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Ordenação: Por Matéria e Assunto (data)
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Machado de Assis
“Na Igreja de São Domingos diz-se hoje uma missa por alma de João de Melo, falecido em Maricá.”
Não se sabendo quem mandava dizer a missa, ninguém lá foi. A igreja escolhida deu ainda menos relevo ao ato; não era vistosa, nem buscada, mas velhota, sem galas
nem gente, metida ao canto de um pequeno largo, adequada à missa recôndita e anônima.
Às oito horas parou um coupé à porta; o lacaio desceu, abriu a portinhola, desbarretou-se e perfilou-se. Saiu um senhor e deu a mão a uma senhora, a senhora saiu e
tomou o braço ao senhor, atravessaram o pedacinho de largo e entraram na igreja. Na sacristia era tudo espanto. A alma que a tais sítios atraíra um carro de luxo, cavalos
de raça, e duas pessoas tão finas não seria como as outras almas ali sufragadas. A missa foi ouvida sem pêsames nem lágrimas. Quando acabou, o senhor foi à sacristia
dar as espórtulas. O sacristão, agasalhando na algibeira a nota de dez mil-réis que recebeu, achou que ela provava a sublimidade do defunto; mas que defunto era esse?
O mesmo pensaria a caixa das almas, se pensasse, quando a luva da senhora deixou cair dentro uma pratinha de cinco tostões. Já então havia na igreja meia dúzia de
crianças maltrapilhas, e, fora, alguma gente às portas e no largo, esperando. O senhor, chegando à porta, relanceou os olhos, ainda que vagamente, e viu que era objeto
de curiosidade. A senhora trazia os seus no chão. E os dois entraram no carro, com o mesmo gesto, o lacaio bateu a portinhola e partiram.
A gente local não falou de outra coisa naquele e nos dias seguintes. Sacristão e vizinhos relembravam o coupé, com orgulho. Era a missa do coupé. As outras missas
vieram vindo, todas a pé, algumas de sapato roto, não raras descalças, capinhas velhas, morins estragados, missas de chita, ao domingo, missas de tamancos. Tudo
voltou ao costume, mas a missa do coupé viveu na memória por muitos meses. Afinal não se falou mais nela; esqueceu como um baile.
Glossário:
Coupé (ou cupê) – Carruagem ou carro de duas portas.
Desbarretar – Retirar o barrete ou o chapéu.
Espórtula – Esmola.
b) pé – pêsames.
c) Esaú – ninguém.
d) lá – à.
e) atraíra – lágrimas.
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10/07/2018
A partir de quarta-feira (11/07), estarão abertas 45 vagas gratuitas para crianças e adolescentes de 8 a 17 anos participarem da edição de inverno do Projeto Onda Certa,
desenvolvido pela Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) e a Secretaria de Proteção e Defesa Civil. A iniciativa, que faz parte dos projetos sociais da
Codemar, visa oferecer, no período de férias escolares, dicas de prevenção de afogamentos, primeiros socorros, identificação de correntes de retorno (valas), preservação
ambiental e iniciação ao surf e bodysurf, além de outros exercícios físicos na areia da praia e jogos interativos, tudo de forma leve e lúdica, porém responsável e voltada
para a utilidade pública.
As inscrições seguem até o dia (13/07) ou enquanto durarem as vagas e podem ser feitas no posto de guarda-vidas na Rua 4, no bairro Barra de Maricá, das 9h às 15h.
Para se inscrever é necessário apresentar os seguintes documentos: cópia da identidade do responsável, cópia da certidão de nascimento ou identidade do menor e
preencher as fichas de autorização.
A edição de inverno do projeto acontecerá entre os dias 16 a 27 (exceto sábado e domingo) de julho, na Barra de Maricá, das 9h às 12h. As atividades serão divididas em
três grupos, de acordo com a faixa etária de oito aos 11 anos; 12 a 14 anos e 15 aos 17 anos.
Inscrições: 11/07 a 13/07 das 9h às 15h – Rua 4 – Praia da Barra de Maricá (ou enquanto durarem as vagas).
Documentos: Cópia da identidade do responsável, cópia da certidão de nascimento ou identidade do menor, preencher as fichas de autorização no local.
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DOMÍCIO DA GAMA
Domício da Gama (Domício Afonso Forneiro, adotou do padrinho o Gama), jornalista, diplomata, contista e cronistaD), nasceu em Maricá, RJ, em 23 de outubro de 1862 e
faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8 de novembro de 1925. Foi um dos dez acadêmicos eleitos na sessão de 28 de janeiro de 1897, para completar o quadro de
fundadores da AcademiaA). Escolheu Raul Pompeia como patrono, ocupando a cadeira nº 33. Foi recebido na sessão de 1º de julho de 1900, por Lúcio de Mendonça.
Fez estudos preparatórios no Rio de Janeiro e ingressou na Escola Politécnica, mas não chegou a terminar o curso. Seguiu para o estrangeiro em missões diplomáticas. A
sua primeira missão foi a de secretário do Serviço de Imigração, e o contato, nessa época, com o Barão do Rio Branco, valeu-lhe ser nomeado secretário da missão Rio
Branco para a questão de limites Brasil- Argentina (1893-1895), com a Guiana FrancesaC) (1895-1900) e com a Guiana Inglesa (1900-1901). Foi secretário de Legação na
Santa Sé, em 1900, e ministro em Lima, em 1906. Embaixador em missão especial, em 1910, representou o Brasil no centenário da independência da Argentina e nas
festas centenárias do Chile. Embaixador do Brasil em Washington, de 1911 a 1918, foi o digno sucessor de Joaquim Nabuco, por escolha do próprio Barão do Rio Branco.
Ao celebrar-se a paz europeiaE) de Versalhes, Domício, como ministro das Relações Exteriores, pretendeu representar o Brasil naquela conferência, propósito que suscitou
divergências na imprensa brasileira. Convidado para a mesma embaixada, Rui Barbosa recusou, e o chefe da representação brasileira foi, afinal, Epitácio Pessoa, eleito
pouco depois, em seguida à morte de Rodrigues Alves, presidente da República. Domício foi substituído na Chancelaria por Azevedo Marques, seguindo como embaixador
em Londres, em 1920-21. Foi postoB) em disponibilidade durante a Presidência Bernardes.
Domício da Gama era colaborador da Gazeta de Notícias ao tempo de Ferreira de Araújo e, ainda no início da carreira, escreveu contos, crônicas e críticas literárias.
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b) de aluna do paraíso.
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Primeira mulher nomeada comandante da maior guarda do país, Elza Paulina de Souza, 52 anos, viveu a desigualdade de gêneros durante sua trajetória. Mãe solteira,
chegou a ter que esconder a filha pequena em um banheiro do seu posto de trabalho por não ter com quem deixá-la.
Trabalhou como empregada doméstica e dirigiu trator na roça. Entrou na Guarda Civil Metropolitana de São Paulo no ano em que a instituição foi criada, em 1986, época
em que as agentes tinham que usar uma saia que limitava os movimentos e não podiam andar armadas.
Alta e com postura retilínea, Elza é uma figura imponente. Diz que nunca foi conhecida por ser “meiguinha” – “muito pelo contrário, não passo a mão na cabeça, sou
meio bruta, tropeços nos ambientes”.
Essa postura, ressalta, não tem a ver com uma maneira de marcar território em uma instituição historicamente masculina. “Não preciso cuspir no chão para mostrar que
sou mais capaz que um homem”. Formada em fisioterapia, medicina oriental e filosofia, ela diz usar o conhecimento e o diálogo como maneiras de refletir sobre o espaço
e a relação com o outro.
No programa Guardiã Maria da Penha, Elza foi a responsável pela instalação de uma espécie de botão de pânico virtual no aplicativo SP + Segura, da Secretaria Municipal
de Segurança Urbana. “Eu falei para o desenvolvedor aprimorar, porque eu não tinha como dar o botão do pânico para as meninas, mas eu tenho o aplicativo”, diz. ‘É
muito mais prático. O botão ela pode esquecer. O celular ela não esquece”, explica.
Os vocábulos “ex-doméstica” (título), “desigualdade”, “meiguinha”, formam-se, respectivamente, pelos processos de:
a) Locução; conversão; composição
b) Conversão; parassíntese; prefixação
c) Composição; prefixação; conversão
d) Regressão; sufixação; parassíntese
e) Prefixação; prefixação e sufixação; sufixação
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A pesquisa científica sobre os efeitos terapêuticos da relação entre seres humanos e animais de estimação começou nos Estados Unidos em meados de 1960. Depois de
muitos estudos e observação, ficaram claros os benefícios que são gerados nessa interação. Pensando nisso, a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais
de Estimação (Abinpet) possui um Grupo de Estudos sobre a Interação Humano e Animal (GE-INTERHA) para fomentar pesquisas que demonstrem a importância dos
animais de estimação para a qualidade de vida das pessoas.
Essa convivência, segundo pesquisadores, é capaz de melhorar a autoestima, diminuir problemas do coração e auxiliar a família na diminuição do estresse, na queda da
pressão em hipertensos e, principalmente, de melhorar a interação social.
Em um estudo realizado recentemente, ficou comprovado que, em geral, as famílias que têm animais de estimação gastam menos com remédios. Além disso, foi criada a
Terapia Assistida por Animais, que pode ser aplicada em diferentes casos médicos, com grandes melhorias para os pacientes. Alguns casos mais conhecidos são os
tratamentos de idosos e de crianças com paralisia cerebral, autismo ou hiperatividade.
Os cães e gatos são muito usados, pois são os animais mais próximos do ser humano. As suas visitas causam melhoras sociais, emocionais, físicas e cognitivas de
pacientes em tratamento. Acariciar um animal, por si só, já ajuda o paciente a relaxar. Cães e gatos também servem como companhia para idosos solitários, evitando
casos de depressão.
A relação entre seres humanos e animais de estimação. Jornal Cruzeiro do Sul, 24/05/13. Disponível em < https://www2.jornalcruzeiro.com.br/materia/474869/a-relacao-entre-seres-humanos-e-
animais-de-estimacao>. Acesso em jan. 2019. (Adaptado)
Sob ponto de vista da Morfologia, a palavra formada pelo mesmo processo de formação do termo “tratamento” é
a) ajuda.
b) cerebral.
c) hipertenso.
d) autoestima.
e) estresse
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Machado de Assis
“Na Igreja de São Domingos diz-se hoje uma missa por alma de João de Melo, falecido em Maricá.”
Não se sabendo quem mandava dizer a missa, ninguém lá foi. A igreja escolhida deu ainda menos relevo ao ato; não era vistosa, nem buscada, mas velhota(a), sem galas
nem gente, metida ao canto de um pequeno(b) largo, adequada à missa recôndita e anônima.
Às oito horas parou um coupé à porta; o lacaio desceu, abriu a portinhola(e), desbarretou-se e perfilou-se. Saiu um senhor e deu a mão a uma senhora, a senhora saiu e
tomou o braço ao senhor, atravessaram o pedacinho(c) de largo e entraram na igreja. Na sacristia era tudo espanto. A alma que a tais sítios atraíra um carro de luxo,
cavalos de raça, e duas pessoas tão finas não seria como as outras almas ali sufragadas. A missa foi ouvida sem pêsames nem lágrimas. Quando acabou, o senhor foi à
sacristia dar as espórtulas. O sacristão, agasalhando na algibeira a nota de dez mil-réis que recebeu, achou que ela provava a sublimidade do defunto; mas que defunto
era esse? O mesmo pensaria a caixa das almas, se pensasse, quando a luva da senhora deixou cair dentro uma pratinha(d) de cinco tostões. Já então havia na igreja meia
dúzia de crianças maltrapilhas, e, fora, alguma gente às portas e no largo, esperando. O senhor, chegando à porta, relanceou os olhos, ainda que vagamente, e viu que
era objeto de curiosidade. A senhora trazia os seus no chão. E os dois entraram no carro, com o mesmo gesto, o lacaio bateu a portinhola e partiram.
A gente local não falou de outra coisa naquele e nos dias seguintes. Sacristão e vizinhos relembravam o coupé, com orgulho. Era a missa do coupé. As outras missas
vieram vindo, todas a pé, algumas de sapato roto, não raras descalças, capinhas velhas, morins estragados, missas de chita, ao domingo, missas de tamancos. Tudo
voltou ao costume, mas a missa do coupé viveu na memória por muitos meses. Afinal não se falou mais nela; esqueceu como um baile.
Glossário:
Coupé (ou cupê) – Carruagem ou carro de duas portas.
Desbarretar – Retirar o barrete ou o chapéu.
Espórtula – Esmola.
Em termos morfológicos, todas as opções a seguir apresentam palavras no grau diminutivo, EXCETO a seguinte:
a) velhota.
b) pequeno.
c) pedacinho.
d) pratinha.
e) portinhola.
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– Por que o senhor está sentado aí tão sozinho? indagou Alice, sem querer iniciar uma discussão. – Ora essa, porque não tem ninguém aqui comigo! – gritou Humpty-Dumpty. – Pensou
que eu não saberia responder essa, hein? Pergunte outra.
No hilariante diálogo que trava com Humpty-Dumpty, personagem surrealista(a) do País do Espelho, Alice vê-se inúmeras vezes perplexa diante dos conceitos e da
argumentação com que ele agressivamente a enfrenta. Conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa(b), tentando apaziguar o mau humor
de seu irascível interlocutor. É difícil: lá vem ele em nova investida verbal(c), armado de um raciocínio aparentemente invulnerável. Nesta réplica alucinada, todavia, por
mais vitorioso que Humpty-Dumpty se considere, quem escorregou na lógica foi ele. Nem podia ser de outro modo, pois sua cabeça (cabeça? ou corpo? Alice não sabe se
a faixa que o circunda é uma gravata ou um cinto) funciona, como tudo nesse mundo surreal, por um processo de inversão da realidade.
Preocupada com a situação daquele estranho ser com formato de ovo – sentado sobre um muro do qual poderia a qualquer momento cair, espatifando-se –, Alice quer
saber a causa de estar ele ali tão só. Sua dúvida situa-se em um núcleo da frase interrogativa, precisamente aquele que corresponderia ao motivo desconhecido, e por
isso mesmo questionado: “por quê?”. A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante(d) com um conteúdo esclarecedor. Os demais
elementos da frase já são do conhecimento de Alice e equivalem a uma asserção: “O senhor está sentado aí tão sozinho”.
Se Humpty-Dumpty não queria responder ao que ela indagava, então dissesse algo como “não me amole”, ou “o problema é meu”. Mas, como ele pretendeu satisfazer a
curiosidade da menina, esperava-se um adjunto ou uma oração adverbial de causa, que poderia ser “por preguiça”, “por não ter coisa mais interessante para fazer”, ou
ainda “porque este é um bom lugar e porque gosto de estar só”.
A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita. Ignorando o item “estar aí sentado”, que
se inclui na dúvida de Alice, pretendeu esclarecer(e) somente a causa de sua solidão. Na verdade, porém, limitou-se a definir o que é estar sozinho: é não ter ninguém
consigo. Sua resposta é parecida com ele e com seu nome: os dois lados de um ovo são praticamente iguais.
Menos que uma definição, suas palavras são uma redundância, uma imagem espelhada de algo que Alice já sabia, visto que acabara de dizê-lo.
O fundamento dessa confusão armada por Humpty-Dumpty é de natureza gramatical – mais especificamente, sintática: ele não utilizou, como deveria, uma oração
subordinada causal (o que a menina esperava), mas uma coordenada explicativa, que não esclarecia a dúvida de Alice.
O problema, então, é distinguir a explicativa da causal, quando a conjunção que as encabeça é, fonética e fonologicamente, a mesma: porque. De um ponto de vista
sintático, porém, não o é. Aliás, “não o são” – no plural, visto que se trata de duas conjunções diferentes.
Como distingui-las? Não é simples. Mas esperamos que, ao término das reflexões que vamos desenvolver, isso fique, no mínimo, claro. Ou até fácil. Mário de Andrade não
diz que “abasta a gente saber”?
(CARONE. Flávia de Barros. Coordenação e subordinação, confrontos e contrastes. São Paulo: Ática, 1988, p. 7-9.)
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NIEMEYER
Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, mais conhecido como Oscar Niemeyer, nasceu em 15 de dezembro de 1907 no bairro das Laranjeiras, no Rio de
Janeiro, e durante anos morou na casa de seu avô, Ribeiro de Almeida, em Maricá. Casou-se em 1928 com Annita Baldo. Dessa relação teve Anna Maria, sua única filha.
Aos 23 anos foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Estagiou no escritório de Lúcio Costa, onde participou do projeto do Ministério da Educação. Niemeyer ganhou
o mundo com projetos ousados e revolucionários. Itália, França, Argélia e até a ONU conheceram os traços desse ousado brasileiro. É autor de vários projetos
importantes no Brasil como Brasília, o conjunto da Pampulha e o Sambódromo do Rio.
“Minha família vinha de Maricá. Meu avô Ribeiro de Almeida nasceu lá. Já meu avô Niemeyer não o conheci. Sempre morei com esse avô Ribeiro de Almeida. Ele foi juiz
de direito em Maricá e depois foi para o Rio. Ele chegou a ministro do Supremo, e a casa era muito frequentada. Ele era um sujeito correto. De modo que, em tempos de
esculhambação, a lembrança dele é muito boa.”
CASA DE MARICÁ
A Casa de Maricá foi um presente de Horácio de Carvalho, jornalista e dono do Diário Popular. Amigos desde a juventude, frequentavam o café Lamas, o bilhar, os cabarés
da cidade e as noites do Rio de Janeiro. (...) Certo dia, Horácio ligou para Niemeyer e disse: “A casa é sua. Só você pode consertá-la...”. (...)
“É uma bela casa. A varanda larga a completar as salas, convidando-nos a nela ficar com frequência. Dentro, são oito quartos, separados pelas salas, amplas, sem a
disciplina e a lógica funcional que os projetos de hoje apresentam (uma das características das casas coloniais). E o telhado a descer com seu galeio natural, adaptando-
se à capela que surge no conjunto dominadora, como uma verdadeira igreja.”
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A pesquisa científica sobre os efeitos terapêuticos da relação entre seres humanos e animais de estimação começou nos Estados Unidos em meados de 1960. Depois de
muitos estudos e observação, ficaram claros os benefícios que são gerados nessa interação. Pensando nisso, a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais
de Estimação (Abinpet) possui um Grupo de Estudos sobre a Interação Humano e Animal (GE-INTERHA) para fomentar pesquisas que demonstrem a importância dos
animais de estimação para a qualidade de vida das pessoas.
Essa convivência, segundo pesquisadores, é capaz de melhorar a autoestima, diminuir problemas do coração e auxiliar a família na diminuição do estresse, na queda da
pressão em hipertensos e, principalmente, de melhorar a interação social.
Em um estudo realizado recentemente, ficou comprovado que, em geral, as famílias que têm animais de estimação gastam menos com remédios. Além disso, foi criada a
Terapia Assistida por Animais, que pode ser aplicada em diferentes casos médicos, com grandes melhorias para os pacientes. Alguns casos mais conhecidos são os
tratamentos de idosos e de crianças com paralisia cerebral, autismo ou hiperatividade.
Os cães e gatos são muito usados, pois são os animais mais próximos do ser humano. As suas visitas causam melhoras sociais, emocionais, físicas e cognitivas de
pacientes em tratamento. Acariciar um animal, por si só, já ajuda o paciente a relaxar. Cães e gatos também servem como companhia para idosos solitários, evitando
casos de depressão.
