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Rio de Janeiro
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SUMÁRIO
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APRESENTAÇÃO
SOBRE CONCEITOS
1. O que é Cidadania?___________________________________________________________________________________17
2. Crianças e Adolescentes como sujeitos de direitos________________________________________________18
3. Paz ____________________________________________________________________________________________________19
4. Cultura de paz _______________________________________________________________________________________20
4.1. Desenvolvimento da Cultura de Paz na escola_________________________________________21
5. Diálogo na escola ___________________________________________________________________________________22
5.1. Escuta ativa ______________________________________________________________________________23
5.2. Diversidade e Direitos Humanos________________________________________________________24
6. Sexualidade _________________________________________________________________________________________25
6.1. Orientação Sexual _______________________________________________________________________26
7. Gênero e Identidade de gênero _____________________________________________________________________27
7.1. Nome Social ______________________________________________________________________________27
7.2. Uso do banheiro de acordo com a
identidade de gênero dos alunos _____________________________________________________________28
8. Preconceito _________________________________________________________________________________________28
8.1. Discriminação _____________________________________________________________________________________29
8.2. Racismo _________________________________________________________________________________29
8.3. LGBTQIAPN+fobia _____________________________________________________________________30
9. Violências ___________________________________________________________________________________________32
9.1. Tipos de violências ________________________________________________________________________________32
9.1.1. Violência intrafamiliar e violência doméstica ______________________________33
9.1.2. Violências na escola _________________________________________________________34
9.1.3. O que são as Violências
Autoinfligidas ou Autoprovocadas? _____________________________________________34
10. Como diferenciar o ato de indisciplina
de ato infracional? ____________________________________________________________________________________35
11. Como se caracterizam as agressões
verbais de calúnia, difamação e injúria?______________________________________________________________36
12. O que é o Bullying e o Cyberbullying? _____________________________________________________________37
SOBRE A ESCOLA
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SOBRE OS ESTUDANTES
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APRESENTAÇÃO
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APRESENTAÇÃO À 1ª EDIÇÃO
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SOBRE
CONCEITOS
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O conceito de paz foi expandido em 1969 pelo teórico Johan Galtung, que foi um dos
pioneiros nos estudos sobre o tema. A primeira associação mental que usualmente se tem da
paz, diz respeito a uma “paz negativa”, que é um conceito negativo por ser entendida como a
mera ausência de violência direta, ou seja, paz como oposto de guerra, sendo definida então
como aquilo que ela nega: a violência e a guerra. Galtung (1976) propõe outro entendimento,
o da “paz positiva”, que vai além da mera ausência de violência direta, representando
um fenômeno amplo e complexo que abrange a construção de uma estrutura social e de
relações sociais caracterizadas pela presença da justiça, igualdade, respeito, liberdade,
e outros valores, bem como pela ausência de violência, em suas várias concepções.
Nesse sentido, a paz é reconhecida como um processo em construção permanente,
articulado a conceitos como desenvolvimento, direitos humanos, diversidade e cooperação,
que implica a organização e o planejamento de estratégias para sua efetivação nos âmbitos
pessoal, interpessoal, intergrupal, nacional e internacional.
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A Organização das Nações Unidas (ONU) define cultura de paz como um conjunto
de valores, atitudes, tradições, comportamentos e estilos de vida baseados no respeito
pleno à vida e na promoção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais,
propiciando o fomento da paz entre as pessoas, os grupos e as nações, podendo
assumir-se como estratégia política para a transformação da realidade social.
A Declaração sobre uma Cultura de Paz foi aprovada pela Assembleia Geral das
Nações Unidas como expressão de profunda preocupação com a persistência e proliferação
da violência e dos conflitos nas diversas partes do mundo, e com o objetivo de que os governos,
as organizações internacionais e a sociedade civil pudessem orientar suas atividades por suas
disposições, a fim de promover e fortalecer uma Cultura de Paz no novo milênio. O artigo
4º da referida Declaração considera a Educação como um dos meios fundamentais para a
edificação da Cultura de paz, particularmente na esfera dos direitos humanos.
Vários documentos normativos internacionais da Organização das Nações Unidas
(ONU) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Cultura e a Ciência (UNESCO)
expressam horizontes, gerais e amplos, que devem ser traduzidos em orientações específicas
no plano de projetos escolares e no plano das políticas educacionais públicas para serem
efetivados (Gomes, 2001).
Documentos norteadores das políticas educacionais nacionais contemplam igualmente
essa temática, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional(Brasil, 1996), que
incorpora a compreensão da cidadania democrática baseada nos princípios da liberdade,
da igualdade, da diversidade; os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1997), em que
ressaltam os valores sociais da cidadania, da ética e do interculturalismo; o Plano Nacional
de Educação em Direitos Humanos (Brasil, 2007); o Programa Ética e Cidadania do Ministério
da Educação (Brasil, 2003), dentre outros, que reafirmam a responsabilidade escolar
na aprendizagem e vivência de valores que promovam a cidadania, como o respeito, a
solidariedade, a responsabilidade, a justiça, o comprometimento
com a coletividade e a não violência.
A vivência destes valores no ambiente escolar
também foi legalmente instituída pela Lei Federal
nº 13.663/2018, que alterou o art. 12 da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº
9.394/1996) para incluir a promoção de medidas de
conscientização, de prevenção e de
combate a todos os tipos d e violência nos
estabelecimentos de ensino. Passa a fazer
parte das diretrizes e bases da educação nacional a
promoção de medidas de conscientização, de prevenção
e de combate a todos os tipos de violência, especialmente
a intimidação sistemática (bullying), assim como o
estabelecimento de ações destinadas a promover a cultura de
paz nas escolas.
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A escuta ativa é uma ferramenta importante para “dar voz” ao sujeito que se escuta.Ela
pode ser utilizada tanto para favorecer o diálogo entre pessoas (como descrito anteriormente),
como também para abrir espaço de acolhimento aos sentimentos e vivências daquele que fala
sobre sua experiência, de maneira a compreender e validar sua percepção, posicionamento e
o contexto em que está inserido.
A escuta ativa é uma habilidade que pode ser exercitada sempre que estiver
disposto a oferecer atenção
e acolhimento a qualquer
pessoa. Você pode tentar
resumir o que a pessoa
falou, atendo-se aos fatos,
percepções e sentimentos
dela (sem vieses de sua
interpretação); e, em
seguida, perguntar se com-
preendeu o que ela disse.
À medida que a
pessoa se sinta, de fato,
ouvida e compreendida,
menos ela vai complementar
o seu resumo e mais vai ser se
sentir acolhida.
A escola, além disso,
pode divulgar e instituir a
oferta de espaços em que se
valorize o diálogo e a escuta
entre as pessoas, em que as
pessoas entendam que ali
elas podem “se abrir”, buscar
ajuda ou mesmo discutir pro-
blemas da escola. Seja na sala
da direção, ou com a orien-
tação educacional, ou nas
reuniões de grêmio e conselho
escolar; qualquer espaço no
ambiente escolar pode ser valo-
rizado e institucionalizado como
ambiente de escuta e diálogo.
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Pensar as motivações que podem estar por trás de atos violentos e como eles se apre-
sentam é importante no processo de enfrentamento deles, pois socio-historicamente vemos
alguns grupos específicos sofrerem mais violências, o que pode denotar preconceitos, intole-
rância e discriminações, como, por exemplo:
Por formato do corpo;
Tipo de cabelo;
Raça/cor (racismo);
Origem estrangeira (xenofobia);
Credo/religião (preconceito religioso);
Sexo, identidade de gênero ou orientação sexual
(violência contra a mulher, homo/lesbofobia, transfobia);
Idade (etarismo) e diferenças entre gerações (conflitos geracionais);
Pessoas com deficiências (capacitismo) ou em situação de rua, dentre outros.
