Você está na página 1de 5

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA


FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA

Disciplina: SOCIOLOGIA V Código: FCH305 (T01) Semestre: 2023.1

Cursos: Ciências Sociais Quinta-Feira - 8:50 às 12:30 CH: 60h

Docente: Prof.ª Ana Rodrigues Cavalcanti E-mail: anarodrigues@ufba.br


Alves
Estagiária docente: Ana Paulla Almeida

PLANO DE ENSINO E CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES

Ementa

O curso acompanha a formação da Sociologia no Brasil. Autores/as, escolas, tradições e tendências


serão estudado/as através de obras que marcaram a institucionalização da disciplina no país,
focalizando sua base teórica-metodológica, bem como os principais temas de análise.

Objetivo

A disciplina visa caracterizar as principais construções teóricas e metodológicas desenvolvidas ao


longo do processo de institucionalização da Sociologia Brasileira, que se consolidou à medida que
forneceu repertórios científicos para entender e enfrentar o complexo conjunto de problemas da
formação nacional. O recorte temporal adotado é amplo, de forma a permitir o enquadramento das
inúmeras narrativas, modalidades discursivas e quadros de referência epistemológica por meio dos
quais a vida social no Brasil foi codificada. Três momentos decisivos da história das ideias no Brasil
serão objeto de análise: a formação do imaginário nacional dos primeiros intérpretes da nação (1870-
1945); a “idade de ouro” da sociologia brasileira (1945-1970); e as “novas sociologias” (1970-2020).

Conteúdo

- UNIDADE I – Origens, desenvolvimento e institucionalização da sociologia brasileira


- UNIDADE II – A “idade de ouro” da sociologia científica: paradigmas em tensão
- UNIDADE III – As “novas sociologias” e o Brasil contemporâneo

Metodologia

O curso será desenvolvido mediante a realização de aulas expositivas e debates, a partir de


bibliografia previamente disponibilizada na AVA Moodle, assim como da realização de atividades
presenciais, apresentadas no cronograma detalhado da disciplina. A leitura prévia dos textos é
imprescindível para o bom aproveitamento das aulas e participação qualificada dos/as estudantes
nas interações presenciais.
2

Avaliação

As/os estudantes serão avaliadas/os da seguinte maneira:


A1) Participação como comentador(a) e debatedor(a) dos textos indicados para as aulas. Cada
estudante deverá participar pelo menos uma vez como comentador(a) e debatedor(a) no decorrer
da disciplina. O (a) comentador(a) deverá destacar as ideias fundamentais do texto,
justificando sua resposta, com nota de 0 a 4. O(a) debatedora deverá formular questões para
debate, suscitadas pela leitura do texto, com nota de 0 a 4.
A2) Avaliação escrita realizada em sala de aula, com nota de 0 a 10.
A3) Avaliação oral da disciplina, com nota de 0 a 2.
A nota final será obtida através da fórmula: (A1 + A2 + A3) / 2 = MÉDIA FINAL
Nota mínima para aprovação na disciplina: 5,0.

FREQUÊNCIA: A frequência será registrada a partir da participação nos encontros síncronos. É


obrigatória a frequência mínima de 75% para a aprovação.

ORIGENS, DESENVOLVIMENTO E INSTITUCIONALIZAÇÃO


I
DA SOCIOLOGIA BRASILEIRA

APRESENTAÇÃO DO CURSO
AULA 1
Apresentação da docente, da estagiária docente, dos(as) estudantes e do plano de curso.

Aula inaugural do PPGCS-UFBA


Georg Simmel: o estrangeiro e o dinheiro
com Esteban Vernik (Professor de Sociologia, Universidade de Buenos Aires)

21/03
Comentários: Patrícia da Silva Santos (PPGSA-UFPA)
Mediação: Ricardo Pagliuso Regatieri (PPGCS-UFBA)
21/03/2024 às 10h
Sala virtual: meet.google.com/awd-dxdc-odg

A INSTITUIÇÃO IMAGINÁRIA DA NAÇÃO: COMO LER (E ESCREVER) O BRASIL?


