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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................2
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................4
2.1. Divisão Técnica do trabalho.....................................................................................4
2.2. Taylorismo....................................................................................................................4
2.3. Fordismo........................................................................................................................6
Diferença entre o Fordismo e o Taylorismo.....................................................................8
A Crise do Fordismo e o Toyotismo...................................................................................9
2.4. Fayolismo......................................................................................................................9
As Origens Do Fayolismo.....................................................................................................9
Contribuição De Fayol..........................................................................................................11
2.5. Relações Humanas na Empresa............................................................................12
2.6. Psicotécnica...............................................................................................................13
CONCLUSÕES.......................................................................................................................14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................15

1. INTRODUÇÃO
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O presente trabalho, remete-nos na busca das Teorias de Organização
Científica do Trabalho. Neste trabalho faz-se ainda a abordagem a questões
relativas ao Taylorismo, Fordismo, Fayolismo, especificamente direcionadas ao
aprofundamento de conhecimentos, como, às relações humanas na Empresa e
Psicotécnica.

Segundo WABRLICH, (1986, p. 1), “A teoria administrativa pode não se


ter ainda desenvolvido plenamente, pode estar mesmo na sua infância, e é
certo não ter atingido a velhice. [...], a teoria administrativa representa o setor
mais original e vigoroso da teoria política americana contemporânea”.

Matos e Pires (2006), destacam que, o desenvolvimento da teoria da


administração científica, no final do século XIX, passando pelas teorias
clássicas da administração, as teorias neoclássicas até chegar às teorias mais
atuais. Destaca suas contribuições e limitações para a organização do trabalho
na sociedade, bem como a influência destas teorias para a organização do
trabalho.

Uma das principais características do sistema capitalista de produção é a


acumulação. Boltanski e Chiapello (2009) ao tentarem formular uma
caracterização mínima para o capitalismo enfatizam a exigência de
acumulação ilimitada do capital por meios formalmente pacíficos. O acúmulo do
capital, para os autores, não consiste num acúmulo de riquezas, ou seja, de
objetos desejados por seu valor de uso, mas sim no lucro, o fim último do
capital é o dinheiro ou a própria acumulação. É precisamente aí que, para
Boltanski e Chiapello (2009), encontra-se o caráter irracional do capitalismo.

Lipietz (1977), citado por Goldenstein e Seabra, (1980), apresenta esta


divisão do trabalho sob dois aspectos: divisão horizontal e a divisão vertical.

Uma divisão “horizontal”, a divisão entre ramos de atividade; a divisão


cidade-campo; a divisão inter-urbana; a divisão entre comunidades (locais,
nacionais e internacionais), etc.

Uma divisão “vertical” entre grupos sociais, dominantes e dominados,


presentes no processo de trabalho dos mais variados setores e que, na base
económica se definem em relação à posse ou não dos meios de produção.

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Em uma perspectiva muito parecida, David Harvey (1992) diz que uma
das características centrais do capitalismo é sua orientação para o
crescimento, no entanto, Harvey (1992) diz que o crescimento em valores reais
se apoia na exploração do trabalho vivo na produção, ou seja, da exploração
da força de trabalho. É necessário, então, estabelecer modos de controle sobre
a força de trabalho, devido ao seu caráter de indeterminação, para que o
capitalismo possa se manter em constante crescimento.

Com Ford, a grande novidade técnica e em termos de organização da


produção no chão de fábrica foi a introdução da esteira rolante, que ao fazer o
trabalho chegar ao trabalhador numa posição fixa, conseguiu dramáticos
ganhos de produtividade.

Henri Fayol, francês, também engenheiro-industrial, foi autor da obra


famosa, já agora clássica - Administration Indnstrielle et Générale. Nasceu a 29
de julho de 1841, em Constantinopla, e faleceu a 19 de novembro de 1925, aos
84 anos de idade, lídimo representante da tradicional longevidade francesa.

Até os anos 80 as ciências sociais não se aproximavam muito das


empresas, seja para tomá-las como objeto de estudo, seja para tentar intervir
sobre o mundo social das empresas. A partir de meados da década de 80, esta
situação se reverte. A sociedade passa a interpelar a empresa, que aparece
mais na mídia, agora de forma mais favorável, não mais apontada apenas
como o lócus onde se dá a exploração do trabalho pelo capital. (KIRSCHNER,
s.d).

