho com tintas, embora não envolva objectos potencialmente cortantes,


também requer certos cuidados de higiene e segurança no trabalho. Mantenha o espaço de
trabalho limpo, os trabalhos arrumados, os materiais (tintas, pincéis, telas, godés, etc.) bem
organizados. Se achar conveniente use um avental ou bata para proteção.

Os alunos poderão muito facilmente ter uma ideia clara do que seja textura através de uma
explicação e exemplos que o professor irá dar, que levarão os próprios alunos a definirem por
si próprios a textura. Esse conhecimento do aluno deverá ser implementado nas suas pinturas.

Com base na leitura prévia do texto da lição acima disposta e pesquisas adicionais faça as
actividades acima sugeridas.

Tendo em conta que a pintura é um meio de comunicação e expressão visual, acabamos de


explorar os diferentes técnicas e materiais que podemos usar para realizar diversas pinturas
sendo elas decorativas, ilustrativas ou abstractas. Prezado professor ainda nesta unidade
debruçamo-nos sobre a simbologia da cor, misturas de cores textura e algumas sugestões
estratégicas sobre como podemos encarar este conteúdo com os nossos alunos na sala de
aulas.

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1. Quais são as técnicas de pintura que conhece? Explica em consiste cada uma delas.
2. O que entende por cores primárias e terciárias? Explique o procedimento para a
obtenção das cores terciárias.
3. No contexto social, a cor pode ter vários significados e aplicações. Indique os
significados e aplicações das cores mais usadas na sua comunidade.

Actividade 1: Em seus trabalhos, é importante que o cursista exercite inicialmente a mistura


de cores, testar as potencialidades de cada material de pintura, pois estes conhecimentos serão
úteis para a realização dos seus quadros de pintura.

Actividade 2: O cursista deve desenvolver as suas potencialidades de comunicar através das


artes. Os temas retratados nas pinturas (a serem exibidas em exposição conjunta) deverão
criar reflexões e instigar a tomada de consciência e mudança de atitude em torno de temas de
interesse da comunidade e da sociedade em geral.

Actividade 3: Na ausência de um muro ou parede livre/disponível, este trabalho pode ser


realizado igualmente numa tela gigante. É importante a participação de todos e a planificação
com a produção de um esboço atempado do espaço a ocupar.

ALMEIDA, Luís. Eu e a Arte – Livro do aluno, Educação Visual 5a Classe. Porto editora.
SAMUEL, Filipe David Carrel. Arte e Vida – Livro do aluno, Educação Visual 7aClasse.
Texto editores.
DA COSTA, Daniel Dinís e HOGUANE, José J. A. Módulo de didáctica de Educaçao Visual
e Ofícios. INDE 2012.
Significado da cores https://www.significados.com.br/cores/ Consultado no dia 05.10.2018
Pintura https://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura Consultado no dia 05.10.2018
Textura (Pintura) https://pt.wikipedia.org/wiki/Textura_(pintura) Consultado no dia
05.10.2018

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Unidade no 5

Impressão e estampagem

Duração da Unidade: 4 Horas

Introdução da Unidade Temática


Estimado professor seja bem-vindo a unidade a impressão e estampagem, nela arrolaremos a
origem e o conceito de impressão, os tipos de impressão (com maior destaque para a
serigrafia, a monotipia e o decalque), a produção de carimbos a partir de vegetais, cartão e
esferovite, a criação de composições por sobreposição, repetição, variações de dimensões e
alternância, a criação de composições mistas (desenho e impressão, desenho e decalque,
colagem e impressão).

1. Faz composições em papel, tecido, utilizando várias técnicas de impressão e


estampagem.
2. Planifica actividades ligadas ao meio ambiente e ensaia métodos de avaliação
contínua do progresso do aluno;
3. Demonstra domínio metodológico de Ensino Aprendizagem de Educação Visual e
ofícios;
4. Planifica e medeia o processo de ensino-aprendizagem de modo criativo, reflexivo e
autónomo;

Lição no 1

Impressão e estampagem

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

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Introdução da lição

Estimado professor seja bem-vindo a lição sobre a impressão e estampagem antes de


aprofundar os conteúdos, faremos uma breve conceituação sobre a origem e conceito
impressão e estampagem e daremos destaque aos principais tipos de impressão e estampagem
utilizadas desde os tempos primitivos com vista a capitalizar estes conteúdos para o ensino
primário.

Origem e conceito Impressão e estampagem


A necessidade de passar informações em forma de texto ou de imagem, preocupa o Homem
já há bastante tempo. As manifestações mais antigas datam de 2800 (a. C.) em forma de
traços registados em argila. Por volta do século VIII (a. C.), na China eram frequentes
gravações em tijolos e madeira para posteriormente serem reproduzidas em folhas de papel
de arroz. Contudo, com a evolução tecnológica notou-se uma expansão acentuada de técnicas
de impressão pelo mundo fora e, novas formas de transferência de imagens foram e
continuam surgindo, umas mais simples e outras mais complexas.