Por isso, é crucial que a escola seja um espaço para a inclusão e abordagem sobre
a diversidade humana, direitos humanos, respeito e convívio com as diferenças.
Essa é uma estratégia também que favorece o diálogo e a cultura de paz na escola, pois
reafirma que as diferenças interpessoais fazem parte da própria natureza humana, da plurali-
dade social em que vivemos e que se reproduz na escola.
Estimular e propor atividades que promovam o exercício da empatia e do respeito
às diferenças são essenciais no combate ao preconceito e à discriminação, sejam eles de
qualquer tipo.
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ASSEXUAL: pessoa que não se sente atraída sexualmente e nem afetivamente por
outra pessoa, independente da identidade de gênero.
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Refere-se ao nome pelo qual a pessoa travesti ou transexual prefere ser chamada de
modo a respeitar sua identidade de gênero. Segundo o Decreto Federal Nº 8.727, de 28 de
abril de 2016, é a “designação pela qual a pessoa (...) se identifica e é socialmente reconhe-
cida”. Além dessa, existem outras importantes legislações que asseguram a utilização do Nome
Social tanto na esfera federal quanto na estadual e, ainda, no âmbito de diversas instituições,
incluindo as de ensino:
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Racismo é uma forma de preconceito baseada na ideia de que existem raças superiores a
outras. O racismo pode levar à discriminação de determinados grupos e/ ou pessoas. A Cons-
tituição de 1988 determina, no seu Art. 50, inciso XLII, que a prática do racismo constitui crime
inafiançável e imprescritível, sujeito à reclusão nos termos da lei. A Lei Federal nº 7.716/89
define os crimes resultantes de preconceito de raça e de cor, etnia, religião ou proce-
dência nacional e estabelece punições. Recentemente ela foi alterada pela
Lei 14.532, de 2023. A injúria racial – antes incriminada pelo Código Penal
- passou a ser, expressamente, considerada racismo. Recentemente a
Lei 14.532, de 2023, tipifica como crime de racismo, a
injúria racial. Enquanto o racismo é entendido
como um crime contra a coletividade, a
injúria é direcionada
ao indivíduo.
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No cotidiano escolar, muitas vezes, atentamos aos atos de violência em si, aos fenô-
menos que são mais perceptíveis em determinados momentos. Mas, além deles, devemos
considerar, também, outros fatores que estão em sua base de sustentação, que incluem as
chamadas violências estruturais e culturais. Assim, a violência direta, ou seja, aquela que
é visível e manifesta, que diz respeito aos atos em si e que conseguimos observar no dia a
dia escolar, cuja motivação é causar dano físico e/ou psicológico a uma pessoa, grupo ou até
mesmo contra si mesmo, como no caso das violências autoprovocadas (automutilação, tenta-
tiva de suicídio/suicídio), pode ser a ponta visível de algo que é bem maior e multifatorial.
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As chamadas violências estruturais são aquelas que permeiam a estrutura da nossa sociedade,
e se revelam nas desigualdades sociais e dificuldades de acesso a direitos fundamentais a que muitos
de nossos estudantes e seus familiares podem estar submetidos, evidenciando vulnerabilidades
socioeconômicas, culturais e emocionais. E, além dessas, incluem-se ainda como pilar da violência
direta/manifesta, as violências culturais que, muitas vezes, são imperceptíveis e naturalizadas, e
dizem respeito a atitudes excludentes nas mais diversas formas de preconceitos e discriminações
(por gênero, cor, classe,
crença, opção sexual,
características físicas,
dentre outras), e que
sustentam muitos dos
comportamentos violentos
que se apresentam no
contexto escolar.
Violência Intrafamiliar: é toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psi-
cológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de outro membro da família. Pode ser cometida
dentro ou fora de casa por algum familiar, incluindo pessoas que passam a assumir função parental, ainda que
sem laços de consanguinidade, e em relação de poder à outra.
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Suicídio consumado.
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Cabe destacar que tanto os atos infracionais quanto os de indisciplina não podem
resultar na aplicação de sanções que impeçam o exercício do DIREITO FUNDAMENTAL À
EDUCAÇÃO, garantido constitucionalmente. Em ambos os casos, é necessário que a equipe
escolar avalie, do ponto de vista educacional, quais necessidades precisam ser acompanhadas
e cuidadas, identificando possíveis causas internas (do ambiente escolar) ou externas à uni-
dade, envolvidas no comportamento, visando ao desenvolvimento integral dos estudantes,
acionando a família e a Rede de Proteção Social.
No caso do ato infracional envolvendo crianças, o acionamento do Conselho
Tutelar é obrigatório, além das instâncias de segurança.
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O bullying é uma das formas mais comuns de violência entre jovens, inclusive no
ambiente escolar. Define-se pelo conjunto de comportamentos agressivos, intencionais e
repetitivos, adotados por um ou mais estudantes contra outro(s) em desvantagem de poder
ou força física, sem motivação evidente, sob a forma de “brincadeiras de mau gosto” que dis-
farçam o propósito de maltratar, intimidar e humilhar, causando dor, angústia e sofrimento.
Mas os papéis não são definitivos, o autor e o alvo podem trocar de lugar, assim como um alvo
pode se tornar autor para outras pessoas e grupos.
Trata-se de um fenômeno encontrado em escolas públicas e privadas em todo o mundo,
dentro e fora das salas de aula. Manifesta-se em xingamentos, desenhos, ofensas morais,
verbais, sexuais, pelo ato frequente de
ocultar ou danificar materiais de uso
O artigo 3º da lei federal nº 13.185, de 2015,
pessoal, maus-tratos físicos e psicoló-
classifica a intimidação sistemática (bullying), conforme
gicos reais e virtuais. as ações praticadas, como:
Este último, denominado cyber- >>Verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente;
bullying, é caracterizado pelo uso de >>Moral: difamar, caluniar, disseminar rumores;
tecnologias digitais (como internet, >>Sexual: assediar, induzir e/ou abusar;
mídias sociais, plataformas de men- >>Social: ignorar, isolar e excluir;
sagens, plataformas de jogos, celu- >>Psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar,
lares e câmeras fotográficas), e da falsa intimidar, dominar, manipular, chantagear e infernizar;
crença no anonimato e na impunidade. >>Físico: socar, chutar, bater;
Alguns exemplos desse tipo de vio-
>>Material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem;
lência incluem: espalhar mentiras ou
>>Virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da
compartilhar fotos constrangedoras
intimidade, enviar ou adulterar fotos e dados pessoais
de alguém nas mídias sociais; enviar
que resultem em sofrimento ou com o intuito de criar
mensagens ou ameaças que humilham meios de constrangimento psicológico e social.
pelas plataformas de mensagens; se
passar por outra pessoa e enviar men-
sagens maldosas aos outros em seu nome.
Segundo o UNICEF (2019), um em cada três adolescentes entre 13 e 15 anos é vítima de
bullying na escola em todo o mundo. Em curto prazo, o bullying pode afetar o aprendi-
zado do aluno e, a longo prazo, pode inclusive levar à depressão, à ansiedade e até ao sui-
cídio. Este tipo de violência costuma ser mais frequente contra aqueles estudantes que
se encontram em alguma situação de vulnerabilidade, como pobreza e status social, e
também que costumam sofrer mais com preconceitos e discriminações por suas etnias,
cor, religião, diferenças linguísticas ou culturais, aparência física ou estudantes com
deficiências, com transtornos mentais e do desenvolvimento, com diferente orientação
sexual, identidade ou expressão de gênero, dentre outras características.
