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Evolução da população

G EOGRA F IA 8 ºA N O
Recenseamento
Permitem a contagem de todas as pessoas de um pais através de inquéritos realizados
periodicamente, geralmente de 10 em 10 anos.

A análise dos dados recolhidos, responde a questões


como:
A resposta a estas questões permite a tomada de
 Quantos somos?
decisões políticas, no planeamento e ordenamento do
 Como somos?
território e na promoção da qualidade de vida das
 Onde nos localizamos?
populações.
 Como vivemos?
 Como evoluímos?
Indicadores demográficos
Número de nados-vivos ocorridos durante um ano, num determinado
Natalidade
território.

Taxa bruta de natalidade


Apresenta uma redução ao longo do tempo,
mas revela um comportamento desigual ao
nível da sua distribuição geográfica.

𝑛𝑎𝑠𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠
TN= 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑥 1000 (‰)
Fatores que a influenciam

Redução da taxa Diminuição da taxa Entrada tardia no


de analfabetismo. de nupcialidade. mercado de trabalho.

Difusão do uso dos Aumento dos encargos e das responsabilidades


métodos contracetivos. Países inerentes a cada filho.

Adiamento do nascimento
Desenvolvidos Alteração do estilo de vida das famílias mais

do primeiro filho. focado na melhoria da qualidade de vida.

Adiamento do Emancipação da Desenvolvimento do planeamento


casamento. mulher. familiar.

Associada à descida de natalidade, verifica-se neste


grupo de países uma redução do Índice de renovação
de gerações.
Baixa escolaridade
Taxa de analfabetismo
das mulheres.
elevada.

Barreiras culturais e sociológicas à entrada da


Casamento em idade
mulher no mercado de trabalho.
precoce. Países em

Desconhecimento do Desenvolvidos O número de filhos pode constituir um

planeamento familiar. prestígio social ou uma fonte de rendimento.

Poligamia e Nascimento do primeiro filho em


poliandria. idade precoce.
Mortalidade Número de óbitos ocorridos durante um ano, num determinado território.

Taxa bruta de mortalidade

Importante indicador das caraterísticas


socioeconómicas de um país, pois existe
uma ligação direta entre os elevados valores
da mortalidade e as reduzidas condições
socioeconómicas de um local.

Ó𝑏𝑖𝑑𝑜𝑠
TM= 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑥 1000 (‰)

No futuro a taxa de mortalidade na maioria dos países em desenvolvimento vai continuar a diminuir, enquanto que nos
países desenvolvidos vai haver uma tendência para aumentar. No primeiro caso, deve-se à melhoria gradual do acesso
aos cuidados de saúde e no segundo, deve-se ao aumento do envelhecimento da população.
Fatores que a influenciam

Países desenvolvidos Países em desenvolvimento

A redução começou após a Revolução industrial e durante A diminuição verificou-se após a II Guerra Mundial (1945).
a Revolução agrícola (séc. XVIII).

Avanços na medicina, especialmente com a descoberta Melhoria nas condições de assistência médica.
de vacinas e medicamentos (antibióticos).
Campanha de vacinação.
Melhoria na alimentação.
Uso de antibióticos.
Melhoria das condições de higiene, de habitação e das
Melhoria nas condições de higiene e de saneamento
condições de saúde pública.
público.
Maior segurança no trabalho.
Melhoria das condições de vida no geral.
Maior proteção social e civil.
Resulta da diferença entre a natalidade e a mortalidade, num dado
Crescimento natural
período de tempo (1 ano).
CN = Natalidade - Mortalidade
Taxa de crescimento natural

Existe uma grande diferença na evolução da taxa


de crescimento natural que não é igual em todo
o mundo.
A tendência será para descer a um nível geral.

TCN = TN – TM (‰)

A taxa de crescimento natural pode ser:


• Positiva (TN>TM)  países subdesenvolvidos;
• Nula (TN=TM)  países em desenvolvimento;
• Negativa (TN<TM)  países desenvolvidos.
Número de crianças com menos de 1 ano, num dado período de tempo e
Mortalidade infantil
num determinado local.

𝑛º ó𝑏𝑖𝑑𝑜𝑠<1 𝑎𝑛𝑜
TMI= 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑛𝑎𝑠𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠
𝑥 1000 (‰)

A taxa de mortalidade infantil reflete de modo


particular, as condições de vida do ser humano, já
que toma em consideração o grupo etário mais
vulnerável a situações de falta de alimento, de
higiene, de cuidados médicos e de condições de
vida em geral.
Baixo nível de educação e de
Falta de condições sanitárias
formação das populações.
Fatores que a influenciam e infraestruturas.