O termo “psychotechnology” e menciona como sinônimos o


"psychotechnics" e o “technopsychology”. Ao definir o termo “applied
psychology” assinala Warren que é de sentido mais amplo do que a
denominação "psychotechnics". Este vocábulo embora considerado como
sinónimo de “psychotechnology”, é definido como sendo mais específico.
(SCHNEIDER, 1955)

Na sua Fundamentação teórica, procuraremos de forma detalhada,


conceitualizar cada item mencionado anteriormente.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A maioria concordará com um dos principais escritores neste campo, F. J.


Roethlisberger, em que, “embora teoria sem prática constitua especulação
improfícua, a prática sem a teoria é intransmissível. As duas devem ser
cultivadas conjuntamente, se quisermos aprender pela experiência e estar em
condições de transmitir o que aprendemos”.

2.1. Divisão Técnica do trabalho

Na verdade, há interação entre divisão social e divisão técnica do


trabalho. Na divisão “horizontal” está contida uma divisão “vertical” que
subordina a expressão económica, política e social das atividades e
consequentemente dos sujeitos coletivos (exploradores e explorados;
dominantes e dominados) que as integram. (LIPIETZ 1977, citado por
GOLDENSTEIN e SEABRA, 1980).

A divisão técnica do trabalho, intensificado cada vez mais as relações


interindustriais, as necessidades infra estruturais, a existência de mão de obra,
a concentração bancária, de serviços em geral (inclusive instituições de
caracter científico e tecnológico) os mais variados, tomam, de facto, a grande
cidade um meio muito0 favorável a acumulação capitalista. (GOLDENSTEIN e
SEABRA, 1980, p. 22).

2.2. Taylorismo

Alguns autores da economia clássica já vinham pensando sobre


estratégias de organizações e controle do trabalho, mas foi Frederick Winslow
Taylor quem, nas últimas décadas do século XIX, desenvolveu a ideia de
gerência científica. Nessas décadas já se verificava um enorme aumento do
tamanho das empresas, o início da organização monopolista da indústria e a
intencional e sistemática aplicação da ciência a produção.

Taylor e com ele o taylorismo surge na cadeia de desenvolvimento


desses métodos e organização do trabalho. O que Taylor propõe é uma

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gerência científica do trabalho, isso significa um “empenho no sentido de
aplicar os métodos científicos aos problemas complexos e crescentes do
controle do trabalho nas empresas capitalistas em rápida expansão”.

Taylor propôs a ideia de uma gerência que criasse, através de métodos


de experimentação do trabalho, regras e maneiras padrões de executar o
trabalho. Essas regras padrões seriam obtidas pela melhor equação possível
entre tempo e movimento. Para Taylor a garantia da eficiência era papel
fundamental da gerência. Assim, criava-se métodos padronizados de execução
que deveriam otimizar a relação entre tempo e movimento.

O que Braverman (1987) afirma é que sempre existiram métodos


experimentais aplicados ao trabalho, inclusive, os próprios trabalhadores nas
oficinas buscavam, através da experimentação, a melhor maneira de realizar o
seu trabalho, o elemento inovador é que o estudo do trabalho, na perspectiva
de Taylor, deveria ser feito por aqueles que administram e em favor deles.

A formação de uma gerência capaz de pré-planejar e pré-calcular todos


os elementos do processo de trabalho estava, então, intimamente ligada a uma
proposta de intenso controle do trabalho. Taylor elevou o conceito de controle a
um plano inteiramente novo quando “asseverou como uma necessidade
absoluta para a gerência a imposição ao trabalhador da maneira rigorosa pela
qual o trabalho deve ser executado” (Braverman, 1987, p. 86). Aqui se localiza
uma característica fundamental da gerencia científica proposta por Taylor, a
expropriação do saber do trabalhador, a divisão entre execução e concepção.

Daí a importância da gerência no sentido de planejar e calcular tempo-


movimento como, também, de expropriar o saber do trabalhador, porque a
expropriação desse saber permitirá um maior controle sobre o processo de
trabalho, evitando a vadiagem e o ato de fazer cera. Resta, então, ao
trabalhador os atos mais simples de execução. Esta expropriação retira do
trabalhador a característica mesma que o diferencia enquanto humano – a sua
capacidade de concepção.

