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LPP – AULA 01

BIOSSEGURANÇA PARA OS SERVIÇOS DE SAÚDE: - Uso de máscaras: São equipamentos de proteção


individual destinados a barrar a transmissão de
- Descontaminação das mãos: medida isolada de doenças veiculadas por via respiratória, ou para
maior impacto sobre a prevenção da transmissão de proteger as mucosas oral e nasal do respingo de
agentes infecciosos entre pacientes e destes para os secreções biológicas. Dois tipos de máscaras são
usados: máscara cirúrgica para o atendimento de
profissionais da saúde. Porém, sua adesão
pacientes com doença transmissível por gotículas,
raramente ultrapassa 50%. O acadêmico e o como a meningite meningocócica, e máscara N95,
profissional de saúde devem descontaminar as mãos para o atendimento de pacientes portadores de
imediatamente antes e após qualquer contato com doenças transmissíveis por aerossóis, como a
cada um de seus pacientes e objetos inanimados nas tuberculose e a varicela, e atualmente, a Covid-19.
suas imediações. As unhas deverão ser mantidas
- Uso de protetores oculares: Para realizar
curtas e limpas sempre. A antissepsia das mãos com procedimentos que possam envolver o respingo de
formulação alcoólica a 70%, em gel ou solução, foi secreções biológicas na face, além de máscara
desenvolvida para diminuir o tempo gasto com a cirúrgica, o acadêmico deve usar também protetor
descontaminação das mãos, na atuação contra ocular adequado.
bactérias em sua forma vegetativa, fungos e vírus, a
- Limpeza e desinfecção dos artigos de assistência:
eficácia da aplicação das formulações alcoólicas é Os artigos usados podem transferir indiretamente
superior àquela produzida pela lavagem simples das microrganismos entre os pacientes. Para evitar isso,
mãos. os equipamentos devem ser limpos e desinfetados
entre um uso e outro.
- Uso de luvas: Do ponto de vista da biossegurança,
considera-se todo e qualquer fluido biológico, - Vacinação básica: Grande parte das doenças
oriundo de qualquer paciente, potencialmente podem ser evitadas a partir de vacinas.
contaminado. Portanto, toda vez que o acadêmico
tiver o contato com mucosas ou regiões de pele não
íntegra, ou ainda artigos e superfícies contaminadas
com fluidos biológicos, será imprescindível o uso de
luvas. Uma vez contaminadas, devem ser removidas
e descartadas no lixo.

