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Docente:
António Caetano Rose
A questão da metamorfose mundo do trabalho e uma temática que já vem sendo discutido pelos
vários autores, desde modo, o presente trabalho trará uma abordagem relativamente a mesma
temática onde, será debruçado a história do trabalho desde a sua génese até a sua metamorfose
nas organizações actuais.
A palavra trabalho, de acordo com Albornoz (2000), se origina do latim tripalium, embora outras
hipóteses a associem a trabalucum, seu significado real esta relacionado a instrumento de tortura,
sendo que há muito tempo tem sido encarada como uma actividade penosa e torturante. Para
estudar as metamorfoses que ocorrem no mundo de trabalho muitos autores identificam seu
epicentro nas modificações em curso nos processos de trabalho expressas pela introdução das
inovações tecnológicas articuladas com as novas formas de organização e gestão da produção.
Ao longo dos tempos, o homem vem sempre buscando aprimorar os seus métodos e práticas de
trabalho. No cenário das organizações, esta é uma realidade constante e várias inovações estão
sempre sendo desenvolvidas, consolidadas e aplicadas visando melhorar cada vez mais as
práticas organizacionais e a relação entre o homem e seu trabalho. Conciliado a isso, actualmente
um outro factor passou a estar mais presente no dia-a-dia das empresas e de forma mais marcante
no cenário mundial.
1.Objectivos:
1.1.Geral: Descrever as metamorfoses no mundo do trabalho nas organizações modernas.
1.2.Especificos:
1.Difinir o trabalho;
2.Especifcar o desenvolvimento histórico do trabalho;
3.Indentificar as mudanças de trabalho no mundo das organizações modernas.
2.Metodologia Aplicada
3.2.História do trabalho
A etimologia admitida para o vocábulo trabalho é a do latim trabs, trabis, viga, de onde se
originou inicialmente um tipo trabare, que deu no castelhano trabar. No entanto o que sempre
se disse a respeito do significado do trabalho, como actividade humana, ou seja, de que ele
representava um esforço, um cansaço, uma pena e, até um castigo. Sociologicamente foi,
efectivamente assim, sabendo-se que o trabalho era “coisa” de escravos, os quais, no fundo,
pagavam seu sustento com o “suor de seus rostos”. (FERRARI, 1998).
Na escravidão, o homem sempre trabalhou; primeiro para a obtenção de seus alimentos, já que
não tinha outras necessidades, em face do primitivismo de sua vida. Depois, quando começou a
sentir o imperativo de se defender dos animais ferozes e de outros homens, iniciou-se então na
fabricação de armas e instrumentos de defesa. Nos combates que travava contra seus
semelhantes, pertencentes a outras tribos e grupos, terminada a disputa, acabava de matar os
adversários que tinham ficado feridos, ou para devorá-los ou para se libertar dos incómodos que
ainda podiam provocar. Assim, compenetrou-se de que em vez de liquidar os prisioneiros, era
mais útil escravizá-los para gozar de seu trabalho (REIS, 2002).
3.2.1.Fase da manufactura
Segundo (FERREIRA, 1984: 6).Forma clássica baseada na divisão do trabalho no interior da
unidade de produção. As características fundamentais da manufactura são o parcelamento da
actividade do trabalho em segmentos simples e a especialização de cada trabalhador nessas
operações parciais. Como resultado, surge um colectivo de trabalhadores formados pela
combinação dos “trabalhadores parciais”, cujo corpo “se estrutura segundo uma hierarquia de
forças de trabalho estabelecida em função da habilidade e força requeridas por cada tarefa.
Correspondendo, a essa hierarquia de forças de trabalho, uma escala de salários”
3.2.2.Maquinofactura
A maquinofactura ou grande indústria é a “forma capitalista da cooperação baseada no uso de
máquinas” (FERREIRA, 1984: P.8). Enquanto na manufactura o revolucionamento do modo de
produção e o aumento do mais-valor tomam como base a força de trabalho, na grande indústria o
mesmo se dá tomando como ponto de partida o instrumento (MARX, 1996a: P.483). Até aqui, as
formas capitalistas de produção desenvolveram-se por meio de mudanças na organização do
trabalho aplicação do princípio cooperativo, divisão manufactureira. Diferentemente, o período
da maquinofactura traz uma revolução na base técnica e engendra uma transformação radical do
próprio processo de trabalho, doravante mais adequado ao processo de valorização a que serve
de suporte.