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A ESCOLA
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Também cabe à unidade escolar proteger os estudantes durante seu período de perma-
nência nos prédios escolares e em horário de aula. Essa responsabilidade sobre os estudantes
abrange, igualmente, o caso das atividades complementares, regulares ou extraordinárias,
dentro ou fora da escola (recreação, excursões, visitas monitoradas, grupos de estudo, oficinas
culturais e artísticas, jogos ou campeonatos esportivos, laboratórios, etc.).
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É exigência legal que para sua aprovação que, ao final do ano letivo, o aluno tenha com-
provadamente frequentado um mínimo de 75% das aulas. Caso a direção da escola perceba
que o aluno falta com frequência sem as devidas justificativas, e seguindo a Lei nº 9.263/2021,
deve convocar os pais ou responsáveis em caso de pelo menos 3 dias consecutivos de falta, ou 5
dias no mês, sem prévia ou posterior justificativa, para averiguar a causa das ausências e buscar
soluções e encaminhamentos para sanar o problema. Caso não consiga sensibilizar os pais ou
responsáveis, a questão do absenteísmo passa a configurar negligência com a criança ou o ado-
lescente, e é dever da direção escolar oficiar o Conselho Tutelar, conforme o Estatuto da Criança
e Adolescente - ECA:
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>> Realizar um trabalho de Busca Ativa, levantando as motivações para as faltas dos alunos;
>> Propor estratégias para levar os alunos de volta às aulas (seja por trabalhos da equipe da
escola com o aluno e a família, seja com apoios e encaminhamentos para outras instituições);
>> Preencher as fichas pertinentes a cada caso se o aluno não retornar (Ficha de Comuni-
cação de Aluno Infrequente (FICAI) - para alunos menores e a Ficha de Aluno Maior Infrequente
(FAMI) - para alunos maiores);
>> Encaminhar a FAMI para a Diretoria Regional Pedagógica na figura de um Responsável pelo
Acompanhamento de Frequência da Regional (RAF Regional);
A Busca Ativa é o conjunto de ações que a equipe da escola realiza a fim de encontrar o
aluno infrequente, entrar em contato com ele e seus responsáveis e descobrir as dificuldades
que resultam na infrequência. Ela pode ser realizada de várias formas, a depender da realidade
de cada unidade escolar, podendo ser realizada com apoio da tecnologia através de con-
tato telefônico, mensagens, e-mails, redes sociais, assim como apoio da comunidade
escolar e do entorno da escola, como é o caso das visitas realizadas pelo grupo de per-
manência, das transmissões de busca através de rádios locais e do contato com associa-
ções de moradores. Essas são apenas algumas táticas entre muitas que as escolas têm para
realizar a Busca Ativa.
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Na ausência dos pais, o estudante poderá ser representado por tias, tios, avós, avôs maternos ou
paternos como seus responsáveis escolares. Nessas hipóteses, deverá ser informado sobre a necessi-
dade de regularização da guarda, a partir da apresentação de um pedido judicial, que pode ser apresen-
tado pela Defensoria Pública. Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA:
DA GUARDA:
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou
adolescente conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive os pais.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou inciden-
talmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
Art. 35. A guarda poderá ser revogada, a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado,
ouvido o ministério público.
DA TUTELA:
Art. 36. A tutela será deferida nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 anos incompletos.
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou
suspensão do pátrio poder e implica necessariamente o dever de guarda.
Como todos os locais públicos, a escola é aberta, mas há regras que devem ser cumpridas
para garantir a segurança de todos, a integridade dos prédios e equipamentos escolares e a tran-
quilidade para o desenvolvimento adequado das atividades de ensino e aprendizagem. O respeito
às normas de conduta e convivência no ambiente escolar integra a função educacional da escola, e cabe
a todos respeitar e fazer respeitar essas regras.
Todo membro da comunidade escolar que deseje ingressar em uma escola da rede pública esta-
dual deverá ser muito bem acolhido pelos servidores, para que este possa receber as informações iniciais
referentes ao processo de matrícula e tudo o que possa ser relevante aos interesses para a formação do
estudante. Ressalta-se que é dever e direito dos pais e responsáveis participar do processo pedagógico
e conhecer a rotina escolar (Art. 53 do ECA).
É aconselhável que a unidade escolar busque relacionamento constante com os pais ou res-
ponsáveis, inclusive enviando boletins e comunicados
por escrito, todas as vezes em que haja alguma infor-
mação relevante a ser repassada aos interessados. A Lei
Nº 8.437, de 03 de Julho de 2019, que dispõe sobre o direito
de os pais ou responsáveis terem ciência do processo
pedagógico e participarem da definição de propostas
educacionais, em consonância com o parágrafo único do
art.53, da Lei Nº 8.069/1990 e do art. 307 da Constituição
Estadual do Rio de Janeiro, dispõe, em seu artigo 1º:
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Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na
educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
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Quem quer que atente contra a honra de estudantes, professores, funcionários e pais,
ou colabore na divulgação de informações inverídicas no intuito de prejudicar pessoas ou ins-
tituiçõe, por quaisquer meios (inclusive virtuais), deve responder pelos seus atos perante o
Poder judiciário, seja ou não menor de 18 anos de idade. A depender da extensão dos danos
causados, é possível promover ações de reparação por danos morais, conforme previsão legal.
Em casos de difamação (assim como injúria e calúnia), a orientação é que o alvo dela
realize um registro de ocorrência na delegacia de polícia presencial ou online.
Vale lembrar que na busca de uma cultura de paz, por meio da comunicação não vio-
lenta, é sempre possível buscar o diálogo no âmbito escolar, a fim de ser evitada a judicia-
lização de conflitos, entendendo-se que a boa comunicação e a atenção dada a quaisquer
desentendimentos podem evitar a indesejada radicalização.
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No início de cada ano letivo, a direção deve realizar reunião específica com os pais, alunos e
professores com o intuito de esclarecer, reformular e divulgar o Regimento Escolar vigente. As reu-
niões com o Conselho Escolar, o grêmio estudantil, os docentes (na semana de planejamento) ou
responsáveis também são oportunidades para discutir a aplicação das regras de convivência. Além
disso, outra opção é reforçar junto aos alunos as normas escolares promovendo atividades que
demonstrem a importância das regras sociais na vida de todos.
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As medidas disciplinares são aquelas previstas no Regimento Escolar que deve ser
divulgado por todos os meios disponíveis e permanecerão à disposição de todos nas depen-
dências da escola para consulta e reprodução, sempre que solicitado.
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Nas situações cotidianas, a polícia poderá entrar na escola sempre que acionada ou
autorizada pela direção. Em caso de realização de busca, a polícia somente poderá entrar na
unidade escolar se estiver cumprindo mandado judicial ou tiver razões objetivas para acreditar
que haja armas, drogas e similares junto às pessoas sob responsabilidade da instituição
educacional. Nesse caso, da escola, cabe à direção designar responsáveis para acompanhar a
ação policial.
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(A) Toda e qualquer Unidade de Ensino da rede estadual que tiver casos de ameaça
de violência reportados, ou mesmo ocorrência de violência, deverá, por meio da direção,
nesta ordem:
(A.1) Registrar a ocorrência na Delegacia de Polícia mais próxima;
(A.2) Comunicar, por meio oficial (e-mail), à Diretoria Regional Administrativa e à
Diretoria Regional Pedagógica da sua região;
(A.3) Comunicar, por meio oficial, ao Batalhão da Polícia Militar da Região para que
dê ciência à Patrulha Escolar;
(A.4) Comunicar ao Conselho Tutelar competente pela região da escola.
