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Português COSEAC

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COSEAC UFF - Doc I (Pref Maricá)/Pref Maricá/Artes/2018


Língua Portuguesa (Português) - Acentuação
1) A MISSA DO COUPÉ

Machado de Assis

“Na Igreja de São Domingos diz-se hoje uma missa por alma de João de Melo, falecido em Maricá.”

Não se sabendo quem mandava dizer a missa, ninguém lá foi. A igreja escolhida deu ainda menos relevo ao ato; não era vistosa, nem buscada, mas velhota, sem galas
nem gente, metida ao canto de um pequeno largo, adequada à missa recôndita e anônima.

Às oito horas parou um coupé à porta; o lacaio desceu, abriu a portinhola, desbarretou-se e perfilou-se. Saiu um senhor e deu a mão a uma senhora, a senhora saiu e
tomou o braço ao senhor, atravessaram o pedacinho de largo e entraram na igreja. Na sacristia era tudo espanto. A alma que a tais sítios atraíra um carro de luxo, cavalos
de raça, e duas pessoas tão finas não seria como as outras almas ali sufragadas. A missa foi ouvida sem pêsames nem lágrimas. Quando acabou, o senhor foi à sacristia
dar as espórtulas. O sacristão, agasalhando na algibeira a nota de dez mil-réis que recebeu, achou que ela provava a sublimidade do defunto; mas que defunto era esse?
O mesmo pensaria a caixa das almas, se pensasse, quando a luva da senhora deixou cair dentro uma pratinha de cinco tostões. Já então havia na igreja meia dúzia de
crianças maltrapilhas, e, fora, alguma gente às portas e no largo, esperando. O senhor, chegando à porta, relanceou os olhos, ainda que vagamente, e viu que era objeto
de curiosidade. A senhora trazia os seus no chão. E os dois entraram no carro, com o mesmo gesto, o lacaio bateu a portinhola e partiram.

A gente local não falou de outra coisa naquele e nos dias seguintes. Sacristão e vizinhos relembravam o coupé, com orgulho. Era a missa do coupé. As outras missas
vieram vindo, todas a pé, algumas de sapato roto, não raras descalças, capinhas velhas, morins estragados, missas de chita, ao domingo, missas de tamancos. Tudo
voltou ao costume, mas a missa do coupé viveu na memória por muitos meses. Afinal não se falou mais nela; esqueceu como um baile.

ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. São Paulo: Editora


Globo, 1997, p. 10.

Glossário:
Coupé (ou cupê) – Carruagem ou carro de duas portas.
Desbarretar – Retirar o barrete ou o chapéu.
Espórtula – Esmola.

Marque a opção em que as palavras são acentuadas pela mesma regra.


a) memória – sítios.

b) pé – pêsames.

c) Esaú – ninguém.

d) lá – à.

e) atraíra – lágrimas.

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COSEAC UFF - Doc II (Pref Maricá)/Pref Maricá/2018


Língua Portuguesa (Português) - Acentuação
2) O texto a seguir, retirado do jornal online O MARICÁ, servirá de base para a questão.

Projeto Onda Certa abre 45 vagas para edição de inverno

10/07/2018

A partir de quarta-feira (11/07), estarão abertas 45 vagas gratuitas para crianças e adolescentes de 8 a 17 anos participarem da edição de inverno do Projeto Onda Certa,
desenvolvido pela Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) e a Secretaria de Proteção e Defesa Civil. A iniciativa, que faz parte dos projetos sociais da
Codemar, visa oferecer, no período de férias escolares, dicas de prevenção de afogamentos, primeiros socorros, identificação de correntes de retorno (valas), preservação
ambiental e iniciação ao surf e bodysurf, além de outros exercícios físicos na areia da praia e jogos interativos, tudo de forma leve e lúdica, porém responsável e voltada
para a utilidade pública.

As inscrições seguem até o dia (13/07) ou enquanto durarem as vagas e podem ser feitas no posto de guarda-vidas na Rua 4, no bairro Barra de Maricá, das 9h às 15h.
Para se inscrever é necessário apresentar os seguintes documentos: cópia da identidade do responsável, cópia da certidão de nascimento ou identidade do menor e
preencher as fichas de autorização.

A edição de inverno do projeto acontecerá entre os dias 16 a 27 (exceto sábado e domingo) de julho, na Barra de Maricá, das 9h às 12h. As atividades serão divididas em
três grupos, de acordo com a faixa etária de oito aos 11 anos; 12 a 14 anos e 15 aos 17 anos.

Serviço: Projeto Onda Certa

Público: crianças e adolescentes entre 8 e 17 anos.

Inscrições: 11/07 a 13/07 das 9h às 15h – Rua 4 – Praia da Barra de Maricá (ou enquanto durarem as vagas).

Documentos: Cópia da identidade do responsável, cópia da certidão de nascimento ou identidade do menor, preencher as fichas de autorização no local.

Período e local: 16 a 27 e julho das 9h às 12h – Rua 4 –


Praia da Barra de Maricá (exceto sábado e domingo) (In:https://jornalomarica.com.br/2018/07/10/projeto-onda-certa-abre-45-vagas-para-edicao-de-inverno/- acessado em julho de 2018).

As palavras CÓPIA, EXERCÍCIOS e FÉRIAS recebem acento gráfico porque são:


a) paroxítonas terminadas em S.
b) oxítonas terminadas em A, E ou O.
c) proparoxítonas sempre usadas no plural.
d) paroxítonas terminadas em ditongo crescente.
e) oxítonas terminadas em ditongo decrescente.

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COSEAC UFF - ACI (Pref Maricá)/Pref Maricá/2018


Língua Portuguesa (Português) - Acentuação
3) Texto 1

DOMÍCIO DA GAMA

Domício da Gama (Domício Afonso Forneiro, adotou do padrinho o Gama), jornalista, diplomata, contista e cronistaD), nasceu em Maricá, RJ, em 23 de outubro de 1862 e
faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8 de novembro de 1925. Foi um dos dez acadêmicos eleitos na sessão de 28 de janeiro de 1897, para completar o quadro de
fundadores da AcademiaA). Escolheu Raul Pompeia como patrono, ocupando a cadeira nº 33. Foi recebido na sessão de 1º de julho de 1900, por Lúcio de Mendonça.

Fez estudos preparatórios no Rio de Janeiro e ingressou na Escola Politécnica, mas não chegou a terminar o curso. Seguiu para o estrangeiro em missões diplomáticas. A
sua primeira missão foi a de secretário do Serviço de Imigração, e o contato, nessa época, com o Barão do Rio Branco, valeu-lhe ser nomeado secretário da missão Rio
Branco para a questão de limites Brasil- Argentina (1893-1895), com a Guiana FrancesaC) (1895-1900) e com a Guiana Inglesa (1900-1901). Foi secretário de Legação na
Santa Sé, em 1900, e ministro em Lima, em 1906. Embaixador em missão especial, em 1910, representou o Brasil no centenário da independência da Argentina e nas
festas centenárias do Chile. Embaixador do Brasil em Washington, de 1911 a 1918, foi o digno sucessor de Joaquim Nabuco, por escolha do próprio Barão do Rio Branco.
Ao celebrar-se a paz europeiaE) de Versalhes, Domício, como ministro das Relações Exteriores, pretendeu representar o Brasil naquela conferência, propósito que suscitou
divergências na imprensa brasileira. Convidado para a mesma embaixada, Rui Barbosa recusou, e o chefe da representação brasileira foi, afinal, Epitácio Pessoa, eleito
pouco depois, em seguida à morte de Rodrigues Alves, presidente da República. Domício foi substituído na Chancelaria por Azevedo Marques, seguindo como embaixador
em Londres, em 1920-21. Foi postoB) em disponibilidade durante a Presidência Bernardes.

Em 1919 foi Presidente da Academia Brasileira de Letras, em substituição a Rui Barbosa.

Domício da Gama era colaborador da Gazeta de Notícias ao tempo de Ferreira de Araújo e, ainda no início da carreira, escreveu contos, crônicas e críticas literárias.

Texto editado. Disponível em: http://www.academia.org.br/academicos/ domicio-da-gama/biografia. Acesso em: 10 jul.2018.

Na Reforma Ortográfica de 2009, deixou de receber acento gráfico a seguinte palavra:


a) Academia.
b) posto
c) francesa.
d) cronista.
e) europeia.

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COSEAC UFF - Doc I (Pref Maricá)/Pref Maricá/Língua Portuguesa/2018


Língua Portuguesa (Português) - Fonética (Fonemas, Dígrafos, Encontros Consonantais, Vocálicos). Separação Silábica
4) ALUNA

Conservo-te o meu sorriso


para, quando me encontrares,
veres que ainda tenho uns ares
de aluna do paraíso...

Leva sempre a minha imagem


a submissa rebeldia
dos que estudam todo o dia
sem chegar à aprendizagem...
– e, de salas interiores,
por altíssimas janelas,
descobrem coisas mais belas,
rindo-se dos professores...

Gastarei meu tempo inteiro


nessa brincadeira triste;
mas na escola não existe
mais do que pena e tinteiro!

E toda a humana docência


para inventar-me um oficio
ou morre sem exercício
ou se perde na experiência...

(MEIRELES, Cecília. Vaga música. Rio: Pongetti, 1942, p. 82-83.)

O verso em que se observa, no esquema rítmico do poema, um ditongo crescente intervocabular é:


a) para, quando me encontrares.

b) de aluna do paraíso.

c) dos que estudam todo o dia.

d) mas na escola não existe.

e) mais do que pena e tinteiro.

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COSEAC UFF - GM (Pref Maricá)/Pref Maricá/2019


Língua Portuguesa (Português) - Formação e Estrutura das Palavras
5) Texto 1

Ex-doméstica, primeira comandante da Guarda de SP quer intensificar proteção à mulher


Guilherme Seto - Paulo Gomes

Primeira mulher nomeada comandante da maior guarda do país, Elza Paulina de Souza, 52 anos, viveu a desigualdade de gêneros durante sua trajetória. Mãe solteira,
chegou a ter que esconder a filha pequena em um banheiro do seu posto de trabalho por não ter com quem deixá-la.

Trabalhou como empregada doméstica e dirigiu trator na roça. Entrou na Guarda Civil Metropolitana de São Paulo no ano em que a instituição foi criada, em 1986, época
em que as agentes tinham que usar uma saia que limitava os movimentos e não podiam andar armadas.

Alta e com postura retilínea, Elza é uma figura imponente. Diz que nunca foi conhecida por ser “meiguinha” – “muito pelo contrário, não passo a mão na cabeça, sou
meio bruta, tropeços nos ambientes”.

Essa postura, ressalta, não tem a ver com uma maneira de marcar território em uma instituição historicamente masculina. “Não preciso cuspir no chão para mostrar que
sou mais capaz que um homem”. Formada em fisioterapia, medicina oriental e filosofia, ela diz usar o conhecimento e o diálogo como maneiras de refletir sobre o espaço
e a relação com o outro.

No programa Guardiã Maria da Penha, Elza foi a responsável pela instalação de uma espécie de botão de pânico virtual no aplicativo SP + Segura, da Secretaria Municipal
de Segurança Urbana. “Eu falei para o desenvolvedor aprimorar, porque eu não tinha como dar o botão do pânico para as meninas, mas eu tenho o aplicativo”, diz. ‘É
muito mais prático. O botão ela pode esquecer. O celular ela não esquece”, explica.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/


04/ex-domestica-primeira-comandante-da-guarda-de-sp-quer-intensificar-protecao-a-mulher.shtml. Acesso em 12 jul. 2019. Adaptado.

Os vocábulos “ex-doméstica” (título), “desigualdade”, “meiguinha”, formam-se, respectivamente, pelos processos de:
a) Locução; conversão; composição
b) Conversão; parassíntese; prefixação
c) Composição; prefixação; conversão
d) Regressão; sufixação; parassíntese
e) Prefixação; prefixação e sufixação; sufixação

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COSEAC UFF - Adm (UFF)/UFF/2019


Língua Portuguesa (Português) - Formação e Estrutura das Palavras
6) TEXTO 2 (Editado)

A pesquisa científica sobre os efeitos terapêuticos da relação entre seres humanos e animais de estimação começou nos Estados Unidos em meados de 1960. Depois de
muitos estudos e observação, ficaram claros os benefícios que são gerados nessa interação. Pensando nisso, a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais
de Estimação (Abinpet) possui um Grupo de Estudos sobre a Interação Humano e Animal (GE-INTERHA) para fomentar pesquisas que demonstrem a importância dos
animais de estimação para a qualidade de vida das pessoas.

Essa convivência, segundo pesquisadores, é capaz de melhorar a autoestima, diminuir problemas do coração e auxiliar a família na diminuição do estresse, na queda da
pressão em hipertensos e, principalmente, de melhorar a interação social.

Em um estudo realizado recentemente, ficou comprovado que, em geral, as famílias que têm animais de estimação gastam menos com remédios. Além disso, foi criada a
Terapia Assistida por Animais, que pode ser aplicada em diferentes casos médicos, com grandes melhorias para os pacientes. Alguns casos mais conhecidos são os
tratamentos de idosos e de crianças com paralisia cerebral, autismo ou hiperatividade.
Os cães e gatos são muito usados, pois são os animais mais próximos do ser humano. As suas visitas causam melhoras sociais, emocionais, físicas e cognitivas de
pacientes em tratamento. Acariciar um animal, por si só, já ajuda o paciente a relaxar. Cães e gatos também servem como companhia para idosos solitários, evitando
casos de depressão.

A relação entre seres humanos e animais de estimação. Jornal Cruzeiro do Sul, 24/05/13. Disponível em < https://www2.jornalcruzeiro.com.br/materia/474869/a-relacao-entre-seres-humanos-e-
animais-de-estimacao>. Acesso em jan. 2019. (Adaptado)

Sob ponto de vista da Morfologia, a palavra formada pelo mesmo processo de formação do termo “tratamento” é
a) ajuda.
b) cerebral.
c) hipertenso.
d) autoestima.
e) estresse

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COSEAC UFF - Doc I (Pref Maricá)/Pref Maricá/Artes/2018


Língua Portuguesa (Português) - Formação e Estrutura das Palavras
7) A MISSA DO COUPÉ

Machado de Assis

“Na Igreja de São Domingos diz-se hoje uma missa por alma de João de Melo, falecido em Maricá.”

Não se sabendo quem mandava dizer a missa, ninguém lá foi. A igreja escolhida deu ainda menos relevo ao ato; não era vistosa, nem buscada, mas velhota(a), sem galas
nem gente, metida ao canto de um pequeno(b) largo, adequada à missa recôndita e anônima.

Às oito horas parou um coupé à porta; o lacaio desceu, abriu a portinhola(e), desbarretou-se e perfilou-se. Saiu um senhor e deu a mão a uma senhora, a senhora saiu e
tomou o braço ao senhor, atravessaram o pedacinho(c) de largo e entraram na igreja. Na sacristia era tudo espanto. A alma que a tais sítios atraíra um carro de luxo,
cavalos de raça, e duas pessoas tão finas não seria como as outras almas ali sufragadas. A missa foi ouvida sem pêsames nem lágrimas. Quando acabou, o senhor foi à
sacristia dar as espórtulas. O sacristão, agasalhando na algibeira a nota de dez mil-réis que recebeu, achou que ela provava a sublimidade do defunto; mas que defunto
era esse? O mesmo pensaria a caixa das almas, se pensasse, quando a luva da senhora deixou cair dentro uma pratinha(d) de cinco tostões. Já então havia na igreja meia
dúzia de crianças maltrapilhas, e, fora, alguma gente às portas e no largo, esperando. O senhor, chegando à porta, relanceou os olhos, ainda que vagamente, e viu que
era objeto de curiosidade. A senhora trazia os seus no chão. E os dois entraram no carro, com o mesmo gesto, o lacaio bateu a portinhola e partiram.

A gente local não falou de outra coisa naquele e nos dias seguintes. Sacristão e vizinhos relembravam o coupé, com orgulho. Era a missa do coupé. As outras missas
vieram vindo, todas a pé, algumas de sapato roto, não raras descalças, capinhas velhas, morins estragados, missas de chita, ao domingo, missas de tamancos. Tudo
voltou ao costume, mas a missa do coupé viveu na memória por muitos meses. Afinal não se falou mais nela; esqueceu como um baile.

ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. São Paulo: Editora


Globo, 1997, p. 10.

Glossário:
Coupé (ou cupê) – Carruagem ou carro de duas portas.
Desbarretar – Retirar o barrete ou o chapéu.
Espórtula – Esmola.

Em termos morfológicos, todas as opções a seguir apresentam palavras no grau diminutivo, EXCETO a seguinte:
a) velhota.

b) pequeno.

c) pedacinho.

d) pratinha.

e) portinhola.

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COSEAC UFF - Doc I (Pref Maricá)/Pref Maricá/Língua Portuguesa/2018


Língua Portuguesa (Português) - Formação e Estrutura das Palavras
8) Texto

– Por que o senhor está sentado aí tão sozinho? indagou Alice, sem querer iniciar uma discussão. – Ora essa, porque não tem ninguém aqui comigo! – gritou Humpty-Dumpty. – Pensou
que eu não saberia responder essa, hein? Pergunte outra.

(CARROLL, Lewis. Através do espelho e o que Alice encontrou lá. Trad. de


Sebastião Uchoa Leite. 2 ed. Rio, Fontana-Summus, 1977, p. 192.)

No hilariante diálogo que trava com Humpty-Dumpty, personagem surrealista(a) do País do Espelho, Alice vê-se inúmeras vezes perplexa diante dos conceitos e da
argumentação com que ele agressivamente a enfrenta. Conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa(b), tentando apaziguar o mau humor
de seu irascível interlocutor. É difícil: lá vem ele em nova investida verbal(c), armado de um raciocínio aparentemente invulnerável. Nesta réplica alucinada, todavia, por
mais vitorioso que Humpty-Dumpty se considere, quem escorregou na lógica foi ele. Nem podia ser de outro modo, pois sua cabeça (cabeça? ou corpo? Alice não sabe se
a faixa que o circunda é uma gravata ou um cinto) funciona, como tudo nesse mundo surreal, por um processo de inversão da realidade.

Preocupada com a situação daquele estranho ser com formato de ovo – sentado sobre um muro do qual poderia a qualquer momento cair, espatifando-se –, Alice quer
saber a causa de estar ele ali tão só. Sua dúvida situa-se em um núcleo da frase interrogativa, precisamente aquele que corresponderia ao motivo desconhecido, e por
isso mesmo questionado: “por quê?”. A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante(d) com um conteúdo esclarecedor. Os demais
elementos da frase já são do conhecimento de Alice e equivalem a uma asserção: “O senhor está sentado aí tão sozinho”.

Se Humpty-Dumpty não queria responder ao que ela indagava, então dissesse algo como “não me amole”, ou “o problema é meu”. Mas, como ele pretendeu satisfazer a
curiosidade da menina, esperava-se um adjunto ou uma oração adverbial de causa, que poderia ser “por preguiça”, “por não ter coisa mais interessante para fazer”, ou
ainda “porque este é um bom lugar e porque gosto de estar só”.

A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita. Ignorando o item “estar aí sentado”, que
se inclui na dúvida de Alice, pretendeu esclarecer(e) somente a causa de sua solidão. Na verdade, porém, limitou-se a definir o que é estar sozinho: é não ter ninguém
consigo. Sua resposta é parecida com ele e com seu nome: os dois lados de um ovo são praticamente iguais.

Menos que uma definição, suas palavras são uma redundância, uma imagem espelhada de algo que Alice já sabia, visto que acabara de dizê-lo.

O fundamento dessa confusão armada por Humpty-Dumpty é de natureza gramatical – mais especificamente, sintática: ele não utilizou, como deveria, uma oração
subordinada causal (o que a menina esperava), mas uma coordenada explicativa, que não esclarecia a dúvida de Alice.

O problema, então, é distinguir a explicativa da causal, quando a conjunção que as encabeça é, fonética e fonologicamente, a mesma: porque. De um ponto de vista
sintático, porém, não o é. Aliás, “não o são” – no plural, visto que se trata de duas conjunções diferentes.

Como distingui-las? Não é simples. Mas esperamos que, ao término das reflexões que vamos desenvolver, isso fique, no mínimo, claro. Ou até fácil. Mário de Andrade não
diz que “abasta a gente saber”?

(CARONE. Flávia de Barros. Coordenação e subordinação, confrontos e contrastes. São Paulo: Ática, 1988, p. 7-9.)

Indica-se corretamente o processo de formação da palavra destacada em:

a) personagem SURREALISTA / derivação parassintética.

b) reiniciar a CONVERSA derivação regressiva.

c) nova INVESTIDA verbal / derivação prefixal.

d) mundo INTERROGANTE / derivação imprópria.

e) pretendeu ESCLARECER / derivação sufixal.

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COSEAC UFF - Ag Adm (Pref Maricá)/Pref Maricá/2018


Língua Portuguesa (Português) - Formação e Estrutura das Palavras
9) Texto 1

NIEMEYER

Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, mais conhecido como Oscar Niemeyer, nasceu em 15 de dezembro de 1907 no bairro das Laranjeiras, no Rio de
Janeiro, e durante anos morou na casa de seu avô, Ribeiro de Almeida, em Maricá. Casou-se em 1928 com Annita Baldo. Dessa relação teve Anna Maria, sua única filha.

Aos 23 anos foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Estagiou no escritório de Lúcio Costa, onde participou do projeto do Ministério da Educação. Niemeyer ganhou
o mundo com projetos ousados e revolucionários. Itália, França, Argélia e até a ONU conheceram os traços desse ousado brasileiro. É autor de vários projetos
importantes no Brasil como Brasília, o conjunto da Pampulha e o Sambódromo do Rio.

“Minha família vinha de Maricá. Meu avô Ribeiro de Almeida nasceu lá. Já meu avô Niemeyer não o conheci. Sempre morei com esse avô Ribeiro de Almeida. Ele foi juiz
de direito em Maricá e depois foi para o Rio. Ele chegou a ministro do Supremo, e a casa era muito frequentada. Ele era um sujeito correto. De modo que, em tempos de
esculhambação, a lembrança dele é muito boa.”

CASA DE MARICÁ

A Casa de Maricá foi um presente de Horácio de Carvalho, jornalista e dono do Diário Popular. Amigos desde a juventude, frequentavam o café Lamas, o bilhar, os cabarés
da cidade e as noites do Rio de Janeiro. (...) Certo dia, Horácio ligou para Niemeyer e disse: “A casa é sua. Só você pode consertá-la...”. (...)

“É uma bela casa. A varanda larga a completar as salas, convidando-nos a nela ficar com frequência. Dentro, são oito quartos, separados pelas salas, amplas, sem a
disciplina e a lógica funcional que os projetos de hoje apresentam (uma das características das casas coloniais). E o telhado a descer com seu galeio natural, adaptando-
se à capela que surge no conjunto dominadora, como uma verdadeira igreja.”

Texto editado. Disponível em: https://leisecamarica.com.br/maricaense-oscar-niemeyer-e-sua-historia-com-a-cidade/

É formada pelo processo de composição a palavra:


a) ONU.
b) projeto.
c) Maricá.
d) Supremo.
e) Sambódromo.

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COSEAC UFF - Adm (UFF)/UFF/2019


Língua Portuguesa (Português) - Substantivo
10) TEXTO 2 (Editado)

A pesquisa científica sobre os efeitos terapêuticos da relação entre seres humanos e animais de estimação começou nos Estados Unidos em meados de 1960. Depois de
muitos estudos e observação, ficaram claros os benefícios que são gerados nessa interação. Pensando nisso, a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais
de Estimação (Abinpet) possui um Grupo de Estudos sobre a Interação Humano e Animal (GE-INTERHA) para fomentar pesquisas que demonstrem a importância dos
animais de estimação para a qualidade de vida das pessoas.

Essa convivência, segundo pesquisadores, é capaz de melhorar a autoestima, diminuir problemas do coração e auxiliar a família na diminuição do estresse, na queda da
pressão em hipertensos e, principalmente, de melhorar a interação social.

Em um estudo realizado recentemente, ficou comprovado que, em geral, as famílias que têm animais de estimação gastam menos com remédios. Além disso, foi criada a
Terapia Assistida por Animais, que pode ser aplicada em diferentes casos médicos, com grandes melhorias para os pacientes. Alguns casos mais conhecidos são os
tratamentos de idosos e de crianças com paralisia cerebral, autismo ou hiperatividade.

Os cães e gatos são muito usados, pois são os animais mais próximos do ser humano. As suas visitas causam melhoras sociais, emocionais, físicas e cognitivas de
pacientes em tratamento. Acariciar um animal, por si só, já ajuda o paciente a relaxar. Cães e gatos também servem como companhia para idosos solitários, evitando
casos de depressão.

A relação entre seres humanos e animais de estimação. Jornal Cruzeiro do Sul, 24/05/13. Disponível em < https://www2.jornalcruzeiro.com.br/materia/474869/a-relacao-entre-seres-humanos-e-
animais-de-estimacao>. Acesso em jan. 2019. (Adaptado)

As palavras “pesquisa”, “capaz” e “social”, ao serem flexionadas em número, passam por processos ligeiramente diferentes. Outras formas nominais flexionadas da mesma
maneira são, respectivamente,
a) “cerebral”, “ser” e “vida”.
b) “vida”, “ser” e “animal”.
c) “cão”, “paciente” e “animal”.
d) “cão”, “cerebral” e “paciente”.
e) “paciente”, “vida” e “cão”.

