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Séries Diferidas

Séries diferidas
Como mencionado anteriormente, séries diferidas são séries com carência (c). Nesse caso, o valor
presente deve ser atualizado, utilizando-se para isso, a fórmula do montante. A representação
dessa série pela linha do tempo é:

PMT PMT PMT PMT PMT PMT PMTPMT


... ...
0 c+1 c+2 c+3 c+4 c+5 c+6 c+n-1 c+n

c períodos
Essa é uma série diferida do tipo postecipada
de carência
Séries diferidas
A representação da série antecipada com carência é:

PMT PMT PMT PMT PMT PMT PMT


... ...
0 c c+1 c+2 c+3 c+4 c+5 c+n-1 c+n

c períodos Essa é uma série diferida do tipo


de carência ANTECIPADA (o pagamento das
prestações iniciam-se logo após o
encerramento da carência)
Séries diferidas - exemplo
Para compreender melhor como calcular prestações de séries diferidas, considere o seguinte
exemplo:

“Um financiamento de $50.000 será pago em 12


prestações mensais aplicando-se juros efetivos de
8%a.m. Considerando-se que foi estipulado um período
de carência de três meses, calcular o valor das
prestações na forma antecipada e postecipada”.
“Um financiamento de $50.000 será pago
em 12 prestações mensais aplicando-se

Séries diferidas - exemplo


juros efetivos de 8%a.m. Considerando-se
que foi estipulado um período de carência
de três meses, calcular o valor das
prestações na forma antecipada e
postecipada”.

Passo 1: atualizar o valor presente (à


vista) do financiamento considerando
o número de períodos (n) igual ao
período de carência (c), então, n=c
𝑀 =𝐶 1+𝑖 𝑛
3
𝑀 = 50.000 1 + 0,08
𝑀 = $ 62.985,60

O valor obtido passa a ser o valor


presente da série.
“Um financiamento de $50.000 será pago
em 12 prestações mensais aplicando-se

Séries diferidas - exemplo


juros efetivos de 8%a.m. Considerando-se
que foi estipulado um período de carência
de três meses, calcular o valor das
prestações na forma antecipada e
postecipada”.

Passo 1: atualizar o valor presente (à Passo 2: Com isso, para obter o valor das
vista) do financiamento considerando prestações (PMT) basta aplicar a fórmula do valor
o número de períodos (n) igual ao presente da série postecipada (ou antecipada, se
período de carência (c), então, n=c for o caso), assim
𝑀 =𝐶 1+𝑖 𝑛
𝑀 = 50.000 1 + 0,08 3 - POSTECIPADA
𝑀 = $ 62.985,60 1+𝑖 𝑛−1
𝑉𝑃 = 𝑃𝑀𝑇
1 + 𝑖 𝑛𝑖
O valor obtido passa a ser o valor
12
presente da série. 62.985,60 = 𝑃𝑀𝑇
1 + 0,08 −1
12 0,08
1 + 0,08

𝑃𝑀𝑇 = $ 8.357,88
“Um financiamento de $50.000 será pago
em 12 prestações mensais aplicando-se

Séries diferidas - exemplo


juros efetivos de 8%a.m. Considerando-se
que foi estipulado um período de carência
de três meses, calcular o valor das
prestações na forma antecipada e
postecipada”.

Passo 1: atualizar o valor presente (à Passo 2: Com isso, para obter o valor das - ANTECIPADA
vista) do financiamento considerando prestações (PMT) basta aplicar a fórmula do valor
o número de períodos (n) igual ao presente da série postecipada (ou antecipada, se 𝑉𝑃 = 𝑃𝑀𝑇
1+𝑖 𝑛−1
1+𝑖
período de carência (c), então, n=c for o caso), assim 1 + 𝑖 𝑛𝑖