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Além das orientações acima, as unidades escolares devem estar atentas a evitar
pautar as informações e ações a partir de características de perfil e/ou vieses pessoais
(estereótipos); não compartilhar ou encaminhar a ameaça, exceto para as autoridades
policiais e instâncias superiores da SEEDUC, evitando propagação de pânico e
desinformação; informar os responsáveis sobre o ocorrido e os procedimentos adotados
pela unidade escolar; e articular com a equipe local de saúde (PSE, PSF, UBS) e de saúde
mental (CAPS, CAPSi) a fim de apoiar a comunidade escolar no acolhimento das pessoas,
em especial, quando houver pânico generalizado.
Nos casos em que o estudante matriculado na unidade escolar, autor da possível ameaça,
for identificado:
>>Acionar o seu responsável legal ou família, se o mesmo tiver menos de 18 anos e ouvir o
estudante quando maior de idade, buscando identificar também um familiar de referência. Em
ambos os casos, realizar registro em ata;
>>Se identificadas situações de saúde e/ou saúde mental, outras violências e demais violações
de direitos do estudante, realizar os encaminhamentos pertinentes à rede de proteção social;
Caso as autoridades policiais não identifiquem os autores das ameaças, é importante que
a equipe escolar esteja atenta, reforce a oferta de canais de expressão e de pedido de ajuda dos
estudantes e desenvolva ações de valorização das diversidades, respeito às diferenças, com foco na
prevenção às violências.
Em paralelo, é necessário que a unidade escolar esteja atenta também para o suporte a
estudantes diante de situações de violências na escola, como bullying/cyberbullying, homofobia/
transfobia, racismo, entre outros, acompanhando de perto as pessoas e acionando os serviços da
rede de proteção social necessários (como saúde, assistência social, conselho tutelar).
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SOBRE
OS ESTUDANTES
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>> Em casos que envolvam mais de um estudante, deverão ser observadas as idades de
cada um deles;
>> As necessidades pedagógicas devem ser priorizadas na aplicação das medidas, pre-
ferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários,
e a notificação ao Conselho Tutelar é obrigatória quando houver maus-tratos envolvendo
seus alunos; reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados todos os
outros recursos escolares; e elevados níveis de repetência.
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Priorizar o diálogo como meio pedagógico, abrindo canal para escuta ativa dos envol-
vidos para compreender quais as necessidades não atendidas de cada um e promover a res-
ponsabilização de reparação dos danos causados, quando possível; evitando-se sempre
pré-julgamentos e deixando claro que a violência NÃO é aceita como meio de resolver os pro-
blemas na escola, assim como na sociedade.
da escola.
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O acionamento do Conselho Tutelar por meio de Ofício(ANEXO I) nos casos que envol-
verem crianças e adolescentes, é obrigatório. Lembrando que se considera criança a pessoa
de até 12 anos de idade incompletos; e adolescente aquela entre 12 e 18 anos incompletos de
idade – Lei nº 8.069, de 13/7/90 .
http://www.mprj.mp.br/comunicacao/ouvidoria/formulario
>> Se o ocorrido for flagrante (de porte de armas, tráfico de drogas, por exemplo),
comunicar à Polícia Militar (190) ou Ronda Escolar, quando houver.
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>>Encaminhamentos podem ser feitos por meio do modelo de Ofício (Anexo I), e, de
preferência, após um contato prévio (telefônico ou presencial) com o serviço para o qual está
sendo encaminhado o aluno, orientando o responsável quanto à importância desse encami-
nhamento para um acompanhamento especializado.
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Em 2019, foi instituída, por meio da Lei nº 13.819/2019, a Política Nacional de Prevenção
da Automutilação e Suicídio, que além de provocar a educação a desenvolver ações de pro-
moção da saúde mental e prevenção ao suicídio e automutilação, determinou ainda a notifi-
cação compulsória pelas unidades escolares aos Conselhos Tutelares dos casos suspeitos ou
confirmados de violências autoprovocadas em estudantes crianças e adolescentes. O objetivo
dessa notificação é garantir o acesso à atenção psicossocial das pessoas em sofrimento psí-
quico agudo ou crônico, especialmente daquelas com histórico de ideação suicida, automuti-
lações, tentativa de suicídio ou suicídio de alguém próximo. Dessa forma é importante que a
unidade escolar siga algumas condutas indispensáveis diante de uma situação de autolesão/
automutilação ou tentativa de suicídio:
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>>Acionar a Emergência para remoção do estudante para o socorro devido, ligando para
192 (SAMU) e/ou orientar o responsável a levar a pessoa para um atendimento de emer-
gência em UPA, pronto socorro e hospitais;
>>A criança ou o adolescente não poderá ficar sozinho e deve-se garantir que ele
receba o atendimento em saúde em caráter de emergência;
Ainda que a escola seja sensível ao tema e faça ações de prevenção, pode acontecer que um
membro da comunidade escolar cometa suicídio. Nesse caso, todos os atores da escola são
(em maior ou menor escala) impactados com a perda de um colega, sendo considerados
‘sobreviventes’ - que precisam ser acolhidos e escutados sobre seu sofrimento. Para isso é
importante atentar para:
>>Articular com a Unidade Básica de Saúde de referência da escola ou serviço de saúde mental
ações de acolhimento, rodas de conversa e escuta aos membros da comunidade escolar (incluindo
a equipe escolar);
>>Prestar informação sobre serviços de apoio onde as pessoas possam buscar ajuda para apoio
emocional, como Serviços de Saúde e o Centro de Valorização da Vida (Telefone: 188);
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Antes de mais nada, é importante esclarecer que o uso nocivo de substâncias psi-
coativas (sejam elas drogas lícitas ou ilícitas) que configure dependência (física ou psi-
cológica) é considerado um problema de saúde pública, pois causa danos à saúde do
indivíduo e, por isso, a situação precisará ser vista e cuidada no viés de saúde.
Isso quer dizer que, independente da idade do estudante, a escola deve articular para
que a pessoa inicie um atendimento na Rede de Atenção Primária de Saúde (por meio dos
Postos de Saúde, Clínica da Família, Unidade Básica de Saúde) ou até no Centro de Atenção
Psicossocial de Álcool e Drogas (para os casos de dependência mais graves).
Além do mais, caso seja observado que o uso de substâncias tenha motivações ligadas
à vivência de outras violências ou de violações de direitos em outros contextos para além do
ambiente escolar, é importante alinhar junto aos serviços da Rede de Proteção Social perti-
nentes um acompanhamento à pessoa e/ou família considerando as necessidades iden-
tificadas (para mais informações consulte a parte sobre “Organismos Públicos e da
Comunidade”). Assim, será possível ampliar o acesso a cuidados de questões que geram o
desejo ou necessidade de utilizar a substância.
O uso de drogas e seu tráfico são crimes (artigos 28 e 33 da Lei Federal 11.343/06).
Independente da idade do aluno, a Polícia Militar (telefone 190) deverá ser acionada, para que
sejam tomadas as providências cabíveis. A ocorrência também deve ser informada à Diretoria
Regional Pedagógica.
Os pais e responsáveis devem ser convocados à escola para ciência dos fatos e dis-
cussão sobre as formas de enfrentamento da questão, a ser tratada também no Conselho
Escolar. Se o aluno possuir menos 18 anos de idade, a direção da escola deverá encaminhar
ofício ao Conselho Tutelar relatando o fato ocorrido, para que seja providenciado o encami-
nhamento à rede socioassistencial adequada, acompanhado dos pais ou responsáveis.
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O álcool é uma droga lícita, mas sua comercialização para pessoas menores de 18 anos
de idade é proibida. Oferecer bebida à criança ou adolescente é crime, conforme art. 243 da Lei
Nº 8069.