As palavras impressão e estampagem têm significados semelhantes a imprimir, gravar,


reproduzir, marcar, etc. Contudo, a palavra impressão é mais usada para designar um
conjunto de procedimentos que lhe permitirão fazer a transferência da imagem de um
desenho feito numa superfície designada suporte (madeira, chapa metálica, linóleo, pedra,
etc.) para o papel, tecido, cartolina ou outro material.

Tipos de impressão

Na actividade da impressão podem ser usadas várias técnicas dentre elas a monotipia, a
gravura, a impressão serigráfica, os fotogramas e os batiques. Nesta lição dar-se-á destaque
para a serigrafia, a monotipia, o decalque e a gravura. Caso haja dificuldades na
concretização destas técnicas de impressão, explore aquelas que, pelas características da sua
região, sejam mais exequíveis ou que os materiais para a sua execução estejam facilmente
disponíveis.

a) Serigrafia ou Silk-Screen

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A serigrafia é um procedimento de impressão plana que funciona com “máscaras” (conjunto
de partes reservadas e outras que deixam passar a tinta), muito usada em tecidos, papéis,
cartazes, etc. A base de trabalho é a matriz, e a mais utilizada é feita de nylon na qual a
imagem plana é gravada através de vernizes, cola, emulsões fotográficas, filmes serigráficos
dentre outros processos. O processo de impressão na serigrafia é feito espalhando a tinta
(geralmente com um rodo que faz pressão entre a tela e a cópia), fazendo com que a tinta seja
chupada através 151 das áreas furadas da imagem que se pretende reproduzir. Trata-se de um
procedimento muito usado na indústria de tecidos para a estampagem de imagens.

[inserir imagens de serigrafia]

b) Monotipia

Trata-se de uma técnica conhecida por “técnica de uma só reprodução”, resultado da


aplicação de tinta espessa ou diluída sobre um suporte não absorvente. No final, as imagens
resultantes (positiva e negativa) são simétricas ou inversas às do suporte. Por vezes, esta
técnica pode não imitar fielmente a obra, uma vez que na passagem ao papel, as tintas podem
se misturar criando resultados imprevisíveis (daí o interesse desta técnica). A impressão é
única quando a pintura for feita directamente sobre a superfície lisa e transferida para papel
ou tecido mas, a Monotipia permite que se crie mais de uma impressão (processo pouco
usado e que exige uma nova montagem dos materiais usados na impressão mas com baixa
probabilidade de obter cópias idênticas).

[inserir imagens de monotipia]

c) Decalque

O decalque é a cópia de uma imagem em determinada superfície que passa a ser reproduzida
em outro papel, aplicando materiais transparentes. Por sua vez, a técnica de impressão por
decalque consiste em reproduzir uma imagem duma superfície, através da aplicação de uma
suave pressão sobre o papel a imprimir (colocado por cima da imagem ou do objecto), usando
um meio riscador (como lápis de cor ou de cera) que permite buscar todas as linhas do
contorno e texturas da imagem. O decalque pode ser feito recorrendo a papel vegetal, papel
químico ou carbono e pelo processo de obtenção da textura de um objecto.

[Inserir imagens de decalque simples e com papel químico]

d) Gravura

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A gravura é uma técnica de impressão e estampagem que permite a multiplicação da mesma
imagem a partir da mesma origem (matriz). Para fazer a gravura:

Primeiro – faça um desenho numa folha de papel e com auxílio de um papel


químico/carbono ou usando a técnica simples de decalque, passa o desenho para a placa de
madeira ou linóleo.

Segundo – Usando uma goiva ou formão, escava os limites do seu desenho (tome cuidado
para não se ferir).

Terceiro – Coloque e espalhe a tinta sobre a placa de madeira ou linóleo com auxilio de um
pincel, rolo ou espátula.

Quarto – Coloque uma folha de papel sobre a madeira ou placa de linóleo e pressione até
obter a impressão do desenho feito na placa.

A gravura adquire o nome conforme o material que for usado. Exemplo: se for
madeira chama-se xilogravura e se for linóleo chama-se linogravura.

[inserir imagens correspondentes a linogravura e xilogravura]

1. Faça uma impressão e estampagem recorrendo a monotipia.


2. Numa folha A4 faça impressão e estampagem, utilizando a técnica de decalque (com
papel químico/ carbono, papel vegetal e pelo processo de obtenção de textura).
3. Faça uma impressão e estampagem utilizando a técnica de gravura (pode ser
xilogravura, linogravura ou outros matérias mais acessíveis e fáceis de trabalhar).

Com base na leitura prévia do texto disposto na lição e em pesquisas adicionais aplique as
técnicas de impressão e estampagem para resolver as actividades propostas.

76
Lição no 2

Produção de carimbos e composições

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

Introdução da lição
Prezado professor, já arrolamos na lição anterior os diferentes tipos de impressão e
estampagem, nesta lição daremos continuidade ao tema mas com principal enfoque à
produção de carimbo, composições mistas e estratégias de ensino da impressão e estampagem
no ensino primário.

