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Índice

Introdução...................................................................................................................................2

Objectivos...................................................................................................................................2

Geral............................................................................................................................................2

Específicos..................................................................................................................................2

Contextualização.........................................................................................................................3

Metodologia................................................................................................................................3

Lei 6/92 de 06 de Maio Princípios e objectivos..........................................................................4

Lei 18/2018 de 28 de Dezembro.................................................................................................5

Princípios e objectivos................................................................................................................5

Estrutura do Sistema Nacional de Educação e suas Inovações...................................................5

Conclusão....................................................................................................................................7

Referências Bibliográficas..........................................................................................................8
Introdução
Durante aproximadamente 500 anos, Moçambique foi uma colônia portuguesa. Antes da
chegada dos portugueses, a educação no país era baseada na transmissão de conhecimentos e
valores éticos entre gerações. No entanto, com a dominação portuguesa, houve uma mudança
nos paradigmas educacionais. Além da transmissão tradicional de conhecimentos, foi
introduzido um sistema educacional português que promovia a opressão e o desprezo pelos
nativos, chamando-os de forma pejorativa de "indígenas" e retratando-os como um povo
selvagem. Essa educação seletiva era direcionada apenas à população de origem portuguesa e
a um pequeno grupo de moçambicanos considerados assimilados.

Objectivos

Geral
 Compreender o impacto das mudanças legislativas no contexto sociopolítico e
jurídico.

Específicos
 Comparar os princípios orientadores de cada lei.
 Analisar as disposições relativas aos direitos e deveres dos cidadãos, empresas ou
outras entidades afetadas.
 Examinar as implicações das alterações nos procedimentos legais e burocráticos.
Contextualização
Após a independência de Moçambique, o país implementou três leis com o objetivo de se
adaptar às mudanças sociais e políticas. Após a conquista da independência, houve uma
transformação significativa no sistema educacional, visando a formação de um "Homem
Novo" livre de opressões, superstições e da mentalidade colonial burguesa. Esse novo homem
seria alguém que adotasse os valores da sociedade socialista. Essa transformação culminou na
criação do Sistema Nacional de Educação (SNE) em 1983, através da Lei 4/83 de 23 de
Março.

Após o término da guerra civil, que durou 16 anos (1976-1992), o sistema educacional de
Moçambique enfrentou grandes desafios devido à destruição das infraestruturas e ao
deslocamento irregular da população. Foi necessário realizar ajustes no sistema educativo
para se adequar às circunstâncias locais, nacionais e internacionais. Como resposta a essas
necessidades, foi promulgada a Lei 6/92, em 6 de maio. Essa lei trouxe diversas mudanças,
como a redução da idade de ingresso na escola de 7 para 6 anos e a abertura para a
participação de entidades privadas na implementação do Sistema Nacional de Educação.

Após 27 anos, tornou-se necessário realizar ajustes no Sistema Nacional de Educação (SNE)
de Moçambique, a fim de incorporar as novas tecnologias e alinhar a agenda sociopolítica do
país, enfatizando os princípios de paz, desenvolvimento e democracia. Em resposta a essa
necessidade, foi aprovada a Lei 18/2018, em 28 de dezembro de 2018. Essa lei mantém a
idade de ingresso na escola para crianças que completam 6 anos até 30 de junho e promove
alterações nos subsistemas de ensino, abrangendo a Educação Pré-Escolar, Educação Geral,
Educação de Adultos, Educação Profissional, Educação e Formação de Professores, e o
Ensino Superior.

Metodologia
Neste estudo, utilizamos o método dedutivo para analisar os documentos que contêm a
legislação sobre educação em Moçambique desde a independência até o ano de 2018, quando
foi publicada a última lei sobre educação. O objetivo principal desta pesquisa é entender as
diferenças entre a Lei 6/92, de 6 de Maio, e a Lei 18/2018, de 28 de Dezembro, em relação à
educação. Para realizar essa comparação, dividimos o tema em debate em três categorias:
princípios e objetivos, estrutura do Sistema Nacional de Educação e processo de gestão,
direção e administração..

Lei 6/92 de 06 de Maio Princípios e objectivos


A Lei 6/92, de 6 de Maio, afirmava que a educação é um direito e dever de todos os cidadãos
em Moçambique. Nessa lei, o Estado permitia a participação de outras entidades, como
organizações comunitárias, cooperativas, empresas e privados, no processo educativo. A
responsabilidade pela organização e promoção do ensino ficava a cargo do Estado, o que
garantia que o ensino fosse público e laico.