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COSEAC UFF - Adm (UFF)/UFF/2019


Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos Modos e Tempos Verbais
11) TEXTO 1

A DISCIPLINA DO AMOR

Lygia Fagundes Telles

Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.

Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.

Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.

As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.

TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.

No trecho “... acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa”, a forma verbal destacada encontra-se no mesmo tempo verbal que a seguinte também
sublinhada:

a) “Uma tarde (era inverno), ele lá ficou...”

b) “A vila inteira já conhecia o cachorro...”

c) “Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo?”

d) “Os familiares voltaram-se para outros familiares.”

e) “(...) como se tivesse um relógio preso à pata (...)”

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COSEAC UFF - Ass Adm (UFF)/UFF/2019


Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos Modos e Tempos Verbais
12) TEXTO 1

APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA

Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.

Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.

Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.


Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.

Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:

— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!

Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.

Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.

No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:

— Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.

Eu respondi:

— Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.

A forma verbal sublinhada em “... os leves ruídos que vinham lá de fora...” , encontra-se no mesmo tempo da forma verbal presente no seguinte trecho:
a) “(...) que não perderiam isso por nada neste mundo.”
b) “(...) que não havia ninguém disponível.”
c) “No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim (...)”
d) “Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12 (...)”
e) “Eu tenho o sono muito leve (...)”

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Língua Portuguesa (Português) - Questões Variadas de Verbo
13) Texto

– Por que o senhor está sentado aí tão sozinho? indagou Alice, sem querer iniciar uma discussão. – Ora essa, porque não tem ninguém aqui comigo! – gritou Humpty-Dumpty. – Pensou
que eu não saberia responder essa, hein? Pergunte outra.

(CARROLL, Lewis. Através do espelho e o que Alice encontrou lá. Trad. de


Sebastião Uchoa Leite. 2 ed. Rio, Fontana-Summus, 1977, p. 192.)

No hilariante diálogo que trava com Humpty-Dumpty, personagem surrealista do País do Espelho, Alice vê-se inúmeras vezes perplexa diante dos conceitos e da
argumentação com que ele agressivamente a enfrenta. Conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa, tentando apaziguar o mau humor de
seu irascível interlocutor. É difícil: lá vem ele em nova investida verbal, armado de um raciocínio aparentemente invulnerável. Nesta réplica alucinada, todavia, por mais
vitorioso que Humpty-Dumpty se considere(a), quem escorregou na lógica foi ele. Nem podia ser de outro modo, pois sua cabeça (cabeça? ou corpo? Alice não sabe se a
faixa que o circunda é uma gravata ou um cinto) funciona, como tudo nesse mundo surreal, por um processo de inversão da realidade.

Preocupada com a situação daquele estranho ser com formato de ovo – sentado sobre um muro do qual poderia a qualquer momento cair, espatifando-se –, Alice quer
saber a causa de estar ele ali tão só. Sua dúvida situa-se em um núcleo da frase interrogativa, precisamente aquele que corresponderia ao motivo desconhecido(b), e por
isso mesmo questionado: “por quê?”. A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante com um conteúdo esclarecedor. Os demais
elementos da frase já são do conhecimento de Alice e equivalem a uma asserção: “O senhor está sentado aí tão sozinho”.

Se Humpty-Dumpty não queria responder ao que ela indagava, então dissesse algo como “não me amole”(c), ou “o problema é meu”. Mas, como ele pretendeu satisfazer
a curiosidade da menina, esperava-se um adjunto ou uma oração adverbial de causa, que poderia ser “por preguiça”, “por não ter coisa mais interessante para fazer”, ou
ainda “porque este é um bom lugar e porque gosto de estar só”.

A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita. Ignorando o item “estar aí sentado”, que
se inclui na dúvida de Alice, pretendeu esclarecer somente a causa de sua solidão. Na verdade, porém, limitou-se a definir o que é estar sozinho: é não ter ninguém
consigo. Sua resposta é parecida com ele e com seu nome: os dois lados de um ovo são praticamente iguais.

Menos que uma definição, suas palavras são uma redundância, uma imagem espelhada de algo que Alice já sabia, visto que acabara de dizê-lo(d).

O fundamento dessa confusão armada por Humpty-Dumpty é de natureza gramatical – mais especificamente, sintática: ele não utilizou, como deveria, uma oração
subordinada causal (o que a menina esperava), mas uma coordenada explicativa, que não esclarecia a dúvida de Alice.

O problema, então, é distinguir a explicativa da causal, quando a conjunção que as encabeça é, fonética e fonologicamente, a mesma: porque. De um ponto de vista
sintático, porém, não o é. Aliás, “não o são” – no plural, visto que se trata de duas conjunções diferentes.

Como distingui-las? Não é simples. Mas esperamos que, ao término das reflexões que vamos desenvolver, isso fique, no mínimo, claro(e). Ou até fácil. Mário de Andrade
não diz que “abasta a gente saber”?

(CARONE. Flávia de Barros. Coordenação e subordinação, confrontos e contrastes. São Paulo: Ática, 1988, p. 7-9.)

A forma verbal cujo morfema que acumula as noções de MODO e TEMPO é zero está destacada em:

a) por mais vitorioso que Humpty-Dumpty se CONSIDERE

b) aquele que CORRESPONDERIA ao motivo desconhecido

c) então DISSESSE algo como “não me amole”

d) visto que ACABARA de dizê-lo

e) ESPERAMOS que (...) isso fique, no mínimo, claro


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Língua Portuguesa (Português) - Pronomes Pessoais
14) Texto

– Por que o senhor está sentado aí tão sozinho? indagou Alice, sem querer iniciar uma discussão. – Ora essa, porque não tem ninguém aqui comigo! – gritou Humpty-Dumpty. – Pensou
que eu não saberia responder essa, hein? Pergunte outra.

(CARROLL, Lewis. Através do espelho e o que Alice encontrou lá. Trad. de


Sebastião Uchoa Leite. 2 ed. Rio, Fontana-Summus, 1977, p. 192.)

No hilariante diálogo que trava com Humpty-Dumpty, personagem surrealista do País do Espelho, Alice vê-se inúmeras vezes perplexa diante dos conceitos e da
argumentação com que ele agressivamente a enfrenta. Conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa, tentando apaziguar o mau humor de
seu irascível interlocutor. É difícil: lá vem ele em nova investida verbal, armado de um raciocínio aparentemente invulnerável. Nesta réplica alucinada, todavia, por mais
vitorioso que Humpty-Dumpty se considere, quem escorregou na lógica foi ele. Nem podia ser de outro modo, pois sua cabeça (cabeça? ou corpo? Alice não sabe se a
faixa que o circunda é uma gravata ou um cinto) funciona, como tudo nesse mundo surreal, por um processo de inversão da realidade.

Preocupada com a situação daquele estranho ser com formato de ovo – sentado sobre um muro do qual poderia a qualquer momento cair, espatifando-se –, Alice quer
saber a causa de estar ele ali tão só. Sua dúvida situa-se em um núcleo da frase interrogativa, precisamente aquele que corresponderia ao motivo desconhecido, e por
isso mesmo questionado: “por quê?”. A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante com um conteúdo esclarecedor. Os demais
elementos da frase já são do conhecimento de Alice e equivalem a uma asserção: “O senhor está sentado aí tão sozinho”.

Se Humpty-Dumpty não queria responder ao que ela indagava, então dissesse algo como “não me amole”, ou “o problema é meu”. Mas, como ele pretendeu satisfazer a
curiosidade da menina, esperava-se um adjunto ou uma oração adverbial de causa, que poderia ser “por preguiça”, “por não ter coisa mais interessante para fazer”, ou
ainda “porque este é um bom lugar e porque gosto de estar só”.

A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita. Ignorando o item “estar aí sentado”, que
se inclui na dúvida de Alice, pretendeu esclarecer somente a causa de sua solidão. Na verdade, porém, limitou-se a definir o que é estar sozinho: é não ter ninguém
consigo. Sua resposta é parecida com ele e com seu nome: os dois lados de um ovo são praticamente iguais.

Menos que uma definição, suas palavras são uma redundância, uma imagem espelhada de algo que Alice já sabia, visto que acabara de dizê-lo.

O fundamento dessa confusão armada por Humpty-Dumpty é de natureza gramatical – mais especificamente, sintática: ele não utilizou, como deveria, uma oração
subordinada causal (o que a menina esperava), mas uma coordenada explicativa, que não esclarecia a dúvida de Alice.

O problema, então, é distinguir a explicativa da causal, quando a conjunção que as encabeça é, fonética e fonologicamente, a mesma: porque. De um ponto de vista
sintático, porém, não o é. Aliás, “não o são” – no plural, visto que se trata de duas conjunções diferentes.

Como distingui-las? Não é simples. Mas esperamos que, ao término das reflexões que vamos desenvolver, isso fique, no mínimo, claro. Ou até fácil. Mário de Andrade não
diz que “abasta a gente saber”?

(CARONE. Flávia de Barros. Coordenação e subordinação, confrontos e contrastes. São Paulo: Ática, 1988, p. 7-9.)

“A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante com um conteúdo esclarecedor”, afirma-se no texto. Dentre as interrogações
nucleares a seguir, aquela cujo núcleo interrogativo é um pronome encontra-se em:
a) Ignoro a quem ela está querendo se referir.

b) Gostaria de saber como você está se sentindo hoje.

c) É bom que me diga por que brigou com sua mãe.

d) Pergunto-lhe quando me devolverá os livros.

e) Faça o favor de me dizer onde estão seus pais.

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COSEAC UFF - Doc I (Pref Maricá)/Pref Maricá/Língua Portuguesa/2018


Língua Portuguesa (Português) - Preposição
15) Texto

– Por que o senhor está sentado aí tão sozinho? indagou Alice, sem querer iniciar uma discussão. – Ora essa, porque não tem ninguém aqui comigo! – gritou Humpty-Dumpty. – Pensou
que eu não saberia responder essa, hein? Pergunte outra.

(CARROLL, Lewis. Através do espelho e o que Alice encontrou lá. Trad. de


Sebastião Uchoa Leite. 2 ed. Rio, Fontana-Summus, 1977, p. 192.)

No hilariante diálogo que trava com Humpty-Dumpty, personagem surrealista do País do Espelho, Alice vê-se inúmeras vezes perplexa diante dos conceitos e da
argumentação com que ele agressivamente a enfrenta. Conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa, tentando apaziguar o mau humor de
seu irascível interlocutor. É difícil: lá vem ele em nova investida verbal, armado de um raciocínio aparentemente invulnerável. Nesta réplica alucinada, todavia, por mais
vitorioso que Humpty-Dumpty se considere, quem escorregou na lógica foi ele. Nem podia ser de outro modo, pois sua cabeça (cabeça? ou corpo? Alice não sabe se a
faixa que o circunda é uma gravata ou um cinto) funciona, como tudo nesse mundo surreal, por um processo de inversão da realidade.

Preocupada com a situação daquele estranho ser com formato de ovo – sentado sobre um muro do qual poderia a qualquer momento cair, espatifando-se –, Alice quer
saber a causa de estar ele ali tão só. Sua dúvida situa-se em um núcleo da frase interrogativa, precisamente aquele que corresponderia ao motivo desconhecido, e por
isso mesmo questionado: “por quê?”. A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante com um conteúdo esclarecedor. Os demais
elementos da frase já são do conhecimento de Alice e equivalem a uma asserção: “O senhor está sentado aí tão sozinho”.

Se Humpty-Dumpty não queria responder ao que ela indagava, então dissesse algo como “não me amole”, ou “o problema é meu”. Mas, como ele pretendeu satisfazer a
curiosidade da menina, esperava-se um adjunto ou uma oração adverbial de causa, que poderia ser “por preguiça”, “por não ter coisa mais interessante para fazer”, ou
ainda “porque este é um bom lugar e porque gosto de estar só”.

A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita. Ignorando o item “estar aí sentado”, que
se inclui na dúvida de Alice, pretendeu esclarecer somente a causa de sua solidão. Na verdade, porém, limitou-se a definir o que é estar sozinho: é não ter ninguém
consigo. Sua resposta é parecida com ele e com seu nome: os dois lados de um ovo são praticamente iguais.

Menos que uma definição, suas palavras são uma redundância, uma imagem espelhada de algo que Alice já sabia, visto que acabara de dizê-lo.

O fundamento dessa confusão armada por Humpty-Dumpty é de natureza gramatical – mais especificamente, sintática: ele não utilizou, como deveria, uma oração
subordinada causal (o que a menina esperava), mas uma coordenada explicativa, que não esclarecia a dúvida de Alice.

O problema, então, é distinguir a explicativa da causal, quando a conjunção que as encabeça é, fonética e fonologicamente, a mesma: porque. De um ponto de vista
sintático, porém, não o é. Aliás, “não o são” – no plural, visto que se trata de duas conjunções diferentes.

Como distingui-las? Não é simples. Mas esperamos que, ao término das reflexões que vamos desenvolver, isso fique, no mínimo, claro. Ou até fácil. Mário de Andrade não
diz que “abasta a gente saber”?

(CARONE. Flávia de Barros. Coordenação e subordinação, confrontos e contrastes. São Paulo: Ática, 1988, p. 7-9.)

Em: “diante dos conceitos e da argumentação COM que ele agressivamente a enfrenta” e em: “Preocupada COM a situação daquele estranho ser com formato de ovo”, a
preposição em destaque expressa, respectivamente, os seguintes valores relacionais:

a) companhia / modo.

b) oposição / causa.

c) oposição / companhia.

d) modo / instrumento.

e) instrumento / causa.

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COSEAC UFF - ACI (Pref Maricá)/Pref Maricá/2018


Língua Portuguesa (Português) - Preposição
16) Texto 1

DOMÍCIO DA GAMA

Domício da Gama (Domício Afonso Forneiro, adotou do padrinho o Gama), jornalista, diplomata, contista e cronista, nasceu em Maricá, RJ, em 23 de outubro de 1862 e
faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8 de novembro de 1925. Foi um dos dez acadêmicos eleitos na sessão de 28 de janeiro de 1897, para completar o quadro de
fundadores da Academia. Escolheu Raul Pompeia como patrono, ocupando a cadeira nº 33. Foi recebido na sessão de 1º de julho de 1900, por Lúcio de Mendonça.

Fez estudos preparatórios no Rio de Janeiro e ingressou na Escola Politécnica, mas não chegou a terminar o curso. Seguiu para o estrangeiro em missões diplomáticas. A
sua primeira missão foi a de secretário do Serviço de Imigração, e o contato, nessa época, com o Barão do Rio Branco, valeu-lhe ser nomeado secretário da missão Rio
Branco para a questão de limites Brasil- Argentina (1893-1895), com a Guiana Francesa (1895-1900) e com a Guiana Inglesa (1900-1901). Foi secretário de Legação na
Santa Sé, em 1900, e ministro em Lima, em 1906. Embaixador em missão especial, em 1910, representou o Brasil no centenário da independência da Argentina e nas
festas centenárias do Chile. Embaixador do Brasil em Washington, de 1911 a 1918, foi o digno sucessor de Joaquim Nabuco, por escolha do próprio Barão do Rio Branco.
Ao celebrar-se a paz europeia de Versalhes, Domício, como ministro das Relações Exteriores, pretendeu representar o Brasil naquela conferência, propósito que suscitou
divergências na imprensa brasileira. Convidado para a mesma embaixada, Rui Barbosa recusou, e o chefe da representação brasileira foi, afinal, Epitácio Pessoa, eleito
pouco depois, em seguida à morte de Rodrigues Alves, presidente da República. Domício foi substituído na Chancelaria por Azevedo Marques, seguindo como embaixador
em Londres, em 1920-21. Foi posto em disponibilidade durante a Presidência Bernardes.

Em 1919 foi Presidente da Academia Brasileira de Letras, em substituição a Rui Barbosa.

Domício da Gama era colaborador da Gazeta de Notícias ao tempo de Ferreira de Araújo e, ainda no início da carreira, escreveu contos, crônicas e críticas literárias.

Texto editado. Disponível em: http://www.academia.org.br/academicos/ domicio-da-gama/biografia. Acesso em: 10 jul.2018.

Considerando os fragmentos “Foi um dos dez acadêmicos eleitos na sessão de 28 de janeiro de 1897, para completar o quadro de fundadores da Academia” e “Seguiu
para o estrangeiro em missões diplomáticas”, pode-se afirmar que, em cada ocorrência, a preposição “para” significa, respectivamente:
a) com destino a e na hipótese de.
b) na hipótese de e com o propósito de.
c) com o propósito de e na condição de.
d) com a finalidade de e com destino a.
e) na condição de e com a finalidade de.

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COSEAC UFF - Ass Adm (UFF)/UFF/2019


Língua Portuguesa (Português) - Conjunção
17) TEXTO 1

APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA

Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.

Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.

Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.


Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.

Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:

— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!

Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.

Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.

No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:

— Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.

Eu respondi:

— Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.

Na passagem “Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa.” , a relação estabelecida pelo
conector “e” é de
a) adição.
b) consequência.
c) oposição.
d) concessão.
e) tempo.

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COSEAC UFF - Doc I (Pref Maricá)/Pref Maricá/Artes/2018


Língua Portuguesa (Português) - Conjunção
18) PADRE ANCHIETA

A história do Padre José de Anchieta (1534 – 1597), canonizado pelo Papa Francisco no Vaticano, tem um breve e marcante episódio na cidade de Maricá.

Em 1584, o padre considerado Apóstolo do Brasil e Fundador Histórico de Maricá realizou a chamada ‘Pesca Miraculosa’ ou ‘Pesca Milagrosa’ na Lagoa de Maricá, mais
precisamente na localidade de Araçatiba, junto com índios nativos da região. Ele também realizou uma catequização.

Na pesca miraculosa, o Padre José de Anchieta, que passou a se chamar São José do Anchieta após a sua canonização, antecipava aos índios quais peixes eles trariam ao
barco em determinada região da Lagoa de Maricá.

A pescaria foi tão abundante e variada que a praia se abarrotou de homens, que eram poucos para a salga de tantos peixes. Uma estátua do padre foi colocada no local
em 1997, quando se completaram 400 anos de sua morte, porém, pouco tempo depois foi roubada e até hoje não se conhece o seu paradeiro.

O local da primeira missa realizada por ele ainda é lembrado, porém, com muita vegetação e pouca informação de que aquele lugar é histórico no município. Muitos
moradores sequer sabem o significado da cruz afixada para demarcar o local da primeira missa celebrada na cidade de Maricá.

Adaptado. Fonte: http://maricainfo.com/2014/04/02/marica-padre-jose-de-anchieta-e-a-pesca-miraculosa.html .


Acesso em 18 jul 2018.

“O local da primeira missa realizada por ele ainda é lembrado, porém, com muita vegetação e pouca informação de que aquele lugar é histórico no município”. Em relação
à informação precedente, o conectivo sublinhado:

a) indica uma ideia alternativa.

b) apresenta uma ideia explicativa.

c) introduz uma ideia conclusiva.

d) soma uma ideia de mesma orientação discursiva.

e) anuncia uma ideia contrária à expectativa criada.

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COSEAC UFF - Doc I (Pref Maricá)/Pref Maricá/Língua Portuguesa/2018


Língua Portuguesa (Português) - Conjunção
19) Após a leitura dos textos, responda à questão que se segue:

Texto

O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.

Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que
“não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.

Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.

É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”

O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.

(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)

Considere-se o período: “Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma
participação ativa na interação com a linguagem e com o sentido do texto” (§ 5). Chamando-se, pela ordem, de A, B e C suas orações, seria um grande equívoco afirmar
que:

a) A é subordinada a C e coordenada a B.

b) B é coordenada a A e subordinada a C.

c) C é oração principal em relação a A e B.

d) A e B exercem a mesma função sintática.

e) A e B exprimem circunstância de tempo.

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Língua Portuguesa (Português) - Conjunção
20) Texto

– Por que o senhor está sentado aí tão sozinho? indagou Alice, sem querer iniciar uma discussão. – Ora essa, porque não tem ninguém aqui comigo! – gritou Humpty-Dumpty. – Pensou
que eu não saberia responder essa, hein? Pergunte outra.

(CARROLL, Lewis. Através do espelho e o que Alice encontrou lá. Trad. de


Sebastião Uchoa Leite. 2 ed. Rio, Fontana-Summus, 1977, p. 192.)

No hilariante diálogo que trava com Humpty-Dumpty, personagem surrealista do País do Espelho, Alice vê-se inúmeras vezes perplexa diante dos conceitos e da
argumentação com que ele agressivamente a enfrenta. Conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa, tentando apaziguar o mau humor de
seu irascível interlocutor. É difícil: lá vem ele em nova investida verbal, armado de um raciocínio aparentemente invulnerável. Nesta réplica alucinada, todavia, por mais
vitorioso que Humpty-Dumpty se considere, quem escorregou na lógica foi ele. Nem podia ser de outro modo, pois sua cabeça (cabeça? ou corpo? Alice não sabe se a
faixa que o circunda é uma gravata ou um cinto) funciona, como tudo nesse mundo surreal, por um processo de inversão da realidade.

Preocupada com a situação daquele estranho ser com formato de ovo – sentado sobre um muro do qual poderia a qualquer momento cair, espatifando-se –, Alice quer
saber a causa de estar ele ali tão só. Sua dúvida situa-se em um núcleo da frase interrogativa, precisamente aquele que corresponderia ao motivo desconhecido, e por
isso mesmo questionado: “por quê?”. A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante com um conteúdo esclarecedor. Os demais
elementos da frase já são do conhecimento de Alice e equivalem a uma asserção: “O senhor está sentado aí tão sozinho”.

Se Humpty-Dumpty não queria responder ao que ela indagava, então dissesse algo como “não me amole”, ou “o problema é meu”. Mas, como ele pretendeu satisfazer a
curiosidade da menina, esperava-se um adjunto ou uma oração adverbial de causa, que poderia ser “por preguiça”, “por não ter coisa mais interessante para fazer”, ou
ainda “porque este é um bom lugar e porque gosto de estar só”.

A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita. Ignorando o item “estar aí sentado”, que
se inclui na dúvida de Alice, pretendeu esclarecer somente a causa de sua solidão. Na verdade, porém, limitou-se a definir o que é estar sozinho: é não ter ninguém
consigo. Sua resposta é parecida com ele e com seu nome: os dois lados de um ovo são praticamente iguais.

Menos que uma definição, suas palavras são uma redundância, uma imagem espelhada de algo que Alice já sabia, visto que acabara de dizê-lo.

O fundamento dessa confusão armada por Humpty-Dumpty é de natureza gramatical – mais especificamente, sintática: ele não utilizou, como deveria, uma oração
subordinada causal (o que a menina esperava), mas uma coordenada explicativa, que não esclarecia a dúvida de Alice.

O problema, então, é distinguir a explicativa da causal, quando a conjunção que as encabeça é, fonética e fonologicamente, a mesma: porque. De um ponto de vista
sintático, porém, não o é. Aliás, “não o são” – no plural, visto que se trata de duas conjunções diferentes.

Como distingui-las? Não é simples. Mas esperamos que, ao término das reflexões que vamos desenvolver, isso fique, no mínimo, claro. Ou até fácil. Mário de Andrade não
diz que “abasta a gente saber”?

(CARONE. Flávia de Barros. Coordenação e subordinação, confrontos e contrastes. São Paulo: Ática, 1988, p. 7-9.)

Distinguir as orações coordenadas explicativas das subordinadas causais não é simples, e tem sido objeto de estudos recentes de não poucos estudiosos da língua. “Não é
simples”, concede a autora, para logo em seguida anunciar que pretende:
a) refutar a tese da dificuldade.

b) fazer novas concessões.

c) justificar a opinião corrente.

d) apelar para autoridade no assunto.

e) resumir as ideias expostas.

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Língua Portuguesa (Português) - Conjunção
21) Texto

– Por que o senhor está sentado aí tão sozinho? indagou Alice, sem querer iniciar uma discussão. – Ora essa, porque não tem ninguém aqui comigo! – gritou Humpty-Dumpty. – Pensou
que eu não saberia responder essa, hein? Pergunte outra.

(CARROLL, Lewis. Através do espelho e o que Alice encontrou lá. Trad. de


Sebastião Uchoa Leite. 2 ed. Rio, Fontana-Summus, 1977, p. 192.)

No hilariante diálogo que trava com Humpty-Dumpty, personagem surrealista do País do Espelho, Alice vê-se inúmeras vezes perplexa diante dos conceitos e da
argumentação com que ele agressivamente a enfrenta. Conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa, tentando apaziguar o mau humor de
seu irascível interlocutor. É difícil: lá vem ele em nova investida verbal, armado de um raciocínio aparentemente invulnerável. Nesta réplica alucinada, todavia, por mais
vitorioso que Humpty-Dumpty se considere, quem escorregou na lógica foi ele. Nem podia ser de outro modo, pois sua cabeça (cabeça? ou corpo? Alice não sabe se a
faixa que o circunda é uma gravata ou um cinto) funciona, como tudo nesse mundo surreal, por um processo de inversão da realidade.

Preocupada com a situação daquele estranho ser com formato de ovo – sentado sobre um muro do qual poderia a qualquer momento cair, espatifando-se –, Alice quer
saber a causa de estar ele ali tão só. Sua dúvida situa-se em um núcleo da frase interrogativa, precisamente aquele que corresponderia ao motivo desconhecido, e por
isso mesmo questionado: “por quê?”. A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante com um conteúdo esclarecedor. Os demais
elementos da frase já são do conhecimento de Alice e equivalem a uma asserção: “O senhor está sentado aí tão sozinho”.

