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Centro Universitário de Patos de Minas

Disciplina: Cultura e Sociedade


Professor Altamir Fernandes

19/12/2018 - Desafios para a educação na sociedade do conhecimento

Segundo a filósofa Viviane Mosé, nos últimos vinte anos houve uma mudança radical na
sociedade que foi a democratização do conhecimento. A internet inaugura o que foi
chamado de sociedade da informação, que logo mais tarde, passa a ser chamada de
sociedade do conhecimento. A sociedade da informação disponibilizou o acesso a grandes
bancos de dados para a tomada de decisão. Atualmente, com o advento das redes, mais
especificamente, das redes sociais, o homem, além de ter acesso aos bancos de dados,
também tem acesso a outras pessoas ao vivo e, em tempo real, para discutir questões que são
do seu interesse. Logo, hoje tem-se uma sociedade do conhecimento que produz
conhecimento em tempo real e, esse conhecimento pode ser acessado de qualquer lugar, a
qualquer hora, a partir de um dispositivo móvel.

Na sociedade do conhecimento, na sociedade em rede, o homem precisa saber como fazer


parte daquela rede social que é do seu interesse e, para isso, é necessário ser aceito pelas
pessoas que fazem parte destas redes. O que tem valor é o que o homem consegue produzir
de conhecimento que possa ser do interesse dos seus pares e, partilhado nas redes. O homem
precisa saber fazer acordos, parcerias, links e, ser capaz de analisar e interpretar dados,
porque os dados estão disponíveis nos bancos de dados na internet. O que é valioso na
sociedade do conhecimento é a capacidade que o homem tem de análise e interpretação
crítica desses dados para solucionar problemas da vida real.

Viviane Mosé, afirma que o principal benefício das redes é a revolução da memória porque
a educação de séculos passados teve como objetivo a memorização de fórmulas, datas,
textos, etc. Hoje, além de ter a memória gravada em um dispositivo como o pendrive ou nas
“nuvens”, com a internet o homem tem acesso a um grande número de dados, bibliotecas,
textos, nas nuvens (cloud). Por isso, não cabe mais à educação exigir que o estudante
administre conteúdos, decore datas e fórmulas, porque esses dados estão em abundância na
internet. O que a educação precisa fazer nos dias de hoje, é desenvolver o raciocínio, o
pensamento crítico e, a análise e interpretação de dados.

Nesse sentido, o estudante precisa ter tempo e espaço para ler, pensar e, escrever sobre o que
pensou, pois o ser humano nunca teve tanto valor como nos dias de hoje. Há trinta anos
atrás, na sociedade industrial o que agregava valor à uma empresa era a quantidade de
máquinas que a empresa possuía, quanto mais máquinas, mais produção e, mais lucro para o
empresário. Na sociedade do conhecimento, o ser humano tem valor, quanto mais talentos
uma empresa conquistar, mais sucesso terá nos negócios. No entanto, Viviane Mosé afirma
que, “para desenvolver um talento faz-se necessário criatividade e, pra isso o homem
precisa de liberdade. Estas necessidades da sociedade do conhecimento, estão mudando as
estruturas das empresas, dos governos e, das escolas”.

“A sociedade do conhecimento é sinônimo de rede, só é sociedade do conhecimento por


causa das novas mídias digitais”.

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Após a fala da filósofa percebe-se o quanto é importante, nós como educadores, estarmos
atentos a estas mudanças na sociedade porque precisamos sair de um contexto paradigmático
tradicional, somente da leitura e escrita, para o contexto cibercultural, onde os sujeitos
podem e, é esperado que esse sujeito colabore, contribua, construa novos saberes em
interação com o outro e em rede.

Fonte: Pensar Educação On Line

De acordo com a palestrante Viviane Mosé, a escola e a forma de ensino estão


ultrapassadas. O mundo evoluiu e a escola ficou para trás. As TIC's vem tomando um espaço
no meio de nós cada vez maior, e cabe a nós enquadrarmos neste padrão de tecnologia. O
que a entrevistada defende é que a escola também deveria se enquadrar neste padrão, deixar
de memorizar o conteúdo e aprender a analisar, desenvolver raciocínio e interpretação de
dados. Para ela, memorizar datas de acontecimentos históricos é irrelevante, pois, ao
procurar na internet encontra o que deseja.

A era da tecnologia chegou para ajudar-nos a facilitar nossas pesquisas. Sem precisão de
livros, as pesquisas ficam muito mais rápidas e eficientes. Viviane Mosé acredita que já
passamos da fase de memorizar e que deveríamos criar, desenvolver mais, termos uma
autonomia para a criatividade e parar de sermos submissos a uma rede de ensino
ultrapassada.