12
𝑀 =𝐶 1+𝑖 𝑛 1 + 0,08 −1

𝑀 = 50.000 1 + 0,08 3 - POSTECIPADA 62.985,60 = 𝑃𝑀𝑇


1 + 0,08 12 0,08
1 + 0,08

𝑀 = $ 62.985,60 1+𝑖 𝑛−1


𝑉𝑃 = 𝑃𝑀𝑇 𝑃𝑀𝑇 = $ 7.738,77
1 + 𝑖 𝑛𝑖
O valor obtido passa a ser o valor
12
presente da série. 62.985,60 = 𝑃𝑀𝑇
1 + 0,08 −1
12 0,08
1 + 0,08

𝑃𝑀𝑇 = $ 8.357,88
Séries crescentes
Séries com pmt crescente
É comum ter uma série cujos pagamentos (PMT) crescem conforme uma determinada taxa (g). Nessa situação, o valor
presente (VP) da série crescente é dado por:

𝒏
𝟏+𝒈
𝟏−
𝟏+𝒊
𝑽𝑷𝒄𝒓𝒆𝒔𝒄 = 𝑷𝑴𝑻
𝒊−𝒈
Exemplo
Suponha que você esteja analisando pagamentos de uma loteria que pode pagar o prêmio da seguinte forma: o prêmio é
pago ao longo de um período de 20 anos com pagamentos anuais, sendo que o primeiro prêmio será pago daqui 1 ano com
o valor de $200.000,00. A cada ano que passar, esse pagamento crescerá 5%a.a e o valor do prêmio é corrigido por uma
taxa de desconto de 11%a.a. Nessas condições, qual é o valor do prêmio?
Suponha que você esteja analisando pagamentos de uma loteria que pode pagar o prêmio da seguinte forma: o prêmio é pago ao longo
de um período de 20 anos com pagamentos anuais, sendo que o primeiro prêmio será pago daqui 1 ano com o valor de $200.000,00. A
Exemplo cada ano que passar, esse pagamento crescerá 5%a.a e o valor do prêmio é corrigido por uma taxa de desconto de 11%a.a. Nessas
condições, qual é o valor do prêmio?

𝒏
Dados: Resolução: 𝟏−
𝟏+𝒈
𝟏+𝒊
𝑽𝑷𝒄𝒓𝒆𝒔𝒄 = 𝑷𝑴𝑻
𝒊−𝒈
PMT = 200.000 (ano)
i= 11%a.a. 𝑛
1 + 0,05
g= 5%a.a. 1−
1 + 0,11
⇒ 𝑉𝑃𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐 = 200.000
0,11 − 0,05

⟹ 𝑉𝑃𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐 = $2.236.337,06

Portanto, o valor do prêmio hoje é de $2.236.337,06 que é equivalente a receber o prêmio por meio de
prestações anuais de $200.000 com uma taxa de 11%a.a. com crescimento de 5%a.a
Perpetuidades
O termo ‘perpetuidade’ sugere fluxos de duração infinita sem limite. Entretanto, é mais apropriado dizer que uma
perpetuidade se constitui de um conjunto de rendas cujo número não pode ser determinado exatamente, pois é muito
grande e tende ao infinito, como sucede, por exemplo, com os dividendos pagos pelas empresas (Samanez, 2014).

Neste caso, o “n” é indefinido e você deseja saber o valor presente dessa série.
Perpetuidades
Para melhor entendimento do que é uma perpetuidade, suponha que você invista $1.000,00 mensalmente em uma
aplicação que paga juros efetivos de 2%a.m. Não há prazo de encerramento para essa aplicação. Dessa forma, você obtém
uma remuneração mensal de $20,00 que poderá ser retirada da aplicação. Assim, os $1.000,00 inicialmente aplicados
permanecem constantes e os juros mensais podem ser interpretados como uma renda perpétua no valor de $20,00 mensais,
por um prazo indeterminado. O valor presente dessa série é mantido no valor de $1.000,00.
Perpetuidades
Então, admitindo os juros (J) iguais a renda mensal (R), tem-se que: 𝑹 = 𝑪 ∙ 𝒊

sendo C – o capital inicial, ou seja, o valor presente (VP) da série: 𝑹 = 𝑽𝑷 ∙ 𝒊

𝑹
Portanto, o valor presente da série é: 𝑽𝑷 =
𝒊

𝑷𝑴𝑻
o que é equivalente a: 𝑽𝑷 =
𝒊
Exemplo
O pedágio de uma rodovia estadual arrecada em média $500.000/mês. Calcular o valor presente dessas rendas perpétuas,
considerando um custo do capital de 3% a.m.
O pedágio de uma rodovia estadual arrecada em média $500.000/mês. Calcular o valor presente dessas rendas perpétuas,
Exemplo considerando um custo do capital de 3% a.m.

