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Hemorragias

Hemorragia Externa
Hemorragia Interna
O sangue

O sangue é uma substância líquida que circula pelas


artérias e veias do organismo.
Em uma pessoa normal sadia, cerca de 45% do volume de
seu sangue são células (a maioria de glóbulos vermelhos,
glóbulos brancos e plaquetas).
O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos
pulmões (nos alvéolos pulmonares).

Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde


seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos
denominados capilares.
Artéria
Cor: vermelho-viva;

Velocidade: rápida, pulsando.

Veia
Cor: vermelho escura;

Velocidade: fluxo estável.

Capilares
Cor: vermelho

Velocidade: lenta, gotejamento estável


Este movimento circulatório do sangue ocorre devido à
atividade coordenada do coração, pulmões e das paredes
dos vasos sanguíneos.

O sangue transporta ainda muitos sais e substâncias


orgânicas dissolvidas.
No interior de muitos ossos, há cavidades preenchidas por
um tecido macio, a medula óssea vermelha, onde são
produzidas as células do sangue: hemácias, leucócitos e
plaquetas.
As hemorragias são classificadas de acordo com o tipo de
vaso danificado: artéria, veia ou vasos capilares que são as
fontes de sangramento.
Hemorragia arterial

O sangue, quando bem oxigenado, é vermelho-vivo e, com


a pressão das batidas do coração, sai do ferimento em jatos
que acompanham essas batidas. Uma artéria lesada pode
produzir grandes jatos de sangue, esvaziando rapidamente
o suprimento necessário à circulação no organismo.
É o rompimento de um vaso sanguíneo de grosso calibre
que transporta oxigênio, conhecido como artéria.

Sinais

A saída do sangue será em jatos de cor clara, os


sintomas são:

Sudorese

Agitação

Hipotermia

Normalmente a região ou a pessoa fica cianótica


(azulada, arroxeada, etc.)
Conduta

Fazer pressão direta no local, firme com gases sobre


gases, fazer pinçamento arterial, elevação do membro,
ficar atento aos sinais de choque e transportar a vítima o
mais rápido possível ao hospital.
Hemorragia venosa

O sangue venoso, já destituído de oxigênio, é vermelho-


escuro. Tem menos pressão do que o sangue arterial, mas
como as paredes das veias têm grande capacidade de
distensão, o sangue pode acumular-se dentro delas; assim
o sangue de uma veia importante rompida pode jorrar em
profusão.
Sinais
Saída de sangue grosso continuo, de cor escura com
corrimento lento, os sintomas são os mesmos da
hemorragia arterial.
Conduta
Fazer pressão direta no local, firme com gases sobre
gases, fazer pinçamento arterial, elevação do membro, ficar
atento aos sinais de choque e transportar a vítima o mais
rápido possível ao hospital.
Hemorragia capilar

Este tipo de sangramento que sai em gotas ocorre em todos


os ferimentos. Embora seja abundante no início, a perda de
sangue é em geral desprezível. Uma pancada brusca pode
romper as capilares sob a pele, causando sangramento no
interior dos tecidos (hematoma).
É o rompimento de pequenos vasos sanguíneos
provocando uma hemorragia superficial.

Sinais

Corte superficial e pouca vazão de sangue.

Conduta

Fazer pressão direta no local, firme com gases por


alguns minutos e utilizar curativos.
Hemorragia interna

É a saída de sangue de um órgão para cavidade corpórea


interna.

Na hemorragia interna não se vê o sangue e a vítima corre


o sério risco de entrar em estado de choque, o sangue se
acumula dentro das cavidades do corpo.

É provocado por ferimentos no fígado, baço, cérebro etc...

São casos de difícil diagnóstico, mas podem manifestar-se


pelo estado de choque.

Suspeitada através da relação dos sinais e sintomas


apresentados pela vítima com os traumas existentes.
Sinais

Dor intensa no local, vermelhidão, sudorese, hipotermia,


em alguns casos sonolência, pele úmida e fria.

Conduta

Colocar um pano sobre o local e sobre o pano uma bolsa


de gelo ou água gelada.

Encaminhar a vítima o mais rápido possível ao hospital,


Hemorragia externa

Hemorragia externa causada pela perda de sangue


alterando o fluxo normal da circulação devido ao
rompimento de um vaso sanguíneo (veia ou artéria).

Sinais

Dor intensa no local, vermelhidão, sudorese, hipotermia, em


alguns casos sonolência, sangramento intenso, pele úmida
e fria.
Conduta

No caso da hemorragia for em uma extremidade (braço,


perna), eleve o membro.

Nunca eleve o membro se existir a possibilidade de fratura.

Utilize os dedos para pressionar a área para auxiliar a


estancar a hemorragia.

