Você está na página 1de 10

UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAUDE

CURSO DE LICENCIATURA EM NUTRIÇÃO

Comparação da lei 6/92 de 06 de Maio Lei 18/2018 de 28 de Dezembro do sistema nacional


de educação em Mocambique

Olívia Alberto Mãe Capitene

Quelimane, Marco de 2024


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAUDE

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE NUTRIÇÃO

Comparação da lei 6/92 de 06 de Maio Lei 18/2018 de 28 de Dezembro do sistema nacional


de educação em Mocambique

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira


de Fundamentos de pedagogia
coordenação de curso de licenciatura em
ensino de Nutrição

Olívia Alberto Mãe Capitene

Quelimane, Marco de 2024


Índice
Introdução ................................................................................................................................... 4

Objectivos ................................................................................................................................... 4

Geral ........................................................................................................................................... 4

Específicos ................................................................................. Erro! Marcador não definido.

Contextualização ........................................................................................................................ 5

Metodologia ................................................................................................................................ 5

Lei 6/92 de 06 de Maio Princípios e objectivos ......................................................................... 5

Lei 18/2018 de 28 de Dezembro................................................................................................. 6

Princípios e objectivos ................................................................................................................ 7

Estrutura do Sistema Nacional de Educação e suas Inovações .................................................. 8

Conclusão ................................................................................................................................... 9

Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 10


Introdução
Durante aproximadamente 500 anos, Moçambique foi uma colônia portuguesa. Antes da
chegada dos portugueses, a educação no país era baseada na transmissão de conhecimentos e
valores éticos entre gerações. No entanto, com a dominação portuguesa, houve uma mudança
nos paradigmas educacionais. Além da transmissão tradicional de conhecimentos, foi
introduzido um sistema educacional português que promovia a opressão e o desprezo pelos
nativos, chamando-os de forma pejorativa de "indígenas" e retratando-os como um povo
selvagem. Essa educação seletiva era direcionada Exclusivamente para a comunidade de
ascendência portuguesa e para um limitado conjunto de moçambicanos tidos como integrados.

Objectivos

Geral
 Compreender o impacto das mudanças legislativas no contexto sociopolítico e
jurídico.

Específicos
 Comparar os princípios orientadores de cada lei.
 Analisar as disposições relativas aos direitos e deveres dos cidadãos, empresas ou
outras entidades afetadas.
 Examinar as implicações das alterações nos procedimentos legais e burocráticos.
Contextualização
Após a independência de Moçambique, o país implementou três leis com o objetivo de se
adaptar às mudanças sociais e políticas. Após a conquista da independência, houve uma
transformação significativa no sistema educacional, visando O desenvolvimento de um
"Indivíduo Novo" emancipado de opressões, superstições e da mentalidade colonial burguesa.
Esse novo homem seria alguém que adotasse os princípios da sociedade socialista foram
refletidos nos valores adotados. Essa mudança resultou no estabelecimento do Sistema
Nacional de Educação. (SNE) em 1983, através da Lei 4/83 de 23 de Março.

Após o término do conflito civil, que durou 16 anos (1976-1992), o sistema educacional de
Moçambique enfrentou grandes desafios devido à destruição das infraestruturas e ao
deslocamento irregular da população. Foi necessário realizar ajustes no sistema educativo
para se adequar às circunstâncias locais, nacionais e internacionais. Como resposta a essas
necessidades, foi promulgada a Lei 6/92, em 6 de maio. Essa lei trouxe diversas mudanças,
como a redução da idade de ingresso na escola de 7 para 6 anos e a abertura para a
participação de entidades privadas na implementação do Sistema Nacional de Educação.

Para adaptar-se ao contexto sociopolítico e às inovações tecnológicas emergentes, e com


ênfase nos valores fundamentais de paz, progresso e participação democrática, foi sancionada
a Lei 18/2018, datada de 28 de Dezembro de 2018. Este regulamento, ao ajustar as
disposições referentes à idade de entrada no sistema educacional para crianças há
completarem seis anos até o final de Junho, e ao mesmo tempo introduzir modificações
substanciais nos diferentes subsistemas educacionais, incluindo a Educação Pré-Escolar, o
Ensino Básico, a Educação para Adultos, a Formação Profissional, a Capacitação de
Professores, e o Ensino Superior, visa a harmonizar as práticas educacionais com as demandas
contemporâneas e os ideais democráticos do país.