Para Braverman, (1987), citado por Ribeiro, (2015), “podemos chamar a


esse princípio de dissociação do processo de trabalho das especialidades dos
trabalhadores. O processo de trabalho deve ser independente do ofício, da

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tradição e do conhecimento dos trabalhadores. Daí por diante deve depender
não absolutamente das capacidades dos trabalhadores, mas inteiramente das
políticas gerenciais”.

A perspectiva de Taylor (1987) sobre a qualidade do trabalho está


fortemente centrada na noção de tempo. A preocupação com a vadiagem, com
a indolência sistemática, com o ritmo mais rápido de trabalho, a própria ideia de
eficiência como produzir do melhor modo e o mais rapidamente possível, o
problema do operário trabalhar devagar, a meta de obter o rendimento máximo
dos trabalhadores, todas essas diretrizes mostram como o tempo é um valor
central em seu pensamento.

Daí a importância do cronômetro como meio de medição, instrumento por


excelência de uma suposta gerência científica. Em exaltação a essa relação
entre movimento e tempo, o autor (1987) diz que “durante cerca de trinta anos,
homens dedicados ao estudo do tempo em colaboração com a administração
das oficinas se consagraram completamente ao estudo científico dos
movimentos e a exata medida do tempo por meio de cronômetros, em todas as
fases do trabalho mecânico”.

2.3. Fordismo

Com Ford, a grande novidade técnica e em termos de organização da


produção no chão de fábrica foi a introdução da esteira rolante, que ao fazer o
trabalho chegar ao trabalhador numa posição fixa, conseguiu dramáticos
ganhos de produtividade. A implementação do fordismo não significou apenas
um novo modo de organização racional do trabalho e da produção, mas
também a constituição de um novo modo de vida.

Do mesmo modo que os princípios do taylorismo caminhavam em direção


ao controle do trabalho, também o fordismo tinha como seu fundamento o
controle do processo de trabalho. Mais do que uma ruptura, o fordismo
representou a continuidade e intensificação do processo de controle da força
de trabalho viva que já havia iniciado com o taylorismo. No entanto, apesar do
fordismo incorporar elementos do taylorismo na sua dinâmica, é possível
estabelecer diferenças fundamentais entre ambos.

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O intuito de Ford não era apenas dominar a força de trabalho, mas
conquistar a adesão do(a)s trabalhadore(a)s. Se a grande inovação no aspecto
técnico -produtivo foi a implementação da esteira rolante, no aspecto ideológico
foi o reconhecimento explícito de que:

“produção de massa significava consumo de massa, um novo sistema de


reprodução da força de trabalho, uma nova política de controle e gerência da
força de trabalho, uma nova estética e uma nova psicologia, em suma, um
novo tipo de sociedade democrática [...]. O Fordismo equivaleu ao maior
esforço coletivo para criar, com velocidade sem precedentes, e com uma
consciência de propósito sem igual na história, um novo tipo de trabalhador e
um novo tipo de homem. Os novos métodos de trabalho são inseparáveis de
um modo específico de viver e de pensar a vida”. (HARVEY, 1992, citado por
RIBEIRO, 2015)

A implementação da esteira rolante, em uma tentativa de racionalização


da organização do trabalho, trouxe uma imensa intensificação, automatização e
mecanização do processo de trabalho. A esteira rolante se constituiu como
uma maneira de controlar o ritmo do trabalho (condição tão sonhada por
Taylor) de forma automatizada e intensa. Isso gerou um tipo de processo de
trabalho extremamente extenuante para os trabalhadores.

Gramsci, (1976) citado por Ribeiro, (2015), a indústria Ford exige uma
discriminação, uma qualificação, para os seus operários que as outras
indústrias ainda não exigem; um tipo de qualificação diferente, nova, uma
forma de consumo de força de trabalho e uma quantidade de força consumida
no mesmo tempo médio mais onerosa e extenuante do que as outras
empresas, força que o salário não consegue reconstituir em todos os casos,
nas condições determinadas pela sociedade.