Nos casos de violência entre alunos definidos como bullying (vide questão 12, do item
“Sobre os conceitos”), a direção da escola deve tomar medidas efetivas tanto no momento
da ação, impedindo a continuação do constrangimento ao alvo, como posteriormente,
envolvendo toda a comunidade escolar na compreensão da violência e promovendo
ações positivas de respeito e valorização das diferenças e dos princípios universais do
respeito à igualdade e à dignidade humana.
O significado do termo buIlying, suas formas de manifestação e efeitos precisam ser
compreendidos por todos, e para isso devem ser adotadas estratégias que favoreçam a valo-
rização da diversidade e da convivência
escolar, da mesma forma que as ativi-
dades pedagógicas da escola devem
abranger o tema.
Nesses casos, é importante:
>>Intervir imediatamente;
>>Privilegiar mecanismos que
promovam a efetiva responsabilização e
a mudança no comportamento hostil;
>>Ouvir e conversar com os
envolvidos, possibilitando o compar-
tilhamento de emoções e sentimentos
gerados, assim como de sugestões de
soluções para reparar os danos gerados,
deixando que eles próprios tragam suas
reflexões e propostas; privilegiando
perguntas que favoreçam o diálogo e
tenham sentido pedagógico, tais como:
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Quando não há possibilidade de identificar o autor e/ou não há espaço para resolver
de forma mediada e preventiva, o estudante e seu responsável também devem ser orientados
quanto à realização da denúncia. É importante documentar todas as mensagens e imagens
ofensivas recebidas e bloquear os contatos ou páginas por meio dos quais o conteúdo é veicu-
lado.
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Depredar patrimônio público é crime (Artigo 163 do Código Penal) e é considerado ato
infracional caso o autor seja menor de 18 anos de idade. A direção da escola deve convocar os pais
ou responsáveis e, a depender da gravidade da ocorrência, acionar a Polícia Militar (telefone 190).
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Podem ser considerados atos libidinosos, práticas e comportamentos que tenham finali-
dade de satisfazer desejo sexual, tais como: apalpar, lamber, tocar, desnudar, masturbar-se ou
ejacular em público, dentre outros.
Neste caso, a direção da escola deve comunicar ao Conselho Tutelar, se o aluno for
menor de 18 anos de idade, além de notificar os seus pais ou responsáveis. A vítima deverá
registrar Boletim de Ocorrência.
O crime de maus-tratos está previsto no Art. 136 do Código Penal. O Estatuto da Criança
e do Adolescente determina que se a vítima for menor de 18 anos de idade, a comunicação
dos fatos às autoridades competentes é obrigatória. Ao suspeitar que um aluno é vítima de
maus-tratos, a direção da escola deverá necessariamente comunicar ao Conselho Tutelar. Outras
formas de denúncias são:
>> O estudante que precisa se afastar dasa- O Atendimento Educacional Domiciliar também
tividades escolares por motivos de saúde atende alunas em período de gestação, puer-
têm algumas possibilidades. pério ou lactância.
Quando o afastamento é de poucos dias, os >> Para abrir o Processo de solicitação para
responsáveis ou o próprio estudante devem Atendimento Educacional Domiciliar ou
apresentar um atestado médico para fins de Hospitalar, a escola precisa:
abono da falta nesses dias específicos.
Laudo médico que tenha o período de afasta-
Quando o afastamento precisar ser por mais mento necessário, o quadro clínico com CID ou
do que 15 dias corridos, o estudante tem direito CIF e a anuência do médico de que o estudante
ao Atendimento Educacional Domiciliar ou pode receber o atendimento domiciliar ou hos-
Atendimento Educacional Hospitalar, que é pitalar;
regulamentado pela Portaria SEEDUC/SUGEN
Requerimento, de acordo com os anexos da
nº 944 de 12 de setembro de 2022.
Portaria, preenchido pelo responsável quando
o estudante for menor, ou pelo estudante
quando ele for maior.
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A deficiência é uma limitação física, mental, intelectual, visual ou auditiva que pode difi-
cultar a realização de atividades, quando comparada com pessoas sem deficiência, conforme a Lei
nº 13.146/2015,
“Art. 2º. Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras,
pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas”.
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17.5.1. À EDUCAÇÃO
A legislação vigente assegura à pessoa com deficiência o direito à educação pública e gra-
tuita, preferencialmente na rede regular de ensino, objetivando o pleno desenvolvimento da pessoa
para o exercício da cidadania e preparo para o trabalho, conforme determina o artigo 205 da Cons-
tituição Federal/1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal nº 8.069/1990), a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Federal n º 9.394/1996), o Plano Nacional de Edu-
cação (Lei Federal nº 13.005/2014) e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei
Federal nº 13.146/2015), dentre outros.
A Constituição Federal, no artigo 206, inciso I, traz princípios norteadores para a educação,
sendo o primeiro deles a igualdade de condições para acesso e permanência na escola.
Destaca-se que, com fins à garantia de condições de igualdade aos alunos, público-alvo da
educação especial, é preciso oportunizar a equidade, ou seja, proporcionar diferentes condições e
adaptações, de acordo com as suas necessidades educacionais para o desenvolvimento do pro-
cesso de ensino e aprendizagem, conforme previsto no artigo 27 da Lei Brasileira de Inclusão:
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A Lei Brasileira de Inclusão, no art.28, informa que é de incumbência do poder público, dentre
outros, assegurar um sistema educacional inclusivo, em todos os níveis e modalidades.
Ressalta-se que a Lei citada define a educação como um direito constituído da pessoa com deficiência,
endossando, em todos os níveis, o sistema educacional inclusivo, respeitando as singularidades de
cada indivíduo, de acordo com o que prevê o artigo 27:
A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educa-
cional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar
o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelec-
tuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.
Acredita-se, assim, na necessidade do poder público promover uma cultura de inclusão que
trabalhe em função do acolhimento, respeito às diferenças e reconhecimento das habilidades, com-
petências e potencial de cada indivíduo.
Cabe destacar que a Deliberação CEE Nº 399 de 26 de abril de 2022 assegura o direito à ma-
trícula a todos os estudantes, sem distinção, em todas as etapas e modalidades:
Art. 1º. Esta norma destina-se a regulamentar o atendimento especializado aos estudantes
com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação
e outras necessidades específicas para aprendizagem, na Educação Básica, em todas as suas etapas
e modalidades, e na Educação Superior, no Sistema de Ensino do Estado do Rio de Janeiro.
§ 4º-A Fica assegurado a todos os estudantes, público-alvo da Educação Espe-
cial, o direito à matrícula em classes ou turmas do Ensino Fundamental ou Médio,
de qualquer modalidade de ensino;
Enfatiza-se que a unidade escolar tem o dever de realizar a matrícula dos alunos com defi-
ciência, sem apresentar nenhuma condição impeditiva para tal. Caso contrário, legalmente imposto,
consistindo crime, punível com 01 (um) a 04 (quatro) anos, e multa, a ação do agente responsável, nos
termos do art. 8º, I, da Lei nº 7.853/89, Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015:
Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa:
I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição
de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão de
sua deficiência;
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Caberá ao responsável legal: Ir à secretaria da unidade escolar, munido do(s) laudo(s) médi-
co(s), constando o CID 10 ou 11, correspondente à deficiência do estudante, além de toda documenta-
ção necessária à matrícula ou renovação de matrícula, informando a necessidade de apoio profissional
ao aluno.