Schwarcz, Lilia & Starling, Heloisa. “Introdução ou ‘O Brasil fica bem perto daqui’”.
In: Brasil: uma biografia. São Paulo: Cia das Letras, 2015, p. 13-20.
Lopes dos Santos, Ynaê. “Introdução: presente de grego”. In: Racismo brasileiro: Uma
história da formação do país. São Paulo: Todavia, 2022, p. 11-19.
AULA 2
• Sugestão de leituras suplementares
Chauí, Marilena. “Com fé e orgulho”; “A nação como semióforo”. In: Brasil: mito
fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Perseu Abramo, 2000, p. 2-30.
Portela Júnior, Aristeu. “Comunidades imaginadas e discursos de identidade nacional”.
In: Ações afirmativas com recorte racial no ensino superior e disputas de identidade
nacional no Brasil”. Recife, Ed. UFPE, 2020. Coleção Sociologia.
3

A IDEIA DE BRASIL MODERNO: MODERNIDADE, MODERNISMO, MODERNIZAÇÃO


Lippi, Lúcia. “Apogeu e declínio da República das Letras no Rio de Janeiro”. In: A
questão nacional na Primeira República. São Paulo: Brasiliense, p. 175-185.
Ianni, Octavio. A ideia de Brasil moderno. Resgate, vol. 1, p. 19-38, 1990.
AULA 3
• Sugestão de leituras suplementares
Lahuerta, Milton. Os intelectuais e os anos 1920: moderno, modernistas,
modernização. In: Lorenzo, Helena & Costa, Wilma (Orgs.) A década de 1920 e as
origens do Brasil moderno. São Paulo: Ed. UNESP, 1997, p. 93-114.

CONDICIONANTES DO DESENVOLVIMENTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS NO BRASIL (1930-


1964)
AULA 4
MICELI, Sergio. “Condicionantes do desenvolvimento das Ciências Sociais no Brasil
1930-1964”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2 (5), 1987.

II A “IDADE DE OURO” DA SOCIOLOGIA CIENTÍFICA

ESCOLA LIVRE DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA E OS “ESTUDOS DE COMUNIDADE”


LIMONGI, Fernando. "A Escola Livre de Sociologia e Política em São Paulo". In:
Sérgio Miceli. História das Ciências Sociais no Brasil. São Paulo: Vértice, 1989.
Oliveira, Nemuel da Silva & Maio, Marcos Chor. Estudos de Comunidade e Ciências
Sociais no Brasil. Sociedade & Estado, vol. 26, n. 3, p. 521-550, 2011.
• Sugestão de leituras suplementares
AULA 5
Bicudo, Virgínia Leone. “Resumos e Hipóteses para Pesquisa Posterior”. In: Atitudes
raciais de pretos e mulatos em São Paulo. São Paulo: Editora Sociologia & Política,
[1945] 2010, p. 155-161.
Silva, Mário Augusto Medeiros da. Reabilitando Virgínia Leone Bicudo. Sociedade &
Estado, vol. 26, n. 2, p. 435-445, 2011.
Lippi, Lúcia. Donald Pierson e a Sociologia no Brasil. BIB, n. 23, p 35-48, 1987.

UMA AGENDA DE PESQUISA EM TORNO DAS RELAÇÕES RACIAIS


Campos, Antônia Junqueira Malta. Interfaces entre sociologia e processo social: A
Integração do Negro na Sociedade de Classes e a pesquisa Unesco em São Paulo.
Campinas, SP, 2014. p. 1-24.
Nascimento, Abdias (Org.). Prefácio à segunda edição. Negro Revoltado. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, [1968] 1982, p.9-23.

AULA 6 • Sugestão de leituras suplementares


Bastide, Roger. Fernandes, Florestan. O preconceito racial em São Paulo (projeto de
estudo). In: Brancos e negros em São Paulo: ensaio sociológico sobre aspectos da
formação, manifestações atuais e efeitos do preconceito de cor na sociedade
paulistana. 4ed, São Paulo, Global, 2008. Apêndice. p 265-291.
Maio, Marcos Chor. O Projeto UNESCO e a Agenda das Ciências Sociais no Brasil
dos Anos 40 e 50. RBCS, vol. 14, n. 41, p. 141-158, 1999.
Ramos, Guerreiro. “A UNESCO e as relações de raça”. In: Nascimento, Abdias (Org.)
4

Negro Revoltado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, [1968] 1982, p.153-159.

A UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO E A SOCIOLOGIA CIENTÍFICA DE FLORESTAN


FERNANDES
Luiz Carlos Jackson. “Divergências teóricas, divergências políticas: a crítica da USP
aos ‘estudos decomunidades’”. Cadernos de Campo, 18: 273-280, 2009.
FERNANDES, Florestan. “Desenvolvimento histórico-social da sociologia no Brasil”
[1957]. In: Florestan Fernandes. A sociologia no Brasil. Petrópolis, Vozes, 1980, pp.
AULA 7 25-49.
• Sugestão de leituras suplementares
Fernandes, Florestan. Em busca de uma sociologia crítica e militante. In: A sociologia
no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1976/1977. p. 140-211.
Soares, Eliane Veras. Ciência e Política em Florestan Fernandes: trajetória
entrecruzada. In Soares, Eliane Veras; Costa, Diogo Valença de Azevedo (Orgs.)
Florestan Fernandes: trajetória, memórias e dilemas do Brasil. Chapecó: Marxismo21,
2021, p. 251-269. p. 177-186.
O ISEB: SOCIOLOGIA, DESENVOLVIMENTO E DEPENDÊNCIA
Lovatto, Angélica. ISEB: do nacional-desenvolvimentismo à revolução brasileira.
Revista Princípios, n. 162, 2021, p. 9-40
AULA 8 • Sugestão de leituras suplementares
Bariani, Edison. Padrão e salvação: o debate Florestan Fernandes X Guerreiro Ramos.
Cronos, vol. 7, n. 1, p. 151-160, 2006.
Ramos, Guerreiro. “Prefácio à segunda edição”. In: A redução sociológica. Rio de
Janeiro: Editora da UFRJ, [1958] 1996, p. 9-39.

UNIVERSIDADE DA BAHIA E A SOCIOLOGIA DAS RELAÇÕES RACIAIS DE THALES DE


AZEVEDO
AULA 9 GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. “Baianos e paulistas: duas ‘escolas’ de
relações raciais?”. Tempo Social, 11 (1): 75-95, 1999.
AZEVEDO, Thales. “Classes sociais e grupos de prestígio” [1956]. In: Thales de
Azevedo. Cultura e situação racial no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1966, p. 30-43.

A SOCIOLOGIA DO NEGRO NO BRASIL


Silva, Mário Augusto Medeiros da. Um pensamento social negro brasileiro, após os
anos 1930. REVISTA USP, vol. 133, p. 47-62, 2022.
• Sugestão de leituras suplementares
AULA 10 Gonzalez, Lélia. “A categoria política-cultural da Amefricanidade”. In: Primavera
para as rosas negras. São Paulo: Diáspora Africana, [1988] 2018, p. 321-333.
Ramos, Guerreiro. O Problema do Negro na Sociologia Brasileira. Cadernos de Nosso
Tempo, vol. 2, n. 2, p. 189-220, 1954.
Moura, Clovis. Escravismo, colonialismo, imperialismo e racismo. Afro-Ásia, 1983, p.
124-137.
5

AULA 11 AVALIAÇÃO ESCRITA

III AS “NOVAS SOCIOLOGIAS” E O BRASIL CONTEMPORÂNEO


O CAPITALISMO DEPENDENTE BRASILEIRO
FERNANDES, Florestan. “A sociedade de classes sob o capitalismo dependente”. In:
Florestan Fernandes. Sociedade de classes e subdesenvolvimento [1968]. São Paulo:
Global, 2008, p. 57-93.
AULA 12
• Sugestão de leituras suplementares
Araújo, Bárbara. Lélia González: intérprete do capitalismo dependente. Disponível
em: https://jacobin.com.br/2020/09/lelia-gonzalez-interprete-do-capitalismo-
brasileiro/#:~:text=Como%20intelectual%2Dmilitante%20pioneira%20do,e%20class
e%20em%20nosso%20continente.

DESIGUALDADES E PRIVILÉGIOS NO BRASIL

Almeida, Silvio. “Racismo e meritocracia”; “Racismo e desigualdades”. In: O que é


Racismo Estrutural? São Paulo: Letramento/Justificando, 2018, p. 62-63; 121-131.
AULA 13 • Sugestão de leituras suplementares
Bento, Maria Aparecida. “Branquitude e branqueamento no Brasil”. In: Bento, Maria
Aparecida & Carone, Iray (Orgs.) Psicologia social do Racismo: estudos sobre
branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 25-57.

GEOPOLÍTICA DO CONHECIMENTO E SOCIOLOGIA NO BRASIL

• Leituras
AULA 14 Oliveira, Lucas Amaral de. & Alves, Ana Rodrigues C. Relendo a teoria sociológica
brasileira à luz da crítica pós-colonial. Sociedade & Estado, 2023.
• Sugestão de leituras suplementares
Tavolaro, Sergio. A tese da singularidade brasileira revisitada: desafios teóricos
contemporâneos. Dados, vol. 57, n. 3, p. 633-673, 2014.

AULA 15 AVALIAÇÃO ORAL DA DISCIPLINA

Você também pode gostar