Se Humpty-Dumpty não queria responder ao que ela indagava, então dissesse algo como “não me amole”, ou “o problema é meu”. Mas, como ele pretendeu satisfazer a
curiosidade da menina, esperava-se um adjunto ou uma oração adverbial de causa, que poderia ser “por preguiça”, “por não ter coisa mais interessante para fazer”, ou
ainda “porque este é um bom lugar e porque gosto de estar só”.

A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita. Ignorando o item “estar aí sentado”, que
se inclui na dúvida de Alice, pretendeu esclarecer somente a causa de sua solidão. Na verdade, porém, limitou-se a definir o que é estar sozinho: é não ter ninguém
consigo. Sua resposta é parecida com ele e com seu nome: os dois lados de um ovo são praticamente iguais.

Menos que uma definição, suas palavras são uma redundância, uma imagem espelhada de algo que Alice já sabia, visto que acabara de dizê-lo.

O fundamento dessa confusão armada por Humpty-Dumpty é de natureza gramatical – mais especificamente, sintática: ele não utilizou, como deveria, uma oração
subordinada causal (o que a menina esperava), mas uma coordenada explicativa, que não esclarecia a dúvida de Alice.

O problema, então, é distinguir a explicativa da causal, quando a conjunção que as encabeça é, fonética e fonologicamente, a mesma: porque. De um ponto de vista
sintático, porém, não o é. Aliás, “não o são” – no plural, visto que se trata de duas conjunções diferentes.

Como distingui-las? Não é simples. Mas esperamos que, ao término das reflexões que vamos desenvolver, isso fique, no mínimo, claro. Ou até fácil. Mário de Andrade não
diz que “abasta a gente saber”?

(CARONE. Flávia de Barros. Coordenação e subordinação, confrontos e contrastes. São Paulo: Ática, 1988, p. 7-9.)

A opção em que a conjunção COMO tem o mesmo valor sintático-semântico que em: “ele não utilizou, como deveria, uma oração subordinada causal” é:
a) Não sabemos COMO Alice conseguia dialogar com o surreal Humpty-Dumpty.

b) Alice, COMO todos os demais personagens de ficção, dialoga também conosco.

c) COMO é conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa.

d) Alice com sua história atravessa os tempos, COMO sonhou seu criador.

e) Eis, em suma, o modo COMO Alice se dirige a seu interlocutor.

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Língua Portuguesa (Português) - Conjunção
22) Texto

– Por que o senhor está sentado aí tão sozinho? indagou Alice, sem querer iniciar uma discussão. – Ora essa, porque não tem ninguém aqui comigo! – gritou Humpty-Dumpty. – Pensou
que eu não saberia responder essa, hein? Pergunte outra.

(CARROLL, Lewis. Através do espelho e o que Alice encontrou lá. Trad. de


Sebastião Uchoa Leite. 2 ed. Rio, Fontana-Summus, 1977, p. 192.)

No hilariante diálogo que trava com Humpty-Dumpty, personagem surrealista do País do Espelho, Alice vê-se inúmeras vezes perplexa diante dos conceitos e da
argumentação com que ele agressivamente a enfrenta. Conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa, tentando apaziguar o mau humor de
seu irascível interlocutor. É difícil: lá vem ele em nova investida verbal, armado de um raciocínio aparentemente invulnerável. Nesta réplica alucinada, todavia, por mais
vitorioso que Humpty-Dumpty se considere, quem escorregou na lógica foi ele. Nem podia ser de outro modo, pois sua cabeça (cabeça? ou corpo? Alice não sabe se a
faixa que o circunda é uma gravata ou um cinto) funciona, como tudo nesse mundo surreal, por um processo de inversão da realidade.
Preocupada com a situação daquele estranho ser com formato de ovo – sentado sobre um muro do qual poderia a qualquer momento cair, espatifando-se –, Alice quer
saber a causa de estar ele ali tão só. Sua dúvida situa-se em um núcleo da frase interrogativa, precisamente aquele que corresponderia ao motivo desconhecido, e por
isso mesmo questionado: “por quê?”. A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante com um conteúdo esclarecedor. Os demais
elementos da frase já são do conhecimento de Alice e equivalem a uma asserção: “O senhor está sentado aí tão sozinho”.

Se Humpty-Dumpty não queria responder ao que ela indagava, então dissesse algo como “não me amole”, ou “o problema é meu”. Mas, como ele pretendeu satisfazer a
curiosidade da menina, esperava-se um adjunto ou uma oração adverbial de causa, que poderia ser “por preguiça”, “por não ter coisa mais interessante para fazer”, ou
ainda “porque este é um bom lugar e porque gosto de estar só”.

A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita. Ignorando o item “estar aí sentado”, que
se inclui na dúvida de Alice, pretendeu esclarecer somente a causa de sua solidão. Na verdade, porém, limitou-se a definir o que é estar sozinho: é não ter ninguém
consigo. Sua resposta é parecida com ele e com seu nome: os dois lados de um ovo são praticamente iguais.

Menos que uma definição, suas palavras são uma redundância, uma imagem espelhada de algo que Alice já sabia, visto que acabara de dizê-lo.

O fundamento dessa confusão armada por Humpty-Dumpty é de natureza gramatical – mais especificamente, sintática: ele não utilizou, como deveria, uma oração
subordinada causal (o que a menina esperava), mas uma coordenada explicativa, que não esclarecia a dúvida de Alice.

O problema, então, é distinguir a explicativa da causal, quando a conjunção que as encabeça é, fonética e fonologicamente, a mesma: porque. De um ponto de vista
sintático, porém, não o é. Aliás, “não o são” – no plural, visto que se trata de duas conjunções diferentes.

Como distingui-las? Não é simples. Mas esperamos que, ao término das reflexões que vamos desenvolver, isso fique, no mínimo, claro. Ou até fácil. Mário de Andrade não
diz que “abasta a gente saber”?

(CARONE. Flávia de Barros. Coordenação e subordinação, confrontos e contrastes. São Paulo: Ática, 1988, p. 7-9.)

Altera-se o sentido de: “A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita” substituindo-se a
locução prepositiva “em que pese” por:
a) apesar de.

b) por força de.

c) sem embargo de.

d) a despeito de.

e) não obstante.

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Língua Portuguesa (Português) - Conjunção
23) Texto 1

DOMÍCIO DA GAMA

Domício da Gama (Domício Afonso Forneiro, adotou do padrinho o Gama), jornalista, diplomata, contista e cronista, nasceu em Maricá, RJ, em 23 de outubro de 1862 e
faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8 de novembro de 1925. Foi um dos dez acadêmicos eleitos na sessão de 28 de janeiro de 1897, para completar o quadro de
fundadores da Academia. Escolheu Raul Pompeia como patrono, ocupando a cadeira nº 33. Foi recebido na sessão de 1º de julho de 1900, por Lúcio de Mendonça.

Fez estudos preparatórios no Rio de Janeiro e ingressou na Escola Politécnica, mas não chegou a terminar o curso. Seguiu para o estrangeiro em missões diplomáticas. A
sua primeira missão foi a de secretário do Serviço de Imigração, e o contato, nessa época, com o Barão do Rio Branco, valeu-lhe ser nomeado secretário da missão Rio
Branco para a questão de limites Brasil- Argentina (1893-1895), com a Guiana Francesa (1895-1900) e com a Guiana Inglesa (1900-1901). Foi secretário de Legação na
Santa Sé, em 1900, e ministro em Lima, em 1906. Embaixador em missão especial, em 1910, representou o Brasil no centenário da independência da Argentina e nas
festas centenárias do Chile. Embaixador do Brasil em Washington, de 1911 a 1918, foi o digno sucessor de Joaquim Nabuco, por escolha do próprio Barão do Rio Branco.
Ao celebrar-se a paz europeia de Versalhes, Domício, como ministro das Relações Exteriores, pretendeu representar o Brasil naquela conferência, propósito que suscitou
divergências na imprensa brasileira. Convidado para a mesma embaixada, Rui Barbosa recusou, e o chefe da representação brasileira foi, afinal, Epitácio Pessoa, eleito
pouco depois, em seguida à morte de Rodrigues Alves, presidente da República. Domício foi substituído na Chancelaria por Azevedo Marques, seguindo como embaixador
em Londres, em 1920-21. Foi posto em disponibilidade durante a Presidência Bernardes.

Em 1919 foi Presidente da Academia Brasileira de Letras, em substituição a Rui Barbosa.

Domício da Gama era colaborador da Gazeta de Notícias ao tempo de Ferreira de Araújo e, ainda no início da carreira, escreveu contos, crônicas e críticas literárias.

Texto editado. Disponível em: http://www.academia.org.br/academicos/ domicio-da-gama/biografia. Acesso em: 10 jul.2018.

O conectivo sublinhado no período “Fez estudos preparatórios no Rio de Janeiro e ingressou na Escola Politécnica, mas não chegou a terminar o curso.” pode ser
substituído, sem alterar seu sentido, por:
a) enquanto.
b) entretanto.
c) porquanto.
d) portanto.
e) contanto

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Língua Portuguesa (Português) - Questões Variadas de Classe de Palavras
24) TEXTO 1

APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA


Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.

Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.

Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.

Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.

Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:

— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!

Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.

Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.

No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:

— Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.

Eu respondi:

— Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.

No título, “Aprenda a chamar a polícia”, os termos em destaque são classificados gramaticalmente, respectivamente, como

a) artigo definido e pronome oblíquo.


b) pronome oblíquo e preposição.
c) artigo definido e artigo definido.
d) preposição e pronome oblíquo.
e) preposição e artigo definido.

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Língua Portuguesa (Português) - Questões Variadas de Classe de Palavras
25) TEXTO 1

APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA

Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.

Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.

Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.

Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.

Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:

— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!

Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.

Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.

No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:

— Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.

Eu respondi:

— Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.

Sob o ponto de vista morfológico, todas as palavras destacadas a seguir podem ser flexionadas em número, EXCETO
a) “Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas (...)”
b) “Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas (...)”
c) “Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas (...)”
d) “Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas (...)”
e) “Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas (...)”
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Língua Portuguesa (Português) - Questões Variadas de Classe de Palavras
26) TEXTO 2

Em um artigo, publicado em 23 de março de 1999 na Folha de S. Paulo, Carlos Heitor Cony transcreve um manual de “Sobrevivência na Selva”, escrito pelo jornalista Leon
Eliachar. Eis alguns mandamentos:

1) Não sair de casa;


2) Não ficar em casa;
3) Se sair, não sair sozinho, nem acompanhado;
4) Se sair sozinho ou acompanhado, não sair a pé nem de carro;
5) Se sair a pé, não andar devagar, nem depressa, nem parar;
6) Se sair de carro, não parar nas esquinas, nem no meio da rua, nem nas calçadas, nem nos sinais. Melhor deixar o carro na garagem e pegar uma condução;
7) Se pegar uma condução, não pegar ônibus, nem táxi, nem trem, nem carona;
8) Se decidir ficar em casa, não ficar sozinho nem acompanhado;
9) Se ficar sozinho ou acompanhado, não deixar a porta aberta nem fechada;
10) Como não adianta mudar de cidade ou de país, o único jeito é ficar no ar. Mas não num avião.

Segundo o colunista da Folha de S. Paulo Carlos Heitor Cony, Leon não seguiu os conselhos que deu, pois foi assassinado no banheiro de seu apartamento. O caso dele
teria sido passional, já que se apaixonara por uma mulher casada. De qualquer forma, segundo o colunista, Leon poderia ter acrescentado um mandamento aos dez que
inventou: “11) Não amar a mulher do próximo nem a própria.”.

CONY, Carlos Heitor. Sobrevivência na selva. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 mar. 1999.

Assinale a opção em que todas as três palavras retiradas do Texto 2 pertencem à mesma classe gramatical.

a) casa – sozinho – único)


b) passional – já – própria
c) esquinas – calçadas – carona
d) transcreve – escrito – mandamentos
e) alguns – táxi – país

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COSEAC UFF - Doc I (Pref Maricá)/Pref Maricá/Artes/2018


Língua Portuguesa (Português) - Questões Variadas de Classe de Palavras
27) PADRE ANCHIETA

A história do Padre José de Anchieta (1534 – 1597), canonizado pelo Papa Francisco no Vaticano, tem um breve e marcante episódio na cidade de Maricá.

Em 1584, o padre considerado Apóstolo do Brasil e Fundador Histórico de Maricá realizou a chamada ‘Pesca Miraculosa’ ou ‘Pesca Milagrosa’ na Lagoa de Maricá, mais
precisamente na localidade de Araçatiba, junto com índios nativos da região. Ele também realizou uma catequização.

Na pesca miraculosa, o Padre José de Anchieta, que passou a se chamar São José do Anchieta após a sua canonização, antecipava aos índios quais peixes eles trariam ao
barco em determinada região da Lagoa de Maricá.

A pescaria foi tão abundante e variada que a praia se abarrotou de homens, que eram poucos para a salga de tantos peixes. Uma estátua do padre foi colocada no local
em 1997, quando se completaram 400 anos de sua morte, porém, pouco tempo depois foi roubada e até hoje não se conhece o seu paradeiro.

O local da primeira missa realizada por ele ainda é lembrado, porém, com muita vegetação e pouca informação de que aquele lugar é histórico no município. Muitos
moradores sequer sabem o significado da cruz afixada para demarcar o local da primeira missa celebrada na cidade de Maricá.

Adaptado. Fonte: http://maricainfo.com/2014/04/02/marica-padre-jose-de-anchieta-e-a-pesca-miraculosa.html .


Acesso em 18 jul 2018.

O termo sublinhado em “Muitos moradores sequer sabem o significado da cruz afixada para demarcar o local da primeira missa celebrada na cidade de Maricá.” tem valor:

a) adjetivo.

b) adverbial.

c) conjuntivo.

d) pronominal.

e) preposicional.

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COSEAC UFF - Doc II (Pref Maricá)/Pref Maricá/2018


Língua Portuguesa (Português) - Questões Variadas de Classe de Palavras
28) O texto a seguir, retirado do jornal online O MARICÁ, servirá de base para a questão.

Projeto Onda Certa abre 45 vagas para edição de inverno

10/07/2018
A partir de quarta-feira (11/07), estarão abertas 45 vagas gratuitas para crianças e adolescentes de 8 a 17 anos participarem da edição de inverno do Projeto Onda Certa,
desenvolvido pela Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) e a Secretaria de Proteção e Defesa Civil. A iniciativa, que faz parte dos projetos sociais da
Codemar, visa oferecer, no período de férias escolares, dicas de prevenção de afogamentos, primeiros socorros, identificação de correntes de retorno (valas), preservação
ambiental e iniciação ao surf e bodysurf, além de outros exercícios físicos na areia da praia e jogos interativos, tudo de forma leve e lúdica, porém responsável e voltada
para a utilidade pública.

As inscrições seguem até o dia (13/07) ou enquanto durarem as vagas e podem ser feitas no posto de guarda-vidas na Rua 4, no bairro Barra de Maricá, das 9h às 15h.
Para se inscrever é necessário apresentar os seguintes documentos: cópia da identidade do responsável, cópia da certidão de nascimento ou identidade do menor e
preencher as fichas de autorização.

A edição de inverno do projeto acontecerá entre os dias 16 a 27 (exceto sábado e domingo) de julho, na Barra de Maricá, das 9h às 12h. As atividades serão divididas em
três grupos, de acordo com a faixa etária de oito aos 11 anos; 12 a 14 anos e 15 aos 17 anos.

Serviço: Projeto Onda Certa

Público: crianças e adolescentes entre 8 e 17 anos.

Inscrições: 11/07 a 13/07 das 9h às 15h – Rua 4 – Praia da Barra de Maricá (ou enquanto durarem as vagas).

Documentos: Cópia da identidade do responsável, cópia da certidão de nascimento ou identidade do menor, preencher as fichas de autorização no local.

Período e local: 16 a 27 e julho das 9h às 12h – Rua 4 –


Praia da Barra de Maricá (exceto sábado e domingo) (In:https://jornalomarica.com.br/2018/07/10/projeto-onda-certa-abre-45-vagas-para-edicao-de-inverno/- acessado em julho de 2018).

Os nomes podem ser substantivos ou adjetivos, de acordo com a função que desempenham nas orações. Estabeleça a correspondência correta entre as duas colunas, de
acordo com a função dos termos destacados na Coluna II.

Coluna I

1. substantivo
2. adjetivo

Coluna II

( ) “estarão abertas vagas gratuitas”


( ) “vagas gratuitas para crianças e adolescentes”
( ) “período de férias escolares”
( ) “ cópia da identidade do responsável”
( ) “preservação ambiental e iniciação ao surf”

A sequência correta, de cima para baixo, é:

a) 1, 2, 2, 1 e 1.
b) 2, 1, 1, 2 e 2.
c) 2, 1, 2, 1 e 1.
d) 1, 1, 2, 1 e 2.
e) 2, 1, 2, 2 e 1.

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Língua Portuguesa (Português) - Sinônimos e Antônimos
29) A MISSA DO COUPÉ

Machado de Assis

“Na Igreja de São Domingos diz-se hoje uma missa por alma de João de Melo, falecido em Maricá.”

Não se sabendo quem mandava dizer a missa, ninguém lá foi. A igreja escolhida deu ainda menos relevo ao ato; não era vistosa, nem buscada, mas velhota, sem galas
nem gente, metida ao canto de um pequeno largo, adequada à missa recôndita e anônima.

Às oito horas parou um coupé à porta; o lacaio desceu, abriu a portinhola, desbarretou-se e perfilou-se. Saiu um senhor e deu a mão a uma senhora, a senhora saiu e
tomou o braço ao senhor, atravessaram o pedacinho de largo e entraram na igreja. Na sacristia era tudo espanto. A alma que a tais sítios atraíra um carro de luxo, cavalos
de raça, e duas pessoas tão finas não seria como as outras almas ali sufragadas. A missa foi ouvida sem pêsames nem lágrimas. Quando acabou, o senhor foi à sacristia
dar as espórtulas. O sacristão, agasalhando na algibeira a nota de dez mil-réis que recebeu, achou que ela provava a sublimidade do defunto; mas que defunto era esse?
O mesmo pensaria a caixa das almas, se pensasse, quando a luva da senhora deixou cair dentro uma pratinha de cinco tostões. Já então havia na igreja meia dúzia de
crianças maltrapilhas, e, fora, alguma gente às portas e no largo, esperando. O senhor, chegando à porta, relanceou os olhos, ainda que vagamente, e viu que era objeto
de curiosidade. A senhora trazia os seus no chão. E os dois entraram no carro, com o mesmo gesto, o lacaio bateu a portinhola e partiram.

A gente local não falou de outra coisa naquele e nos dias seguintes. Sacristão e vizinhos relembravam o coupé, com orgulho. Era a missa do coupé. As outras missas
vieram vindo, todas a pé, algumas de sapato roto, não raras descalças, capinhas velhas, morins estragados, missas de chita, ao domingo, missas de tamancos. Tudo
voltou ao costume, mas a missa do coupé viveu na memória por muitos meses. Afinal não se falou mais nela; esqueceu como um baile.

ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. São Paulo: Editora


Globo, 1997, p. 10.

Glossário:
Coupé (ou cupê) – Carruagem ou carro de duas portas.
Desbarretar – Retirar o barrete ou o chapéu.
Espórtula – Esmola.

De acordo com o texto, em “O sacristão, agasalhando na algibeira a nota de dez mil-réis que recebeu, achou que ela provava a sublimidade do defunto...”, “sublimidade”
significa:
a) espiritualidade.
b) ostracismo.

c) passamento.

d) altruísmo.

e) prestígio.

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Língua Portuguesa (Português) - Homônimos e Parônimos
30) ALUNA

Conservo-te o meu sorriso


para, quando me encontrares,
veres que ainda tenho uns ares
de aluna do paraíso...

Leva sempre a minha imagem


a submissa rebeldia
dos que estudam todo o dia
sem chegar à aprendizagem...

– e, de salas interiores,
por altíssimas janelas,
descobrem coisas mais belas,
rindo-se dos professores...

Gastarei meu tempo inteiro


nessa brincadeira triste;
mas na escola não existe
mais do que pena e tinteiro!

E toda a humana docência


para inventar-me um oficio
ou morre sem exercício
ou se perde na experiência...

(MEIRELES, Cecília. Vaga música. Rio: Pongetti, 1942, p. 82-83.)

Dentre os substantivos em destaque, aquele em que o fato linguístico da homonímia gera uma possibilidade de ambiguidade expressiva que não pode passar
despercebida na leitura do poema é:
a) de ALUNA do paraíso.

b) sem chegar à APRENDIZAGEM.

c) rindo-se dos PROFESSORES.

d) mas na ESCOLA não existe.

e) mais do que PENA e tinteiro.

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Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
31) TEXTO 1

A DISCIPLINA DO AMOR

Lygia Fagundes Telles

Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.

Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.

Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.

As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.

TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.

A palavra “festinhas”, no texto, significa uma


a) pequena festa.

b) reunião divertida.

c) brincadeira alegre.

d) reunião de cachorros.

e) brincadeira sem importância.

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COSEAC UFF - Doc II (Pref Maricá)/Pref Maricá/2018


Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
32) Leia a letra da canção de Preta Gil e Gilberto Gil para responder à questão.

Ser diferente é normal

Todo mundo tem seu jeito singular


De crescer, aparecer e se manifestar.
Se o peso na balança é de uns quilinhos a mais
E daí, que diferença faz?
Todo mundo tem que ser especial
Em oportunidades, em direitos, coisa e tal
Seja branco, preto, verde, azul ou lilás
E daí, que diferença faz?
Já pensou, tudo sempre igual?
Ser mais do mesmo o tempo todo
não é tão legal
Já pensou, sempre tão igual?
Tá na hora de ir em frente:
Ser diferente é normal!

(In: Sitio: “Revista Época”. Disponível em: <http://colunas.


revistaepoca. globo.com/brunoastuto/2012/11/06/preta-e-gilberto-gil-lancam-nova-musica-na-campanha-ser-diferente-e-normal/>. Acesso em: 27 de mar. 2014. – acessado em julho de 2018).

No primeiro verso da canção, a palavra SINGULAR assume sentido de:

a) único, individual.
b) diferente, estranho.
c) exótico, incomum.
d) normal, corriqueiro.
e) específico, incômodo.

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COSEAC UFF - Doc II (Pref Maricá)/Pref Maricá/2018


Língua Portuguesa (Português) - Significação de Vocábulo e Expressões
33) Leia a letra da canção de Preta Gil e Gilberto Gil para responder à questão.

Ser diferente é normal

Todo mundo tem seu jeito singular


De crescer, aparecer e se manifestar.
Se o peso na balança é de uns quilinhos a mais
E daí, que diferença faz?
Todo mundo tem que ser especial
Em oportunidades, em direitos, coisa e tal
Seja branco, preto, verde, azul ou lilás
E daí, que diferença faz?
Já pensou, tudo sempre igual?
Ser mais do mesmo o tempo todo
não é tão legal
Já pensou, sempre tão igual?
Tá na hora de ir em frente:
Ser diferente é normal!

(In: Sitio: “Revista Época”. Disponível em: <http://colunas.


revistaepoca. globo.com/brunoastuto/2012/11/06/preta-e-gilberto-gil-lancam-nova-musica-na-campanha-ser-diferente-e-normal/>. Acesso em: 27 de mar. 2014. – acessado em julho de 2018).

A expressão “mais do mesmo”, empregada em um registro informal, coloquial, pode ser compreendida como ser:

a) diferente de todos.
b) igual a todo mundo.
c) sempre a mesma pessoa.
d) do jeito que os amigos são.
e) parecido com a maioria das pessoas.

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COSEAC UFF - Adm (UFF)/UFF/2019
Língua Portuguesa (Português) - Sujeito
34) TEXTO 1

A DISCIPLINA DO AMOR

Lygia Fagundes Telles

Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.

Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.

Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.

As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.

TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.

O termo destacado em “Casou-se a noiva com um primo” exerce a função sintática de


a) sujeito.

b) objeto direto.

c) adjunto adnominal.

d) complemento nominal.

e) objeto indireto.

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Língua Portuguesa (Português) - Predicado
35) Texto 1

NIEMEYER

Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, mais conhecido como Oscar Niemeyer, nasceu em 15 de dezembro de 1907 no bairro das Laranjeiras, no Rio de
Janeiro, e durante anos morou na casa de seu avô, Ribeiro de Almeida, em Maricá. Casou-se em 1928 com Annita Baldo. Dessa relação teve Anna Maria, sua única filha.

Aos 23 anos foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Estagiou no escritório de Lúcio Costa, onde participou do projeto do Ministério da Educação. Niemeyer ganhou
o mundo com projetos ousados e revolucionários. Itália, França, Argélia e até a ONU conheceram os traços desse ousado brasileiro. É autor de vários projetos
importantes no Brasil como Brasília, o conjunto da Pampulha e o Sambódromo do Rio.

“Minha família vinha de Maricá. Meu avô Ribeiro de Almeida nasceu lá. Já meu avô Niemeyer não o conheci. Sempre morei com esse avô Ribeiro de Almeida. Ele foi juiz
de direito em Maricá e depois foi para o Rio. Ele chegou a ministro do Supremo, e a casa era muito frequentada. Ele era um sujeito correto. De modo que, em tempos de
esculhambação, a lembrança dele é muito boa.”