Educação na Sociedade do Conhecimento é experiências, competências e habilidades, não


se limitando a ter acesso a informações. Ou seja, não se trata de "transferir" informação e
conhecimento, mas de um processo de interação e comunicação, o qual resulta na construção
de novos conhecimentos e informações.

Estamos no meio de uma grande transformação da sociedade. Os professores estão sendo


cada vez mais intimados a alinhar a educação com essas mudanças. Cabe aos professores
procurar como realizar nossa tarefa para colaborar com a evolução da sociedade. Precisamos
aprender a ver a realidade não como problema mas sim como um fato que nos impulsiona
para o desenvolvimento de soluções.

“O maior desafio da educação é lidar com o novo ser humano que vem, de um lado, muito
cansado, exaurido pelos desgastes ambientais, sociais, da violência, das crises que vivemos
e, por um outro lado, de uma juventude que vem animada, cheia de ferramentas e
possibilidades. Fazendo um comparativo, é como se tivéssemos um prédio que desmorona e
ao mesmo tempo está sendo construído, está nascendo. Precisamos ter esses dois
posicionamentos: o de perceber que o que cai e o de notar o que cresce. Vivemos a transição
de um mundo que era fundamentado no material e passou para o virtual, então nós
precisamos entender e aprender a lidar. Não é o caos, não é o fim do mundo. É apenas uma
crise com a qual precisamos aprender a detectar o que é positivo e o que é afirmativo”,
tranquiliza.

Viviane Mosé é uma poetisa, filósofa, psicóloga, psicanalista e especialista em elaboração e


implementação de políticas públicas. Mestre e doutora em filosofia pelo Instituto de Filosofia e
Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Publicou sua tese de doutorado
Nietzsche e a grande política da linguagem em 2005 pela editora Civilização Brasileira.

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MOSÉ, Viviane. A escola e os desafios contemporâneos. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2013.

Pág.22 “Nunca fomos tão incapazes de conviver, tão incapazes de seguir um acordo, tão
incapazes de viver. Odiamos as regras, buscamos um prazer cada vez mais descartável e
imediatista, matamos o que não temos coragem de transformar”.

Pág. 24 “[...] Quando quase todos já possuem quase tudo, o atrativo para o consumo não é
mais o produto, mas o que ele diz, os valores e conceitos que agrega”.

Pág. 25 “Não é mais o executivo de meia idade racional e frio, ou o líder cheio de títulos e
diplomas [...], mas o jovem criativo, bem formado e ousado, que relaciona muitos dados e
faz inusitadas sínteses, que lê o presente, que sabe lidar com conflitos, que sabe trabalhar em
grupo e que, principalmente, se sente estimulado e provocado diante de desafios”.

Pág. 25 “[...] sempre tivemos nós humanos, uma rede de signos, de valores, de conceitos,
por isso o ser humano é naturalmente virtual, especialmente porque sonha. A tecnologia nos
permitiu reproduzir essa rede de conceitos, de imagens, não apenas nos ligando a nós
mesmo, como faz nossa consciência, mas ligando todos nós”.

Pág. 26 “A sociedade, em que todos estão ligados por inúmeros canais, em uma
comunicação que acontece de modo espontâneo, provisório e pontual, em meio a uma
multiplicidade de acessos e informações, termina por valorizar todo núcleo capaz de atrair
pessoas. Na nova sociedade, tem poder quem agrega pessoas e faz isso quem tem alguma
coisa a dizer, quem tem algum tipo de conteúdo e quem compartilha. É em torno do saber
que as pessoas se colocam, especialmente em torno das pessoas que produzem saber”.

Pág. 30 “Foi somente com o surgimento da sociedade em rede, nascida do imenso


investimento em conhecimento técnico que um novo modo de gestão se impõe. O mais
importante dessa nova sociedade, a sociedade do conhecimento, são as relações de poder
que se esgarçam, enquanto novos agenciamentos surgem. Temos agora de elaborar novas
questões para essa nova sociedade que emerge, ainda cambaleante, a nossa frente”.

Pág. 31 “Vivemos enfim, uma transformação que chegou muito rapidamente, que
aproximou pessoas, mas não diminuiu de modo significativo as desigualdades econômicas, e
isso gerou ainda mais caos social, mais violência”.

Pág. 32 “A educação é o que vai definir a exclusão ou a inclusão de pessoas no processo


social no século XXI, [...], mas não se trata de qualquer tipo de educação, ou de escola.
Precisamos enfrentar este fértil e difícil problema: o que é educar no século XXI? O que é
realmente importante aprender?”.

Pág. 47 “Porque a escola não é um espaço democrático, de produção de conhecimentos, de


debates, de criação? Em vez disso, tem sido um presidio de alunos, um depósito de
conteúdos impostos sem muito sentido, um desrespeito aos saberes que os alunos já trazem,
um lugar onde as crianças não tem direito a voz”.