A relação entre seres humanos e animais de estimação. Jornal Cruzeiro do Sul, 24/05/13. Disponível em < https://www2.jornalcruzeiro.com.br/materia/474869/a-relacao-entre-seres-humanos-e-
animais-de-estimacao>. Acesso em jan. 2019. (Adaptado)
As palavras “pesquisa”, “capaz” e “social”, ao serem flexionadas em número, passam por processos ligeiramente diferentes. Outras formas nominais flexionadas da mesma
maneira são, respectivamente,
a) “cerebral”, “ser” e “vida”.
b) “vida”, “ser” e “animal”.
c) “cão”, “paciente” e “animal”.
d) “cão”, “cerebral” e “paciente”.
e) “paciente”, “vida” e “cão”.
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A DISCIPLINA DO AMOR
Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.
Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.
As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.
TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.
No trecho “... acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa”, a forma verbal destacada encontra-se no mesmo tempo verbal que a seguinte também
sublinhada:
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Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.
— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.
Eu respondi:
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.
A forma verbal sublinhada em “... os leves ruídos que vinham lá de fora...” , encontra-se no mesmo tempo da forma verbal presente no seguinte trecho:
a) “(...) que não perderiam isso por nada neste mundo.”
b) “(...) que não havia ninguém disponível.”
c) “No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim (...)”
d) “Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12 (...)”
e) “Eu tenho o sono muito leve (...)”
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– Por que o senhor está sentado aí tão sozinho? indagou Alice, sem querer iniciar uma discussão. – Ora essa, porque não tem ninguém aqui comigo! – gritou Humpty-Dumpty. – Pensou
que eu não saberia responder essa, hein? Pergunte outra.
No hilariante diálogo que trava com Humpty-Dumpty, personagem surrealista do País do Espelho, Alice vê-se inúmeras vezes perplexa diante dos conceitos e da
argumentação com que ele agressivamente a enfrenta. Conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa, tentando apaziguar o mau humor de
seu irascível interlocutor. É difícil: lá vem ele em nova investida verbal, armado de um raciocínio aparentemente invulnerável. Nesta réplica alucinada, todavia, por mais
vitorioso que Humpty-Dumpty se considere(a), quem escorregou na lógica foi ele. Nem podia ser de outro modo, pois sua cabeça (cabeça? ou corpo? Alice não sabe se a
faixa que o circunda é uma gravata ou um cinto) funciona, como tudo nesse mundo surreal, por um processo de inversão da realidade.
Preocupada com a situação daquele estranho ser com formato de ovo – sentado sobre um muro do qual poderia a qualquer momento cair, espatifando-se –, Alice quer
saber a causa de estar ele ali tão só. Sua dúvida situa-se em um núcleo da frase interrogativa, precisamente aquele que corresponderia ao motivo desconhecido(b), e por
isso mesmo questionado: “por quê?”. A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante com um conteúdo esclarecedor. Os demais
elementos da frase já são do conhecimento de Alice e equivalem a uma asserção: “O senhor está sentado aí tão sozinho”.
Se Humpty-Dumpty não queria responder ao que ela indagava, então dissesse algo como “não me amole”(c), ou “o problema é meu”. Mas, como ele pretendeu satisfazer
a curiosidade da menina, esperava-se um adjunto ou uma oração adverbial de causa, que poderia ser “por preguiça”, “por não ter coisa mais interessante para fazer”, ou
ainda “porque este é um bom lugar e porque gosto de estar só”.
A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita. Ignorando o item “estar aí sentado”, que
se inclui na dúvida de Alice, pretendeu esclarecer somente a causa de sua solidão. Na verdade, porém, limitou-se a definir o que é estar sozinho: é não ter ninguém
consigo. Sua resposta é parecida com ele e com seu nome: os dois lados de um ovo são praticamente iguais.
Menos que uma definição, suas palavras são uma redundância, uma imagem espelhada de algo que Alice já sabia, visto que acabara de dizê-lo(d).
O fundamento dessa confusão armada por Humpty-Dumpty é de natureza gramatical – mais especificamente, sintática: ele não utilizou, como deveria, uma oração
subordinada causal (o que a menina esperava), mas uma coordenada explicativa, que não esclarecia a dúvida de Alice.
O problema, então, é distinguir a explicativa da causal, quando a conjunção que as encabeça é, fonética e fonologicamente, a mesma: porque. De um ponto de vista
sintático, porém, não o é. Aliás, “não o são” – no plural, visto que se trata de duas conjunções diferentes.
Como distingui-las? Não é simples. Mas esperamos que, ao término das reflexões que vamos desenvolver, isso fique, no mínimo, claro(e). Ou até fácil. Mário de Andrade
não diz que “abasta a gente saber”?
(CARONE. Flávia de Barros. Coordenação e subordinação, confrontos e contrastes. São Paulo: Ática, 1988, p. 7-9.)
A forma verbal cujo morfema que acumula as noções de MODO e TEMPO é zero está destacada em:
– Por que o senhor está sentado aí tão sozinho? indagou Alice, sem querer iniciar uma discussão. – Ora essa, porque não tem ninguém aqui comigo! – gritou Humpty-Dumpty. – Pensou
que eu não saberia responder essa, hein? Pergunte outra.
No hilariante diálogo que trava com Humpty-Dumpty, personagem surrealista do País do Espelho, Alice vê-se inúmeras vezes perplexa diante dos conceitos e da
argumentação com que ele agressivamente a enfrenta. Conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa, tentando apaziguar o mau humor de
seu irascível interlocutor. É difícil: lá vem ele em nova investida verbal, armado de um raciocínio aparentemente invulnerável. Nesta réplica alucinada, todavia, por mais
vitorioso que Humpty-Dumpty se considere, quem escorregou na lógica foi ele. Nem podia ser de outro modo, pois sua cabeça (cabeça? ou corpo? Alice não sabe se a
faixa que o circunda é uma gravata ou um cinto) funciona, como tudo nesse mundo surreal, por um processo de inversão da realidade.
Preocupada com a situação daquele estranho ser com formato de ovo – sentado sobre um muro do qual poderia a qualquer momento cair, espatifando-se –, Alice quer
saber a causa de estar ele ali tão só. Sua dúvida situa-se em um núcleo da frase interrogativa, precisamente aquele que corresponderia ao motivo desconhecido, e por
isso mesmo questionado: “por quê?”. A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante com um conteúdo esclarecedor. Os demais
elementos da frase já são do conhecimento de Alice e equivalem a uma asserção: “O senhor está sentado aí tão sozinho”.
Se Humpty-Dumpty não queria responder ao que ela indagava, então dissesse algo como “não me amole”, ou “o problema é meu”. Mas, como ele pretendeu satisfazer a
curiosidade da menina, esperava-se um adjunto ou uma oração adverbial de causa, que poderia ser “por preguiça”, “por não ter coisa mais interessante para fazer”, ou
ainda “porque este é um bom lugar e porque gosto de estar só”.
A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita. Ignorando o item “estar aí sentado”, que
se inclui na dúvida de Alice, pretendeu esclarecer somente a causa de sua solidão. Na verdade, porém, limitou-se a definir o que é estar sozinho: é não ter ninguém
consigo. Sua resposta é parecida com ele e com seu nome: os dois lados de um ovo são praticamente iguais.
Menos que uma definição, suas palavras são uma redundância, uma imagem espelhada de algo que Alice já sabia, visto que acabara de dizê-lo.
O fundamento dessa confusão armada por Humpty-Dumpty é de natureza gramatical – mais especificamente, sintática: ele não utilizou, como deveria, uma oração
subordinada causal (o que a menina esperava), mas uma coordenada explicativa, que não esclarecia a dúvida de Alice.
O problema, então, é distinguir a explicativa da causal, quando a conjunção que as encabeça é, fonética e fonologicamente, a mesma: porque. De um ponto de vista
sintático, porém, não o é. Aliás, “não o são” – no plural, visto que se trata de duas conjunções diferentes.
Como distingui-las? Não é simples. Mas esperamos que, ao término das reflexões que vamos desenvolver, isso fique, no mínimo, claro. Ou até fácil. Mário de Andrade não
diz que “abasta a gente saber”?
(CARONE. Flávia de Barros. Coordenação e subordinação, confrontos e contrastes. São Paulo: Ática, 1988, p. 7-9.)
“A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante com um conteúdo esclarecedor”, afirma-se no texto. Dentre as interrogações
nucleares a seguir, aquela cujo núcleo interrogativo é um pronome encontra-se em:
a) Ignoro a quem ela está querendo se referir.
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– Por que o senhor está sentado aí tão sozinho? indagou Alice, sem querer iniciar uma discussão. – Ora essa, porque não tem ninguém aqui comigo! – gritou Humpty-Dumpty. – Pensou
que eu não saberia responder essa, hein? Pergunte outra.
No hilariante diálogo que trava com Humpty-Dumpty, personagem surrealista do País do Espelho, Alice vê-se inúmeras vezes perplexa diante dos conceitos e da
argumentação com que ele agressivamente a enfrenta. Conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa, tentando apaziguar o mau humor de
seu irascível interlocutor. É difícil: lá vem ele em nova investida verbal, armado de um raciocínio aparentemente invulnerável. Nesta réplica alucinada, todavia, por mais
vitorioso que Humpty-Dumpty se considere, quem escorregou na lógica foi ele. Nem podia ser de outro modo, pois sua cabeça (cabeça? ou corpo? Alice não sabe se a
faixa que o circunda é uma gravata ou um cinto) funciona, como tudo nesse mundo surreal, por um processo de inversão da realidade.
Preocupada com a situação daquele estranho ser com formato de ovo – sentado sobre um muro do qual poderia a qualquer momento cair, espatifando-se –, Alice quer
saber a causa de estar ele ali tão só. Sua dúvida situa-se em um núcleo da frase interrogativa, precisamente aquele que corresponderia ao motivo desconhecido, e por
isso mesmo questionado: “por quê?”. A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante com um conteúdo esclarecedor. Os demais
elementos da frase já são do conhecimento de Alice e equivalem a uma asserção: “O senhor está sentado aí tão sozinho”.
Se Humpty-Dumpty não queria responder ao que ela indagava, então dissesse algo como “não me amole”, ou “o problema é meu”. Mas, como ele pretendeu satisfazer a
curiosidade da menina, esperava-se um adjunto ou uma oração adverbial de causa, que poderia ser “por preguiça”, “por não ter coisa mais interessante para fazer”, ou
ainda “porque este é um bom lugar e porque gosto de estar só”.
A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita. Ignorando o item “estar aí sentado”, que
se inclui na dúvida de Alice, pretendeu esclarecer somente a causa de sua solidão. Na verdade, porém, limitou-se a definir o que é estar sozinho: é não ter ninguém
consigo. Sua resposta é parecida com ele e com seu nome: os dois lados de um ovo são praticamente iguais.
Menos que uma definição, suas palavras são uma redundância, uma imagem espelhada de algo que Alice já sabia, visto que acabara de dizê-lo.
O fundamento dessa confusão armada por Humpty-Dumpty é de natureza gramatical – mais especificamente, sintática: ele não utilizou, como deveria, uma oração
subordinada causal (o que a menina esperava), mas uma coordenada explicativa, que não esclarecia a dúvida de Alice.
O problema, então, é distinguir a explicativa da causal, quando a conjunção que as encabeça é, fonética e fonologicamente, a mesma: porque. De um ponto de vista
sintático, porém, não o é. Aliás, “não o são” – no plural, visto que se trata de duas conjunções diferentes.
Como distingui-las? Não é simples. Mas esperamos que, ao término das reflexões que vamos desenvolver, isso fique, no mínimo, claro. Ou até fácil. Mário de Andrade não
diz que “abasta a gente saber”?
(CARONE. Flávia de Barros. Coordenação e subordinação, confrontos e contrastes. São Paulo: Ática, 1988, p. 7-9.)
Em: “diante dos conceitos e da argumentação COM que ele agressivamente a enfrenta” e em: “Preocupada COM a situação daquele estranho ser com formato de ovo”, a
preposição em destaque expressa, respectivamente, os seguintes valores relacionais:
a) companhia / modo.
b) oposição / causa.
c) oposição / companhia.
d) modo / instrumento.
e) instrumento / causa.
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DOMÍCIO DA GAMA
Domício da Gama (Domício Afonso Forneiro, adotou do padrinho o Gama), jornalista, diplomata, contista e cronista, nasceu em Maricá, RJ, em 23 de outubro de 1862 e
faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8 de novembro de 1925. Foi um dos dez acadêmicos eleitos na sessão de 28 de janeiro de 1897, para completar o quadro de
fundadores da Academia. Escolheu Raul Pompeia como patrono, ocupando a cadeira nº 33. Foi recebido na sessão de 1º de julho de 1900, por Lúcio de Mendonça.
Fez estudos preparatórios no Rio de Janeiro e ingressou na Escola Politécnica, mas não chegou a terminar o curso. Seguiu para o estrangeiro em missões diplomáticas. A
sua primeira missão foi a de secretário do Serviço de Imigração, e o contato, nessa época, com o Barão do Rio Branco, valeu-lhe ser nomeado secretário da missão Rio
Branco para a questão de limites Brasil- Argentina (1893-1895), com a Guiana Francesa (1895-1900) e com a Guiana Inglesa (1900-1901). Foi secretário de Legação na
Santa Sé, em 1900, e ministro em Lima, em 1906. Embaixador em missão especial, em 1910, representou o Brasil no centenário da independência da Argentina e nas
festas centenárias do Chile. Embaixador do Brasil em Washington, de 1911 a 1918, foi o digno sucessor de Joaquim Nabuco, por escolha do próprio Barão do Rio Branco.
Ao celebrar-se a paz europeia de Versalhes, Domício, como ministro das Relações Exteriores, pretendeu representar o Brasil naquela conferência, propósito que suscitou
divergências na imprensa brasileira. Convidado para a mesma embaixada, Rui Barbosa recusou, e o chefe da representação brasileira foi, afinal, Epitácio Pessoa, eleito
pouco depois, em seguida à morte de Rodrigues Alves, presidente da República. Domício foi substituído na Chancelaria por Azevedo Marques, seguindo como embaixador
em Londres, em 1920-21. Foi posto em disponibilidade durante a Presidência Bernardes.
Domício da Gama era colaborador da Gazeta de Notícias ao tempo de Ferreira de Araújo e, ainda no início da carreira, escreveu contos, crônicas e críticas literárias.
Considerando os fragmentos “Foi um dos dez acadêmicos eleitos na sessão de 28 de janeiro de 1897, para completar o quadro de fundadores da Academia” e “Seguiu
para o estrangeiro em missões diplomáticas”, pode-se afirmar que, em cada ocorrência, a preposição “para” significa, respectivamente:
a) com destino a e na hipótese de.
b) na hipótese de e com o propósito de.
c) com o propósito de e na condição de.
d) com a finalidade de e com destino a.
e) na condição de e com a finalidade de.
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Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.
— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.
Eu respondi:
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.
Na passagem “Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa.” , a relação estabelecida pelo
conector “e” é de
a) adição.
b) consequência.
c) oposição.
d) concessão.
e) tempo.
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A história do Padre José de Anchieta (1534 – 1597), canonizado pelo Papa Francisco no Vaticano, tem um breve e marcante episódio na cidade de Maricá.
Em 1584, o padre considerado Apóstolo do Brasil e Fundador Histórico de Maricá realizou a chamada ‘Pesca Miraculosa’ ou ‘Pesca Milagrosa’ na Lagoa de Maricá, mais
precisamente na localidade de Araçatiba, junto com índios nativos da região. Ele também realizou uma catequização.
Na pesca miraculosa, o Padre José de Anchieta, que passou a se chamar São José do Anchieta após a sua canonização, antecipava aos índios quais peixes eles trariam ao
barco em determinada região da Lagoa de Maricá.
A pescaria foi tão abundante e variada que a praia se abarrotou de homens, que eram poucos para a salga de tantos peixes. Uma estátua do padre foi colocada no local
em 1997, quando se completaram 400 anos de sua morte, porém, pouco tempo depois foi roubada e até hoje não se conhece o seu paradeiro.
O local da primeira missa realizada por ele ainda é lembrado, porém, com muita vegetação e pouca informação de que aquele lugar é histórico no município. Muitos
moradores sequer sabem o significado da cruz afixada para demarcar o local da primeira missa celebrada na cidade de Maricá.
“O local da primeira missa realizada por ele ainda é lembrado, porém, com muita vegetação e pouca informação de que aquele lugar é histórico no município”. Em relação
à informação precedente, o conectivo sublinhado:
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Texto
O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.
Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que
“não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.
Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.
É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”
O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.
(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)
Considere-se o período: “Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma
participação ativa na interação com a linguagem e com o sentido do texto” (§ 5). Chamando-se, pela ordem, de A, B e C suas orações, seria um grande equívoco afirmar
que:
a) A é subordinada a C e coordenada a B.
b) B é coordenada a A e subordinada a C.
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– Por que o senhor está sentado aí tão sozinho? indagou Alice, sem querer iniciar uma discussão. – Ora essa, porque não tem ninguém aqui comigo! – gritou Humpty-Dumpty. – Pensou
que eu não saberia responder essa, hein? Pergunte outra.
No hilariante diálogo que trava com Humpty-Dumpty, personagem surrealista do País do Espelho, Alice vê-se inúmeras vezes perplexa diante dos conceitos e da
argumentação com que ele agressivamente a enfrenta. Conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa, tentando apaziguar o mau humor de
seu irascível interlocutor. É difícil: lá vem ele em nova investida verbal, armado de um raciocínio aparentemente invulnerável. Nesta réplica alucinada, todavia, por mais
vitorioso que Humpty-Dumpty se considere, quem escorregou na lógica foi ele. Nem podia ser de outro modo, pois sua cabeça (cabeça? ou corpo? Alice não sabe se a
faixa que o circunda é uma gravata ou um cinto) funciona, como tudo nesse mundo surreal, por um processo de inversão da realidade.
Preocupada com a situação daquele estranho ser com formato de ovo – sentado sobre um muro do qual poderia a qualquer momento cair, espatifando-se –, Alice quer
saber a causa de estar ele ali tão só. Sua dúvida situa-se em um núcleo da frase interrogativa, precisamente aquele que corresponderia ao motivo desconhecido, e por
isso mesmo questionado: “por quê?”. A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante com um conteúdo esclarecedor. Os demais
elementos da frase já são do conhecimento de Alice e equivalem a uma asserção: “O senhor está sentado aí tão sozinho”.
Se Humpty-Dumpty não queria responder ao que ela indagava, então dissesse algo como “não me amole”, ou “o problema é meu”. Mas, como ele pretendeu satisfazer a
curiosidade da menina, esperava-se um adjunto ou uma oração adverbial de causa, que poderia ser “por preguiça”, “por não ter coisa mais interessante para fazer”, ou
ainda “porque este é um bom lugar e porque gosto de estar só”.
A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita. Ignorando o item “estar aí sentado”, que
se inclui na dúvida de Alice, pretendeu esclarecer somente a causa de sua solidão. Na verdade, porém, limitou-se a definir o que é estar sozinho: é não ter ninguém
consigo. Sua resposta é parecida com ele e com seu nome: os dois lados de um ovo são praticamente iguais.
Menos que uma definição, suas palavras são uma redundância, uma imagem espelhada de algo que Alice já sabia, visto que acabara de dizê-lo.
O fundamento dessa confusão armada por Humpty-Dumpty é de natureza gramatical – mais especificamente, sintática: ele não utilizou, como deveria, uma oração
subordinada causal (o que a menina esperava), mas uma coordenada explicativa, que não esclarecia a dúvida de Alice.