Se após a realização do curativo compressivo, o sangue


continue saindo, não retire os panos molhados de sangue
para que o processo de coagulação não seja interrompido.

Coloque outro pano limpo em cima e uma nova atadura.


Coloque um curativo estéril sobre o ferimento (material
mais limpo disponível);

Pressione firme utilizando os dedos ou parte posterior da


mão, mantendo a pressão constante por 10 min;

Eleve a região do sangramento de modo que fique acima


do coração;

Compressa fria pode ser usada;

Verifique o curativo em intervalos curtos.

Se estiver ensopado não remova, apenas aplique outro


curativo sobre o primeiro e aplique pressão;
Compressa cirúrgica

É utilizada para o tamponamento de vítimas com


hemorragias, pois promove uma melhor qualidade no
tratamento e melhor aproveitamento de material. Nome
popular: ZOLBAC.
TIPOS DE CURATIVOS
Bandagem de pressão

Cubra o ferimento com curativo grosso em todo o


ferimento;

Segurando o curativo, passe a bandagem de pressão ao


redor do curativo com firmeza para exercer pressão
moderada;

Verifique os pulsos distais, pele e unhas, se apresentar


alterações, diminua a pressão.
Pressão indireta

Se a pressão direta e a elevação não forem suficientes, o


sangramento pode ser controlado comprimindo um ponto
de pressão.
Pontos de pressão

MAXILAR

Bilateral na face, na superfície interna da mandíbula;

Controla o fluxo para a face.

TEMPORAL

Bilateral, logo acima do ouvido;

Controla fluxo para o couro cabeludo;


Regiões recomendadas para compressão das artérias.
Pontos de pressão

BRAQUIAL

Parte interna do braço, logo acima do cotovelo;

Controla o fluxo para MMSS.

RADIAL E ULNAR

Bilateral, no punho;

Controla fluxo para MMSS (mais distal);


FEMORAL

Bilateral, na virilha; Controla o fluxo para MMII.

TIBIAL POSTERIOR

Bilateral, lado interno no tornozelo; Controla fluxo para


MMII (mais distal);

DORSAL DO PÉ

Bilateral, no peito do pé; Controla fluxo para pés;


Torniquete

O uso de torniquete será aconselhável em último caso,


como por exemplo, avulsão, amputação ou em locais
remotos e de difícil acesso.

Caso use o torniquete, lembre-se de afrouxa-lo a cada 10


ou 15 minutos para que não haja a necrose da extremidade
que não está mais sendo irrigada.

É necessário marcar o horário que o torniquete foi aplicado


e nunca devemos dar nenhum tipo de liquido a vítima de
hemorragia, mesmo que ela tenha muita sede.
Cuidados no uso de torniquete

O torniquete é feito acima da área com hemorragia;

Anote, com uma caneta, batom, carvão ou um fósforo


queimado, em qualquer parte visível do corpo da vítima, as
letras TQ (torniquete) e a hora em que foi colocado;

Não use o torniquete próximo de articulações;

Afrouxe o torniquete a cada 10 a 15 minutos ou a qualquer


momento em que a vítima apresentar as extremidades frias
ou arroxeadas.
Enquanto estiver tentando controlar a hemorragia, o
socorrista deve manter a vítima deitada, agasalhada,
evitando o contato da área lesada com o chão. Coloque
algo sob ao pés da vítima, de modo que fiquem mais
elevado do que a cabeça.
Cubra a vítima, porém não cubra o torniquete; observe-o
cuidadosamente, inclusive durante o transporte.

O torniquete só deve ser feito se a técnica de compressão


direta e elevação do membro ferido não surtir efeito.
Como fazer um torniquete:

Enrole o pano acima do local


machucado.

Depois, dê um meio nó nas duas pontas


do pano
Sobre o meio nó, coloque um pedaço de
pau, um lápis ou uma caneta

Termine de dar o nó e gire o pedaço de pau até que a hemorragia


estanque.
Hemorragia Nasal - Epistaxe
O sangramento nasal (hemorragia nasal) ou epistaxe é o
fluxo sanguíneo para o exterior, através do nariz.

Ela ocorre após a ruptura de vasos sanguíneos que se


encontram dentro do nariz.
De fato, estes vasos, cuja função é aquecer e umidificar o
ar respirado são frágeis por natureza.

A hemorragia nasal é relativamente comum na infância .


Torna-se também comum em pessoas mais velhas
(normalmente devido à problemas de pressão arterial).
O que fazer em caso de sangramento nasal?