Pág. 49 “[...] por ser uma escola feita para as massas, nasceu não para se dedicar aos grandes
temas da humanidade, mas para oferecer uma formação instrumental, voltada para o

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mercado, portanto trata-se de uma escola que não está voltada para o desenvolvimento
humano, mas para o desenvolvimento da indústria”.

Pág. 49“A vida escolar, ainda hoje, organiza-se em séries, e os saberes se dividem em
diversos conteúdos isolados sem conexão uns com os outros, em aulas de cinquenta minutos,
que ainda se anunciam por um sinal sonoro que lembra o apito das fábricas”.

Pág. 51 “Essa falta de conexão da escola, tanto com a sociedade quanto consigo mesma, não
é apenas prejudicial para o desenvolvimento cognitivo dos alunos, que se dá pela capacidade
de fazer relações cada vez mais amplas e complexas, mas prejudica também as relações
humanas, a prática da justiça social, o exercício da cidadania, implica diretamente o aumento
do grau de angústia e solidão e impulsiona cada vez mais ao consumo de produtos, de
pessoas, de drogas licitas e ilícitas. Participar da sociedade, interferir em suas instâncias,
construí-la, nos dá uma sensação de pertencimento que nos fortalece e fortalece os acordos.
Mas a escola foi se afastando dessa continuidade e se baseando em um conhecimento
dividido e abstrato”.

Pág. 51 “Não formamos pessoas, mas fragmentos desconectados. E nos tornamos


especialistas cada vez mais fragmentados, desvinculados das grandes questões humanas,
sociais, planetárias. Vivemos acoplados a uma parcela tão pequenada realidade que
chegamos a esquecer de quem somos, o que buscamos, e acabamos guiados pelos desejos
dos outros, dos mais espertos, dos que falam mais alto”.

Pág. 52 “A fragmentação do pensamento e do saber é o modo mais eficiente de controle


social, quer dizer, da submissão de pessoas a um modelo excludente de sociedade. Sem a
capacidade de relacionar a experiência particular com o todo da vida em a capacidade de
articular o todo da vida com um projeto social mais amplo, sem a capacidade de relacionar
esse projeto social com o planeta e a vida, jovens e crianças terminam submetidos a
processos e engrenagens que os tornam tão pequenos e insignificantes que não se sentem
potentes para transformar aquilo que os oprime”.

Pág. 53 “[...] vivemos uma mudança de meios, uma enxurrada de informações, o mundo
vive um processo de instabilidade e incerteza econômica, social, climática, e o modelo
educacional vigente nas escolas públicas e privadas, fundando em verdades, em saberes
acumulados, sem espaço para a invenção e para a dúvida, não foi preparado para isso”.

Pág. 55 “A escola precisa entender, enfim, que todo conhecimento, toda afirmação, está
sujeito a mudanças, que todo saber é provisório”.

Pág. 55 “[...] se todo saber é provisório, professores e alunos, juntos, devem se dedicar a
produção de conhecimento, em vez da relação hierarquizada, na qual o professor devem um
corpo de saberes que devem ser transmitidos aos alunos”.

Pág. 56 “[...] É preciso valorizar os conteúdos que os alunos já tem, o saber que trazem, e
reconhecer que as coisas mais importantes que aprendemos na vida não necessariamente
foram aprendidas na escola”.

Pág. 61 “Em vez de dedicar-se ao objetivo maior da educação, a ampla formação do ser
humano em seus diversos aspectos, a escola brasileira passou a ter de atender as exigências

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do exame (Enem) e a se dedicar especialmente a formação de um banco de dados na
memoria dos estudantes”.

Pág. 61 “[...] conteúdos essenciais, como a leitura, a interpretação, a escrita, a capacidade de


trabalhar em grupos e, mesmo, a de liderar ou de criar novos conteúdos, foram ficando
abandonados”.

Pág. 62 “[...] Ao contrário de uma educação cidadã, nosso modelo conteudista administra
regularmente os dados que devem ser depositados na cabeça dos alunos”.

Pág. 62 “[...] Se a escola está afastada da sociedade, se suas questões, seus impasses, não
fazem parte da formação de jovens e crianças, se nossa escola é fundamentalmente abstrata,
passiva e reproduz conteúdos inúteis, como esperar algo diferente de consumismo, violência,
drogas e alienação social?”.

Pág. 63“ [...] de um espaço de reprodução, de transmissão, para um espaço de produção de


conteúdos, de invenção. Não apenas receber e armazenar, mas produzir conhecimentos [...]”.