O problema, então, é distinguir a explicativa da causal, quando a conjunção que as encabeça é, fonética e fonologicamente, a mesma: porque. De um ponto de vista
sintático, porém, não o é. Aliás, “não o são” – no plural, visto que se trata de duas conjunções diferentes.
Como distingui-las? Não é simples. Mas esperamos que, ao término das reflexões que vamos desenvolver, isso fique, no mínimo, claro. Ou até fácil. Mário de Andrade não
diz que “abasta a gente saber”?
(CARONE. Flávia de Barros. Coordenação e subordinação, confrontos e contrastes. São Paulo: Ática, 1988, p. 7-9.)
Distinguir as orações coordenadas explicativas das subordinadas causais não é simples, e tem sido objeto de estudos recentes de não poucos estudiosos da língua. “Não é
simples”, concede a autora, para logo em seguida anunciar que pretende:
a) refutar a tese da dificuldade.
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– Por que o senhor está sentado aí tão sozinho? indagou Alice, sem querer iniciar uma discussão. – Ora essa, porque não tem ninguém aqui comigo! – gritou Humpty-Dumpty. – Pensou
que eu não saberia responder essa, hein? Pergunte outra.
No hilariante diálogo que trava com Humpty-Dumpty, personagem surrealista do País do Espelho, Alice vê-se inúmeras vezes perplexa diante dos conceitos e da
argumentação com que ele agressivamente a enfrenta. Conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa, tentando apaziguar o mau humor de
seu irascível interlocutor. É difícil: lá vem ele em nova investida verbal, armado de um raciocínio aparentemente invulnerável. Nesta réplica alucinada, todavia, por mais
vitorioso que Humpty-Dumpty se considere, quem escorregou na lógica foi ele. Nem podia ser de outro modo, pois sua cabeça (cabeça? ou corpo? Alice não sabe se a
faixa que o circunda é uma gravata ou um cinto) funciona, como tudo nesse mundo surreal, por um processo de inversão da realidade.
Preocupada com a situação daquele estranho ser com formato de ovo – sentado sobre um muro do qual poderia a qualquer momento cair, espatifando-se –, Alice quer
saber a causa de estar ele ali tão só. Sua dúvida situa-se em um núcleo da frase interrogativa, precisamente aquele que corresponderia ao motivo desconhecido, e por
isso mesmo questionado: “por quê?”. A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante com um conteúdo esclarecedor. Os demais
elementos da frase já são do conhecimento de Alice e equivalem a uma asserção: “O senhor está sentado aí tão sozinho”.
Se Humpty-Dumpty não queria responder ao que ela indagava, então dissesse algo como “não me amole”, ou “o problema é meu”. Mas, como ele pretendeu satisfazer a
curiosidade da menina, esperava-se um adjunto ou uma oração adverbial de causa, que poderia ser “por preguiça”, “por não ter coisa mais interessante para fazer”, ou
ainda “porque este é um bom lugar e porque gosto de estar só”.
A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita. Ignorando o item “estar aí sentado”, que
se inclui na dúvida de Alice, pretendeu esclarecer somente a causa de sua solidão. Na verdade, porém, limitou-se a definir o que é estar sozinho: é não ter ninguém
consigo. Sua resposta é parecida com ele e com seu nome: os dois lados de um ovo são praticamente iguais.
Menos que uma definição, suas palavras são uma redundância, uma imagem espelhada de algo que Alice já sabia, visto que acabara de dizê-lo.
O fundamento dessa confusão armada por Humpty-Dumpty é de natureza gramatical – mais especificamente, sintática: ele não utilizou, como deveria, uma oração
subordinada causal (o que a menina esperava), mas uma coordenada explicativa, que não esclarecia a dúvida de Alice.
O problema, então, é distinguir a explicativa da causal, quando a conjunção que as encabeça é, fonética e fonologicamente, a mesma: porque. De um ponto de vista
sintático, porém, não o é. Aliás, “não o são” – no plural, visto que se trata de duas conjunções diferentes.
Como distingui-las? Não é simples. Mas esperamos que, ao término das reflexões que vamos desenvolver, isso fique, no mínimo, claro. Ou até fácil. Mário de Andrade não
diz que “abasta a gente saber”?
(CARONE. Flávia de Barros. Coordenação e subordinação, confrontos e contrastes. São Paulo: Ática, 1988, p. 7-9.)
A opção em que a conjunção COMO tem o mesmo valor sintático-semântico que em: “ele não utilizou, como deveria, uma oração subordinada causal” é:
a) Não sabemos COMO Alice conseguia dialogar com o surreal Humpty-Dumpty.
c) COMO é conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa.
d) Alice com sua história atravessa os tempos, COMO sonhou seu criador.
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– Por que o senhor está sentado aí tão sozinho? indagou Alice, sem querer iniciar uma discussão. – Ora essa, porque não tem ninguém aqui comigo! – gritou Humpty-Dumpty. – Pensou
que eu não saberia responder essa, hein? Pergunte outra.
No hilariante diálogo que trava com Humpty-Dumpty, personagem surrealista do País do Espelho, Alice vê-se inúmeras vezes perplexa diante dos conceitos e da
argumentação com que ele agressivamente a enfrenta. Conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa, tentando apaziguar o mau humor de
seu irascível interlocutor. É difícil: lá vem ele em nova investida verbal, armado de um raciocínio aparentemente invulnerável. Nesta réplica alucinada, todavia, por mais
vitorioso que Humpty-Dumpty se considere, quem escorregou na lógica foi ele. Nem podia ser de outro modo, pois sua cabeça (cabeça? ou corpo? Alice não sabe se a
faixa que o circunda é uma gravata ou um cinto) funciona, como tudo nesse mundo surreal, por um processo de inversão da realidade.
Preocupada com a situação daquele estranho ser com formato de ovo – sentado sobre um muro do qual poderia a qualquer momento cair, espatifando-se –, Alice quer
saber a causa de estar ele ali tão só. Sua dúvida situa-se em um núcleo da frase interrogativa, precisamente aquele que corresponderia ao motivo desconhecido, e por
isso mesmo questionado: “por quê?”. A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante com um conteúdo esclarecedor. Os demais
elementos da frase já são do conhecimento de Alice e equivalem a uma asserção: “O senhor está sentado aí tão sozinho”.
Se Humpty-Dumpty não queria responder ao que ela indagava, então dissesse algo como “não me amole”, ou “o problema é meu”. Mas, como ele pretendeu satisfazer a
curiosidade da menina, esperava-se um adjunto ou uma oração adverbial de causa, que poderia ser “por preguiça”, “por não ter coisa mais interessante para fazer”, ou
ainda “porque este é um bom lugar e porque gosto de estar só”.
A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita. Ignorando o item “estar aí sentado”, que
se inclui na dúvida de Alice, pretendeu esclarecer somente a causa de sua solidão. Na verdade, porém, limitou-se a definir o que é estar sozinho: é não ter ninguém
consigo. Sua resposta é parecida com ele e com seu nome: os dois lados de um ovo são praticamente iguais.
Menos que uma definição, suas palavras são uma redundância, uma imagem espelhada de algo que Alice já sabia, visto que acabara de dizê-lo.
O fundamento dessa confusão armada por Humpty-Dumpty é de natureza gramatical – mais especificamente, sintática: ele não utilizou, como deveria, uma oração
subordinada causal (o que a menina esperava), mas uma coordenada explicativa, que não esclarecia a dúvida de Alice.
O problema, então, é distinguir a explicativa da causal, quando a conjunção que as encabeça é, fonética e fonologicamente, a mesma: porque. De um ponto de vista
sintático, porém, não o é. Aliás, “não o são” – no plural, visto que se trata de duas conjunções diferentes.
Como distingui-las? Não é simples. Mas esperamos que, ao término das reflexões que vamos desenvolver, isso fique, no mínimo, claro. Ou até fácil. Mário de Andrade não
diz que “abasta a gente saber”?
(CARONE. Flávia de Barros. Coordenação e subordinação, confrontos e contrastes. São Paulo: Ática, 1988, p. 7-9.)
Altera-se o sentido de: “A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita” substituindo-se a
locução prepositiva “em que pese” por:
a) apesar de.
d) a despeito de.
e) não obstante.
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DOMÍCIO DA GAMA
Domício da Gama (Domício Afonso Forneiro, adotou do padrinho o Gama), jornalista, diplomata, contista e cronista, nasceu em Maricá, RJ, em 23 de outubro de 1862 e
faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8 de novembro de 1925. Foi um dos dez acadêmicos eleitos na sessão de 28 de janeiro de 1897, para completar o quadro de
fundadores da Academia. Escolheu Raul Pompeia como patrono, ocupando a cadeira nº 33. Foi recebido na sessão de 1º de julho de 1900, por Lúcio de Mendonça.
Fez estudos preparatórios no Rio de Janeiro e ingressou na Escola Politécnica, mas não chegou a terminar o curso. Seguiu para o estrangeiro em missões diplomáticas. A
sua primeira missão foi a de secretário do Serviço de Imigração, e o contato, nessa época, com o Barão do Rio Branco, valeu-lhe ser nomeado secretário da missão Rio
Branco para a questão de limites Brasil- Argentina (1893-1895), com a Guiana Francesa (1895-1900) e com a Guiana Inglesa (1900-1901). Foi secretário de Legação na
Santa Sé, em 1900, e ministro em Lima, em 1906. Embaixador em missão especial, em 1910, representou o Brasil no centenário da independência da Argentina e nas
festas centenárias do Chile. Embaixador do Brasil em Washington, de 1911 a 1918, foi o digno sucessor de Joaquim Nabuco, por escolha do próprio Barão do Rio Branco.
Ao celebrar-se a paz europeia de Versalhes, Domício, como ministro das Relações Exteriores, pretendeu representar o Brasil naquela conferência, propósito que suscitou
divergências na imprensa brasileira. Convidado para a mesma embaixada, Rui Barbosa recusou, e o chefe da representação brasileira foi, afinal, Epitácio Pessoa, eleito
pouco depois, em seguida à morte de Rodrigues Alves, presidente da República. Domício foi substituído na Chancelaria por Azevedo Marques, seguindo como embaixador
em Londres, em 1920-21. Foi posto em disponibilidade durante a Presidência Bernardes.
Domício da Gama era colaborador da Gazeta de Notícias ao tempo de Ferreira de Araújo e, ainda no início da carreira, escreveu contos, crônicas e críticas literárias.
O conectivo sublinhado no período “Fez estudos preparatórios no Rio de Janeiro e ingressou na Escola Politécnica, mas não chegou a terminar o curso.” pode ser
substituído, sem alterar seu sentido, por:
a) enquanto.
b) entretanto.
c) porquanto.
d) portanto.
e) contanto
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Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.
Eu respondi:
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.
No título, “Aprenda a chamar a polícia”, os termos em destaque são classificados gramaticalmente, respectivamente, como
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Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.
Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.
Eu respondi:
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.
Sob o ponto de vista morfológico, todas as palavras destacadas a seguir podem ser flexionadas em número, EXCETO
a) “Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas (...)”
b) “Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas (...)”
c) “Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas (...)”
d) “Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas (...)”
e) “Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas (...)”
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Em um artigo, publicado em 23 de março de 1999 na Folha de S. Paulo, Carlos Heitor Cony transcreve um manual de “Sobrevivência na Selva”, escrito pelo jornalista Leon
Eliachar. Eis alguns mandamentos:
Segundo o colunista da Folha de S. Paulo Carlos Heitor Cony, Leon não seguiu os conselhos que deu, pois foi assassinado no banheiro de seu apartamento. O caso dele
teria sido passional, já que se apaixonara por uma mulher casada. De qualquer forma, segundo o colunista, Leon poderia ter acrescentado um mandamento aos dez que
inventou: “11) Não amar a mulher do próximo nem a própria.”.
CONY, Carlos Heitor. Sobrevivência na selva. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 mar. 1999.
Assinale a opção em que todas as três palavras retiradas do Texto 2 pertencem à mesma classe gramatical.
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A história do Padre José de Anchieta (1534 – 1597), canonizado pelo Papa Francisco no Vaticano, tem um breve e marcante episódio na cidade de Maricá.
Em 1584, o padre considerado Apóstolo do Brasil e Fundador Histórico de Maricá realizou a chamada ‘Pesca Miraculosa’ ou ‘Pesca Milagrosa’ na Lagoa de Maricá, mais
precisamente na localidade de Araçatiba, junto com índios nativos da região. Ele também realizou uma catequização.
Na pesca miraculosa, o Padre José de Anchieta, que passou a se chamar São José do Anchieta após a sua canonização, antecipava aos índios quais peixes eles trariam ao
barco em determinada região da Lagoa de Maricá.
A pescaria foi tão abundante e variada que a praia se abarrotou de homens, que eram poucos para a salga de tantos peixes. Uma estátua do padre foi colocada no local
em 1997, quando se completaram 400 anos de sua morte, porém, pouco tempo depois foi roubada e até hoje não se conhece o seu paradeiro.
O local da primeira missa realizada por ele ainda é lembrado, porém, com muita vegetação e pouca informação de que aquele lugar é histórico no município. Muitos
moradores sequer sabem o significado da cruz afixada para demarcar o local da primeira missa celebrada na cidade de Maricá.
O termo sublinhado em “Muitos moradores sequer sabem o significado da cruz afixada para demarcar o local da primeira missa celebrada na cidade de Maricá.” tem valor:
a) adjetivo.
b) adverbial.
c) conjuntivo.
d) pronominal.
e) preposicional.
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10/07/2018
A partir de quarta-feira (11/07), estarão abertas 45 vagas gratuitas para crianças e adolescentes de 8 a 17 anos participarem da edição de inverno do Projeto Onda Certa,
desenvolvido pela Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) e a Secretaria de Proteção e Defesa Civil. A iniciativa, que faz parte dos projetos sociais da
Codemar, visa oferecer, no período de férias escolares, dicas de prevenção de afogamentos, primeiros socorros, identificação de correntes de retorno (valas), preservação
ambiental e iniciação ao surf e bodysurf, além de outros exercícios físicos na areia da praia e jogos interativos, tudo de forma leve e lúdica, porém responsável e voltada
para a utilidade pública.
As inscrições seguem até o dia (13/07) ou enquanto durarem as vagas e podem ser feitas no posto de guarda-vidas na Rua 4, no bairro Barra de Maricá, das 9h às 15h.
Para se inscrever é necessário apresentar os seguintes documentos: cópia da identidade do responsável, cópia da certidão de nascimento ou identidade do menor e
preencher as fichas de autorização.
A edição de inverno do projeto acontecerá entre os dias 16 a 27 (exceto sábado e domingo) de julho, na Barra de Maricá, das 9h às 12h. As atividades serão divididas em
três grupos, de acordo com a faixa etária de oito aos 11 anos; 12 a 14 anos e 15 aos 17 anos.
Inscrições: 11/07 a 13/07 das 9h às 15h – Rua 4 – Praia da Barra de Maricá (ou enquanto durarem as vagas).
Documentos: Cópia da identidade do responsável, cópia da certidão de nascimento ou identidade do menor, preencher as fichas de autorização no local.
Os nomes podem ser substantivos ou adjetivos, de acordo com a função que desempenham nas orações. Estabeleça a correspondência correta entre as duas colunas, de
acordo com a função dos termos destacados na Coluna II.
Coluna I
1. substantivo
2. adjetivo
Coluna II
a) 1, 2, 2, 1 e 1.
b) 2, 1, 1, 2 e 2.
c) 2, 1, 2, 1 e 1.
d) 1, 1, 2, 1 e 2.
e) 2, 1, 2, 2 e 1.
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Machado de Assis
“Na Igreja de São Domingos diz-se hoje uma missa por alma de João de Melo, falecido em Maricá.”
Não se sabendo quem mandava dizer a missa, ninguém lá foi. A igreja escolhida deu ainda menos relevo ao ato; não era vistosa, nem buscada, mas velhota, sem galas
nem gente, metida ao canto de um pequeno largo, adequada à missa recôndita e anônima.
Às oito horas parou um coupé à porta; o lacaio desceu, abriu a portinhola, desbarretou-se e perfilou-se. Saiu um senhor e deu a mão a uma senhora, a senhora saiu e
tomou o braço ao senhor, atravessaram o pedacinho de largo e entraram na igreja. Na sacristia era tudo espanto. A alma que a tais sítios atraíra um carro de luxo, cavalos
de raça, e duas pessoas tão finas não seria como as outras almas ali sufragadas. A missa foi ouvida sem pêsames nem lágrimas. Quando acabou, o senhor foi à sacristia
dar as espórtulas. O sacristão, agasalhando na algibeira a nota de dez mil-réis que recebeu, achou que ela provava a sublimidade do defunto; mas que defunto era esse?
O mesmo pensaria a caixa das almas, se pensasse, quando a luva da senhora deixou cair dentro uma pratinha de cinco tostões. Já então havia na igreja meia dúzia de
crianças maltrapilhas, e, fora, alguma gente às portas e no largo, esperando. O senhor, chegando à porta, relanceou os olhos, ainda que vagamente, e viu que era objeto
de curiosidade. A senhora trazia os seus no chão. E os dois entraram no carro, com o mesmo gesto, o lacaio bateu a portinhola e partiram.
A gente local não falou de outra coisa naquele e nos dias seguintes. Sacristão e vizinhos relembravam o coupé, com orgulho. Era a missa do coupé. As outras missas
vieram vindo, todas a pé, algumas de sapato roto, não raras descalças, capinhas velhas, morins estragados, missas de chita, ao domingo, missas de tamancos. Tudo
voltou ao costume, mas a missa do coupé viveu na memória por muitos meses. Afinal não se falou mais nela; esqueceu como um baile.
Glossário:
Coupé (ou cupê) – Carruagem ou carro de duas portas.
Desbarretar – Retirar o barrete ou o chapéu.
Espórtula – Esmola.
De acordo com o texto, em “O sacristão, agasalhando na algibeira a nota de dez mil-réis que recebeu, achou que ela provava a sublimidade do defunto...”, “sublimidade”
significa:
a) espiritualidade.
b) ostracismo.
c) passamento.
d) altruísmo.
e) prestígio.
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– e, de salas interiores,
por altíssimas janelas,
descobrem coisas mais belas,
rindo-se dos professores...
Dentre os substantivos em destaque, aquele em que o fato linguístico da homonímia gera uma possibilidade de ambiguidade expressiva que não pode passar
despercebida na leitura do poema é:
a) de ALUNA do paraíso.
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A DISCIPLINA DO AMOR
Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.
Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.
As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.
TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.
b) reunião divertida.
c) brincadeira alegre.
d) reunião de cachorros.
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a) único, individual.
b) diferente, estranho.
c) exótico, incomum.
d) normal, corriqueiro.
e) específico, incômodo.
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A expressão “mais do mesmo”, empregada em um registro informal, coloquial, pode ser compreendida como ser:
a) diferente de todos.
b) igual a todo mundo.
c) sempre a mesma pessoa.
d) do jeito que os amigos são.
e) parecido com a maioria das pessoas.
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COSEAC UFF - Adm (UFF)/UFF/2019
Língua Portuguesa (Português) - Sujeito
34) TEXTO 1
A DISCIPLINA DO AMOR
Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.
Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.
As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.
TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.
b) objeto direto.
c) adjunto adnominal.
d) complemento nominal.
e) objeto indireto.
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NIEMEYER
Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, mais conhecido como Oscar Niemeyer, nasceu em 15 de dezembro de 1907 no bairro das Laranjeiras, no Rio de
Janeiro, e durante anos morou na casa de seu avô, Ribeiro de Almeida, em Maricá. Casou-se em 1928 com Annita Baldo. Dessa relação teve Anna Maria, sua única filha.