● Caberá à Unidade Escolar: A equipe pedagógica e docente da unidade escolar deverá realizar
a avaliação pedagógica do aluno para identificação das suas necessidades educacionais com a elabo-
ração do Plano Educacional Especializado – PEI, referente ao semestre equivalente;
Autuar processo administrativo eletrônico contendo ofício inaugural com a apresentação da
possível demanda, a avaliação diagnóstica, laudos médicos, documento em PDF do Sistema Conexão
Educação, referente à matrícula (parte que consta a indicação do tipo de deficiência/transtornos global
do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação) e Plano Educacional Individualizado – PEI.
Encaminhar o processo à Coordenadoria de Ensino e à Diretoria Regional Pedagógica de abran-
gência para avaliação do Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado – NAPES ou do professor da Sala
de Recursos Multifuncionais com emissão de parecer pedagógico.
Obs: O NAPES avaliará as necessidades pedagógicas do aluno, seja de acompanhamento
de profissional de apoio, cuidador, atendimento em sala de recursos multifuncionais, adaptação
curricular etc.
● Caberá à Coordenadoria de Ensino da Regional: Solicitar a avaliação do NAPES e incluí-la
ao processo, inserir despacho com a ratificação do parecer pedagógico, ressaltando, se deferido pelo
NAPES, a solicitação do profissional;
Encaminhar o processo à Superintendência de Projetos para Educação Especial.
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Conforme Deliberação CEE Nº 399 de 26 de abril de 2022, em seu art. 14, devem
ser implementadas estratégias de flexibilização e adaptações curriculares, além de ou-
tras metodologias, conforme explicitado abaixo:
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Trate a pessoa conforme o gênero com o qual ela se identifica, ou seja, se a iden-
tificação for com o gênero masculino utilize os termos correspondentes (como “ele”, “o”,
“senhor”); se, ao contrário, for com o gênero feminino, utilize os termos femininos (como “ela”,
“a”, “senhora”) ou até mesmo uma linguagem neutra.
É direito do(a) estudante, caso seja do seu interesse, promover a retificação de seus registros
civis, sendo o atendimento jurídico realizado gratuitamente pela Defensoria Pública.”
O Nome Social do estudante deve ser usado junto do nome civil nos documentos esco-
lares internos como diários de classe, carteiras de identificação estudantil, listas de presença,
formulários, divulgação de notas. Ele também deve ser registrado na parte pertinente do
Sistema Conexão Educação.
Quanto ao uso do banheiro, é reconhecido o direito de livre escolha de uso dos sanitá-
rios conforme identidade de gênero. Para mais informações, veja a seção “Sobre Conceitos”,
no item 7.2 quanto ao uso do banheiro de acordo com a identidade de gênero dos alunos.
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SOBRE
VIOLÊNCIA SEXUAL
CONTRA A CRIANÇA
E O ADOLESCENTE
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Casa de prostituição
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra explo-
ração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: Pena -
reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Rufianismo
Art. 230. Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou
fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça.
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena
de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº
11.829, de 2008).
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena
de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº
11.829, de 2008)
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por
qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou
outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adoles-
cente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra
forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou
pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qual-
quer outra forma de representação visual: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação,
criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito
ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em ativi-
dades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou
adolescente para fins primordialmente sexuais. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)”.
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A violência sexual pode ocorrer em todos os lugares e situações. Quando ocorre no âmbito
familiar é conhecida como violência sexual doméstica ou intrafamiliar, na qual o afeto entre os
familiares é erotizado, causando danos físicos e psicológicos às vítimas. Como decorrência, pode
se estabelecer um pacto de silêncio e de cumplicidade, surgindo o sentimento de medo e angústia
por parte das vítimas, o que dificulta o diagnóstico e a percepção da situação. A violência sexual
pode ainda ocorrer em outros ambientes por onde o estudante circula, inclusive na própria
escola, seja cometido por um outro estudante ou mesmo por um profissional da educação.
A violência sexual pode acontecer tanto com meninos quanto com meninas. Contudo,
as estatísticas nacionais e internacionais demonstram que as vítimas são, em sua maioria, do
sexo feminino, e os agressores, do sexo masculino, sendo geralmente pessoas próximas e que
convivem frequentemente com as vítimas.
Na violência sexual doméstica, o tipo mais comum
é o incesto pai-filha. Na exploração sexual também obser-
vamos um maior número de homens na condição de explo-
radores e de meninas na condição de exploradas. Embora a
violência também ocorra com meninos, o que observamos é
uma maior subnotificação de casos.
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Os sinais físicos, quando presentes, são mais fáceis de serem percebidos, por exemplo:
>> Marcas de agressão pelo corpo, machucados nas partes íntimas ou sangramentos;
>> Infecções urinárias de repetição;
>> Infecções na área genital ou doenças sexualmente transmissíveis.
Além disso, caso a criança ou adolescente tenha sido ou ainda esteja sendo vítima
de violência sexual por longo período de tempo, ele/ela dificilmente apresentará mudanças
bruscas de comportamento. Nesse sentido, é importante que as escolas desenvolvam
ações de educação sexual para criar espaços e contextos em que as crianças e os ado-
lescentes percebam que o que está acontecendo com elas é uma violência e se sintam
seguros em pedir ajuda e romper a barreira do silêncio.
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>> Em caso de abuso sexual ocorrido há até 72h ou se for uma situação contínua, o(a) estudante
deverá ser encaminhado(a) para atendimento de urgência hospitalar, acolhimento multidisci-
plinar, atendimento clínico e laboratorial, orientações e acompanhamento e, quando possível,
exame físico, profilaxia às doenças sexualmente transmissíveis e anticoncepção de emergência:
>> Emergência de saúde - 192;
>> Centro de Atendimento ao Adolescente e à Criança - CAAC, quando houver, ou Unidade Hos-
pitalar mais próxima com atendimento de urgência.
>> Chamar os responsáveis dos alunos envolvidos, salvo quando o agressor seja o próprio res-
ponsável, devendo acionar outro adulto de referência/confiança da vítima;
>> Se a idade da vítima for até 18 anos incompletos, acionar imediatamente o Conselho Tutelar
por contato telefônico e envio de ofício;
>> Acompanhar pedagogicamente o/a estudante vítima;
>> Encaminhar para as instituições socioassistenciais que
forem consideradas necessárias, como CREAS, Centros
de Atendimento à Mulher vítimas de violência, Centros de
Atendimento a Crianças e Adolescentes vítimas violência,
entre outros,
>> Registrar todas as ações da unidade escolar: o acolhi-
mento inicial do discente, as orientações e encaminha-
mentos, o contato com outras instituições, entre outras;
>> Notificar a Diretoria Regional Pedagógica e enviar os
registros das ações realizadas.
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>> Se a situação exigir no momento, acionar o polícia militar - 190 e realizar o registro de ocorrência;
>> Se a situação exigir, orientar a solicitar medida protetiva de urgência por meio de Boletim de Ocorrência
ou do aplicativo online Maria da Penha Virtual, disponível em: https://www3.tjrj.jus.br/mariapenhavirtual/;
>> Aplicar medidas pedagógicas cabíveis quando o agressor for outro estudante;
>> Se o possível agressor for um professor, servidor ou trabalhador terceirizado da escola, deve-se noti-
ficar também a Coordenação Regional de Gestão de Pessoas e a Diretoria Regional Administrativa para
adoção de providências organizacionais, além de enviar os registros das ações realizadas pela escola.
A Lei nº 12.845/13, conhecida como Lei do Minuto Seguinte, dispõe sobre o atendimento obri-
gatório e integral de pessoas em situação de violência sexual. Em caso de abuso sexual ocorrido
há até 72h ou se for uma situação contínua, o(a) estudante deverá ser encaminhado(a) para aten-
dimento de urgência hospitalar, acolhimento multidisciplinar, atendimento clínico e laboratorial,
orientações e acompanhamento e, quando possível, exame físico, profilaxia às doenças sexual-
mente transmissíveis e anticoncepção de emergência.