Pág. 64 “[...] Estimular a curiosidade, valorizar a dúvida, promover o acesso aos conteúdos,
oferecer métodos de filtragem de dados, incentivar a pesquisa, a criação e a síntese, a
capacidade de produzir interpretações, bem como incentivar o desenvolvimento da
autonomia e de responsabilidade, acoplados a capacidade de viver em grupo, são algumas
das necessidades prementes em nosso mundo”.

Pág. 72 “Acompanhar e estimular o desenvolvimento de pessoas, respeitadas suas


diferenças, seus anseios individuais, suas competências e habilidades, ao mesmo tempo
levando em conta as relações humanas, a vida em grupo, a coletividade, a cidade, é uma
tarefa hercúlea e que ainda está muito longe de ser bem-feita, não apenas no Brasil, mas no
mundo”.

Pág. 75 “para o que o aluno adquira as competências necessárias à vida em sociedade no


mundo contemporâneo, ele deve participar ativamente dos seus processos de gestão desde
que entra na escola, de modo a exercer essa participação na sociedade como um ser influente
e influído”.

Pág. 82 “A escola, cada vez mais, deverá ser um espaço aberto, e a educação,
inevitavelmente vinculada à cultura. A vida deve ser a dimensão integradora das relações na
escola. Se não houver vida naquilo que aprendemos, então não há educação, formação e
muito menos aprendizagem”.

Pág. 83 “O século XXI caminha em direção a uma escola na qual o aluno seja ouvido e
considerado. Uma escola para o aluno, dirigida para seu desenvolvimento, tendo como alvo
a vida em todas as suas dimensões, [...] na qual a arte, a filosofia, a ética estejam tão
presentes que não precisem de cinquenta minutos na grade curricular, ou melhor, uma escola
que não tenha grade curricular, mas temas, assuntos, questões”.

Pág. 84“[...] Enfim, uma escola [...] sempre aberta a novas questões”.

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7/3/2018 - Educação 4.0: o que devemos esperar

É possível realizar uma Educação regrada em criatividade e inventividade, usando vários


recursos e contando com um ambiente baseado em experimentação
Débora Garofalo

Não tem mais volta, a Educação 4.0 chegou! O termo está ligado à revolução tecnológica
que inclui linguagem computacional, inteligência artificial, Internet das coisas (IoT) e
contempla o learning by doing que traduzindo para o português é aprender por meio da
experimentação, projetos, vivências e mão na massa.
Não existe um modelo pronto para aplicar e todos podemos (e devemos) contribuir,
quebrando velhos paradigmas de anos impostos em uma educação descontextualizada,
pautada em transmissão de conhecimento e ambientes pouco propícios ao processo de
aprendizagem. Para muitos educadores ligados ao tema, o modelo pautado na cultura maker
– do faça você mesmo – é um dos caminhos.

O que devemos esperar da educação 4.0?


José Armando Valente, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do
Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP), aponta que apesar de vivermos na era digital e de fazer uso de tecnologias
diversas em nosso dia a dia, esse mundo não está integrado à escola. “É necessário integrar
tecnologia ao currículo, explorar seu potencial e promover a conversa com as áreas de
conhecimento”, afirma.

Segundo Valente, o currículo do sucesso passa a explorar metodologias ativas ao trabalhar


com projetos, investigação, resoluções de problemas, produções de narrativas digitais e
desenvolvimento de atividades maker, transformando as ferramentas digitais em linguagem.
Mas admite que não há um único modelo a seguir. “Não devemos esperar algo pronto, o
processo da Educação 4.0 está em criação”, diz.

Estamos vivendo uma revolução na educação, em que constantemente os jovens têm nos
cobrando por isso. Ezequiel Menta, Diretor de Políticas e Tecnologias Educacionais da
Secretaria de Educação do Estado do Paraná, afirma que é preciso repensar as ferramentas
existentes, criando também possibilidades off line para que as escolas possam se apropriar
da tecnologia existente, adaptando a realidade das unidades.

Essa imersão em Educação e tecnologia deixou claro que é possível realizar uma educação
regrada em criatividade e inventividade, usando vários recursos e contando com um
ambiente baseado em experimentação com o aluno no centro do processo de aprendizagem.
Equipamentos são importantes, mas é fundamental que venham acompanhados de práticas
pedagógicas que possibilitam vivências significativas, respeitando docentes e alunos.

14/11/2019 - Educação 4.0: entenda o que é e como se adaptar a essa nova realidade

Débora Noemi

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Conhecer as mais recentes tendências do ensino é algo fundamental para uma boa gestão escolar.
Nesse contexto, surge o conceito de Educação 4.0, que mescla o aprendizado tradicional com a
implementação de abordagens mais tecnológicas nas salas de aula.