A política dos altos salários terão fortes implicações para o capitalismo


como um todo. É interessante pensar que até os dias de hoje as lutas sindicais
estão ancoradas em uma luta por melhores salários. Essa política, de algum
modo, delineia um perfil do movimento sindical no capitalismo de um modo
geral.

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E a elevação dos salários também se configura como uma estratégia para
que ocorra a aumento do consumo entre a classe trabalhadora. A manutenção
de altos padrões de consumo era fundamental para alimentar o crescimento da
indústria de massa. A ética do consumo cria todo um novo estilo de vida, com
padrões de consumo determinados, uma série de bens passa a ser objeto de
desejo da população americana como, por exemplo, a casa própria e o carro.

Gramsci (1976), citado por Ribeiro (2015), observa que essa ética do
consumo é uma arma de dois gumes, porque ao mesmo tempo em que o
capitalismo necessitava que seus trabalhadores consumissem, esse consumo
deveria se dar de maneira que não interferisse nas condições psicofísicas do
trabalhador, necessárias para ele suportar os ritmos extenuantes de
produtividade exigidos pela indústria fordista.

Assim, é preciso investir em toda uma moralidade que vai condicionar


desde a vida sexual do trabalhador fordista até seus hábitos cotidianos de
consumo. Ford criou a brigada de agentes para fiscalizar a vida dos operários
fora das fábricas. Um conjunto de princípios – o chamado evangelho fordista –
passa a ser disseminado para condicionar o modo de vida dos trabalhadores,
no sentido de reservar as energias para o trabalho. (RIBEIRO, 2015, p. 70)

Diferença entre o Fordismo e o Taylorismo

Para Ribeiro, (2015), a principal diferença entre o fordismo e o taylorismo


é que o fordismo tinha um projeto de hegemonia. Ele não queria apenas
dominar a força de trabalho, ele queria conquistar sua adesão. Hegemonia não
é só dominação, hegemonia é capacidade de direção, quem dirige é quem é
capaz de conquistar a adesão dos outros. Dominar é diferente de dirigir, nem
toda classe dominante é classe dirigente. A hegemonia, segundo Gramsci
(1976), começa no chão da fábrica, pois, antes de tudo, é necessário
conquistar a adesão dos trabalhadores. Daí a ideia de pacto social ou
compromisso social entre a classe capitalista e a classe trabalhadora. Mas, é
preciso que essa hegemonia extrapole os muros da fábrica e se torne uma
hegemonia social. Aí entra o Estado como provedor de políticas públicas e
sociais, com investimento na saúde, na educação e no lazer. O Estado do bem-

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estar social, enquanto Estado provedor, configura-se, então, como um
emblema do padrão de produção fordista.

Percebe-se que o fordismo se configurou como um novo padrão de


produção e demorou quase meio século para se estruturar e maturar suas
consequências para o mundo. Esse novo padrão de produção teve
consequências marcantes para o sistema capitalista de produção e criou um
padrão de organização do trabalho, assim como um novo estilo de vida e, junto
com ele, um novo tipo de homem que, em alguma medida, perdura até os dias
de hoje.

A Crise do Fordismo e o Toyotismo

A primeira pergunta que se coloca quando se fala de uma crise do


fordismo é se podemos falar em um pós-fordismo. A crise seria de caráter
estrutural ou conjuntural? Para alguns autores como Bihr (1999) e o próprio
Antunes (2002) a crise seria de caráter estrutural, pois o padrão fordista de
produção se confunde com o próprio capitalismo, logo sua crise representaria
uma crise estrutural do capitalismo, na medida em que atinge o seu núcleo que
é o processo de acumulação de capital. Para outros autores como, por
exemplo, Harvey (1992) e Druck (1999), a crise é de caráter conjuntural.
Harvey (1992) afirma que os elementos e relações invariantes de um modo
capitalista de produção estão onipresentes sob as fragmentações e disrupções
tão características da atual economia política. Isso significa que a crise do
fordismo não é incoerente com os princípios do capitalismo.