A primeira coisa a fazer é sentar com a cabeça para cima


ou com a cabeça inclinada levemente para frente (não
incline a cabeça para trás), e acima de tudo permaneça
calma.
Em seguida, faça uma compressão manual do nariz por 10
minutos. Para o sangramento de uma narina, pare o
sangramento comprimindo vigorosamente com o polegar, a
narina sangrando entre a borda do nariz e o septo nasal.
Quando ambas as narinas estiverem sangrando, usa-se o
polegar e o dedo indicador para apertar o nariz com
firmeza.
Se o sangramento persistir, execute uma compressão por
mais 10 minutos e se, apesar disso o sangramento não
parar, procure um médico (estima-se que após 15 minutos
se o sangramento não parar, devemos consultar um
médico).
Tipos sanguíneos

O tipo mais raro de sangue é o “O-”, porque atende todos


os tipos sanguíneos no que diz respeito a doação,
conforme tabela abaixo:
QUEIMADURAS
CONCEITO

Queimaduras são feridas traumáticas causadas, na maioria


das vezes, por agentes térmicos, químicos, elétricos ou
radioativos.
Atuam nos tecidos de revestimento do corpo humano,
determinando destruição parcial ou total da pele e seus
anexos, podendo atingir camadas mais profundas, como
tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos.
A queimadura é um tipo específico de lesão dos tecidos
moles, e ocorre quando o corpo fica exposto à certas
energia.
São classificadas de acordo com a sua profundidade e
tamanho, sendo geralmente mensuradas pelo percentual da
superfície corporal acometida.
Estas lesões são coagulativas e envolve diversas camadas
do corpo, causadas pelos vários tipos de agentes
agressores.
NOSSA PELE

EPIDERME

DERME

HIPODERME
Essas lesões são provocadas na pele por contato direto ou
indireto por calor ou frio, choque elétrico, produtos
químicos, substâncias corrosivas, emanações radioativas,
radiações infravermelhas ultravioletas, por certos animais
ou vegetais e frutas (ex: lagartas, água viva, limão), etc.
Uma queimadura grave pode ser fatal e exige atenção
médica imediata.
A gravidade da queimadura depende da temperatura do
meio que causou e da duração da exposição, elas são
principalmente na pele, más ás vezes afeta outros órgãos,
como pulmões, coração, rins, etc.
Se a queimadura foi causada por algum agente químico,
limpe e remova a substância da pele e das roupas
Quanto ao agente causal

Físicos: temperatura: vapor, objetos aquecidos, água


quente, chama, etc.

Eletricidade: corrente elétrica, raio, etc.

Radiação: sol, aparelhos de raios X, raios ultra-violetas,


nucleares, etc.

Químicos: produtos químicos: ácidos, bases, álcool,


gasolina, etc.

Biológicos: animais: lagarta-de-fogo, água-viva, medusa,


etc. e vegetais : o látex de certas plantas, urtiga, etc.
Alta temperatura
Baixa temperatura
Eletricidade
Queimadura por solda elétrica
Radiação: sol; aparelhos de raios-X; raios ultravioleta;
nuclear; etc.
Químicos: ácidos; básicos (Álcool, gasolina) etc.
Biológicos: lagarta de fogo; água viva; medusa; etc.
Vegetais: o látex; de certas plantas (urtiga); etc.
Tratamento de queimadura para água viva, é água salgada
do próprio mar ou urina da própria pessoa para amenizar a
dor.
Lavar o local atingido com água corrente em temperatura
ambiente, de preferência por tempo suficiente até que a
área queimada seja resfriada.
Atenção para algumas queimaduras com produtos
químicos, pois a água pode prejudicar a situação.
Também é importante buscar o auxílio de um profissional de
saúde, para que sejam tomadas as providências
necessárias para evitar o agravamento da lesão e o
sucesso da recuperação.
ATENDIMENTO

Coloque uma gase eou um pano limpo sobre o ferimento.

Remover a roupa solta do corpo – a colada não.

Nunca passe nada na área queimada.

Encaminhe a vítima para o hospital.

Umideça-o com soro água fria.

Previna o estado de choque.

Não perfure as bolhas.


Queimadura de 1º Grau

Atingem a 1ª camada da pele (Epiderme) provocando


vermelhidão, ardência, pouco dolorosa.