Esse tipo de estratégia tem sido aplicado com muito sucesso ao redor do globo e, agora, finalmente
chegou ao Brasil. Ela é uma tendência realmente inovadora que busca causar uma verdadeira
revolução no modo como ensinamos e aprendemos no ambiente educacional.

Não sabe o que é a Educação 4.0? Não tem problema! Pensando nesse tipo de dúvida, preparamos
um conteúdo bem completo, que tem como objetivo responder às suas principais dúvidas sobre esse
tema e mostrar, ao longo do texto, toda a importância dessa tendência para a educação atual. Boa
leitura!

O que é a Educação 4.0?


Você provavelmente já percebeu que a atualização de softwares, por exemplo, é representada por
meio de dois números separados por um ponto, certo? Assim, temos as versões 2.0, 2.1, 3.5 e assim
por diante. A partir daí, já podemos começar a entender o que significa a Educação 4.0.

Esse termo existe em sinergia com outro conceito muito importante: o da Revolução Industrial.
Atualmente, nos encontramos na quarta versão da revolução, conhecida também como Indústria 4.0.
Se na primeira os protagonistas eram o carvão e o ferro, aqui, os holofotes brilham sobre a
tecnologia.

Sendo assim, a Escola 4.0 também tem como ponto mais importante a inovação tecnológica. O foco
aqui está em trazer esses avanços para o dia a dia da gestão escolar, otimizando processos
administrativos, e também para as salas de aula, com o auxílio de metodologias variadas.

Como funciona a Educação 4.0?


A Educação 4.0 começa, como mencionado anteriormente, com a adoção de práticas no setor
administrativo e organizacional das escolas. Assim, os processos se tornam muito mais eficientes e é
possível acompanhar de forma muito mais efetiva todo o desenvolvimento dos alunos, por meio da
captação (e da interpretação adequada e precisa) de dados.

Em segundo lugar, mas não menos importante, entra a inserção da tecnologia na educação e no dia a
dia da sala de aula. Com a implementação de metodologias ativas (sobre as quais falaremos mais à
frente) e de aulas diversificadas, os estudantes entram em contato com essas inovações de forma
simultânea ao aprendizado.

Um ponto muito importante aqui, tido como um dos grandes pilares da Educação 4.0, é o letramento
digital. Ele é tido como base para toda a compreensão tecnológica, uma espécie de alfabetização
desse novo mundo para os estudantes, preparando-os de forma completa para o mercado de trabalho
do século XXI.

O que são metodologias ativas?


Pare para pensar: quem é o protagonista no cenário tradicional de uma sala de aula? O professor,
certo? Esse tipo de conceito nos mostra que o aluno, aqui, está em uma posição passiva, na qual
apenas recebe as informações transmitidas por seu tutor e as interpreta de acordo com suas
habilidades e características pessoais.

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As metodologias ativas vêm, como o próprio nome já mostra, para fazer uma pequena alteração nos
papéis dentro da classe. Agora, os alunos detêm o protagonismo, enquanto o professor atua como um
guia para ajudá-los a alcançar esse conhecimento. Ele ainda ministra a matéria aos seus pupilos, mas
caminhando lado a lado e não à frente, como no contexto tradicional.

Há várias maneiras de implementar esse tipo de conceito em uma sala de aula. A seguir, veremos
algumas das principais formas de tornar isso possível e realizar uma verdadeira revolução na
metodologia de ensino utilizada em sua instituição. Vamos conferir?

Quais são as principais metodologias ativas?


Gostaria, agora, de descobrir quais são as principais metodologias ativas que participam
da transformação digital na educação? Então, confira algumas informações bem importantes sobre
cada uma delas a seguir.

Ensino híbrido
Uma das principais características do ensino híbrido é a mescla entre o ensino presencial e o online.
Assim, o estudante participará de aulas e atividades nesses dois ambientes, passando a dominar cada
vez mais o âmbito digital.

Cultura maker
A cultura maker não é uma metodologia propriamente dita, mas um conceito que faz parte de todas
elas. Aqui, o estudante passa a ser mais autônomo e ter cada vez mais protagonismo no ensino,
conduzindo o próprio aprendizado da maneira que for mais efetiva para ele.

Aprendizagem baseada em projetos


A aprendizagem baseada em projetos é um conceito que permite que um problema seja apresentado à
classe e a solução envolva um projeto, obtido por meio da programação, de conhecimentos
científicos, de abordagens que envolvam a conscientização da sociedade, entre outros.

STEAM e STEM
Por fim, temos as metodologias STEM e STEAM, que unem conceitos como a engenharia,
matemática, ciências, artes e a tecnologia em prol do aprendizado dos estudantes. Aqui, o ensino de
programação e robótica, por exemplo, é feito por meio do conceito de dash and dot e há, até mesmo,
aulas de musicalidade e teatro para auxiliar no desenvolvimento ativo de competências e habilidades.