CASA DE MARICÁ

A Casa de Maricá foi um presente de Horácio de Carvalho, jornalista e dono do Diário Popular. Amigos desde a juventude, frequentavam o café Lamas, o bilhar, os cabarés
da cidade e as noites do Rio de Janeiro. (...) Certo dia, Horácio ligou para Niemeyer e disse: “A casa é sua. Só você pode consertá-la...”. (...)

“É uma bela casa. A varanda larga a completar as salas, convidando-nos a nela ficar com frequência. Dentro, são oito quartos, separados pelas salas, amplas, sem a
disciplina e a lógica funcional que os projetos de hoje apresentam (uma das características das casas coloniais). E o telhado a descer com seu galeio natural, adaptando-
se à capela que surge no conjunto dominadora, como uma verdadeira igreja.”

Texto editado. Disponível em: https://leisecamarica.com.br/maricaense-oscar-niemeyer-e-sua-historia-com-a-cidade/

Os predicados sublinhados em: “Ele foi juiz de direito em Maricá e depois foi para o Rio.” são:
a) ambos nominais, com caráter descritivo.
b) respectivamente, verbal, com caráter descritivo, e nominal, com caráter narrativo.
c) ambos verbais, com caráter narrativo.
d) respectivamente, nominal, com caráter descritivo, e verbal, com caráter narrativo.
e) ambos verbais, com caráter descritivo.

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Língua Portuguesa (Português) - Termos Acessórios (Adjunto Adnominal, Adjunto Adverbial e Aposto). Vocativo
36) Texto 1
Ex-doméstica, primeira comandante da Guarda de SP quer intensificar proteção à mulher
Guilherme Seto - Paulo Gomes

Primeira mulher nomeada comandante da maior guarda do país, Elza Paulina de Souza, 52 anos, viveu a desigualdade de gêneros durante sua trajetória. Mãe solteira,
chegou a ter que esconder a filha pequena em um banheiro do seu posto de trabalho por não ter com quem deixá-la.

Trabalhou como empregada doméstica e dirigiu trator na roça. Entrou na Guarda Civil Metropolitana de São Paulo no ano em que a instituição foi criada, em 1986, época
em que as agentes tinham que usar uma saia que limitava os movimentos e não podiam andar armadas.

Alta e com postura retilínea, Elza é uma figura imponente. Diz que nunca foi conhecida por ser “meiguinha” – “muito pelo contrário, não passo a mão na cabeça, sou
meio bruta, tropeços nos ambientes”.

Essa postura, ressalta, não tem a ver com uma maneira de marcar território em uma instituição historicamente masculina. “Não preciso cuspir no chão para mostrar que
sou mais capaz que um homem”. Formada em fisioterapia, medicina oriental e filosofia, ela diz usar o conhecimento e o diálogo como maneiras de refletir sobre o espaço
e a relação com o outro.

No programa Guardiã Maria da Penha, Elza foi a responsável pela instalação de uma espécie de botão de pânico virtual no aplicativo SP + Segura, da Secretaria Municipal
de Segurança Urbana. “Eu falei para o desenvolvedor aprimorar, porque eu não tinha como dar o botão do pânico para as meninas, mas eu tenho o aplicativo”, diz. ‘É
muito mais prático. O botão ela pode esquecer. O celular ela não esquece”, explica.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/


04/ex-domestica-primeira-comandante-da-guarda-de-sp-quer-intensificar-protecao-a-mulher.shtml. Acesso em 12 jul. 2019. Adaptado.

“Primeira mulher nomeada comandante da maior guarda do país, Elza Paulina de Souza, 52 anos, viveu a desigualdade de gêneros durante sua trajetória. Mãe solteira,
chegou a ter que esconder a filha pequena em um banheiro do seu posto de trabalho por não ter com quem deixá-la.”

Cada expressão sublinhada no trecho em estudo exerce, respectivamente, a seguinte função sintática:
a) Vocativo, adjunto adnominal, sujeito
b) Predicativo, sujeito, adjunto adnominal
c) Aposto, predicativo, objeto direto
d) Sujeito, complemento nominal, predicativo
e) Objeto direto, aposto, objeto indireto

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Língua Portuguesa (Português) - Orações Subordinadas Adjetivas
37) Texto 2

CÔNSUL!

Domício da Gama

No café de Londres, às onze horas da noite. Chove desabridamente. Entre a zoada dos aguaceiros, que lavam a rua, ouvem-se raros passos apressados de transeuntes
invisíveis na sombra. A espaços um ronco rápido e surdo, como um rufo de tambor molhado, assinala a passagem de um guarda-chuva por baixo do jorro de uma goteira
que transborda. Corre um sopro glacial de tédio e desconforto pelo café profusamente iluminado, em que já pouca gente resta. O silêncio só é quebrado pelo ruído dos
talheres e da conversa de três rapazes cavaqueando numa ceia econômica ao fundo. O homem do contador cochila. Sentado a uma mesinha, em frente ao prato vazio,
em que um osso descarnado de galinha comemora a passagem de uma canja, está um homem que cisma sobre um jornal.

GAMA, Domício. Apud SANDANELLO, F. B. Domício da Gama e o impressionismo literário no Brasil. São Luís, MA: EDUFMA, 2017. p. 169.

Em “Entre a zoada dos aguaceiros, que lavam a rua, ouvem-se raros passos apressados de transeuntes invisíveis na sombra”, a oração sublinhada:
a) indica as circunstâncias da chuva.
b) identifica a zoada.
c) qualifica os aguaceiros.
d) centraliza a ação do período.
e) tematiza a descrição.

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Língua Portuguesa (Português) - Orações Subordinadas Adverbiais
38) Texto 1

Ex-doméstica, primeira comandante da Guarda de SP quer intensificar proteção à mulher


Guilherme Seto - Paulo Gomes

Primeira mulher nomeada comandante da maior guarda do país, Elza Paulina de Souza, 52 anos, viveu a desigualdade de gêneros durante sua trajetória. Mãe solteira,
chegou a ter que esconder a filha pequena em um banheiro do seu posto de trabalho por não ter com quem deixá-la.

Trabalhou como empregada doméstica e dirigiu trator na roça. Entrou na Guarda Civil Metropolitana de São Paulo no ano em que a instituição foi criada, em 1986, época
em que as agentes tinham que usar uma saia que limitava os movimentos e não podiam andar armadas.

Alta e com postura retilínea, Elza é uma figura imponente. Diz que nunca foi conhecida por ser “meiguinha” – “muito pelo contrário, não passo a mão na cabeça, sou
meio bruta, tropeços nos ambientes”.

Essa postura, ressalta, não tem a ver com uma maneira de marcar território em uma instituição historicamente masculina. “Não preciso cuspir no chão para mostrar que
sou mais capaz que um homem”. Formada em fisioterapia, medicina oriental e filosofia, ela diz usar o conhecimento e o diálogo como maneiras de refletir sobre o espaço
e a relação com o outro.
No programa Guardiã Maria da Penha, Elza foi a responsável pela instalação de uma espécie de botão de pânico virtual no aplicativo SP + Segura, da Secretaria Municipal
de Segurança Urbana. “Eu falei para o desenvolvedor aprimorar, porque eu não tinha como dar o botão do pânico para as meninas, mas eu tenho o aplicativo”, diz. ‘É
muito mais prático. O botão ela pode esquecer. O celular ela não esquece”, explica.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/


04/ex-domestica-primeira-comandante-da-guarda-de-sp-quer-intensificar-protecao-a-mulher.shtml. Acesso em 12 jul. 2019. Adaptado.

Em “Mãe solteira, chegou a ter que esconder a filha pequena em um banheiro do seu posto de trabalho por não ter com quem deixá-la”, a oração sublinhada expressa
ideia de:

a) Modo
b) Condição
c) Lugar
d) Fim
e) Causa

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Língua Portuguesa (Português) - Orações Subordinadas Adverbiais
39) Texto 2

Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/atracao/nosso-oscar-niemeyer/

A oração sublinhada em “Preciso apresentar-lhe uns projetos para melhorar aquele lugar ali !” expressa:
a) fim.
b) consequência.
c) adição.
d) causa.
e) explicação.

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Língua Portuguesa (Português) - Questões Mescladas de Sintaxe
40) TEXTO 1

A DISCIPLINA DO AMOR

Lygia Fagundes Telles

Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.

Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.

Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.

As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.

TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.

No trecho “Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina”, as duas ocorrências do termo “jovem” exercem,
respectivamente, as funções sintáticas de
a) predicativo e sujeito.
b) sujeito e objeto direto.
c) objeto direto e predicativo.
d) sujeito e adjunto adnominal.
e) adjunto adnominal e objeto direto.

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COSEAC UFF - Doc I (Pref Maricá)/Pref Maricá/Língua Portuguesa/2018


Língua Portuguesa (Português) - Pontuação (Ponto, Vírgula, Travessão, Aspas, Parênteses, etc)
41) Texto
– Por que o senhor está sentado aí tão sozinho? indagou Alice, sem querer iniciar uma discussão. – Ora essa, porque não tem ninguém aqui comigo! – gritou Humpty-Dumpty. – Pensou
que eu não saberia responder essa, hein? Pergunte outra.

(CARROLL, Lewis. Através do espelho e o que Alice encontrou lá. Trad. de


Sebastião Uchoa Leite. 2 ed. Rio, Fontana-Summus, 1977, p. 192.)

No hilariante diálogo que trava com Humpty-Dumpty, personagem surrealista do País do Espelho, Alice vê-se inúmeras vezes perplexa diante dos conceitos e da
argumentação com que ele agressivamente a enfrenta. Conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa, tentando apaziguar o mau humor de
seu irascível interlocutor. É difícil: lá vem ele em nova investida verbal, armado de um raciocínio aparentemente invulnerável. Nesta réplica alucinada, todavia, por mais
vitorioso que Humpty-Dumpty se considere, quem escorregou na lógica foi ele. Nem podia ser de outro modo, pois sua cabeça (cabeça? ou corpo? Alice não sabe se a
faixa que o circunda é uma gravata ou um cinto) funciona, como tudo nesse mundo surreal, por um processo de inversão da realidade.

Preocupada com a situação daquele estranho ser com formato de ovo – sentado sobre um muro do qual poderia a qualquer momento cair, espatifando-se –, Alice quer
saber a causa de estar ele ali tão só. Sua dúvida situa-se em um núcleo da frase interrogativa, precisamente aquele que corresponderia ao motivo desconhecido, e por
isso mesmo questionado: “por quê?”. A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante com um conteúdo esclarecedor. Os demais
elementos da frase já são do conhecimento de Alice e equivalem a uma asserção: “O senhor está sentado aí tão sozinho”.

Se Humpty-Dumpty não queria responder ao que ela indagava, então dissesse algo como “não me amole”, ou “o problema é meu”. Mas, como ele pretendeu satisfazer a
curiosidade da menina, esperava-se um adjunto ou uma oração adverbial de causa, que poderia ser “por preguiça”, “por não ter coisa mais interessante para fazer”, ou
ainda “porque este é um bom lugar e porque gosto de estar só”.

A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita. Ignorando o item “estar aí sentado”, que
se inclui na dúvida de Alice, pretendeu esclarecer somente a causa de sua solidão. Na verdade, porém, limitou-se a definir o que é estar sozinho: é não ter ninguém
consigo. Sua resposta é parecida com ele e com seu nome: os dois lados de um ovo são praticamente iguais.

Menos que uma definição, suas palavras são uma redundância, uma imagem espelhada de algo que Alice já sabia, visto que acabara de dizê-lo.

O fundamento dessa confusão armada por Humpty-Dumpty é de natureza gramatical – mais especificamente, sintática: ele não utilizou, como deveria, uma oração
subordinada causal (o que a menina esperava), mas uma coordenada explicativa, que não esclarecia a dúvida de Alice.

O problema, então, é distinguir a explicativa da causal, quando a conjunção que as encabeça é, fonética e fonologicamente, a mesma: porque. De um ponto de vista
sintático, porém, não o é. Aliás, “não o são” – no plural, visto que se trata de duas conjunções diferentes.

Como distingui-las? Não é simples. Mas esperamos que, ao término das reflexões que vamos desenvolver, isso fique, no mínimo, claro. Ou até fácil. Mário de Andrade não
diz que “abasta a gente saber”?

(CARONE. Flávia de Barros. Coordenação e subordinação, confrontos e contrastes. São Paulo: Ática, 1988, p. 7-9.)

O sinal de dois pontos empregado após: “É difícil”, “equivalem a uma asserção”, “estar sozinho” “parecida com ele e com seu nome” e “mais especificamente, sintática”
sinaliza, na escrita, uma pausa que anuncia uma:

a) citação.

b) consequência.

c) explicação ou justificativa.

d) síntese.

e) discriminação ou especificação.

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Língua Portuguesa (Português) - Regência Nominal e Verbal (Casos Gerais)
42) Texto 1

NIEMEYER

Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, mais conhecido como Oscar Niemeyer, nasceu em 15 de dezembro de 1907 no bairro das Laranjeiras, no Rio de
Janeiro, e durante anos morou na casa de seu avô, Ribeiro de Almeida, em Maricá. Casou-se em 1928 com Annita Baldo. Dessa relação teve Anna Maria, sua única filha.

Aos 23 anos foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Estagiou no escritório de Lúcio Costa, onde participou do projeto do Ministério da Educação. Niemeyer ganhou
o mundo com projetos ousados e revolucionários. Itália, França, Argélia e até a ONU conheceram os traços desse ousado brasileiro. É autor de vários projetos
importantes no Brasil como Brasília, o conjunto da Pampulha e o Sambódromo do Rio.

“Minha família vinha de Maricá. Meu avô Ribeiro de Almeida nasceu lá. Já meu avô Niemeyer não o conheci. Sempre morei com esse avô Ribeiro de Almeida. Ele foi juiz
de direito em Maricá e depois foi para o Rio. Ele chegou a ministro do Supremo, e a casa era muito frequentada. Ele era um sujeito correto. De modo que, em tempos de
esculhambação, a lembrança dele é muito boa.”

CASA DE MARICÁ

A Casa de Maricá foi um presente de Horácio de Carvalho, jornalista e dono do Diário Popular. Amigos desde a juventude, frequentavam o café Lamas, o bilhar, os cabarés
da cidade e as noites do Rio de Janeiro. (...) Certo dia, Horácio ligou para Niemeyer e disse: “A casa é sua. Só você pode consertá-la...”. (...)

“É uma bela casa. A varanda larga a completar as salas, convidando-nos a nela ficar com frequência. Dentro, são oito quartos, separados pelas salas, amplas, sem a
disciplina e a lógica funcional que os projetos de hoje apresentam (uma das características das casas coloniais). E o telhado a descer com seu galeio natural, adaptando-
se à capela que surge no conjunto dominadora, como uma verdadeira igreja.”

Texto editado. Disponível em: https://leisecamarica.com.br/maricaense-oscar-niemeyer-e-sua-historia-com-a-cidade/

A regência verbal observada em “...adaptando-se à capela..." é a mesma de:

a) “...sem a disciplina e a lógica funcional que os projetos de hoje apresentam...”


b) “ Ele chegou a ministro do Supremo...”
c) “Aos 23 anos foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes.”
d) “E o telhado a descer com seu galeio natural...”
e) “A varanda larga a completar as salas...”

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Língua Portuguesa (Português) - Concordância (Verbal e Nominal)
43) Texto 2

CÔNSUL!

Domício da Gama

No café de Londres, às onze horas da noite. Chove desabridamente. Entre a zoada dos aguaceiros, que lavam a rua, ouvem-se raros passos apressados de transeuntes
invisíveis na sombra. A espaços um ronco rápido e surdo, como um rufo de tambor molhado, assinala a passagem de um guarda-chuva por baixo do jorro de uma goteira
que transborda. Corre um sopro glacial de tédio e desconforto pelo café profusamente iluminado, em que já pouca gente resta. O silêncio só é quebrado pelo ruído dos
talheres e da conversa de três rapazes cavaqueando numa ceia econômica ao fundo. O homem do contador cochila. Sentado a uma mesinha, em frente ao prato vazio,
em que um osso descarnado de galinha comemora a passagem de uma canja, está um homem que cisma sobre um jornal.

GAMA, Domício. Apud SANDANELLO, F. B. Domício da Gama e o impressionismo literário no Brasil. São Luís, MA: EDUFMA, 2017. p. 169.

Em “...ouvem-se raros passos apressados de transeuntes invisíveis na sombra”, o verbo ouvir está no plural para:

a) retomar o sujeito “aguaceiros”.


b) indicar a indeterminação do sujeito.
c) mostrar a inexistência do sujeito.
d) revelar o ser que pratica a ação.
e) concordar com o sujeito da voz passiva.

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
44) TEXTO 1

A DISCIPLINA DO AMOR

Lygia Fagundes Telles

Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.

Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.

Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.

As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.

TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.

A expressão “aquela direção” da passagem “(...) o focinho voltado para aquela direção.” refere-se

a) à esquina.

b) à praça da vila.

c) ao ponto de onde o jovem vinha.

d) ao lugar onde aconteceu a guerra.

e) à casa onde o jovem e o cão moravam.

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
45) TEXTO 1

APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA

Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.

Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.


Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.

Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.

Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:

— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!

Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.

Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.

No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:

— Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.

Eu respondi:

— Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.

No trecho em destaque “Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a
turma dos direitos humanos (...)” , um dos mecanismos de coesão presente é
a) a anáfora.

b) a elipse.

c) a catáfora.

d) a hiperonímia.

e) o paralelismo estrutural.

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
46) Após a leitura dos textos, responda à questão que se segue:

Texto

O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.

Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que
“não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.

Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.

É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”

O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.

(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)

Dentre os pronomes em destaque, aquele que, no parágrafo 5, faz referência exofórica é:

a) representado pelo grupo social com QUE se convive.

b) atentar para ESSA questão da linguagem.

c) a tarefa que o NOSSO tempo histórico nos coloca.

d) em condições de interagir com ELES.


e) contribuir para evolução de SUA linguagem.

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
47) Texto 1

NIEMEYER

Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, mais conhecido como Oscar Niemeyer, nasceu em 15 de dezembro de 1907 no bairro das Laranjeiras, no Rio de
Janeiro, e durante anos morou na casa de seu avô, Ribeiro de Almeida, em Maricá. Casou-se em 1928 com Annita Baldo. Dessa relação teve Anna Maria, sua única filha.

Aos 23 anos foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Estagiou no escritório de Lúcio Costa, onde participou do projeto do Ministério da Educação. Niemeyer ganhou
o mundo com projetos ousados e revolucionários. Itália, França, Argélia e até a ONU conheceram os traços desse ousado brasileiro. É autor de vários projetos
importantes no Brasil como Brasília, o conjunto da Pampulha e o Sambódromo do Rio.

“Minha família vinha de Maricá. Meu avô Ribeiro de Almeida nasceu lá. Já meu avô Niemeyer não o conheci. Sempre morei com esse avô Ribeiro de Almeida. Ele foi juiz
de direito em Maricá e depois foi para o Rio. Ele chegou a ministro do Supremo, e a casa era muito frequentada. Ele era um sujeito correto. De modo que, em tempos de
esculhambação, a lembrança dele é muito boa.”

CASA DE MARICÁ

A Casa de Maricá foi um presente de Horácio de Carvalho, jornalista e dono do Diário Popular. Amigos desde a juventude, frequentavam o café Lamas, o bilhar, os cabarés
da cidade e as noites do Rio de Janeiro. (...) Certo dia, Horácio ligou para Niemeyer e disse: “A casa é sua. Só você pode consertá-la...”. (...)

“É uma bela casa. A varanda larga a completar as salas, convidando-nos a nela ficar com frequência. Dentro, são oito quartos, separados pelas salas, amplas, sem a
disciplina e a lógica funcional que os projetos de hoje apresentam (uma das características das casas coloniais). E o telhado a descer com seu galeio natural, adaptando-
se à capela que surge no conjunto dominadora, como uma verdadeira igreja.”

Texto editado. Disponível em: https://leisecamarica.com.br/maricaense-oscar-niemeyer-e-sua-historia-com-a-cidade/

“Dessa relação teve Anna Maria, sua única filha.” O pronome sublinhado no sintagma “dessa relação” atua na coesão textual:
a) remetendo-se à “relação”.
b) retomando “Casou-se em 1928 com Annita Baldo”.
c) referindo-se ao contexto circunstancial: “em 1928” e “no Rio de Janeiro”.
d) indicando a proximidade em relação ao enunciador do texto.
e) lançando uma prospecção quanto à “Anna Maria, sua única filha”.

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
48) Texto 2

Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/atracao/nosso-oscar-niemeyer/

Na fala “Quero uma reunião com seu superior. Preciso apresentar-lhe uns projetos para melhorar aquele lugar ali !”, o elemento que se refere à segunda pessoa, isto é,
àquela com quem o enunciador fala, é:

a) lhe.
b) aquele.
c) seu.
d) ali.
e) uns.

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
49) O texto a seguir, retirado do jornal online O MARICÁ, servirá de base para a questão.

Projeto Onda Certa abre 45 vagas para edição de inverno

10/07/2018

A partir de quarta-feira (11/07), estarão abertas 45 vagas gratuitas para crianças e adolescentes de 8 a 17 anos participarem da edição de inverno do Projeto Onda Certa,
desenvolvido pela Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) e a Secretaria de Proteção e Defesa Civil. A iniciativa, que faz parte dos projetos sociais da
Codemar, visa oferecer, no período de férias escolares, dicas de prevenção de afogamentos, primeiros socorros, identificação de correntes de retorno (valas), preservação
ambiental e iniciação ao surf e bodysurf, além de outros exercícios físicos na areia da praia e jogos interativos, tudo de forma leve e lúdica, porém responsável e voltada
para a utilidade pública.

As inscrições seguem até o dia (13/07) ou enquanto durarem as vagas e podem ser feitas no posto de guarda-vidas na Rua 4, no bairro Barra de Maricá, das 9h às 15h.
Para se inscrever é necessário apresentar os seguintes documentos: cópia da identidade do responsável, cópia da certidão de nascimento ou identidade do menor e
preencher as fichas de autorização.
A edição de inverno do projeto acontecerá entre os dias 16 a 27 (exceto sábado e domingo) de julho, na Barra de Maricá, das 9h às 12h. As atividades serão divididas em
três grupos, de acordo com a faixa etária de oito aos 11 anos; 12 a 14 anos e 15 aos 17 anos.

Serviço: Projeto Onda Certa

Público: crianças e adolescentes entre 8 e 17 anos.

Inscrições: 11/07 a 13/07 das 9h às 15h – Rua 4 – Praia da Barra de Maricá (ou enquanto durarem as vagas).

Documentos: Cópia da identidade do responsável, cópia da certidão de nascimento ou identidade do menor, preencher as fichas de autorização no local.

Período e local: 16 a 27 e julho das 9h às 12h – Rua 4 –


Praia da Barra de Maricá (exceto sábado e domingo) (In:https://jornalomarica.com.br/2018/07/10/projeto-onda-certa-abre-45-vagas-para-edicao-de-inverno/- acessado em julho de 2018).

Releia a passagem da matéria sobre o Projeto Onda Certa:

A iniciativa, que faz parte dos projetos sociais da Codemar, visa oferecer, no período de férias escolares, dicas de prevenção de afogamentos, primeiros socorros,
identificação de correntes de retorno (valas), preservação ambiental e iniciação ao surf e bodysurf, além de outros exercícios físicos na areia da praia e jogos interativos,
tudo de forma leve e lúdica, porém responsável e voltada para a utilidade pública.

No trecho destacado, o pronome TUDO:

a) retoma os setores envolvidos na organização do projeto: Codemar e Secretaria de Proteção e Defesa Civil.
b) apresenta o caráter das atividades oferecidas a crianças e adolescentes pelo Projeto Onda Certa: leve e lúdico.
c) explica a importância do projeto desenvolvido na praia nas férias escolares: auxílio aos responsáveis e colaboração com a educação integral.
d) esclarece porque o projeto é de utilidade pública: promove atividades saudáveis e preserva o meio ambiente.
e) resume as atividades desenvolvidas no projeto: dicas sobre vários temas importantes, exercícios e jogos interativos.

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Língua Portuguesa (Português) - Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes Relativos, Conjunções, etc)
50) Texto 1

DOMÍCIO DA GAMA

Domício da Gama (Domício Afonso Forneiro, adotou do padrinho o Gama), jornalista, diplomata, contista e cronista, nasceu em Maricá, RJ, em 23 de outubro de 1862 e
faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8 de novembro de 1925. Foi um dos dez acadêmicos eleitos na sessão de 28 de janeiro de 1897, para completar o quadro de
fundadores da Academia. Escolheu Raul Pompeia como patronoC), ocupando a cadeira nº 33. Foi recebido na sessão de 1º de julho de 1900, por Lúcio de Mendonça.