Conduta

Deixar a área atingida em baixo de água corrente em


abundancia, ou deixa-lo submerso em água fria em alguns
minutos.
Queimadura por escaldura
Queimadura de 2º Grau

Atingem a 1ª camada da pele (Epiderme) e a 2ª (Derme)


provocando ardência, dor local, vermelhidão, bolhas
(Flictenas) em alguns casos a vítima pode ter febre e
calafrios.
Conduta

Colocar compressa de água fria sob o local, ou deixa-la em


baixo de água fria ou corrente.
Queimadura de 3º Grau

Atingem a 1ª camada da pele (Epiderme) a 2ª camada


(Derme) e a 3º camada (Hipoderme). Provocando ardência
pouco ou nenhuma dor e tem aspectos de cor branca,
amarela ou marrom.
Conduta

Cobrir o local com gases umedecidas com soro fisiológico ou


ataduras de Rayon, podendo ser utilizado plástico de
queimaduras ou hidrogel.
Queimadura de 4º Grau

Atingem a 1ª camada da pele (Epiderme) a 2ª camada de


pele a (Derme) e a 3º camada de pele a (Hipoderme)
lesiona ossos, músculos, nervos, vasos sanguíneos
deixando a área carbonizada.

É provável que a pessoa sinta pouca ou nenhuma dor.

Nesse tipo de queimadura a conduta é semelhante a de 3º


Grau, porém a opção médica é amputar o membro.
O cálculo realizado para ver o percentual de queimaduras,
chama-se regra dos 9´s onde verificamos o:

STQC Superfície Total Queimada Corpórea

Unidade de medida para ver o total queimado.


Percentual de queimaduras:

Partes frontais:

Cabeça + pescoço = 9%

Tórax = 9%

Abdome = 9%

Genitais = 1%

MMII = 18%

MMSS = 9%
ATENÇÃO

Grande Queimado = > 30 %

Médio Queimado = > 10 % e < 30 %

Pequeno Queimado = < 10 %


Analise
Primária
Avaliação Inicial

A - Vias Aéreas

B - Respiração

C - Circulação

D - Avaliação Neurológica

E - Exposição do Paciente
A) AIRWAY
▪ Estabilizar a coluna cervical manualmente, constatar
responsividade e certificar-se da permeabilidade das vias
aéreas;

B) BREATHING
▪Verificar a respiração

C) CIRCULATION
▪Verificar a circulação

D) DISABILITY
▪Realizar exame neurológico

E) EXPOSITION
▪Expor a vítima
De acordo com os protocolos vigentes a sequência A; B; C
foi alterada para C; A, B porém o socorrista pró-eficiente
mantem a sequência C; A; B.
Analise primária

C: Controle de hemorragia e circulação;

A: Verificar nível de consciência;

B: Boa respiração, liberar vias aéreas;

D: Avaliação neurológica;

E: Exposição da vítima (cortar as roupas) e controle de


temperatura (uso de cobertores).
C- Controle de hemorragias e circulação
Consiste na verificação de pulso visando a confirmação ou
descarte de uma possível parada cardíaca.
A- Verificar nível de consciência
Colocar as mãos nos ombros, efetuar leves toques e
chamar o paciente.
Verificar nível de consciência
B- Abertura de vias aéreas.
Atenção: o profissional deve posicionar-se de forma segura
para evitar quedas ou qualquer outro tipo de acidente e
realizar uma RCP eficaz.
Tração de mandíbula (Jaw Thrust ou Chin Lift)
Respiração
Controle da coluna cervical
Ventilação
D- Incapacidade / Avaliação Neurológica
Exame das pupilas

Íris Pupila
Normal
Contraída
Dilatada
Anisocoria
Diâmetro das pupilas

Observações Causa Provável

Inconsciência;
hemorragia;
Dilatada choque,
PCR;
TCE.

Contraída TCE, abuso de drogas

Anisocoria AVC, TCE

Embaçada Coma
E- Exposição / Ambiente
TEMPO: De 15 a 30 segundos deve levar esta avaliação.
Descartar a analise primária no caso da vítima estar
consciente.
AMPLA

Tem como objetivo colher informações da vítima e/ou


testemunhas, a cerca das seguintes questões:

A – A vítima é Alérgica?

M – Faz uso de alguma Medicação?

P – Tem alguma Patologia prévia?

L – Local do acidente, eventos associados, mecanismo do


trauma?

A – Alimentação, horário da última refeição?


AMPLA

(A) Alergias: a alimentos, medicamentos, pós, gases


inalados, ou qualquer substância que saiba ser alérgico ou
que tenha tido contato;
AMPLA

(M) Medicamentos em uso: toma medicamento


regularmente, prescrito por médico ou automedicação, tipo,
destinado a que problema; use as palavras “medicação” ou
“remédio”, evite o uso da expressão “droga”, pois pode inibir
a pessoa ou quem esteja sendo questionado;
AMPLA

(P) Problemas antecedentes: sofre de alguma doença


crônica (diabetes, cardíaco, renal crônico)? Já teve distúrbios
semelhantes? Quando? Como ocorre? Quais os sinais e
sintomas presentes? Sofreu internações hospitalares?;
AMPLA