- Uso de jalecos e aventais: Jalecos são artigos de


uso pessoal, para identificação do acadêmico, são o
uniforme de trabalho. São confeccionados em cor
branca, o que facilita a identificação de sujidade, e
- Cuidados após a exibição a fluidos biológicos:
poderão ser empregados para o atendimento
Se, eventualmente, o acadêmico sofrer exposição a
simultâneo de vários pacientes, desde que se
algum fluido biológico, oriundo de qualquer
mantenham limpos.
paciente, poderá estar sob risco de aquisição de
Os aventais, são itens de proteção individual doenças infectocontagiosas de grave repercussão
fornecidos pelos hospitais para uso exclusivo em clínica. Após, lavar a área afetada com água corrente
determinado paciente em que se anteveja a e sabonete líquido (se pele), ou água corrente pura
possibilidade de respingo de fluidos biológicos na (se mucosa oral ou nasal) ou soro fisiológico (se
vestimenta, ou ainda porque o paciente está sob mucosa ocular). A seguir, deverá procurar
precauções de contato. Hoje em dia, além dos atendimento médico imediato junto ao Serviço de
tradicionais aventais de pano, vários hospitais têm Moléstias Infecciosas da instituição de estágio,
disponibilizado a seus profissionais aventais levando, se possível, sua carteira de vacinação e
descartáveis de tecido não tecido (TNT), cuja amostra de sangue do paciente-fonte, coletada com
principal vantagem sobre os primeiros é a seu consentimento. Deverá passar por consulta com
impermeabilidade, oferecendo uma barreira mais médico infectologista que avaliará o risco de
efetiva contra fluidos orgânicos, especialmente transmissão de doenças em razão do acidente,
quando abundantes. solicitará exames sorológicos do acadêmico e do
paciente-fonte e indicará o tratamento correto.
Referência: SEMIOLOGIA GERAL E ESPECIALIZADA Por isso, a instituição de saúde deve fornecer o EPI
BADDINI, Parte 1, 3. ao profissional e cobrar sua utilização, bem como
oferecer treinamento sobre o uso correto.
EPIS’S PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE: Já, ao profissional cabe fazer o uso correto do
material e procurar o setor de segurança do trabalho
Equipamento de Proteção Individual: todo designado pela empresa, para tratar sobre dúvidas,
dispositivo ou produto utilizado pelo trabalhador, e trocar ou solicitar novos materiais.
destinado a proteção contra riscos capazes de
ameaçar a sua segurança e a sua saúde. Referência: https://www.scielo.br/scielo.php?
pid=S0103-
 Proteção auditiva: abafadores de ruídos ou
21002020000100202&script=sci_arttext&tlng=pt
protetores auriculares;
 Proteção respiratória: máscaras e filtro; https://unoesc.emnuvens.com.br/apeux/article/
 Proteção visual e facial: óculos e viseiras; view/24339/14285
 Proteção da cabeça: capacetes;
 Proteção de mãos e braços: luvas e mangotes; ANTISSÉPTICOS PARA A PRÁTICA MÉDICA:
 Proteção de pernas e pés: sapatos, botas e botinas;
 Proteção contra quedas: cintos de segurança e A antissepsia pode ser definida como um conjunto
cinturões. de medidas empregadas com a finalidade de destruir
Durante a Pandemia da Covid-19: ou inibir o crescimento de microrganismos
existentes nas camadas superficiais e profundas da
(SARS-CoV-2 é altamente transmissível por gotículas pele e de mucosas, pela aplicação de agentes
e contato, principalmente em locais fechados e germicidas, classificados como antissépticos.
ambientes hospitalares.)
As soluções antissépticas para serem eficazes
Os profissionais de saúde são particularmente devem possuir a capacidade de destruir todo agente
susceptíveis a infecção. No Brasil, bem como em patogênico encontrado na superfície da pele.
outros países, milhares de profissionais de saúde
foram afastados das atividades profissionais por Outras especificações:
terem adquirido a infecção e muitos morreram em
- Terem bons resultados em temperatura ambiente;
consequência da COVID-19. À medida que a
epidemia acelera no Brasil, o acesso a equipamentos - Não serem corrosivas ou tóxicas para os seres
de proteção individual (EPI) para profissionais de humanos;
saúde é uma preocupação constante. A escassez de
EPIs está sendo observada em diversas instituições - Possuírem baixa causticidade e hipoalergênicidade;
brasileiras como em muitos países. A manutenção - Terem amplo espectro antimicrobiano;
de EPIs nas instituições de saúde deve ser uma
política de Estado, os governos devem se mobilizar - Serem rápidas;
para que a indústria nacional responda a este
- Possuírem efeito residual e cumulativo;
desafio. Infelizmente, não é isto que estamos vendo,
os preços dos EPIs, especialmente máscaras e - Terem pouca absorção sistêmica;
aventais descartáveis, tiveram importantes
aumentos, associado ao desabastecimento do - Não causarem ressecamentos, irritações;
mercado. Temos uma enorme dependência da
- Serem inodoras ou odor agradável;
indústria da China que produz grande parte dos EPIs
utilizados no Brasil. - Terem boa aceitação pelo usuário;

É imprescindível a utilização do EPI, visto que é a - Baixo custo;


