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Universidade Aberta Isced (UnISCED)

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Administração Pública

ANÁLISE DE EXECUÇÃO ORÇAMENTAL DAS DESPESAS PÚBLICAS

Angelina Nuita: 81220613

Nampula, Maio de 2023.


Universidade Aberta Isced (UnISCED)

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Administração Pública

ANÁLISE DE EXECUÇÃO ORÇAMENTAL DAS DESPESAS PÚBLICAS

Trabalho de Campo da cadeira de


Economia Pública, de Carácter
avaliativo desenvolvido no Campo a
ser submetido na Coordenação do
Curso de Licenciatura em
Administração Pública da
UnISCED.

Tutor:

Angelina Nauita: 81220613

Nampula, Maio de 2023.


Índice

Introducão……………………………………………………………………………………..3
1.
ANÁLISE DE EXECUÇÃO ORÇAMENTAL DAS DESPESAS PÚBLICAS………………………………………..4

1.1. Definição …………………………………………………………………………………………………………………………………..4


2. Teoria do Desenvolvimento Económico…………………………………………………………………………………………5

3. Diferenças entre Desenvolvimento Económico nos PVD’s………………………………………………………………8

Considerações Finais............................................................................................................................10
Bibliografia
Introdução

A análise de execução orçamental das despesas públicas desempenha um papel fundamental na


compreensão e no monitoramento do desenvolvimento económico de um país. Ao examinar
como os recursos financeiros são alocados e utilizados pelo governo, é possível avaliar o
desempenho e a eficácia das políticas públicas na busca pelo crescimento e pelo desenvolvimento
económico.

Neste contexto, este trabalho abordará os principais conceitos relacionados à análise de execução
orçamental das despesas públicas, bem como as diferenças entre o desenvolvimento económico
nos Países de Vida Difícil (PVDs) e em outros contextos. Também será discutida a importância
do desenvolvimento económico e como ele está relacionado às teorias do desenvolvimento
económico.
1. ANÁLISE DE EXECUÇÃO ORÇAMENTAL DAS DESPESAS PÚBLICAS
1.1. Definição

A análise de execução orçamental das despesas públicas é uma ferramenta essencial para
monitorar e avaliar o desempenho financeiro do governo e assegurar a eficiência e transparência
na utilização dos recursos públicos. Nesse contexto, existem três conceitos-chave que são
frequentemente discutidos: crescimento, desenvolvimento e Programa de Vínculo Dinâmico
(PVD).

1.2. Crescimento

O crescimento refere-se ao aumento quantitativo das despesas públicas ao longo do tempo. É uma
medida do aumento absoluto dos gastos do governo em relação a períodos anteriores. Pode ser
expresso em termos de valores monetários ou como uma taxa percentual de crescimento. A
análise do crescimento das despesas públicas é importante para avaliar o ritmo de expansão dos
gastos governamentais e sua sustentabilidade em relação à capacidade de financiamento do
governo.

1.3. Desenvolvimento

O desenvolvimento, no contexto da análise de execução orçamental das despesas públicas, refere-


se à alocação eficiente dos recursos públicos para promover o progresso socioeconómico e
melhorar o bem-estar da população. O objectivo do desenvolvimento é garantir que os gastos do
governo sejam direccionados para áreas prioritárias, como saúde, educação, infra-estrutura e
programas de combate à pobreza. A análise do desenvolvimento das despesas públicas envolve a
avaliação da composição dos gastos e a alocação de recursos para atender às necessidades e
objectivos de desenvolvimento do país.

1.4. Programa de Vínculo Dinâmico (PVD)

O Programa de Vínculo Dinâmico é uma abordagem de gestão financeira utilizada para monitorar
e controlar a execução orçamental das despesas públicas. O PVD envolve a definição de metas e
indicadores de desempenho, estabelecendo vínculos entre os objectivos estratégicos do governo,
os planos e orçamentos anuais e a execução real das despesas.

Através do PVD, é possível acompanhar o desempenho dos programas e projectos


governamentais, identificar desvios, avaliar a eficiência e eficácia dos gastos e tomar medidas
correctivas, se necessário, para alcançar os resultados desejados.

Esses conceitos são fundamentais para uma análise abrangente da execução orçamental das
despesas públicas. Ao considerar o crescimento, desenvolvimento e utilizar o PVD, os governos
podem tomar decisões informadas sobre a alocação de recursos, optimizar o uso dos recursos
públicos, monitorar o progresso em relação aos objectivos e garantir a prestação de serviços
públicos eficientes e de qualidade para a população.