Países em
Deficientes condições de Má qualidade de vida em
desenvolvimento
assistência materno infantil. geral da população.

Elevada
Vacinação das crianças Aumento do nível de educação e

nos primeiros meses. de formação das populações.


Deficiente acompanhamento médico
durante e após a gravidez.

Boa qualidade de vida


Países Acompanhamento durante

das famílias.
desenvolvidos a gravidez.

Melhorias das condições de


Baixa
higiene no momento do parto.

Acompanhamento pós-parto. Avanços nos cuidados médicos


prestados aos prematuros.
Crescimento efetivo

Crescimento que resulta da soma do crescimento natural com o saldo migratório. Número de pessoas
a mais ou a menos numa população num dado período.

CE = crescimento natural + saldo migratório

Saldo migratório – diferença entre o número de imigrantes e de emigrantes.

SM = Imigração - Emigração

TCE= 𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜


𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎
𝑥 1000 (‰)
Número de anos que, em média, à nascença um indivíduo tem a
Esperança média de vida
probabilidade de viver.

o A esperança média de vida é maior nos países


desenvolvidos de que nos um via de
desenvolvimento.
o É mais elevada nas mulheres do que nos homens.

Alimentação mais rica e variada.

Cuidados de saúde eficazes.


Razões

Assistência aos idosos.

Melhor qualidade de vida.

Avanços na medicina.
Fecundidade e renovação de gerações

Índice sintético de fecundidade

Número de crianças que, em média, cada mulher tem durante


a sua vida fértil (15 aos 49 anos).

Índice de renovação de gerações

Fecundidade necessária para as gerações mais idosas possam ser substituídas pelos mais jovens. Para
existir renovação de gerações, o número de filhos por mulher deve ser superior a 2,1.
Número de indivíduos com 65 anos ou mais por cada 100 indivíduos com
Índice de envelhecimento
menos de 15 anos.

IE= 𝑝𝑜𝑝. 𝑐𝑜𝑚+65 𝑎𝑛𝑜𝑠


𝑝𝑜𝑝.𝑐𝑜𝑚 −15 𝑎𝑛𝑜𝑠
𝑥 100 (%)

Perda do espírito inovador.

Maior carga fiscal sobre a população ativa.


Consequências

Aumento das despesas com a saúde.

Degradação das condições económicas e sociais.

Redução do consumo.
Evolução da população mundial
1ª fase Regime demográfico primitivo
Desde o início da humanidade até meados do século XVII, antes da revolução industrial, a população
cresceu muito lentamente. Existia uma natalidade elevada e constante, devido à ausência de controlo de
nascimentos e à necessidade de ajuda dos filhos.
Existia também uma mortalidade elevada, mas irregular, devido à deficiente alimentação, à falta de
higiene, aos poucos conhecimentos sobre medicina, às epidemias e às guerras.
Deste equilíbrio entre a natalidade e a mortalidade resultou num crescimento natural nulo, em que a
esperança média de vida estava abaixo dos 30 anos.
2ª fase Revolução demográfica
Após a Revolução industrial e até ao fim da II Guerra Mundial, registou-se um forte aumento da população
devido à diminuição significativa das taxas de mortalidade e ao aumento da esperança média de vida. A
redução da mortalidade assentou nos progressos da medicina, na melhoria dos hábitos de higiene e na maior
produção de bens e alimentos.
Os valores da natalidade não sofreram grandes alterações, o que implicou um importante aumento do

Regime de transição
crescimento natural. Começaram a existir diferentes ritmos demográficos dos países industrializados para os
não industrializados.

3ª fase Explosão demográfica


Após a II Guerra Mundial verificou-se um crescimento muito acelerado da população mundial. Os países
industrializados auxiliaram os subdesenvolvidos em diversas áreas o que provocou uma descida na mortalidade,
que associada à elevada natalidade, dando origem a um crescimento natural explosivo.
Nos países desenvolvidos , o crescimento natural começou a baixar devido à diminuição da natalidade, por
causa do uso de métodos contracetivos, da entrada da mulher no mercado de trabalho e na preocupação com a
educação dos filhos.
4ª fase Regime demográfico moderno
Fase em que existe um crescimento natural mais baixo, pois a natalidade e mortalidade apresentam valores
baixos e muito próximos. Nesta fase, a população preocupa-se mais em obter uma boa qualidade de vida.
Impacto dos diferentes ritmos demográficos

Países desenvolvidos Países em desenvolvimento

• Quebra no crescimento populacional; • Aumento da população;


• Diminuição da natalidade; • Elevadas taxas de natalidade e redução
• Envelhecimento da população; das taxas de mortalidade;
• Aumento dos recursos; • Crescimento natural elevado;
• Economia desenvolvida; • Elevada pressão sobre os recursos;
• Setor industrial produtivo; • Economia pouco desenvolvida;
• Agricultura moderna. • Setor industrial pouco produtivo;
• Agricultura tradicional.
Estrutura etária
Consiste na repartição da população por grupos de idades ou grupos etários.