Dados: Resolução:
𝑅
𝑉𝑃 =
R=500.000 𝑖
500.000
i=3%a.m ⇒ 𝑉𝑃 =
0,03
⇒ 𝑉𝑃 = $16.666.666,67

Portanto, com um rendimento de $500.000,00 a um custo de capital de 3%a.m, a empresa tem um


capital de $16.666.666,67.
Perpetuidade crescente
Ainda trabalhando com rendas, considere que a perpetuidade cresça a uma taxa constante (g), então:

𝑹 = 𝑽𝑷 ∙ 𝒊 − 𝒈
e
𝑹
𝑽𝑷 =
(𝒊 − 𝒈)
Exemplo
Uma ação promete para daqui a um ano um dividendo de $3,5/ação. Estimando-se que nos anos posteriores os dividendos
cresçam a uma taxa constante de 5% a.a., calcular o valor da ação se o custo de oportunidade do capital for de 14% a.a.
Considerar os dividendos como uma perpetuidade.
Uma ação promete para daqui a um ano um dividendo de $3,50/ação. Estimando-se que nos anos posteriores os

Exemplo dividendos cresçam a uma taxa constante de 5% a.a., calcular o valor da ação se o custo de oportunidade do capital
for de 14% a.a. Considerar os dividendos como uma perpetuidade.

Dados: Resolução: 𝑹
𝑽𝑷 =
(𝒊 − 𝒈)
R = 3,50/ação
g = 5%a.a. 𝟑, 𝟓𝟎
i = 14%a.a. ⇒ 𝑽𝑷 =
(𝟎, 𝟏𝟒 − 𝟎, 𝟎𝟓)

⇒ 𝑽𝑷 = $𝟑𝟖, 𝟖𝟗

Portanto, para uma ação que promove um rendimento anual (dividendo) de $3,50 por ação, espera-
se que o valor de uma ação seja de $38,89
Custo capitalizado
Existem diversas atividades de produção ou serviços cujos ativos devem ser mantidos permanentemente, reformados ou
substituídos periodicamente a cada certo número de anos. Essa reforma ou substituição origina desembolsos que constituem
uma renda perpétua, tal como ocorre com a manutenção de estradas e pontes e com a substituição ou reforma de unidades
de transporte público.
Custo capitalizado
As substituições que ocorrem indefinidamente podem ser representadas no seguinte diagrama de fluxo:

R R R R R R

0 1 2 3 4 5 6 .................... ∞ Tempo (anos)


C S S
0 k k
0 0 .......
em que R representa a renda periódica gerada pelo ativo ao longo de sua vida útil;
K é o número de períodos entre cada renovação de equipamentos (vida útil do ativo);
C é o custo inicial do ativo (valor presente pago pelo bem)
S é o custo de substituição ou reforma do ativo.
Custo capitalizado
As rendas geradas pelo ativo devem acumular um fundo (S) que seja capaz de amortizar os gastos de manutenção e/ou que pague sua
substituição a cada k anos, então:
1+𝑖 𝑛−1
𝑉𝐹 = 𝑃𝑀𝑇
𝑖
Sendo PMT = valor da renda gerado (R); VF igual a S; e n = k, tem-se que:
1+𝑖 𝑘−1
𝑆=𝑅
𝑖
Então:
𝑖
𝑅 = 𝑆.
1+𝑖 𝑘 −1
Custo capitalizado
Como 𝑉𝑃 = 𝑅𝑖, tem-se que:
1 𝑖 1
𝑉𝑃 = 𝑅 ∙ = 𝑆. ∙
𝑖 1+𝑖 𝑘 −1 𝑖
1
Portanto: 𝑉𝑃𝑠 = 𝑆. 1+𝑖 𝑘 −1