A educação, de acordo com a Lei 6/92, buscava orientar-se pelos princípios pedagógicos que
visavam desenvolver as capacidades e a personalidade de forma equilibrada e constante,
proporcionando uma formação integral. Nesse sentido, a educação estimulava o
desenvolvimento da criatividade, da capacidade de estudo individual e da análise crítica dos
conhecimentos adquiridos. (Fonte: Boletim da República, 1992. Lei 6/92 S.N.E. Maputo)

A Lei 6/92, promulgada em 06 de Maio, estabelecia uma série de objetivos, entre os quais se
destacavam a erradicação do analfabetismo e a garantia do acesso à educação básica para
todos os cidadãos, visando o desenvolvimento do país por meio da obrigatoriedade da
escolaridade para todos os moçambicanos. Além disso, essa lei introduziu a valorização e o
desenvolvimento das línguas nacionais, gradualmente incorporadas no sistema educacional.
Com a idade escolar definida a partir dos 6 anos, foram implementadas atividades e medidas
de apoio e complemento educacional, com o objetivo de promover a igualdade de
oportunidades no acesso e sucesso escolar. Para alcançar esse objetivo, a participação dos
pais, comunidades, órgãos locais de poder, famílias e instituições econômicas e sociais foi
incentivada, visando o êxito da educação obrigatória. (Boletim da República, 1992. Lei 6/92
S.N.E. Maputo)

Uma das medidas adotadas pela Lei 6/92, promulgada em 06 de Maio, foi incentivar a
inscrição das crianças em idade escolar. Ao contrário da lei anterior, a estrutura dessa lei não
utilizava o termo "subsistema".

Na referida lei, o termo "subsistema" foi substituído pelo termo "ensino". Portanto, o sistema
de educação era dividido em três tipos de ensino: (1) ensino pré-escolar, (2) ensino escolar e
(3) ensino extra-escolar. Em relação ao ensino pré-escolar, a legislação estabelecia que esse
tipo de ensino deveria ser oferecido em creches e jardins-de-infância. O público-alvo desse
ensino eram crianças com menos de 6 anos de idade.

O objetivo principal era promover o desenvolvimento psicológico, físico e intelectual das


crianças, bem como contribuir para a formação de sua personalidade, por meio de um
processo de socialização harmonioso que permitisse o pleno desenvolvimento de suas
habilidades e capacidades. O ensino pré-escolar poderia ser implementado por diferentes
entidades, como órgãos centrais, provinciais, locais, coletivos ou individuais. O Ministério da
Educação, em colaboração com o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Ação
Social, era responsável pela regulamentação, apoio, fiscalização e estabelecimento de critérios
e normas para a abertura, funcionamento e encerramento dessas instituições. (Boletim da
República, 1992. Lei 6/92 S.N.E. Maputo).

Lei 18/2018 de 28 de Dezembro

Princípios e objectivos
Recentemente, foi implementada a Lei 18/2018 de 28 de Dezembro do SNE, que estabelece
diretrizes para a educação em Moçambique. Essa lei enfatiza a importância da educação como
um direito e um dever do Estado, seguindo os princípios de educação, cultura, formação e
desenvolvimento humano equilibrado e inclusivo para todos os moçambicanos.

Uma das mudanças significativas introduzidas por essa lei é a responsabilidade do Estado na
promoção da cidadania, democracia, consciência patriótica e valores como paz, diálogo,
família e ambiente, por meio da educação. Além disso, a educação passou a ser vista como
um meio de democratização do ensino, garantindo igualdade de oportunidades no acesso e
sucesso escolar para todos os cidadãos.

Outros aspectos importantes incorporados nessa lei são a introdução de princípios morais,
éticos, inclusão, equidade, laicidade e apartidarismo no Sistema Nacional de Educação (SNE).
Essas diretrizes visam assegurar uma educação de qualidade, baseada em valores
fundamentais, e promover uma sociedade mais justa e igualitária.. (Fara, 2007; Hall &
Janssen, 2006)