Quais são as vantagens da Educação 4.0?


Agora que já sabemos um pouco mais sobre esse assunto, chegou o momento de descobrirmos quais
são, afinais, os benefícios trazidos pela transformação digital no âmbito escolar. Confira algumas das
principais vantagens abaixo.

Democratização e disrupção da educação


Como já mencionamos, o conceito de Educação 4.0 é também o mesmo de uma revolução, que por
natureza já é algo que induz disrupções em vários setores. Sendo assim, investir nessas mudanças é
algo que faz com que novas tendências surjam e, com elas, um modo novo de ensinar e aprender.

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Isso permite uma educação muito mais democrática e inclusiva, que cria as condições adequadas
para que indivíduos com diferentes tipos de inteligência possam ter as mesmas oportunidades.

Otimização da gestão escolar


Fazer uma boa gestão escolar é, sem dúvidas, uma tarefa muito desafiadora. Para que ela seja efetiva,
é fundamental estar com os olhos atentos a, quase que literalmente, mil e uma coisas de modo
simultâneo.

Por que, então, não contar com a tecnologia para ajudar nesses processos? Com ela, é possível
acompanhar dados e interpretá-los automaticamente, ajudando no armazenamento e interpretação de
informações cruciais para o mapeamento de problemas e soluções para a instituição.

Autonomia dos alunos


A pequena inversão nos papéis tradicionais da sala de aula faz com que os alunos desenvolvam uma
série de habilidades importantes, dentre as quais, a autonomia. Essa é a capacidade de ser seu
“próprio dono” e desenvolvê-la abre portas para que muitas outras competências sejam trabalhadas.

Pessoas com autonomia desenvolvida também têm maior senso crítico, sabem pensar por si mesmas
e, claro, se conhecem muito melhor. Essas competências e habilidades são essenciais para a
formação de profissionais e cidadãos realmente integrados.

Desenvolvimento de uma série de habilidades


Outras habilidades importantes desenvolvidas com essas metodologias (e suas aulas variadas, como
a robótica e a programação) incluem: trabalho em equipe, criatividade, empatia, memorização,
comunicação e muito mais.

Pode parecer incrível, mas atividades como criar games ou desenvolver protótipos e robôs podem ser
utilizadas para aprendermos todo o conteúdo da BNCC de um modo completamente lúdico e
interativo, permitindo que muitas habilidades diferentes sejam desenvolvidas simultaneamente.

Maior interação entre alunos e professores


Em uma sala de aula tradicional, a interação entre alunos e professores se resume ao questionamento
ocasional de uma dúvida e, muitas vezes, até mesmo esse tipo de atitude é reprimido por conta da
vergonha e insegurança.

Com as metodologias ativas de ensino, a interação entre estudantes e seus professores se torna muito
maior e mais direta, visto que agora eles estão lado a lado e não separados hierarquicamente. Assim,
as dúvidas fluem muito melhor e as respostas, consequentemente, também. O professor do futuro,
portanto, é mais do que um tutor, mas um amigo de sua classe.

Melhora da qualificação do corpo docente


Por fim, outra vantagem incrível da Educação 4.0 é a melhora na formação de professores de modo
geral, aumentando consideravelmente sua qualificação e, assim, fazendo com que eles se tornem
ainda mais aptos para ensinar (e aprender com seus estudantes).

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Isso se deve à mudança considerável na dinâmica da sala de aula tradicional, que muitas vezes é
muito limitante. Com um tipo de metodologia diferente, cada aula é completamente única e o
professor passa a aprender muito mais sobre a própria profissão.

Como podemos colocar a Educação 4.0 em prática?


Interessante, não é mesmo? Mas, afinal, como colocar isso em prática no dia a dia? Essa é uma tarefa
que requer muita atenção para que a transição seja feita da melhor forma possível. Veja, agora,
algumas dicas.

Desenvolver uma cultura digital


O primeiro passo para garantir a implementação da Educação 4.0 é desenvolver uma cultura digital
nas escolas. Fazer com que os estudantes compreendam a importância da tecnologia para o ensino e
aprendam a lidar com ela (o letramento digital, por exemplo) é essencial para que as próximas etapas
aconteçam.

Mudar a infraestrutura da escola


Em segundo lugar, podemos citar a importância da mudança da infraestrutura da escola. Não há, por
exemplo, como ensinar programação sem que os computadores disponíveis sejam adequados para tal
atividade. Pensar nesses processos é, portanto, muito importante!

Capacitar os professores
A qualificação do corpo docente vem logo em seguida na lista de passos para implementar a
Educação 4.0 em sua escola. Os docentes também devem ser levados em consideração no processo
gradual de transição, sendo devidamente treinados com a ajuda de profissionais especializados nesse
contexto.