Produção de carimbos
A produção de carimbos é uma actividade muito interessante de impressão. Para tal poderá
usar materiais como vegetais (batata, pimenta, mandioca, cenouras e frutos verdes, etc.) e
artificial (cartão e esferovite, etc.). O trabalho consistirá em fazer o desenho da imagem que
pretende imprimir e de seguida proceder aos recortes de modo a produzir relevo. Após passar
a tinta sobre a superfície em relevo, procede-se à carimbagem em folhas ou tecidos de modo
a obter a composição desejada.

[inserir imagens de carimbos]

Composições

A excussão de composições poderá ser mais criativa e diferenciada quanto mais criatividade
e exploração se verificar. Existem várias técnicas de optimizar as composições, das quais se
destacam a sobreposição, a variação de tamanhos, a repetição e a alternância ou combinação.

[inserir imagens de composições com recurso a mesma técnica de impressão e estampagem]

Composições mistas

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As composições mistas são aquelas que resultam da mistura de técnicas. Por exemplo, das
várias misturas ou combinações possíveis, podemos encontrar com maior facilidade a
combinação desenho/impressão, desenho/decalque e colagem/impressão.

[inserir imagens de composições mistas]

Estratégias de ensino da Impressão/Estampagem

O ensino da impressão e estampagem assim como das de outros conteúdos de Educação


Visual ou Ofícios exige do estimado professor, um vasto leque de conhecimentos, habilidades
e atitudes que lhe permitirão retratar esses conteúdos de forma inovadora e com
espontaneidade, considerando sempre o aluno como o centro de aprendizagem, motivando-o
constantemente a explorando seus conhecimentos prévios para o desenvolvimento de novas
habilidade e atitudes em relação ao conteúdo por leccionar.

Sendo assim é necessário um nível de planificação mais rigoroso por parte do estimado
professor, atendendo que este conteúdo é mais prático do que teórico, deve recorrer a técnicas
participativas que permitirão o aluno explorar diferentes tipos de materiais sejam eles
artificiais ou naturais para a execução dos seus trabalhos.

Pode obter melhores resultados com o trabalho em grupo nas composições mas, não descarte
o trabalho individual dos alunos no processo de ensino de outras técnicas de impressão e
estampagem.

Priorize a criatividade dos alunos fazendo o acompanhamento dos seus trabalhos,


principalmente os alunos mais fracos. No final das actividades faça uma exposição colectiva
e permita que cada aluno faça avaliação do seu trabalho, oriente actividades para casa para
consolidar os conteúdos.

É importante que selecione o material didáctico com antecedência e combinar com


os alunos sobre o material que é necessário disponibilizar para a aula. Por exemplo elementos
naturais (batata, pimenta, mandioca, cenouras e frutos verdes, folhas de plantas, cascas de
árvores, tintas artesanais, etc) e elementos artificiais (esferovites, sacos de ráfia, pedaços de
chinelos, tecidos, tintas atificiais, etc.) e outros materiais como: tesouras, facas, pinceis, etc.
Na ausência de tintas artificiais, pode recorrer a tintas artesanais ou produzi-las junto com os
alunos a partir de plantas disponíveis na comunidade. (Veja o livro do aluno de Educação
Visual 5aClasse, página 35).
78
1. Aplicando as várias técnicas de impressão aprendidas, efectue composições mistas em
papel, cartolina e tecido.
2. Produza carimbos de letras do alfabeto com base em materiais como batata (doce e
reno), mandioca, esferovite, pedaços de chinelos velhos e outros materiais localmente
disponíveis.
3. Planifique e lecione uma aula prática de Impressão/estampagem para seus alunos e
faça a análise reflexiva (não se esqueça de seleccionar o material didáctico e de gravar
vídeos e tutoriais).

Devem ser observadas regras de higiene e segurança em todas as actividades realizadas.


Pode utilizar tintas naturais ou artesanais e convencionais (adquiridas em estabelecimentos
comerciais).

Na produção das tintas naturais ou artesanais, salienta-se a necessidade de saber se são


nocivas ou não à saúde. A comunidade local poderá ajudar no estudo de aproveitamento de
plantas úteis.

A combinação das técnicas de impressão deverá espelhar o grau de criatividade e durante a


exercitação, decidirá a ordem de combinação das técnicas conforme o resultado pretendido.

A planificação da aula prática deve ter em conta os aspectos já assimilados nas unidades
subsequentes tanto na definição dos objectivos, selecção dos conteúdos, escolha dos métodos
e técnicas e na selecção dos meios de ensino.

79
A impressão e a estampagem são duas técnicas que se assemelham, pois, ambas consistem
em gravar num suporte alguma informação/imagem.

O estudo da serigrafia e a monotipia é basicamente para aprofundar o conhecimento do


professor pois deverá desenvolver habilidades que lhe permitem resolver problemas do seu
dia-a-dia como exemplo para motivar os alunos na exploração das diferentes técnicas
preconizadas no currículo do Ensino Primário.

