Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Leitura obrigatória: artigos 158 a 185 e 275 a 281 do CPP. Principalmente Cadeia de
Custódia (art. 158-A do CPP).
Lesão corporal grave: O inciso III do §1º do art. 129 do CP remete à debilidade permanente
de membro, sentido ou função. Sentido se refere aos cinco sentidos humanos: tato, olfato,
paladar, visão, audição.
Obs.: Pênis não é membro; é órgão. A debilidade permanente do pênis seria uma debilidade
permanente da função reprodutiva, da função erétil.
Importante: Perda de órgãos duplos. Exemplo de órgãos duplos: os olhos, pulmões, rins,
ouvidos, etc. Se houver a perda de um olho e o outro estiver mantido, não haverá cegueira
total, haverá debilidade permanente do sentido da visão. Assim, a perda de um dos órgãos
duplos, estando o outro em condição de normalidade, acarreta a debilidade permanente do
sentido ou da função, a depender do órgão em questão.
Perda de um olho estando o outro normal: Haverá apenas debilidade (lesão corporal
grave)
Perda da visão: Cegueira total é lesão corporal gravíssima.
Dedo: Não é membro. Assim, a perda de um dedo da mão levará à debilidade da
função (lesão corporal grave). Alguns autores sustentam que se o dedo perdido for
o polegar, único dedo que faz a função opositora, haveria lesão corporal gravíssima
pela perda da função opositora.
Perda da audição em 1 ouvido: lesão grave.
“A qualificadora “deformidade permanente” do crime de lesão corporal (art. 129, § 2º, IV, do CP) não é
afastada por posterior cirurgia estética reparadora que elimine ou minimize a deformidade na vítima.
Isso porque, o fato criminoso é valorado no momento de sua consumação, não o afetando providências
posteriores, notadamente quando não usuais (pelo risco ou pelo custo, como cirurgia plástica ou de
tratamentos prolongados, dolorosos ou geradores do risco de vida) e promovidas a critério exclusivo da
vítima.”
STJ. 6ª Turma. HC 306677-RJ, julgado em 19/5/2015 (Info 562).
“A lesão corporal que provoca na vítima a perda de dois dentes tem natureza grave (art. 129, § 1º, III,
do CP), e não gravíssima (art. 129, § 2º, IV, do CP).
A perda de dois dentes pode até gerar uma debilidade permanente (§ 1º, III), ou seja, uma dificuldade
maior da mastigação, mas não configura deformidade permanente.”
STJ. 6ª Turma. REsp 1620158-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/9/2016 (Info 590).
154
Documentos médico-legais
Diferença entre auto e laudo médico legal: os relatórios médico-legais são os documentos
resultantes da atuação do serviço médico-legal. Podem se apresentar na forma de auto,
quando ditado ao escrivão, ou laudo, elaborado pelo próprio perito.
O Relatório médico-legal é divido em 7 partes:
1) Preâmbulo: É uma introdução. Nele consta data, hora, local, nome, qualificação do
examinado, qualificação dos peritos.
2) Histórico: Relato dos fatos ocorridos, por informações colhidas do interessado ou de
terceiros.
3) Quesitos: São as perguntas que os técnicos irão responder, de forma afirmativa ou
negativa.
4) Descrição: É a parte mais importante do relatório. Visum et repertum (ver e repetir).
O perito deve traduzir em palavras as sensações que experimenta ao realizar o
exame.
5) Discussão: As lesões encontradas são analisadas cientificamente e comparadas com
os dados históricos, gerando a formulação de hipóteses.
6) Conclusão: O perito toma uma postura após o diagnóstico, juízo de valor.
7) Resposta aos quesitos: Tem como finalidade estabelecer a existência de um fato
típico ou não.
Parecer médico legal: consulta médico-legal que envolve divergência importante sobre
interpretação de determinada perícia. Não há DESCRIÇÃO. São partes do parecer:
preâmbulo, exposição, discussão e conclusão.
Atestado médico: informações prestadas por escrito a respeito de determinado fato de
interesse médico, bem como suas consequências.
Notificação: comunicação feita por profissional da saúde, em determinados casos,
compulsória, como ocorre na Lei de transplante de órgãos.