A população é analisada segundo três grandes grupos etários:

Jovens: menos de 15 anos


Adultos: dos 15 nos aos 64 anos
Idosos: com 65 anos ou mais

No entanto, é importante analisar a população com mais pormenor utilizando-se classes etárias,
representadas numa pirâmide etária.
Através das pirâmides etárias é possível analisar a estrutura etária da população e realizar a sua caraterização,
para o planeamento de equipamentos coletivos.
Tipos de pirâmides etárias
Pirâmide jovem ou crescente
o Apresenta uma base larga e o topo estreito;
o Caraterística de países menos desenvolvidos, com elevadas taxas de
natalidade e esperança média de vida reduzida;
o Existe um predomínio de jovens neste tipo de população.

Pirâmide adulta ou estacionária


o Tem um formato em que o centro é tão largo como a base;
o Existe em países em desenvolvimento que registaram uma quebra recente
no valor da natalidade e um grande peso da população em idade adulta;
o Registam-se por vezes classes ocas.
Pirâmide idosa ou decrescente

o Tem predomínio de indivíduos no topo da pirâmide;


o Típica de países mais desenvolvidos que registam, desde há muito
tempo, grandes quebras nos índices de natalidade, associados a uma
elevada esperança média de vida.

Pirâmide rejuvenescente
o Distingue-se da idosa pelo aumento significativo e recente da
natalidade frequentemente consequência de políticas demográficas.

Classes ocas Classes etárias cujo número de indivíduos é inferior à classe etária anterior e posterior.
Contrastes mundiais nas
estruturas etárias
Estrutura etária jovem

o Caraterístico dos países em desenvolvimento;


o Grande número de jovens pouco idosos; Problemas:

o Elevada taxa de natalidade; • Escassez de alimentos, que leva à fome e subnutrição;


• Elevadas taxas de mortalidade infantil;
o Baixa esperança média de vida.
• Elevadas taxas de analfabetismo;
• Reduzido número de escolas;
• Falta de emprego e existência de trabalho infantil;
• Fraca qualidade da habitação;
• Elevada oferta de mão-de-obra, o que a torna barata;
• Grande deficiência de serviços de saúde.
Estrutura etária envelhecida
o Caraterístico dos países desenvolvidos;
o Elevado número de idosos;
o Quebra da taxa de natalidade;
o Aumento da esperança média de vida.

Consequências:
• Redução da população ativa;
• Diminuição do espirito inovador;
• Aumento da procura de serviços sociais e de saúde;
• Sobrecarga do sistema de segurança social;
• Encerramento de escolas;
• Maior carga fiscal aplicada à população ativa.
Políticas demográficas
Medidas de controlo da população, promovendo ou limitando a natalidade.

Anti natalistas Natalistas


Implementação de medidas que Implementação de medidas que
visam diminuir a natalidade. visam aumentar a natalidade.

Repressivas Liberais Económicas Legislativas


Medidas Anti natalistas
o Divulgação do planeamento familiar;
o Distribuição gratuita de métodos contracetivos;

Liberais
o Benefícios financeiros e fiscais às famílias com um ou dois filhos;
o Benefícios aos casais que aceitem a esterilização;
o Legalização do aborto;
o Promoção da formação e valorização da mulher e da sociedade;
o Incentivo ao casamento tardio;
o Processos de racionamento alimentar;

Repressivos
o Esterilização forçada ou sem consentimento;
o Penalização fiscais e económicos a que infringir as regras impostas pelo governo
no controlo da natalidade;
o Supressão de regalias sociais.
Medidas Natalistas

Económicas
o Maiores subsídios para as famílias com maior número de filhos;
o Maior facilidade de acesso ao crédito à habitação para famílias mais numerosas;
o Atribuição de remuneração complementar durante a licença parental;
o Alargamento do período de licença parental;
o Aumento do abono familiar em função do número de filhos;
o Flexibilidade dos horários de trabalho;

Legislativas
o Desenvolvimento do sistema de proteção social;
o Melhoria da rede de jardins de infância e creches;
o Acesso gratuito a cuidados de saúde durante a gravidez e nos primeiros anos de
vida da criança.

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