Aos 23 anos foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Estagiou no escritório de Lúcio Costa, onde participou do projeto do Ministério da Educação. Niemeyer ganhou
o mundo com projetos ousados e revolucionários. Itália, França, Argélia e até a ONU conheceram os traços desse ousado brasileiro. É autor de vários projetos
importantes no Brasil como Brasília, o conjunto da Pampulha e o Sambódromo do Rio.
“Minha família vinha de Maricá. Meu avô Ribeiro de Almeida nasceu lá. Já meu avô Niemeyer não o conheci. Sempre morei com esse avô Ribeiro de Almeida. Ele foi juiz
de direito em Maricá e depois foi para o Rio. Ele chegou a ministro do Supremo, e a casa era muito frequentada. Ele era um sujeito correto. De modo que, em tempos de
esculhambação, a lembrança dele é muito boa.”
CASA DE MARICÁ
A Casa de Maricá foi um presente de Horácio de Carvalho, jornalista e dono do Diário Popular. Amigos desde a juventude, frequentavam o café Lamas, o bilhar, os cabarés
da cidade e as noites do Rio de Janeiro. (...) Certo dia, Horácio ligou para Niemeyer e disse: “A casa é sua. Só você pode consertá-la...”. (...)
“É uma bela casa. A varanda larga a completar as salas, convidando-nos a nela ficar com frequência. Dentro, são oito quartos, separados pelas salas, amplas, sem a
disciplina e a lógica funcional que os projetos de hoje apresentam (uma das características das casas coloniais). E o telhado a descer com seu galeio natural, adaptando-
se à capela que surge no conjunto dominadora, como uma verdadeira igreja.”
Os predicados sublinhados em: “Ele foi juiz de direito em Maricá e depois foi para o Rio.” são:
a) ambos nominais, com caráter descritivo.
b) respectivamente, verbal, com caráter descritivo, e nominal, com caráter narrativo.
c) ambos verbais, com caráter narrativo.
d) respectivamente, nominal, com caráter descritivo, e verbal, com caráter narrativo.
e) ambos verbais, com caráter descritivo.
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Primeira mulher nomeada comandante da maior guarda do país, Elza Paulina de Souza, 52 anos, viveu a desigualdade de gêneros durante sua trajetória. Mãe solteira,
chegou a ter que esconder a filha pequena em um banheiro do seu posto de trabalho por não ter com quem deixá-la.
Trabalhou como empregada doméstica e dirigiu trator na roça. Entrou na Guarda Civil Metropolitana de São Paulo no ano em que a instituição foi criada, em 1986, época
em que as agentes tinham que usar uma saia que limitava os movimentos e não podiam andar armadas.
Alta e com postura retilínea, Elza é uma figura imponente. Diz que nunca foi conhecida por ser “meiguinha” – “muito pelo contrário, não passo a mão na cabeça, sou
meio bruta, tropeços nos ambientes”.
Essa postura, ressalta, não tem a ver com uma maneira de marcar território em uma instituição historicamente masculina. “Não preciso cuspir no chão para mostrar que
sou mais capaz que um homem”. Formada em fisioterapia, medicina oriental e filosofia, ela diz usar o conhecimento e o diálogo como maneiras de refletir sobre o espaço
e a relação com o outro.
No programa Guardiã Maria da Penha, Elza foi a responsável pela instalação de uma espécie de botão de pânico virtual no aplicativo SP + Segura, da Secretaria Municipal
de Segurança Urbana. “Eu falei para o desenvolvedor aprimorar, porque eu não tinha como dar o botão do pânico para as meninas, mas eu tenho o aplicativo”, diz. ‘É
muito mais prático. O botão ela pode esquecer. O celular ela não esquece”, explica.
“Primeira mulher nomeada comandante da maior guarda do país, Elza Paulina de Souza, 52 anos, viveu a desigualdade de gêneros durante sua trajetória. Mãe solteira,
chegou a ter que esconder a filha pequena em um banheiro do seu posto de trabalho por não ter com quem deixá-la.”
Cada expressão sublinhada no trecho em estudo exerce, respectivamente, a seguinte função sintática:
a) Vocativo, adjunto adnominal, sujeito
b) Predicativo, sujeito, adjunto adnominal
c) Aposto, predicativo, objeto direto
d) Sujeito, complemento nominal, predicativo
e) Objeto direto, aposto, objeto indireto
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CÔNSUL!
Domício da Gama
No café de Londres, às onze horas da noite. Chove desabridamente. Entre a zoada dos aguaceiros, que lavam a rua, ouvem-se raros passos apressados de transeuntes
invisíveis na sombra. A espaços um ronco rápido e surdo, como um rufo de tambor molhado, assinala a passagem de um guarda-chuva por baixo do jorro de uma goteira
que transborda. Corre um sopro glacial de tédio e desconforto pelo café profusamente iluminado, em que já pouca gente resta. O silêncio só é quebrado pelo ruído dos
talheres e da conversa de três rapazes cavaqueando numa ceia econômica ao fundo. O homem do contador cochila. Sentado a uma mesinha, em frente ao prato vazio,
em que um osso descarnado de galinha comemora a passagem de uma canja, está um homem que cisma sobre um jornal.
GAMA, Domício. Apud SANDANELLO, F. B. Domício da Gama e o impressionismo literário no Brasil. São Luís, MA: EDUFMA, 2017. p. 169.
Em “Entre a zoada dos aguaceiros, que lavam a rua, ouvem-se raros passos apressados de transeuntes invisíveis na sombra”, a oração sublinhada:
a) indica as circunstâncias da chuva.
b) identifica a zoada.
c) qualifica os aguaceiros.
d) centraliza a ação do período.
e) tematiza a descrição.
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Primeira mulher nomeada comandante da maior guarda do país, Elza Paulina de Souza, 52 anos, viveu a desigualdade de gêneros durante sua trajetória. Mãe solteira,
chegou a ter que esconder a filha pequena em um banheiro do seu posto de trabalho por não ter com quem deixá-la.
Trabalhou como empregada doméstica e dirigiu trator na roça. Entrou na Guarda Civil Metropolitana de São Paulo no ano em que a instituição foi criada, em 1986, época
em que as agentes tinham que usar uma saia que limitava os movimentos e não podiam andar armadas.
Alta e com postura retilínea, Elza é uma figura imponente. Diz que nunca foi conhecida por ser “meiguinha” – “muito pelo contrário, não passo a mão na cabeça, sou
meio bruta, tropeços nos ambientes”.
Essa postura, ressalta, não tem a ver com uma maneira de marcar território em uma instituição historicamente masculina. “Não preciso cuspir no chão para mostrar que
sou mais capaz que um homem”. Formada em fisioterapia, medicina oriental e filosofia, ela diz usar o conhecimento e o diálogo como maneiras de refletir sobre o espaço
e a relação com o outro.
No programa Guardiã Maria da Penha, Elza foi a responsável pela instalação de uma espécie de botão de pânico virtual no aplicativo SP + Segura, da Secretaria Municipal
de Segurança Urbana. “Eu falei para o desenvolvedor aprimorar, porque eu não tinha como dar o botão do pânico para as meninas, mas eu tenho o aplicativo”, diz. ‘É
muito mais prático. O botão ela pode esquecer. O celular ela não esquece”, explica.
Em “Mãe solteira, chegou a ter que esconder a filha pequena em um banheiro do seu posto de trabalho por não ter com quem deixá-la”, a oração sublinhada expressa
ideia de:
a) Modo
b) Condição
c) Lugar
d) Fim
e) Causa
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A oração sublinhada em “Preciso apresentar-lhe uns projetos para melhorar aquele lugar ali !” expressa:
a) fim.
b) consequência.
c) adição.
d) causa.
e) explicação.
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A DISCIPLINA DO AMOR
Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.
Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.
As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.
TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.
No trecho “Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina”, as duas ocorrências do termo “jovem” exercem,
respectivamente, as funções sintáticas de
a) predicativo e sujeito.
b) sujeito e objeto direto.
c) objeto direto e predicativo.
d) sujeito e adjunto adnominal.
e) adjunto adnominal e objeto direto.
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No hilariante diálogo que trava com Humpty-Dumpty, personagem surrealista do País do Espelho, Alice vê-se inúmeras vezes perplexa diante dos conceitos e da
argumentação com que ele agressivamente a enfrenta. Conciliadora, ela procura sempre um novo assunto para reiniciar a conversa, tentando apaziguar o mau humor de
seu irascível interlocutor. É difícil: lá vem ele em nova investida verbal, armado de um raciocínio aparentemente invulnerável. Nesta réplica alucinada, todavia, por mais
vitorioso que Humpty-Dumpty se considere, quem escorregou na lógica foi ele. Nem podia ser de outro modo, pois sua cabeça (cabeça? ou corpo? Alice não sabe se a
faixa que o circunda é uma gravata ou um cinto) funciona, como tudo nesse mundo surreal, por um processo de inversão da realidade.
Preocupada com a situação daquele estranho ser com formato de ovo – sentado sobre um muro do qual poderia a qualquer momento cair, espatifando-se –, Alice quer
saber a causa de estar ele ali tão só. Sua dúvida situa-se em um núcleo da frase interrogativa, precisamente aquele que corresponderia ao motivo desconhecido, e por
isso mesmo questionado: “por quê?”. A resposta a uma interrogação nuclear deve preencher o vazio do mundo interrogante com um conteúdo esclarecedor. Os demais
elementos da frase já são do conhecimento de Alice e equivalem a uma asserção: “O senhor está sentado aí tão sozinho”.
Se Humpty-Dumpty não queria responder ao que ela indagava, então dissesse algo como “não me amole”, ou “o problema é meu”. Mas, como ele pretendeu satisfazer a
curiosidade da menina, esperava-se um adjunto ou uma oração adverbial de causa, que poderia ser “por preguiça”, “por não ter coisa mais interessante para fazer”, ou
ainda “porque este é um bom lugar e porque gosto de estar só”.
A frase marota de Humpty-Dumpty é engraçada porque, em que pese sua aparente lógica, ele não respondeu à pergunta feita. Ignorando o item “estar aí sentado”, que
se inclui na dúvida de Alice, pretendeu esclarecer somente a causa de sua solidão. Na verdade, porém, limitou-se a definir o que é estar sozinho: é não ter ninguém
consigo. Sua resposta é parecida com ele e com seu nome: os dois lados de um ovo são praticamente iguais.
Menos que uma definição, suas palavras são uma redundância, uma imagem espelhada de algo que Alice já sabia, visto que acabara de dizê-lo.
O fundamento dessa confusão armada por Humpty-Dumpty é de natureza gramatical – mais especificamente, sintática: ele não utilizou, como deveria, uma oração
subordinada causal (o que a menina esperava), mas uma coordenada explicativa, que não esclarecia a dúvida de Alice.
O problema, então, é distinguir a explicativa da causal, quando a conjunção que as encabeça é, fonética e fonologicamente, a mesma: porque. De um ponto de vista
sintático, porém, não o é. Aliás, “não o são” – no plural, visto que se trata de duas conjunções diferentes.
Como distingui-las? Não é simples. Mas esperamos que, ao término das reflexões que vamos desenvolver, isso fique, no mínimo, claro. Ou até fácil. Mário de Andrade não
diz que “abasta a gente saber”?
(CARONE. Flávia de Barros. Coordenação e subordinação, confrontos e contrastes. São Paulo: Ática, 1988, p. 7-9.)
O sinal de dois pontos empregado após: “É difícil”, “equivalem a uma asserção”, “estar sozinho” “parecida com ele e com seu nome” e “mais especificamente, sintática”
sinaliza, na escrita, uma pausa que anuncia uma:
a) citação.
b) consequência.
c) explicação ou justificativa.
d) síntese.
e) discriminação ou especificação.
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NIEMEYER
Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, mais conhecido como Oscar Niemeyer, nasceu em 15 de dezembro de 1907 no bairro das Laranjeiras, no Rio de
Janeiro, e durante anos morou na casa de seu avô, Ribeiro de Almeida, em Maricá. Casou-se em 1928 com Annita Baldo. Dessa relação teve Anna Maria, sua única filha.
Aos 23 anos foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Estagiou no escritório de Lúcio Costa, onde participou do projeto do Ministério da Educação. Niemeyer ganhou
o mundo com projetos ousados e revolucionários. Itália, França, Argélia e até a ONU conheceram os traços desse ousado brasileiro. É autor de vários projetos
importantes no Brasil como Brasília, o conjunto da Pampulha e o Sambódromo do Rio.
“Minha família vinha de Maricá. Meu avô Ribeiro de Almeida nasceu lá. Já meu avô Niemeyer não o conheci. Sempre morei com esse avô Ribeiro de Almeida. Ele foi juiz
de direito em Maricá e depois foi para o Rio. Ele chegou a ministro do Supremo, e a casa era muito frequentada. Ele era um sujeito correto. De modo que, em tempos de
esculhambação, a lembrança dele é muito boa.”
CASA DE MARICÁ
A Casa de Maricá foi um presente de Horácio de Carvalho, jornalista e dono do Diário Popular. Amigos desde a juventude, frequentavam o café Lamas, o bilhar, os cabarés
da cidade e as noites do Rio de Janeiro. (...) Certo dia, Horácio ligou para Niemeyer e disse: “A casa é sua. Só você pode consertá-la...”. (...)
“É uma bela casa. A varanda larga a completar as salas, convidando-nos a nela ficar com frequência. Dentro, são oito quartos, separados pelas salas, amplas, sem a
disciplina e a lógica funcional que os projetos de hoje apresentam (uma das características das casas coloniais). E o telhado a descer com seu galeio natural, adaptando-
se à capela que surge no conjunto dominadora, como uma verdadeira igreja.”
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CÔNSUL!
Domício da Gama
No café de Londres, às onze horas da noite. Chove desabridamente. Entre a zoada dos aguaceiros, que lavam a rua, ouvem-se raros passos apressados de transeuntes
invisíveis na sombra. A espaços um ronco rápido e surdo, como um rufo de tambor molhado, assinala a passagem de um guarda-chuva por baixo do jorro de uma goteira
que transborda. Corre um sopro glacial de tédio e desconforto pelo café profusamente iluminado, em que já pouca gente resta. O silêncio só é quebrado pelo ruído dos
talheres e da conversa de três rapazes cavaqueando numa ceia econômica ao fundo. O homem do contador cochila. Sentado a uma mesinha, em frente ao prato vazio,
em que um osso descarnado de galinha comemora a passagem de uma canja, está um homem que cisma sobre um jornal.
GAMA, Domício. Apud SANDANELLO, F. B. Domício da Gama e o impressionismo literário no Brasil. São Luís, MA: EDUFMA, 2017. p. 169.
Em “...ouvem-se raros passos apressados de transeuntes invisíveis na sombra”, o verbo ouvir está no plural para:
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A DISCIPLINA DO AMOR
Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.
Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.
As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.
TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.
A expressão “aquela direção” da passagem “(...) o focinho voltado para aquela direção.” refere-se
a) à esquina.
b) à praça da vila.
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Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.
Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.
Eu respondi:
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.
No trecho em destaque “Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a
turma dos direitos humanos (...)” , um dos mecanismos de coesão presente é
a) a anáfora.
b) a elipse.
c) a catáfora.
d) a hiperonímia.
e) o paralelismo estrutural.
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Texto
O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.
Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que
“não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.
Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.
É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”
O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.
(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)
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NIEMEYER
Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, mais conhecido como Oscar Niemeyer, nasceu em 15 de dezembro de 1907 no bairro das Laranjeiras, no Rio de
Janeiro, e durante anos morou na casa de seu avô, Ribeiro de Almeida, em Maricá. Casou-se em 1928 com Annita Baldo. Dessa relação teve Anna Maria, sua única filha.
Aos 23 anos foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Estagiou no escritório de Lúcio Costa, onde participou do projeto do Ministério da Educação. Niemeyer ganhou
o mundo com projetos ousados e revolucionários. Itália, França, Argélia e até a ONU conheceram os traços desse ousado brasileiro. É autor de vários projetos
importantes no Brasil como Brasília, o conjunto da Pampulha e o Sambódromo do Rio.
“Minha família vinha de Maricá. Meu avô Ribeiro de Almeida nasceu lá. Já meu avô Niemeyer não o conheci. Sempre morei com esse avô Ribeiro de Almeida. Ele foi juiz
de direito em Maricá e depois foi para o Rio. Ele chegou a ministro do Supremo, e a casa era muito frequentada. Ele era um sujeito correto. De modo que, em tempos de
esculhambação, a lembrança dele é muito boa.”
CASA DE MARICÁ
A Casa de Maricá foi um presente de Horácio de Carvalho, jornalista e dono do Diário Popular. Amigos desde a juventude, frequentavam o café Lamas, o bilhar, os cabarés
da cidade e as noites do Rio de Janeiro. (...) Certo dia, Horácio ligou para Niemeyer e disse: “A casa é sua. Só você pode consertá-la...”. (...)
“É uma bela casa. A varanda larga a completar as salas, convidando-nos a nela ficar com frequência. Dentro, são oito quartos, separados pelas salas, amplas, sem a
disciplina e a lógica funcional que os projetos de hoje apresentam (uma das características das casas coloniais). E o telhado a descer com seu galeio natural, adaptando-
se à capela que surge no conjunto dominadora, como uma verdadeira igreja.”
“Dessa relação teve Anna Maria, sua única filha.” O pronome sublinhado no sintagma “dessa relação” atua na coesão textual:
a) remetendo-se à “relação”.
b) retomando “Casou-se em 1928 com Annita Baldo”.
c) referindo-se ao contexto circunstancial: “em 1928” e “no Rio de Janeiro”.
d) indicando a proximidade em relação ao enunciador do texto.
e) lançando uma prospecção quanto à “Anna Maria, sua única filha”.
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Na fala “Quero uma reunião com seu superior. Preciso apresentar-lhe uns projetos para melhorar aquele lugar ali !”, o elemento que se refere à segunda pessoa, isto é,
àquela com quem o enunciador fala, é:
a) lhe.
b) aquele.
c) seu.
d) ali.
e) uns.
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10/07/2018
A partir de quarta-feira (11/07), estarão abertas 45 vagas gratuitas para crianças e adolescentes de 8 a 17 anos participarem da edição de inverno do Projeto Onda Certa,
desenvolvido pela Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) e a Secretaria de Proteção e Defesa Civil. A iniciativa, que faz parte dos projetos sociais da
Codemar, visa oferecer, no período de férias escolares, dicas de prevenção de afogamentos, primeiros socorros, identificação de correntes de retorno (valas), preservação
ambiental e iniciação ao surf e bodysurf, além de outros exercícios físicos na areia da praia e jogos interativos, tudo de forma leve e lúdica, porém responsável e voltada
para a utilidade pública.
As inscrições seguem até o dia (13/07) ou enquanto durarem as vagas e podem ser feitas no posto de guarda-vidas na Rua 4, no bairro Barra de Maricá, das 9h às 15h.
Para se inscrever é necessário apresentar os seguintes documentos: cópia da identidade do responsável, cópia da certidão de nascimento ou identidade do menor e
preencher as fichas de autorização.
A edição de inverno do projeto acontecerá entre os dias 16 a 27 (exceto sábado e domingo) de julho, na Barra de Maricá, das 9h às 12h. As atividades serão divididas em
três grupos, de acordo com a faixa etária de oito aos 11 anos; 12 a 14 anos e 15 aos 17 anos.
Inscrições: 11/07 a 13/07 das 9h às 15h – Rua 4 – Praia da Barra de Maricá (ou enquanto durarem as vagas).