2.4. Fayolismo

As Origens Do Fayolismo

Henri Fayol merece igualmente ser considerado inventor social. Como


Taylor, desenvolveu experimentalmente as suas ideias, acabando por inventar
um sistema, ou melhor, uma doutrina, a que denominou Teoria Administrativa,
mas que é conhecida por Fayolismo. (SILVA, 1960, p. 50).

Henri Fayol, francês, também engenheiro-industrial, foi autor da obra


famosa, já agora clássica - Administration Indnstrielle et Générale. Nasceu a 29
de julho de 1841, em Constantinopla, e faleceu a 19 de novembro de 1925, aos

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84 anos de idade, lídimo representante da tradicional longevidade francesa.
Aos 19 anos, em 1860, colou grau de engenheiro-de-minas. Nesse mesmo ano
iniciou sua carreira profissional como empregado da empresa Commentry -
Fourchambault, que explorava a indústria carbonífera e metalúrgica. Seis anos
depois, foi elevado ao cargo de Diretor das Minas de Carvão de Commentry.
Em 1872, passou a dirigir também as Minas de Carvão de Montircq. Em 1888,
senhor de sólida reputação de administrador eficiente, foi feito Diretor Geral da
Cia. Commentry-Fourchambault, & Decazeville, que se encontrava às portas da
falência. Ao toque mágico de seu gênio administrativo, a empresa transfigurou-
se. (SILVA, 1960).

Quando, em 1918, ao cabo de 30 anos de direção efetiva, ele a entregou


ao sucessor, a empresa era uma das mais prósperas da França. Foi nessa
organização mineira e metalúrgica que desenvolveu a Teoria Administrativa, a
que também chamava Administração Experimental, e a cuja propagação
dedicou os últimos anos de vida.

Como Taylor, Fayol foi inspirado e guiado pelas realidades que sabia ver
na dinâmica das empresas. Sua teoria emergiu de vivências observadas e,
analisadas durante várias décadas. Com efeito, poucas doutrinas terão lastro
de falos tão numerosos e aferidos.

Fayol não foi especulador de cadeira de balanço. Não extraiu do próprio


cérebro, a poder de elocubrações ociosas, o arcabouço de sua doutrina. Cada
um dos princípios que formulou estava baseado no funcionamento institucional
das empresas de que foi servidor. Nada é cerebrino, ou hipotético, ou ambíguo,
no Fayolismo. Tudo emana do comportamento humano, tal como este se
desenrola, imprevisível, misterioso e desnorteante nas relações de trabalho.

Conduzido pela observação ao longo dos caminhos da prática, Fayol


chegou ao planalto da generalização teórica. A ciência da administração de
Fayol teve por lastro “o saber de experiência feito”, celebrizado por Camões.
Daí o haver sido acusado de incorrer na falácia do homem prático.

Observador sagaz e Original da fisiologia das organizações, Fayol adotou


e cultivou, com perseverança impressionante, o hábito de anotar e analisar os
fatos que lhe pareciam constituir embaraços ao funcionamento fluente das

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empresas. Á medida que procurava remover ou neutralizar cada obstáculo
surgido, ia amiudando experiências e catalogando fatos, tanto no domínio
técnico, indiferente aos desígnios humanos, quanto no domínio da condução
de homens, tão complexo e delicado. Como os resultados das observações e
experiências fossem encorajadores, Fayol adotou a atitude de pioneiro, coligiu
e sistematizou fatos copiosos, acabando por extrair desse abundante acervo
um conjunto lógico de princípios. “Da observação paciente dos fatos escreveu
desprendiam-se regras gerais, indispensáveis à boa gestão”.

Contribuição De Fayol

A contribuição de Fayol para o progresso e nobilitação das funções de


administração geral paira, sobranceira, em categoria única, no mundo das
ideias. Foi ele que percebeu e apontou os aspectos profissionais da chefia
executiva; que identificou e proclamou a necessidade de preparação específica
para os administradores; que chamou a atenção para a quase impunidade que
protege os maus administradores, cujos erros raramente são descobertos no
momento oportuno.

Fayol elaborou esse corpo de doutrina. O Fayolismo tende a tornar-se,


assim, precária a situação dos chefes broncos, guindados aos postos de
mando por injunções de fortuna, parentesco, política ou sabujice.