1.5. Teoria do Desenvolvimento Económico

A Teoria do Desenvolvimento Económico é um campo de estudo que se dedica a entender os


processos e os determinantes do desenvolvimento de uma economia ao longo do tempo. Ela
busca analisar as mudanças estruturais, os padrões de crescimento, os factores que impulsionam
ou restringem o desenvolvimento, bem como as políticas económicas e sociais que podem
promovê-lo.

Ao longo da história, diversas teorias foram propostas para explicar o desenvolvimento


económico. Uma das abordagens mais conhecidas é a teoria do crescimento económico de longo
prazo, que se concentra na acumulação de factores de produção, como capital físico e humano, e
no aumento da produtividade como impulsionadores do crescimento económico sustentado.
Solow, R. M. (1956).

Outra abordagem importante é a teoria do desenvolvimento endógeno, que enfatiza a importância


dos factores internos, como a capacidade de inovação, a qualidade das instituições e as
externalidades positivas, para impulsionar o crescimento económico. Romer, P. M. (1990).

Além dessas teorias, também é relevante mencionar a teoria da dependência, que critica as
abordagens tradicionais do desenvolvimento económico, argumentando que o
subdesenvolvimento é resultado das relações de dependência e exploração entre países
desenvolvidos e subdesenvolvidos. A teoria da dependência ressalta a necessidade de superar
essas relações desiguais e promover um desenvolvimento mais autónomo e inclusivo.

É importante destacar que a Teoria do Desenvolvimento Económico não se limita apenas a


explicar o crescimento económico, mas também abrange aspectos sociais, ambientais e
institucionais. Ela busca compreender os desafios e as oportunidades relacionados à redução da
pobreza, à desigualdade de renda, à sustentabilidade ambiental, ao fortalecimento das instituições
e ao papel do Estado no desenvolvimento.

2. Diferenças entre Desenvolvimento Económico nos PVD’s

O desenvolvimento económico nos Países de Vocação Desenvolvimento (PVDs) apresenta


diferenças significativas em comparação aos países desenvolvidos. Essas diferenças podem ser
observadas em vários aspectos, tais como a estrutura económica, os níveis de produtividade, a
qualidade das instituições, o acesso a recursos financeiros e tecnológicos, entre outros.

Uma das principais diferenças entre os PVDs e os países desenvolvidos está na estrutura
económica. Muitos PVDs têm uma dependência significativa de sectores primários, como
agricultura, mineração e recursos naturais. A falta de diversificação económica pode tornar esses
países mais vulneráveis a choques externos, como flutuações nos preços das commodities. Por
outro lado, países desenvolvidos geralmente têm economias mais diversificadas, com uma
presença maior de sectores industriais e de serviços avançados.

Outra diferença é a produtividade. Os PVDs muitas vezes enfrentam desafios na melhoria da


produtividade, seja devido à falta de capacitação adequada, infra-estrutura deficiente, baixo nível
de tecnologia ou ineficiências nos processos de produção. Os países desenvolvidos, por sua vez,
têm uma base produtiva mais avançada, com investimentos em pesquisa e desenvolvimento,
inovação tecnológica e capital humano qualificado, o que impulsiona a produtividade e o
crescimento económico.

A qualidade das instituições também é uma diferença crucial. Os PVDs podem enfrentar desafios
em termos de governança, corrupção, instabilidade política e deficiências regulatórias. A falta de
instituições sólidas e eficientes pode dificultar a atracção de investimentos estrangeiros, limitar a
protecção dos direitos de propriedade e criar incertezas para o ambiente de negócios. Os países
desenvolvidos, por outro lado, geralmente possuem instituições mais robustas e um ambiente
mais favorável ao desenvolvimento económico.

Além disso, o acesso a recursos financeiros e tecnológicos também pode diferir entre os PVDs e
os países desenvolvidos. Os PVDs muitas vezes enfrentam restrições financeiras, falta de acesso
a crédito e investimentos limitados em pesquisa e desenvolvimento. Essas limitações podem
dificultar a implementação de políticas de desenvolvimento económico e o aproveitamento de
oportunidades de inovação. Por outro lado, os países desenvolvidos têm acesso mais amplo a
recursos financeiros, tecnologias avançadas e redes internacionais, o que impulsiona seu
crescimento económico.

Para superar essas diferenças e promover o desenvolvimento económico nos PVDs, são
necessárias acções e políticas específicas. Isso pode incluir investimentos em educação e
capacitação, promoção da diversificação económica, melhoria da infra-estrutura, fortalecimento
das instituições, estímulo à inovação e acesso a financiamentos e tecnologias. Além disso, é
fundamental estabelecer parcerias internacionais e promover um ambiente favorável ao comércio
e aos investimentos.