única barreira protetora do profissional, diminuindo
assim as chances de sofrer danos causados por - Serem distribuídas em embalagens funcionais e de
acidentes de trabalho; e também, do profissional fácil uso;
disseminar patógenos e causar danos na assistência
a outro paciente.
Os antissépticos, devem ser protegidos da luz solar  Formulações que podem ser toxicas, sem
direta ou de temperaturas elevadas. atividade microbicida, inativadas na
presença de matéria orgânica e que podem
Quando contaminados são fontes frequentes de
danificar os tecidos de granulação;
microorganismos envolvidos em surtos de infecção,
fato que remete a importância do estabelecimento Segundo o Ministério da Saúde e manuais de boas
de rotinas relacionadas a aquisição, estocagem, normas sobre o assunto, para garantir o bom uso de
manipulação e distribuição interna desses produtos. soluções antissépticas é necessário que os produtos
O Ministério da Saúde preconiza como soluções sejam adquiridos de fornecedores confiáveis, sejam
antissépticas: transportados, com proteção de calor excessivo e
em quantidades previstas de utilização.
 Álcool isopropílico: mais utilizado, na [] de
70% (p/v) é virucida, e na [] de 92% (p/v) é Referências:
bactericida, é inflamável e necessita de https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermag
estocagem em temperaturas corretas. em/article/downloadSuppFile/12347/9192
 Álcool gel; https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
 Soluções iodadas: têm ação efetiva e seguranca_paciente_servicos_saude_higienizacao_
imediata. As diluídas em álcool são maos.pdf
utilizadas em áreas cirúrgicas, na
degermação de mãos e antebraços e https://www.gov.br/saude/pt-br
antissepsia do local antes de procedimentos
invasivos. SEGREGAÇÃO DOS RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE
SAÚDE:
 Soluções iodóforas – polivinilpirrolidona
(PVPI): iodóforo de baixa toxicidade e “O mau gerenciamento pode trazer danos à saúde
destacada ação antisséptica, sendo pública e ao meio ambiente. Cada órgão fiscalizador
encontrado na forma degermante (utilizado tem um papel essencial definido e que precisa ser
para lavagem do sítio operatório, mãos e reforçado”, afirma a chefe da Unidade de Infra-
antebraços da equipe cirúrgica), alcoólica estrutura em Serviços de Saúde, Regina Barcellos.
(para o preparo da pele antes de
procedimentos invasivos) e aquosa Os resíduos de serviços de saúde são de natureza
(aplicação sobre mucosas). heterogênea. Portanto, é necessária uma
 Soluções a base de clorexidina: pode ser classificação para a segregação desses resíduos:
encontrada em meio aquoso, com álcool e
• Grupo A (potencialmente infectantes) - que
degermante. É de baixa toxicidade, alto tenham presença de agentes biológicos que
nível de ação bactericida e interação apresentem risco de infecção. Ex: bolsa de sangue
antimicrobiana. Deve estar sempre contaminada.
protegida da luminosidade e da exposição a • Grupo B (químicos) - que contenham substâncias
altas temperaturas, não devendo ser químicas capazes de causar doenças ou
estocadas por mais de um ano. contaminação ao meio ambiente, independente de
suas características inflamáveis, de corrosividade,
Entre as soluções não autorizadas pelo Ministério da reatividade e toxicidade. Ex: medicamentos para
tratamento de câncer, reagentes para laboratório e
Saúde e que não devem ser utilizadas como
substâncias para revelação de filmes de Raio-X.
antissépticos:
• Grupo C (rejeitos radioativos) - materiais que
 Formulações preparadas com líquido de
contenham radioatividade em carga acima do
Dakin (solução de hipoclorito de sódio a padrão e que não possam ser reutilizados. Ex:
0,5%); Exames Medicina Nuclear.
 Acetona; • Grupo D (resíduos comuns) - qualquer lixo que
 Peróxido de hidrogênio (água oxigenada); não tenha sido contaminado ou possa provocar
acidentes. Ex: gesso, luvas, gazes, materiais passíveis
de reciclagem e papéis. que lhe for pertinente, divulgar, orientar e fiscalizar
• Grupo E (perfurocortantes) - objetos e o cumprimento desta Resolução.
instrumentos que possam furar ou cortar. Ex: Art. 3º As Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais
lâminas, bisturis, agulhas e ampolas de vidro.
e do Distrito Federal, visando o cumprimento do
Regulamento Técnico, poderão estabelecer normas
de caráter supletivo ou complementar, a fim de
adequá-lo às especificidades locais.

Os profissionais da saúde devem não só segregar


seus resíduos e garantir que tenham uma disposição
final adequada, mas também orientar a população
para dispor corretamente os resíduos perigosos
produzidos fora dos ambientes dos serviços de
saúde, no intuito de promover a saúde de toda a
comunidade.

Laboratórios de análises clínicas, hospitais, A tomada de medidas no contexto da biossegurança,


consultórios, clínicas, necrotérios e outros aliando economia de recursos, preservação do meio
estabelecimentos de saúde terão regras nacionais ambiente, ética e responsabilidade poderá garantir
sobre acondicionamento e tratamento dos resíduos mais qualidade de vida no presente e um futuro
(lixo) gerados, da origem até o seu destino final mais saudável para as próximas gerações.
(aterramento, radiação, incineração ou outra
técnica). Referências:
https://crbm1.gov.br/bio52/vigilancia_52.asp#:~:tex
O objetivo da medida da ANVISA (Agência Nacional t=O%20maior%20enfoque%20da%20Resolu
de Vigilância Sanitária) é evitar danos ao meio %C3%A7%C3%A3o,provocar%20intoxica
ambiente e prevenir acidentes que atinjam os %C3%A7%C3%A3o%20ou%20outras%20doen
profissionais que trabalham diretamente nos %C3%A7as.
processos de coleta, armazenamento, transporte,
tratamento e destinação desses resíduos. https://www.scielosp.org/article/csp/
2004.v20n3/744-752/

No Brasil, são geradas cerca de 120 mil toneladas de


lixo urbano por dia. De 1% a 3% desse total é
produzido nos estabelecimentos de saúde e, deles,
10% a 25% representam risco. Com a destinação
correta do resíduo, é possível também reduzir o
risco de contaminação do lixo comum.

“Resolução RDC nº 33, de 25/2/2003


Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o
gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para o


Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde -
Diretrizes Gerais, constante do Anexo a esta
Resolução.
Art. 2º Compete às Secretarias de Saúde Estaduais,
Municipais e do Distrito Federal, em conjunto com
os Órgãos de Meio Ambiente e de Limpeza Urbana, e
à Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, no

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