Fez estudos preparatórios no Rio de Janeiro e ingressou na Escola Politécnica, mas não chegou a terminar o curso. Seguiu para o estrangeiro em missões diplomáticas. A
sua primeira missãoB) foi a de secretário do Serviço de Imigração, e o contato, nessa épocaA), com o Barão do Rio Branco, valeu-lhe ser nomeado secretário da missão
Rio Branco para a questão de limites Brasil- Argentina (1893-1895), com a Guiana Francesa (1895-1900) e com a Guiana Inglesa (1900-1901). Foi secretário de Legação
na Santa Sé, em 1900, e ministro em Lima, em 1906. Embaixador em missão especial, em 1910, representou o Brasil no centenário da independência da Argentina e nas
festas centenárias do Chile. Embaixador do Brasil em Washington, de 1911 a 1918, foi o digno sucessor de Joaquim Nabuco, por escolha do próprio Barão do Rio
BrancoE). Ao celebrar-se a paz europeia de VersalhesD), Domício, como ministro das Relações Exteriores, pretendeu representar o Brasil naquela conferência, propósito
que suscitou divergências na imprensa brasileira. Convidado para a mesma embaixada, Rui Barbosa recusou, e o chefe da representação brasileira foi, afinal, Epitácio
Pessoa, eleito pouco depois, em seguida à morte de Rodrigues Alves, presidente da República. Domício foi substituído na Chancelaria por Azevedo Marques, seguindo
como embaixador em Londres, em 1920-21. Foi posto em disponibilidade durante a Presidência Bernardes.

Em 1919 foi Presidente da Academia Brasileira de Letras, em substituição a Rui Barbosa.

Domício da Gama era colaborador da Gazeta de Notícias ao tempo de Ferreira de Araújo e, ainda no início da carreira, escreveu contos, crônicas e críticas literárias.

Texto editado. Disponível em: http://www.academia.org.br/academicos/ domicio-da-gama/biografia. Acesso em: 10 jul.2018.

Na biografia do maricaense, dentre os recursos coesivos apresentados a seguir, aquele que foi utilizado para manter o foco em “Domício da Gama” é:

a) o pronome demonstrativo: “...nessa época...”


b) o pronome possessivo: “A sua primeira missão...”
c) a conjunção: “Escolheu Raul Pompeia como patrono...”
d) o pronome apassivador: “Ao celebrar-se a paz europeia de Versalhes...”
e) o adjetivo: “...por escolha do próprio Barão do Rio Branco.”

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Língua Portuguesa (Português) - Variações da Linguagem: Não Verbal, Regional, Histórica, Contextual. Neologismos e Estrangeirismos
51) TEXTO 1

APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA

Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.

Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.

Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.

Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:

— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!

Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.

Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.

No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:

— Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.

Eu respondi:

— Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.

No Texto 1, percebe-se o uso de uma linguagem mais informal, próxima da língua falada e de acordo com a situação de comunicação retratada. Analise as quatro
assertivas a seguir sobre o uso da variante linguística utilizada no texto em análise.

I Em “Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas (...)” , a imprecisão referente à data é própria da linguagem informal.

II Em “Perguntaram-me se o ladrão estava armado (...)”, a ênclise é própria da modalidade oral informal.

III Em “O tiro fez um estrago danado no cara!” , “danado” é uma gíria muito comum e, nesse contexto, significa “enorme”.

IV Em “(...) e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo”, há uma problema de concordância, recorrente na variante informal
da língua portuguesa.

É verdadeiro o que está contido somente em

a) I e III.
b) II e III.
c) II e IV.
d) III.
e) IV.

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Língua Portuguesa (Português) - Variações da Linguagem: Não Verbal, Regional, Histórica, Contextual. Neologismos e Estrangeirismos
52) A MISSA DO COUPÉ

Machado de Assis

“Na Igreja de São Domingos diz-se hoje uma missa por alma de João de Melo, falecido em Maricá.”

Não se sabendo quem mandava dizer a missa, ninguém lá foi. A igreja escolhida deu ainda menos relevo ao ato; não era vistosa, nem buscada, mas velhota, sem galas
nem gente, metida ao canto de um pequeno largo, adequada à missa recôndita e anônima.

Às oito horas parou um coupé à porta; o lacaio desceu, abriu a portinhola, desbarretou-se e perfilou-se. Saiu um senhor e deu a mão a uma senhora, a senhora saiu e
tomou o braço ao senhor, atravessaram o pedacinho de largo e entraram na igreja. Na sacristia era tudo espanto. A alma que a tais sítios atraíra um carro de luxo, cavalos
de raça, e duas pessoas tão finas não seria como as outras almas ali sufragadas. A missa foi ouvida sem pêsames nem lágrimas. Quando acabou, o senhor foi à sacristia
dar as espórtulas. O sacristão, agasalhando na algibeira a nota de dez mil-réis que recebeu, achou que ela provava a sublimidade do defunto; mas que defunto era esse?
O mesmo pensaria a caixa das almas, se pensasse, quando a luva da senhora deixou cair dentro uma pratinha de cinco tostões. Já então havia na igreja meia dúzia de
crianças maltrapilhas, e, fora, alguma gente às portas e no largo, esperando. O senhor, chegando à porta, relanceou os olhos, ainda que vagamente, e viu que era objeto
de curiosidade. A senhora trazia os seus no chão. E os dois entraram no carro, com o mesmo gesto, o lacaio bateu a portinhola e partiram.

A gente local não falou de outra coisa naquele e nos dias seguintes. Sacristão e vizinhos relembravam o coupé, com orgulho. Era a missa do coupé. As outras missas
vieram vindo, todas a pé, algumas de sapato roto, não raras descalças, capinhas velhas, morins estragados, missas de chita, ao domingo, missas de tamancos. Tudo
voltou ao costume, mas a missa do coupé viveu na memória por muitos meses. Afinal não se falou mais nela; esqueceu como um baile.

ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. São Paulo: Editora


Globo, 1997, p. 10.

Glossário:
Coupé (ou cupê) – Carruagem ou carro de duas portas.
Desbarretar – Retirar o barrete ou o chapéu.
Espórtula – Esmola.

“Coupé”, “dez mil-réis”, “cinco tostões”, “lacaio” constituem um léxico que comprova a variação linguística entre:
a) regiões.

b) gerações.

c) níveis sociais.

d) fala e escrita.

e) situações de fala.
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Língua Portuguesa (Português) - Variações da Linguagem: Não Verbal, Regional, Histórica, Contextual. Neologismos e Estrangeirismos
53) ALUNA

Conservo-te o meu sorriso


para, quando me encontrares,
veres que ainda tenho uns ares
de aluna do paraíso...

Leva sempre a minha imagem


a submissa rebeldia
dos que estudam todo o dia
sem chegar à aprendizagem...

– e, de salas interiores,
por altíssimas janelas,
descobrem coisas mais belas,
rindo-se dos professores...

Gastarei meu tempo inteiro


nessa brincadeira triste;
mas na escola não existe
mais do que pena e tinteiro!

E toda a humana docência


para inventar-me um oficio
ou morre sem exercício
ou se perde na experiência...

(MEIRELES, Cecília. Vaga música. Rio: Pongetti, 1942, p. 82-83.)

“A linguagem é, ao mesmo tempo, o principal produto da cultura e o principal instrumento para a sua transmissão.” (Magda Soares)

Sabe-se que, de uma maneira geral, a linguagem utilizada por crianças e jovens das camadas populares se diferencia da linguagem socialmente prestigiada. Durante
muito tempo acreditou-se na existência de um ‘déficit linguístico’, que explicaria o fracasso escolar desses alunos. Os estudos da Sociolinguística constituem o principal
fundamento da contestação da deficiência cultural e linguística, ao afirmar que as linguagens são:
a) mais ou menos sofisticadas, de acordo com o falante.

b) comuns a todos os usuários da Língua Portuguesa.

c) diferentes, mas não inferiores ou deficientes.

d) similares e igualmente valorizadas socialmente.

e) imperfeitas e incompletas nas classes populares.

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COSEAC UFF - Doc I (Pref Maricá)/Pref Maricá/Língua Portuguesa/2018


Língua Portuguesa (Português) - Variações da Linguagem: Não Verbal, Regional, Histórica, Contextual. Neologismos e Estrangeirismos
54) Na Escola Pindorama, uma professora da turma de terceiro ano do Ensino Fundamental pediu que os alunos passassem a falar exatamente como escreviam.

Ou seja, ‘vendo’, ao invés de [veno]; ‘coragem’, ao invés de [corage]; ‘tomate’, ao invés de [tumati] etc.

As crianças começaram a reclamar, dizendo que estava muito difícil falar daquele jeito.

Dessa maneira, a professora desenvolveu com os alunos a ideia básica de que a língua falada não é mera reprodução da escrita, desse modo não falamos exatamente
como escrevemos e vice-versa. A aprendizagem essencial, nesse momento, foi o entendimento de que:

a) a correspondência entre os sons da fala e a escrita fonética é invariável e envolve conceitos preestabelecidos.

b) as variações da língua falada têm significados diversos e, às vezes, contrários aos da língua escrita.

c) as relações arbitrárias e não perfeitas entre sons e letras são comuns e podem confundir os usuários da língua.

d) a escrita é uma representação da fala, que possui regras próprias de realização, que interage com a fala, mas não a reproduz.

e) as diferenças dialetais, de origem social e regional, devem ser superadas por questões éticas e humanitárias.

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Língua Portuguesa (Português) - Linguagem Formal e Informal
55) Para responder à questão, leia o fragmento abaixo:

“ Alta e com postura retilínea, Elza é uma figura imponente. Diz que nunca foi conhecida por ser ‘meiguinha’ – ‘muito pelo contrário, não passo a mão na cabeça, sou
meio bruta, tropeços nos ambientes’.

Essa postura, ressalta, não tem a ver com uma maneira de marcar território em uma instituição historicamente masculina. ‘Não preciso cuspir no chão para mostrar que
sou mais capaz que um homem’”.
Expressões como “não passo a mão na cabeça” e “marcar território” são marcas de

a) formalidade.
b) coloquialismo.
c) regionalismo.
d) jargão profissional.
e) licença poética.

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Língua Portuguesa (Português) - Figuras de Linguagem
56) Para responder à questão, leia o fragmento abaixo:

“ Alta e com postura retilínea, Elza é uma figura imponente . Diz que nunca foi conhecida por ser ‘meiguinha’ – ‘muito pelo contrário, não passo a mão na cabeça, sou
meio bruta, tropeços nos ambientes’.

Essa postura, ressalta, não tem a ver com uma maneira de marcar território em uma instituição historicamente masculina. ‘Não preciso cuspir no chão para mostrar que
sou mais capaz que um homem’”.

Em “Diz que nunca foi conhecida por ser ‘ meiguinha’ – ‘muito pelo contrário, não passo a mão na cabeça, sou meio bruta, tropeços nos ambientes’”, as palavras
sublinhadas exemplificam um caso de:
a) Antítese
b) Metáfora
c) Hipérbole
d) Eufemismo
e) Metonímia

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Língua Portuguesa (Português) - Figuras de Linguagem
57) PONCIÁ VICÊNCIO

Quando os filhos de Ponciá Vicêncio, sete, nasceram e morreram, nas primeiras perdas ela sofreu muito. Depois, com o correr do tempo, a cada gravidez, a cada parto,
ela chegava mesmo a desejar que a criança não sobrevivesse. Valeria a pena pôr um filho no mundo? Lembrava da sua infância pobre, muito pobre na roça e temia a
repetição de uma mesma vida para os seus filhos. O pai trabalhava tanto. A mãe pelejava com as vasilhas de barro e tinham apenas uma casa de pau a pique em que
viviam. E esta era a condição de muitos. Molambos cobriam o corpo das crianças, que até bem grandinhos andavam nuas. As meninas não. Assim que cresciam um
pouco, as mães providenciavam panos para tapar-lhes o sexo e os seios. Crescera na pobreza. Os pais, os avós e os bisavós sempre trabalhando na terra dos senhores. A
cana, o café, toda a lavoura, o gado, as terras, tudo tinha dono, os brancos. Os negros eram donos da miséria, da fome, do sofrimento, da revolta suicida. Alguns saíam
da roça, fugiam para a cidade, com a vida a se fartar de miséria, e com o coração a sobrar esperança. Ela mesma havia chegado à cidade com o coração crente em
sucessos e eis no que deu.

(EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. Rio de Janeiro: Pallas, 2017. p. 70.)

A relação entre carência e abundância é problematizada no texto por meio:

a) da antítese em “ela chegava mesmo a desejar que a criança não sobrevivesse”.

b) do hipérbato em “Lembrava da sua infância pobre, muito pobre na roça e temia a repetição”.

c) da metonímia em “Molambos cobriam o corpo das crianças, que até bem grandinhos andavam nuas”.

d) do paradoxo em “com a vida a se fartar de miséria, e com o coração a sobrar esperança”.

e) da metáfora em “havia chegado à cidade com o coração crente em sucessos e eis no que deu”.

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COSEAC UFF - Doc I (Pref Maricá)/Pref Maricá/Língua Portuguesa/2018


Língua Portuguesa (Português) - Figuras de Linguagem
58) ALUNA

Conservo-te o meu sorriso


para, quando me encontrares,
veres que ainda tenho uns ares
de aluna do paraíso...

Leva sempre a minha imagem


a submissa rebeldia
dos que estudam todo o dia
sem chegar à aprendizagem...

– e, de salas interiores,
por altíssimas janelas,
descobrem coisas mais belas,
rindo-se dos professores...

Gastarei meu tempo inteiro


nessa brincadeira triste;
mas na escola não existe
mais do que pena e tinteiro!

E toda a humana docência


para inventar-me um oficio
ou morre sem exercício
ou se perde na experiência...

(MEIRELES, Cecília. Vaga música. Rio: Pongetti, 1942, p. 82-83.)

A passagem em que, no poema, Cecília recorre ao mesmo tipo de paradoxo por ela explorado em: “mas meu nome, de barca e estrela, / foi “SERENA DESESPERADA” é a
seguinte:

a) veres que ainda tenho uns ares / de aluna do paraíso.

b) Leva sempre a minha imagem / a submissa rebeldia.

c) – e, de salas interiores, / por altíssimas janelas.

d) descobrem coisas mais belas, / rindo-se dos professores.

e) mas na escola não existe / mais do que pena e tinteiro.

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COSEAC UFF - ACI (Pref Maricá)/Pref Maricá/2018


Língua Portuguesa (Português) - Figuras de Linguagem
59) Texto 2

CÔNSUL!

Domício da Gama

No café de Londres, às onze horas da noite. Chove desabridamente. Entre a zoada dos aguaceiros, que lavam a rua, ouvem-se raros passos apressados de transeuntes
invisíveis na sombra. A espaços um ronco rápido e surdo, como um rufo de tambor molhado, assinala a passagem de um guarda-chuva por baixo do jorro de uma goteira
que transborda. Corre um sopro glacial de tédio e desconforto pelo café profusamente iluminado, em que já pouca gente resta. O silêncio só é quebrado pelo ruído dos
talheres e da conversa de três rapazes cavaqueando numa ceia econômica ao fundo. O homem do contador cochila. Sentado a uma mesinha, em frente ao prato vazio,
em que um osso descarnado de galinha comemora a passagem de uma canja, está um homem que cisma sobre um jornal.

GAMA, Domício. Apud SANDANELLO, F. B. Domício da Gama e o impressionismo literário no Brasil. São Luís, MA: EDUFMA, 2017. p. 169.

“A espaços um ronco rápido e surdo, como um rufo de tambor molhado, assinala a passagem de um guarda-chuva por baixo do jorro de uma goteira que transborda.” A
expressão sublinhada é classificada como:

a) hipérbole.
b) personificação.
c) metonímia.
d) comparação.
e) metáfora.

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COSEAC UFF - Ag Adm (Pref Maricá)/Pref Maricá/2018


Língua Portuguesa (Português) - Vícios de Linguagem (Pleonasmo, Ambiguidade, Cacofonia, etc.)
60) Texto 1

NIEMEYER

Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, mais conhecido como Oscar Niemeyer, nasceu em 15 de dezembro de 1907 no bairro das Laranjeiras, no Rio de
Janeiro, e durante anos morou na casa de seu avô, Ribeiro de Almeida, em Maricá. Casou-se em 1928 com Annita Baldo. Dessa relação teve Anna Maria, sua única filha.

Aos 23 anos foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Estagiou no escritório de Lúcio Costa, onde participou do projeto do Ministério da Educação. Niemeyer ganhou
o mundo com projetos ousados e revolucionários. Itália, França, Argélia e até a ONU conheceram os traços desse ousado brasileiro. É autor de vários projetos
importantes no Brasil como Brasília, o conjunto da Pampulha e o Sambódromo do Rio.

“Minha família vinha de Maricá. Meu avô Ribeiro de Almeida nasceu lá. Já meu avô Niemeyer não o conheci. Sempre morei com esse avô Ribeiro de Almeida. Ele foi juiz
de direito em Maricá e depois foi para o Rio. Ele chegou a ministro do Supremo, e a casa era muito frequentada. Ele era um sujeito correto. De modo que, em tempos de
esculhambação, a lembrança dele é muito boa.”

CASA DE MARICÁ

A Casa de Maricá foi um presente de Horácio de Carvalho, jornalista e dono do Diário Popular. Amigos desde a juventude, frequentavam o café Lamas, o bilhar, os cabarés
da cidade e as noites do Rio de Janeiro. (...) Certo dia, Horácio ligou para Niemeyer e disse: “A casa é sua. Só você pode consertá-la...”. (...)

“É uma bela casa. A varanda larga a completar as salas, convidando-nos a nela ficar com frequência. Dentro, são oito quartos, separados pelas salas, amplas, sem a
disciplina e a lógica funcional que os projetos de hoje apresentam (uma das características das casas coloniais). E o telhado a descer com seu galeio natural, adaptando-
se à capela que surge no conjunto dominadora, como uma verdadeira igreja.”

Texto editado. Disponível em: https://leisecamarica.com.br/maricaense-oscar-niemeyer-e-sua-historia-com-a-cidade/

O objeto direto pleonástico, como recurso de ênfase, foi usado em:

a) “Já meu avô Niemeyer não o conheci.”


b) “Niemeyer ganhou o mundo...”
c) “Itália, França, Argélia e até a ONU conheceram os traços desse ousado brasileiro.”
d) “...frequentavam o café Lamas, o bilhar, os cabarés da cidade e as noites do Rio de Janeiro.”
e) “Só você pode consertá-la...”

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COSEAC UFF - Adm (UFF)/UFF/2019


Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Que"
61) TEXTO 2 (Editado)

A pesquisa científica sobre os efeitos terapêuticos da relação entre seres humanos e animais de estimação começou nos Estados Unidos em meados de 1960. Depois de
muitos estudos e observação, ficaram claros os benefícios que são gerados nessa interação. Pensando nisso, a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais
de Estimação (Abinpet) possui um Grupo de Estudos sobre a Interação Humano e Animal (GE-INTERHA) para fomentar pesquisas que demonstrem a importância dos
animais de estimação para a qualidade de vida das pessoas.

Essa convivência, segundo pesquisadores, é capaz de melhorar a autoestima, diminuir problemas do coração e auxiliar a família na diminuição do estresse, na queda da
pressão em hipertensos e, principalmente, de melhorar a interação social.

Em um estudo realizado recentemente, ficou comprovado que, em geral, as famílias que têm animais de estimação gastam menos com remédios. Além disso, foi criada a
Terapia Assistida por Animais, que pode ser aplicada em diferentes casos médicos, com grandes melhorias para os pacientes. Alguns casos mais conhecidos são os
tratamentos de idosos e de crianças com paralisia cerebral, autismo ou hiperatividade.

Os cães e gatos são muito usados, pois são os animais mais próximos do ser humano. As suas visitas causam melhoras sociais, emocionais, físicas e cognitivas de
pacientes em tratamento. Acariciar um animal, por si só, já ajuda o paciente a relaxar. Cães e gatos também servem como companhia para idosos solitários, evitando
casos de depressão.

A relação entre seres humanos e animais de estimação. Jornal Cruzeiro do Sul, 24/05/13. Disponível em < https://www2.jornalcruzeiro.com.br/materia/474869/a-relacao-entre-seres-humanos-e-
animais-de-estimacao>. Acesso em jan. 2019. (Adaptado)

Dentre as ocorrências da palavra “que”, em destaque nos trechos a seguir, todas são classificadas como pronome relativo, EXCETO
a) “(...) ficaram claros os benefícios que são gerados nessa interação.”
b) “(...) pesquisas que demonstrem a importância dos animais de estimação para a qualidade de vida das pessoas.”
c) “(...) foi criada a Terapia Assistida por Animais, que pode ser aplicada em diferentes casos médicos, com grandes melhorias para os pacientes.”
d) “(...) ficou comprovado que, em geral, as famílias que têm animais de estimação gastam menos com remédios.”
e) “(...) ficou comprovado que, em geral, as famílias que têm animais de estimação gastam menos com remédios.”

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COSEAC UFF - Ass Adm (UFF)/UFF/2019


Língua Portuguesa (Português) - Vocábulo "Que"
62) TEXTO 1

APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA

Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.

Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.

Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.

Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.

Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:

— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!

Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.

Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.

No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:

— Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.

Eu respondi:

— Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.

Na passagem “Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa (...).” , o termo em destaque exerce a função sintática de

a) sujeito.
b) objeto indireto.
c) adjunto adverbial.
d) adjunto adnominal.
e) complemento verbal.
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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
63) Texto 1

Ex-doméstica, primeira comandante da Guarda de SP quer intensificar proteção à mulher


Guilherme Seto - Paulo Gomes

Primeira mulher nomeada comandante da maior guarda do país, Elza Paulina de Souza, 52 anos, viveu a desigualdade de gêneros durante sua trajetória. Mãe solteira,
chegou a ter que esconder a filha pequena em um banheiro do seu posto de trabalho por não ter com quem deixá-la.

Trabalhou como empregada doméstica e dirigiu trator na roça(A). Entrou na Guarda Civil Metropolitana de São Paulo no ano em que a instituição foi criada, em 1986,
época em que as agentes tinham que usar uma saia que limitava os movimentos e não podiam andar armadas(B).

Alta e com postura retilínea, Elza é uma figura imponente(C). Diz que nunca foi conhecida por ser “meiguinha” – “muito pelo contrário, não passo a mão na cabeça, sou
meio bruta, tropeços nos ambientes”(D).

Essa postura, ressalta, não tem a ver com uma maneira de marcar território em uma instituição historicamente masculina. “Não preciso cuspir no chão para mostrar que
sou mais capaz que um homem”. Formada em fisioterapia, medicina oriental e filosofia, ela diz usar o conhecimento e o diálogo como maneiras de refletir sobre o espaço
e a relação com o outro.

No programa Guardiã Maria da Penha, Elza foi a responsável pela instalação de uma espécie de botão de pânico virtual no aplicativo SP + Segura,(E) da Secretaria
Municipal de Segurança Urbana. “Eu falei para o desenvolvedor aprimorar, porque eu não tinha como dar o botão do pânico para as meninas, mas eu tenho o aplicativo”,
diz. ‘É muito mais prático. O botão ela pode esquecer. O celular ela não esquece”, explica.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/


04/ex-domestica-primeira-comandante-da-guarda-de-sp-quer-intensificar-protecao-a-mulher.shtml. Acesso em 12 jul. 2019. Adaptado.

A reportagem sobre Elza Paulina de Souza destaca a desigualdade de gêneros vivida durante sua trajetória profissional. Representa um exemplo dessa desigualdade o
seguinte fato citado no texto:

a) “Trabalhou como empregada doméstica e dirigiu trator na roça.”


b) “...as agentes tinham que usar uma saia que limitava os movimentos e não podiam andar armadas...”
c) “Alta e com postura retilínea, Elza é uma figura imponente.”
d) “...muito pelo contrário, não passo a mão na cabeça, sou meio bruta, tropeços nos ambientes”.
e) “No programa Guardiã Maria da Penha, Elza foi a responsável pela instalação de uma espécie de botão de pânico virtual no aplicativo SP + Segura...”

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
64) Texto 2

Onde anda o Guarda Belo?(C)


Luiz Caversan

Há duas imagens de minha infância(A) que permanecem muito vivas na lembrança. Ambas envolvendo polícia e ambas, pasme(C), boas, agradáveis lembranças(A).

Uma delas traz de volta o guarda civil, integrante de uma corporação policial existente em São Paulo até o começo da década de 60, extinta pelo governo militar.

O guarda civil era o máximo(A): uniforme azul-marinho, luvas brancas, cordão dourado descendo do ombro até o cinturão negro, quepe ou capacete, este último também
branco para os guardas de trânsito(B). Sim, porque os guardas civis cuidavam do trânsito(C) (E), cuidavam também das crianças na saída da escola e cuidavam dos
frequentadores das igrejas, dos teatros e dos cinemas. (...)

A outra imagem de que falei(A) também é da infância, aparentemente boba, mas comum a todos os que um dia ficaram(E) — ou ainda ficam — diante de um desenho
animado da TV e sabem quem é o Guarda Belo. Aquele mesmo que vive às turras(D) com o Manda Chuva e sua turma de gatos malandros(D). Acaba sempre se metendo
em encrencas(D) por causa dos gatinhos endiabrados(D). Mas está ali, no bairro dos gatos, conhece todo mundo, todos os becos, e, apesar da rivalidade com os felinos, é
amigo inclusive deles. Afinal, é o guarda da área e também cuida dos que não querem cuidados.

Todas essas lembranças vêm a propósito(E) dos tempos atuais de violências, as policiais principalmente. (...)

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ fsp/1995/5/16/opiniao/6.html. Acesso em 12 jul. 2019. Adaptado.