3. Moçambique e o Desenvolvimento Económico

Moçambique é um país localizado na região da África Austral que tem enfrentado desafios
significativos em relação ao desenvolvimento económico. No entanto, o país também possui um
potencial considerável para alcançar um crescimento sustentável e melhorar as condições
económicas de sua população. Neste desenvolvimento, diversos factores têm desempenhado um
papel crucial.

 Recursos naturais

Moçambique é rico em recursos naturais, como gás natural, carvão, petróleo, minerais e terras
férteis. A exploração e o desenvolvimento sustentável desses recursos podem impulsionar o
crescimento económico do país. Por exemplo, o sector de gás natural tem atraído investimentos
estrangeiros significativos, com a descoberta de grandes reservas na bacia do Rovuma. Empresas
multinacionais têm investido em projectos de liquefacção de gás natural, o que pode impulsionar
o crescimento económico e gerar empregos.
 Infra-estrutura

A infra-estrutura adequada é fundamental para o desenvolvimento económico. Investimentos em


infra-estrutura, como estradas, portos, aeroportos, energia e telecomunicações, são cruciais para
facilitar o comércio, atrair investimentos e promover o crescimento de sectores-chave da
economia. Por exemplo, o Corredor de Nacala, que liga o Malawi a um porto em Moçambique,
tem o potencial de impulsionar o comércio regional e o desenvolvimento económico em áreas ao
longo do corredor.

 Agricultura e segurança alimentar

A agricultura é uma parte essencial da economia moçambicana e desempenha um papel crucial


na segurança alimentar do país. Investimentos no sector agrícola, incluindo acesso a
financiamento, tecnologia agrícola, capacitação e infra-estrutura rural, podem melhorar a
produtividade e a resiliência dos agricultores, impulsionando o crescimento económico e a
redução da pobreza. Programas como o ProSavana, que visa promover o desenvolvimento
agrícola sustentável no Corredor de Nacala, são exemplos de iniciativas que buscam impulsionar
o sector agrícola em Moçambique.

 Turismo

O turismo é um sector em crescimento em Moçambique, com um potencial significativo para


impulsionar o desenvolvimento económico. As belas praias, a vida selvagem diversificada e os
parques nacionais do país atraem turistas nacionais e estrangeiros. Investimentos em infra-
estrutura turística, promoção do turismo sustentável e a diversificação das opções de turismo
podem contribuir para a criação de empregos, a geração de receitas e o desenvolvimento das
comunidades locais.

É importante ressaltar que o desenvolvimento económico sustentável requer uma abordagem


abrangente que leve em consideração questões sociais, ambientais e institucionais. Além disso,
políticas públicas eficazes, transparência, boa governança e a promoção do investimento privado
são elementos essenciais para o desenvolvimento económico de longo prazo em Moçambique.

Conclusão

A análise de execução orçamental das despesas públicas desempenha um papel fundamental na


compreensão e no monitoramento do desenvolvimento económico. Os conceitos de crescimento,
PVDs, teoria do desenvolvimento económico e diferenças no desenvolvimento económico entre
os países fornecem uma base conceitual para essa análise. Compreender esses conceitos e realizar
uma análise abrangente das despesas públicas é essencial para promover políticas eficazes e
sustentáveis de desenvolvimento económico.

Através dessa análise, é possível identificar áreas que requerem melhorias, promover uma
alocação eficiente dos recursos públicos e direccionar esforços para impulsionar o crescimento
económico, reduzir a pobreza e melhorar o bem-estar social. A análise de execução orçamental
das despesas públicas, portanto, desempenha um papel crucial no processo de tomada de decisão
e na busca pelo desenvolvimento económico sustentável.
Referências Bibliografia

Romer, P. M. (1990). Endogenous technological change. Journal of Political Economy, 98.

Solow, R. M. (1956). A contribution to the theory of economic growth. The Quarterly Journal of
Economics, 70(1), 65-94.

Cardoso, F. H., & Faletto, E. (1979). Dependency and development in Latin America. University
of California Press.

Naudé, W., & Szirmai, A. (2012). Economic development, growth, and institutions. In Handbook
of Africa Economics (pp. 613-652). Palgrave Macmillan.

Banco Mundial. (2021). Moçambique. Recuperado de:


https://www.bancomundial.org/pt/country/mozambique

U.S. Energy Information Administration. (2022). Mozambique. Recuperado de:


https://www.eia.gov/international/analysis/country/MOZ

World Bank Group. (2021). Mozambique: Building Resilience for Inclusive Growth. Recuperado
de: http://documents.worldbank.org/curated/en/699411567743137924/Mozambique-Building-
Resilience-for-Inclusive-Growth

Acemoglu, D., & Robinson, J. A. (2012). Why nations fail: The origins of power, prosperity, and
poverty. Crown Business.

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