A direção da escola deve comunicar ao Conselho Tutelar assim que tomar conhecimento
da denúncia, encaminhando o caso e solicitando orientações de como deverá proceder. O Con-
selho Tutelar poderá, ainda, comparecer à escola para acompanhar o estudante em questão,
de forma discreta, para garantir sua privacidade. Nos casos em que a suspeita de agressão
recair sobre um familiar ou alguém próximo, pode não ser conveniente alertar o denunciado
para que a investigação não fique prejudicada. A escola pode entrar em contato com fami-
liares não agressores, depois de articular essa medida em conjunto com o Conselho Tutelar.
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SOBRE
NOTIFICAÇÕES E
ENCAMINHAMENTOS
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2 - NOTIFICAÇÃO
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As denúncias devem ser encaminhadas para a autoridade policial do local dos fatos, para
apuração e ao conselho tutelar, para aplicação de medidas de proteção, sendo necessário que
se preserve a criança ou adolescente de qualquer contato com o suposto autor da violência,
podendo ocorrer da seguinte maneira:
>> Por telefone: aos Conselhos Tutelares, Distritos Policiais ou Delegacias Especializadas
da Infância e Juventude (nos municípios onde houver);
>> Por escrito: relatório às autoridades competentes com o nome completo, data de
nascimento, filiação, endereço residencial e série que cursa, no qual a escola explica o que foi
relatado/identificado, registrando o máximo de informações possíveis, como comportamento
dentro e fora de aula, interação social, desempenho educacional, frequência, histórico de situa-
ções pertinentes, entre outros;
>> Pessoalmente: a direção da escola comparece ao Conselho Tutelar ou ao Distrito Poli-
cial mais próximo acompanhada ou não da criança ou do adolescente e relata o ocorrido;
>> Atendimento na escola: a escola solicita que representantes dos órgãos competentes
compareçam à instituição educacional para entrevistar a criança ou o adolescente envolvido.
Caso a escola perceba que esteja ocorrendo omissão dessas autoridades na apuração dos
eventos, poderá acionar o Ministério Público, ou encaminhar a vítima para atendimento da
Defensoria Pública.
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A Delegacia de Polícia deve ser procurada sempre que for constatada a prática
ou a tentativa de execução de crime, contravenção ou ato infracional. Alguns municípios do
Estado possuem Delegacias Especializadas, de Proteção à Criança e o Adolescente (DPCAs),
mas qualquer Delegacia está apta a registrar a ocorrência de qualquer fato criminoso, realizando
os encaminhamentos e procedimentos aplicáveis ao caso.
Contudo, não notificar um crime cria um círculo vicioso que retroalimenta a própria
tese da não notificação, gerando impunidade. É preciso quebrar este círculo.
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SOBRE
ORGANISMOS PÚBLICOS
E DA COMUNIDADE
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A rede de saúde mental deve ser utilizada para encaminhamento de estudantes em processo
de adoecimento e/ou sofrimento mental, como depressão, automutilação, tentativa de suicídio,
fobias, etc.
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a principal porta de entrada e meio de comunicação
com toda a Rede de Atenção de Saúde, e têm como objetivo desenvolver ações de prevenção, pro-
moção da saúde e diagnóstico precoce de doenças.
Já as Clínicas da Família fazem parte da Estratégia Saúde da Família e têm como objetivo focar
nas ações de prevenção, promoção da saúde e diagnóstico precoce de doenças.
>>CONEXÃO SAÚDE
Governo do Estado do Rio de Janeiro:
https://www.saude.rj.gov.br/rede-de-atendimento
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Os Centros de Atenção Psicossocial, CAPS, são unidades de saúde de caráter aberto e comunitário
do Sistema Único de Saúde, servindo de referência e suporte local de tratamento para as pessoas que
sofrem com transtornos mentais. As situações que envolvem questões de automutilação e suicídio devem
ser encaminhadas e referenciadas às equipes de saúde de um CAPS, que serão classificadas de acordo
com a população do município em que funcionam. Esses casos poderão ser encaminhados diretamente
para os CAPS da área de abrangência, sem necessidade de passar pela Atenção Primária.
CAPS I - Localizado em municípios com população entre 20 mil e 50 mil habitantes - funciona das 8 às 18
horas, de segunda a sexta-feira, sendo elegíveis para atenção a crianças e adolescentes nos municípios que
não possuem o serviço de CAPSi.
CAPS II - Localizado em municípios com população acima de 50 mil habitantes - funciona das 8 às 18
horas, de segunda a sexta-feira, sendo elegíveis para atenção a crianças e adolescentes nos municípios que
não possuem o serviço de CAPSi.
CAPSi II - Localizado em municípios com população acima de 200.000 habitantes - funciona das 8 às 18
horas, de segunda a sexta-feira, com atenção exclusiva a crianças e adolescentes.
CAPSi III - Localizado em municípios com população acima de 200.000 habitantes - funciona 24 horas por
dia, também nos feriados e fins de semana, com atenção exclusiva a crianças e adolescentes.
CAPS ad III Álcool e Drogas - Atendimento a todas as faixas etárias, com foco em transtornos pelo uso de
álcool e outras drogas, funciona 24 horas por dia.
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São objetivos dos CREAS fortalecer as redes sociais de apoio da família; contribuir no
combate a estigmas e preconceitos; assegurar proteção social imediata e atendimento interdis-
ciplinar às pessoas em situação de violência, visando à sua integridade física, mental e social;
prevenir o abandono e a institucionalização; fortalecer e reconstruir os vínculos familiares e a
capacidade protetiva da família.
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https://www.tjrj.jus.br/web/portal-da-infancia-e-juventude/varas-infancia-e-juventude
O Ministério Público, consoante o art. 127, caput, da Constituição Federal, é instituição per-
manente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica,
do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
É configurado, no Brasil, como instituição autônoma e independente, que não está subor-
dinada aos Poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário, o que lhe garante condições de fiscalizar
de forma mais efetiva o cumprimento da lei.
A finalidade de sua existência, como diz o próprio texto constitucional, é a defesa da or-
dem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, isto é,
a função de defesa da sociedade no regime democrático instituído pela Constituição de 1988,
tendo sua atuação comprometida com a defesa da cidadania e da dignidade da pessoa humana.
As atribuições do órgão estão relacionadas à garantia de direitos das crianças e adoles-
centes, exigindo dos poderes e políticas públicas o bom cumprimento dos serviços prestados
para a garantia dos direitos elencados na Constituição e no ECA.
A Ouvidoria do Ministério Público deve ser acionada toda vez que algum dos órgãos ou res-
ponsáveis pela rede de garantia de direitos prestar serviços inadequados ou insuficientes para a
proteção de crianças e adolescentes. Dessa forma, instituições ligadas a serviços para Criança e
Adolescentes (como Educação, Saúde e Assistência Social) podem ser acionadas pelos gestores
públicos para a indução de boas políticas e atuação colaborativa, aperfeiçoando ações através
da parceria com o Ministério Público. É possível consultar endereço e telefones de contato das
Promotorias de todo o estado do Rio de Janeiro no site http://transparencia.mprj.mp.br/contato/
lista-de-contatos. Também é possível enviar uma comunicação à ouvidoria do MPRJ por meio
dos seguintes canais:
>>Internet - Esse é o meio preferencial e de retorno mais rápido. Faça a sua manifestação, 24h
todos os dias da semana, acessando o formulário eletrônico em http://www.mprj.mp.br/comu-
nicacao/ouvidoria/formulario;
>>Call Center - Através do número 127 (ligação gratuita dentro do Estado do Rio de Janeiro), do
número (21) 3883-4600 (todas as localidades) de segunda à sexta-feira, em dias úteis, das 8 às 20h;
>>Correspondência - Para a Ouvidoria do MPRJ - Av. Marechal Câmara, 370 - Subsolo - Centro,
Rio de Janeiro- RJ- CEP 20020-080
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6 - DEFENSORIA PÚBLICA
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) é uma instituição pública que oferece, de
forma integral e gratuita, assistência e orientação jurídica às pessoas que não possuem condi-
ções financeiras de pagar as despesas destes serviços. Além disso, promovemos a defesa dos
direitos humanos, direitos individuais e coletivos e de grupos em situação vulnerável.
