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GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI


CAMPUS: CLÓVIS MOURA
CURSO: ADMINISTRAÇÃO TURNO: TARDE
DISCIPLINA: TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO I
BLOCO: 1 PERÍODO LETIVO: 2020/1
PROFESSOR: RICARDO VERNIERI DE ALENCAR
ALUNA: MORGANA REIS ALVES SOARES

Livro: Imagens da organização


Autor: Gareth Morgan
Capítulo II: “A mecanização assume o controle: as organizações vistas como máquina. ”

Resenha:

A finalidade desta resenha crítica é analisar o capítulo II, proposto por Gareth Morgan.
Gareth Morgan, no livro “Imagens da Organização”, publicado pela Editora Atlas S. A. São
Paulo, em 1998, retrata no capítulo 2, sob o título “A mecanização assume o comando – As
organizações vistas como máquinas”, a burocratização das organizações, a mecanização, suas
origens, teorias e as consequências deste processo, nos convidando a uma reflexão sobre.
Autor inicia o livro inicia-se com uma metáfora em que compara o trabalhado artesanal
de um velho que irrigava a horta fazendo um esforço enorme e o trabalho mecanizado proposto
por Tzu-gung. Este percebe o tamanho esforço que o velho faz para poder irrigar a terra e propõe
um método mecanizado e economicamente mais viável e produtivo, na qual poderia irrigar
dezenas de sulcos por dia fazendo menos esforço. Mas o velho ressalva que o artesanato tem
um brilho especial quando é feito pelas mãos e com o coração e fica super orgulho de ver o
resultado.
Na verdade, pode-se perceber por esta história que o momento em que se passa é chamado
de Revolução Industrial, no qual ocorreram grandes mudanças como a invenção da máquina,
fazendo com que os artesãos se comportassem como operários e a criasse a divisão do trabalho.
Observa-se que as grandes organizações passaram a trabalhar como grandes maquinas,
de forma a maximizarem os lucros, diminuir gastos e controlar mais facilmente o processo de
produção.
O autor coloca que uma organização vista como máquina, possui metas e objetivos, além
de possuir estruturas racionais de atividades e tarefas, tornando seu desempenho linear a um
organograma, fazendo como que os trabalhadores funcionem também como maquinas
predeterminadas a um comportamento indicado pela organização. Tudo trabalhado e
funcionando conforme um relógio. Esse processo de mecanização transformou além das rotinas
das organizações, a vida da sociedade também.
Morgan nos diz que, a origem organização mecanicista remota aos tempos das
construções das pirâmides, impérios, Igrejas e armadas, porém com a invenção da máquina,
esse processo ficou mais enraizado. Era preciso que houvesse uma adaptação ao seu manuseio,
ou seja, as suas exigências. Percebe-se que cada época teve suas teorias aplicadas de acordo
com a necessidade do momento, muitas delas já existentes, porém são adaptadas ao contexto
que se encontram.
No capítulo também encontramos relato que que Eli Whitney demonstrou publicamente,
em 1801, como as armas poderiam ser montadas a partir de pilhas de partes intercambiáveis,
era a produção em massa. E ainda em 1832, Charles Babbage, publicou um tratado com enfoque
científico da organização e da administração e enfatizou a importância do planejamento
e da divisão do trabalho.
O sociólogo alemão Max Weber, visto como o mais importante, sintetizou essas ideias
vendo que, a burocratização era um fenômeno que rotiniza os processos, exatamente como as
máquinas rotinizam a produção. Ele se preocupava com as consequências sociais que o excesso,
ou disfunções da burocracia, poderiam ocasionar sobre o lado humano, corroendo seu espírito
e a capacidade da ação espontânea.
Pode-se perceber que, apesar das contribuições benéficas do processo da mecanização
das organizações, sempre o homem está se desvirtuando-o em busca de lucros incessantes ou
poder. É como comparar a dinamite inventada por Alfred Bernhard Nobel, para a engenharia
civil, ou o avião, de Dumont, para a navegação aérea, utilizados para a guerra e a destruição em
massa dos seres humanos, causando depressão em seus inventores que lhes custaram a vida.
A teoria clássica e a administração científica foram vendidas como “a melhor forma de
organizar”, mas a história prova que existem muitas falhas, e no qual precisa-se levar em
consideração, de forma bastante aprofundada, o papel de cada processo e a importância que
esses processos têm diante do todo, ou seja, no tocante ao operário: qual a importância dele no
processo e, o que precisa ser melhorado para obter o melhor retorno para a organização e para
o próprio empregado. Morgan fala que modelos padronizados engessam as organizações que
não são capazes de ter uma visão holística, do todo, e sim apenas fragmentada, o que
compromete as tomadas de decisões.
Determinar as responsabilidades de maneira clara e precisa tem a vantagem de fazer com
que cada um saiba aquilo que dele é esperado. Herança da mecanização também é encontrada
na apatia, falta de orgulho e descuido presentes no ambiente de trabalho. Nas organizações
burocráticas as pessoas não são encorajadas a pensarem ou questionarem o que estão fazendo,
ao contrário, são vistas como problemas quando assim o fazem, e isso na verdade é favorável
para a organização.
Observa-se que os erros passam pela visão do lucro excessivo que as organizações tanto
buscam, e que as organizações esquecem de ver seus operários como a parte mais importante
do processo e acreditam que eles são apenas peças substituíveis. Nesses tempos modernos
espera-se ter empresas que utilizem burocracias para melhor controle das tarefas, porém não se
esquecendo de ter sempre uma visão mais humana de todo o processo. Desta forma,
minimizando os futuros erros, e valorizando mais o quesito motivacional para os operários que
sempre que puderem escolher não aceitarão o processo mecanizado, ocasionando alta
rotatividade, e focando em um processo adaptado a realidade de cada organização, buscando
sempre o melhor caminho, envolvendo organização e operários no desenvolvimento racional
das tarefas exigidas.

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