Fayol inicia o mencionado discurso, pronunciado em 1908, explicando


que o desenvolvimento das indústrias metalúrgicas no norte e no leste da
França prejudicou a existência de fábricas no centro do país, onde se
localizava a empresa, formada por diversas unidades de mineração de carvão
e metalurgia. Com o fechamento de minas, que apresentavam alto custo de
exploração, e com a redução dos resultados, em 1885 a empresa suspendeu o
pagamento de dividendos e encontrava-se à beira da falência. Em 1888, houve
uma mudança na administração com Fayol assumindo sua presidência, no
momento em que a empresa estava quase resignada a fechar e abandonar
suas fábricas e a suspender suas operações nas minas. A partir de então, a
empresa tornou-se novamente lucrativa e sua recuperação foi contínua e
substancial. (SOUZA e AGUIAR, 2011).

Fayol (2002; 2003) citado por Souza e Aguiar (2011), enfatiza que:

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“A história da empresa mostrará que seu declínio e recuperação se
deveram somente aos procedimentos administrativos utilizados. Isto aconteceu
com as mesmas minas, as mesmas fábricas, os mesmos empregados”.

Falando aos jovens engenheiros, Fayol enfatizou que o sucesso de uma


empresa depende muito mais da habilidade administrativa de seus líderes do
que de suas habilidades técnicas:

É certo que o líder que é um bom administrador mas tecnicamente


medíocre é, em geral, mais útil para uma organização do que se ele for um
brilhante técnico, mas um administrador medíocre (FAYOL, 2002; 2003, citado
por, SOUZA e AGUIAR, 2011).

Na sequência, Fayol discorre sobre Administração, definindo-a como

[...] governar ou gerenciar negócio público ou privado. Isto significa


procurar fazer o melhor uso possível dos recursos disponíveis para atingir os
objetivos da organização. Administração inclui, portanto, todas as operações da
organização (FAYOL, 2002; 2003, citado por, SOUZA e AGUIAR, 2011).

2.5. Relações Humanas na Empresa

As empresas têm um triplo projeto: realizar um produto, obter lucro e


assegurar a coerência dos indivíduos que a compõem. Se a empresa falhar em
um destes pontos, sua existência fica comprometida. Segundo Michel Liu
(1992), a empresa deve ser considerada como um sistema aberto, pois conjuga
as noções de autonomia e dependência em relação aos ambientes em que se
insere. As trocas com o meio são necessárias e contínuas. (KIRSCHNER, s.d).

Liu utiliza o conceito de fronteira seletiva para analisar a relação


empresa/sociedade: se por um lado, a empresa sofre diferentes tipos de
constrangimentos do meio em que atua – econômicos, técnicos, políticos,
culturais, dentre outros – ela devolve à sociedade algo diferente daquilo que
recebe. Os membros de uma empresa, formam um coletivo que apresentam
uma identidade e uma cultura próprias. Isto porque a empresa é criadora do
social, no sentido daquilo que une os indivíduos e constitui uma sociedade.
(KIRSCHNER, s.d).

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Atualmente já dispomos de instrumento para conhecer a força e a coesão
das estruturas sociais. É o modelo SIC, desenvolvido pelo sociólogo de
empresa Renaud Sainsaulieu (1987), a partir da observação de milhares de
empresas estudadas. Este modelo permite conhecer as regulações sociais
observadas entre estruturas, interação e cultura. O modelo da sociologia de
empresa – SIC – possibilita a identificação dos atores e das situações que eles
estão vivendo e conhecer as relações entre os atores. (KIRSCHNER, s.d).

Para a autora, acima mencionada, pela ótica da sociologia, as empresas


são construções sociais no sentido clássico do termo, e que questões como
eficiência, competitividade e qualidade podem ser vistas a partir do papel social
que cabe às empresas assumir em tempos de globalização e reformas para o
mercado.

2.6. Psicotécnica

Apesar de suas limitações etimológicas, o termo “psicotécnica” tem sido


mais empregado ora no sentido amplo de Pieron, ora como psicologia aplicada
ao trabalho como prefere Havin e outros. Giese (6, p. 15) o compreende assim:
“Psicotécnica quer dizer Psicologia aplicada.