A produção de carimbos será uma das actividades em que os alunos irão se entreter mais
desenvolvendo as suas habilidades e criatividade. O nosso país é rico em matérias naturais,
tanto nas zonas rurais como nas zonas urbanas que poderão ser usados nessa técnica.

1. O que entende por impressão? Fale um pouco sobre a sua história.


2. Quais os tipos de impressão que conhece? Explique em que consiste cada tipo.
3. Existem várias técnicas para optimizar as composições, das quais se destacam a
sobreposição, a variação de tamanhos, a repetição e a alternância. Explique em que
consiste cada técnica.
4. Explique o conceito de composições mistas e avance alguns exemplos.
5. Visite uma empresa de impressão serigráfica e faça um relatório detalhado dos
procedimentos, equipamentos e produtos realizados.

Estimado professor leia o texto disposto nas lições, faça pesquisas adicionais e visite uma
empresa serigráfica para fazer as actividades de avaliação.

ALMEIDA, Luís. Eu e a Arte – Livro do aluno, Educação Visual 5a Classe. Porto editora.
SAMUEL, Filipe David Carrel. Arte e Vida – Livro do aluno, Educação Visual 7aClasse.
Texto editores.

80
DA COSTA, Daniel Dinís e HOGUANE, José J. A. Módulo de didáctica de Educação Visual
e Ofícios. INDE 2012.

Unidade no 6

Cartaz

Duração da Unidade: 6 Horas

Introdução da Unidade Temática

Nesta unidade temática abordaremos o cartaz, um meio de comunicação muito usado para a
transmitir informações em massa. Arrolaremos o conceito de cartaz, os tipos de cartaz
(comercial, social, cultural e político) e os elementos do cartaz (imagem, texto, cor, forma,
tamanho e composição).

1. Demonstra domínio metodológico de Ensino Aprendizagem de Educação Visual e


ofícios;
2. Planifica e medeia o processo de ensino-aprendizagem de modo criativo, reflexivo e
autónomo;
3. Cria cartazes que ilustram temas de outras áreas disciplinares e questões transversais.

Lição no 1

Tipos de cartaz

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

Introdução da lição

81
A imagem é um elemento fundamental no mundo da comunicação, pois apresenta uma
vantagem por ser de fácil compreensão independentemente da língua do receptor da
mensagem. O cartaz comunica predominantemente através da imagem mas não descarta
outros elementos que a complementam para se tornar num meio harmonioso para a
comunicação. Estimado professor desta forma, nesta lição trataremos sobre o conceito cartaz,
tipos e elementos que fazem parte do mesmo.

Conceito de cartaz
O cartaz é um meio de comunicação visual que combina imagem e texto. Permite multiplicar
mensagens ao afixar em locais públicos. Sua principal função é publicitar.

Tipos de cartaz
Os cartazes são divididos em vários tipos, de acordo com a função específica para a qual
foram elaborados. Assim, podemos ter o cartaz comercial, o social, o cultural e o político.

a) Comercial
Este tipo de cartaz destina-se essencialmente a publicitar ou promover produtos e serviços de
empresas ou outro tipo de organizações com fins lucrativos ou económicos.

[Inserir imagens de cartazes comerciais]

b) Social
Sem fins económicos, o cartaz social destina-se a publicitar às massas eventos de interesse
social como campanhas de saúde pública, prevenção e combate às calamidades naturais,
cuidados com as minas e outros objectos explosivos, etc.

[Inserir imagens de cartazes sociais]

c) Cultural
Este tipo de cartaz, está virado à publicitação de eventos e informações culturais, tais como,
cinema, festivais de dança tradicional, concursos de talentos musicais, bienais ou exposições
de artes plásticas, etc.

[Inserir imagens de cartazes culturais]

d) Político

82
Como sugere o próprio nome, o cartaz político destina-se essencialmente a publicitar ou
promover eventos ou imagens políticas. É comum encontrar este tipo de cartazes em
momentos eleitorais, usados nas campanhas eleitorais de partidos e candidatos políticos e nas
campanhas de educação cívico-eleitoral.

[Inserir imagens de cartazes políticos]

1. O que é um cartaz?
2. Que importância tem o cartaz na sociedade?
3. Diferencie o cartaz social do político e o comercial do cultural.
4. Dê 3 exemplos concretos para cada tipo de cartaz mencionado na lição.

Estimado professor, para concluir com êxito as actividades propostas, recomendamos que
faça leitura do texto disposto na lição e faça pesquisas adicionais em outras fontes
bibliográficas.

Lição no 2

Elementos do cartaz

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

Introdução da lição

Elementos do cartaz

83
Os elementos que habitualmente constituem o cartaz são: o suporte, a imagem, o texto, a cor,
a forma, o tamanho e a composição.

a) Suporte

O cartaz pode ser executado em vários suportes, o mais é o usado é o papel.

b) Imagem
A imagem de um cartaz pode ser um desenho, a pintura, a colagem, a fotografia, etc. e deve
ser bonita e atraente. Esta situa-se geralmente na zona centro óptico do cartaz, e é o principal
elemento que contem a mensagem a transmitir, pelo que, é preciso muita atenção para se
conseguir elaborar uma imagem atractiva que fale por si e consiga transmitir a mensagem
desejada mesmo para receptores que não saibam ler.