Documentos: Cópia da identidade do responsável, cópia da certidão de nascimento ou identidade do menor, preencher as fichas de autorização no local.
A iniciativa, que faz parte dos projetos sociais da Codemar, visa oferecer, no período de férias escolares, dicas de prevenção de afogamentos, primeiros socorros,
identificação de correntes de retorno (valas), preservação ambiental e iniciação ao surf e bodysurf, além de outros exercícios físicos na areia da praia e jogos interativos,
tudo de forma leve e lúdica, porém responsável e voltada para a utilidade pública.
a) retoma os setores envolvidos na organização do projeto: Codemar e Secretaria de Proteção e Defesa Civil.
b) apresenta o caráter das atividades oferecidas a crianças e adolescentes pelo Projeto Onda Certa: leve e lúdico.
c) explica a importância do projeto desenvolvido na praia nas férias escolares: auxílio aos responsáveis e colaboração com a educação integral.
d) esclarece porque o projeto é de utilidade pública: promove atividades saudáveis e preserva o meio ambiente.
e) resume as atividades desenvolvidas no projeto: dicas sobre vários temas importantes, exercícios e jogos interativos.
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DOMÍCIO DA GAMA
Domício da Gama (Domício Afonso Forneiro, adotou do padrinho o Gama), jornalista, diplomata, contista e cronista, nasceu em Maricá, RJ, em 23 de outubro de 1862 e
faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8 de novembro de 1925. Foi um dos dez acadêmicos eleitos na sessão de 28 de janeiro de 1897, para completar o quadro de
fundadores da Academia. Escolheu Raul Pompeia como patronoC), ocupando a cadeira nº 33. Foi recebido na sessão de 1º de julho de 1900, por Lúcio de Mendonça.
Fez estudos preparatórios no Rio de Janeiro e ingressou na Escola Politécnica, mas não chegou a terminar o curso. Seguiu para o estrangeiro em missões diplomáticas. A
sua primeira missãoB) foi a de secretário do Serviço de Imigração, e o contato, nessa épocaA), com o Barão do Rio Branco, valeu-lhe ser nomeado secretário da missão
Rio Branco para a questão de limites Brasil- Argentina (1893-1895), com a Guiana Francesa (1895-1900) e com a Guiana Inglesa (1900-1901). Foi secretário de Legação
na Santa Sé, em 1900, e ministro em Lima, em 1906. Embaixador em missão especial, em 1910, representou o Brasil no centenário da independência da Argentina e nas
festas centenárias do Chile. Embaixador do Brasil em Washington, de 1911 a 1918, foi o digno sucessor de Joaquim Nabuco, por escolha do próprio Barão do Rio
BrancoE). Ao celebrar-se a paz europeia de VersalhesD), Domício, como ministro das Relações Exteriores, pretendeu representar o Brasil naquela conferência, propósito
que suscitou divergências na imprensa brasileira. Convidado para a mesma embaixada, Rui Barbosa recusou, e o chefe da representação brasileira foi, afinal, Epitácio
Pessoa, eleito pouco depois, em seguida à morte de Rodrigues Alves, presidente da República. Domício foi substituído na Chancelaria por Azevedo Marques, seguindo
como embaixador em Londres, em 1920-21. Foi posto em disponibilidade durante a Presidência Bernardes.
Domício da Gama era colaborador da Gazeta de Notícias ao tempo de Ferreira de Araújo e, ainda no início da carreira, escreveu contos, crônicas e críticas literárias.
Na biografia do maricaense, dentre os recursos coesivos apresentados a seguir, aquele que foi utilizado para manter o foco em “Domício da Gama” é:
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Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.
Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:
— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.
Eu respondi:
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.
No Texto 1, percebe-se o uso de uma linguagem mais informal, próxima da língua falada e de acordo com a situação de comunicação retratada. Analise as quatro
assertivas a seguir sobre o uso da variante linguística utilizada no texto em análise.
I Em “Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas (...)” , a imprecisão referente à data é própria da linguagem informal.
II Em “Perguntaram-me se o ladrão estava armado (...)”, a ênclise é própria da modalidade oral informal.
III Em “O tiro fez um estrago danado no cara!” , “danado” é uma gíria muito comum e, nesse contexto, significa “enorme”.
IV Em “(...) e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo”, há uma problema de concordância, recorrente na variante informal
da língua portuguesa.
a) I e III.
b) II e III.
c) II e IV.
d) III.
e) IV.
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Machado de Assis
“Na Igreja de São Domingos diz-se hoje uma missa por alma de João de Melo, falecido em Maricá.”
Não se sabendo quem mandava dizer a missa, ninguém lá foi. A igreja escolhida deu ainda menos relevo ao ato; não era vistosa, nem buscada, mas velhota, sem galas
nem gente, metida ao canto de um pequeno largo, adequada à missa recôndita e anônima.
Às oito horas parou um coupé à porta; o lacaio desceu, abriu a portinhola, desbarretou-se e perfilou-se. Saiu um senhor e deu a mão a uma senhora, a senhora saiu e
tomou o braço ao senhor, atravessaram o pedacinho de largo e entraram na igreja. Na sacristia era tudo espanto. A alma que a tais sítios atraíra um carro de luxo, cavalos
de raça, e duas pessoas tão finas não seria como as outras almas ali sufragadas. A missa foi ouvida sem pêsames nem lágrimas. Quando acabou, o senhor foi à sacristia
dar as espórtulas. O sacristão, agasalhando na algibeira a nota de dez mil-réis que recebeu, achou que ela provava a sublimidade do defunto; mas que defunto era esse?
O mesmo pensaria a caixa das almas, se pensasse, quando a luva da senhora deixou cair dentro uma pratinha de cinco tostões. Já então havia na igreja meia dúzia de
crianças maltrapilhas, e, fora, alguma gente às portas e no largo, esperando. O senhor, chegando à porta, relanceou os olhos, ainda que vagamente, e viu que era objeto
de curiosidade. A senhora trazia os seus no chão. E os dois entraram no carro, com o mesmo gesto, o lacaio bateu a portinhola e partiram.
A gente local não falou de outra coisa naquele e nos dias seguintes. Sacristão e vizinhos relembravam o coupé, com orgulho. Era a missa do coupé. As outras missas
vieram vindo, todas a pé, algumas de sapato roto, não raras descalças, capinhas velhas, morins estragados, missas de chita, ao domingo, missas de tamancos. Tudo
voltou ao costume, mas a missa do coupé viveu na memória por muitos meses. Afinal não se falou mais nela; esqueceu como um baile.
Glossário:
Coupé (ou cupê) – Carruagem ou carro de duas portas.
Desbarretar – Retirar o barrete ou o chapéu.
Espórtula – Esmola.
“Coupé”, “dez mil-réis”, “cinco tostões”, “lacaio” constituem um léxico que comprova a variação linguística entre:
a) regiões.
b) gerações.
c) níveis sociais.
d) fala e escrita.
e) situações de fala.
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– e, de salas interiores,
por altíssimas janelas,
descobrem coisas mais belas,
rindo-se dos professores...
“A linguagem é, ao mesmo tempo, o principal produto da cultura e o principal instrumento para a sua transmissão.” (Magda Soares)
Sabe-se que, de uma maneira geral, a linguagem utilizada por crianças e jovens das camadas populares se diferencia da linguagem socialmente prestigiada. Durante
muito tempo acreditou-se na existência de um ‘déficit linguístico’, que explicaria o fracasso escolar desses alunos. Os estudos da Sociolinguística constituem o principal
fundamento da contestação da deficiência cultural e linguística, ao afirmar que as linguagens são:
a) mais ou menos sofisticadas, de acordo com o falante.
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Ou seja, ‘vendo’, ao invés de [veno]; ‘coragem’, ao invés de [corage]; ‘tomate’, ao invés de [tumati] etc.
As crianças começaram a reclamar, dizendo que estava muito difícil falar daquele jeito.
Dessa maneira, a professora desenvolveu com os alunos a ideia básica de que a língua falada não é mera reprodução da escrita, desse modo não falamos exatamente
como escrevemos e vice-versa. A aprendizagem essencial, nesse momento, foi o entendimento de que:
a) a correspondência entre os sons da fala e a escrita fonética é invariável e envolve conceitos preestabelecidos.
b) as variações da língua falada têm significados diversos e, às vezes, contrários aos da língua escrita.
c) as relações arbitrárias e não perfeitas entre sons e letras são comuns e podem confundir os usuários da língua.
d) a escrita é uma representação da fala, que possui regras próprias de realização, que interage com a fala, mas não a reproduz.
e) as diferenças dialetais, de origem social e regional, devem ser superadas por questões éticas e humanitárias.
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“ Alta e com postura retilínea, Elza é uma figura imponente. Diz que nunca foi conhecida por ser ‘meiguinha’ – ‘muito pelo contrário, não passo a mão na cabeça, sou
meio bruta, tropeços nos ambientes’.
Essa postura, ressalta, não tem a ver com uma maneira de marcar território em uma instituição historicamente masculina. ‘Não preciso cuspir no chão para mostrar que
sou mais capaz que um homem’”.
Expressões como “não passo a mão na cabeça” e “marcar território” são marcas de
a) formalidade.
b) coloquialismo.
c) regionalismo.
d) jargão profissional.
e) licença poética.
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“ Alta e com postura retilínea, Elza é uma figura imponente . Diz que nunca foi conhecida por ser ‘meiguinha’ – ‘muito pelo contrário, não passo a mão na cabeça, sou
meio bruta, tropeços nos ambientes’.
Essa postura, ressalta, não tem a ver com uma maneira de marcar território em uma instituição historicamente masculina. ‘Não preciso cuspir no chão para mostrar que
sou mais capaz que um homem’”.
Em “Diz que nunca foi conhecida por ser ‘ meiguinha’ – ‘muito pelo contrário, não passo a mão na cabeça, sou meio bruta, tropeços nos ambientes’”, as palavras
sublinhadas exemplificam um caso de:
a) Antítese
b) Metáfora
c) Hipérbole
d) Eufemismo
e) Metonímia
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Quando os filhos de Ponciá Vicêncio, sete, nasceram e morreram, nas primeiras perdas ela sofreu muito. Depois, com o correr do tempo, a cada gravidez, a cada parto,
ela chegava mesmo a desejar que a criança não sobrevivesse. Valeria a pena pôr um filho no mundo? Lembrava da sua infância pobre, muito pobre na roça e temia a
repetição de uma mesma vida para os seus filhos. O pai trabalhava tanto. A mãe pelejava com as vasilhas de barro e tinham apenas uma casa de pau a pique em que
viviam. E esta era a condição de muitos. Molambos cobriam o corpo das crianças, que até bem grandinhos andavam nuas. As meninas não. Assim que cresciam um
pouco, as mães providenciavam panos para tapar-lhes o sexo e os seios. Crescera na pobreza. Os pais, os avós e os bisavós sempre trabalhando na terra dos senhores. A
cana, o café, toda a lavoura, o gado, as terras, tudo tinha dono, os brancos. Os negros eram donos da miséria, da fome, do sofrimento, da revolta suicida. Alguns saíam
da roça, fugiam para a cidade, com a vida a se fartar de miséria, e com o coração a sobrar esperança. Ela mesma havia chegado à cidade com o coração crente em
sucessos e eis no que deu.
b) do hipérbato em “Lembrava da sua infância pobre, muito pobre na roça e temia a repetição”.
c) da metonímia em “Molambos cobriam o corpo das crianças, que até bem grandinhos andavam nuas”.
e) da metáfora em “havia chegado à cidade com o coração crente em sucessos e eis no que deu”.
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– e, de salas interiores,
por altíssimas janelas,
descobrem coisas mais belas,
rindo-se dos professores...
A passagem em que, no poema, Cecília recorre ao mesmo tipo de paradoxo por ela explorado em: “mas meu nome, de barca e estrela, / foi “SERENA DESESPERADA” é a
seguinte:
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CÔNSUL!
Domício da Gama
No café de Londres, às onze horas da noite. Chove desabridamente. Entre a zoada dos aguaceiros, que lavam a rua, ouvem-se raros passos apressados de transeuntes
invisíveis na sombra. A espaços um ronco rápido e surdo, como um rufo de tambor molhado, assinala a passagem de um guarda-chuva por baixo do jorro de uma goteira
que transborda. Corre um sopro glacial de tédio e desconforto pelo café profusamente iluminado, em que já pouca gente resta. O silêncio só é quebrado pelo ruído dos
talheres e da conversa de três rapazes cavaqueando numa ceia econômica ao fundo. O homem do contador cochila. Sentado a uma mesinha, em frente ao prato vazio,
em que um osso descarnado de galinha comemora a passagem de uma canja, está um homem que cisma sobre um jornal.
GAMA, Domício. Apud SANDANELLO, F. B. Domício da Gama e o impressionismo literário no Brasil. São Luís, MA: EDUFMA, 2017. p. 169.
“A espaços um ronco rápido e surdo, como um rufo de tambor molhado, assinala a passagem de um guarda-chuva por baixo do jorro de uma goteira que transborda.” A
expressão sublinhada é classificada como:
a) hipérbole.
b) personificação.
c) metonímia.
d) comparação.
e) metáfora.
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NIEMEYER
Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, mais conhecido como Oscar Niemeyer, nasceu em 15 de dezembro de 1907 no bairro das Laranjeiras, no Rio de
Janeiro, e durante anos morou na casa de seu avô, Ribeiro de Almeida, em Maricá. Casou-se em 1928 com Annita Baldo. Dessa relação teve Anna Maria, sua única filha.
Aos 23 anos foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Estagiou no escritório de Lúcio Costa, onde participou do projeto do Ministério da Educação. Niemeyer ganhou
o mundo com projetos ousados e revolucionários. Itália, França, Argélia e até a ONU conheceram os traços desse ousado brasileiro. É autor de vários projetos
importantes no Brasil como Brasília, o conjunto da Pampulha e o Sambódromo do Rio.
“Minha família vinha de Maricá. Meu avô Ribeiro de Almeida nasceu lá. Já meu avô Niemeyer não o conheci. Sempre morei com esse avô Ribeiro de Almeida. Ele foi juiz
de direito em Maricá e depois foi para o Rio. Ele chegou a ministro do Supremo, e a casa era muito frequentada. Ele era um sujeito correto. De modo que, em tempos de
esculhambação, a lembrança dele é muito boa.”
CASA DE MARICÁ
A Casa de Maricá foi um presente de Horácio de Carvalho, jornalista e dono do Diário Popular. Amigos desde a juventude, frequentavam o café Lamas, o bilhar, os cabarés
da cidade e as noites do Rio de Janeiro. (...) Certo dia, Horácio ligou para Niemeyer e disse: “A casa é sua. Só você pode consertá-la...”. (...)
“É uma bela casa. A varanda larga a completar as salas, convidando-nos a nela ficar com frequência. Dentro, são oito quartos, separados pelas salas, amplas, sem a
disciplina e a lógica funcional que os projetos de hoje apresentam (uma das características das casas coloniais). E o telhado a descer com seu galeio natural, adaptando-
se à capela que surge no conjunto dominadora, como uma verdadeira igreja.”
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A pesquisa científica sobre os efeitos terapêuticos da relação entre seres humanos e animais de estimação começou nos Estados Unidos em meados de 1960. Depois de
muitos estudos e observação, ficaram claros os benefícios que são gerados nessa interação. Pensando nisso, a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais
de Estimação (Abinpet) possui um Grupo de Estudos sobre a Interação Humano e Animal (GE-INTERHA) para fomentar pesquisas que demonstrem a importância dos
animais de estimação para a qualidade de vida das pessoas.
Essa convivência, segundo pesquisadores, é capaz de melhorar a autoestima, diminuir problemas do coração e auxiliar a família na diminuição do estresse, na queda da
pressão em hipertensos e, principalmente, de melhorar a interação social.
Em um estudo realizado recentemente, ficou comprovado que, em geral, as famílias que têm animais de estimação gastam menos com remédios. Além disso, foi criada a
Terapia Assistida por Animais, que pode ser aplicada em diferentes casos médicos, com grandes melhorias para os pacientes. Alguns casos mais conhecidos são os
tratamentos de idosos e de crianças com paralisia cerebral, autismo ou hiperatividade.
Os cães e gatos são muito usados, pois são os animais mais próximos do ser humano. As suas visitas causam melhoras sociais, emocionais, físicas e cognitivas de
pacientes em tratamento. Acariciar um animal, por si só, já ajuda o paciente a relaxar. Cães e gatos também servem como companhia para idosos solitários, evitando
casos de depressão.
A relação entre seres humanos e animais de estimação. Jornal Cruzeiro do Sul, 24/05/13. Disponível em < https://www2.jornalcruzeiro.com.br/materia/474869/a-relacao-entre-seres-humanos-e-
animais-de-estimacao>. Acesso em jan. 2019. (Adaptado)
Dentre as ocorrências da palavra “que”, em destaque nos trechos a seguir, todas são classificadas como pronome relativo, EXCETO
a) “(...) ficaram claros os benefícios que são gerados nessa interação.”
b) “(...) pesquisas que demonstrem a importância dos animais de estimação para a qualidade de vida das pessoas.”
c) “(...) foi criada a Terapia Assistida por Animais, que pode ser aplicada em diferentes casos médicos, com grandes melhorias para os pacientes.”
d) “(...) ficou comprovado que, em geral, as famílias que têm animais de estimação gastam menos com remédios.”
e) “(...) ficou comprovado que, em geral, as famílias que têm animais de estimação gastam menos com remédios.”
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Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.
Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.
Eu respondi:
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.
Na passagem “Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa (...).” , o termo em destaque exerce a função sintática de
a) sujeito.
b) objeto indireto.
c) adjunto adverbial.
d) adjunto adnominal.
e) complemento verbal.
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Primeira mulher nomeada comandante da maior guarda do país, Elza Paulina de Souza, 52 anos, viveu a desigualdade de gêneros durante sua trajetória. Mãe solteira,
chegou a ter que esconder a filha pequena em um banheiro do seu posto de trabalho por não ter com quem deixá-la.
Trabalhou como empregada doméstica e dirigiu trator na roça(A). Entrou na Guarda Civil Metropolitana de São Paulo no ano em que a instituição foi criada, em 1986,
época em que as agentes tinham que usar uma saia que limitava os movimentos e não podiam andar armadas(B).
Alta e com postura retilínea, Elza é uma figura imponente(C). Diz que nunca foi conhecida por ser “meiguinha” – “muito pelo contrário, não passo a mão na cabeça, sou
meio bruta, tropeços nos ambientes”(D).
Essa postura, ressalta, não tem a ver com uma maneira de marcar território em uma instituição historicamente masculina. “Não preciso cuspir no chão para mostrar que
sou mais capaz que um homem”. Formada em fisioterapia, medicina oriental e filosofia, ela diz usar o conhecimento e o diálogo como maneiras de refletir sobre o espaço
e a relação com o outro.
No programa Guardiã Maria da Penha, Elza foi a responsável pela instalação de uma espécie de botão de pânico virtual no aplicativo SP + Segura,(E) da Secretaria
Municipal de Segurança Urbana. “Eu falei para o desenvolvedor aprimorar, porque eu não tinha como dar o botão do pânico para as meninas, mas eu tenho o aplicativo”,
diz. ‘É muito mais prático. O botão ela pode esquecer. O celular ela não esquece”, explica.
A reportagem sobre Elza Paulina de Souza destaca a desigualdade de gêneros vivida durante sua trajetória profissional. Representa um exemplo dessa desigualdade o
seguinte fato citado no texto:
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Há duas imagens de minha infância(A) que permanecem muito vivas na lembrança. Ambas envolvendo polícia e ambas, pasme(C), boas, agradáveis lembranças(A).