São marcas de subjetividade no texto opinativo “Onde anda o Guarda Belo?”:

a) o emprego da 1ª pessoa em “minha infância” e em “falei” e de qualificações de cunho pessoal: “boas, agradáveis lembranças”; “era o máximo".
b) o uso da descrição detalhada: “uniforme azul-marinho, luvas brancas, cordão dourado descendo do ombro até o cinturão negro, quepe ou capacete, este último
também branco para os guardas de trânsito”.
c) a interlocução com o leitor: “Onde anda o Guarda Belo?” (título); “pasme” e “Sim, porque os guardas civis cuidavam do trânsito...”.
d) a seleção vocabular própria de outra geração: “vive às turras”; “gatos malandros”: “se metendo em encrencas”; “gatinhos endiabrados”.

e) a alternância entre os tempos do passado e o presente, momento em que fala o enunciador: " os guardas civis cuidavam do trânsito"; "um dia ficaram" "Todas
essas lembranças vêm a propósito".

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
65) Texto 2

Onde anda o Guarda Belo?


Luiz Caversan

Há duas imagens de minha infância que permanecem muito vivas na lembrança. Ambas envolvendo polícia e ambas, pasme, boas, agradáveis lembranças.

Uma delas traz de volta o guarda civil, integrante de uma corporação policial existente em São Paulo até o começo da década de 60, extinta pelo governo militar.

O guarda civil era o máximo: uniforme azul-marinho, luvas brancas, cordão dourado descendo do ombro até o cinturão negro, quepe ou capacete, este último também
branco para os guardas de trânsito. Sim, porque os guardas civis cuidavam do trânsito, cuidavam também das crianças na saída da escola e cuidavam dos frequentadores
das igrejas, dos teatros e dos cinemas. (...)

A outra imagem de que falei também é da infância, aparentemente boba, mas comum a todos os que um dia ficaram — ou ainda ficam — diante de um desenho animado
da TV e sabem quem é o Guarda Belo. Aquele mesmo que vive às turras com o Manda Chuva e sua turma de gatos malandros. Acaba sempre se metendo em encrencas
por causa dos gatinhos endiabrados. Mas está ali, no bairro dos gatos, conhece todo mundo, todos os becos, e, apesar da rivalidade com os felinos, é amigo inclusive
deles. Afinal, é o guarda da área e também cuida dos que não querem cuidados.

Todas essas lembranças vêm a propósito dos tempos atuais de violências, as policiais principalmente. (...)

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ fsp/1995/5/16/opiniao/6.html. Acesso em 12 jul. 2019. Adaptado.

O emprego do travessão em “...comum a todos os que um dia ficaram — ou ainda ficam — diante de um desenho animado da TV e sabem quem é o Guarda Belo...” tem
como objetivo
a) destacar o final do enunciado.
b) indicar a fala o locutor.
c) interpor um comentário.
d) dar realce a uma conclusão.
e) ligar grupos de palavras.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
66) TEXTO 1

A DISCIPLINA DO AMOR

Lygia Fagundes Telles

Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.

Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.

Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.

As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.

TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.

A palavra “disciplina” presente no título do texto faz referência

a) ao relógio preso à pata do cachorro.


b) à pontualidade dos animais domésticos.
c) à fidelidade de um cachorro a seu dono.
d) ao amor que existe entre o cão e o jovem.
e) à atitude das pessoas de irem todos os dias ao trabalho.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
67) TEXTO 1

A DISCIPLINA DO AMOR

Lygia Fagundes Telles

Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.

Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.

Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.

As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.

TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.

A partir da leitura da passagem “Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata (...)” , é possível inferir que
a) o cachorro, assim que anoitecia, voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte quando o dono retornava.
b) o cachorro tinha um relógio preso ao corpo para esperar o dono sempre no mesmo horário.
c) os animais, apesar de irracionais, são muito espertos e conseguem saber reconhecer as horas.
d) as pessoas da vila conheciam o cachorro e faziam-lhe festinhas sempre no mesmo horário, para que ele soubesse a hora de esperar pelo dono.
e) o cachorro sempre esperava seu dono no mesmo horário.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
68) TEXTO 1

A DISCIPLINA DO AMOR

Lygia Fagundes Telles

Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.

Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.

Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.

As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.

TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.

A passagem “Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.” revela que o cachorro

a) morreu esperando o dono.

b) pressentia que o dono estava voltando.

c) continuou a esperar pelo dono todos os dias, no mesmo horário.

d) gostava de receber os afagos das pessoas que passavam por ele.

e) não queria perder cada movimento do retorno de seu dono.


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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
69) TEXTO 2 (Editado)

A pesquisa científica sobre os efeitos terapêuticos da relação entre seres humanos e animais de estimação começou nos Estados Unidos em meados de 1960. Depois de
muitos estudos e observação, ficaram claros os benefícios que são gerados nessa interação. Pensando nisso, a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais
de Estimação (Abinpet) possui um Grupo de Estudos sobre a Interação Humano e Animal (GE-INTERHA) para fomentar pesquisas que demonstrem a importância dos
animais de estimação para a qualidade de vida das pessoas.

Essa convivência, segundo pesquisadores, é capaz de melhorar a autoestima, diminuir problemas do coração e auxiliar a família na diminuição do estresse, na queda da
pressão em hipertensos e, principalmente, de melhorar a interação social.

Em um estudo realizado recentemente, ficou comprovado que, em geral, as famílias que têm animais de estimação gastam menos com remédios. Além disso, foi criada a
Terapia Assistida por Animais, que pode ser aplicada em diferentes casos médicos, com grandes melhorias para os pacientes. Alguns casos mais conhecidos são os
tratamentos de idosos e de crianças com paralisia cerebral, autismo ou hiperatividade.

Os cães e gatos são muito usados, pois são os animais mais próximos do ser humano. As suas visitas causam melhoras sociais, emocionais, físicas e cognitivas de
pacientes em tratamento. Acariciar um animal, por si só, já ajuda o paciente a relaxar. Cães e gatos também servem como companhia para idosos solitários, evitando
casos de depressão.

A relação entre seres humanos e animais de estimação. Jornal Cruzeiro do Sul, 24/05/13. Disponível em < https://www2.jornalcruzeiro.com.br/materia/474869/a-relacao-entre-seres-humanos-e-
animais-de-estimacao>. Acesso em jan. 2019. (Adaptado)

É correto afirmar que o Texto 2

a) elenca vários benefícios entre o ser humano e os animais, dentre eles, a diminuição da pressão arterial em pessoas propensas à hipertensão.
b) defende que os animais são solitários e, por isso, precisam da companhia dos humanos.
c) contextualiza o Texto 1, ao asseverar que os animais domésticos evitam casos de depressão entre humanos.
d) vai de encontro ao tema do Texto 1, ao considerar que há efeitos terapêuticos na relação entre seres humanos e animais.
e) ratifica que é possível uma relação de amizade entre animal e ser humano.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
70) TEXTO 1

APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA

Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.

Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.

Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.

Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.

Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:

— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!

Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.

Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.

No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:

— Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.

Eu respondi:

— Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.

No texto de Veríssimo, o humor é consequência, sobretudo, da


a) resposta dada, ao final, pelo protagonista ao tenente da polícia.
b) expressão de assombro do assaltante ao ver um helicóptero sobrevoando a casa.
c) estratégia utilizada pelo protagonista para atrair a polícia para a sua residência.
d) “suposta” morte do assaltante e consequente o interesse da “turma dos direitos humanos”.
e) demonstração de medo do protagonista que, mesmo estando em uma casa segura, faz questão de chamar a polícia.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
71) TEXTO 2

Em um artigo, publicado em 23 de março de 1999 na Folha de S. Paulo, Carlos Heitor Cony transcreve um manual de “Sobrevivência na Selva”, escrito pelo jornalista Leon
Eliachar. Eis alguns mandamentos:

1) Não sair de casa;


2) Não ficar em casa;
3) Se sair, não sair sozinho, nem acompanhado;
4) Se sair sozinho ou acompanhado, não sair a pé nem de carro;
5) Se sair a pé, não andar devagar, nem depressa, nem parar;
6) Se sair de carro, não parar nas esquinas, nem no meio da rua, nem nas calçadas, nem nos sinais. Melhor deixar o carro na garagem e pegar uma condução;
7) Se pegar uma condução, não pegar ônibus, nem táxi, nem trem, nem carona;
8) Se decidir ficar em casa, não ficar sozinho nem acompanhado;
9) Se ficar sozinho ou acompanhado, não deixar a porta aberta nem fechada;
10) Como não adianta mudar de cidade ou de país, o único jeito é ficar no ar. Mas não num avião.

Segundo o colunista da Folha de S. Paulo Carlos Heitor Cony, Leon não seguiu os conselhos que deu, pois foi assassinado no banheiro de seu apartamento. O caso dele
teria sido passional, já que se apaixonara por uma mulher casada. De qualquer forma, segundo o colunista, Leon poderia ter acrescentado um mandamento aos dez que
inventou: “11) Não amar a mulher do próximo nem a própria.”.

CONY, Carlos Heitor. Sobrevivência na selva. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 mar. 1999.

A partir da leitura do Texto 2, é possível inferir que

a) não existem aviões seguros.


b) os ônibus são mais seguros que os carros.
c) só é possível viver bem quando se tem humor.
d) não há como a pessoa se livrar da violência, faça o que fizer.
e) só é possível sobreviver na selva se a pessoa estiver acompanhada.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
72) A MISSA DO COUPÉ

Machado de Assis

“Na Igreja de São Domingos diz-se hoje uma missa por alma de João de Melo, falecido em Maricá.”

Não se sabendo quem mandava dizer a missa, ninguém lá foi. A igreja escolhida deu ainda menos relevo ao ato; não era vistosa, nem buscada, mas velhota, sem galas
nem gente, metida ao canto de um pequeno largo, adequada à missa recôndita e anônima.

Às oito horas parou um coupé à porta; o lacaio desceu, abriu a portinhola, desbarretou-se e perfilou-se. Saiu um senhor e deu a mão a uma senhora, a senhora saiu e
tomou o braço ao senhor, atravessaram o pedacinho de largo e entraram na igreja. Na sacristia era tudo espanto. A alma que a tais sítios atraíra um carro de luxo, cavalos
de raça, e duas pessoas tão finas não seria como as outras almas ali sufragadas. A missa foi ouvida sem pêsames nem lágrimas. Quando acabou, o senhor foi à sacristia
dar as espórtulas. O sacristão, agasalhando na algibeira a nota de dez mil-réis que recebeu, achou que ela provava a sublimidade do defunto; mas que defunto era esse?
O mesmo pensaria a caixa das almas, se pensasse, quando a luva da senhora deixou cair dentro uma pratinha de cinco tostões. Já então havia na igreja meia dúzia de
crianças maltrapilhas, e, fora, alguma gente às portas e no largo, esperando. O senhor, chegando à porta, relanceou os olhos, ainda que vagamente, e viu que era objeto
de curiosidade. A senhora trazia os seus no chão. E os dois entraram no carro, com o mesmo gesto, o lacaio bateu a portinhola e partiram.

A gente local não falou de outra coisa naquele e nos dias seguintes. Sacristão e vizinhos relembravam o coupé, com orgulho. Era a missa do coupé. As outras missas
vieram vindo, todas a pé, algumas de sapato roto, não raras descalças, capinhas velhas, morins estragados, missas de chita, ao domingo, missas de tamancos. Tudo
voltou ao costume, mas a missa do coupé viveu na memória por muitos meses. Afinal não se falou mais nela; esqueceu como um baile.

ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. São Paulo: Editora


Globo, 1997, p. 10.

Glossário:
Coupé (ou cupê) – Carruagem ou carro de duas portas.
Desbarretar – Retirar o barrete ou o chapéu.
Espórtula – Esmola.

O trecho do romance Esaú e Jacó, de Machado de Assis, tem como objetivo:

a) narrar um episódio marcado pela diferença social.

b) opinar contra o hábito do prejulgamento.

c) descrever o falecimento de um homem importante.

d) dissertar sobre as missas por alma.

e) exortar a elegância da classe abastada.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
73) A MISSA DO COUPÉ

Machado de Assis

“Na Igreja de São Domingos diz-se hoje uma missa por alma de João de Melo, falecido em Maricá.”
Não se sabendo quem mandava dizer a missa, ninguém lá foi. A igreja escolhida deu ainda menos relevo ao ato; não era vistosa, nem buscada, mas velhota, sem galas
nem gente, metida ao canto de um pequeno largo, adequada à missa recôndita e anônima.

Às oito horas parou um coupé à porta; o lacaio desceu, abriu a portinhola, desbarretou-se e perfilou-se(c). Saiu um senhor e deu a mão a uma senhora(e), a senhora saiu
e tomou o braço ao senhor, atravessaram o pedacinho de largo e entraram na igreja. Na sacristia era tudo espanto. A alma que a tais sítios atraíra um carro de luxo,
cavalos de raça, e duas pessoas tão finas não seria como as outras almas ali sufragadas. A missa foi ouvida sem pêsames nem lágrimas. Quando acabou, o senhor foi à
sacristia dar as espórtulas. O sacristão, agasalhando na algibeira a nota de dez mil-réis que recebeu, achou que ela provava a sublimidade do defunto; mas que defunto
era esse? O mesmo pensaria a caixa das almas, se pensasse, quando a luva da senhora deixou cair dentro uma pratinha de cinco tostões(d). Já então havia na igreja meia
dúzia de crianças maltrapilhas, e, fora, alguma gente às portas e no largo, esperando. O senhor, chegando à porta, relanceou os olhos, ainda que vagamente(b), e viu que
era objeto de curiosidade. A senhora trazia os seus no chão(a). E os dois entraram no carro, com o mesmo gesto, o lacaio bateu a portinhola e partiram.

A gente local não falou de outra coisa naquele e nos dias seguintes. Sacristão e vizinhos relembravam o coupé, com orgulho. Era a missa do coupé. As outras missas
vieram vindo, todas a pé, algumas de sapato roto, não raras descalças, capinhas velhas, morins estragados, missas de chita, ao domingo, missas de tamancos. Tudo
voltou ao costume, mas a missa do coupé viveu na memória por muitos meses. Afinal não se falou mais nela; esqueceu como um baile.

ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. São Paulo: Editora


Globo, 1997, p. 10.

Glossário:
Coupé (ou cupê) – Carruagem ou carro de duas portas.
Desbarretar – Retirar o barrete ou o chapéu.
Espórtula – Esmola.

Em “E os dois entraram no carro, com o mesmo gesto, o lacaio bateu a portinhola e partiram.”, “o mesmo gesto” se refere a:
a) “A senhora trazia os seus no chão.”

b) “O senhor, chegando à porta, relanceou os olhos, ainda que vagamente...”

c) “...o lacaio desceu, abriu a portinhola, desbarretou-se e perfilou-se.”

d) “...a luva da senhora deixou cair dentro uma pratinha de cinco tostões.”

e) “Saiu um senhor e deu a mão a uma senhora...”

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
74) A MISSA DO COUPÉ

Machado de Assis

“Na Igreja de São Domingos diz-se hoje uma missa por alma de João de Melo, falecido em Maricá.”

Não se sabendo quem mandava dizer a missa, ninguém lá foi. A igreja escolhida deu ainda menos relevo ao ato; não era vistosa, nem buscada, mas velhota, sem galas
nem gente, metida ao canto de um pequeno largo, adequada à missa recôndita e anônima.

Às oito horas parou um coupé à porta; o lacaio desceu, abriu a portinhola, desbarretou-se e perfilou-se. Saiu um senhor e deu a mão a uma senhora, a senhora saiu e
tomou o braço ao senhor, atravessaram o pedacinho de largo e entraram na igreja. Na sacristia era tudo espanto. A alma que a tais sítios atraíra um carro de luxo, cavalos
de raça, e duas pessoas tão finas não seria como as outras almas ali sufragadas. A missa foi ouvida sem pêsames nem lágrimas. Quando acabou, o senhor foi à sacristia
dar as espórtulas. O sacristão, agasalhando na algibeira a nota de dez mil-réis que recebeu, achou que ela provava a sublimidade do defunto; mas que defunto era esse?
O mesmo pensaria a caixa das almas, se pensasse, quando a luva da senhora deixou cair dentro uma pratinha de cinco tostões. Já então havia na igreja meia dúzia de
crianças maltrapilhas, e, fora, alguma gente às portas e no largo, esperando. O senhor, chegando à porta, relanceou os olhos, ainda que vagamente, e viu que era objeto
de curiosidade. A senhora trazia os seus no chão. E os dois entraram no carro, com o mesmo gesto, o lacaio bateu a portinhola e partiram.

A gente local não falou de outra coisa naquele e nos dias seguintes. Sacristão e vizinhos relembravam o coupé, com orgulho. Era a missa do coupé. As outras missas
vieram vindo, todas a pé, algumas de sapato roto, não raras descalças, capinhas velhas, morins estragados, missas de chita, ao domingo, missas de tamancos. Tudo
voltou ao costume, mas a missa do coupé viveu na memória por muitos meses. Afinal não se falou mais nela; esqueceu como um baile.

ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. São Paulo: Editora


Globo, 1997, p. 10.

Glossário:
Coupé (ou cupê) – Carruagem ou carro de duas portas.
Desbarretar – Retirar o barrete ou o chapéu.
Espórtula – Esmola.

Entre as partes do período “Não se sabendo quem mandava dizer a missa” e “ninguém lá foi”, há, respectivamente, uma relação de:

a) causa e condição.

b) consequência e causa.

c) condição e causa.

d) consequência e condição.

e) causa e consequência.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
75) Texto 1

Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.

Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.

Tupi, or not tupi that is the question.

Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.

Só me interessa o que não é meu. Lei do homem.

Lei do antropófago.

(ANDRADE, Oswald de. Manifesto antropófago. In: O rei da vela;


Manifesto pau-brasil; Manifesto antropófago. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1996. p.19)

Texto 2

américa amem

américa amem
me ensinou a ser assim
antropofágico pagão
um fauno de calça lee

américa amem
palavras
palas
palavreados

américa amem
woody woody
voo doo
feijão & arroto

américa amem
nosso desespero
nossa paixão
imensa

(Chacal. América (1975). In: Tudo (e mais um pouco): poesia


reunida (1971-2016). São Paulo: Editora 34, 2016. p. 301.)

O Manifesto Antropófago, publicado em 1928 e escrito por Oswald de Andrade, tornou-se uma das referências fundamentais do modernismo brasileiro. A leitura do
fragmento do manifesto (texto 1) esclarece que a antropofagia constituiu uma proposta de:

a) acentuação das diferenças linguísticas.

b) defesa da igualdade entre os indivíduos.

c) assimilação da contribuição estrangeira.

d) recusa das regras socialmente impostas.

e) união de todos os setores da vida humana.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
76) Texto 1

Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.

Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.

Tupi, or not tupi that is the question.

Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.

Só me interessa o que não é meu. Lei do homem.

Lei do antropófago.

(ANDRADE, Oswald de. Manifesto antropófago. In: O rei da vela;


Manifesto pau-brasil; Manifesto antropófago. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1996. p.19)

Texto 2

américa amem

américa amem
me ensinou a ser assim
antropofágico pagão
um fauno de calça lee

américa amem
palavras
palas
palavreados

américa amem
woody woody
voo doo
feijão & arroto

américa amem
nosso desespero
nossa paixão
imensa

(Chacal. América (1975). In: Tudo (e mais um pouco): poesia


reunida (1971-2016). São Paulo: Editora 34, 2016. p. 301.)

Na década de 1970, observou-se, no Brasil, uma ampla produção de poesia que ficou conhecida como marginal. No poema “América” (texto 2), a autodeclaração do eu
poético como “antropofágico” faz referência ao Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade (texto 1), porém a perspectiva apresentada por Chacal diferencia-se por:

a) assinalar a ambiguidade entre submissão e adesão apaixonada aos modelos.

b) fazer a distinção entre os produtos da cultura de massa e os da alta cultura.

c) escolher a ironia como recurso para elaboração da revisão crítica da tradição.

d) restabelecer o passado da antiguidade clássica como modelo linguístico e cultural.

e) estimular a comercialização e o consumo de produtos culturais industrializados.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
77) O EXERCÍCIO DA CRÔNICA

Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e
situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de sua máquina, acende um cigarro, olha através da
janela e busca fundo em sua imaginação um fato qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares,
possa injetar um sangue novo. Se nada houver, resta-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que, através de um processo associativo, surja-lhe de repente a crônica,
provinda dos fatos e feitos de sua vida emocionalmente despertados pela concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao assunto da falta de assunto, já
bastante gasto, mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o inesperado.

(MORAES, Vinícius de. Para viver um grande amor: crônicas e


poemas. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. p. 17.)

A prática da crônica está intimamente associada à vida diária e comum. A relação do texto de Vinícius de Moraes com as marcas próprias do gênero está expressa na
preocupação em:

a) abordar a rotina de trabalho do cronista.

b) reforçar a objetividade do texto em prosa.

c) refletir sobre a produção literária brasileira.

d) discutir problemas inventados pelo cronista.

e) empregar figuras de linguagem diversificadas.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
78) POESIA

Gastei uma hora pensando um verso


que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. São Paulo:


Companhia das Letras, 2013. p. 45.)

Alguns procedimentos tornaram-se determinantes na produção moderna de poesia. Nesse sentido, entende-se que a modernidade do poema de Carlos Drummond de
Andrade deve-se à valorização da:
a) beleza.

b) oralidade.

c) idealização.

d) autorreflexão.

e) impessoalidade.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
79) Texto 1

A PATA DA GAZELA

Houve uma ocasião em que o mancebo quis representar em sua lembrança a imagem da moça; naturalmente começou interrogando sua memória a respeito dos traços
principais. Como era ela? Alta ou baixa, torneada ou esbelta, loura ou morena? Que cor tinham seus olhos?

A nenhuma dessas interrogações satisfez a memória; porque não recebera a impressão particular de cada um dos traços da moça. Não obstante, a aparição encantadora
ressurgia dentro de sua alma; ele a revia tal como se desenhara a seus olhos algumas horas antes. [...]

— Quem sabe? Talvez não seja ela o que nos bailes se chama uma moça bonita; talvez não tenha as feições lindas e o talhe elegante. Mas eu a amo!... O amor é sol do
coração; imprime-lhe o brilho e o matiz! Vênus, a deusa da formosura, surgindo da espuma das ondas, não é outra cousa senão o mito da mulher amada, surgindo
d'entre as puras ilusões do coração! O que eu admiro nela, o que me enleva, é sua beleza celeste; é o anjo que transparece através do invólucro terrestre; é a alma pura
e imaculada que se derrama de seus lábios em sorrisos, e a envolve como a cintilação de uma estrela.

(ALENCAR, José de. A pata da gazela. Rio de Janeiro: Garnier, 1870. p. 33-35.)

Texto 2

O ALIENISTA

As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do
Brasil, de Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua. Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra,
regendo a universidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia.

– A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo.

Dito isso, meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo e alma ao estudo da ciência, alternando as curas com as leituras, e demonstrando os teoremas com cataplasmas.
Aos quarenta anos casou com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz de fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele,
caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco, admirou-se de semelhante escolha e disse-lho. Simão Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições
fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar-lhe filhos
robustos, sãos e inteligentes. Se além dessas prendas, – únicas dignas da preocupação de um sábio, D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo,
agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte.

(ASSIS, Machado de. O alienista. In: Obra Completa. Vol. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 253-254.)

As personagens masculinas dos textos 1 e 2, o mancebo e o cientista, respectivamente, não consideram importante a beleza das mulheres com quem estão envolvidos;
diferem, porém, quanto aos parâmetros que julgam relevantes. As diferenças de ponto de vista revelam:

a) o objetivismo da apreciação do mancebo e o naturalismo da abordagem do cientista.

b) o romantismo da apreciação do mancebo e o surrealismo da abordagem do cientista.

c) o idealismo da apreciação do mancebo e o materialismo da abordagem do cientista.

d) o realismo da apreciação do mancebo e o sensorialismo da abordagem do cientista.

e) o impressionismo da apreciação do mancebo e o expressionismo da abordagem do cientista.

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
80) Após a leitura dos textos, responda à questão que se segue:

Texto

O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.

Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que
“não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.

Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.
É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”

O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.

(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)

Em relação a crianças e jovens no cotidiano dos estudos da linguagem, o texto está orientado no sentido de persuadir o leitor a concluir que:

a) a interação dialógica, em sentido amplo, é fundamental em sua formação social e linguística.

b) precisam todos, como exercício de verbalização, antes de tudo aprender a ouvir em silêncio.

c) em aula, o diálogo com o professor e colegas é mais importante que a leitura de textos e livros.

d) a atuação do professor como locutor inconteste é necessária, mormente na escola pública.

e) para que todos tenham direito à própria palavra, é preciso restabelecer a disciplina em classe.

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COSEAC UFF - Doc I (Pref Maricá)/Pref Maricá/Língua Portuguesa/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
81) Após a leitura dos textos, responda à questão que se segue:

Texto

O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.

Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que
“não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.

Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.

É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”

O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.

(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)

Para sustentar sua proposição, vale-se a autora de diversas estratégias ao longo do texto, COM EXCEÇÃO apenas da seguinte:
a) ilustrar opinião com exemplo de ordem literária.

b) recorrer a argumento de autoridade.

c) apoiar-se em fato ou fatos da realidade social.

d) conquistar a adesão do leitor, alinhando-se a ele.

e) expor as ideias com consistência de raciocínio.


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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
82) Após a leitura dos textos, responda à questão que se segue:

Texto

O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.

Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que
“não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.

Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.

É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”

O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.