Por vezes, a imagem pode ser constituída por um sinal, uma cor ou pela distribuição
tipográfica do texto. É interessante também que, ao colocar imagens, elas venham
acompanhadas por legendas.

c) Texto
O texto de um cartaz deve ser reduzido ao importante ou essencial, não deve repetir nem estar
desfasado da imagem, mas sim deverá existir uma complementaridade entre o texto e a
imagem, o texto deve ser directo e conciso. As letras que constituem o texto deverão ser de
um tamanho suficientemente grande de modo que ao ser afixado a uma distância considerável
possa permitir a leitura fácil e compreensão imediata pelo receptor. Geralmente o texto é
colocado no topo ou no rodapé do cartaz. Não há necessidade de usar todo o espaço, para
haver destaque das imagens o texto deve sempre vir acima. Um cartaz cheio de texto pode
dificultar a leitura e não chamar a atenção das pessoas.

d) Cor
As cores devem ser atraentes e complementares ou contrastantes. Assim, a cor do fundo não
deve inutilizar a imagem nem o texto. É necessário criar uma distinção fácil entre as cores do
texto, da imagem e do fundo. Para tal, o fundo recebe geralmente tonalidades mais claras,
enquanto a imagem e o texto recebem tonalidades mais escuras, as cores devem ser
equilibradas.

e) Forma
Habitualmente os cartazes são de forma rectangular. Contudo, segundo a finalidade e a
criatividade do autor, o cartaz pode tomar outras formas.

84
f) Tamanho
Não existe um tamanho mais indicado na hora de escolher as proporções do seu cartaz para
divulgação, os modelos mais usados são: A1, A2, A3 e A4. Para descobrir qual o tamanho
ideal de cartaz para divulgação, é preciso levar em consideração o seu objetivo final.

O tamanho ou grandeza do cartaz deverá variar conforme o local a ser afixado. Por exemplo,
um cartaz para uma sala de tem dimensões reduzidas pois será lido a curta distância,
enquanto, o cartaz que destina-se a ser colocado na rua deve ter um tamanho maior para que
possa ser lido a maiores distâncias, deverá ter um tamanho maior, para exteriores é mais
prático a utilização de painéis ou outdoor.

g) Composição
A composição refere-se à forma como organizamos os diversos elementos do cartaz. Este
acabamento deverá ter em conta o espaço disponível (área do cartaz), o tamanho do texto, a
harmonia das cores e a imagem a colocar.

1. De acordo com os requisitos de cada elemento do cartaz, elabore uma grelha de


avaliação que usará para avaliar cartazes elaborados pelos seus alunos.
2. Descreva a importância de cada elemento do cartaz.
3. Redija um relatório sobre a sua experiência no ensino sobre o cartaz.

Prezado professor para concretizar esta actividade, deverá fazer uma leitura do texto disposto
na lição e fazer pesquisas adicionais como forma de complementar o seu conhecimento sobre
o tema em estudo. Use as suas experiências anteriores sobre o ensino do cartaz para produzir
o relatório.

85
Lição no 3

Etapas de elaboração do cartaz

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

Introdução da lição

Etapas de elaboração do cartaz

1. Recolha de dados sobre (tema ou assunto);


2. Preparação do texto para o cartaz (obedecendo as regras do desenho de letras –
normalização);
3. Escolha da imagem a usar no cartaz (desenho, fotografias, colagens, ou impressão e
estampagem);
4. Harmonia e coordenação entre o texto e a imagem;
5. Coordenação das cores a usar;
6. Esboço protótipo do cartaz;
7. Execução do cartaz;

Cuide da parte estética, pois é muito importante que ele chame a atenção das pessoas. Só
assim cumprirá o seu papel fundamental.

A sua elaboração deve considerar os aspectos gráficos tais como: o ponto, a linha, a mancha,
a cor, a textura, o texto, a estrutura, a proporção, composição, o suporte e a dimensão.
Certifique-se de utilizar somente as informações essenciais, se você deixar a aparência
do cartaz muito sobrecarregada de textos, por exemplo, ele se tornará desinteressante.

Para produz um cartaz exige criatividade e a informação não deve conter erros, por exemplo
ortográficos e neste caso revisão é recomendada. O local onde o cartaz será afixado deve ser
bem escolhido para que a mensagem abranja a todos alunos.

86
Estratégias de ensino do cartaz

Caro o sucesso da aprendizagem dos alunos está em suas mãos, é comum os alunos
confundirem o cartaz com outros meios de comunicação visual nomeadamente o panfleto e o
banner. É necessário que o estimado professor esteja bem informado sobre esses meios de
comunicação visual para evitar ambiguidades dentro da sala de aulas. Para além disso tanto o
professor bem como o aluno devem usar conhecimentos e habilidades que constituíram
objecto de aprendizagem nas lições anteriores como desenho artístico, pintura e será
necessário fazer algumas dobragens e recortes dependendo do tipo de cartaz que tencionamos
produzir.