Uma delas traz de volta o guarda civil, integrante de uma corporação policial existente em São Paulo até o começo da década de 60, extinta pelo governo militar.
O guarda civil era o máximo(A): uniforme azul-marinho, luvas brancas, cordão dourado descendo do ombro até o cinturão negro, quepe ou capacete, este último também
branco para os guardas de trânsito(B). Sim, porque os guardas civis cuidavam do trânsito(C) (E), cuidavam também das crianças na saída da escola e cuidavam dos
frequentadores das igrejas, dos teatros e dos cinemas. (...)
A outra imagem de que falei(A) também é da infância, aparentemente boba, mas comum a todos os que um dia ficaram(E) — ou ainda ficam — diante de um desenho
animado da TV e sabem quem é o Guarda Belo. Aquele mesmo que vive às turras(D) com o Manda Chuva e sua turma de gatos malandros(D). Acaba sempre se metendo
em encrencas(D) por causa dos gatinhos endiabrados(D). Mas está ali, no bairro dos gatos, conhece todo mundo, todos os becos, e, apesar da rivalidade com os felinos, é
amigo inclusive deles. Afinal, é o guarda da área e também cuida dos que não querem cuidados.
Todas essas lembranças vêm a propósito(E) dos tempos atuais de violências, as policiais principalmente. (...)
a) o emprego da 1ª pessoa em “minha infância” e em “falei” e de qualificações de cunho pessoal: “boas, agradáveis lembranças”; “era o máximo".
b) o uso da descrição detalhada: “uniforme azul-marinho, luvas brancas, cordão dourado descendo do ombro até o cinturão negro, quepe ou capacete, este último
também branco para os guardas de trânsito”.
c) a interlocução com o leitor: “Onde anda o Guarda Belo?” (título); “pasme” e “Sim, porque os guardas civis cuidavam do trânsito...”.
d) a seleção vocabular própria de outra geração: “vive às turras”; “gatos malandros”: “se metendo em encrencas”; “gatinhos endiabrados”.
e) a alternância entre os tempos do passado e o presente, momento em que fala o enunciador: " os guardas civis cuidavam do trânsito"; "um dia ficaram" "Todas
essas lembranças vêm a propósito".
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Há duas imagens de minha infância que permanecem muito vivas na lembrança. Ambas envolvendo polícia e ambas, pasme, boas, agradáveis lembranças.
Uma delas traz de volta o guarda civil, integrante de uma corporação policial existente em São Paulo até o começo da década de 60, extinta pelo governo militar.
O guarda civil era o máximo: uniforme azul-marinho, luvas brancas, cordão dourado descendo do ombro até o cinturão negro, quepe ou capacete, este último também
branco para os guardas de trânsito. Sim, porque os guardas civis cuidavam do trânsito, cuidavam também das crianças na saída da escola e cuidavam dos frequentadores
das igrejas, dos teatros e dos cinemas. (...)
A outra imagem de que falei também é da infância, aparentemente boba, mas comum a todos os que um dia ficaram — ou ainda ficam — diante de um desenho animado
da TV e sabem quem é o Guarda Belo. Aquele mesmo que vive às turras com o Manda Chuva e sua turma de gatos malandros. Acaba sempre se metendo em encrencas
por causa dos gatinhos endiabrados. Mas está ali, no bairro dos gatos, conhece todo mundo, todos os becos, e, apesar da rivalidade com os felinos, é amigo inclusive
deles. Afinal, é o guarda da área e também cuida dos que não querem cuidados.
Todas essas lembranças vêm a propósito dos tempos atuais de violências, as policiais principalmente. (...)
O emprego do travessão em “...comum a todos os que um dia ficaram — ou ainda ficam — diante de um desenho animado da TV e sabem quem é o Guarda Belo...” tem
como objetivo
a) destacar o final do enunciado.
b) indicar a fala o locutor.
c) interpor um comentário.
d) dar realce a uma conclusão.
e) ligar grupos de palavras.
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A DISCIPLINA DO AMOR
Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.
Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.
As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.
TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.
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A DISCIPLINA DO AMOR
Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.
Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.
As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.
TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.
A partir da leitura da passagem “Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata (...)” , é possível inferir que
a) o cachorro, assim que anoitecia, voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte quando o dono retornava.
b) o cachorro tinha um relógio preso ao corpo para esperar o dono sempre no mesmo horário.
c) os animais, apesar de irracionais, são muito espertos e conseguem saber reconhecer as horas.
d) as pessoas da vila conheciam o cachorro e faziam-lhe festinhas sempre no mesmo horário, para que ele soubesse a hora de esperar pelo dono.
e) o cachorro sempre esperava seu dono no mesmo horário.
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A DISCIPLINA DO AMOR
Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.
Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.
As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.
TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.
A passagem “Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.” revela que o cachorro
A pesquisa científica sobre os efeitos terapêuticos da relação entre seres humanos e animais de estimação começou nos Estados Unidos em meados de 1960. Depois de
muitos estudos e observação, ficaram claros os benefícios que são gerados nessa interação. Pensando nisso, a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais
de Estimação (Abinpet) possui um Grupo de Estudos sobre a Interação Humano e Animal (GE-INTERHA) para fomentar pesquisas que demonstrem a importância dos
animais de estimação para a qualidade de vida das pessoas.
Essa convivência, segundo pesquisadores, é capaz de melhorar a autoestima, diminuir problemas do coração e auxiliar a família na diminuição do estresse, na queda da
pressão em hipertensos e, principalmente, de melhorar a interação social.
Em um estudo realizado recentemente, ficou comprovado que, em geral, as famílias que têm animais de estimação gastam menos com remédios. Além disso, foi criada a
Terapia Assistida por Animais, que pode ser aplicada em diferentes casos médicos, com grandes melhorias para os pacientes. Alguns casos mais conhecidos são os
tratamentos de idosos e de crianças com paralisia cerebral, autismo ou hiperatividade.
Os cães e gatos são muito usados, pois são os animais mais próximos do ser humano. As suas visitas causam melhoras sociais, emocionais, físicas e cognitivas de
pacientes em tratamento. Acariciar um animal, por si só, já ajuda o paciente a relaxar. Cães e gatos também servem como companhia para idosos solitários, evitando
casos de depressão.
A relação entre seres humanos e animais de estimação. Jornal Cruzeiro do Sul, 24/05/13. Disponível em < https://www2.jornalcruzeiro.com.br/materia/474869/a-relacao-entre-seres-humanos-e-
animais-de-estimacao>. Acesso em jan. 2019. (Adaptado)
a) elenca vários benefícios entre o ser humano e os animais, dentre eles, a diminuição da pressão arterial em pessoas propensas à hipertensão.
b) defende que os animais são solitários e, por isso, precisam da companhia dos humanos.
c) contextualiza o Texto 1, ao asseverar que os animais domésticos evitam casos de depressão entre humanos.
d) vai de encontro ao tema do Texto 1, ao considerar que há efeitos terapêuticos na relação entre seres humanos e animais.
e) ratifica que é possível uma relação de amizade entre animal e ser humano.
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Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.
Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.
Eu respondi:
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.
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Em um artigo, publicado em 23 de março de 1999 na Folha de S. Paulo, Carlos Heitor Cony transcreve um manual de “Sobrevivência na Selva”, escrito pelo jornalista Leon
Eliachar. Eis alguns mandamentos:
Segundo o colunista da Folha de S. Paulo Carlos Heitor Cony, Leon não seguiu os conselhos que deu, pois foi assassinado no banheiro de seu apartamento. O caso dele
teria sido passional, já que se apaixonara por uma mulher casada. De qualquer forma, segundo o colunista, Leon poderia ter acrescentado um mandamento aos dez que
inventou: “11) Não amar a mulher do próximo nem a própria.”.
CONY, Carlos Heitor. Sobrevivência na selva. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 mar. 1999.
www.tecconcursos.com.br/questoes/699299
Machado de Assis
“Na Igreja de São Domingos diz-se hoje uma missa por alma de João de Melo, falecido em Maricá.”
Não se sabendo quem mandava dizer a missa, ninguém lá foi. A igreja escolhida deu ainda menos relevo ao ato; não era vistosa, nem buscada, mas velhota, sem galas
nem gente, metida ao canto de um pequeno largo, adequada à missa recôndita e anônima.
Às oito horas parou um coupé à porta; o lacaio desceu, abriu a portinhola, desbarretou-se e perfilou-se. Saiu um senhor e deu a mão a uma senhora, a senhora saiu e
tomou o braço ao senhor, atravessaram o pedacinho de largo e entraram na igreja. Na sacristia era tudo espanto. A alma que a tais sítios atraíra um carro de luxo, cavalos
de raça, e duas pessoas tão finas não seria como as outras almas ali sufragadas. A missa foi ouvida sem pêsames nem lágrimas. Quando acabou, o senhor foi à sacristia
dar as espórtulas. O sacristão, agasalhando na algibeira a nota de dez mil-réis que recebeu, achou que ela provava a sublimidade do defunto; mas que defunto era esse?
O mesmo pensaria a caixa das almas, se pensasse, quando a luva da senhora deixou cair dentro uma pratinha de cinco tostões. Já então havia na igreja meia dúzia de
crianças maltrapilhas, e, fora, alguma gente às portas e no largo, esperando. O senhor, chegando à porta, relanceou os olhos, ainda que vagamente, e viu que era objeto
de curiosidade. A senhora trazia os seus no chão. E os dois entraram no carro, com o mesmo gesto, o lacaio bateu a portinhola e partiram.
A gente local não falou de outra coisa naquele e nos dias seguintes. Sacristão e vizinhos relembravam o coupé, com orgulho. Era a missa do coupé. As outras missas
vieram vindo, todas a pé, algumas de sapato roto, não raras descalças, capinhas velhas, morins estragados, missas de chita, ao domingo, missas de tamancos. Tudo
voltou ao costume, mas a missa do coupé viveu na memória por muitos meses. Afinal não se falou mais nela; esqueceu como um baile.
Glossário:
Coupé (ou cupê) – Carruagem ou carro de duas portas.
Desbarretar – Retirar o barrete ou o chapéu.
Espórtula – Esmola.
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Machado de Assis
“Na Igreja de São Domingos diz-se hoje uma missa por alma de João de Melo, falecido em Maricá.”
Não se sabendo quem mandava dizer a missa, ninguém lá foi. A igreja escolhida deu ainda menos relevo ao ato; não era vistosa, nem buscada, mas velhota, sem galas
nem gente, metida ao canto de um pequeno largo, adequada à missa recôndita e anônima.
Às oito horas parou um coupé à porta; o lacaio desceu, abriu a portinhola, desbarretou-se e perfilou-se(c). Saiu um senhor e deu a mão a uma senhora(e), a senhora saiu
e tomou o braço ao senhor, atravessaram o pedacinho de largo e entraram na igreja. Na sacristia era tudo espanto. A alma que a tais sítios atraíra um carro de luxo,
cavalos de raça, e duas pessoas tão finas não seria como as outras almas ali sufragadas. A missa foi ouvida sem pêsames nem lágrimas. Quando acabou, o senhor foi à
sacristia dar as espórtulas. O sacristão, agasalhando na algibeira a nota de dez mil-réis que recebeu, achou que ela provava a sublimidade do defunto; mas que defunto
era esse? O mesmo pensaria a caixa das almas, se pensasse, quando a luva da senhora deixou cair dentro uma pratinha de cinco tostões(d). Já então havia na igreja meia
dúzia de crianças maltrapilhas, e, fora, alguma gente às portas e no largo, esperando. O senhor, chegando à porta, relanceou os olhos, ainda que vagamente(b), e viu que
era objeto de curiosidade. A senhora trazia os seus no chão(a). E os dois entraram no carro, com o mesmo gesto, o lacaio bateu a portinhola e partiram.
A gente local não falou de outra coisa naquele e nos dias seguintes. Sacristão e vizinhos relembravam o coupé, com orgulho. Era a missa do coupé. As outras missas
vieram vindo, todas a pé, algumas de sapato roto, não raras descalças, capinhas velhas, morins estragados, missas de chita, ao domingo, missas de tamancos. Tudo
voltou ao costume, mas a missa do coupé viveu na memória por muitos meses. Afinal não se falou mais nela; esqueceu como um baile.
Glossário:
Coupé (ou cupê) – Carruagem ou carro de duas portas.
Desbarretar – Retirar o barrete ou o chapéu.
Espórtula – Esmola.
Em “E os dois entraram no carro, com o mesmo gesto, o lacaio bateu a portinhola e partiram.”, “o mesmo gesto” se refere a:
a) “A senhora trazia os seus no chão.”
d) “...a luva da senhora deixou cair dentro uma pratinha de cinco tostões.”
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Machado de Assis
“Na Igreja de São Domingos diz-se hoje uma missa por alma de João de Melo, falecido em Maricá.”
Não se sabendo quem mandava dizer a missa, ninguém lá foi. A igreja escolhida deu ainda menos relevo ao ato; não era vistosa, nem buscada, mas velhota, sem galas
nem gente, metida ao canto de um pequeno largo, adequada à missa recôndita e anônima.
Às oito horas parou um coupé à porta; o lacaio desceu, abriu a portinhola, desbarretou-se e perfilou-se. Saiu um senhor e deu a mão a uma senhora, a senhora saiu e
tomou o braço ao senhor, atravessaram o pedacinho de largo e entraram na igreja. Na sacristia era tudo espanto. A alma que a tais sítios atraíra um carro de luxo, cavalos
de raça, e duas pessoas tão finas não seria como as outras almas ali sufragadas. A missa foi ouvida sem pêsames nem lágrimas. Quando acabou, o senhor foi à sacristia
dar as espórtulas. O sacristão, agasalhando na algibeira a nota de dez mil-réis que recebeu, achou que ela provava a sublimidade do defunto; mas que defunto era esse?
O mesmo pensaria a caixa das almas, se pensasse, quando a luva da senhora deixou cair dentro uma pratinha de cinco tostões. Já então havia na igreja meia dúzia de
crianças maltrapilhas, e, fora, alguma gente às portas e no largo, esperando. O senhor, chegando à porta, relanceou os olhos, ainda que vagamente, e viu que era objeto
de curiosidade. A senhora trazia os seus no chão. E os dois entraram no carro, com o mesmo gesto, o lacaio bateu a portinhola e partiram.
A gente local não falou de outra coisa naquele e nos dias seguintes. Sacristão e vizinhos relembravam o coupé, com orgulho. Era a missa do coupé. As outras missas
vieram vindo, todas a pé, algumas de sapato roto, não raras descalças, capinhas velhas, morins estragados, missas de chita, ao domingo, missas de tamancos. Tudo
voltou ao costume, mas a missa do coupé viveu na memória por muitos meses. Afinal não se falou mais nela; esqueceu como um baile.
Glossário:
Coupé (ou cupê) – Carruagem ou carro de duas portas.
Desbarretar – Retirar o barrete ou o chapéu.
Espórtula – Esmola.
Entre as partes do período “Não se sabendo quem mandava dizer a missa” e “ninguém lá foi”, há, respectivamente, uma relação de:
a) causa e condição.
b) consequência e causa.
c) condição e causa.
d) consequência e condição.
e) causa e consequência.
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Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.
Lei do antropófago.
Texto 2
américa amem
américa amem
me ensinou a ser assim
antropofágico pagão
um fauno de calça lee
américa amem
palavras
palas
palavreados
américa amem
woody woody
voo doo
feijão & arroto
américa amem
nosso desespero
nossa paixão
imensa
O Manifesto Antropófago, publicado em 1928 e escrito por Oswald de Andrade, tornou-se uma das referências fundamentais do modernismo brasileiro. A leitura do
fragmento do manifesto (texto 1) esclarece que a antropofagia constituiu uma proposta de:
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Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.
Lei do antropófago.
Texto 2
américa amem
américa amem
me ensinou a ser assim
antropofágico pagão
um fauno de calça lee
américa amem
palavras
palas
palavreados
américa amem
woody woody
voo doo
feijão & arroto
américa amem
nosso desespero
nossa paixão
imensa
Na década de 1970, observou-se, no Brasil, uma ampla produção de poesia que ficou conhecida como marginal. No poema “América” (texto 2), a autodeclaração do eu
poético como “antropofágico” faz referência ao Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade (texto 1), porém a perspectiva apresentada por Chacal diferencia-se por:
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Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e
situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de sua máquina, acende um cigarro, olha através da
janela e busca fundo em sua imaginação um fato qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares,
possa injetar um sangue novo. Se nada houver, resta-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que, através de um processo associativo, surja-lhe de repente a crônica,
provinda dos fatos e feitos de sua vida emocionalmente despertados pela concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao assunto da falta de assunto, já
bastante gasto, mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o inesperado.
A prática da crônica está intimamente associada à vida diária e comum. A relação do texto de Vinícius de Moraes com as marcas próprias do gênero está expressa na
preocupação em:
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Alguns procedimentos tornaram-se determinantes na produção moderna de poesia. Nesse sentido, entende-se que a modernidade do poema de Carlos Drummond de
Andrade deve-se à valorização da:
a) beleza.
b) oralidade.
c) idealização.
d) autorreflexão.
e) impessoalidade.
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A PATA DA GAZELA
Houve uma ocasião em que o mancebo quis representar em sua lembrança a imagem da moça; naturalmente começou interrogando sua memória a respeito dos traços
principais. Como era ela? Alta ou baixa, torneada ou esbelta, loura ou morena? Que cor tinham seus olhos?
A nenhuma dessas interrogações satisfez a memória; porque não recebera a impressão particular de cada um dos traços da moça. Não obstante, a aparição encantadora
ressurgia dentro de sua alma; ele a revia tal como se desenhara a seus olhos algumas horas antes. [...]
— Quem sabe? Talvez não seja ela o que nos bailes se chama uma moça bonita; talvez não tenha as feições lindas e o talhe elegante. Mas eu a amo!... O amor é sol do
coração; imprime-lhe o brilho e o matiz! Vênus, a deusa da formosura, surgindo da espuma das ondas, não é outra cousa senão o mito da mulher amada, surgindo
d'entre as puras ilusões do coração! O que eu admiro nela, o que me enleva, é sua beleza celeste; é o anjo que transparece através do invólucro terrestre; é a alma pura
e imaculada que se derrama de seus lábios em sorrisos, e a envolve como a cintilação de uma estrela.
(ALENCAR, José de. A pata da gazela. Rio de Janeiro: Garnier, 1870. p. 33-35.)
Texto 2
O ALIENISTA
As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do
Brasil, de Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua. Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra,
regendo a universidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia.
– A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo.
Dito isso, meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo e alma ao estudo da ciência, alternando as curas com as leituras, e demonstrando os teoremas com cataplasmas.
Aos quarenta anos casou com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz de fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele,
caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco, admirou-se de semelhante escolha e disse-lho. Simão Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições
fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar-lhe filhos
robustos, sãos e inteligentes. Se além dessas prendas, – únicas dignas da preocupação de um sábio, D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo,
agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte.
(ASSIS, Machado de. O alienista. In: Obra Completa. Vol. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 253-254.)
As personagens masculinas dos textos 1 e 2, o mancebo e o cientista, respectivamente, não consideram importante a beleza das mulheres com quem estão envolvidos;
diferem, porém, quanto aos parâmetros que julgam relevantes. As diferenças de ponto de vista revelam:
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Texto
O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.
Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que
“não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.
Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.
É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”
O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.