Lei 6/92 de 06 de Maio Princípios e objectivos


A Lei 6/92, datada de 6 de Maio, estabelecia que a educação constituía um direito e uma
responsabilidade de todos os indivíduos em Moçambique. Neste diploma legal, o Estado
possibilitava a colaboração de outras entidades, como organizações comunitárias,
cooperativas, empresas e setor privado, no desenvolvimento do processo educativo. A
responsabilidade pela coordenação e promoção do ensino era atribuída ao Estado, o que
garantia que o ensino fosse de caráter público e secular.
.
Conforme a Lei 6/92, a educação era orientada pelos princípios pedagógicos que tinham como
objetivo promover o crescimento equilibrado e contínuo das capacidades e da personalidade,
proporcionando uma educação completa. Dessa forma, a educação incentivava o
desenvolvimento da inventividade, da habilidade para estudo autônomo e da avaliação crítica
dos saberes adquiridos. (Fonte: Boletim da República, 1992. Lei 6/92 S.N.E. Maputo)

A Lei 6/92, promulgada em 06 de Maio, estabelecia uma série de objetivos, entre os quais se
destacavam a erradicação do analfabetismo e a garantia do acesso à educação básica para
todos os cidadãos, visando o desenvolvimento do país por meio da obrigatoriedade da
escolaridade para todos os moçambicanos. Além disso, essa lei introduziu o fortalecimento e a
expansão do uso das línguas nacionais foram progressivamente integrados no panorama
educacional. Com a idade de entrada na escola estabelecida aos seis anos, foram introduzidas
uma série de atividades e iniciativas de suporte e complementação educacional. O propósito
subjacente a essas medidas é fomentar a igualdade de oportunidades no acesso à educação e
no alcance do sucesso acadêmico. Para atingir tal meta, foi estimulado o envolvimento ativo
dos pais, comunidades, autoridades locais, famílias e entidades econômicas e sociais, visando
assegurar o sucesso do ensino obrigatório.. (Boletim da República, 1992. Lei 6/92 S.N.E.
Maputo)

Uma das medidas adotadas pela Lei 6/92, promulgada em 06 de Maio, foi incentivar a
admissão de crianças em idade escolar foi regulada pela nova legislação. Ao contrário do
documento anterior, esta lei não empregava o conceito de "subsistema".

Na lei em análise, o termo "subsistema" foi trocado por "instrução", levando à segmentação
do sistema educativo em três categorias específicas: (1) educação pré-escolar, (2) ensino
formal e (3) educação complementar. No que se refere à educação pré-escolar, o regulamento
estipulava que essa forma de educação deveria ser oferecida em creches e jardins-de-infância,
direcionados a crianças com menos de seis anos de idade.

O principal propósito era promover o desenvolvimento psicológico, físico e intelectual das


crianças, além de contribuir para a formação de suas identidades, por meio de um processo de
socialização equilibrado que favorecesse o pleno florescimento de suas habilidades e
potencialidades. A implementação da educação pré-escolar poderia ser conduzida por diversas
entidades, como órgãos centrais, regionais, locais, coletivos ou individuais.
.

O Ministério da Educação, em colaboração com o Ministério da Saúde e a Secretaria de


Estado da Ação Social, era encarregado de regulamentar, apoiar, supervisionar e estabelecer
critérios e normas para a criação, funcionamento e encerramento dessas instituições
educacionais (Boletim da República, 1992. Lei 6/92 S.N.E. Maputo).

Lei 18/2018 de 28 de Dezembro

Princípios e objectivos
Recentemente, foi implementada a Lei 18/2018 de 28 de Dezembro do SNE, que estabelece
diretrizes para a educação em Moçambique. Essa lei enfatiza a importância da educação como
um direito e um dever do Estado, seguindo os princípios de educação, cultura, formação e
desenvolvimento humano equilibrado e inclusivo para todos os moçambicanos.

Uma das mudanças fundamentais introduzidas por essa legislação é a atribuição ao Estado da
responsabilidade de promover a consciência patriótica e inculcar valores como a paz. Essa
medida reflete o reconhecimento da importância da educação na formação de cidadãos
comprometidos com o bem-estar da nação e com a promoção de um ambiente de harmonia e
estabilidade.Outros aspectos importantes incorporados nessa lei são a introdução de princípios
morais, éticos, inclusão, equidade, laicidade e apartidarismo no Sistema Nacional de
Educação (SNE). Essas diretrizes visam assegurar uma educação de qualidade, baseada em
valores fundamentais, e promover uma sociedade mais justa e igualitária.. (Fara, 2007; Hall &
Janssen, 2006)