É importante que selecione cuidadosamente e com antecedência os materiais didácticos


necessários para a aula, podendo capitalizar o conhecimento prévio dos seus alunos em
relação aos cartazes mais comuns em diferentes campanhas publicitárias da sua comunidade
e, pode exortar os seus alunos para também preparem os seus materiais com antecedência
para evitar improvisos. No caso de dificuldades na aquisição de materiais, recorra à produção
de pinceis e tintas artesanais.

É essencial que durante a primeira etapa da produção do cartaz, participe nas actividades
juntamente com os seus alunos usando a técnica demonstrativa para os alunos mais relutantes
na aprendizagem. Permita que os alunos exponham suas ideias e discutam os seus pontos de
vista em relação às suas aprendizagens recorrendo desta forma ao método de elaboração
conjunta para potenciar esse momento de partilha.

Divida a turma em pequenos grupos heterogéneos compostos de rapazes e meninas para a


execução das actividades práticas, evite formar grupos discriminatórios mas sim forme
grupos interactivos e com espírito de interajuda para capitalizar as experiências dos alunos
mais fortes em apoio dos mais fracos e faça com que todos alunos participem na actividade
independente de sua raça, cor sexo ou idade.

1. Elabore cartazes criativos para o ensino de consoantes e números, utilizando


diferentes técnicas de expressão (desenho, pintura, colagem, impressão, etc.) e
enquadrados nos tipos de cartazes que aprendeu.

87
2. Como forma de enriquecer a sua produção, crie postais, logótipos e convites
explorando o máximo da sua criatividade.
3. Elabore igualmente cartazes ilustrando temas de outras áreas disciplinares e questões
transversais de interesse actual.
4. Panifique e lecione uma aula prática sobre o cartaz social junto com seus colegas da
escola e façam a análise reflexiva da aula. É importante que gravem os momentos mais
marcantes da aula.

Deve priorizar-se os recursos naturais, convencionais e de desperdício, para criar cartazes.


Propõe-se que as técnicas de expressão sejam, para além da técnica mista o desenho, a
pintura, a colagem, a impressão, etc. Para além da abordagem de temas de outras disciplinas
poder-se-á igualmente criar cartazes de temas transversais.

Nesta unidade tratamos os tipos de cartaz de acordo com a finalidade para a qual são
elaborados (comercial, social, cultural e político) assim como os elementos do cartaz
(imagem, texto, cor, forma, tamanho e composição) e as características que estes deverão ter.
Salientamos a complementaridade entre o texto e a imagem, o contraste de cor entre o fundo
e a imagem e texto, o tamanho das letras, a composição dos elementos, tudo tendo em conta a
necessidade de uma fácil leitura e percepção imediata da mensagem.

1. Mencione os tipos de cartazes e explique a finalidade de cada um.


2. Quais são os elementos do cartaz?
3. Quais são as etapas da produção do cartaz?
4. Que cuidados devemos ao produzir um cartaz para que haja harmonia dos seus
elementos.

88
Caro professor a solução para concretização destes exercícios de avaliação é necessário de
dedique ou reserve um tempo para leitura do texto disposto nas lições e faça pesquisas
adicionais em outras fontes bibliográficas que julgar necessárias.

SAMUEL, Filipe David Carrel. Arte e Vida – Livro do aluno, Educação Visual 7aClasse.
Texto editores.
DA COSTA, Daniel Dinís e HOGUANE, José J. A. Módulo de didáctica de Educação Visual
e Ofícios. INDE 2012.
https://bgd.com.br/qual-o-tamanho-ideal-de-cartaz-para-divulgacao/ Consultado no dia 03 de
maio de 2019

Unidade no 7

Banda Desenhada

Duração da Unidade: 4 Horas

Introdução da Unidade Temática

Estimado professor, bem-vindo a unidade temática banda desenhada, que visa fornecer
alguns subsídios sobre o conceito banda desenhada e ainda esclarecer-lhe sobre os elementos
gráficos e gramaticais da banda desenhada, estratégias de sua criação e ensino. Vamos!

1. Produz bandas desenhadas que respeitam os principios de interdisciplinaridade e


transversalidade;

89
2. Demonstra domínio metodológico de Ensino Aprendizagem de Educação Visual e
ofícios;
3. Planifica e medeia o processo de ensino-aprendizagem de modo criativo, reflexivo e
autónomo;

Lição no 1

Banda desenhada

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

Introdução da lição
Estimado professor, nesta lição continuaremos falando dos meios de comunicação visual,
concretamente da banda desenhada. Abordar-se-á sobre o conceito banda desenhada,
elementos gramaticais e gráficos de uma banda desenhada com o objectivo de fornecer-lhe
subsídios para aprimorar o processo de ensino e aprendizagem deste conteúdo com os seus
alunos ou abordá-los de forma criativa.