Foi assim que Munsterberg definiu esta palavra desde o início" e, logo
logo: “Psicologia Aplicada ou Psicotécnica Séria, uma vez adaptada à vida,
uma “Psicologia Prática” ajudando a criar. Mas a Psicotécnica não tem relação
com a mera Técnica, nem mesmo com a Indústria. A palavra, porém, muitas
vezes leva o leigo a essa interpretação errônea”. (SCHNEIDER, 1955)

Este vocábulo embora considerado como sinónimo de


“psychotechnology”, é definido como sendo mais específico. Vejamos a
citação: “psicotecnologia” o corpo de princípios gerais que regem a arte de
aplicar a psicologia para fins práticos. Geralmente lida com as aplicações da
psicologia na indústria e nos negócios. (WARREN, 2011, citado por
SCHNEIDER, 1955).

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CONCLUSÕES
Após pesquisas feitas, relativo ao que nos foi incumbido, chegou-se às
seguintes conclusões. No Taylorismo, o controle do tempo é nitidamente uma
preocupação da proposta taylorista de gerência científica. Essa preocupação
vai perpassar todos os outros modos de produção.

No fordismo, a esteira rolante é uma estratégia de controle do ritmo de


trabalho e apesar de gerar muitos tempos mortos ainda assim se configura
como um controle sobre o tempo de trabalho. No toyotismo, a necessidade de
controle sobre o tempo evidencia-se com a prática, por exemplo, do just-in-time
e com toda uma dinâmica de organização do trabalho voltada para uma
produção ininterrupta. Essa relação com o tempo, premeditada desde o
taylorismo se manifesta fortemente nos dias de hoje.

Apesar de ser considerado um dos teóricos mais importantes do


pensamento administrativo, Fayol é surpreendentemente pouco estudado e,
até mesmo, pouco conhecido em sua dimensão humana e científica. A
reconstrução do perfil do mestre, cuja imagem, embaçada por estereótipos do
funcionalismo, é frequentemente apresentada aos estudantes de Administração
de forma equivocada, pois empobrecida no seu real valor, faz-se necessária,
até mesmo para que seja possível compreender, de forma mais abrangente e
profunda, a própria história da evolução do conhecimento na Ciência da
Administração.

A Sociologia da Empresa vai além dos modelos que definem o espaço


fabril como espaço de relações antagônicas de classe. A empresa tem uma
função identificadora na sociedade e constitui, portanto, verdadeira instituição
social: ela instaura um conjunto de relações sociais e culturais e produz, assim,
identidades novas. Nela se desenvolvem relações de oposições e de alianças e
o ator vivencia as relações de trabalho de forma interativa e estratégica.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
WAHRLICH B. M. de S. Uma Análise Das Teorias De Organização. Cadernos
de Administração Pública – 42, Instituto de Documentação. 1986. 248f.

MATOS E. e PIRES D. Teorias Administrativas e Organização Do Trabalho: De


Taylor Aos Dias Atuais, Influências No Setor Saúde e Na Enfermagem. Tese de
Doutoramento, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), 2006. 7f.

RIBEIRO A. de F. Taylorismo, fordismo e Toyotismo. Artigo, Lutas Sociais,


São Paulo, vol.19 n.35, p.65-79, jul./dez. 2015. 15f.

SILVA B. Taylor e Fayol. Revista do Serviço Público, edição de julho de 1945, e


reproduzidas em separata. Escola Brasileira de Administração Pública, 1960.
248f.

KIRSCHNER A. M. Sociologia da empresa e responsabilidade social das


empresas. Programa de Pós-Graduação, Universidade Federal do Rio de
Janeiro. 9f.

SOUZA E. M. e AGUIAR A. C. Publicações póstumas de Henri Fayol:


revisitando sua teoria administrativa Ram, Rev. Adm. Mackenzie, V. 12, N. 1
São Paulo, Sp Jan./Fev. 2011 P. 204-227 Issn 1678-6971

GOLDENSTEIN L. e SEABRA M. Divisão Territorial do Trabalho e nova


Regionalização. Artigo, Univesidade de São Paulo, 1980. 27f.

SCHNEIDER E. Normas para Unificação de uma Terminologia Básica em


Psicotécnica. Relatório. São Paulo, de 18 a 23 de Abril de 1955. 6f.

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