A Lei 18/2018, de 28 de Dezembro, tem como objetivo principal a erradicação do


analfabetismo em Moçambique, garantindo a todos os cidadãos o acesso ao conhecimento
científico e tecnológico, bem como o desenvolvimento de habilidades para uma participação
ativa na sociedade. Um dos princípios fundamentais dessa lei é a promoção da educação
básica inclusiva, que garante o direito à educação obrigatória para todos os cidadãos.nEssa lei
também enfatiza a valorização das línguas, cultura e histórias moçambicanas, visando
preservar e desenvolver o patrimônio cultural do país. Há uma ênfase especial no
desenvolvimento das línguas nacionais e da língua de sinais. Nos últimos anos, tem havido
um aumento na utilização do ensino bilingue, em que uma das línguas predominantes em uma
região é adotada como língua de instrução. Essas medidas buscam promover uma educação
inclusiva e culturalmente diversa, proporcionando oportunidades iguais de aprendizado para
todos os estudantes em Moçambique.. (Boletim da República. Lei 18/2018)

Estrutura do Sistema Nacional de Educação e suas Inovações


Em termos estruturais, a Lei 18/2018 de 28 de Dezembro do SNE constitui-se em
subsistemas como era na Lei 4/83 de 23 de marco. A diferença reside na introdução do
subsistema de educação pré-escolar que ao existia. Assim, esta lei esta estruturada em seis
subsistemas nomeadamente: (1) educação pré-escolar, (2) educação geral, (3) educação de
adultos, (4) educação profissional, (5) educação e formação de professores e (6) ensino
superior. (Fara, 2007; Hall & Janssen, 2006)

Através da introdução progressiva na educação dos cidadãos, busca-se transformar as línguas


nacionais em línguas de acesso ao conhecimento científico e tecnológico. Além disso, a lei
promove o desenvolvimento da língua portuguesa como língua oficial e meio de comunicação
entre os moçambicanos e o mundo, facilitando o acesso ao conhecimento científico e
tecnológico.

Outro objetivo importante da nova lei é promover o acesso à educação e garantir a


permanência das meninas na escola, assegurando a equidade de gênero e igualdade de
oportunidades para todos. A lei estabelece a obrigatoriedade da escolaridade da 1ª a 9ª classe
e as crianças devem ser matriculados na 1ª classe, até 30 de Junho, no ano em que completam
6 anos de idade. A frequência do ensino primário é gratuita nas escolas públicas.
Conclusão
Terminado a presente pesquisa chego as seguintes conclusões:

A introdução da lei 6/92, em maio de 1992, visava a formação de um indivíduo democrático,


capaz de aceitar e respeitar as diferenças partidárias. No entanto, após 26 anos, surge a
necessidade de formar um cidadão que valorize a paz, o diálogo, a família e o meio ambiente,
em meio a uma crise sociopolítica. Em resumo, a legislação educacional em Moçambique
busca acompanhar as mudanças políticas, sociais, econômicas e tecnológicas para formar um
indivíduo adequado ao contexto histórico do país. É importante mencionar que este estudo se
baseou na análise de documentos, sem explorar entrevistas, questionários ou outros materiais
além da legislação educacional.

Portanto a principal inovação trazida pela nova lei destaca-se:

 A lei em questão enfatiza a importância de valorizar as línguas, a cultura e as histórias


moçambicanas para preservar e desenvolver o patrimônio cultural da nação. Um dos
principais focos dessa valorização é o desenvolvimento das línguas nacionais e da
língua de sinais. Nos últimos anos, tem havido um aumento na adoção do ensino
bilíngue, onde uma das línguas predominantes em determinada região é utilizada
como língua de instrução. Essa abordagem visa promover a massificação do ensino e
garantir a preservação e promoção das línguas locais.
 Uma das principais diferenças desta lei é a inclusão do subsistema de educação pré-
escolar, que antes não existia. A lei é organizada em seis subsistemas distintos, que
são: (1) educação pré-escolar, (2) educação geral, (3) educação de adultos, (4)
educação profissional, (5) educação e formação de professores, e (6) ensino superior.
Essa estrutura visa garantir uma abordagem abrangente e integrada do sistema
educacional, abrangendo desde a primeira infância até o ensino superior, e fornecendo
oportunidades de aprendizado para pessoas de todas as idades e níveis de formação.
Referências Bibliográficas
Boletim da República, publicação oficial da República de Moçambique. nº 19, I Série.
1992. Lei 6/92 de 6 de Maio – S.N.E. Maputo.

Boletim da Republica. I Série – Nr. 254. Lei 18/2018 de 28 de Dezembro. Sistema


Nacional de Educação. Maputo.

Fara, (2007). Securing the Future for Africa’s Children: Research plan and program
for impact assessment. (1ᵃ. Ed

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