(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)

A assertiva marcada linguisticamente no texto para ser entendida pelo leitor como uma possibilidade é:

a) A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. (§ 2)

b) Essa é a condição mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem. (§ 3)

c) O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. (§ 5)

d) Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo histórico nos coloca. (§ 5)

e) E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. (§ 5)

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Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
83) Após a leitura dos textos, responda à questão que se segue:

Texto

O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.

Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que
“não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.

Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.

É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”

O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.

(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)

Em Comunicação em prosa moderna (14 ed. Rio: FGV, 1988, p. X), pretende Othon M. Garcia “dar aos jovens uma orientação capaz de levá-los a pensar com clareza e
objetividade para terem o que dizer e poderem expressar-se com eficácia”. Daí o subtítulo de seu livro: “aprenda a escrever, aprendendo a pensar”. Quanto ao ponto de
vista expresso por esse mestre, eis a posição de Mikhail Bakhtin:
a) concorda inteiramente.

b) concorda, com restrições.

c) discorda inteiramente.

d) discorda, mas faz concessões.

e) discorda por não ser clara.

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COSEAC UFF - Doc I (Pref Maricá)/Pref Maricá/Língua Portuguesa/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
84) Após a leitura dos textos, responda à questão que se segue:

Texto

O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.

Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que
“não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.

Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.

É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”

O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.

(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)

Na passagem: “em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais solta” (§ 2), faz-se no texto alusão a:
a) funções da linguagem.

b) registros da língua padrão.

c) variantes socioculturais da língua.

d) variantes regionais da língua.

e) atos de fala.

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COSEAC UFF - Doc I (Pref Maricá)/Pref Maricá/Língua Portuguesa/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
85) A produção e a circulação de textos virtuais trazem grandes desafios para a educação formal das novas gerações. Gêneros de discurso variados e historicamente
elaborados convivem com os novos, causando uma polêmica entre estudiosos e usuários da Internet sobre a suposta ameaça de empobrecimento da língua.

Linguistas afirmam que a língua é uma sistematização aberta e que, portanto, os fenômenos que se observam, as novas formas de escrever surgidas com a Internet são:
a) revolucionárias e passageiras, características de uma determinada época.
b) equivocadas e prejudiciais à utilização do bom Português.

c) inofensivas, se forem reguladas pelos gramáticos e linguistas.

d) perniciosas para as novas gerações, limitadas em seu vocabulário.

e) esperadas e naturais, não configurando transgressões à língua.

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COSEAC UFF - Doc I (Pref Maricá)/Pref Maricá/Língua Portuguesa/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
86) Ao lidar com uma variedade tão grande de possibilidades e informações virtuais, as crianças e jovens entram em contato com novos desafios com os quais vão
desenvolvendo novas habilidades na seleção do que lhes é oferecido. No que diz respeito à leitura e à escrita de telas de computador, pode-se afirmar que o modelo que
mais se aproxima do nosso próprio esquema mental de pensamento, uma vez que esse não apresenta limites para a atribuição de sentido às palavras, é o de:
a) significante e significado.

b) abstração e não formatação.

c) simultaneidade e não linearidade.

d) cognição e emoção.

e) concepção e ideia.

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COSEAC UFF - Ag Adm (Pref Maricá)/Pref Maricá/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
87) Texto 1

NIEMEYER

Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, mais conhecido como Oscar Niemeyer, nasceu em 15 de dezembro de 1907 no bairro das Laranjeiras, no Rio de
Janeiro, e durante anos morou na casa de seu avô, Ribeiro de Almeida, em Maricá. Casou-se em 1928 com Annita Baldo. Dessa relação teve Anna Maria, sua única filha.

Aos 23 anos foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Estagiou no escritório de Lúcio Costa, onde participou do projeto do Ministério da Educação. Niemeyer ganhou
o mundo com projetos ousados e revolucionários. Itália, França, Argélia e até a ONU conheceram os traços desse ousado brasileiro. É autor de vários projetos
importantes no Brasil como Brasília, o conjunto da Pampulha e o Sambódromo do Rio.

“Minha família vinha de Maricá. Meu avô Ribeiro de Almeida nasceu lá. Já meu avô Niemeyer não o conheci. Sempre morei com esse avô Ribeiro de Almeida. Ele foi juiz
de direito em Maricá e depois foi para o Rio. Ele chegou a ministro do Supremo, e a casa era muito frequentada. Ele era um sujeito correto. De modo que, em tempos de
esculhambação, a lembrança dele é muito boa.”

CASA DE MARICÁ

A Casa de Maricá foi um presente de Horácio de Carvalho, jornalista e dono do Diário Popular. Amigos desde a juventude, frequentavam o café Lamas, o bilhar, os cabarés
da cidade e as noites do Rio de Janeiro. (...) Certo dia, Horácio ligou para Niemeyer e disse: “A casa é sua. Só você pode consertá-la...”. (...)

“É uma bela casa. A varanda larga a completar as salas, convidando-nos a nela ficar com frequência. Dentro, são oito quartos, separados pelas salas, amplas, sem a
disciplina e a lógica funcional que os projetos de hoje apresentam (uma das características das casas coloniais). E o telhado a descer com seu galeio natural, adaptando-
se à capela que surge no conjunto dominadora, como uma verdadeira igreja.”

Texto editado. Disponível em: https://leisecamarica.com.br/maricaense-oscar-niemeyer-e-sua-historia-com-a-cidade/

De que acordo com as informações presentes no texto 1, pode-se afirmar que Niemeyer:

a) nasceu em Laranjeiras e foi, bem cedo, viver na Casa de Maricá.


b) era neto de Ribeiro de Almeida, o qual não conheceu.
c) foi presenteado com a Casa de Maricá por um amigo de juventude.
d) viveu na Casa de Maricá construída na antiga fazenda de seu avô.
e) casou-se com Annita Baldo, com quem viveu em Maricá.

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COSEAC UFF - Ag Adm (Pref Maricá)/Pref Maricá/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
88) Texto 1

NIEMEYER

Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, mais conhecido como Oscar Niemeyer, nasceu em 15 de dezembro de 1907 no bairro das Laranjeiras, no Rio de
Janeiro, e durante anos morou na casa de seu avô, Ribeiro de Almeida, em Maricá. Casou-se em 1928 com Annita Baldo. Dessa relação teve Anna Maria, sua única filha.

Aos 23 anos foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Estagiou no escritório de Lúcio Costa, onde participou do projeto do Ministério da Educação. Niemeyer ganhou
o mundo com projetos ousados e revolucionários. Itália, França, Argélia e até a ONU conheceram os traços desse ousado brasileiro. É autor de vários projetos
importantes no Brasil como Brasília, o conjunto da Pampulha e o Sambódromo do Rio.

“Minha família vinha de Maricá. Meu avô Ribeiro de Almeida nasceu lá. Já meu avô Niemeyer não o conheci. Sempre morei com esse avô Ribeiro de Almeida. Ele foi juiz
de direito em Maricá e depois foi para o Rio. Ele chegou a ministro do Supremo, e a casa era muito frequentada. Ele era um sujeito correto. De modo que, em tempos de
esculhambação, a lembrança dele é muito boa.”
CASA DE MARICÁ

A Casa de Maricá foi um presente de Horácio de Carvalho, jornalista e dono do Diário Popular. Amigos desde a juventude, frequentavam o café Lamas, o bilhar, os cabarés
da cidade e as noites do Rio de Janeiro. (...) Certo dia, Horácio ligou para Niemeyer e disse: “A casa é sua. Só você pode consertá-la...”. (...)

“É uma bela casa. A varanda larga a completar as salas, convidando-nos a nela ficar com frequência. Dentro, são oito quartos, separados pelas salas, amplas, sem a
disciplina e a lógica funcional que os projetos de hoje apresentam (uma das características das casas coloniais). E o telhado a descer com seu galeio natural, adaptando-
se à capela que surge no conjunto dominadora, como uma verdadeira igreja.”

Texto editado. Disponível em: https://leisecamarica.com.br/maricaense-oscar-niemeyer-e-sua-historia-com-a-cidade/

No texto biográfico sobre Niemeyer, a polifonia, isto é, a presença de várias vozes no texto, está evidente:
a) na alternância de emprego do tempo passado e do presente em “Estagiou no escritório de Lúcio Costa...” e “É autor de vários projetos importantes...”
b) no emprego da terceira pessoa em “Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, (...) nasceu em 15 de dezembro de 1907...”
c) na menção a outros personagens em “Meu avô Ribeiro de Almeida...” , “...Horácio de Carvalho, jornalista e dono do Diário Popular.”
d) na enumeração em “...frequentavam o café Lamas, o bilhar, os cabarés da cidade e as noites do Rio de Janeiro.”
e) no discurso direto em “...Horácio ligou para Niemeyer e disse: ‘A casa é sua’”.

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COSEAC UFF - Ag Adm (Pref Maricá)/Pref Maricá/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
89) Texto 2

Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/atracao/nosso-oscar-niemeyer/

De acordo com o imaginário popular materializado na imagem, a charge que homenageia Niemeyer tem como tema:
a) seu profissionalismo, por causa do diploma enrolado em suas mãos.
b) seu ateísmo, por causa do homem cabeludo e barbudo que representa Deus.
c) sua falsa modéstia, por causa de sua ideia de fazer projetos superiores aos de Deus.
d) seu falecimento, por causa de seu diálogo com São Pedro, o “porteiro do céu”.
e) sua preocupação com a estética das cidades, por causa da imagem da Terra.

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COSEAC UFF - Doc II (Pref Maricá)/Pref Maricá/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
90) O texto a seguir, retirado do jornal online O MARICÁ, servirá de base para a questão.

Projeto Onda Certa abre 45 vagas para edição de inverno

10/07/2018

A partir de quarta-feira (11/07), estarão abertas 45 vagas gratuitas para crianças e adolescentes de 8 a 17 anos participarem da edição de inverno do Projeto Onda Certa,
desenvolvido pela Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) e a Secretaria de Proteção e Defesa Civil. A iniciativa, que faz parte dos projetos sociais da
Codemar, visa oferecer, no período de férias escolares, dicas de prevenção de afogamentos, primeiros socorros, identificação de correntes de retorno (valas), preservação
ambiental e iniciação ao surf e bodysurf, além de outros exercícios físicos na areia da praia e jogos interativos, tudo de forma leve e lúdica, porém responsável e voltada
para a utilidade pública.
As inscrições seguem até o dia (13/07) ou enquanto durarem as vagas e podem ser feitas no posto de guarda-vidas na Rua 4, no bairro Barra de Maricá, das 9h às 15h.
Para se inscrever é necessário apresentar os seguintes documentos: cópia da identidade do responsável, cópia da certidão de nascimento ou identidade do menor e
preencher as fichas de autorização.

A edição de inverno do projeto acontecerá entre os dias 16 a 27 (exceto sábado e domingo) de julho, na Barra de Maricá, das 9h às 12h. As atividades serão divididas em
três grupos, de acordo com a faixa etária de oito aos 11 anos; 12 a 14 anos e 15 aos 17 anos.

Serviço: Projeto Onda Certa

Público: crianças e adolescentes entre 8 e 17 anos.

Inscrições: 11/07 a 13/07 das 9h às 15h – Rua 4 – Praia da Barra de Maricá (ou enquanto durarem as vagas).

Documentos: Cópia da identidade do responsável, cópia da certidão de nascimento ou identidade do menor, preencher as fichas de autorização no local.

Período e local: 16 a 27 e julho das 9h às 12h – Rua 4 –


Praia da Barra de Maricá (exceto sábado e domingo) (In:https://jornalomarica.com.br/2018/07/10/projeto-onda-certa-abre-45-vagas-para-edicao-de-inverno/- acessado em julho de 2018).

O texto sobre o Projeto Onda Certa foi retirado de um jornal local. A matéria tem como objetivo principal:
a) esclarecer a população sobre as atribuições da Codemar.
b) divulgar edição de inverno de projeto social voltado para crianças e adolescentes.
c) informar sobre o calendário das atividades da Secretaria de Proteção e Defesa Civil.
d) despertar para os perigos das praias, principalmente afogamentos e pequenos acidentes na areia.
e) alertar sobre a importância das atividades físicas para crianças e adolescentes nas férias escolares.

www.tecconcursos.com.br/questoes/775752

COSEAC UFF - Doc II (Pref Maricá)/Pref Maricá/2018


Língua Portuguesa (Português) - Interpretação de Textos (Compreensão)
91) Leia a letra da canção de Preta Gil e Gilberto Gil para responder à questão.

Ser diferente é normal

Todo mundo tem seu jeito singular


De crescer, aparecer e se manifestar.
Se o peso na balança é de uns quilinhos a mais
E daí, que diferença faz?
Todo mundo tem que ser especial
Em oportunidades, em direitos, coisa e tal
Seja branco, preto, verde, azul ou lilás
E daí, que diferença faz?
Já pensou, tudo sempre igual?
Ser mais do mesmo o tempo todo
não é tão legal
Já pensou, sempre tão igual?
Tá na hora de ir em frente:
Ser diferente é normal!

(In: Sitio: “Revista Época”. Disponível em: <http://colunas.


revistaepoca. globo.com/brunoastuto/2012/11/06/preta-e-gilberto-gil-lancam-nova-musica-na-campanha-ser-diferente-e-normal/>. Acesso em: 27 de mar. 2014. – acessado em julho de 2018).

O trecho “Se o peso na balança é de uns quilinhos a mais /E daí, que diferença faz?” pode ser entendido como:
a) Para fazer diferença, é preciso ter uns quilinhos a mais na balança.

b) O peso na balança é de uns quilinhos a mais porque não faz diferença.

c) Quando o peso na balança é de uns quilinhos a mais, faz diferença.

d) Nada se pode fazer se há diferença nos quilinhos a mais da balança.

e) Ainda que o peso na balança seja de uns quilinhos a mais, não faz diferença.

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COSEAC UFF - Adm (UFF)/UFF/2019


Língua Portuguesa (Português) - Tipologia e Gênero Textual
92) TEXTO 1

A DISCIPLINA DO AMOR

Lygia Fagundes Telles

Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.

Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.

Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.

As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.

TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.

Considerando-se a organização do texto, a autora utiliza


a) os tempos do presente, na maior parte, aproximando-se dos fatos, como se tivesse recorrido a uma câmara de zoom, e aumentando, portanto, a tensão
narrativa.

b) um narrador onisciente, em 3ª pessoa, na maior parte do texto, tendo em vista que revela ao leitor uma visão mais aproximada da narrativa, com detalhes da
relação de um cão com o seu dono.
c) um narrador em 1ª pessoa, a que corresponde o papel de personagem e a não onisciência da narrativa, como fica claro na passagem “Mas eu avisei que o
tempo era de guerra” .
d) o tipo textual descritivo, predominantemente, com o objetivo de qualificar, nomear e situar os seres do mundo, sob um ponto de vista estático, como se verifica
na passagem “Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra”.
e) o discurso direto, predominantemente, como é possível verificar na passagem: “As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando?”

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Língua Portuguesa (Português) - Tipologia e Gênero Textual
93) TEXTO 1

APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA

Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.

Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.

Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.

Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.

Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:

— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!

Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.

Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.

No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:

— Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.

Eu respondi:

— Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.

No Texto 1, predomina o tipo textual


a) narrativo, porque apresenta um ponto de vista dinâmico.

b) expositivo, já que expõe um drama a que todo brasileiro está sujeito.

c) descritivo, tendo em vista que descreve as ações do protagonista para chamar a polícia.

d) argumentativo, pois o protagonista tenta convencer a polícia de que a situação na casa era grave.

e) injuntivo, uma vez que, ao proceder a queixa, o protagonista dá instruções para que a polícia prenda o ladrão.

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Língua Portuguesa (Português) - Tipologia e Gênero Textual
94) TEXTO 1

APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA

TEXTO 2
Em um artigo, publicado em 23 de março de 1999 na Folha de S. Paulo, Carlos Heitor Cony transcreve um manual de “Sobrevivência na Selva”, escrito pelo jornalista Leon
Eliachar. Eis alguns mandamentos:

1) Não sair de casa;


2) Não ficar em casa;
3) Se sair, não sair sozinho, nem acompanhado;
4) Se sair sozinho ou acompanhado, não sair a pé nem de carro;
5) Se sair a pé, não andar devagar, nem depressa, nem parar;
6) Se sair de carro, não parar nas esquinas, nem no meio da rua, nem nas calçadas, nem nos sinais. Melhor deixar o carro na garagem e pegar uma condução;
7) Se pegar uma condução, não pegar ônibus, nem táxi, nem trem, nem carona;
8) Se decidir ficar em casa, não ficar sozinho nem acompanhado;
9) Se ficar sozinho ou acompanhado, não deixar a porta aberta nem fechada;
10) Como não adianta mudar de cidade ou de país, o único jeito é ficar no ar. Mas não num avião.

Segundo o colunista da Folha de S. Paulo Carlos Heitor Cony, Leon não seguiu os conselhos que deu, pois foi assassinado no banheiro de seu apartamento. O caso dele
teria sido passional, já que se apaixonara por uma mulher casada. De qualquer forma, segundo o colunista, Leon poderia ter acrescentado um mandamento aos dez que
inventou: “11) Não amar a mulher do próximo nem a própria.”.

CONY, Carlos Heitor. Sobrevivência na selva. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 mar. 1999.

O título do Texto 1 e os “mandamentos” do Texto 2 têm em comum


a) a brevidade.
b) a comicidade.
c) o tom injuntivo.
d) o tom contraditório.
e) o pleonasmo.

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Língua Portuguesa (Português) - Tipologia e Gênero Textual
95) Os computadores, assim como a televisão, não devem ser vistos apenas como mais uma tecnologia na sala de aula. São linguagens diferentes. Dessa maneira,
devem ser tratados como linguagens que a escola tem o dever de desenvolver, porque estão presentes na sociedade. São linguagens que o aluno precisa aprender a ler, a
compreender, a interpretar. O aluno deve aprender, por exemplo, a ser um leitor crítico da televisão. Da mesma forma que se desenvolvem habilidades para a leitura de
textos no papel, é preciso desenvolver habilidades para a leitura do texto na tela. E o texto na tela combina palavras com imagens e sons. É uma leitura complexa que
não deve ser passiva.

O computador traz uma forma de leitura muito diferente, um outro tipo de texto, que é chamado de:
a) enunciação.

b) hipertexto.

c) metatexto.

d) contexto.

e) discurso.

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Língua Portuguesa (Português) - Tipologia e Gênero Textual
96) Texto 2

CÔNSUL!

Domício da Gama

No café de Londres, às onze horas da noite. Chove desabridamenteB). Entre a zoada dos aguaceiros, que lavam a rua, ouvem-se raros passos apressados de transeuntes
invisíveis na sombra. A espaços um ronco rápido e surdo, como um rufo de tambor molhado, assinala a passagemA) de um guarda-chuva por baixo do jorro de uma
goteira que transborda. Corre um sopro glacial de tédio e desconfortoE) pelo café profusamente iluminado, em que já pouca gente resta. O silêncio só é quebrado pelo
ruído dos talheres e da conversa de três rapazesD) cavaqueando numa ceia econômica ao fundo. O homem do contador cochilaC). Sentado a uma mesinha, em frente ao
prato vazio, em que um osso descarnado de galinha comemora a passagem de uma canja, está um homem que cisma sobre um jornal.

GAMA, Domício. Apud SANDANELLO, F. B. Domício da Gama e o impressionismo literário no Brasil. São Luís, MA: EDUFMA, 2017. p. 169.

No trecho do conto de Domício da Gama, são características da predominância do tipo textual descritivo:
a) verbos no presente e farta adjetivação: “...um ronco rápido e surdo, como um rufo de tambor molhado, assinala a passagem...”,.
b) verbos impessoais e expressões adverbiais: “No café em Londres, às onze horas da noite. Chove desabridamente.”

c) verbos no modo indicativo e períodos curtos: “O homem do contador cochila.”


d) verbos na voz passiva e numerosas expressões nominais: “O silêncio só é quebrado pelo ruído dos talheres e da conversa de três rapazes...”
e) verbos de ação e nominalizações: “ Corre um sopro glacial de tédio e desconforto...”

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Língua Portuguesa (Português) - Reescrita de Frases. Substituição de Palavras ou Trechos de Texto.
97) Texto 2

Onde anda o Guarda Belo?


Luiz Caversan

Há duas imagens de minha infância que permanecem muito vivas na lembrança. Ambas envolvendo polícia e ambas, pasme, boas, agradáveis lembranças.

Uma delas traz de volta o guarda civil, integrante de uma corporação policial existente em São Paulo até o começo da década de 60, extinta pelo governo militar.

O guarda civil era o máximo: uniforme azul-marinho, luvas brancas, cordão dourado descendo do ombro até o cinturão negro, quepe ou capacete, este último também
branco para os guardas de trânsito. Sim, porque os guardas civis cuidavam do trânsito, cuidavam também das crianças na saída da escola e cuidavam dos frequentadores
das igrejas, dos teatros e dos cinemas. (...)

A outra imagem de que falei também é da infância, aparentemente boba, mas comum a todos os que um dia ficaram — ou ainda ficam — diante de um desenho animado
da TV e sabem quem é o Guarda Belo. Aquele mesmo que vive às turras com o Manda Chuva e sua turma de gatos malandros. Acaba sempre se metendo em encrencas
por causa dos gatinhos endiabrados. Mas está ali, no bairro dos gatos, conhece todo mundo, todos os becos, e, apesar da rivalidade com os felinos, é amigo inclusive
deles. Afinal, é o guarda da área e também cuida dos que não querem cuidados.

Todas essas lembranças vêm a propósito dos tempos atuais de violências, as policiais principalmente. (...)

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ fsp/1995/5/16/opiniao/6.html. Acesso em 12 jul. 2019. Adaptado.

O trecho “A outra imagem de que falei também é da infância, aparentemente boba, mas comum a todos os que um dia ficaram — ou ainda ficam — diante de um
desenho animado da TV e sabem quem é o Guarda Belo.”, tem seu sentido alterado se o conectivo sublinhado for substituído por
a) contudo.
b) entretanto.
c) no entanto.
d) porém.
e) portanto.

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Língua Portuguesa (Português) - Reescrita de Frases. Substituição de Palavras ou Trechos de Texto.
98) TEXTO 1

A DISCIPLINA DO AMOR

Lygia Fagundes Telles

Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.

Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.

Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.

As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.

TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.

O trecho “O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança.” pode ser reescrito da seguinte forma, sem perda de
sentido:
a) Como o jovem morreu num bombardeio, no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança.

b) Já que o jovem morreu num bombardeio, no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança.

c) O jovem morreu num bombardeio, portanto no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança.

d) O jovem morreu num bombardeio, embora no pequeno coração do cachorro, não tenha morrido a esperança.

e) O jovem morreu num bombardeio, entretanto no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança.

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Língua Portuguesa (Português) - Reescrita de Frases. Substituição de Palavras ou Trechos de Texto.
99) TEXTO 2 (Editado)

A pesquisa científica sobre os efeitos terapêuticos da relação entre seres humanos e animais de estimação começou nos Estados Unidos em meados de 1960. Depois de
muitos estudos e observação, ficaram claros os benefícios que são gerados nessa interação. Pensando nisso, a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais
de Estimação (Abinpet) possui um Grupo de Estudos sobre a Interação Humano e Animal (GE-INTERHA) para fomentar pesquisas que demonstrem a importância dos
animais de estimação para a qualidade de vida das pessoas.

Essa convivência, segundo pesquisadores, é capaz de melhorar a autoestima, diminuir problemas do coração e auxiliar a família na diminuição do estresse, na queda da
pressão em hipertensos e, principalmente, de melhorar a interação social.

Em um estudo realizado recentemente, ficou comprovado que, em geral, as famílias que têm animais de estimação gastam menos com remédios. Além disso, foi criada a
Terapia Assistida por Animais, que pode ser aplicada em diferentes casos médicos, com grandes melhorias para os pacientes. Alguns casos mais conhecidos são os
tratamentos de idosos e de crianças com paralisia cerebral, autismo ou hiperatividade.

Os cães e gatos são muito usados, pois são os animais mais próximos do ser humano. As suas visitas causam melhoras sociais, emocionais, físicas e cognitivas de
pacientes em tratamento. Acariciar um animal, por si só, já ajuda o paciente a relaxar. Cães e gatos também servem como companhia para idosos solitários, evitando
casos de depressão.

A relação entre seres humanos e animais de estimação. Jornal Cruzeiro do Sul, 24/05/13. Disponível em < https://www2.jornalcruzeiro.com.br/materia/474869/a-relacao-entre-seres-humanos-e-
animais-de-estimacao>. Acesso em jan. 2019. (Adaptado)

No trecho “Além disso, foi criada a Terapia Assistida por Animais, que pode ser aplicada em diferentes casos médicos, com grandes melhorias para os pacientes”, a
palavra sublinhada pode ser substituída por

a) onde.
b) cuja.
c) aonde.
d) a qual.
e) na qual.

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Língua Portuguesa (Português) - Reescrita de Frases. Substituição de Palavras ou Trechos de Texto.
100) TEXTO 1

APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA

Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.

Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.

Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.

Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.

Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:

— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!

Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.

Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.

No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:

— Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.

Eu respondi:

— Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.