Banda Desenhada

A banda desenhada é um meio de comunicação visual composto por texto e imagens que
contam uma história. Tem como finalidade divertir, informar, educar, e distrair os leitores.

Numa banda desenhada a acção é representada através de uma sequência de imagens, que
determinam o ritmo e do texto que é o diálogo das personagens em acção.

É importante que haja uma boa articulação entre o texto, a cor e as imagens, possibilitando
uma boa percepção da história contada.

A banda desenhada abrange áreas como a informação, o humor, a ficção científica, o crime, a
educação, etc.

[Inserir imagem de uma ou várias pranchas de banda desenhada]

90
Elementos gráficos e gramaticais da banda desenhada

A gramática da BD é um conjunto de regras de composição e leitura das pranchas; É um


sistema normativo de representação gráfica ou seja, é importante que se conheça aforma
como a BD é criada para a poder ler, entender e reproduzir.

Prancha

É a página de uma banda desenhada com uma margem envolvente. Constitui uma página
inteira que deve ser lida de esquerda para direita e de cima para baixo.

[inserir imagem de uma prancha]

Vinheta

É a unidade de montagem de uma banda desenhada, geralmente de forma rectangular,


também é chamada de “quadrinho”, - é o espaço ocupado por cada cena da história.

[inserir imagem de uma vinheta]

Tira

É a divisão vertical ou horizontal que narra partes da história, - é composta por vinhetas. Ou
seja é o conjunto de vinhetas organizadas em faixas verticais ou horizontais.

[inserir imagem de uma tira composta por vinhetas]

Cartucho

É um espaço rectangular, que pode ser da mesma altura da vinheta mas bastante estreito,
situado ao lado ou por baixo, que se destina a conter um breve texto explicativo.

[inserir imagem do cartucho com texto]

Legenda

Pequeno texto ou nota explicativa que comenta a imagem para complementar a narrativa.

[inserir imagem de uma vinheta legenda]

Balões

Formas ovais, quadrangulares ou irregulares onde se escreve os diálogos ou pensamentos das


personagens.

[inserir imagens de balões]

Onomatopeias

91
As onomatopeias são registos de gráficos que expressam sons ou ruídos por maio do desenho.
Por ex: - Mastigar, ranger de dentes ou da madeira, susto, bater palmas etc.

[inserir imagens de onomatopeias]

Metáforas

São convenções gráficas que servem, por exemplo para expressar o estado de espírito das
personagens ou ideias.

[inserir imagens de metáforas]

Signos Cinéticos

Convenções gráficas que têm como objectivo dar ideia de movimento ou ilustrá-lo.

[inserir imagem de uma ou várias vinhetas que ilustram signos cinéticos]

1. Explique por suas palavras o que é uma banda desenhada.


2. Em que consiste cada elemento gráfico e gramatical abordado nesta lição?
3. Faça um trabalho de pesquisa sobre a história da BD.

Amigo professor deve ter percebido que a banda desenhada envolve por em prática alguns
dos conhecimentos e habilidades assimiladas anteriormente, neste caso para realizar as
actividades com sucesso terá de desprender uma parte do seu tempo para leitura do texto
disposto na lição e fazer pesquisas adicionais em fontes que julgar pertinentes.

Lição no 2

Elementos gráficos e gramaticais da banda desenhada - Planos

Para o estudo desta lição deverá despender 2 (duas) horas.

92
Introdução da lição

Prezado professor daremos continuidade à lição anterior, mas destacaremos os elementos


gramaticais e gráficos, enfocando nos planos banda desenhada (plano panorâmico, plano
geral, plano médio, grande plano, plano pormenor e plano aproximado) com vista a fornecer
alguns subsídios para facilitar o processo de ensino e aprendizagem deste conteúdo. Por
último falaremos das estratégias que podemos utilizar para ensinar sobre a BD aos nossos
petizes do ensino primário.

Planos

Distância a que se apresentam as personagens e os objectos da história:

Plano Panorâmico

Apresenta o ambiente geral onde decorre a história e mostra qualquer cenário natural ou
urbano. Sugere uma relação dos espaços e dá a sensação de grandiosidade.

[inserir imagem do plano panorâmico]

Plano geral

Representa na totalidade do cenário, as personagens aparecem de corpo inteiro, explicando


sua acções.

[inserir imagem do plano geral]

Plano médio

Representa os personagens de corpo inteiro ou a três quartos (da cabeça aos joelhos). Nota-se
o semblante dos seus rostos.

[inserir imagem do plano médio]

Grande plano

Apresenta claramente as expressões e os traços das personagens – evidenciando os


pormenores.

[inserir imagem do grande plano]

Plano de pormenor

93
Representa objectos ou rostos em grande plano – evidenciando os pormenores.

[inserir imagem do plano pormenor]

Plano aproximado

Representa as personagens a partir da cintura, para realçar as suas expressões quando falam.