A assistência jurídica gratuita às pessoas vulneráveis é um direito e garantia funda-
mental de cidadania, prevista no artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição da República.
As defensoras e defensores públicos são formados em direito e ingressaram na Defen-
soria após serem aprovados em um rigoroso concurso de provas e títulos. Eles atuam em todas
as instâncias da Justiça – das varas da Justiça aos tribunais superiores, em Brasília.
As defensoras e defensores públicos representam os interesses das pessoas às quais
prestam assistência, independentemente de quem esteja do outro lado da causa, seja pessoa
física e jurídica, ou mesmo outro órgão da administração pública.
Essa assistência é gratuita e pode ser prestada, por exemplo, se um adolescente
comete um ato infracional e não tem condições de pagar um advogado. Também pode pro-
curar a Defensoria Pública quem não tem recursos financeiros para elaborar contratos, realizar
escrituras de imóveis e outros atos feitos em cartório (como segunda via de certidão de nasci-
mento, casamento ou óbito, carteira de identidade, certidões e etc.).
No site da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro é possível ter acesso a todos
os canais de atendimento e os serviços disponíveis: https://defensoria.rj.def.br/.
A defensoria pública do RJ desenhou, ainda, um site adaptado aos jovens, com con-
teúdo informativo sobre direitos desse grupo: coisadejovem.rj.def.br
7 - SEGURANÇA PÚBLICA
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O aplicativo Rede Escola foi lançado para agilizar o acionamento de viaturas em casos
de ocorrências policiais nas escolas. A tecnologia foi desenvolvida pela Polícia Militar (PM) do
Rio de Janeiro.
Por meio da nova tecnologia aplicada à área de segurança pública, profissionais das
redes pública e privada de educação poderão acionar a polícia por meio de um botão de emer-
gência à disposição do usuário na tela do celular.
Essa iniciativa visa tornar mais eficiente e rápido o processo de solicitação de auxílio policial.
O aplicativo já está disponível para download nas lojas de aplicativos tanto para dispo-
sitivos Android quanto iOS.
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Os CCS têm por missão promover a integração entre as instituições policiais e a comu-
nidade, restituindo a credibilidade e transmitindo confiança e sentimento de segurança à
população, de modo a contribuir para a construção de uma relação de respeito mútuo entre
policiais e cidadãos. Essa integração pode ocorrer de diversas formas, contemplando inicia-
tivas, como a realização constante de reuniões e a prestação de contas das questões apresen-
tadas, assim como o desenvolvimento de programas articulados para a prevenção de delitos
e para redução de riscos.
Os CCS são compostos por representantes das organizações policiais (civil e militar)
que têm responsabilidade sobre a área de circunscrição do CCS. Participam do CCS, a ronda
escolar da Guarda Municipal, a Patrulha Escolar da PMERJ, Conselho Tutelar, Unidades esco-
lares, dentre outros atores do território.
A patrulha escolar atua de forma preventiva e também no atendimento direto aos dire-
tores escolares nos casos em que houver necessidade por meio dos telefones funcionais.
Todos os batalhões militares, atualmente possuem equipes atuando na patrulha escolar no
horário de 05h a 01h do dia seguinte.
Além disso, uma das instituições que representa a Segurança Pública no território é a
Delegacia Policial que é uma unidade fixa da polícia que funciona para atendimento do público,
assim como base e administração de operações policiais, investigações criminais e detenção
temporária de suspeitos e presos em flagrante delito.
As delegacias funcionam por região, sendo que em cidades maiores podem existir várias
e em menores, apenas uma. Vamos apresentar, de forma geral, dois tipos de Delegacia Policial:
O serviço funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.
As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem gratuita e anônima, de
qualquer terminal telefônico fixo ou celular, bastando discar 100.
O serviço pode ser considerado como “pronto-socorro” dos direitos humanos, pois
atende também graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão
em curso, acionando os órgãos competentes, possibilitando o flagrante.
A Rede Especializada de Atendimento à Mulher conta com diferentes serviços, com profis-
sionais capacitados para atendimento qualificado à mulher vítima de violência e discriminação no
Estado do Rio de Janeiro. Destacamos os Centros Integrados de Atendimentos à Mulher (CIAM) e os
Centros de Referência de Atendimento à Mulher Vítima de Violência. São equipamentos com equipes
formadas por assistentes sociais, advogadas e psicólogas, que atuam no enfrentamento da violência
contra a mulher, por meio de ações que envolvem atendimento e acompanhamento dos casos com
apoio e orientação permanente.
Consulte qual equipamento mais próximo do seu município:
http://www.cedim.rj.gov.br/servicos.as
Para além das instâncias de atendimento, vale lembrar que cada município possui
um Conselho Municipal dos Direitos da Mulher responsável por elaborar e implementar polí-
ticas públicas no território visando o exercício pleno da cidadania, igualdade de direitos e opor-
tunidade entre homens e mulheres. Eles podem desenvolver ações preventivas, protetivas,
reparadoras e sancionadoras das condutas em situações de ameaça ou violação dos direitos
da mulher.
Consulte qual Conselho dos Direitos da Mulher do seu município:
http://www.cedim.rj.gov.br/conselhos.asp
O objetivo é evitar que as crianças tenham que se deslocar por diversos órgãos públicos, con-
centrando o atendimento num único local, diminuindo e evitando a revitimização.
Trata-se de uma parceria da Secretaria de Estado de Saúde com o Ministério Público e a Polícia
Civil, sendo um projeto pioneiro no país, já que nos CAACs é realizado um atendimento multidisci-
plinar com médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos integrado com policiais e peritos,
garantindo a medida protetiva a adolescentes e crianças vítimas de violência. Os CAACs funcionam
dentro de alguns Hospitais Gerais de referência para regiões que têm registrado maiores índices de
violência nessa população infantojuvenil e estão sendo cada vez mais implementados em outras
localidades. Alguns dos CAACs disponíveis até o momento são:
CAAC - Hospital Municipal Souza Aguiar - Endereço: Praça da República, 111, Centro, Rio de Janeiro.
Telefone: (21) 2332-9748. Email: decav.caac@gmail.com;
CAAC - Hospital Estadual Alberto Torres - Endereço: Rua Osório Costa, s/n - Colubandê,
São Gonçalo - RJ. Telefone: (21) 2602-4500;
CAAC - Hospital Estadual Adão Pereira Nunes - Endereço: Rod. Washington Luiz 109, BR-040,
s/nº - Jardim Primavera, Duque de Caxias - RJ. Telefone: (21) 2777-6353;
CAAC -Hospital Ferreira Machado - Endereço: Rua Rocha Leão, 02 - Centro, Campos dos
Goytacazes - RJ. Telefone:(22) 98175-0150.
Funcionam de Segunda a Sexta-feira, das 09h às 17h, nos endereços listados abaixo. A pes-
soa interessada também pode ligar para o número 0800 023 4567 (Disque Cidadania) para orienta-
ções iniciais.
ANEXOS
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