3.2.3. A fase da subordinação
O processo de evolução das formas de produção capitalista até a realização plena com a grande
indústria é acompanhado pela subordinação do processo de trabalho ao processo de valorização
do capital (FERREIRA, 1984: P.11). No início, o capitalismo toma um processo de trabalho
existente, sem introduzir mudanças fundamentais nos métodos produtivos; a única diferença que
se observa em relação às condições pré-capitalistas é o fato do trabalhador executar a actividade
laborativa para outrem, ao invés de para si. Esse momento é denominado de subsunção formal do
trabalho sobre o capital. Aqui, o produtor directo trabalha mais do que é necessário para sua
própria preservação, e o mais-trabalho gerado é apropriado pelo capitalista; dessa forma, apenas
métodos de extracção de mais-valor absoluto são compatíveis (HEINRICH, 2012: P.118).
O toyotismo é uma resposta à crise do fordismo dos anos de 1970, como sintetizado por Gounet
citado por Antunes (2007), que supõe uma intensificação na exploração do trabalho, tornando-se
mediante a crise actual do capitalismo como alternativa para uma nova forma de organização do
trabalho, que no entanto recai na questão do desemprego que atinge o mundo em escala global,
embora a lógica toyotista (pese para a disseminação do desemprego) que adopta somente uma
concepção de mercado, da produtividade das empresas, e que esta mesma lógica não abrange um
contingente maior de trabalhadores, mas simplesmente reduz a força de trabalho, surtindo efeitos
colaterais como os descritos a seguir. Antunes (2007), afirma que o universo do mundo do
trabalho no capitalismo contemporâneo revela-se uma múltipla processualidade nos países de
capitalismo avançado onde se destaca:
Como consequência deste processo espera-se uma maior flexibilidade tanto das pessoas
envolvidas, como do processo produtivo e uma capacidade crescente de responder bem as
mudanças ambientais e ao desenvolvimento de novas tecnologias de processo. Tem-se então
mudanças significativas na organização do trabalho, tais como políticas diferenciadas aplicadas a
diferentes grupos de trabalho, com o aumento de uma série de exigências.
No entanto, a intensificação das mudanças e exigências acaba por acarretar o aumento da
competitividade e das tensões entre as pessoas, alterando o comportamento destes trabalhadores
ROTTA (2018).
Existe hoje uma necessidade crescente de se manter actualizado, ajustar ou mesmo criar novas
soluções e conhecimentos que se adeqúem a esta nova realidade. Este é o caso por exemplo da
necessidade de segurança. Antes, as pessoas eram admitidas em uma empresa onde, se
realizassem satisfatoriamente as suas tarefas, passavam a ter um emprego estável, e em muitos
casos permaneciam neste até aposentarem-se. Nessa carreira interna eles exerciam diversos
cargos incessantemente, onde as ordens eram recebidas de cima para baixo, os resultados eram
inspeccionados e a estrutura hierárquica era rígida. Hoje em dia, em algumas empresas a situação
é totalmente diferente.
Uma pessoa quando é contratada não tem certeza de quanto tempo permanecerá em seu
emprego, ou então pode permanecer por um período de tempo previamente determinado. Tem-se
o aumento das tarefas a serem realizadas e das responsabilidades, e como consequência o
aumento das exigências em relação ao trabalhador que deve ter um certo nível de escolaridade,
possuir algumas habilidades, ser criativo, ter discernimento e iniciativa ao cumprir uma ordem,
para então os resultados de seu trabalho serem avaliados.
É importante se ressaltar que diante deste impasse, para se poder estabelecer as diferenças entre
os dois termos e se desenvolver qualquer pesquisa que esteja relacionada ou que envolva estes
dois conceitos, deve-se então adoptar as definições que estão mais próximas e adequadas a
realidade a serem estudadas ou observadas. Enfim é neste contexto, envolvendo questões
relativas a qualificação e competências, que surge um novo perfil de trabalhadores que fará parte
da nova realidade das empresas com a implantação de novas formas de organização do trabalho,
entre elas as mini – fábricas que envolvem directamente estas questões DUBAR (1998).
GIANNOTTI, José Arthur. Trabalho e Reflexão: Ensaios param uma dialéctica da sociabilidade.
2ª Edição. São Paulo: Brasiliense, 1984.
HEINRICH, Michael. An introduction to the three volumes of Karl Marx’s Capital. Nova Iorque:
Monthly Review Press, 2012.