Em relação ao sentido dos termos retirados do Texto 1, a palavra


a) “disponível” do último parágrafo poderia ser substituída por “à espreita”.
b) “cara”, no oitavo parágrafo, poderia ser substituída por “rosto”.
c) “ladrão”, no primeiro parágrafo, poderia ser substituída por “menor infrator”.
d) “sorrateiramente”, no primeiro parágrafo, poderia ser substituída por “calmamente”.
e) “silhueta”, no primeiro parágrafo, poderia ser substituída por “corpo esguio”.

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Língua Portuguesa (Português) - Reescrita de Frases. Substituição de Palavras ou Trechos de Texto.
101) TEXTO 1

APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA

Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.
Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.

Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.

Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.

Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:

— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!

Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.

Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.

No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:

— Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.

Eu respondi:

— Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.

O trecho “Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado (...)” pode ser reescrito da seguinte
forma, sem perda de sentido:
a) Não fiquei preocupado, já que minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas.
b) Não fiquei preocupado, embora minha casa seja muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas.
c) Não fiquei preocupado, portanto minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas.
d) Não fiquei preocupado, mesmo minha casa sendo muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas.
e) Não fiquei preocupado, conquanto minha casa fosse segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas.

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COSEAC UFF - Ass Adm (UFF)/UFF/2019


Língua Portuguesa (Português) - Reescrita de Frases. Substituição de Palavras ou Trechos de Texto.
102) TEXTO 2

Em um artigo, publicado em 23 de março de 1999 na Folha de S. Paulo, Carlos Heitor Cony transcreve um manual de “Sobrevivência na Selva”, escrito pelo jornalista Leon
Eliachar. Eis alguns mandamentos:

1) Não sair de casa;


2) Não ficar em casa;
3) Se sair, não sair sozinho, nem acompanhado;
4) Se sair sozinho ou acompanhado, não sair a pé nem de carro;
5) Se sair a pé, não andar devagar, nem depressa, nem parar;
6) Se sair de carro, não parar nas esquinas, nem no meio da rua, nem nas calçadas, nem nos sinais. Melhor deixar o carro na garagem e pegar uma condução;
7) Se pegar uma condução, não pegar ônibus, nem táxi, nem trem, nem carona;
8) Se decidir ficar em casa, não ficar sozinho nem acompanhado;
9) Se ficar sozinho ou acompanhado, não deixar a porta aberta nem fechada;
10) Como não adianta mudar de cidade ou de país, o único jeito é ficar no ar. Mas não num avião.

Segundo o colunista da Folha de S. Paulo Carlos Heitor Cony, Leon não seguiu os conselhos que deu, pois foi assassinado no banheiro de seu apartamento. O caso dele
teria sido passional, já que se apaixonara por uma mulher casada. De qualquer forma, segundo o colunista, Leon poderia ter acrescentado um mandamento aos dez que
inventou: “11) Não amar a mulher do próximo nem a própria.”.

CONY, Carlos Heitor. Sobrevivência na selva. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 mar. 1999.

No trecho “O caso dele teria sido passional, já que se apaixonara por uma mulher casada”, a forma verbal destacada, numa linguagem mais atual, conservando o mesmo
sentido, seria substituída por
a) foi apaixonado.
b) era apaixonado.
c) seria apaixonado.
d) tinha-se apaixonado.
e) será apaixonado.

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COSEAC UFF - Doc I (Pref Maricá)/Pref Maricá/Língua Portuguesa/2018


Língua Portuguesa (Português) - Reescrita de Frases. Substituição de Palavras ou Trechos de Texto.
103) Após a leitura dos textos, responda à questão que se segue:

Texto

O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “ eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.
Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “ a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que “
não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.

Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.

É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “ Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”

O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.

(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)

Altera-se fundamentalmente o sentido de: “ Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém” (§ 4) com a
seguinte redação:

a) Ela é determinada pelo fato de que procede de alguém, tanto quanto pelo fato de que se dirige para alguém.

b) Ela é determinada não só pelo fato de que procede de alguém, senão também pelo fato de que se dirige para alguém.

c) Ela é determinada não pelo fato de que procede de alguém, senão que pelo fato de que se dirige para alguém.

d) Ela é determinada quer pelo fato de que procede de alguém, quer pelo fato de que se dirige para alguém.

e) Ela é determinada pelo fato de que procede de alguém e pelo fato de que se dirige para alguém.

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COSEAC UFF - Doc I (Pref Maricá)/Pref Maricá/Língua Portuguesa/2018


Língua Portuguesa (Português) - Reescrita de Frases. Substituição de Palavras ou Trechos de Texto.
104) Após a leitura dos textos, responda à questão que se segue:

Texto

O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.

Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que
“não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.

Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.

É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”

O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.

(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)

No enunciado: “Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte” (§ 4), é possível, sem alteração de sentido, substituir o nome “produto”
pela seguinte metáfora, já cristalizada na língua:
a) fonte.
b) matriz.

c) fator.

d) fruto.

e) mola.

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Língua Portuguesa (Português) - Reescrita de Frases. Substituição de Palavras ou Trechos de Texto.
105) Texto 1

DOMÍCIO DA GAMA

Domício da Gama (Domício Afonso Forneiro, adotou do padrinho o Gama), jornalista, diplomata, contista e cronista, nasceu em Maricá, RJ, em 23 de outubro de 1862 e
faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8 de novembro de 1925. Foi um dos dez acadêmicos eleitos na sessão de 28 de janeiro de 1897, para completar o quadro de
fundadores da Academia. Escolheu Raul Pompeia como patrono, ocupando a cadeira nº 33. Foi recebido na sessão de 1º de julho de 1900, por Lúcio de Mendonça.

Fez estudos preparatórios no Rio de Janeiro e ingressou na Escola Politécnica, mas não chegou a terminar o curso. Seguiu para o estrangeiro em missões diplomáticas. A
sua primeira missão foi a de secretário do Serviço de Imigração, e o contato, nessa época, com o Barão do Rio Branco, valeu-lhe ser nomeado secretário da missão Rio
Branco para a questão de limites Brasil- Argentina (1893-1895), com a Guiana Francesa (1895-1900) e com a Guiana Inglesa (1900-1901). Foi secretário de Legação na
Santa Sé, em 1900, e ministro em Lima, em 1906. Embaixador em missão especial, em 1910, representou o Brasil no centenário da independência da Argentina e nas
festas centenárias do Chile. Embaixador do Brasil em Washington, de 1911 a 1918, foi o digno sucessor de Joaquim Nabuco, por escolha do próprio Barão do Rio Branco.
Ao celebrar-se a paz europeia de Versalhes, Domício, como ministro das Relações Exteriores, pretendeu representar o Brasil naquela conferência, propósito que suscitou
divergências na imprensa brasileira. Convidado para a mesma embaixada, Rui Barbosa recusou, e o chefe da representação brasileira foi, afinal, Epitácio Pessoa, eleito
pouco depois, em seguida à morte de Rodrigues Alves, presidente da República. Domício foi substituído na Chancelaria por Azevedo Marques, seguindo como embaixador
em Londres, em 1920-21. Foi posto em disponibilidade durante a Presidência Bernardes.

Em 1919 foi Presidente da Academia Brasileira de Letras, em substituição a Rui Barbosa.

Domício da Gama era colaborador da Gazeta de Notícias ao tempo de Ferreira de Araújo e, ainda no início da carreira, escreveu contos, crônicas e críticas literárias.

Texto editado. Disponível em: http://www.academia.org.br/academicos/ domicio-da-gama/biografia. Acesso em: 10 jul.2018.

No trecho “... pretendeu representar o Brasil naquela conferência, propósito que suscitou divergências na imprensa brasileira”, a forma verbal “suscitou” pode ser
substituída, sem alterar o sentido, por:

a) avivou.
b) encerrou.
c) aumentou.
d) reduziu.
e) provocou.

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Língua Portuguesa (Português) - Reescrita de Frases. Substituição de Palavras ou Trechos de Texto.
106) Texto 2

CÔNSUL!

Domício da Gama

No café de Londres, às onze horas da noite. Chove desabridamente. Entre a zoada dos aguaceiros, que lavam a rua, ouvem-se raros passos apressados de transeuntes
invisíveis na sombra. A espaços um ronco rápido e surdo, como um rufo de tambor molhado, assinala a passagem de um guarda-chuva por baixo do jorro de uma goteira
que transborda. Corre um sopro glacial de tédio e desconforto pelo café profusamente iluminado, em que já pouca gente resta. O silêncio só é quebrado pelo ruído dos
talheres e da conversa de três rapazes cavaqueando numa ceia econômica ao fundo. O homem do contador cochila. Sentado a uma mesinha, em frente ao prato vazio,
em que um osso descarnado de galinha comemora a passagem de uma canja, está um homem que cisma sobre um jornal.

GAMA, Domício. Apud SANDANELLO, F. B. Domício da Gama e o impressionismo literário no Brasil. São Luís, MA: EDUFMA, 2017. p. 169.

“Sentado a uma mesinha, em frente ao prato vazio, em que um osso descarnado de galinha comemora a passagem de uma canja, está um homem que cisma sobre um
jornal.” Pode substituir a expressão sublinhada, sem alteração do sentido:
a) festeja uma canja deliciosa.
b) indica uma canja já terminada.
c) denuncia uma canja rala.
d) revela uma canja apenas desejada.
e) comprova uma canja bem-feita.

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Língua Portuguesa (Português) - Outras questões de português e questões mescladas (Interpretação de Textos ou Gramática)
107) PADRE ANCHIETA

A história do Padre José de Anchieta (1534 – 1597), canonizado pelo Papa Francisco no Vaticano(c), tem um breve e marcante episódio na cidade de Maricá.
Em 1584, o padre considerado Apóstolo do Brasil e Fundador Histórico de Maricá realizou a chamada ‘Pesca Miraculosa’ ou ‘Pesca Milagrosa’ na Lagoa de Maricá, mais
precisamente na localidade de Araçatiba, junto com índios nativos da região. Ele também realizou uma catequização(b).

Na pesca miraculosa, o Padre José de Anchieta, que passou a se chamar São José do Anchieta após a sua canonização, antecipava aos índios quais peixes eles trariam ao
barco em determinada região da Lagoa de Maricá.

A pescaria foi tão abundante e variada que a praia se abarrotou de homens, que eram poucos para a salga de tantos peixes. Uma estátua do padre foi colocada no local
em 1997(d), quando se completaram 400 anos de sua morte, porém, pouco tempo depois foi roubada(a) e até hoje não se conhece o seu paradeiro.

O local da primeira missa realizada por ele ainda é lembrado, porém, com muita vegetação e pouca informação de que aquele lugar é histórico no município(e). Muitos
moradores sequer sabem o significado da cruz afixada para demarcar o local da primeira missa celebrada na cidade de Maricá.

Adaptado. Fonte: http://maricainfo.com/2014/04/02/marica-padre-jose-de-anchieta-e-a-pesca-miraculosa.html .


Acesso em 18 jul 2018.

A breve biografia de Padre Anchieta apresenta como recurso de impessoalização bastante produtivo:
a) o sujeito oculto: “...pouco tempo depois foi roubada...”

b) a substituição por pronome: “Ele também realizou uma catequização.”

c) o emprego de oração reduzida: “...canonizado pelo Papa Francisco no Vaticano...”

d) a voz passiva: “Uma estátua do padre foi colocada no local em 1997...”

e) o uso de pronome indefinido: “...pouca informação de que aquele lugar é histórico no município.”

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Língua Portuguesa (Português) - Outras questões de português e questões mescladas (Interpretação de Textos ou Gramática)
108) Texto 1

A PATA DA GAZELA

Houve uma ocasião em que o mancebo quis representar em sua lembrança a imagem da moça; naturalmente começou interrogando sua memória a respeito dos traços
principais. Como era ela? Alta ou baixa, torneada ou esbelta, loura ou morena? Que cor tinham seus olhos?

A nenhuma dessas interrogações satisfez a memória; porque não recebera a impressão particular de cada um dos traços da moça. Não obstante, a aparição encantadora
ressurgia dentro de sua alma; ele a revia tal como se desenhara a seus olhos algumas horas antes. [...]

— Quem sabe? Talvez não seja ela o que nos bailes se chama uma moça bonita; talvez não tenha as feições lindas e o talhe elegante. Mas eu a amo!... O amor é sol do
coração; imprime-lhe o brilho e o matiz! Vênus, a deusa da formosura, surgindo da espuma das ondas, não é outra cousa senão o mito da mulher amada, surgindo
d'entre as puras ilusões do coração! O que eu admiro nela, o que me enleva, é sua beleza celeste; é o anjo que transparece através do invólucro terrestre; é a alma pura
e imaculada que se derrama de seus lábios em sorrisos, e a envolve como a cintilação de uma estrela.

(ALENCAR, José de. A pata da gazela. Rio de Janeiro: Garnier, 1870. p. 33-35.)

Texto 2

O ALIENISTA

As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do
Brasil, de Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua. Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra,
regendo a universidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia.

– A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo.

Dito isso, meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo e alma ao estudo da ciência, alternando as curas com as leituras, e demonstrando os teoremas com cataplasmas.
Aos quarenta anos casou com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz de fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele,
caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco, admirou-se de semelhante escolha e disse-lho. Simão Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições
fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar-lhe filhos
robustos, sãos e inteligentes. Se além dessas prendas, – únicas dignas da preocupação de um sábio, D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo,
agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte.

(ASSIS, Machado de. O alienista. In: Obra Completa. Vol. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 253-254.)

O narrador na obra de Machado de Assis, com frequência, desestabiliza convicções e lança dúvida sobre informações e considerações apresentadas na própria narrativa,
como no texto 2 se encontra expresso no emprego:

a) dos topônimos “Coimbra”, “Pádua” e “Itaguaí”, pois o acúmulo de menções geográficas leva à indefinição do espaço narrativo.

b) do verbo “dizem” e da expressão “tempos remotos”, pois conferem imprecisão às referências utilizadas para narrar a história.

c) da construção “estava assim apta para dar-lhe filhos robustos”, pois revela a opinião do narrador sobre a personagem em questão.

d) das expressões “certo médico” e “filho da nobreza”, pois geram contradição na composição da personagem de Simão Bacamarte.

e) do discurso direto em “A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único”, pois coloca em evidência o que pensa a personagem.

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Língua Portuguesa (Português) - Outras questões de português e questões mescladas (Interpretação de Textos ou Gramática)
109) ALUNA

Conservo-te o meu sorriso


para, quando me encontrares,
veres que ainda tenho uns ares
de aluna do paraíso...

Leva sempre a minha imagem


a submissa rebeldia
dos que estudam todo o dia
sem chegar à aprendizagem...

– e, de salas interiores,
por altíssimas janelas,
descobrem coisas mais belas,
rindo-se dos professores...

Gastarei meu tempo inteiro


nessa brincadeira triste;
mas na escola não existe
mais do que pena e tinteiro!

E toda a humana docência


para inventar-me um oficio
ou morre sem exercício
ou se perde na experiência...

(MEIRELES, Cecília. Vaga música. Rio: Pongetti, 1942, p. 82-83.)

As duas estrofes em que se observam no poema apenas rimas ricas, isto é, rimas de palavras de classes distintas, são:
a) a primeira e a segunda.

b) a primeira e a terceira.

c) a segunda e a quinta.

d) a terceira e a quarta.

e) a quarta e a quinta.

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Língua Portuguesa (Português) - Outras questões de português e questões mescladas (Interpretação de Textos ou Gramática)
110) ALUNA

Conservo-te o meu sorriso


para, quando me encontrares,
veres que ainda tenho uns ares
de aluna do paraíso...

Leva sempre a minha imagem


a submissa rebeldia
dos que estudam todo o dia
sem chegar à aprendizagem...

– e, de salas interiores,
por altíssimas janelas,
descobrem coisas mais belas,
rindo-se dos professores...

Gastarei meu tempo inteiro


nessa brincadeira triste;
mas na escola não existe
mais do que pena e tinteiro!

E toda a humana docência


para inventar-me um oficio
ou morre sem exercício
ou se perde na experiência...

(MEIRELES, Cecília. Vaga música. Rio: Pongetti, 1942, p. 82-83.)

Dentre os demais versos do poema, aquele que apresenta a mesma distribuição de ictos – ou seja, de acentos tônicos – que “a submissa rebeldia” é:
a) de aluna do paraíso.

b) mais do que pena e tinteiro.

c) descobrem coisas mais belas.

d) para inventar-me um ofício.

e) ou se perde na experiência.
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Língua Portuguesa (Português) - Outras questões de português e questões mescladas (Interpretação de Textos ou Gramática)
111) Numa perspectiva de ensino da Língua Portuguesa baseado em textos, o papel dos dicionários e das gramáticas ganha novas perspectivas. Os dicionários são
sempre um apoio fundamental. Os alunos devem aprender a utilizá-los, porque todo cidadão precisa de dicionários. Quanto ao ensino da gramática, é necessário que, em
aulas de Português, se desenvolva nos alunos uma capacidade de reflexão sobre os usos da língua.

Nessa visão textual, as gramáticas devem ser consideradas como:

a) obras de consulta para as dúvidas que o aluno tenha.

b) livros de manuseio diário e fonte de exercícios práticos.

c) inadequadas para a utilização no Ensino Fundamental.

d) repositório de estruturas linguísticas clássicas.

e) registro dos fatos da língua, de pouca serventia para os usuários.

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Língua Portuguesa (Português) - Outras questões de português e questões mescladas (Interpretação de Textos ou Gramática)
112) É relativamente recente a entrada, tanto no livro didático, quanto na aula de Português, de vários gêneros e de diferentes tipos de texto, o que é necessário,
porque as práticas sociais são variadas. É preciso preparar o aluno para as habilidades de leitura e de produção de diversos tipos de textos. Daí a entrada de textos de
jornais, textos de revistas, a publicidade, a charge, etc. Mas é preciso pensar no outro lado da questão, pois cabe à escola também suprir aquilo que não circula
intensamente na sociedade e que é importante que o indivíduo conheça e, preferencialmente, aprenda a gostar. É o caso:
a) das narrativas de cordel.

b) dos vídeos educativos.

c) das peças teatrais.

d) dos textos literários.

e) dos poemas de amor.

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Língua Portuguesa (Português)
113) Língua Portuguesa

A força dos números


Otto Lara Resende

O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
Disponível em: A força dos números | Crônicas | Portal da Crônica Brasileira (cronicabrasileira.org.br). Acesso em: 4 nov. 2023.

1 El ángel de los números (espanhol) = O anjo dos números


2 Adejar = agitar, mover.
3 Solo nieblas (espanhol) = apenas neblinas
4 How to Lie with Statistics (inglês) = Como mentir com as estatísticas.

Na sintaxe da Língua Portuguesa, os termos da oração normalmente encontram-se na ordem direta, ou seja, Sujeito + Verbo + Complementos (SVC), o que não impede
que outras sequências sejam utilizadas, dependendo do efeito pretendido pelo emissor da mensagem. Um exemplo em que a sequência dos termos dispõem-se de
maneira diversa da ordem direta está na opção:
a) “A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de frequência analagmática.”
b) “Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics.”
c) “Subiu de um centésimo a cotação do ouro.”
d) “Esse anjo de Albert voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4.”

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Língua Portuguesa (Português)
114) Língua Portuguesa

A força dos números


Otto Lara Resende

O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
Disponível em: A força dos números | Crônicas | Portal da Crônica Brasileira (cronicabrasileira.org.br). Acesso em: 4 nov. 2023.

1 El ángel de los números (espanhol) = O anjo dos números


2 Adejar = agitar, mover.
3 Solo nieblas (espanhol) = apenas neblinas
4 How to Lie with Statistics (inglês) = Como mentir com as estatísticas.

Indique a figura de linguagem utilizada no trecho “Chegou à estratosfera o índice de inflação”.

a) Hipérbole
b) Metonímia
c) Antítese
d) Pleonasmo

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Língua Portuguesa (Português)
115) Língua Portuguesa

A força dos números


Otto Lara Resende

O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
Disponível em: A força dos números | Crônicas | Portal da Crônica Brasileira (cronicabrasileira.org.br). Acesso em: 4 nov. 2023.

1 El ángel de los números (espanhol) = O anjo dos números


2 Adejar = agitar, mover.
3 Solo nieblas (espanhol) = apenas neblinas
4 How to Lie with Statistics (inglês) = Como mentir com as estatísticas.

Na primeira linha do texto, encontra-se palavra “mal”, que, nesse contexto, é classificada gramaticalmente como

a) pronome indefinido.
b) substantivo.
c) advérbio de modo.
d) conjunção subordinativa adverbial temporal.

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116) Língua Portuguesa

A força dos números


Otto Lara Resende

O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
Disponível em: A força dos números | Crônicas | Portal da Crônica Brasileira (cronicabrasileira.org.br). Acesso em: 4 nov. 2023.

Marque a opção em que o processo de formação, nos parênteses, corresponde à palavra apresentada.
a) Estratosfera (composição).
b) Imperceptível (derivação parassintética).
c) Mensageiro (derivação por prefixação).
d) Desemprego (derivação por sufixação).

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Língua Portuguesa (Português)
117) Língua Portuguesa

A força dos números


Otto Lara Resende

O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
Disponível em: A força dos números | Crônicas | Portal da Crônica Brasileira (cronicabrasileira.org.br). Acesso em: 4 nov. 2023.

A palavra “pensativo”, na oração “Esse anjo de Albert voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4”, exerce a função sintática de
a) objeto direto.
b) predicativo do sujeito.
c) adjunto adverbial de modo.
d) adjunto adnominal.

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Língua Portuguesa (Português)
118) Língua Portuguesa

A força dos números


Otto Lara Resende

O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
Disponível em: A força dos números | Crônicas | Portal da Crônica Brasileira (cronicabrasileira.org.br). Acesso em: 4 nov. 2023.

De acordo com informações contidas no texto “A força dos números”, o poema de Rafael Albert foi escrito

a) bem recentemente.
b) na década de 90 do século XX.
c) há cerca de um século.
d) durante o surto de araquibutirofobia.

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Língua Portuguesa (Português)
119) Língua Portuguesa

A força dos números


Otto Lara Resende

O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
Disponível em: A força dos números | Crônicas | Portal da Crônica Brasileira (cronicabrasileira.org.br). Acesso em: 4 nov. 2023.

O texto de Otto Lara Resende pertence ao gênero crônica,


a) que é um texto de caráter argumentativo, geralmente publicado em jornais e revistas.
b) cuja função é comunicar algum fato socialmente relevante, como um acontecimento político ou evento cultural.
c) no qual o autor expressa seu posicionamento frente a um assunto polêmico, com a intenção de causar impacto e de persuadir seus leitores.
d) que é uma narrativa escrita em linguagem coloquial, sendo centrada preferencialmente em pequenos conflitos do cotidiano.

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Língua Portuguesa (Português)
120) Língua Portuguesa

A força dos números


Otto Lara Resende

O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
Disponível em: A força dos números | Crônicas | Portal da Crônica Brasileira (cronicabrasileira.org.br). Acesso em: 4 nov. 2023.

O valor semântico da palavra “para” na frase “Para um poeta, tudo tem poesia” é o mesmo daquela sublinhada na seguinte frase:
a) Não se esqueça de devolver os livros para a biblioteca.
b) Ganhar dinheiro e poder, para muitos, é o que há de mais importante na vida.
c) Resolveu mudar para um lugar mais próximo ao trabalho.
d) Hoje, trataremos de algo muito importante para o futuro de vocês aqui na empresa.

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Língua Portuguesa (Português)
121) Língua Portuguesa

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O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
Disponível em: A força dos números | Crônicas | Portal da Crônica Brasileira (cronicabrasileira.org.br). Acesso em: 4 nov. 2023.

Na área das figuras de linguagem, encontra-se uma antítese no seguinte trecho retirado do texto:
a) “Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics.”
b) “É o medo de que a manteiga de amendoim agarre no céu da boca.”
c) “O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã.”
d) “Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma mentira.”

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122) Língua Portuguesa

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O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
Disponível em: A força dos números | Crônicas | Portal da Crônica Brasileira (cronicabrasileira.org.br). Acesso em: 4 nov. 2023.

Os pronomes relativos têm como função a retomada de um termo que o antecede. Partindo dessa afirmação, marque a opção em que o “que” é classificado como
pronome relativo.
a) “Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia.”
b) “A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de frequência analagmática.”
c) “São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo lado.”
d) “Trocando em miúdos, isto quer dizer que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico.”
Gabarito
1) A 2) D 3) E 4) B 5) E 6) B 7) B
8) B 9) E 10) B 11) B 12) B 13) E 14) A
15) E 16) D 17) B 18) E 19) E 20) A 21) D
22) B 23) B 24) E 25) A 26) C 27) B 28) C
29) E 30) E 31) C 32) A 33) B 34) A 35) D
36) C 37) C 38) E 39) A 40) A 41) C 42) B
43) E 44) C 45) E 46) C 47) B 48) C 49) E
50) B 51) D 52) B 53) C 54) D 55) B 56) A
57) D 58) B 59) D 60) A 61) D 62) E 63) B
64) A 65) C 66) C 67) E 68) A 69) E 70) C
71) D 72) A 73) C 74) E 75) C 76) A 77) A
78) D 79) C 80) A 81) A 82) D 83) C 84) B
85) E 86) C 87) C 88) E 89) D 90) B 91) E
92) B 93) A 94) C 95) B 96) A 97) E 98) E
99) D 100) B 101) A 102) D 103) C 104) D 105) E
106) B 107) D 108) B 109) D 110) E 111) A 112) D
113) C 114) A 115) D 116) A 117) B 118) C 119) D
120) B 121) D 122) C

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