Investir nas tecnologias certas


Nem sempre é possível implementar todas as mudanças, não é mesmo? Sendo assim, investir nas
tecnologias certas é essencial. Veja o que mais se adéqua às necessidades de seus estudantes e saiba
o que pode ser implementado mais rapidamente e com maior eficácia. A ajuda profissional também é
muito importante para a tomada desse tipo de decisão.

Dialogar com os pais e responsáveis


Os familiares dos alunos precisam estar inclusos em todas as partes da transição para a Educação 4.0.
Lembre-se de que a participação desse grupo é indissociável do sucesso do processo! Por isso,
converse pouco a pouco sobre, por exemplo, os benefícios da robótica educacional, as vantagens das
metodologias ativas e muito mais, trazendo-os gradualmente para seu time!

Quais são os desafios e o que esperar da escola do século XXI?


Adequar sua instituição de ensino ao conceito de escola do século XXI é algo que demanda uma
certa paciência. Afinal, é necessário fazer com que todos estejam a bordo para que isso realmente
funciona. Sendo assim, alguns dos principais desafios enfrentados incluem:

 adequação ao perfil dos estudantes;


 participação mais ativa de pais e responsáveis;
 dificuldades na adesão das tecnologias por parte da equipe;

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 resistência da comunidade às novidades;
 pouca adesão por parte dos professores e demais funcionários.

Fazer um bom trabalho de conscientização da importância dessas mudanças é algo primordial antes
da implementação de tais metodologias. Isso garantirá que todos estejam falando a mesma língua e
possam, assim, caminhar juntos em prol de uma educação mais inclusiva e abrangente para todos.

Portanto, podemos esperar que esse tipo de revolução seja feita de modo gradual, com uma transição
realmente efetiva. Para isso, é fundamental contar com a ajuda de especialistas no assunto, que
podem auxiliar na qualificação dos colaboradores e no diálogo com todas as partes, facilitando o
processo e tornando-o mais permanente.

Como podemos ver, a Educação 4.0 é um conceito interessantíssimo e que dialoga muito bem com a
nossa sociedade atual. Tais inovações não podem mais ser ignoradas pelo ensino e, portanto, saber
utilizá-las da forma adequada é a melhor maneira de garantir que os nossos estudantes se
desenvolvam adequadamente e estejam prontos para o mercado competitivo do século XXI!

Para compreendermos ainda mais esse conceito, precisamos primeiramente entender as bases
necessárias para que os estudantes realmente se aprofundem na Educação 4.0. Para isso, confira
nosso artigo sobre o letramento digital e veja como ele é essencial para a implementação da
tecnologia nas escolas!

https://escolasdisruptivas.com.br/tecnologia-educacional/educacao-4-0-entenda-o-que-e-e-como-se-
adaptar-a-essa-nova-realidade/

12/8/2021 – Competências e habilidades da UNESCO para o século 21


Por Nicolle Abreu

Não há como negar que vem ocorrendo constantemente mudanças no discurso e na prática
da educação. O contexto educacional se transforma à medida em que o mundo se
modifica. O papel da escola se amplia para além do conhecimento e das habilidades
cognitivas. A demanda é por uma educação que contemple a construção de valores, soft
skills, desenvolvimento de atitudes e comportamentos almejados para a realidade
contemporânea.
Em um mundo cada vez mais interdependente e interconectado, torna-se necessário a
existência de uma pedagogia transformadora, cooperando internacionalmente
para promover uma transformação social de maneira inovadora. Na busca por um
mundo mais pacífico, justo, inclusivo, sustentável e tolerante, a UNESCO apresenta uma
série de medidas em prol de uma educação adequada para os alunos do século XXI.
Pensando nisso, preparamos este artigo sobre a UNESCO e como a organização
vem promovendo mudanças no paradigma educacional. Confira!

UNESCO: o que é e qual o seu papel para a educação

UNESCO é a sigla correspondente a United Nations Educational, Scientific and cCultural


Organization, que em português significa: Organização para a Educação, a Ciência e a

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Cultura. A UNESCO é uma organização das Nações Unidas que almeja promover a paz
mundial por meio da educação, cultura e ciência.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, foi criada após a
Segunda Guerra Mundial, em 16 de novembro de 1945. O objetivo era garantir a paz por
meio da cooperação e colaboração intelectual entre as nações, ao auxiliar os Estados-
Membros e acompanhar o desenvolvimento mundial. A sede está localizada em Paris, na
França, e, atualmente, são 193 países que buscam constantemente soluções para os desafios
e impassem presentes na sociedade.