Identificação criminal
Fundamentos biológicos ou técnicos para um método ser aceitável e seguro:
1) Unicidade: determinado elemento seja especifico daquele indivíduo, distinguindo-se
dos demais.
2) Imutabilidade: as características precisam ser imutáveis, não se alterando com o passar
do tempo.
3) Perenidade: capacidade de determinados elementos resistirem à ação do tempo,
durando por toda a vida, e até após a morte, como por exemplo o esqueleto.
4) Praticabilidade: o método deve ser prático, tanto na obtenção quanto no registro.
5) Classificabilidade: deve haver metodologia no arquivamento, propiciando rapidez e
facilidade na busca dos registros.
Fórmula datiloscópica de VUCETICH: representada por uma fração cujo numerador é a mão
direita, chamado de SÉRIE; o denominador é a mão esquerda, chamado de SEÇÃO.
Os polegares iniciam a sequência e são representados por letras, já os dedos indicador, médio,
anular e mínimo, são representados por números.
155
Dedos defeituosos e cicatrizes são representados pela letra “X”;
Amputações pelo número 0 (zero).
Mnemônico para ajudar na hora da prova*:
V 4
E 3
I 2
A 1
Tanatologia
Sinais de morte:
1) Abióticos ou avitais negativos:
1.1) Imediatos/ morte aparente/ probabilidade:
Perda da consciência
Insensibilidade
Imobilidade
Abolição do tônus muscular
Cessação da circulação
1.2) Consecutivos/tardios/mediatos/certeza de morte:
Evaporação tegumentar (desidratação – mancha negra escleral de Sommer-Larcher)
Resfriamento cadavérico (algor mortis): Temperatura retal diminui 0,5 graus nas
primeiras 3h da morte, depois diminui 1,5 graus por hora. Só vale para as primeiras 12 a
15 horas da morte.
Hipóstase (livor mortis): se formam manchas esparsas com 2 a 3 horas da morte;
generalizam ou ficam difusas em 6 a 8 horas; fixam-se entre 6 a 12h e são visíveis até a
putrefação.
Rigidez cadavérica (rigor mortis): acidificação dos músculos por falta de oxigenação. Lei
de Nysten Sommer-Larcher: começa com 2h, se generaliza com 5 a 8 horas e vai até 24h
após a morte, com o início da putrefação. Desaparece com 36 a 48h.
Espasmo cadavérico
2) Transformativos
2.1) Destrutivos:
Autólise: destruição das células pela ação de suas próprias enzimas.
Putrefação: decomposição da matéria orgânica.
Maceração séptica: líquido contaminado. Ex.: afogamento.
Maceração asséptica: fetos retidos a partir do 5º mês de gestação. Sem presença
de germes no líquido amniótico.
2.2) Conservadores:
Mumificação: ocorre após o 2º ou 3º mês após a morte. Falta de umidade é
condição essencial. Pode ser provocado ou artificial (embalsamento), geral ou
local, espontâneo ou natural, superficial ou profunda.
Saponificação ou adipocera: transforma o tecido do corpo em substância
amarelo-acinzentada, untuosa, mole ou quebradiça. Se dá em torno de 1, 2 ou 3
meses após a morte.
Corificação: dá ao cadáver aspecto semelhante ao couro.
Fases/períodos da putrefação:
156
Coloração ou cromática: surge entre 20 e 24 horas após a morte e pode durar até 7 dias.
Tem início com a mancha verde abdominal localizada na fossa ilíaca direita.
Enfisema ou gasosa: inicia em média de 2 semanas e se torna máxima em 5 a 7 dias. Em
razão dos gases produzidos no interior do cadáver, este adquire aparência de
agigantamento, com protusão da língua e inchaço dos genitais. Circulação póstuma de
Brouardel.
Coliquativa: dissolução do cadáver pela ação das bactérias e da fauna cadavérica.
Esqueletização: redução do cadáver às suas partes ósseas.