[inserir imagem do plano aproximado]

Para criar uma banda desenhada primeiro devemos produzir um guião, ou seja procurar
documentar sobre o assunto da BD. Esta actividade envolve fazer rascunhos das personagens
e cenários que se vai utilizar. Devemos de seguida definir as personagens com os seus
movimentos incluindo vestuário, expressões faciais e pormenores.

Estratégias de Ensino da Banda Desenhada

Caro professor, deve ter notado que o aprendizado da banda desenhada envolve alguns
conhecimentos sobre o desenho e pintura. Ainda é possível ver questões que envolvem a
interdisciplinaridade e a transversalidade, o que significa que a BD pode assumir conteúdos
de várias disciplinas.

Para poder lecionar este conteúdos temos que capitalizar os conhecimentos dos alunos sobre
contos populares, ficção científicas, histórias lendas fábulas entre outros que julgar
pertinentes para a aula. Peça que os alunos contem essas histórias como forma de motivação
para aula e daí pode introduzir o tema em estudo, é importante que prepare o material
didáctico necessário para aula que pode ser composto por revistas de BD ou quadrinhos,
alguma literatura infantil entre outros que podem ser capitalizados e usados no ensino da BD.
Divida os alunos em pequenos grupos, distribua o material didáctico e explique os conceitos
básicos sobre os elementos gráficos e gramaticais da BD, se julgar necessário pode produzir
cartazes para facilitar a aprendizagem dos alunos.

Tratando-se de um conhecimento novo para alguns alunos é pertinente que use o método
expositivo conjugado com a técnica de perguntas e respostas e sempre que possível explore o
conhecimento dos seus alunos, pois temos muito a aprender deles.

Durante as aulas práticas pode trazer alguns cartazes sobre a BD, mas antes oriente aos
alunos para escolherem uma história de sua autoria ou indicada previamente pelo professor e
fazer pequenos rascunhos sobre as histórias orientadas. Ajude os seus alunos durante a aula
para aprimorarem sua habilidade e conhecimentos sobre a BD. Pode priorizar o trabalho em

94
grupo para que no final dos trabalhos os alunos montem uma BD da história retratada em que
cada aluno teve a sua participação particular no trabalho. Desafie os seus alunos nos trabalhos
de casa par que melhorem o seu trabalho. Pode aumentar gradualmente o nível de dificuldade
lembrando-se sempre do princípio do mais simples ao mais difícil.

No final faça uma exposição e peça que seus alunos fazem sobre as suas experiências na
criação da BD.

1. Planifique e medeie uma aula prática sobre os elementos gráficos e gramaticais da


banda desenhada com seus colegas e faça a sua análise reflexiva. Grave vídeos e faça
fotos que servirão para a sua avaliação.
2. Produza uma BD sobre temas transversais ou histórias e contos populares
moçambicanos. Grave vídeo tutorial.

Amigo professor ler o texto disposto na lição e nos manuais de ofícios do ensino primário,
usar o programa de ensino e plano analítico para planificar a aula sem se esquecer de produzir
o material didáctico necessário e avisar os alunos com antecedência para que tragam o seu
próprio material o ajudarão a cumprir com êxito a actividade proposta. Por fim utilize os
conhecimentos plasmados nesta unidade temática sobre a BD para criar uma.

Nesta unidade, trouxemos o conceito e dos elementos gráficos e gramaticais da BD que tem
como objectivo narrar uma história ou persuadir as pessoas sobre um determinado tema de
interesse social. Podemos aprender que a BD usa a imagem, o texto e o desenho para passar
informações que vão de acordo com a sua função que é narrar história ou mensagens a
sociedade. Por último debruçámo-nos sobre as estratégias de ensino da BD que visam apoiar
o professor no processo de ensino e aprendizagem com seus alunos.

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1. Quais são os elementos gráficos e gramaticais da banda desenhada?
2. Qual é a importância dos elementos gráficos e gramaticais da BD?
3. Que temas transversais podem ser retratados na banda desenha.
4. Explique em que consiste a interdisciplinaridade da BD.
5. Diferencie a BD do cartaz?
6. Que estratégias podem ser utilizadas no ensino sobre a BD?

Estimado professor para a concretização dos exercícios de avaliação terá que ler o texto
exposto nas lições e fazer pesquisas adicionais na internet e noutras fontes bibliográficas para
complementar os seus conhecimentos e melhorar as tuas habilidades.

SAMUEL, Filipe David Carrel. Arte e Vida – Livro do aluno, Educação Visual 7aClasse.
Texto editores.
ALMEIDA, Luís e VELOSO, Helena. Desenhar, pintar construiir – Livro do aluno,
Educação Visual 6aClasse. Porto editora.
DA COSTA, Daniel Dinís e HOGUANE, José J. A. Módulo de didáctica de Educação Visual
e Ofícios. INDE 2012.
https://pt.slideshare.net/mobile/margaridamota/como-fazer-banda-desenhada-diogo-carvalho
Consultado no dia 24 de Abril de 2019

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