(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)
Em relação a crianças e jovens no cotidiano dos estudos da linguagem, o texto está orientado no sentido de persuadir o leitor a concluir que:
b) precisam todos, como exercício de verbalização, antes de tudo aprender a ouvir em silêncio.
c) em aula, o diálogo com o professor e colegas é mais importante que a leitura de textos e livros.
e) para que todos tenham direito à própria palavra, é preciso restabelecer a disciplina em classe.
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Texto
O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.
Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que
“não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.
Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.
É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”
O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.
(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)
Para sustentar sua proposição, vale-se a autora de diversas estratégias ao longo do texto, COM EXCEÇÃO apenas da seguinte:
a) ilustrar opinião com exemplo de ordem literária.
Texto
O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.
Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que
“não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.
Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.
É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”
O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.
(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)
A assertiva marcada linguisticamente no texto para ser entendida pelo leitor como uma possibilidade é:
a) A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. (§ 2)
b) Essa é a condição mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem. (§ 3)
c) O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. (§ 5)
d) Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo histórico nos coloca. (§ 5)
e) E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. (§ 5)
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Texto
O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.
Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que
“não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.
Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.
É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”
O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.
(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)
Em Comunicação em prosa moderna (14 ed. Rio: FGV, 1988, p. X), pretende Othon M. Garcia “dar aos jovens uma orientação capaz de levá-los a pensar com clareza e
objetividade para terem o que dizer e poderem expressar-se com eficácia”. Daí o subtítulo de seu livro: “aprenda a escrever, aprendendo a pensar”. Quanto ao ponto de
vista expresso por esse mestre, eis a posição de Mikhail Bakhtin:
a) concorda inteiramente.
c) discorda inteiramente.
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Texto
O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.
Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que
“não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.
Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.
É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”
O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.
(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)
Na passagem: “em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais solta” (§ 2), faz-se no texto alusão a:
a) funções da linguagem.
e) atos de fala.
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Linguistas afirmam que a língua é uma sistematização aberta e que, portanto, os fenômenos que se observam, as novas formas de escrever surgidas com a Internet são:
a) revolucionárias e passageiras, características de uma determinada época.
b) equivocadas e prejudiciais à utilização do bom Português.
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d) cognição e emoção.
e) concepção e ideia.
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NIEMEYER
Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, mais conhecido como Oscar Niemeyer, nasceu em 15 de dezembro de 1907 no bairro das Laranjeiras, no Rio de
Janeiro, e durante anos morou na casa de seu avô, Ribeiro de Almeida, em Maricá. Casou-se em 1928 com Annita Baldo. Dessa relação teve Anna Maria, sua única filha.
Aos 23 anos foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Estagiou no escritório de Lúcio Costa, onde participou do projeto do Ministério da Educação. Niemeyer ganhou
o mundo com projetos ousados e revolucionários. Itália, França, Argélia e até a ONU conheceram os traços desse ousado brasileiro. É autor de vários projetos
importantes no Brasil como Brasília, o conjunto da Pampulha e o Sambódromo do Rio.
“Minha família vinha de Maricá. Meu avô Ribeiro de Almeida nasceu lá. Já meu avô Niemeyer não o conheci. Sempre morei com esse avô Ribeiro de Almeida. Ele foi juiz
de direito em Maricá e depois foi para o Rio. Ele chegou a ministro do Supremo, e a casa era muito frequentada. Ele era um sujeito correto. De modo que, em tempos de
esculhambação, a lembrança dele é muito boa.”
CASA DE MARICÁ
A Casa de Maricá foi um presente de Horácio de Carvalho, jornalista e dono do Diário Popular. Amigos desde a juventude, frequentavam o café Lamas, o bilhar, os cabarés
da cidade e as noites do Rio de Janeiro. (...) Certo dia, Horácio ligou para Niemeyer e disse: “A casa é sua. Só você pode consertá-la...”. (...)
“É uma bela casa. A varanda larga a completar as salas, convidando-nos a nela ficar com frequência. Dentro, são oito quartos, separados pelas salas, amplas, sem a
disciplina e a lógica funcional que os projetos de hoje apresentam (uma das características das casas coloniais). E o telhado a descer com seu galeio natural, adaptando-
se à capela que surge no conjunto dominadora, como uma verdadeira igreja.”
De que acordo com as informações presentes no texto 1, pode-se afirmar que Niemeyer:
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NIEMEYER
Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, mais conhecido como Oscar Niemeyer, nasceu em 15 de dezembro de 1907 no bairro das Laranjeiras, no Rio de
Janeiro, e durante anos morou na casa de seu avô, Ribeiro de Almeida, em Maricá. Casou-se em 1928 com Annita Baldo. Dessa relação teve Anna Maria, sua única filha.
Aos 23 anos foi estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Estagiou no escritório de Lúcio Costa, onde participou do projeto do Ministério da Educação. Niemeyer ganhou
o mundo com projetos ousados e revolucionários. Itália, França, Argélia e até a ONU conheceram os traços desse ousado brasileiro. É autor de vários projetos
importantes no Brasil como Brasília, o conjunto da Pampulha e o Sambódromo do Rio.
“Minha família vinha de Maricá. Meu avô Ribeiro de Almeida nasceu lá. Já meu avô Niemeyer não o conheci. Sempre morei com esse avô Ribeiro de Almeida. Ele foi juiz
de direito em Maricá e depois foi para o Rio. Ele chegou a ministro do Supremo, e a casa era muito frequentada. Ele era um sujeito correto. De modo que, em tempos de
esculhambação, a lembrança dele é muito boa.”
CASA DE MARICÁ
A Casa de Maricá foi um presente de Horácio de Carvalho, jornalista e dono do Diário Popular. Amigos desde a juventude, frequentavam o café Lamas, o bilhar, os cabarés
da cidade e as noites do Rio de Janeiro. (...) Certo dia, Horácio ligou para Niemeyer e disse: “A casa é sua. Só você pode consertá-la...”. (...)
“É uma bela casa. A varanda larga a completar as salas, convidando-nos a nela ficar com frequência. Dentro, são oito quartos, separados pelas salas, amplas, sem a
disciplina e a lógica funcional que os projetos de hoje apresentam (uma das características das casas coloniais). E o telhado a descer com seu galeio natural, adaptando-
se à capela que surge no conjunto dominadora, como uma verdadeira igreja.”
No texto biográfico sobre Niemeyer, a polifonia, isto é, a presença de várias vozes no texto, está evidente:
a) na alternância de emprego do tempo passado e do presente em “Estagiou no escritório de Lúcio Costa...” e “É autor de vários projetos importantes...”
b) no emprego da terceira pessoa em “Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho, (...) nasceu em 15 de dezembro de 1907...”
c) na menção a outros personagens em “Meu avô Ribeiro de Almeida...” , “...Horácio de Carvalho, jornalista e dono do Diário Popular.”
d) na enumeração em “...frequentavam o café Lamas, o bilhar, os cabarés da cidade e as noites do Rio de Janeiro.”
e) no discurso direto em “...Horácio ligou para Niemeyer e disse: ‘A casa é sua’”.
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De acordo com o imaginário popular materializado na imagem, a charge que homenageia Niemeyer tem como tema:
a) seu profissionalismo, por causa do diploma enrolado em suas mãos.
b) seu ateísmo, por causa do homem cabeludo e barbudo que representa Deus.
c) sua falsa modéstia, por causa de sua ideia de fazer projetos superiores aos de Deus.
d) seu falecimento, por causa de seu diálogo com São Pedro, o “porteiro do céu”.
e) sua preocupação com a estética das cidades, por causa da imagem da Terra.
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10/07/2018
A partir de quarta-feira (11/07), estarão abertas 45 vagas gratuitas para crianças e adolescentes de 8 a 17 anos participarem da edição de inverno do Projeto Onda Certa,
desenvolvido pela Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) e a Secretaria de Proteção e Defesa Civil. A iniciativa, que faz parte dos projetos sociais da
Codemar, visa oferecer, no período de férias escolares, dicas de prevenção de afogamentos, primeiros socorros, identificação de correntes de retorno (valas), preservação
ambiental e iniciação ao surf e bodysurf, além de outros exercícios físicos na areia da praia e jogos interativos, tudo de forma leve e lúdica, porém responsável e voltada
para a utilidade pública.
As inscrições seguem até o dia (13/07) ou enquanto durarem as vagas e podem ser feitas no posto de guarda-vidas na Rua 4, no bairro Barra de Maricá, das 9h às 15h.
Para se inscrever é necessário apresentar os seguintes documentos: cópia da identidade do responsável, cópia da certidão de nascimento ou identidade do menor e
preencher as fichas de autorização.
A edição de inverno do projeto acontecerá entre os dias 16 a 27 (exceto sábado e domingo) de julho, na Barra de Maricá, das 9h às 12h. As atividades serão divididas em
três grupos, de acordo com a faixa etária de oito aos 11 anos; 12 a 14 anos e 15 aos 17 anos.
Inscrições: 11/07 a 13/07 das 9h às 15h – Rua 4 – Praia da Barra de Maricá (ou enquanto durarem as vagas).
Documentos: Cópia da identidade do responsável, cópia da certidão de nascimento ou identidade do menor, preencher as fichas de autorização no local.
O texto sobre o Projeto Onda Certa foi retirado de um jornal local. A matéria tem como objetivo principal:
a) esclarecer a população sobre as atribuições da Codemar.
b) divulgar edição de inverno de projeto social voltado para crianças e adolescentes.
c) informar sobre o calendário das atividades da Secretaria de Proteção e Defesa Civil.
d) despertar para os perigos das praias, principalmente afogamentos e pequenos acidentes na areia.
e) alertar sobre a importância das atividades físicas para crianças e adolescentes nas férias escolares.
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O trecho “Se o peso na balança é de uns quilinhos a mais /E daí, que diferença faz?” pode ser entendido como:
a) Para fazer diferença, é preciso ter uns quilinhos a mais na balança.
e) Ainda que o peso na balança seja de uns quilinhos a mais, não faz diferença.
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A DISCIPLINA DO AMOR
Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.
Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.
As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.
TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.
b) um narrador onisciente, em 3ª pessoa, na maior parte do texto, tendo em vista que revela ao leitor uma visão mais aproximada da narrativa, com detalhes da
relação de um cão com o seu dono.
c) um narrador em 1ª pessoa, a que corresponde o papel de personagem e a não onisciência da narrativa, como fica claro na passagem “Mas eu avisei que o
tempo era de guerra” .
d) o tipo textual descritivo, predominantemente, com o objetivo de qualificar, nomear e situar os seres do mundo, sob um ponto de vista estático, como se verifica
na passagem “Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra”.
e) o discurso direto, predominantemente, como é possível verificar na passagem: “As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando?”
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Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.
Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.
Eu respondi:
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.
c) descritivo, tendo em vista que descreve as ações do protagonista para chamar a polícia.
d) argumentativo, pois o protagonista tenta convencer a polícia de que a situação na casa era grave.
e) injuntivo, uma vez que, ao proceder a queixa, o protagonista dá instruções para que a polícia prenda o ladrão.
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TEXTO 2
Em um artigo, publicado em 23 de março de 1999 na Folha de S. Paulo, Carlos Heitor Cony transcreve um manual de “Sobrevivência na Selva”, escrito pelo jornalista Leon
Eliachar. Eis alguns mandamentos:
Segundo o colunista da Folha de S. Paulo Carlos Heitor Cony, Leon não seguiu os conselhos que deu, pois foi assassinado no banheiro de seu apartamento. O caso dele
teria sido passional, já que se apaixonara por uma mulher casada. De qualquer forma, segundo o colunista, Leon poderia ter acrescentado um mandamento aos dez que
inventou: “11) Não amar a mulher do próximo nem a própria.”.
CONY, Carlos Heitor. Sobrevivência na selva. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 mar. 1999.
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O computador traz uma forma de leitura muito diferente, um outro tipo de texto, que é chamado de:
a) enunciação.
b) hipertexto.
c) metatexto.
d) contexto.
e) discurso.
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CÔNSUL!
Domício da Gama
No café de Londres, às onze horas da noite. Chove desabridamenteB). Entre a zoada dos aguaceiros, que lavam a rua, ouvem-se raros passos apressados de transeuntes
invisíveis na sombra. A espaços um ronco rápido e surdo, como um rufo de tambor molhado, assinala a passagemA) de um guarda-chuva por baixo do jorro de uma
goteira que transborda. Corre um sopro glacial de tédio e desconfortoE) pelo café profusamente iluminado, em que já pouca gente resta. O silêncio só é quebrado pelo
ruído dos talheres e da conversa de três rapazesD) cavaqueando numa ceia econômica ao fundo. O homem do contador cochilaC). Sentado a uma mesinha, em frente ao
prato vazio, em que um osso descarnado de galinha comemora a passagem de uma canja, está um homem que cisma sobre um jornal.
GAMA, Domício. Apud SANDANELLO, F. B. Domício da Gama e o impressionismo literário no Brasil. São Luís, MA: EDUFMA, 2017. p. 169.
No trecho do conto de Domício da Gama, são características da predominância do tipo textual descritivo:
a) verbos no presente e farta adjetivação: “...um ronco rápido e surdo, como um rufo de tambor molhado, assinala a passagem...”,.
b) verbos impessoais e expressões adverbiais: “No café em Londres, às onze horas da noite. Chove desabridamente.”
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Há duas imagens de minha infância que permanecem muito vivas na lembrança. Ambas envolvendo polícia e ambas, pasme, boas, agradáveis lembranças.
Uma delas traz de volta o guarda civil, integrante de uma corporação policial existente em São Paulo até o começo da década de 60, extinta pelo governo militar.
O guarda civil era o máximo: uniforme azul-marinho, luvas brancas, cordão dourado descendo do ombro até o cinturão negro, quepe ou capacete, este último também
branco para os guardas de trânsito. Sim, porque os guardas civis cuidavam do trânsito, cuidavam também das crianças na saída da escola e cuidavam dos frequentadores
das igrejas, dos teatros e dos cinemas. (...)
A outra imagem de que falei também é da infância, aparentemente boba, mas comum a todos os que um dia ficaram — ou ainda ficam — diante de um desenho animado
da TV e sabem quem é o Guarda Belo. Aquele mesmo que vive às turras com o Manda Chuva e sua turma de gatos malandros. Acaba sempre se metendo em encrencas
por causa dos gatinhos endiabrados. Mas está ali, no bairro dos gatos, conhece todo mundo, todos os becos, e, apesar da rivalidade com os felinos, é amigo inclusive
deles. Afinal, é o guarda da área e também cuida dos que não querem cuidados.
Todas essas lembranças vêm a propósito dos tempos atuais de violências, as policiais principalmente. (...)
O trecho “A outra imagem de que falei também é da infância, aparentemente boba, mas comum a todos os que um dia ficaram — ou ainda ficam — diante de um
desenho animado da TV e sabem quem é o Guarda Belo.”, tem seu sentido alterado se o conectivo sublinhado for substituído por
a) contudo.
b) entretanto.
c) no entanto.
d) porém.
e) portanto.
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A DISCIPLINA DO AMOR
Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina,
um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A
vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para
logo voltar atento ao seu posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua
vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num
bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava
para o compromisso assumido, todos os dias.
Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua
esquina.
As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.
TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Disponível em: < http://claricemenezes.com.br/2018/02/05/a-disciplina-do-amor/>. Acesso em jan. 2019.
O trecho “O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança.” pode ser reescrito da seguinte forma, sem perda de
sentido:
a) Como o jovem morreu num bombardeio, no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança.
b) Já que o jovem morreu num bombardeio, no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança.
c) O jovem morreu num bombardeio, portanto no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança.
d) O jovem morreu num bombardeio, embora no pequeno coração do cachorro, não tenha morrido a esperança.
e) O jovem morreu num bombardeio, entretanto no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança.
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A pesquisa científica sobre os efeitos terapêuticos da relação entre seres humanos e animais de estimação começou nos Estados Unidos em meados de 1960. Depois de
muitos estudos e observação, ficaram claros os benefícios que são gerados nessa interação. Pensando nisso, a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais
de Estimação (Abinpet) possui um Grupo de Estudos sobre a Interação Humano e Animal (GE-INTERHA) para fomentar pesquisas que demonstrem a importância dos
animais de estimação para a qualidade de vida das pessoas.
Essa convivência, segundo pesquisadores, é capaz de melhorar a autoestima, diminuir problemas do coração e auxiliar a família na diminuição do estresse, na queda da
pressão em hipertensos e, principalmente, de melhorar a interação social.
Em um estudo realizado recentemente, ficou comprovado que, em geral, as famílias que têm animais de estimação gastam menos com remédios. Além disso, foi criada a
Terapia Assistida por Animais, que pode ser aplicada em diferentes casos médicos, com grandes melhorias para os pacientes. Alguns casos mais conhecidos são os
tratamentos de idosos e de crianças com paralisia cerebral, autismo ou hiperatividade.
Os cães e gatos são muito usados, pois são os animais mais próximos do ser humano. As suas visitas causam melhoras sociais, emocionais, físicas e cognitivas de
pacientes em tratamento. Acariciar um animal, por si só, já ajuda o paciente a relaxar. Cães e gatos também servem como companhia para idosos solitários, evitando
casos de depressão.
A relação entre seres humanos e animais de estimação. Jornal Cruzeiro do Sul, 24/05/13. Disponível em < https://www2.jornalcruzeiro.com.br/materia/474869/a-relacao-entre-seres-humanos-e-
animais-de-estimacao>. Acesso em jan. 2019. (Adaptado)
No trecho “Além disso, foi criada a Terapia Assistida por Animais, que pode ser aplicada em diferentes casos médicos, com grandes melhorias para os pacientes”, a
palavra sublinhada pode ser substituída por
a) onde.
b) cuja.
c) aonde.
d) a qual.
e) na qual.
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Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.
Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.
Eu respondi:
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.
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Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os
leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas
nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.
Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.
Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos
humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.
Eu respondi:
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Aprenda a chamar a polícia. Disponível em: https://portuguesemdestaque.blogspot.com/p/cronicas.html. Acesso em jan. 2019.
O trecho “Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado (...)” pode ser reescrito da seguinte
forma, sem perda de sentido:
a) Não fiquei preocupado, já que minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas.
b) Não fiquei preocupado, embora minha casa seja muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas.
c) Não fiquei preocupado, portanto minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas.
d) Não fiquei preocupado, mesmo minha casa sendo muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas.
e) Não fiquei preocupado, conquanto minha casa fosse segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas.
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Em um artigo, publicado em 23 de março de 1999 na Folha de S. Paulo, Carlos Heitor Cony transcreve um manual de “Sobrevivência na Selva”, escrito pelo jornalista Leon
Eliachar. Eis alguns mandamentos:
Segundo o colunista da Folha de S. Paulo Carlos Heitor Cony, Leon não seguiu os conselhos que deu, pois foi assassinado no banheiro de seu apartamento. O caso dele
teria sido passional, já que se apaixonara por uma mulher casada. De qualquer forma, segundo o colunista, Leon poderia ter acrescentado um mandamento aos dez que
inventou: “11) Não amar a mulher do próximo nem a própria.”.
CONY, Carlos Heitor. Sobrevivência na selva. Folha de São Paulo, São Paulo, 23 mar. 1999.
No trecho “O caso dele teria sido passional, já que se apaixonara por uma mulher casada”, a forma verbal destacada, numa linguagem mais atual, conservando o mesmo
sentido, seria substituída por
a) foi apaixonado.
b) era apaixonado.
c) seria apaixonado.
d) tinha-se apaixonado.
e) será apaixonado.
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Texto
O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “ eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.
Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “ a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que “
não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.
Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.
É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “ Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”
O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.