(L) Líquidos e alimentos ingeridos: quando comeu pela


última vez? O que comeu? (alguns alimentos podem causar
conseqüências no organismo ou agravar a condição clínica
da vítima. Além disso, se a vítima precisar ir para a cirurgia,
a equipe médica que vier a receber a vítima no hospital,
precisa saber quando foi a última refeição);
AMPLA

(A) Ambiente, local da cena: elementos presentes na cena


de emergência podem dar indicações do tipo de problema
apresentado, aplicadores de drogas, frascos de
medicamentos, vômitos, presença de gases, etc.
Devemos descartar a analise primária quando a vítima
apresentar sinais evidentes de óbito.
Seccionamento do tronco (partir ao meio);
Rigidez cadavérica;
Putrefação;
Carbonização;
Decapitação;
Esmagamento do tronco.
Análise
Secundária
Quando o socorrista se aproxima da vítima, faz inicialmente
a analise primária onde se verifica os sinais vitais onde
deve levar de 15 a 30 segundos e em seguida a análise
secundária.
A análise secundaria se resume em um exame físico
realizado da cabeça aos pés também chamado de exame
Céfalo Podálico ou Céfalo Caudal.
O principal propósito da análise secundária é descobrir
lesões ou problemas diversos que possam ameaçar a
sobrevivência da vítima, se não forem tratados
convenientemente.
A avaliação secundária tem como objetivo constatar
possíveis, DFAFI Deformidade, Ferimento Aberto, Flacidez
e Inchaço.
Tempo para realização da análise secundaria 2,5 minutos.
Examinar todos os segmentos do corpo sempre na mesma
ordem: Crânio, Face, Pescoço, Tórax, Abdômen, Quadril,
Membros Inferiores, Membros Superiores e Dorso;
Descarta-se a análise secundaria quanto a vítima estiver
consciente, nesse caso vão trabalhar através dos sintomas
ou sinais (visuais).
Avaliação de danos

Cervical;

Cabeça;

Região Frontal (testa);

Região Parietal (“tampa” da cabeça);

Região Occipital (costas da cabeça);

Região Temporal (lateral da cabeça);


Face

Olhos;

Nariz;

Boca;

Maxilar (bigode);

Mandíbula (queixo);

Zigoma (maçã do rosto, osso abaixo dos olhos);

Ouvido.
Tronco

Escapula (osso abaixo do trapézio);

Ombros;

Clavícula (conhecido como saboneteira acima da região


torácica);

Dorsal (região nas costas, contrária ao peitoral).


Tórax (altura do peitoral);

Lombar (parte baixa da coluna, atrás);

Abdômen (explorar os 4 quadrantes);

Pelves (lateral da cintura).


MMSS (Membros Superiores) – ambos os lados

Úmero (acima do cotovelo, braço);

Cotovelo;

Antebraço;

Mãos;

Perfusão capilar (tempo que o dedo demora para voltar do


vermelho para o normal após um leve apertar testa a
circulação / hemorragia).
MMII (Membros Inferiores) – ambos os lados

Fêmur (Coxa, em cima e em baixo);

Joelho ou Patela;

Tíbia (panturrilha);

Pés;

Perfusão capilar.
Quadrantes do Abdômen

QSD – Quadrante superior direito

QSE – Quadrante superior esquerdo

QID – Quadrante inferior direito

QIE – Quadrante inferior esquerdo


Vertebras

Existem 33 vertebras separadas nas seguintes posições:

07 – Cervicais = C1 à C7

12 – torácica = T8 à T19

05 – Lombar = L 20 à L24

05 – Sacrais = S25 à S29

04 – Coccígeas = CO30 à CO33


Curiosidades

O esqueleto humano possui de 206 e 208 ossos.

O maior osso humano é o Fêmur

O menor osso humano é o Martelo (fica próximo ao


aparelho auditivo)

O osso humano mais resistente é o Crânio


Estado
de
Choque
Estado de choque

É uma depressão vital súbita e grave, que sobrevêm a um


ferimento ou acidente afeta o sistema nervoso, o
metabolismo e a circulação.

É falência do sistema hemodinâmico.

Sintomas
Palidez ou pele azulada;
Sudorese;
Pulso acelerado e fraco;
Respiração irregular;
Ânsia, vômitos e náuseas;
Inconsciência;
Vertigem.
Principais causas

Aceleração do coração;

Mudança brusca de temperatura;

Infecção.
Queimaduras graves;
Infarto;
Envenenamentos;
Traumatismos de crânio;
Traumatismos do tórax;
Traumatismos do abdôme;
Grande perda de sangue;
Afogamento
Choque elétrico
Picadas de animais venenosos
Choque hipovolêmico

Também conhecido como choque hemorrágico, ocorre


com a grande perca de volemia sanguínea e líquidos
corporais, ou seja, por uma desidratação, queimaduras e
por severas perdas sanguíneas.
Choque Anafilático

É uma reação alérgica provocada por picada de animais


peçonhentos, remédios, alimentos, drogas, substancias
químicas em geral que fazem o corpo iniciar uma reação
alérgica poderosa.
Choque Séptico

É a falência circulatória aguda de causa infecciosa.