Traumatologia
157
BALÍSTICA
Orifício de entrada Orifício de saída
Regular Dilacerado (irregular)
Invertido Evertido (bordas pra fora)
Proporcional ao projétil Desproporcional ao projétil (maior)
Com orlas e zonas Sem orlas e zonas
Câmara de mina ou Câmara de Hoffman: ocorre nos tiros encostados com plano ósseo logo
abaixo. Assim, os gases e as micropartículas não conseguem perfurar, causando ferimento
estrelado e de bordos evertidos, em razão do refluxo dos gases.
Sinal de Romanesi ou Romanese: embora o ferimento de saída não apresente, em regra,
orla de escoriação, quando o corpo atingido pelo disparo está encostado num anteparo, o
projétil, ao sair, em razão da resistência dos tegumentos, causará orla de escoriação,
também na saída.
158
Asfixiologia
Sinais externos:
Cianose da pele (cor arroxeada ou azulada)
Equimoses conjuntivas; espuma na boca (cogumelo de espuma); Pink teeth
Projeção da língua para fora da boca
Resfriamento lento do cadáver
Asfixias complexas:
Estrangulamento: constrição produzida por braço mecânico acionado por força estranha
ao peso do corpo. Típico nos casos de homicídio. Produz sulco contínuo, com mesma
profundidade, abaixo do osso hioide, horizontal, frequentemente tem mais de uma volta
do laço.
Enforcamento: constrição produzida por braço mecânico acionado pelo peso do próprio
corpo. É completo quando o corpo fica suspenso no ar. Sulco descontínuo,
interrompendo-se nas proximidades do nó. Situa-se acima do osso hioide. É profundo na
região do pescoço oposta ao nó e superficial próximo ao nó. A direção do nó é oblíqua
ascendente.
Asfixias mistas:
Aquelas que se confundem e se superpõem, em graus variados, aos fenômenos
circulatórios, respiratórios e nervosos: ESGANADURA.
159
2º Grau: apresenta vesículas ou flictenas (bolhas/derme desnuda) contendo líquido
seroso nas áreas erimatosas. Muito dolorosa. Sinal de Chamber = conteúdo do líquido
das bolhas.
3º Grau: atingem a derme e os tecidos adjacentes, dando origem à formação de escaras.
Indolor.
4º Grau: hipótese de carbonização.
Toxicomanias e Embriaguez
Fases da embriaguez:
Fase do macaco: o sujeito fica animado, falador, verborreico (falar demais);
Fase do Leão (médico legal): fase de agressividade irritabilidade, fase em que pode
cometer crimes.
Fase do porco: comatosa não há mais consciência.
Drogas:
Psicolépticas: DEPRESSORAS do SNC. Álcool, barbitúricos, opiáceos e benzodiazepínicos.
Mnemônico: BOBA.
Psicoanalépticas: ESTIMULANTES do SNC. Cocaína, anfetaminas, ecstasy, crack.
Psicodislépticas: PERTURBADORAS do SNC. Maconha, mescalina, cogumelo, LSD,
Ayauasca (santo daime).
Transtornos sexuais
Parafilias:
Anafrodisia: diminuição do desejo sexual do homem.
Bestialismo/zoofilia: satisfação sexual com animais.
Cromoinversão: preferência sexual por parceiro de cor diferente da própria.
Cronoinversão (gerontofilia): predileção de jovens por pessoas de idade avançada.
Cropofilia: prazer sexual relacionado ao contato com fezes ou o ato de defecação.
Dollismo: preferência sexual por bonecas ou manequins com conformação humana.
Edipismo: tendência ao incesto, prática sexual entre parentes próximos.
Frigidez: diminuição do desejo sexual da mulher.
Frotteurismo: necessidade de esfregar os órgãos sexuais em outra pessoa.
Voyeurismo/mixoscopia: prazer sexual em assistir a relação de outrem.
Necrofilia: prática de atos sexuais com cadáveres.
160
Pedofilia: prática sexual com crianças.
Pigmalionismo: atração por estátuas.
Riparofilia: atração por mulheres sem higiene, fétidas, imundas. Também fazem parte
desta predileção dos riparofílicos as parceiras que se apresentem menstruadas ou com
infecções vaginais.
Onanismo: prática compulsiva de automasturbação manual masculina, também
chamada de quiromania.
161