A missão da Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura é contribuir para a


“construção da paz”, promovendo o desenvolvimento sustentável, reduzindo a pobreza e
incentivando o diálogo intercultural, por meio da educação, ciências, culturas, comunicação
e informação. As duas prioridades globais são a diminuição da taxa de analfabetismo e a
promoção da igualdade de gênero.

Objetivos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

A UNESCO compactua com a ideia de que apenas o desenvolvimento econômico e acordos


políticos não são suficientes para garantir a paz mundial. Em vista disso, a organização
promove o ideal de que para alcançar a paz mundial é necessário que os Estados
invistam em uma educação que contemple o diálogo e a tolerância. Para atingir esse
objetivo, a UNESCO procura promover o acesso igualitário à educação em seus países
membros.

Além disso, a organização prioriza a busca pela educação continuada, bem como a
qualidade e equidade do ensino para todos. A UNESCO busca novos desafios sociais e
éticos, promove a diversidade cultural e como resultado disso, contribui para a construção de
uma sociedade com conhecimento inclusivo, por meio da comunicação e informação. A
instituição, inclusive, defende a memória coletiva e o patrimônio histórico, como uma
maneira de proteção do direito ao acesso à informação e à cultura.

Conheça as competências e habilidades da UNESCO para o século XXI

Há algum tempo a discussão a respeito de que tipo de educação se almeja para o século
XXI está em pauta. Além dos conhecimentos cognitivos e habilidades, espera-se que a
educação contribua para a resolução de conflitos e desafios globais emergente e já
existentes. Nesse contexto, a Educação para a Cidadania Global (ECG) representa uma
mudança no propósito e no papel da educação, com a finalidade contemporânea de
construir sociedades mais inclusivas, tolerantes, justas e pacíficas.

A UNESCO, devido à crescente demanda dos seus Estados-membros por apoio para tornar
os alunos cidadãos globais responsáveis, transformou a ECG um de seus principais objetivos
educacionais para os próximos oito anos (2014-2021).

ECG é um marco paradigmático que sintetiza o modo como a educação pode desenvolver
conhecimentos, habilidades, valores e atitudes de que os alunos precisam para assegurar um
mundo mais justo, pacífico, tolerante, inclusivo, seguro e sustentável. Ela representa uma
mudança conceitual, pois reconhece a relevância da educação para a compreensão e a

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resolução de questões globais em suas dimensões sociais, políticas, culturais, econômicas e
ambientais. – Educação para a cidadania global UNESCO.

A ECG foi aplicada de formas diferentes, em contextos, comunidades e regiões diversas.


Contudo, ela possui muitos elementos comuns, que incluem desenvolver nos alunos:

Uma atitude apoiada por um entendimento de múltiplos níveis de identidade e o potencial


para uma identidade coletiva que transcenda diferenças individuais culturais, religiosas,
étnicas ou outras;
Um conhecimento profundo de questões globais e valores universais como justiça,
igualdade, dignidade e respeito;
Habilidades cognitivas para pensar de forma crítica, sistêmica e criativa, incluindo a adoção
de uma abordagem de multiperspectivas que reconheça as diferentes dimensões,
perspectivas e ângulos das questões;
Habilidades não cognitivas, incluindo habilidades sociais, como empatia e resolução de
conflitos, habilidades de comunicação e aptidões de construção de redes (networking) e de
interação com pessoas com diferentes experiências, origens, culturas e perspectivas;
Capacidades comportamentais para agir de forma colaborativa e responsável a fim de
encontrar soluções globais para desafios globais, bem como para lutar pelo bem coletivo. –

A ECG reconhece o papel da educação de ir além do conhecimento e do


desenvolvimento de habilidades cognitivas. Nesse sentido, o foco está na construção de
valores, nas habilidades socioemocionais (soft skills), por meio de atitudes entres os
estudantes que podem facilitar a cooperação internacional e proporcionar a transformação
social. Para isso, o papel dela é preparar os alunos com competências para lidar com o
mundo atual, dinâmico e interdependente.

Formação integral dos alunos de acordo com as competências do século 21

Um dos objetivos educacionais da Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura


(UNESCO), é o ECG (Educação para a cidadania global), que visa oferecer aos alunos um
preparo para a vida, muito além do desenvolvimento de apenas habilidades
cognitivas. Levando isso em consideração, é visível a demanda crescente e latente por uma
educação cada vez mais abrangente e integral para os alunos.

Pensando nisso, um outro ponto crucial nessa nova dinâmica social e educacional, é o
aprendizado do inglês como uma ferramenta de comunicação e integração. Para
compreender melhor acerca dessa temática, leia gratuitamente o e-book que preparamos
sobre a importância da formação bilíngue para o aluno do século XXI.

https://www.englishstars.com.br/competencias-e-habilidades-da-unesco-para-o-seculo-21/

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