Caracterizada por hipotensão arterial grave e refratária,


provocada por microrganismos como bactérias,
fungos e vírus, levando a septicemia e comprometimento
do sistema circulatório através da dilatação venocapilar.

Causas mais comuns

Contaminação de cateteres, sondas vesicais e pneumonias.


Choque Cardiogênico

O choque cardiogênico é caracterizado por uma diminuição


significativa da capacidade de bombeamento de sangue,
por parte do coração.
Tal fato, acarreta uma queda da pressão arterial (pressão
arterial sistólica inferior à 90 mmHg) e uma inadequada
irrigação dos tecidos do organismo.
A causa mais comum do choque cardiogênico, é o infarto
do miocárdio extenso (ataque cardíaco), ou seja, aquele
que danifica mais de 40% da massa muscular do ventrículo
esquerdo (a principal das quatro câmaras do coração).
Choque neurogênico

É caracterizado por complicações neurológicas referentes


a danos causados no sistema nervoso.
Parada
Respiratória
É a ausência de fluxo de ar nos pulmões, por ausência de
movimentos respiratórios, seja pelo colapso dos pulmões,
paralisia do diafragma ou outras causas.
Os primeiros sinais identificáveis do indivíduo com parada
respiratória são a ausência de movimentos torácicos,
roxidão dos lábios e extremidades.
A interrupção das trocas gasosas pulmonares por mais de
5 min pode lesar irreversivelmente órgãos vitais,
especialmente o encéfalo.
É o estado em que o coração ou a respiração interrompe seu
funcionamento normal, provocando a morte em
3 á 5 minutos.
Causas de parada respiratória

Corpo estranho;

Afogamento;

Choque alérgico;

Envenenamento por ingestão de sedativos, produtos


químicos ou medicamentos;

Abalos violentos resultantes de explosão ou pancadas na


cabeça, tórax ou cervical;

Soterramento (Sulfocamento).
Arritmia cardíaca,

Hemorragia,

Estado de choque,

Uso de drogas,

Choques elétricos

Asfixia;

Infarto agudo do miocárdio

Gases e fumaças.
Portanto, é necessário redobrar a atenção se a pessoa tem
um ou mais fatores de risco para doença cardíaca:

- Homens com idade acima de 45 anos e mulheres com mais


de 55;

- Familiar que já teve ou morreu de infarto;

- Obesidade, hipertensão, diabetes, sedentarismo e


tabagismo
PEÇA AJUDA

192 / 193
Os procedimentos básicos da respiração são:

Desobstruir as vias aéreas.


Desobstrua com cautela pois pode haver danos na cervical;
Sem suspeita de trauma cervical

Com suspeita de trauma cervical


Afrouxe as roupas da vítima, principalmente em volta do
pescoço, peito e cintura;
Verifique se há qualquer coisa ou objeto obstruindo a boca
ou garganta da vítima;
Inicie a respiração de socorro tão logo tenha a vítima sido
colocada na posição correta.
Respirador manual: Adulto, Pediátrico , Neonatal
Cada segundo é precioso.
PCR
Parada
Cardiorrespiratória
Parada cardiorrespiratória ou PCR é a interrupção da
circulação sanguínea que ocorre em consequência da
interrupção súbita e inesperada dos batimentos cardíacos
ou da presença de batimentos cardíacos ineficazes.
A PCR promove o estado de inconsciência, ausência
respiratória e ausência dos batimentos cardíacos.
Após uma PCR a vitima perde a consciência em cerca de 10
a 15 segundos devido à parada de circulação sanguínea
cerebral.
Caso não haja retorno à circulação espontânea e o paciente
não seja submetido a RCP, a lesão cerebral começa a
ocorrer em cerca de 4 minutos e após 10 minutos de
ausência de circulação as chances de ressuscitação são
próximas a zero.
De 4 a 6 minutos já pode ocorrer dano cerebral na vitima
após 10 minutos o dano cerebral é praticamente certo.
Nesta situação, se o sangue não é bombeado para os
órgãos vitais, como o cérebro e o coração, esses órgãos
acabam por entrar em necrose, pondo em risco a vida da
pessoa.
A RCP é considerada o item mais importante, para manter o
paciente e reduz os possíveis danos neurológicos.
Quando encontrar uma pessoa sem resposta, deverá
chamar ajuda e iniciar a massagem cardíaca.
É importante chamar o socorro assim que perceber que um
indivíduo não está respondendo.
Caso não haja mais pessoas para ajudar, você deverá ligar
para 192 ou 193, antes de iniciar a RCP.
Principais fatores que levam a PCR