Define-se, então, que o custo capitalizado (F) de um ativo é constituído de seu custo inicial (C) e do valor presente das infinitas
substituições ou reformas (VPs) que deverão ser feitas para que ele seja mantido em operação indeterminadamente:
𝐹 = 𝐶 + 𝑉𝑃𝑆
𝑆
𝐹=𝐶+
1+𝑖 𝑘 −1
Exemplo
Um canal de irrigação teve um custo inicial de $500.000. O engenheiro projetista da obra estima que, para manter-se
permanentemente em condições operacionais, a cada três anos deve ser realizada uma reforma do canal a um custo
aproximado de $150.000. Pede-se:
a) calcular a quantia que deve ser aplicada hoje a juros efetivos de 15% ao ano, de modo que assegure a reforma
perpétua do canal;
b) o custo capitalizado do canal, admitindo-se um custo do capital de 15% a.a.
Um canal de irrigação teve um custo inicial de $500.000. O engenheiro projetista da obra estima que, para manter-se permanentemente em condições operacionais, a cada três anos deve
ser realizada uma reforma do canal a um custo aproximado de $150.000. Pede-se:

Exemplo a)
b)
calcular a quantia que deve ser aplicada hoje a juros efetivos de 15% ao ano, de modo que assegure a reforma perpétua do canal;
o custo capitalizado do canal, admitindo-se um custo do capital de 15% a.a.

Dados: Resolução:

C= 500.000
k=3 anos a) Passo 1: Calcular o valor (presente) que deverá ser poupado para fazer as reformas futuras no canal
S=150.000 1
i= 15%a.a. 𝑉𝑃𝑠 = 150.000. 3 ⇒ 𝑉𝑃𝑠 = $287.976,96
1 + 0,15 −1
Passo 2:
Mas esse valor só será gasto daqui três anos, a cada reforma estimada pelo projetista, então, no final de 3 anos será observado o montante
de: 𝑀 =𝐶 1+𝑖 𝑛 ⇒ 𝑀 = 287.976,96 1 + 0,15 3

⇒ 𝑀 = $437.976,96
Esse valor de $437.976,96 assegura que se tenha sempre $150.000,00 a cada três anos para se fazer todas as reformas futuras por um
período indeterminado
Um canal de irrigação teve um custo inicial de $500.000. O engenheiro projetista da obra estima que, para manter-se permanentemente em condições operacionais, a cada três anos deve
ser realizada uma reforma do canal a um custo aproximado de $150.000. Pede-se:

Exemplo a)
b)
calcular a quantia que deve ser aplicada hoje a juros efetivos de 15% ao ano, de modo que assegure a reforma perpétua do canal;
o custo capitalizado do canal, admitindo-se um custo do capital de 15% a.a.

Dados: Resolução:

C= 500.000
k=3 anos
S=150.000
i= 15%a.a. b) O custo capitalizado é dado por F = C + VPs

𝑆
𝐹=𝐶+ ⇒ 𝐹 = 500.000 + 287.976,96
1+𝑖 𝑘 −1

⇒ 𝐹 = $787.976,96

Esse valor de $787..976,96 cobrirá o custo inicial da construção do canal e as reformas perpétuas que deverão ocorrer para manutenção da
vida útil do ativo.
Um canal de irrigação teve um custo inicial de $500.000. O engenheiro projetista da obra estima que, para manter-se permanentemente em condições operacionais, a cada três anos deve
ser realizada uma reforma do canal a um custo aproximado de $150.000. Pede-se:

Exemplo a)
b)
calcular a quantia que deve ser aplicada hoje a juros efetivos de 15% ao ano, de modo que assegure a reforma perpétua do canal;
o custo capitalizado do canal, admitindo-se um custo do capital de 15% a.a.

Dados: Resolução:

C= 500.000
k=3 anos
S=150.000
i= 15%a.a.

Permite a geração indefinida de capital para que as


manutenções possam ocorrer a cada três anos de forma
perpétua.

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