A Lei 18/2018, de 28 de Dezembro, tem como objetivo principal a erradicação do


analfabetismo em Moçambique, garantindo a todos os cidadãos o acesso ao conhecimento
científico e tecnológico, bem como o desenvolvimento de habilidades para uma participação
ativa na sociedade. Um dos princípios fundamentais dessa lei é a promoção da educação
básica inclusiva, que garante o direito à educação obrigatória para todos os cidadãos.nEssa lei
também enfatiza a promoção das línguas, cultura e narrativas moçambicanas é central na
legislação em pauta, com o propósito de conservar e enriquecer o patrimônio cultural do país.
Especial destaque é dado ao desenvolvimento das línguas nacionais e da língua de sinais,
reconhecendo sua relevância na construção de uma identidade nacional coesa e inclusiva.
Essa abordagem demonstra o compromisso do Estado em fomentar a diversidade linguística e
cultural, e garantir a participação equitativa de todos os cidadãos na esfera educacional e
social. Nos últimos anos, tem havido um aumento na utilização do ensino bilingue, em que
uma das línguas predominantes em uma região é adotada como língua de instrução. Essas
medidas buscam promover uma educação inclusiva e culturalmente diversa, proporcionando
oportunidades iguais de aprendizado para todos os estudantes em Moçambique.. (Boletim da
República. Lei 18/2018)

Organização do Sistema Nacional de Educação e suas Inovações


Em termos de organização, a Lei 18/2018 de 28 de Dezembro do Sistema Nacional de
Educação (SNE) segue a estrutura dos subsistemas estabelecida pela Lei 4/83 de 23 de março.
A principal modificação é a inclusão do subsistema de educação pré-escolar, que não existia
anteriormente. Assim, esta legislação é dividida em seis subsistemas distintos, a saber: (1)
educação pré-escolar, (2) instrução básica, (3) aprendizagem para adultos, (4) formação
profissional, (5) capacitação de professores e (6) ensino superior. (Fara, 2007; Hall & Janssen,
2006)

Por meio da gradual incorporação na educação dos cidadãos, busca-se promover o uso das
línguas nacionais como meio de comunicação. A legislação procura facilitar o acesso ao
conhecimento científico e tecnológico, ao mesmo tempo em que incentiva o progresso do uso
do idioma português como língua oficial de comunicação entre os moçambicanos e o mundo.
Isso é feito para democratizar o acesso ao conhecimento científico e tecnológico.

Outro objetivo crucial da nova lei é incentivar a participação na educação e garantir a


permanência das meninas na escola, promovendo a igualdade de gênero e oportunidades
equitativas para todos. A legislação estabelece a obrigatoriedade da educação primária do 1º
ao 9º ano, e as crianças devem ser matriculadas no 1º ano até 30 de junho do ano em que
completam 6 anos de idade. A frequência ao ensino primário é gratuita nas escolas públicas.
Conclusão
Terminado a presente pesquisa chego as seguintes conclusões:

A promulgação do decreto-lei 6/92, em maio de 1992, tinha como propósito a formação de


um cidadão democrático, com capacidade para reconhecer e apreciar as divergências
partidárias. Contudo, após 26 anos, surge a necessidade de moldar um indivíduo que preze
pela harmonia, pelo diálogo, pela família e pelo ecossistema, enfrentando um contexto de
instabilidade sociopolítica. De maneira resumida, a legislação educacional em Moçambique
procura adaptar-se às transformações políticas, sociais, econômicas e tecnológicas a fim de
preparar um cidadão adequado à conjuntura histórica do país. É imprescindível salientar que
esta análise se baseou na avaliação de documentos, sem abordar entrevistas, questionários ou
outros recursos além da legislação educacional.

Portanto, o principal avanço trazido pela nova regulamentação é:

 A legislação em pauta realça a importância de enaltecer as línguas, a cultura e os


relatos históricos moçambicanos para salvaguardar e promover o legado cultural da
nação. Um dos principais objetivos dessa valorização é o progresso das línguas
nacionais e da língua de sinais. Nos últimos tempos, observou-se um aumento na
implementação do ensino bilíngue, onde uma das línguas predominantes em uma
determinada área é adotada como meio de instrução. Essa estratégia busca impulsionar
a universalização da educação e garantir a conservação e o estímulo das línguas
regionais.

 Uma das principais discrepâncias desta regulamentação é a inserção do sistema de


educação pré-escolar, inexistente anteriormente. A lei está organizada em seis
sistemas diferenciados, a saber: (1) educação pré-escolar, (2) educação comum, (3)
educação adulta, (4) educação profissional, (5) formação e capacitação de professores
e (6) ensino superior. Essa estrutura tem por objetivo assegurar uma abordagem global
e interligada do sistema educacional, cobrindo desde a infância até o nível superior de
ensino, e oferecendo oportunidades educacionais para pessoas de todas as faixas
etárias e níveis de instrução.
Referências Bibliográficas
Boletim da República, publicação oficial da República de Moçambique. nº 19, I Série.
1992. Lei 6/92 de 6 de Maio – S.N.E. Maputo.

Boletim da Republica. I Série – Nr. 254. Lei 18/2018 de 28 de Dezembro. Sistema


Nacional de Educação. Maputo.

Fara, (2007). Securing the Future for Africa’s Children: Research plan and program
for impact assessment. (1ᵃ. Ed

Você também pode gostar