I.A.M – Infarto Agudo do Miocárdio


1 – Stress
2 – Sedentarismo
3 – Abuso de drogas
4 – Obesidade e patologias (doenças)
Além do fato clínico relacionado ao infarto, existem os
choques como, por exemplo:

Choque hipovolêmico (perda excessiva de sangue);

Choque anafilático (normalmente provocado por uma


alergia poderosa);

Choque cardiogênico;

Choque séptico (infecção);

além das complicações por trauma.


Ressuscitação cardiopulmonar (RCP)
Reanimação cardiopulmonar (RCP)
Reanimação cardiorrespiratória (RCR)
É um conjunto de manobras destinadas a garantir
a oxigenação dos órgãos quando a circulação do sangue de
uma pessoa para (parada cardiorrespiratória).
Condutas

Existem atualmente 2 tipos de condutas para o PCR


1- É intercalar compressões 30 compressões torácicas
para 2 insuflações por 5 ciclos (30:2x5) sendo necessário
o uso de barreira de proteção
Esta é a conduta com 2 socorristas intercalando
compressões e ventilações
2.Realizamos apenas as compressões (100 á 120
compressões por minuto)
A conduta para o RCP sem barreira de proteção deve ser
realizada da seguinte forma: 100 á 120 compressões
torácicas por minuto, com intervalo a cada 2 minutos.
Os procedimentos básicos da massagem cardíaca são:

Coloque a vítima deitada de costas sobre superfície dura


em decúbito dorsal;

Coloque suas mãos sobrepostas na metade inferior


do esterno com os braços estendidos;

Os dedos devem ficar abertos e não tocam a parede do


tórax;

Faça a seguir uma pressão, com bastante vigor, para que


se abaixe o esterno cerca de 5 cm, comprimindo o coração
de encontro à coluna vertebral;

Descomprima em seguida.
Osso Esterno

Apêndice Xifóide

Bordas das costelas


Localizar o ponto para pressão cardiaca
É muito importante não interromper as compressões, por
isso, se a primeira pessoa que atendeu a vítima se cansar
durante a RCP, é preciso que outra continue fazendo as
compressões em esquema de revezamento a cada 2
minutos, sempre respeitando o mesmo ritmo.
Uma vez iniciada a RCP, só interrompemos se houver
retorno da vítima ou se o serviço médico acionado assumir
a ocorrência. SAMU, Resgate e/ou Equipe Médica.
A PCR (parada cardiorrespiratória) pode ser provocada por
eventos traumáticos, porém as complicações são
exclusivamente clinicas.
A PCR ocorre em 2/3 dos casos fora do hospital, no
percentual de 70% nas residências e os sintomas podem
se manifestar até 2 horas antes do PCR.
Já em crianças, as respirações (ventilações), devem ser
realizadas a cada 30 compressões porque, nestes casos, a
maior causa de parada cardíaca é por hipóxia, ou seja, falta
de oxigenação.
Como fazer massagem cardíaca em crianças

Para fazer a massagem cardíaca em crianças de até 10


anos siga os seguintes passos:

Deitar a criança numa superfície dura e posicionar seu


queixo mais para cima para facilitar a respiração;

Realize duas insuflações;


Apoiar uma das suas mãos no peito da criança, entre os
mamilos, em cima do coração como mostra a imagem e
pressionar o tórax com somente 1 mão, contando 2
compressões por segundo até a chegada do resgate.

A cada 30 compressões, deve-se fazer duas insuflações.


Como fazer a massagem cardíaca em bebês

Para fazer a massagem cardíaca em bebês siga os


seguintes passos:

Deite o bebê de barriga para cima;

Posicionar seu queixo mais para cima, para facilitar a


respiração;

Retirar qualquer objeto da boca do bebê que possa estar


dificultando a passagem de ar;

Iniciar com 2 insuflações;


Posicione os dedos indicador e médio sobre o coração do
bebê entre os mamilos, e pressione os dedos para baixo,
contando 2 empurrões por segundo, até a chegada do
resgate.

Para cada 30 massagens, fazer 2 insuflações.


Ritmos de parada cardiorrespiratória

A parada cardiorrespiratória pode ocorrer na presença de 4


ritmos cardíacos diferentes:
Fibrilação Ventricular: Ritmo de PCR mais frequente fora do
hospital, responsável por cerca de 80% dos episódios;
caracteriza-se por um ritmo cardíaco rápido, irregular e
ineficaz;
Taquicardia ventricular: Uma taquicardia originada em um
dos ventrículos do coração.