(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)
Altera-se fundamentalmente o sentido de: “ Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém” (§ 4) com a
seguinte redação:
a) Ela é determinada pelo fato de que procede de alguém, tanto quanto pelo fato de que se dirige para alguém.
b) Ela é determinada não só pelo fato de que procede de alguém, senão também pelo fato de que se dirige para alguém.
c) Ela é determinada não pelo fato de que procede de alguém, senão que pelo fato de que se dirige para alguém.
d) Ela é determinada quer pelo fato de que procede de alguém, quer pelo fato de que se dirige para alguém.
e) Ela é determinada pelo fato de que procede de alguém e pelo fato de que se dirige para alguém.
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Texto
O estudioso russo Mikhail Bakhtin afirma que não existe atividade mental sem expressão linguística e que devemos “eliminar de saída o princípio de uma distinção
qualitativa entre o conteúdo interior e a expressão exterior”. No meio escolar, é muito comum o aluno afirmar que sabe determinado assunto, mas que não sabe
expressar, não sabe falar sobre ele.
Bakhtin, como precursor da linguística moderna, enfatiza o caráter social da linguagem e, consequentemente, o seu caráter dialógico: “a palavra dirige-se a um
interlocutor”. E é a presença desse interlocutor que definirá o seu perfil, ou seja, em função do ouvinte, ela será mais formal ou mais coloquial, mais cuidada ou mais
solta. A presença do interlocutor é também o elemento desafiante, que vai provocar o sujeito para que ele organize sua expressão verbal. Assim, Bakhtin conclui que
“não é a atividade mental que organiza a expressão, mas, ao contrário, é a expressão que organiza a atividade mental, que a modela e determina sua orientação”.
Diante de uma afirmação como essa, vemos o quanto é importante e mesmo determinante, no desenvolvimento da criança e do jovem, a interação professor/alunos e
alunos/alunos no cotidiano escolar. E vemos o quanto é essencial que o professor estimule o exercício da verbalização entre eles, o quanto é necessário que eles
aprendam a se colocar como ouvintes dos colegas e a disciplinar o acesso à fala, permitindo que todos tenham o direito à sua própria palavra. Essa é a condição
mesma do desenvolvimento cognitivo de todos e condição para o desenvolvimento e o domínio da linguagem.
É ainda Bakhtin quem esclarece melhor, mostrando o quanto é importante o interlocutor em todo processo de enunciação: “Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em
relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim, numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu
interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor.”
O papel representado pelo grupo social com que se convive e que nos serve de interlocutor é da maior importância, diante do que Bakhtin nos expõe. Penso que, para
nós, professores que atuamos na escola pública brasileira, interagindo com crianças e jovens provenientes dos meios sociais dos mais desfavorecidos, atentar para essa
questão da linguagem é um imperativo básico. Só assim, com um olhar munido de uma compreensão maior, podemos melhor cumprir a tarefa que o nosso tempo
histórico nos coloca. A escola constitui, para muitas dessas crianças e jovens, um dos poucos, talvez o único interlocutor em condições de interagir com eles e contribuir
para a evolução de sua linguagem. E é bom lembrar, mais uma vez: seu desenvolvimento cognitivo depende do desenvolvimento de sua linguagem. Gostaria de lembrar
que, diante de um livro ou de um texto, no ato de leitura somos desafiados por este interlocutor que nos fala através da palavra impressa. Ao ler, nós organizamos um
discurso interno ao sermos provocados pelo discurso lido, nos lembramos de leituras ou experiências anteriores, relacionamos com outros textos que tratam do mesmo
assunto. Mesmo quando não comentamos o texto com alguém, mesmo quando não escrevemos uma crítica ou resenha sobre ele, nós temos uma participação ativa na
interação com a linguagem e com o sentido do texto. Essa é também uma forma de diálogo, e das mais enriquecedoras.
(MARIA, Luzia de. Amor literário: dez instigantes roteiros para você viajar pela cultura letrada. Rio: Ler & Cultivar
editora, 2016, p. 250-1.)
No enunciado: “Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte” (§ 4), é possível, sem alteração de sentido, substituir o nome “produto”
pela seguinte metáfora, já cristalizada na língua:
a) fonte.
b) matriz.
c) fator.
d) fruto.
e) mola.
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DOMÍCIO DA GAMA
Domício da Gama (Domício Afonso Forneiro, adotou do padrinho o Gama), jornalista, diplomata, contista e cronista, nasceu em Maricá, RJ, em 23 de outubro de 1862 e
faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8 de novembro de 1925. Foi um dos dez acadêmicos eleitos na sessão de 28 de janeiro de 1897, para completar o quadro de
fundadores da Academia. Escolheu Raul Pompeia como patrono, ocupando a cadeira nº 33. Foi recebido na sessão de 1º de julho de 1900, por Lúcio de Mendonça.
Fez estudos preparatórios no Rio de Janeiro e ingressou na Escola Politécnica, mas não chegou a terminar o curso. Seguiu para o estrangeiro em missões diplomáticas. A
sua primeira missão foi a de secretário do Serviço de Imigração, e o contato, nessa época, com o Barão do Rio Branco, valeu-lhe ser nomeado secretário da missão Rio
Branco para a questão de limites Brasil- Argentina (1893-1895), com a Guiana Francesa (1895-1900) e com a Guiana Inglesa (1900-1901). Foi secretário de Legação na
Santa Sé, em 1900, e ministro em Lima, em 1906. Embaixador em missão especial, em 1910, representou o Brasil no centenário da independência da Argentina e nas
festas centenárias do Chile. Embaixador do Brasil em Washington, de 1911 a 1918, foi o digno sucessor de Joaquim Nabuco, por escolha do próprio Barão do Rio Branco.
Ao celebrar-se a paz europeia de Versalhes, Domício, como ministro das Relações Exteriores, pretendeu representar o Brasil naquela conferência, propósito que suscitou
divergências na imprensa brasileira. Convidado para a mesma embaixada, Rui Barbosa recusou, e o chefe da representação brasileira foi, afinal, Epitácio Pessoa, eleito
pouco depois, em seguida à morte de Rodrigues Alves, presidente da República. Domício foi substituído na Chancelaria por Azevedo Marques, seguindo como embaixador
em Londres, em 1920-21. Foi posto em disponibilidade durante a Presidência Bernardes.
Domício da Gama era colaborador da Gazeta de Notícias ao tempo de Ferreira de Araújo e, ainda no início da carreira, escreveu contos, crônicas e críticas literárias.
No trecho “... pretendeu representar o Brasil naquela conferência, propósito que suscitou divergências na imprensa brasileira”, a forma verbal “suscitou” pode ser
substituída, sem alterar o sentido, por:
a) avivou.
b) encerrou.
c) aumentou.
d) reduziu.
e) provocou.
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CÔNSUL!
Domício da Gama
No café de Londres, às onze horas da noite. Chove desabridamente. Entre a zoada dos aguaceiros, que lavam a rua, ouvem-se raros passos apressados de transeuntes
invisíveis na sombra. A espaços um ronco rápido e surdo, como um rufo de tambor molhado, assinala a passagem de um guarda-chuva por baixo do jorro de uma goteira
que transborda. Corre um sopro glacial de tédio e desconforto pelo café profusamente iluminado, em que já pouca gente resta. O silêncio só é quebrado pelo ruído dos
talheres e da conversa de três rapazes cavaqueando numa ceia econômica ao fundo. O homem do contador cochila. Sentado a uma mesinha, em frente ao prato vazio,
em que um osso descarnado de galinha comemora a passagem de uma canja, está um homem que cisma sobre um jornal.
GAMA, Domício. Apud SANDANELLO, F. B. Domício da Gama e o impressionismo literário no Brasil. São Luís, MA: EDUFMA, 2017. p. 169.
“Sentado a uma mesinha, em frente ao prato vazio, em que um osso descarnado de galinha comemora a passagem de uma canja, está um homem que cisma sobre um
jornal.” Pode substituir a expressão sublinhada, sem alteração do sentido:
a) festeja uma canja deliciosa.
b) indica uma canja já terminada.
c) denuncia uma canja rala.
d) revela uma canja apenas desejada.
e) comprova uma canja bem-feita.
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A história do Padre José de Anchieta (1534 – 1597), canonizado pelo Papa Francisco no Vaticano(c), tem um breve e marcante episódio na cidade de Maricá.
Em 1584, o padre considerado Apóstolo do Brasil e Fundador Histórico de Maricá realizou a chamada ‘Pesca Miraculosa’ ou ‘Pesca Milagrosa’ na Lagoa de Maricá, mais
precisamente na localidade de Araçatiba, junto com índios nativos da região. Ele também realizou uma catequização(b).
Na pesca miraculosa, o Padre José de Anchieta, que passou a se chamar São José do Anchieta após a sua canonização, antecipava aos índios quais peixes eles trariam ao
barco em determinada região da Lagoa de Maricá.
A pescaria foi tão abundante e variada que a praia se abarrotou de homens, que eram poucos para a salga de tantos peixes. Uma estátua do padre foi colocada no local
em 1997(d), quando se completaram 400 anos de sua morte, porém, pouco tempo depois foi roubada(a) e até hoje não se conhece o seu paradeiro.
O local da primeira missa realizada por ele ainda é lembrado, porém, com muita vegetação e pouca informação de que aquele lugar é histórico no município(e). Muitos
moradores sequer sabem o significado da cruz afixada para demarcar o local da primeira missa celebrada na cidade de Maricá.
A breve biografia de Padre Anchieta apresenta como recurso de impessoalização bastante produtivo:
a) o sujeito oculto: “...pouco tempo depois foi roubada...”
e) o uso de pronome indefinido: “...pouca informação de que aquele lugar é histórico no município.”
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A PATA DA GAZELA
Houve uma ocasião em que o mancebo quis representar em sua lembrança a imagem da moça; naturalmente começou interrogando sua memória a respeito dos traços
principais. Como era ela? Alta ou baixa, torneada ou esbelta, loura ou morena? Que cor tinham seus olhos?
A nenhuma dessas interrogações satisfez a memória; porque não recebera a impressão particular de cada um dos traços da moça. Não obstante, a aparição encantadora
ressurgia dentro de sua alma; ele a revia tal como se desenhara a seus olhos algumas horas antes. [...]
— Quem sabe? Talvez não seja ela o que nos bailes se chama uma moça bonita; talvez não tenha as feições lindas e o talhe elegante. Mas eu a amo!... O amor é sol do
coração; imprime-lhe o brilho e o matiz! Vênus, a deusa da formosura, surgindo da espuma das ondas, não é outra cousa senão o mito da mulher amada, surgindo
d'entre as puras ilusões do coração! O que eu admiro nela, o que me enleva, é sua beleza celeste; é o anjo que transparece através do invólucro terrestre; é a alma pura
e imaculada que se derrama de seus lábios em sorrisos, e a envolve como a cintilação de uma estrela.
(ALENCAR, José de. A pata da gazela. Rio de Janeiro: Garnier, 1870. p. 33-35.)
Texto 2
O ALIENISTA
As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do
Brasil, de Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua. Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra,
regendo a universidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia.
– A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo.
Dito isso, meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo e alma ao estudo da ciência, alternando as curas com as leituras, e demonstrando os teoremas com cataplasmas.
Aos quarenta anos casou com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz de fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele,
caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco, admirou-se de semelhante escolha e disse-lho. Simão Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições
fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar-lhe filhos
robustos, sãos e inteligentes. Se além dessas prendas, – únicas dignas da preocupação de um sábio, D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo,
agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte.
(ASSIS, Machado de. O alienista. In: Obra Completa. Vol. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 253-254.)
O narrador na obra de Machado de Assis, com frequência, desestabiliza convicções e lança dúvida sobre informações e considerações apresentadas na própria narrativa,
como no texto 2 se encontra expresso no emprego:
a) dos topônimos “Coimbra”, “Pádua” e “Itaguaí”, pois o acúmulo de menções geográficas leva à indefinição do espaço narrativo.
b) do verbo “dizem” e da expressão “tempos remotos”, pois conferem imprecisão às referências utilizadas para narrar a história.
c) da construção “estava assim apta para dar-lhe filhos robustos”, pois revela a opinião do narrador sobre a personagem em questão.
d) das expressões “certo médico” e “filho da nobreza”, pois geram contradição na composição da personagem de Simão Bacamarte.
e) do discurso direto em “A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único”, pois coloca em evidência o que pensa a personagem.
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– e, de salas interiores,
por altíssimas janelas,
descobrem coisas mais belas,
rindo-se dos professores...
As duas estrofes em que se observam no poema apenas rimas ricas, isto é, rimas de palavras de classes distintas, são:
a) a primeira e a segunda.
b) a primeira e a terceira.
c) a segunda e a quinta.
d) a terceira e a quarta.
e) a quarta e a quinta.
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– e, de salas interiores,
por altíssimas janelas,
descobrem coisas mais belas,
rindo-se dos professores...
Dentre os demais versos do poema, aquele que apresenta a mesma distribuição de ictos – ou seja, de acentos tônicos – que “a submissa rebeldia” é:
a) de aluna do paraíso.
e) ou se perde na experiência.
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O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
Disponível em: A força dos números | Crônicas | Portal da Crônica Brasileira (cronicabrasileira.org.br). Acesso em: 4 nov. 2023.
Na sintaxe da Língua Portuguesa, os termos da oração normalmente encontram-se na ordem direta, ou seja, Sujeito + Verbo + Complementos (SVC), o que não impede
que outras sequências sejam utilizadas, dependendo do efeito pretendido pelo emissor da mensagem. Um exemplo em que a sequência dos termos dispõem-se de
maneira diversa da ordem direta está na opção:
a) “A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de frequência analagmática.”
b) “Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics.”
c) “Subiu de um centésimo a cotação do ouro.”
d) “Esse anjo de Albert voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4.”
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O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
Disponível em: A força dos números | Crônicas | Portal da Crônica Brasileira (cronicabrasileira.org.br). Acesso em: 4 nov. 2023.
a) Hipérbole
b) Metonímia
c) Antítese
d) Pleonasmo
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O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
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Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
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dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
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amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
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Na primeira linha do texto, encontra-se palavra “mal”, que, nesse contexto, é classificada gramaticalmente como
a) pronome indefinido.
b) substantivo.
c) advérbio de modo.
d) conjunção subordinativa adverbial temporal.
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O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
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No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
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Marque a opção em que o processo de formação, nos parênteses, corresponde à palavra apresentada.
a) Estratosfera (composição).
b) Imperceptível (derivação parassintética).
c) Mensageiro (derivação por prefixação).
d) Desemprego (derivação por sufixação).
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lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
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Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
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dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
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A palavra “pensativo”, na oração “Esse anjo de Albert voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4”, exerce a função sintática de
a) objeto direto.
b) predicativo do sujeito.
c) adjunto adverbial de modo.
d) adjunto adnominal.
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lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
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De acordo com informações contidas no texto “A força dos números”, o poema de Rafael Albert foi escrito
a) bem recentemente.
b) na década de 90 do século XX.
c) há cerca de um século.
d) durante o surto de araquibutirofobia.
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O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
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O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
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O valor semântico da palavra “para” na frase “Para um poeta, tudo tem poesia” é o mesmo daquela sublinhada na seguinte frase:
a) Não se esqueça de devolver os livros para a biblioteca.
b) Ganhar dinheiro e poder, para muitos, é o que há de mais importante na vida.
c) Resolveu mudar para um lugar mais próximo ao trabalho.
d) Hoje, trataremos de algo muito importante para o futuro de vocês aqui na empresa.
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O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
Disponível em: A força dos números | Crônicas | Portal da Crônica Brasileira (cronicabrasileira.org.br). Acesso em: 4 nov. 2023.
Na área das figuras de linguagem, encontra-se uma antítese no seguinte trecho retirado do texto:
a) “Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics.”
b) “É o medo de que a manteiga de amendoim agarre no céu da boca.”
c) “O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã.”
d) “Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma mentira.”
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O bombardeio de números começa, mal rompe a manhã. Se é que cessa durante a noite, povoada de pesadelos. São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo
lado. Subiu a taxa de desemprego. Baixou por um momento o dólar no paralelo. Chegou à estratosfera o índice de inflação. A bolsa fechou em alta ou fechou em baixa,
com números que entram pelos décimos. Subiu de um centésimo a cotação do ouro. Muito mais subiu o chuchu.
No seu livro sobre anjos, Rafael Albert tem um poema intitulado “El ángel de los números”1. Para um poeta, tudo tem poesia. Também os números. Esse anjo de Albert
voa pensativo do 1 ao 2, do 2 ao 3, do 3 ao 4. Escrito nos anos 20, tem um toque surrealista e escolar. Adeja2 entre gizes frios e mortas lousas. Nem sol, nem lua, nem
estrelas o acompanham. É solo nieblas3. Mensageiro de catástrofes, até parece um anjo deste ano da desgraça de 1991.
Darrel Huff abriu o caminho da fantasia com seu How to Lie with Statistics4. Comprometido com a exatidão, o número tem uma aura de verdade mesmo em cima de uma
mentira. Qualquer disparate ganha ares de verossímil. Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia. Trocando em miúdos, isto quer dizer
que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico. Na cidade de Surabaia já se contam 117.928 casos de araquibutirofobia, informa a OMS (Organização
dos Mentirosos Sofisticados). No Rio, o vírus da doença é 3,19 vezes mais forte do que no Oriente. A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de
frequência analagmática. É o caos! Ou o Apocalipse cuja besta tem o número 666 (macaco no bicho). Ah, sim: araquibutirofobia? É o medo de que a manteiga de
amendoim agarre no céu da boca. Começa de maneira imperceptível e leva o paciente ao pânico em poucas horas.
Disponível em: A força dos números | Crônicas | Portal da Crônica Brasileira (cronicabrasileira.org.br). Acesso em: 4 nov. 2023.
Os pronomes relativos têm como função a retomada de um termo que o antecede. Partindo dessa afirmação, marque a opção em que o “que” é classificado como
pronome relativo.
a) “Você lê, por exemplo, que 24,99% dos cariocas sofrem de araquibutirofobia.”
b) “A pesquisa comprovou que o contágio acompanha aqui a curva de frequência analagmática.”
c) “São dígitos, porcentagens e gráficos que estão por todo lado.”
d) “Trocando em miúdos, isto quer dizer que em cada quatro cidadãos do Rio um está araquibutirofóbico.”
Gabarito
1) A 2) D 3) E 4) B 5) E 6) B 7) B
8) B 9) E 10) B 11) B 12) B 13) E 14) A
15) E 16) D 17) B 18) E 19) E 20) A 21) D
22) B 23) B 24) E 25) A 26) C 27) B 28) C
29) E 30) E 31) C 32) A 33) B 34) A 35) D
36) C 37) C 38) E 39) A 40) A 41) C 42) B
43) E 44) C 45) E 46) C 47) B 48) C 49) E
50) B 51) D 52) B 53) C 54) D 55) B 56) A
57) D 58) B 59) D 60) A 61) D 62) E 63) B
64) A 65) C 66) C 67) E 68) A 69) E 70) C
71) D 72) A 73) C 74) E 75) C 76) A 77) A
78) D 79) C 80) A 81) A 82) D 83) C 84) B
85) E 86) C 87) C 88) E 89) D 90) B 91) E
92) B 93) A 94) C 95) B 96) A 97) E 98) E
99) D 100) B 101) A 102) D 103) C 104) D 105) E
106) B 107) D 108) B 109) D 110) E 111) A 112) D
113) C 114) A 115) D 116) A 117) B 118) C 119) D
120) B 121) D 122) C