Nela o ritmo ventricular é de pelo menos 120 por minuto,


estando geralmente acima dos 150 por minuto.
Assistolia: Ausência de ritmo cardíaco, nesse ritmo há
interrupção da atividade elétrica do músculo cardíaco;
Atividade elétrica sem pulso: Nesse ritmo existe a presença
de atividade elétrica no músculo cardíaco porém os
batimentos não são eficazes e não há circulação
sanguínea.
Ritmo Sinusal: ritmo cardíaco normal do coração.

Obs; os ritmos chocáveis pelo DEA são apenas:

FIBRILAÇÃO VENTRICULAR
e
TAQUICARDIA VENTRICULAR
Métodos
de
Transporte
de
acidentados
Giro em bloco
Tem como objetivo posicionar uma vítima que se encontra
em decúbito ventral para decúbito dorsal, evitando o
mínimo de movimento das vertebras.
O giro em bloco estabelece a condição ideal para se
atender uma vítima, ou seja, em decúbito dorsal, dessa
forma preservando as vertebras e evitando agravamento ou
novas lesões.
Posições na conduta giro em bloco

Posição com 2 socorristas:


1. Cervical
2. Ombro + pelve

Posição com 3 socorristas:


1. Cervical
2. Ombro + pelves
3. Abdômen + MMII
Pegada cavaleira

Tem como objetivo tirar uma vítima do chão e posiciona-la


em uma prancha, visando o mínimo de movimento possível
da coluna (vertebras).
Posições da pegada cavaleira

Posição com 4 socorristas:

1.Cervical
2.Escapula
3.Pelve
4.MMII
Posição com 3 socorristas:

1.Cabeça, Pescoço e Escapula (cervical)


2.Pelves
3.MMII
Chave de Rauteck
Método da chave de Rauteck, onde o socorro é realizado,
puxando-se a vítima para fora do local de risco e
deslizando-a até um local seguro.
Esta manobra, apesar de perigosa, constitui-se de um mal
menor, destinado a pôr o ferido fora de perigo e evitar que
se agrave o seu estado.
Uma Pessoa de apoio

Passe o seu braço em torno da cintura da vítima e o braço


da vítima ao redor de seu pescoço.
Uma pessoa nas costas

Dê as costas para a vítima, passe os braços dela ao redor


de seu pescoço, incline-a para frente e levante-a.
Uma Pessoa – Cadeirinha

Faça a cadeirinha conforme abaixo.

Passe os braços da vítima ao redor do seu pescoço e


levante a vítima.
Duas pessoas segurando pelas extremidades

Uma segura a vítima pelas axilas, enquanto a outra, segura


pelas pernas abertas. Ambas devem erguer a vítima
simultaneamente.
Três Pessoas

Uma segura a cabeça e costas, a outra, a cintura e a parte


superior das coxas. A terceira segura a parte inferior das
coxas e pernas. Os movimentos das três pessoas devem
ser simultâneos, para impedir deslocamentos da cabeça,
coluna, coxas e pernas.
Quatro Pessoas

Semelhante ao de três pessoas. A quarta pessoa imobiliza a cabeça da


vítima impedindo qualquer tipo de deslocamento.
Transporte do Bombeiro
Cadeira de Rodas
Extricação
Extricação

É a retirada da vítima de um local, de onde ela não pode sair


por seus próprios meios.

No caso de confinamento, retire as ferragens e escombros


da vítima e não a vítima das ferragens.
Seqüência da Extricação

1. Reconheça a cena.
2. Obtenha acesso ao paciente
3. Realize exame primário e ABC da vida
4. Imobilize o paciente dando prioridade a coluna cervical
5. Afaste os obstáculos físicos
6. Remova a vítima
7. Reimobilize o paciente caso necessário
8. Transporte a vítima
Extricação de veículos

Chave de Rauteck: retira rapidamente e sem equipamento,


vítima de acidente automobilístico do banco dianteiro. Está
indicada em situações de risco de incêndio ou explosão.
Retirada de Capacete

As vitimas por acidentes de motocicleta, devem ter o


capacete retirado antes da chegada da ambulância
somente se houver inconsciência.

Fixe a cabeça, solte a jugular do capacete, mantenha a


fixação enquanto tira o capacete.

Após retirar o capacete mantenha a fixação da cabeça e


coloque o colar cervical.
LUIZ CARLOS RIBEIRO
TECNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
INSTRUTOR BOMBEIRO CIVIL

E-mail: luizcarlosribeiro.tst@bol.com.br

94770-8502 Nextel
35*27*48121 Nextel
97033-0817 Tim

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